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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu a Distância 
 
 
 
 
 
 
Auditoria e Perícia 
Contábil 
 
Redação de Laudos e 
Pareceres 
Segunda versão 
 
 
 
 
 
 
 
Autorasa: Arlinda Cantero Dorsa 
 Maria Fernanda Borges Daniel de Alencastro 
 
EAD – Educação a Distância 
Parceria Universidade Católica Dom Bosco e Portal Educação 
 
 
 
 
2 
www.eunapos.com.br 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – LINGUAGEM E INTERAÇÃO ................................................................ 04 
1.1 A relação entre os termos língua, linguagem e fala ............................................... 04 
1.2 Língua e Fala ......................................................................................................... 05 
1.3 A Linguagem e seus sistemas ................................................................................. 08 
1.4 Funções da linguagem ............................................................................................ 11 
 
UNIDADE 2 – O TEXTO COMO INTERAÇÃO COM O OUTRO .................................. 15 
2.1 Conceito de Texto ................................................................................................. 16 
2.2 Fatores textuais ....................................................................................................... 19 
2.3 Texto e contexto ...................................................................................................... 22 
 
UNIDADE 3 – REGRAS INTERATIVAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ......................... 25 
3.1 Adequação .............................................................................................................. 25 
3.2 Concisão ................................................................................................................. 26 
3.3 Clareza .................................................................................................................... 29 
3.4 Correção gramatical ................................................................................................ 30 
3.5 Vigor e Ênfase ........................................................................................................ 32 
 
UNIDADE 4 - GÊNEROS ADMINISTRATIVOS NA REDAÇÃO TÉCNICA .................. 34 
4.1 Gêneros e Tipologias Textuais ................................................................................ 34 
4.2 Descrição ............................................................................................................... 35 
4.3 Narração .................................................................................................................. 38 
4.4 Dissertação ............................................................................................................. 39 
 
UNIDADE 5 – INTERAÇÃO ENTRE TEXTOS TÉCNICOS .......................................... 41 
5.1 Modalidades do texto técnico .................................................................................. 42 
5.2 Tipos de Correspondência Oficial ........................................................................... 43 
5.3 A comunicação no texto oficial ................................................................................ 43 
5.4 A correspondência empresarial e comercial ............................................................ 44 
5.5 Como simplificar o texto técnico .............................................................................. 45 
5.6 Algumas modalidades do texto técnico ................................................................... 45 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 66 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Vivemos uma nova época. Os computadores há muito substituíram as 
máquinas de escrever. A comunicação, antes via correio ou mesmo por telefone fixo, 
é, agora, feita nas empresas de uma forma mais simples, ágil e rápida. Isto tudo é 
possível por meio de fax, e-mail, msn, ou até WhatsApp. 
Desta forma, há de se pensar um pouco mais sobre a qualidade da escrita 
usada ao produzir comunicação por um desses novos dispositivos. Até por que ao 
se usar as tecnologias atuais, não podemos deixar de perceber a necessidade de 
agilidade em se escrever e também de adaptar a linguagem escrita a essas 
diferentes modalidades de texto. 
Não há por parte da maioria dos profissionais uma preocupação em valorizar 
o processo de redação técnica. Alguns profissionais se esquecem de que a palavra, 
oral ou escrita, é o seu instrumento de trabalho, a sua ferramenta essencial para 
realizar qualquer tipo de negociação. Na área contábil e nas áreas afins, a qualidade 
da linguagem técnica deve ser como um cartão de apresentação, isto é, quanto mais 
qualidade houver, mais facilidade haverá na interlocução profissional. 
Este curso tem por objetivo fazer uma breve revisão referente às questões 
de linguagem oral e escrita, bem como às modalidades dos textos técnicos, com o 
intuito de auxiliar profissionais da área contábil e de áreas afins à contabilidade, 
também. 
Bom estudo e sucesso! Relembrando o filme “Sociedade dos Poetas 
Mortos”, CARPE DIEM, aproveite o seu dia! 
 
 Profª Arlinda e Profª Maria Fernanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 – LINGUAGEM E INTERAÇÃO 
 
Nesta primeira unidade “Linguagem e interação” temos por objetivo mostrar a 
importância de se compreender conceitos relativos à Linguagem, língua e fala para 
que seja possível unir essas teorias às questões práticas na elaboração de textos 
técnicos voltados às diversas áreas do conhecimento. 
 
