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RESUMO PENAL P2

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RESUMO PENAL III P2
FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL:
Para a fixação de pena do regime inicial, eis os critérios.
Quantidade de pena definitiva apurada: Segundo o art. 33 líneas A, B e C: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Espécie de pena cominada: Segundo o art. 33 caput ( detenção ou reclusão). 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Análise das circunstâncias judiciais (art. 59 CP): Segundo o art. 33 incs. 3. Se a análise dos aspectos judiciais forem favoráveis o regime pode ser o menos severo. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Reincidência ou não do agente: Segundo o art 33 CP líneas B e C. 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
SUMULAS IMPORTANTES: 
STF 719: “A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.”
STF 718: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição do regime mais severo do que o tempo permitido segundo a pena aplicada.”
STJ 440: “Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade em abstrato do delito.”
STJ 269: “É admissível a adoção de regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstancias legais.”
REGIMES PRISIONAIS NO BR: 
Regime Fechado: Fixado como regime inicial para o cumprimento da pena de crimes punidos com reclusão com pena definida acima de 8 anos. Executam-se em estabelecimentos de segurança máxima ou média- nos conhecidos presídios ou penitenciarias. ART. 33 CP INCS. 2 LÍNEA A.
Regime Semi-Aberto: fixado como regime inicial para o cumprimento da pena de crimes punidos com reclusão e detenção com pena definitiva acima de 4 anos e até 8. Executam-se em colônias agrícola, industriais ou estabelecimentos adequados. ART 33 CP INCS 2 LÍNEA B,
Regime Aberto: Fixado como regime inicial para o cumprimento de pena de crimes punidos com recluão e detenção com pena definida ate no máximo 4 anos. Executam-se em casas de albergue ou estabelecimento adequado ART 33 CP INCS 2 LÍNEAS C.
Prisão Domiciliar ( que não é de fato um regime). LEP Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
EXCEÇÕES: 
Como suposta exceção aos critérios do Código Penal para fixação do
regime inicial de cumprimento da pena, aparece a Lei 8.072/90 (Lei dos
Crimes Hediondos), que em seu Art. 2º, §1º, fixa, independentemente da
quantidade de pena aplicada, o regime fechado como inicial nas
condenações pelos chamados crimes hediondos e equiparados (Art. 5º,
Inc. XLIII da CF – a “tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos”). O dispositivo
em foco só se aplicaria, contudo, aos crimes cometidos a partir de
29.03.2007, data em que se iniciou a vigência da Lei 11.464/07 (que
alterou o §1º, do Art. 2º da Lei 8.072/90 e estabeleceu o regime fechado
como inicial). Aos delitos cometidos anteriormente, aplicam-se as regras
gerais do Código Penal e da LEP, cujas vigências foram retomadas após o
julgamento do STF (no HC 82.959, em 23.02.2006) pela
inconstitucionalidade do regime integral fechado, então previsto no §1º, do
Art. 2º, da Lei 8.072/90.
Porém essa lei teve a sua inconstitucionalidade reconhecida pelo STF 
"PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA DECISÃO DE RELATOR DE TRIBUNAL SUPERIOR QUE INDEFERIU PLEITO CAUTELAR EM IDÊNTICA VIA PROCESSUAL. FLAGRANTE ILEGALIDADE. SÚMULA 691/STF. SUPERAÇÃO. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL FECHADO COM FUNDAMENTO APENAS NO ART. 2º, § 1º, DA LEI 8.072/90. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO PLENÁRIO DESTA CORTE NO HC 111.840. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE INFERIOR A 4 (QUATRO) ANOS. REGIME INICIAL ABERTO (ART. 33, § 2º, ALÍNEA C, DO CP). IMPOSIÇÃO DE REGIME INICIAL MAIS SEVERO. INEXISTÊNCIA DE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS 718 E 719 DO STF. VEDAÇÃO À SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR OUTRA RESTRITIVA DE DIREITOS (ART. 44 DA LEI 11.343/06). INCONSTITUCIONALIDADE. HABEAS CORPUS EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA E ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. O artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90 – que determina o início do cumprimento da pena privativa de liberdade imposta em razão da prática de crime hediondo, necessariamente, no regime fechado – foi declarado inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do HC 111.840, Pleno, Relator o Ministro Dias Toffoli, sessão de 27 de junho de 2012. 2. O artigo 33, § 2º, alínea c, do Código Penal determina que “o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto”. 3. “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada” (Súmula 718 do STF). 4. “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea” (Súmula 719 do STF). 5. In casu, o magistrado de primeiro grau condenou o paciente à pena de 1 (um) ano de reclusão e 16 (dezesseis) dias-multa, pelo cometimento do crime de tráfico de entorpecentes, fixando o regime fechado para o início do cumprimento da pena, com fundamento tão somente no disposto no artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90 e vedou a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos com com fundamentação genérica na gravidade do delito.) • 6. O artigo 44 da Lei 11.343/06 foi declarado inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 97.256, Relator o Ministro Ayres Britto, DJ de 01.09.10, que afastou o óbice à conversão da pena privativa de liberdade por outra restritiva de direitos na hipótese de condenação pela prática do crime de tráfico de entorpecentes e determinando ao Juízo processante que procedesse ao exame dos requisitos objetivos e subjetivos necessários à obtenção da benesse. 7. O Supremo Tribunal Federal não é competente para julgar habeas corpus impetrado em face de decisão de Relator de Tribunal Superior que indefere pedido de liminar em idêntica via processual (Súmula 691/STF). A supressão de instância inequívoca revela-se a malferir o princípio do Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII) na hipótese em que o writ impetrado nesta Corte versa a mesma fundamentação submetida ao Tribunal inferior. 
