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publicidade enganosa abusiva

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19MANUAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO
PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA NO 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Jair Rodrigo Viaboni9*
A criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) visa proteção do consumidor 
como parte mais frágil nas relações de consumo, ocasionada pela falta de informação dos 
consumidores quanto aos seus direitos e diante da grande capacidade econômica-política das 
empresas. Portanto, o CDC busca não somente a proteção de direitos violados, mas também 
se antecipa à violação, como nos casos da propaganda enganosa.
Ao realizar a propaganda, a empresa cria um vínculo obrigacional com o consumidor, 
devendo cumprir o prometido, sob penas de multas previstas em lei.
O anúncio de determinada matéria publicitária proporciona ao consumidor, ou seja, 
ao destinatário final do produto, a possibilidade de exigir o anunciado, resguardando-lhe a 
boa-fé, pois, em regra, o consumidor acreditou no que foi proposto e buscará tal produto para 
a satisfação de sua necessidade. Com o intuito, portanto, de resguardar esta boa-fé o CDC 
proíbe a publicidade enganosa e abusiva. 
Segundo a lei, é enganosa: 
(...) qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, 
inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, 
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, 
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados so-
bre produtos e serviços.
E abusiva:
(...) dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que in-
cite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de 
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja 
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à 
sua saúde ou segurança.
Caso muito comum de publicidade enganosa é a diferença de preço entre o anunciado 
e o preço de venda ou a falta de mercadoria anunciada. No caso de diferença de preço, deve-
se notificar durante o pagamento, no caixa, a existência da diferença entre o anunciado e o 
valor que será pago, para que se faça o abatimento. Caso já se tenha comprado a mercadoria 
9 * Graduando do 3º ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: vjairrodrigo@yahoo.com.
20 MANUAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO
e posteriormente notado a diferença de preço, deve-se levar a nota fiscal onde adquiriu o 
produto com o encarte da propaganda, no prazo de até sete dias após a data de compra, para 
que seja ressarcida a diferença.
Na falta da mercadoria anunciada, caso não tenha sido especificado que a promoção 
seria válida enquanto durassem os estoques, deverá a empresa vendedora substituir a merca-
doria faltante por outra de igual qualidade sem nenhuma cobrança adicional. 
Vale lembrar que, caso ocorra algum desrespeito ao consumidor, este que foi desres-
peitado deve procurar o PROCON ou ajuizar ação de reparação de danos, procurando um 
advogado para fazer valer seus direitos.
No caso de pessoas hipossuficientes, ou seja, com pequena renda mensal que passam 
por situação financeira a qual não permita pagar à custa processual e os honorários advoca-
tícios, sem comprometer o seu sustento e da sua família, terá o consumidor direito ao acesso 
a Justiça por meio da Defensoria Pública. 
BIBLIOGRAFIA
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 7ª edição. Editora Saraiva, 2010.
NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. Editora 
Saraiva, 5ª edição.São Paulo, 2010.
SANSEVERINO, Paulo de Tarso Vieira. Responsabilidade Civil no Código do Consumidor e a 
Defesa do Fornecedor. Editora Saravia, 3ª Ed. 2010.

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