Fonte: http://migre.me/u2D3H 
 
1.1 A relação entre os termos língua, linguagem e fala 
 Para que possamos ler e produzir qualquer tipo de texto, é importante 
conhecermos e observarmos alguns fundamentos linguísticos básicos, dentre eles a 
importância da linguagem, os níveis e funções. 
 Ainda que sejam utilizadas para designar a mesma realidade, sob o ponto de 
vista linguístico não podem ser confundidos. O estudo da língua pode ser 
considerado em duas perspectivas distintas: 
 como sistema: a partir dos mecanismos estruturais e funcionais que 
servem para identificar ou descrever a língua. 
 como instrumento de comunicação: meio de troca de mensagens entre 
as pessoas, conforme se observa no esquema a seguir. 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: http://migre.me/u2QVl 
1.2 Língua e Fala 
De todos os códigos utilizados na comunicação, o mais importante é a língua. 
Entende-se língua como uma criação social de grande importância por ser um 
veículo de conhecimento utilizado pelos seres humanos. 
No caso da linguagem técnica, faz-se necessário o pleno domínio da língua, 
pois ela faculta ao profissional condições de interação com os demais profissionais 
da área e também a interlocução com profissionais das áreas afins. 
 
Fonte: http://migre.me/u2T9c 
 
 
 
 
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Alguns pontos devem ser observados em relação à língua. Esses pontos 
podem facilitar o entendimento sobre o uso competente do idioma na comunicação 
empresarial, administrativa e oficial. À medida que os profissionais são capazes de 
interagir como usuários competentes da língua, eles também podem vislumbrar 
melhores posições no mercado de trabalho que está cada vez mais competitivo e 
exigente. 
A seguir estamos enumerando informações pertinentes ao uso da língua, 
tendo como ponto privilegiado a Língua Portuguesa. Observe: 
 A língua é a parte social da linguagem, é o seu idioma. 
 Ela pertence a uma comunidade ou grupo social, e sóa comunidade como 
um todo pode agir sobre a língua. Exemplo: língua portuguesa ou 
francesa. 
 Cada indivíduo pode fazer uso da língua conforme a sua vontade, criando, 
assim a fala; ainda que a língua seja exterior ao indivíduo não pode, 
portanto, modificá-la ou criá-la. 
 Por pertencer a uma comunidade, pode também ser identificada como 
coletiva e comparada a um dicionário, pois é impessoal e comum a todos 
os seus integrantes. 
 Assim, a língua e a fala são fenômenos distintos, podendo-se afirmar que 
a fala é o uso que o indivíduo faz da língua, é pessoal, é individual, pois 
cada falante a produz conforme a sua vontade e corresponde à realização 
motora da linguagem. 
 Compreende a articulação e a emissão dos fonemas, pois, se trata de um 
processo mecânico de comunicação verbal, é o som provocado pelas 
vibrações das pregas vocais, amplificadas pela laringe e cabeça e 
modeladas pelos órgãos fonoarticulatórios, formando os diferentes sons 
que são agrupados em palavras e frases ritmadas e faladas com certo 
grau de intensidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INFORMAÇÃO IMPORTANTE! 
 
A função referencial está presente nos textos dissertativos, técnicos, 
instrucionais, jornalísticos e todos os outros que têm a informação como 
principal objetivo. Ela é considerada a função mais comum porque a 
informação é a finalidade maior de todo ato de comunicação. Vale lembrar 
que em um mesmo texto várias funções podem estar presentes, mas sempre 
haverá uma função predominante. 
 
Fonte: <http://escolakids.uol.com.br/funcao-referencial.htm>. Acesso em: 04/05/2016 
 
 
É relevante afirmar que a qualidade no uso da língua é possível também 
quando há a preocupação em trabalhar a teoria linguística voltada à prática no uso 
competente do idioma. 
 
Fonte: http://migre.me/u2Dca 
 
Quando sabemos que a língua é dinâmica e que está propensa a diferentes 
usos, também podemos aplicar, tanto na escrita quanto na oralidade, mecanismos 
diversificados de comunicação. Isto facilita entendermos, inclusive, a linguagem 
técnica e sua importância na área profissional. 
Duas forças atuam com relação à língua e se opõem, são elas: 
 Tendência à uniformidade: força exercida pela escola, pelos meios de 
comunicação; pela rejeição dos falantes a frases que fogem do padrão. 
 Variedade decorrente dos usos individuais. 
 
 
 
 
 
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É bom refletir! 
 
Fonte: http://migre.me/u3EBG 
 
Ao abordarmos esta máxima que TODA LÍNGUA É UM CÓDIGO, MAS 
NEM TODO CÓDIGO É UMA LÍNGUA, estamos reafirmando a necessidade de os 
profissionais dominarem o idioma para que sejam capazes de observar os diferentes 
usos e momentos de comunicação. 
 