Em casos de furto onde o juiz NÃO achar relevante a aplicação do principio da insignificância e achar cogitável eventual sanção privativa de liberdade deverá ser fixada, como regra geral, em regime inicial aberto, paralisando-se a incidênciado art. 33, § 2º, c, ou seja não avaliara a reincidência, com base no principio da proporcionalidade. Como diz a ementa: 
Ementa: PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. CRIME DE FURTO TENTADO. REINCIDÊNCIA. CONCURSO DE AGENTES. 1. A aplicação do princípio da insignificância envolve um juízo amplo (“conglobante”), que vai além da simples aferição do resultado material da conduta, abrangendo também a reincidência ou contumácia do agente, elementos que, embora não determinantes, devem ser considerados. 2. Por maioria, foram também acolhidas as seguintes teses: (i) a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto; e (ii) na hipótese de o juiz da causa considerar penal ou socialmente indesejável a aplicação do princípio da insignificância por furto, em situações em que tal enquadramento seja cogitável, eventual sanção privativa de liberdade deverá ser fixada, como regra geral, em regime inicial aberto, paralisando-se a incidência do art. 33, § 2º, c, do CP no caso concreto, com base no princípio da proporcionalidade. 3. No caso concreto, a maioria entendeu por não aplicar o princípio da insignificância, reconhecendo, porém, a necessidade de abrandar o regime inicial de cumprimento da pena. 4. Ordem concedida de ofício, para alterar de semiaberto para aberto o regime inicial de cumprimento da pena imposta à paciente. (HC 123533, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-030 DIVULG 17-02-2016 PUBLIC 18-02- 2016)
POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE PRISÃO DOMICILIAR FORA DOS CASOS ESTRITAMENTE PREVISTOS NO ART. 117 DA LEP: (Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante. )
Face a doença grave em condenação em regime fechado ou semi-aberto: 
“AGRAVO EM EXECUÇÃO - PRISÃO DOMICILIAR - REGIME FECHADO - IDOSO - ENFERMIDADE - CONDIÇÕES ESTABELECIMENTO PENITENCIÁRIO - DIREITO À VIDA - CONDENAÇÃO PENAL. 1- A prisão domiciliar está limitada no artigo 117 da LEP aos condenados em regime aberto que apresentem algumas condições dos incisos. 2- Condenado a regime fechado por tráfico só em casos excepcionais quando comprovada enfermidade que exija atendimento médico hospitalar permanente e condições pessoais incompatíveis com a sobrevivência no cárcere, impossibilitado o Poder Público de preservar a vida do apenado, admissível o deslocamento à prisão domiciliar temporária ou definitivamente. Não se confunde o desconforto da vida carcerária a pessoa com provecta idade e portador de enfermidades com desrespeito a seu direito à vida e à saúde, hierarquicamente superiores à sentença que privou a liberdade. NEGADO PROVIMENTO.” (Agravo em Execução Nº 70018290619, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elba Aparecida Nicolli Bastos, Julgado em 25/01/2007) 
No caso de falta de vagas no regime semi-aberto e aberto, mas não no fechado!
STF, HC 96.169, j. 25.08.2009; e, STJ, HC 321.473, j. 09.06.2015 NOVA SÚMULA VINCULANTE Nº 56 E RE 641.320: • “A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS”. “Em maio deste ano, ao dar parcial provimento ao RE 641320, com repercussão geral, o Plenário seguiu o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, e fixou a tese nos seguintes termos: a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso; b) os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semi-aberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (artigo 33, parágrafo 1º, alíneas “b” e “c”); c) havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.” 
LAVA-JATO: Com a lava-jato surgiram novos regimes penais ( totalmente extra-leais). Em sentenças de condenados que celebram a colaboração premiada. 
 
REGIME FECHADO DIFERENCIADO: “prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica”, COM DETRAÇÃO do tempo de prisão cautelar; • 
REGIME SEMIABERTO DIFERENCIADO: “prisão com recolhimento domiciliar nos finais de semana e durante a noite, com tornozeleira eletrônica se necessário” 
 SERVIÇO COMUNITÁRIO DURANTE O REGIME SEMIABERTO: “Durante o recolhimento no período semi-aberto, deverá ainda o condenado cumprir cinco horas semanais de serviços comunitários, em entidade pública ou beneficente, a ser definida oportunamente.” 
REGIME ABERTO DIFERENCIADO: “A partir de 14/03/2018, poderá o condenado progredir para o regime aberto pelo restante da pena a cumprir, segundo seu mérito, ficando no caso desobrigado do recolhimento domiciliar e em condições a serem oportunamente definidas.” Uma espécie de Livramento Condicional!!!
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO:
Aparece nos arts. 43 e 48 do CP. São conhecidas como penas alternativas e são penas de restrição de direito que substituem as penas privativas de liberdade, desde que satisfaça os requisitos legais.
Espécies de Penas Restritivas de Direito:
 Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - prestação pecuniária; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - perda de bens e valores; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Requisitos para a substituição: 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) :
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1o (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quandoocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada (...) (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) :
Se a pena concreta pelo crime for superior a 4 anos é impossível conseguir pena restritiva de direito. Em regra se o crime for cometido sob violência ou grave ameaça proíbe a substituição da pena privativa de liberdade para restritiva de direito, porém admite-se essa substituição se a violência ou a ameaça for de menor potencial agressivo, ou seja, se o delito com estes traços ( violência ou ameaça de menor potencial agressivo)e a pena máxima prevista no tipo penal for de até 2 anos, sendo a competência do Juizado Especial. Em resumo, a violência ou ameaça de menor potencial agressivo não corresponde a violência ou ameaça previsto no art. 44 incs. I CP. 