1.3 A Linguagem e seus sistemas 
 
A linguagem é um sistema de signos capaz de representar por meio de 
alguma substância significante (som, cor, imagem, gesto) significados básicos que 
resultam de uma interpretação da realidade e da categorização mental dessa 
interpretação. 
Saussure acreditava ser muito importante para os estudos linguísticos 
compreender a natureza do signo. Isto foi explicado por ele da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
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O signo, soma, sema, etc. Só se pode, verdadeiramente, 
dominar o signo, segui-lo como um balão no ar, com certeza de 
reavê-lo, depois de entender completamente a sua natureza, 
natureza dupla que não consiste nem no envoltório e também 
não no espírito, no ar hidrogênio que insufla e que nada valeria 
sem o envoltório. O balão é o sema e o envoltório o soma, mas 
isso está longe da concepção que diz que o envoltório é o 
signo, e o hidrogênio a significação, sendo que o balão, por sua 
vez, nada é. Ele é tudo para o aerosteiro, assim como o sema é 
tudo para o linguista. (2002, p. 102-103). 
 
 
Fonte: http://migre.me/u2SkN 
 
 É por meio dela que nos expressamos e comunicamos, é a capacidade 
que temos de transmitir conhecimentos, trocar informações, opiniões, 
extravasar nossas emoções e pontos de vista sobre o mundo e as coisas 
que no rodeiam. 
 São chamadas Línguas Naturais o francês, japonês, inglês, etc., a pintura, 
a música, a dança, os sistemas gestuais, bem como os sistemas particulares 
de signos tais como: código morse, os mitos, os logotipos, os quadrinhos, 
são exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano. 
 Algumas linguagens são universais (línguas naturais, a música) presentes 
em todas as culturas do mundo; outras se desenvolveram nas culturas 
letradas (desenvolvimento, especialização e sofisticação dos usos da 
escrita). 
 
 
 
 
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É relevante expor que observemos algumas concepções utilizadas para 
conceituar linguagem: 
 
Há uma hipótese de que nós seres humanos falamos desde o 
homo sapiens, cujo surgimento é estimado entre 120-60 mil 
anos a.C. Segundo esta concepção, a linguagem humana é 
tida ora como representação do mundo e do pensamento e o 
conhecimento humano, ora como instrumento de comunicação, 
um código, tendo como função principal a transmissão de 
informação. (PETRI, 2008, p. 1) 
 
Dado que a linguagem decorre das práticas sociais de uma cultura humana e 
as representa e modifica, o exercício da linguagem é atividade predominantemente 
social. As linguagens utilizadas pelo homem pressupõem conhecimento, por parte 
de seus usuários, do valor simbólico de seus signos. 
Tanto é real essa afirmação, como é também real pensar o papel que 
exercemos ao longo da nossa atividade comunicativa. Isto é, em algumas situações 
somos os emissores e em outras ocasiões somos os receptores e assim, 
sucessivamente, vamos interagindo. 
 
Fonte: http://migre.me/u2R79 
Qualquer interação estaria prejudicada se não houvesse comunicação 
possível. A comunicação só é possível, se houver consonância de ideias entre 
emissor e receptor. Numa dada situação dialógica há o processo interativo verbal e 
 
 
 
 
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não verbal, esses fazem parte de um contexto mais amplo, com aspectos que 
antecedem à situação imediata ou as projeta para acontecimentos futuros. De 
acordo com Bakhtin, (2002, p. 121), essa interação se dá pela 
 
enunciação enquanto tal é um produto da interação social, quer 
se trate de um ato de fala determinado pela situação imediata 
ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das 
condições da vida de uma determinada comunidade linguística. 
 
Essa relação contínua leva em conta como se assimilam as palavras, como 
são criadas constitutivamente as respostas contextuais e como as práticas sociais 
influenciam nossos modos de interação. E é na interação que as questões relativas 
aos textos técnicos vão sendo produzidos. 
 
1.4 Funções da linguagem 
Funções da linguagem são as formas como cada indivíduo organiza sua 
fala dependendo da mensagem que se quer transmitir. A linguagem pode ser usada 
para expressar sentimentos, para informar, para influenciar pessoas e situações. A 
transmissão de uma mensagem pressupõe um emissor, um receptor, um contexto, 
um código e um canal entre o emissor e o receptor. Isto tudo é importante quando da 
elaboração de textos técnicos na área contábil. 
Para trabalharmos com a produção de textos técnicos é importante revermos 
as funções de linguagem. São elas: 
 
 
Fonte: http://migre.me/u2RVN 
 
 
 