Segue a jurisprudência:
ART. 44 DO CÓD. PENAL (APLICAÇÃO). PENA DE PRISÃO (LIMITAÇÃO AOS CASOS DE RECONHECIDA NECESSIDADE). LESÃO CORPORAL LEVE E AMEAÇA (CASO). SUBSTITUIÇÃO DA PENA (POSSIBILIDADE). 1. Tratando-se, como se trata, de lesão leve e de simples ameaça, a ofensa resultante daquela e a decorrente desta não dizem respeito à violência e à grave ameaça a que se refere o inciso I do art. 44 do Cód. Penal. 2. Violência e grave ameaça são resultantes de atos mais graves do que os decorrentes dos tipos legais dos arts. 129 e 147. Na lesão leve (ou simples), até poderá haver alguma violência, mas não a violência impeditiva da substituição de uma pena por outra; do mesmo modo, relativamente à ameaça, até porque, sem ameaça, nem sequer existiria o tipo legal. Assim, lesão corporal leve (ou simples) e ameaça admitem, sempre e sempre, sejam substituídas as penas. 3. A melhor das políticas recomenda, quanto aos crimes da espécie aqui noticiada, que se lhes dê tratamento por penas diferentes – substituição das privativas de liberdade por restritivas de direitos. 4. A norma penal prevê a possibilidade de se aplicarem sanções outras que não a pena privativa de liberdade para crimes de pequena e média gravidade, como meio eficaz de combater a crescente ação criminógena do cárcere. 5. Assim, mais vale o Direito Penal preventivo que o Direito Penal repressivo. Por sinal, o agravamento das penas, por si só, não constitui fator de inibição da criminalidade. 6. Habeas corpus deferido em parte, para se substituir a pena privativa de liberdade por prestação de serviços à comunidade. (HC 87.644/RS, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 04/12/2007, DJe 30/06/2008)
“Art. 44. (...) I – (...) ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;”
Nos crimes culposos não importa a quantidade de pena privativa de liberdade para haver substituição. Sempre há substituição.
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Junto com esse art. É importante avaliar o incs. 3 do mesmo: § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Assim, o reincidente específico, isto é, do mesmo crime não tem direito a substituição a pena restritiva de direito. O reincidente genérico tem direito a substituição desde que a substituição se figure como “medida que seja socialmente recomendável”.
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Com exceção do “comportamento da vítima e conseqüências do crime” um dos motivos de avaliação é o art. 59 CP circunstancias judiciais que se aplicam na primeira fase do cálculo da pena. Ou seja, isso implica que o resultado da avaliação na 1 fase do cálculo da pena deve ser mantido na avaliação de substituição de pena, mantendo a coerência. A lei não exige que todas as circunstancias sejam positivas para haver substituição, assim em análise relativamente favorável ou neutra já se pode admitir uma substituição. 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 
Condenação inferior ou até 1 ano pode se substituir por 1 pena restritiva de direitos ou 1 multa. Condenação maior que 1 ano pode se substituir por 1 pena restritiva de direito mais 1 multa ou 2 penas restritivas de direito.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Somente o descumprimento injustificado é que leva a conversão para pena privativa de liberdade, por isso o condenado deve ser intimado e deve haver oitiva do mesmo para que haja oportunidade de acolher eventual justificação.
STJ: HABEAS CORPUS. CRIMES DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA. CONDENAÇÃO DE 3 (TRÊS) ANOS E 6 (SEIS) MESES EM CONCURSO FORMAL. PENA SUBSTITUÍDA POR RESTRITIVA DE DIREITOS. 1. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE. PENA RESTRITIVAS DE DIREITOS CONVERTIDA EM PRIVATIVA DE LIBERDADE. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PRÉVIA DO CONDENADO. NULIDADE. 2. ORDEM CONCEDIDA. 1. Para que o Juiz das Execuções proceda à conversão da pena restritiva de direito em privativa de liberdade, como preceitua o § 4º do artigo 44 do Código Penal, é imprescindível a oitiva prévia do condenado, em juízo, sob pena de ofensa ao direito de ampla defesa e contraditório. Precedentes desta Corte. 2. No caso, ficou evidente que as comunicações descumpridas pelo paciente eram de natureza extrajudicial, não havendo registro de que tenha sido intimado judicialmente e deixado de comparecer em juízo para apresentar suas justificativas. 3. Ordem concedida para anular a decisão monocrática que determinou a conversão da pena restritivas de direitos em privativa de liberdade, e que outra seja proferida após prévia oitiva do paciente. (HC 199.167/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 13/06/2012) 
CRIMINAL. HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUBSTITUÍDA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. DESCUMPRIMENTO REITERADO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO JUÍZO. NÃO COMPARECIMENTO INJUSTIFICADO À AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA DESIGNADA. CONVERSÃO DA PENA ALTERNATIVA EM CORPORAL. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO DEMONSTRADO. APENADO QUE NÃO COMPARECEU À SEGUNDA AUDIÊNCIA. DEFESA QUE NÃO APRESENTOU QUALQUER DOCUMENTO APTO A JUSTIFICAR O COMPORTAMENTO DO PACIENTE.MAGISTRADO QUE OFERECEU DIVERSAS OPORTUNIDADES AO SENTENCIADO ANTES DE DECRETAR A REGRESSÃO AO REGIME SEMIABERTO. PERSONALIDADE QUE NÃO SE ADEQUA AO DESCONTO DA REPRIMENDA EM MEIO ABERTO. ORDEM DENEGADA. I. Cerceamento do direito de defesa do apenado por ausência de intimação pessoal da data da primeira audiência admonitória que não restou demonstrada nos autos, tendo o Juízo processante, de fato, determinado a sua intimação pessoal, advertindo-lhe acerca da possibilidade de conversão das penas restritivas de direitos em corporal. II. Regressão de regime que se baseou no fato de o paciente não ter justificado o descumprimento das penas restritivas de direitos a ele impostas, não obstante lhe terem sido oferecidas diversas oportunidades para tal mister, sem que possa se falar em cerceamento de defesa pelo simples fato de o Juízo das Execuções ter indeferido o pedido de apresentar novo atestado médico em data posterior. III. Defesa que se limitou a indigitar supostas irregularidades processuais, olvidando-se de apresentar qualquer prova de que o descumprimento das condições impostas ao réu tenham sido justificáveis, não tendo sequer mencionado qual teria sido o óbice enfrentado pelo paciente que o impediu de acatar a ordem judicial. IV. Em que pese a impossibilidade de alteração da sentença após o seu trânsito em julgado, admite-se a regressão de regime prisional quando o apenado descumpre as condições imposta para o desconto da pena em meio menos severo. V. O condenado poderá ser transferido do regime aberto quando frustrar os fins da execução, sendo que atitudes que evidenciam verdadeiro desprezo à execução penal permitem não só a conversão da pena alternativa em privativa de liberdade, mas também a imposição de regime mais gravoso do que o imposto na sentença condenatória. VI. O descumprimento reiterado das condições impostas na audiência admonitória demonstra, em princípio, que o paciente não possui a autodisciplina necessária e senso de responsabilidade necessário para o cumprimento da pena em meio aberto. VII. Ordem denegada, nos termos do voto do Relator. (HC 196.756/SP, Rel. MinistroGILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 11/10/2011, DJe 24/10/2011)
“Art. 44. (...) §4º (...) No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.”
Prevê um acréscimo de pena não prevista na sentença condenatória, que seria aplicado como sanção ao descumprimento da pena restritiva de direito.
Também nesse art. Menciona que reduzirá o tempo de pena alternativa já cumprida no cálculo da pena privativa de liberdade. Motivo pelo qual as horas do PSC são contadas em dias. Inclusive para análise da prescrição da pretensão executória. Como segue o anexo:
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUBSTITUÍDA POR MEDIDA RESTRITIVA DE DIREITOS. ABANDONO DO CUMPRIMENTO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO DA PENA QUE RESTA A SER CUMPRIDA. ARTIGO 113 DO CÓDIGO PENAL. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. ORDEM CONCEDIDA. 1 - Se o sentenciado foragido ou que tem o livramento condicional revogado tem direito à contagem do prazo prescricional descontado o período efetivamente cumprido da pena, assim também deve acontecer com aquele que abandona o cumprimento da pena restritiva de direitos antes de seu término, fazendo jus ao desconto do tempo de pena cumprida para fins de contagem de prescrição do restante da pena. 2 - Ordem concedida para reconhecer a prescrição da pretensão executória em relação à pena imposta ao paciente nos autos da Ação Penal n.º 2004.71.04.001348-9 e determinar o arquivamento dos autos da Execução Penal n.º 2006.71.04.007019-6. (HC 232764/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 25/06/2012, DJe 29/06/2012) • Observe-se, do voto da Relatora neste HC 232764/RS: "Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de V. M., apontando como autoridade coatora o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (HC n.º 0010748- 59.2011.404.0000⁄RS). Narra a impetração que o paciente foi condenado à pena de 1 ano de reclusão, substituída por prestação de serviços comunitários, pela prática do delito descrito no art. 334, caput, do Código Penal. (...) O abandono, pelo sentenciado, do cumprimento da pena restritiva de direitos pode ser equiparada às hipóteses da "evasão" e da "revogação do livramento condicional"', pois há sentença condenatória e o sentenciado já cumpriu parte da pena. Na hipótese dos autos, extrai-se que o Paciente cumpriu 25 horas de prestação de serviços à comunidade, portanto, saldo inferior a 1 ano de pena a ser cumprido. Verifica-se que, em 27.04.2009, o paciente deixou de cumprir com sua pena e, passados mais de 2 anos desde então, não tendo o paciente voltado a executar a reprimenda, entendo ter havido a prescrição pelo quantum da pena restante, pois para o cumprimento do restante da pena imposta faltou menos de 1 ano. Portanto, entendonão haver qualquer óbice jurídico, e especialmente porser a questão de naturezapenal, para deixar de aplicar à hipótese, por interpretaçãoextensiva, a norma contidano art. 113 do Código Penal.
“Art. 44. (...) § 5 o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.”
Se o agente durante o cumprimento de pena alternativa é sentenciado a outro crime, e há incompatibilidade entre regimes, haverá conversão de regime. Descontando o tempo já cumprido de pena alternativa. Incompatibilidade entre pena alternativa com regime fechado ou regime semi-aberto resulta em unificação de condenações. 
CRIMINAL. HABEAS CORPUS. RECONVERSÃO DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS EM SANÇÃO CORPORAL. SUPERVENIÊNCIA DE NOVA CONDENAÇÃO. PENAS UNIFICADAS QUE SUPERAM O PATAMAR DE OITO ANOS DE RECLUSÃO. INCOMPATIBILIDADE DO REGIME FECHADO COM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE. ORDEM DENEGADA. I. Hipótese na qual o Magistrado singular, na mesma decisão em que converteu a pena pecuniária em sanção corporal pelo seu descumprimento injustificado, procedeu igualmente à unificação das penas, o que implicou em fixação de reprimenda superior a 8 anos de reclusão, a ser descontada em regime fechado, incompatível com a pena de prestação de serviços à comunidade. II. A reconversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade mostra-se necessária, no curso da execução, se sobrevier nova condenação à reprimenda corporal e, em virtude da unificação das penas, o quantum da sanção tornar incompatível o cumprimento na forma anterior. (Precedente). III. Após a unificação, se o quantum da sanção corporal superar o patamar de 8 (oito) anos de reclusão, impõe-se o desconto da pena em regime inicialmente fechado e, por conseguinte, sobressai a impossibilidade do cumprimento da reprimenda restritiva de direitos, já que o regime mais severo não admite a saída do estabelecimento prisional para a prestação dos serviços à comunidade, o que obsta a mantença do benefício anteriormente deferido. IV. O § 5º do artigo 44 do Código Penal apenas faculta ao Juiz da Execução Penal a possibilidade de deixar de reconverter a pena se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior, o que não se vislumbra nos autos, pois o regime fechado é incompatível a prestação de serviços à comunidade, não se admitindo o cumprimento simultâneo de ambas as penas. V. Nada obstante o fato de a pena pecuniária, isoladamente, permitir o seu cumprimento concomitante com a sanção corporal, o mesmo não se pode admitir no tocante à prestação de serviços à comunidade, razão pela qual a reconversão operada pelo Juízo das Execuções mostra-se necessária. VI. Ordem denegada, nos termos do voto do Relator. (HC 227.661/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 20/06/2012) “Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetradopela Defensoria Pública em favor de K. J. do N. D., apontando como autoridade coatora o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Agravo em Execução n.° 70051957850).