 
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1 Expressiva ou emotiva: observação e anotação da atitude do emissor em 
relação à mensagem que quer transmitir, ou seja, observar o discurso emocional, 
subjetivo que cada usuário utiliza, seja pelo uso de adjetivações, exclamações ou 
repetições. 
2 Informativa ou Referencial: observação eanotação das mensagens 
centradas em um referente e que são marcadas pela objetividade, neutralidade e 
imparcialidade, no uso da 3ª pessoa. 
3 Apelativa ou Conativa: observação da forma de uso da linguagem seja 
para convencer ou tentar influenciar o interlocutor fazendo uso de vocativos, 
interjeições, pontos de vista pessoais, níveis de argumentação tendo em vista as 
inter-relações nos cursos propostos. 
4 Fática: observação da utilização de mensagens breves, prolongadas ou 
cortadas nos cumprimentos estabelecidos no início da interlocução com relação às 
diferentes ferramentas de comunicação. 
5 Metalinguística: observação do uso da linguagem para se discutirem os 
conceitos e aprofundarem os conhecimentos. Percebida no uso da intertextualidade, 
ou seja, a presença de diferentes vozes no discurso do usuário. 
6 Poética: Muito encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a função 
poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria mensagem, 
rompendo com o modo tradicional com o qual vemos a palavra. 
Segundo Jakobson (2005), é importante esclarecer que as seis funções 
possuem uma relação entre si, ainda que na comunicação, oral ou escrita, possa 
haver o domínio de uma delas. Para Chalhub (1990, p.9): 
 
Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma 
vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do código, 
entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem, A emissão, que 
organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase 
em uma das funções — e as demais dialogarão em subsídio. 
 
Dentre as funções de linguagem estudadas, em uma perícia contábil, o perito 
normalmente utiliza as seguintes funções: 
- Referencial: as informações contidas nos textos devem ser objetivas e 
impessoais no tocante à verificação dos fatos. 
 
 
 
 
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- Apelativa: é comum a presença da linguagem persuasiva, pois à medida 
que o relator apresenta os fatos e fundamenta-os, necessita emitir um ponto de vista 
de forma a convencer o seu interlocutor. A sua deliberação e decisão dependerá na 
plena ação de sua consciência moral e intelectual. 
- Metalinguística: O perito buscará nos estudiosos sobre o assunto tratado, 
fundamentos teóricos que embasem o seu trabalho e o levem a refletir sobre as 
considerações a serem feitas. 
 
 
Exercício 1 
1 Assinale a alternativa que contenha a sequência correta sobre as funções da 
linguagem, importantes elementos da comunicação: 
 
1. Ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes. 
2. Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da 
comunicação. 
3. Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. 
4. Ênfase no canal para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os 
falantes. 
5. Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico ou 
extralinguístico. 
6. Voltada para o processo de estruturação da mensagem e para seus próprios 
constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético. 
( ) função metalinguística. 
( ) função poética. 
( ) função referencial. 
( ) função fática. 
( ) função conativa. 
( ) função emotiva. 
 
A sequência correta é: 
a) 1, 2, 4, 3, 6, 5 
b) 5, 2, 6, 4, 3, 1 
c) 5, 6, 2, 4, 3, 1 
d) 6, 5, 2, 4, 3, 1 
e) 3, 5, 2, 4, 6, 1 
 
2 Funções da linguagem (ENEM, 2012) 
 
Desabafo 
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. 
Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de 
 
 
 
 
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segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis 
recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas 
para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. 
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da 
linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da 
crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, 
pois 
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. 
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. 
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. 
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. 
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 
 
3 Coloque C para afirmações corretas e E para afirmações erradas. 
 
a ( ) Linguagem é a faculdade que tem o homem de exprimir seus estados 
mentais por meio do processo de interação comunicativa. 
b( ) A linguagem não é exclusiva do homem, uma vez que outros seres podem 
utilizá-la. 
c ( ) A língua é o mais completo e natural sistema de comunicação. 
d ( ) A língua é estática, isto é, não evolui com o processo de desenvolvimento da 
comunidade. 
e ( ) As línguas apresentam-se sob as formas oral e escrita. 
f ( ) Quando nos comunicamos por meio de palavras (oral ou escrita), estamos 
utilizando a linguagem verbal. 
g ( ) Se fazemos uso de gestos e sinais em nossa comunicação, estamos 
utilizando a linguagem não verbal. 
h ( ) Receptor é o falante da mensagem; emissor é o ouvinte da mensagem. 
i ( ) Fala é a utilização individual da língua; é um fenômeno fonético (sons). 
j ( ) A língua está sempre atualizada com novas palavras, por isso move-se 
rapidamente. 
k ( ) A língua é potencial, social e possui código com estrutura própria. 
l ( ) A linguagem verbal é mais rápida e eficaz que a linguagem visual, uma vez 
que transmite a mensagem de forma completa e objetiva. 
 
A sequência correta é: 
 
a) 1) a-C b-E c-C d-E e-C f-C g-C h-E i-C j-E k-C l-C 
b) 1) a-E b-E c-E d-E e-C f-C g-C h-E i-C j-E k-C l-C 
c) 1) a-C b-E c-C d-E e-C f-C g-C h-E i-E j-E k-C l-E 
d) 1) a-C b-E c-C d-E e-C f-C g-E h-E i-C j-E k-E l-C 
e) 1) a-C b-E c-C d-C e-C f-E g-C h-E i-C j-E k-C l-C 
 
Fonte: Adaptado de: <http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
redacao/exercicios-sobre-funcoes-linguagem.htm#resposta-995> 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 - TEXTO COMO INTERAÇÃO COM O OUTRO 
 
 Esta unidade tem por meta, trabalhar o texto como um tecido verbal 
estruturado de tal modo que as ideias formam um todo coeso, uno e coerente. Neste 
contexto, todas as partes devem estar interligadas e manifestar um direcionamento 
único. 
 Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser 
considerado texto, da mesma forma, se lhe falta coerência, se as ideias são 
contraditórias, também não constitui texto. Se os elementos da frase que 
possibilitam a transição de uma ideia para outra não estabelecem coesão entre as 
partes expostas, o fragmento não se configura um texto. 
Pensemos texto como um tecido completo e coerente, com progressão e 
desenvolvimento de ideias intercaladas e amplas. Logo, da expressão texto 
podemos desenvolver diversas formas de sentido para que se possa formar 
comunicação entre interlocutores. 
 
Fonte: http://migre.me/u2SPd 
 
 
 
 
 
 
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2.1 Conceito de Texto 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3oNW 
 
Texto é a unidade básica com que devemos trabalhar no processo de ensino 
da língua portuguesa porque é no texto que o usuário da língua exercita sua 
capacidade de organizar e transmitir ideias, opiniões, informações, ou seja, em 
diversas situações comunicativas. 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3oCg 
 
 
 
 
 
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Tradicionalmente, entende-se por texto um tecido verbal estruturado de tal 
modo que as ideiasformem um todo coeso, uno, coerente e que todas as partes 
devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. 
 Sob o ponto de vista das modernas teorias linguísticas, pode ser entendido de 
maneira mais abrangente ou levar em conta a forma que se estende para outras 
linguagens: 
Linguagem 
Musical 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMtL 
 
Linguagem Visual 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMzd 
 
Linguagem 
Pictórica 
Fonte: 
http://migre.me/1yMFZ
 Linguagem Verbal 
 
 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMJO 
 
Linguagem não 
verbal 
 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMOV
Linguagem Gestual 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMU9 
 
Linguagem 
Postural 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yMYb
 
Linguagem 
Expressional 
 
 
Fonte: 
http://migre.me/1yN2g 
 
 
 Para um bom usuário da língua é constantemente desafiador encarar o texto 
como um produto histórico-social e relacioná-lo a outros textos armazenados na 
memória textual coletiva, assim como aceitar a multiplicidade de sentidos e leituras 
que ele propicia. 
 Nesta unidade, voltada ao estudo do texto, abordaremos diferentes conceitos 
de texto e as condições permitidas para que um conjunto de enunciados constitua 
 
 
 
 
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um todo organizado de sentidos, atendendo às necessidades pragmáticas da 
situação interativa linguística na qual o texto foi gerado. 
 
Os textos se configuram em diferentes maneiras para manifestar ou 
as mesmas funções de linguagem ou os mesmos conteúdos (...) 
aceitemos que outro critério de classificação adequada, para cruzar 
com os das funções, poderia ser o que se refere às diferentes 
maneiras de entrelaçar os fios, de tramá-los, de tecê-los, isto é, aos 
diversos modos de estruturar os recursos da língua para veicular as 
funções da linguagem. (KAUFMAN e RODRIGUEZ, 1995, p.12) 
 
Se texto pode designar diferentes formas de comunicação, também ele 
pode se entrelaçar para ser possível a produção de sentido em diferentes momentos 
de comunicação e linguagem. Para confirmar este conceito de texto, observe o que 
expõe Guimarães, (2000, p. 13-15): 
A palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou escrito, 
longo ou breve, antigo ou moderno; (...) são textos, portanto, uma 
frase, um fragmento de um diálogo, um provérbio, um verso, um 
romance ou até mesmo uma palavra-frase, ou seja, a frase de 
situação ou frase inarticulada, como as que se apresenta em 
expressões como “Fogo!”, “Silêncio!”, situadas em contextos 
específicos. 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3BFe 
 
 
 
 
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 Todo texto é uma sequência de informações: do início até o fim, há um 
percurso acumulativo delas. 
 Às informações já conhecidas, outras novas vão sendo acrescidas e estas, 
depois de conhecidas, terão a si outras novas acrescidas e, assim, 
sucessivamente. 
 A construção do texto flui com um ir-e-vir de informações, uma troca constante 
entre o dado e o novo. 
 Texto é uma unidade significativa, cuja análise requer critérios de coerência, 
coesão e situacionalidade. 
 Linguagens e narratividade são consideradas dentre as faculdades cognitivas e 
caracterizadas pela textualidade, intertextualidade e argumentatividade. 
 
 
 2.2 Fatores textuais 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3Bzn 
 
 Segundo Beaugrande & Dressler (1984), a textualidade é uma característica 
da linguagem que permite aos interlocutores, na interação comunicativa, construírem 
uma textura para as frases e sequências de frases enunciadas; para isto postulam 
sete princípios constitutivos da textualidade definindo e criando o comportamento 
identificável como comunicação textual. 
 