 Consta dos autos que o Juízo das execuções converteu as penas restritivas de direitos aplicadas ao paciente, sob o argumento de que seria incompatível o seu cumprimento, tendo em vista superveniente condenação a ser cumprida em regime semiaberto, (...). In casu, foi estabelecida como restritiva de direitos a prestação de serviços à comunidade, sendo que sobreveio condenação ao cumprimento de pena no regime semiaberto. Assim, plenamente viável a conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade, diante da incompatibilidade de cumprimento da pena em regime semiaberto com a restritiva de prestação de serviços à comunidade.
ESPÉCIES DE PENAS ALTERNATIVAS:
PRESTAÇÃO PECUNIARIA: 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Na prestação pecuniária o salário minimo a ser observado é o vigente no tempo que se der o efetivo PAGAMENETO, não o da época do fato como na pena multa. Prestação pecuniária e pena multa são penas alternativas distintas. 
PRESTAÇÃO DE OUTRA NATUREZA:
Art 45 (...) § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Violação do principio da legalidade dos delitos e das penas. Não a há crime sem lei anterior não há pena sem prévia definição legal. 
PERDA DE BENS E VALORES: 
Art 45 (...) § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciario Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Que bens poderiam ser abrangidos no confisco? Não estão inclusos os do art. 91 CP. Logo esta pena alternativa poderia atingir os bens legalmente conquistados pelo agente. 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE:
Art. 46 - A prestação de serviços a comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistências, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
Parágrafo único - As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas, durante oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Interdição temporária de direitos(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A PSC na LEP ( explicação de como será o procedimento do serviço a comunidade)
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. ( Lembrar do art. 46 CP incs. 4 que diz que se a pena for superior a 1 ano o condenado poderá cumprir em menor tempo, não inferior a metade da pena cominada. E para sua efetividade é permitida o cumprimento de 16hrs semanais) 
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS 
“Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; [ver art. 92, I do CP] 
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; [ver arts. 292, 302, 303, etc., do CTB] 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares; 
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011) [ver art. 311-A do CP]” 
LIMITAÇÃO DE FINAL DE SEMANA
 “Limitação de fim de semana Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.”
MULTA: A multa pode ser aplicada em qualquer pena, e como pena restritiva de direitos. 
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código. 
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial.”
Ou seja, para a pena multa no tipo de pena restritivade direitos não importa se ela está prevista no tipo legal, ela sempre pode ser aplicada. 
SITUAÇÕES ESPECIAIS: 
LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/06): Só não se admite a substituição pelas penas alternativas referidas no seu art. 17: 
“Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica, ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. 
Porém é pacificado no STJ “PENAL. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. ART. 44 DO CP. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO. VIOLÊNCIA. 1. A violência de menor potencial ofensivo não impede a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos. 2. Ordem concedida. (HC 209.154/MS, Rel. Ministro OG FERNANDES, Rel. p/ Acórdão Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 11/10/2011, DJe 28/05/2012)”
Ainda, porém, há impossibilidade de substituição por pena alternativa na lesão corporal leve com violência doméstica - prevista no art. 129, §9º, do Código Penal (introduzido pela lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha): Pois se trata, o crime do §9º, do art. 129 do CP, de crime com violência / grave ameaça de maior potencial ofensivo (e não, portanto, de menor potencial ofensivo), uma vez que a pena máxima deste crime é de 3 anos (isto é, não se trata de um crime da competência do Juizado Especial Criminal, que só abarca delitos de pena máxima prevista até 2 anos). Logo, este delito está sujeito a proibição de substituição por pena restritiva de direito.
HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL [ART. 129, §9º DO CP]. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. SUBSTITUIÇÃO DA SANÇÃO RECLUSIVA POR PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. BENEFÍCIO CASSADO PELO TRIBUNAL ORIGINÁRIO. NÃO PREENCHIMENTO DO REQUISITO PREVISTO NO INCISO I DO ART. 44 DO CP. CRIME COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA. NEGATIVA DE PERMUTA JUSTIFICADA. COAÇÃO ILEGAL NÃO DEMONSTRADA. 1. Inviável acoimar de ilegal o acórdão impetrado no ponto em que cassou a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos concedida pelo Juízo singular, pois, não obstante a sanção imposta tenha sido inferior a 4 (quatro) anos, verifica-se que se trata de delito cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, não restando preenchido, assim, o requisito previsto no art. 44, I, do CP. 2. Ordem denegada. (HC 199.250/MS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 14/12/2011)
A LEI DE DROGAS (LEI 11.343/06): Inconstitucionalidade nos seus arts. 33, §4º, e 44
“Art. 33. (…) § 4 o Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)” (…) 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.”
Porém é pacifico no STF o contrário. 
S T F HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 44 DA LEI 11.343/2006: IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. O processo de individualização da pena é um caminhar no rumo da personalização da resposta punitiva do Estado, desenvolvendo-se em três momentos individuados e complementares: o legislativo, o judicial e o executivo. Logo, a lei comum não tem a força de subtrair do juiz sentenciante o poder-dever de impor ao delinqüente a sanção criminal que a ele, juiz, afigurar-se como expressão de um concreto balanceamento ou de uma empírica ponderação de circunstâncias objetivas com protagonizações subjetivas do fato-tipo. Implicando essa ponderação em concreto a opção jurídico-positiva pela prevalência do razoável sobre o racional; ditada pelo permanente esforço do julgador para conciliar segurança jurídica e justiça material. 2. No momento sentencial da dosimetria da pena, o juiz sentenciante se movimenta com ineliminável discricionariedade entre aplicar a pena de privação ou de restrição da liberdade do condenado e uma outra que já não tenha por objeto esse bem jurídico maior da liberdade física do sentenciado. Pelo que é vedado subtrair da instância julgadora a possibilidade de se movimentar com certa discricionariedade nos quadrantes da alternatividade sancionatória. 3. As penas restritivas de direitos são, em essência, uma alternativa aos efeitos certamente traumáticos, estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que todas elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é mesmo a sua natureza: constituir-se num substitutivo ao encarceramento e suas seqüelas. E o fato é que a pena privativa de liberdade corporal não é a única a cumprir a função retributivo-ressocializadora ou restritivopreventiva da sanção penal. As demais penas também são vocacionadas para esse geminado papel da retribuição-prevençãoressocialização, e ninguém melhor do que o juiz natural da causa para saber, no caso concreto, qual o tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, ao mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo comportamentos do gênero. 4. No plano dos tratados e convenções internacionais, aprovados e promulgados pelo Estado brasileiro, é conferido tratamento diferenciado ao tráfico ilícito de entorpecentes que se caracterize pelo seu menor potencial ofensivo. Tratamento diferenciado, esse, para possibilitar alternativas ao encarceramento. É o caso da Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, incorporada ao direito interno pelo Decreto 154, de 26 de junho de 1991. Norma supralegal de hierarquia intermediária, portanto, que autoriza cada Estado soberano a adotar norma comum interna que viabilize a aplicação da pena substitutiva (a restritiva de direitos) no aludido crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 5. Ordem parcialmente concedida tãosomente para remover o óbice da parte final do art. 44 da Lei 11.343/2006, assim como da expressão análoga “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 do mesmo diploma legal. Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da proibição de substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos; determinando-se ao Juízo da execução penal que faça a avaliação das condições objetivas e subjetivas da convolação em causa, na concreta situação do paciente. (HC 97256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2010, DJe-247 DIVULG 15-12-2010 PUBLIC 16-12-2010 EMENT VOL-02452-01 PP-00113 RT v. 100, n. 909, 2011, p. 279-333)
 CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE
Artigo 107 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL: 
“Ação penal pública incondicionada: (regra) Toda a cão penal é publica incondicionada, salvo aquelas que são identificadas na lei como “somente se procede mediante representação”“ somente se procede mediante queixa” “somente se procede medianterequisição do Ministro da Justiça”. 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ação penal pública condicionada a representação do ofendido: Quando o ofendido precisa dizer que quer prestar queixa, não se confunde com fazer o BO mas falar ou assinar um formulário afirmando que quer prestar queixa, assim o MP pode prosseguir com a denúncia. 
Art. 24 CPP. (...) § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
Exemplos: Arts. 145, §Ú, 2ª e 3ª partes – no crime contra honra do funcionário público, em razão das suas funções e na injúria com preconceito; 147, §Ú - ameaça; 152 §Ú – abuso de correspondência comercial; 153, §1º - divulgação de segredo; 154, §Ú – violação do segredo profissional; Art. 129, caput e §6º – lesão corporal leve e culposa, conforme o Art. 88, da Lei 9.099/95 (com exceção da lesão leve produzida no âmbito doméstico e familiar – introduzida no CP, no Art. 129, §9º, pela Lei 11.340/06, Lei Maria da Penha); em geral, nos crimes contra a liberdade sexual (Arts. 213, 215, 216-A, conforme o Art. 225), com exceção, sob a forma de ação penal pública incondicionada, para os crimes cometidos contra menor de 18 anos ou pessoa vulnerável – capitulados nos Arts. 217-A, 218, 218-A e 218-B (pessoa vulnerável, nos termos do art. 217-A, caput e §1º, é a vítima menor de 14 anos, ou quem, por enfermidade ou deficiência mental). 
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Depois de OFERECIDA a denúncia (oferecimento é quando o MP protocola perante a justiça aquela denúncia) a vítima não tem mais direito a renuncia de representação e o processo irá seguir em frente
Art. 39 CPP. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
Ação penal privada: Quando o Estado deixa toda a ação penal em mãos da vítima, diferente da A.P. C Representação onde só é necessário oferecer a queixa e o resto do processo será seguido pelo MP, nesse a vítima necessita contratar um advogado que fará papel de procurador e oferecerá a queixa ( peça inicial igual a denuncia do MP), ficando responsável pelo impulsionamento do processo. Custas processuais e honorárias advocatícios não entram na causa como acontece no Proc. Civil. 
Art. 100 CP: § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 100 CP: § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Exemplos: Em geral, nos crimes contra a honra (Arts. 138, 139, 140, conforme o Art. 145, todos do CP); CP, Art. 161, §3º - esbulho possessório; CP, Arts. 163, Inc. IV e 164, conforme o Art. 167 – dano por motivo egoístico e introdução ou abandono de animais em propriedade alheia; CP, Art. 179, §Ú - fraude à execução; etc.
Após o recebimento da queixa ainda pode ocorrer o PERDÃO DO OFENDIDO, é um ato bilateral (o acusado deve aceitar) e pode acontecer até o transito em julgado, é um ato que só pode ocorrer em ações penais privadas.
Art. 105 CP - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DECADENCIA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO:
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Outras causas extintivas: 
“Art. 107 CP - Extingue-se a punibilidade: (...) II - pela anistia, graça ou indulto;”
LEP: Art. 187. Concedida a anistia [PERDÃO POR LEI], o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade [Ex.: Lei 13.254/2016 – Lei da Repatriação de Ativos]. 
Art. 188. O indulto individual [GRAÇA] poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. 
Art. 189: A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. Art. 
191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. 
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação. 
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo [VIA DECRETO PRESIDENCIAL “NATALINO”], o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.
ART 107 CP III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Quando uma nova lei descriminaliza a conduta, ou quando a lei é derrogada. Não basta quando ouve apenas derrogação parcial da conduta (que ocorre em casos que a lei especial é derrogada mas segue a vigência da lei geral), exige que acontece revogação total, que a conduta não reste incriminada por qualquer outra norma. 
ART 107 CP IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
“Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-áperempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 ("Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31 [cônjuge, ascendente, descendente ou irmão], podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone"); 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.”
ART 107 CP VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
Só existe dois casos: 1º.- Art. 143 do CP – retratação cabal da calúnia ou da difamação, na ação penal privada, até antes da sentença; 
2º.- Art. 342, §2º do CP – retratação ou declaração da verdade no processo em que foi proferido o falso testemunho, antes da prolação da sentença respectiva.