 
 
 
 
 
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2.2.1 Coesão 
 Manifesta-se no nível microtextual, refere-se aos modos como os 
componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão 
ligados entre si dentro de uma sequência; ele se constrói a partir de elementos que 
sinalizam relações entre os componentes da superfície textual. 
 
2.2.2 Coerência 
 Manifesta-se em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos 
como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações 
subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira 
reciprocamente acessível e relevante. 
 Um texto não tem sentido em si mesmo, mas faz sentido pela interação 
entre os conhecimentos que apresenta e o conhecimento de mundo de seus 
usuários. 
 
2.2.3 Intencionalidade 
 Refere-se à intenção do locutor de apresentar uma manifestação linguística 
coesiva e coerente e à dos alocutários de aceitá-la como tal, ou seja, a produção de 
textos funciona como ação discursiva relevante para atingir determinados objetivos, 
ainda que essa intenção nem sempre se realize na sua totalidade. 
 
2.2.4 Aceitabilidade 
 É a disposição ativa de participar de um discurso e compartilhar um propósito; 
ela constitui-se, assim, num importante controle para a seleção e motivação do uso 
das alternativas num texto que estão na dependência direta das intenções do locutor 
que vai, desta forma, utilizar determinados elementos linguísticos para orientar o 
falante/leitor num determinado sentido. 
 
2.2.5 Informatividade 
 É considerado em função dos usuários e da situação em que o texto ocorre. 
É avaliada em função das expectativas e conhecimentos dos usuários, pois eles 
 
 
 
 
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podem tender tanto a rejeitarem textos que têm, para eles, informatividade demais, 
serem difíceis de entendimento ou porque lhes parecem óbvios, ao não lhes 
acrescentarem nenhuma informação nova. 
 
2.2.6 Situacionalidade 
 Constitui-se em um princípio importante para a constituição da textualidade, já 
que a coesão, a coerência, a informatividade e as atitudes/disposições de produtor e 
recebedor (intencionalidade e aceitabilidade) são vistos como o modo como os 
usuários interpretam as relações entre o texto e sua situação de ocorrência: 
perspectivas, crenças, planos e metas dos usuários. 
 
2.2.7 Intertextualidade 
 É considerada a condição prévia na produção e recepção de determinados 
textos, como os resumos, as paráfrases, as resenhas críticas; em um sentido mais 
amplo. 
 Constitui um fator decisivo no processamento de qualquer texto, pois envolve 
os conhecimentos, crenças e ações explícitas e implícitas no material verbal e na 
interpretação que o recebedor faz a partir dos modelos prévios de mundo, de texto e 
de comunicação. 
 Para os autores, produzir ou interpretar textos seriam processos de resolução 
de problemas em que os princípios reguladores: 
 Eficiência, eficácia e adequação teriam a função de contribuir para o inter-
relacionamento dos sete princípios constitutivos da textualidade, de modo que 
determinado texto venha a ser considerado comunicativamente satisfatório, 
apropriado, em função dos objetivos e disposições dos interlocutores e das 
circunstâncias em que ele é produzido e interpretado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplos 
 
 
Conhecimento partilhado. Aceitabilidade. 
Informatividade 
Fonte: http://migre.me/1znUj 
 
 
 
Intencionalidade. Situcionalidade 
Torcida do São Bernardo F.C. pede respeito aos 
dirigentes do Tigrão. 
Fonte: http://migre.me/1znKm 
 
 
Intertextualidade. Contexto. 
Fonte: http://migre.me/1znMZ 
 
 
Informatividade e intencionalidade. 
Fonte: http://migre.me/1znQx 
 
 
2.3 Texto e contexto 
A palavra texto procede de textum, supino do verbo latino tecere, cujo 
significado é tecer, enlaçar, entrelaçar. Produzir um texto é executar o trabalho de 
tecelão ou daaranha, que urdem os fios compondo-os para um todo harmonioso. 
Contexto, literalmente, significa o que acompanha o texto, o que está junto ao 
texto, com o texto, co-texto. Constitui o conjunto de elementos estruturais do texto 
que colaboram para que a sua compreensão seja perfeita; poder-se-ia dizer, 
também, que contexto é o texto + assunto da comunicação. 
Quadro 1 – Tipos de contexto 
Contexto Imediato 
Contexto imediato: constituído pelos elementos que, 
de imediato, precedem ou seguem o texto. O título, o 
início de um texto, até mesmo o nome de um autor, 
trazem informações sobre o texto. 
Contexto situacional 
Contexto situacional: estabelecido pelos elementos 
externos ao texto, que o suplementam e lhe 
possibilitam compreensão maior. Ao contexto dentro do 
texto soma-se o contexto fora do texto, constituído pelo 
acervo de conhecimentos e experiências em múltiplos 
ambientes (físico, social, psíquico, histórico e outros). 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
 
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 Veja um exemplo a seguir: 
 
 
Qual a relação entre a expressão “música popular 
brasileira” e a sigla MPB? 
A resposta pode parecer óbvia, mas não é. Alguns 
cantores e compositores brasileiros, durante muitos anos, 
particularmente os anos 1960-1980, quando se deu o auge 
da MPB, embora cantassem canções que pudessem 
tranquilamente ser classificadas como parte de uma 
“música popular brasileira”, nunca foram classificados 
como cantores da MPB, usando-se para as canções que 
faziam ou cantavam outras classificações, tais como 
“música brega”, “sambão joia”, “música romântica”, entre 
outras. 
Fonte: http://migre.me/1zoqC 
 
 
Exercício 2 
1. Quais tipos de linguagem temos abaixo? Associe as imagens às 
respectivas linguagens: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Linguagem postural 
2. Linguagem imagética 
3. Linguagem gestual 
4. Linguagem dos movimentos 
5. Linguagem pictórica 
6. Linguagem musical 
 
Qual a alternativa que contém a sequência correta? 
a) 6 / 5 / 3 / 4 / 2 / 1 
 
 
 
 
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b) 5 / 4 / 6 / 1 / 2 / 3 
c) 6 / 4 / 3 / 2 / 1 / 5 
d) 4 / 3 / 5 / 6 / 1 / 2 
 
2. Qual a condição prévia na produção e recepção de determinados textos, 
como os resumos, as paráfrases, as resenhas críticas; em um sentido mais 
amplo? 
a) Informatividade 
b) Intertextualidade 
c) Aceitabilidade 
d) Coerência 
 
3. Leia os enunciados abaixo e assinale a alternativa correta: 
I. Texto é a unidade básica com que se deve trabalhar no processo de ensino da 
língua portuguesa. 
II. É no texto que o usuário da língua exercita sua capacidade de organizar e 
transmitir ideias, opiniões, informações, ou seja, em diversas situações 
comunicativas. 
III. Contexto é o texto + assunto da comunicação. 
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
b) Todos os enunciados estão corretos. 
c) Nenhum enunciado está correto. 
d) Apenas o enunciado III está correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 – REGRAS INTERATIVAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL 
 
 
Para que possamos elaborar textos com qualidade, é importante que 
tenhamos em mente as características relativas à elaboração desses textos. Isto é 
importante para que possamos elaborar textos técnicos competentes. 
Um texto bem escrito exige alguns passos necessários para que a 
comunicação se efetive. O primeiro é fixar o objetivo sobre o qual se vai escrever, 
selecionando a linha de pensamento que orientará a construção de ideias. Para 
cada objetivo, haverá um texto diferente, se ao contrário misturarmos os objetivos, o 
texto com certeza estará comprometido na sua clareza. Dentre as qualidades 
inerentes ao texto, podemos considerar a adequação, concisão, clareza, correção 
gramatical e o vigor. 
 
3.1 Adequação 
A primeira qualidade é a adequação da escrita a cada situação de 
comunicação, ela ocorre tanto no conteúdo quanto na forma. 
 
 
Com relação ao 
conteúdo 
O bom texto deve conter todas as informações relevantes 
para se obter os resultados esperados, daí a necessidade 
de escolha criteriosa dos tópicos do assunto. 
Com relação à 
forma 
Preocupação com a estrutura formal do texto e com o tom 
do texto: emocional, racional, pessoal, impessoal, formal, 
informal, cerimonioso. 
 
 Outros aspectos relacionados à adequação envolvem as seguintes questões: 
 
A situação 
Qual o clima reinante entre o redator e o leitor? 
Quais as circunstâncias e condições do momento? 
Qual é a situação do leitor em particular? 
O assunto 
 Cada tipo de assunto merece um tom, um estilo, um tipo de abordagem... 
 O leitor 
 
 
 
 
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O redator escreve para o leitor, a acessibilidade de um texto dependerá do 
nível de conhecimento do leitor. 
O redator 
Adequação do texto ao leitor, ninguém escreve para si mesmo. 
O veículo 
A adequação do texto deve ser feita também em função do que se vai 
utilizar. 
 
 
3.2 Concisão 
 
A concisão pode ser considerada uma virtude, é de extrema importância nos 
dias de hoje, pois consegue expressar um fato, uma opinião com o menor número 
possível de frases e palavras, aumentando a probabilidade de se obter leitura do 
texto. 
Além de aumentar a probabilidade de que o texto seja lido, a concisão torna o 
leitor mais receptivo à nossa comunicação, pois não há irritação maior do que se ler 
textos longos, cansativos, responsáveis por atitudes preventivas contra o redator do 
texto. 
O excesso de concisão, no entanto, pode redundar em obscuridade; sendo 
assim pode-se afirmar que ser conciso é não abusar das palavras e sim eliminar 
tudo que pode ser considerado desnecessário e inútil. 
 