ART 107 CP IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Exemplos: Art. 121, §5º - no homicídio culposo, quando as consequências do fato atingirem o agente de forma tão grave que a pena se torne desnecessária (hipótese conhecida como “punição pelo próprio destino”, também aplicável, por interpretação jurisprudencial, na hipótese do art. 302 da Lei 9.503/97, o CTB); 
Art. 129, §8º - idem a situação anterior, na lesão corporal culposa (também aplicável, por interpretação jurisprudencial, na hipótese do art. 303 da Lei 9.503/97, o CTB); 
Art. 140, §1º - provocação da injúria pelo ofendido ou retorsão imediata; 
Art. 249, §2º - a devolução de menor ou interdito, sem que tenha sofrido maus-tratos ou privações, no crime de subtração de incapazes; §5º, do Art. 1º, da Lei 9.613/98 – delação na lavagem de capitais; Art. 4º, da Lei 12.850/13 (delação em âmbito de organização criminosa).
PROGRESSIVIDADE, REGRESSIVIDADE, LIVRAMENTO CONDICIONAL E MEDIDA DE SEGURANÇA
PROGRESSIVIDADE: O cumprimento de penas privativas de liberdade opera em um sistema progressivo. Onde o apenado pode progredir de pena conforme o tempo cumprido de pena. Se o agente tiver iniciado em regime fechado ele pode progredir para semiaberto e depois para aberto, até o livramento condicional.
Requisitos: 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
Existe o requisito objetivo e o subjetivo. No requisito objetivo é o fato do preso ter cumprido pelo menos 1/6 da pena no regime anterior, ou seja, no regime em que ele está cumprindo. 1/6 da pena pode ser cumprido por tempo encarcerado, remido do trabalho ( 3 dias trabalhados resultam em menos 1 dia de pena) e o remido de estudo ( a cada 12 horas de estudo é diminuído 1 dia de pena, seja em atividade de ensino fundamental, médio, superior, profissionalizante ou ainda requalificação profissional). 
SUMULA 341 STJ: «A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
SUMULA 562 STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa,
AINDA ASSIM, parte do tempo remido através de estudo ou trabalho ( que deve ser considerado como tempo de pena cumprida ) pode ser perdido em caso de falta grave. 
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Além de perder os dias remidos a falta grave também impacta no tempo necessário para a progressão de regime zerando sua contagem de tempo. 
SUMULA 534 STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
SUMULA 535 STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto
SUMULA 441 STJ : A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional
O requisito subjetivo é o bom comportamento carcerário, onde a comprovação se da através de atestado de comportamento carcerário emitidos pelos diretores dos estabelecimentos prisionais. A pouco tempo se debatia a possibilidade do Juiz exigir ao preso, para conseguir a progressão, a avaliação de uma comissão técnica de classificação e/ou de exame criminológico. A parte minoritária da doutrina é contra com o argumento de que nunca se houve acompanhamento daquele preso mas haverá uma simples analise pontual que não opera num paradigma jurídico mas sim moral buscando que o preso se mostre arrependido e assuma seu delito. Ainda porém, mesmo com essas críticas a doutrina majoritária diz que o juiz pode exigir tais avaliações com justificativa fundamentada. É sumula em ambos tribunais superiores. 
SUMULA VINCULANTE 26 STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. 
SUMULA 439 STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. 
 CRIMES ESPECIAIS: 
Nos casos de crime contra a administração pública há um requisito adicional 
Art. 33 CP § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
Nos crimes hediondos e equiparados há um lapso temporal maior.
LEI 8.072/90 § 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. 
Este requisito só se aplica para crimes cometidos a partir do dia 29.03.2007 data do inicio da vigência da lei. Casos anteriores se aplicam da mesma forma dos outros crimes (1/6 da pena cumprida e bom comportamento carcerário). Pois leis mais danosas não são retroativas.
“Penal. Regime de pena e progressão. L. 11.464/07. Irretroatividade da lei mais severa. Sendo mais benéfica a regra acerca do regime de cumprimento da pena, inicial, intermediário ou final, existente no momento da prática do crime, é esta que tem aplicação. Tal conclusão advém do fundamento limitador do ius puniendi do Estado, preconizado pelo princípio da legalidade o qual, por sua vez, veda a retroatividade de leis mais danosas aos indivíduos e também da garantia da individualização da sanção criminal. Todas as regras referentes à sanção criminal se determinam no momento da prática da infração criminal: tipo penal, espécie de sanção criminal, limites mínimos e máximos da pena abstrata, regras de sua dosimetria no juízo de cognição (juízo de condenação) e regras da individualização na execução (juízo de execução da pena). Os novos lapsos temporais de 2/5 e 3/5 restringem o direito fundamental de liberdade, embora parcial, bem como o retorno progressivo ao convívio social. * 10 Por outro lado, a regra deprogressão após cumprido 1/6 da pena é uma regra de garantia, a qual se aplica aos fatos cometidos durante a sua vigência. Não se trata de lei de cunho processual e nem técnico-processual, motivo pelo qual não tem aplicação o princípio do tempus regit actum. Aplica-se, sim, a todo direito repressivo, o princípio da proibição da retroatividade da lei penal porque se trata de uma ‘garantia política contra a arbitrariedade legislativa, judicial ou penitenciária na função punitiva’ , tutelando, portanto, ‘liberdade e os direitos fundamentais do cidadão’. O momento-critério à aplicação da lei favorável é o da data da prática do fato delituoso (tempus delicti) e não o da acusação, da sentença condenatória e nem o trânsito em julgado da decisão. Isso porque, como afirma é o momento em que as regras ‘se realizam, quer dizer, o momento em que elas produzem e esgotam os seus efeitos jurídicos’. Preliminar rejeitada. Liminar confirmada. Ordem concedida” (TJRS - 6ª C. - HC 70025715590 - rel. Nereu José Giacomolli - j. 04.09.2008 - DOE 12.09.2008)
SUMULA 471 STJ Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. 
É POSSÍVEL PROGREDIR POR SALTO (no caso, p. ex., em que o sujeito já cumpriu, no fechado, tanto o tempo necessário para passar ao semiaberto, como o lapso que seria necessário, neste, para passar ao aberto)? A jurisprudência majoritária responde que não. 
“HABEAS CORPUS – PROGRESSÃO PARA REGIME ABERTO – PROGRESSÃO AOS SALTOS – IMPOSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. 1- O artigo 112, da Lei 7.210/84 determina que a progressão de regime não se dará aos saltos, sendo necessário o cumprimento de período pré- determinado no regime anterior. 2- Para a retirada do óbice à progressão, é necessário o cumprimento de requisitos objetivo e subjetivos, devendo estes estarem comprovados nos autos. 3- Ordem denegada. (HC 81.203/SC, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), QUINTA TURMA, julgado em 14.08.2007, DJ 24.09.2007 p. 343)”
REGRESSÃO DE REGIME: Por outro lado o preso que se encontra em regime aberto pode regredir para semiaberto e fechado, adiante de situações aqui expostas.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado
 I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
 §1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta [este trecho final já não se aplica, na medida em que vale o critério do art. 51 do CP, isto é, a pena de multa – sublinhe-se, a multa pena – impaga se apresenta como dívida de valor e, como tal, deve ser cobrada na Vara da Fazenda Pública]. 
§2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.”
 SUMULA 526 STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
IV - provocar acidente de trabalho; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. [ou seja, “obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se”; e , “execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas”;]
 VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
O CHAMADO RDD – REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (solitária): (Art. 52 com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
 “Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
 II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
§1 O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
§2 Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.”
LIBERDADE CONDICIONAL: 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença[ver LEP, art. 132] ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
 Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
LEP ART. 132 Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.
Se revogado o livramento existe 3 hipóteses de situação que podem ocorrer:
Revogação em razão de condenação por crime irrecorrível que o fato aconteceu ANTES do livramento (ART 86 INCS II). Soma as duas penas ( ART 84 CP As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.), mas é descontado o período que o preso já cumpriu, ou seja soma-se a pena nova com o que resta cumprir da pena antiga. Poderá obter NOVO livramento condicional seguindo os mesmos termos (ART 83). 
Revogação em razão de crime irrecorrível que aconteceu DURANTE o LC. Cumpre o restante de pena, não é descontado o período em que esteve solto e não pode obter novo LC.
Revogação em razão de descumprimento das condições do LC. Cumpre-se o restante da pena, não se descontando o período que esteve solto e não pode obter livramento condicional. 
MEDIDA DE SEGURANÇA: Se dá para casos de agentes inimputáveis ou semi-imputáveis, o conceito de imputabilidade é a capacidade psíquica de reprovação que o autor tem do injusto penal. O que é certo ou errado. A capacidade do entendimento do caráter ilícito do fato. Existe o sujeito que se ele não possui pelo menos 1 dessas capacidades ele é ININPUTAVEL ou que tem essas capacidades prejudicadas ele é SEMI-IMPUTÁVEL.
Para a avaliação psíquica do agente ocorre o INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL ( CP ARTS. 149-154). E o estudo irá avaliar a capacidade do agente no TEMPO DO FATO CRIMINOSO. 
 INIMPUTABILIDADE: o autor fica isento de pena, ou seja, uma vez afastada a sua imputabilidade fica excluída a sua culpabilidade, resultando em uma absolvição com aplicação de medida de segurança (Art. 97 do CP); -
SEMI-IMPUTABILIDADE: não sendo afastada a imputabilidade mantém-se a culpabilidade e, assim, o sujeito pode ser condenado, mas beneficia-se de minorante concedida pelo já referido Parágrafo Único, do Art. 26 do CP, entre 1/3 e 2/3. Na forma do Art. 98 do CP o Juiz pode dispor que o condenado deve cumprir a pena apurada ou pode substituí-la por medida de segurança (ou uma ou outra).
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Súmula 527 STJ - O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
A MEDIDA DE SEGURANÇA PODE PRESCREVER: No caso de réu inimputável, cuja sentença é absolutória, a única espécie de Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) possível é a Abstrata, e também pode haver a Prescrição da Pretensão Executória (PP Executória), mas em ambas deve tomar-se a pena máxima prevista no tipo penal para, em seguida, em consulta ao art. 109 do CP, modulado pelo art. 115 do mesmo Código, chegar-se ao prazo prescricional a ser considerado. 
Se fluir até o derradeiro trânsito em julgado, terá havido Prescrição da Pretensão Punitiva Abstrata. 
Se não se concretizou até antes do derradeiro trânsito em julgado, mas se consumou contando-se também parte de tempo transcorrido no período subsequente até antes do dia de início da internação ou tratamento ambulatorial (aplicável, como visto em precedente, o art. 117, V do CP), terá havido a Prescrição da Pretensão Executória. *
Vale observar que se deve contar: do fato ao recebimento da denúncia [e, em caso de Júri, deste até a sentença de pronúncia; e, desta até a confirmação da pronúncia], sendo que a sentença que reconhece a inimputabilidade é absolutória e, assim, não se erige em marco interruptivo da prescrição (não se aplicando o Inc. IV, do Art. 117 do CP). Assim, como dito: (i) se o prazo fluiu entre fato e recebimento da denúncia, ou, do último marco interruptivo (recebimento da denúncia; ou, se o caso é de Júri, da sentença de pronúncia, ou se houver, do acórdão confirmatório da pronúncia) e antes de haver o derradeiro trânsito em julgado, terá ocorrido uma PPP Abstrata; (ii) se o prazo fluiu do último marco interruptivo (recebimento da denúncia; ou, se o caso é de Júri, da sentença de pronúncia, ou se houver, do acórdão confirmatório da pronúncia) contando também parte de tempo transcorrido após o derradeiro trânsito em julgado, mas antes do início do cumprimento da MS, terá ocorrido uma PP Executória. 
No caso de réu semi-imputável, cuja sentença é condenatória, como há medição de pena (que, só após, é substituída pela MS), todas as espécies de Prescrição da Pretensão Punitiva são possíveis (PPP Abstrata, PPP Retroativa e PPP Intercorrente) e também pode haver a Prescrição da Pretensão Executória (PP Executória), exatamente como ocorre com agentes imputáveis, inclusive no que se refere a contagem entre os tradicionais marcos interruptivos da

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