 
Quadro 2 - Como produzir textos concisos 
 
Contenha-se 
Seja conciso, evite falar ou escrever demais. Tenha sempre 
em foco que o seu texto se destina a um ou mais leitores e 
nem sempre os nossos próprios interesses e valores são 
importantes para ele. 
Vá direto ao assunto! 
Inicie pelas afirmações, informações ou tópicos mais 
importantes, evite preâmbulos que não se justificam, pois 
denotam falta de estratégia ou até mesmo elegância. 
Focalize o assunto Evite desvios mantendo-se dentro do assunto proposto. 
Evite palavras e 
frases 
desnecessárias 
Evite palavras e frases desnecessárias como: “é evidente 
que...”, “a finalidade desta é apresentar...”, “servimo-nos da 
presente para comunicar...”. 
Expressões como: “dar informação...”, “chegar à 
conclusão...”, “dar a entender...” devem ser evitadas. 
 
 
 
 
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Cuidado com o 
excesso de frases 
curtas 
Dois problemas devem ser evitados no texto: excesso de 
frases longas ou frases curtas, o texto final fica muito longo 
ou cansativo. 
O ideal é o equilíbrio na extensão da frase, o uso do 
processo de subordinação é aconselhável, evitando-se o 
uso excessivo da palavra que. Por exemplo: 
Em vez de: Meu irmão chegou tarde. Tinha esquecido o 
compromisso familiar. Prefira: Meu irmão, esquecendo o 
compromisso familiar, chegou tarde. 
Lembretes 
importantes 
Cabe a um bom redator ter em mente que: 
- Se o objetivo é ensinar, informações em excesso podem 
confundir. 
- Se o objetivo é persuadir, informações em excesso podem 
causar insegurança e o leitor pode vacilar. 
- Se o objetivo é resolver o problema, informações em 
excesso podem representar perda de tempo ou criar novos 
problemas. 
- Se o objetivo é projetar uma imagem adequada, o excesso 
de informação pode causar confusão e dispersão de 
imagem. 
- Se o objetivo é expressar uma ideia clara, informações em 
excesso criam complicadores. 
Fonte: Elaboração própria 
 
 A respeito da escritaelegante, leia o texto a seguir, de Sérgio Simka e 
observe como ele se desenvolve. A partir dessa leitura, tire suas conclusões. 
 
 
Escreva com elegância 
Sérgio Simka 
 
Quando escrevemos, devemos perseguir, além de um texto sem erros de 
grafia e outros senões gramaticais, aquilo que se chama concisão. O que é ser 
conciso? É saber usar as palavras na medida certa, saber usá-las como expressão 
do que nos vem à mente. 
 Mas não pense que é fácil atingir a concisão, pois temos a mania de inserir 
no texto elementos que, se retirados numa leitura mais atenta, não vão fazer a 
menor falta. 
 Quando escrevemos, precisamos pensar no leitor, precisamos despertar 
nele o interesse de ler nosso artigo, devemos fisgá-lo já na primeira linha. Do 
contrário, adeus leitor, adeus artigo, adeus coluna, principalmente sobre língua 
portuguesa! 
 O trecho que se segue foi redigido sem observar os princípios da concisão. 
Note que ele não apresenta nenhum erro gramatical, mas pode ser melhorado do 
ponto de vista de sua redação. Vejamos: 
"Quando o povo compareceu às urnas e o candidato Edmundo alcançou a 
 
 
 
 
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vitória eleitoral, o agora chefe do Executivo municipal, ao veicular sua primeira 
modificação em nível administrativo, travou uma discussão com os edis ao viabilizar 
um mapeamento com relação aos assentamentos urbanos informais que têm 
indisponibilidade temporária dos serviços de saneamento, no sentido de sinalizar 
um posicionamento na implementação de uma proposição de alcance humano que 
otimizasse a qualidade de vida das pessoas." 
 Veja o mesmo trecho, escrito dentro de algumas técnicas que levam à 
concisão: 
"Quando o povo votou e o candidato Edmundo ganhou as eleições, o agora 
prefeito, ao transmitir sua primeira mudança administrativa, discutiu com os 
vereadores ao realizar uma lista das favelas que têm falta de água, para apontar 
uma tomada de posição na execução de um projeto humano que melhorasse a 
qualidade de vida das pessoas." 
 O leitor há de concordar que as alterações tornaram o texto mais enxuto, 
mais leve, mais agradável de ler. Por isso, ao escrever, lembre-se sempre de Carlos 
Drummond de Andrade: "Escrever é cortar palavras." 
 
Fonte: http://migre.me/1LFYE 
 
 
3.2.1 Características básicas da concisão 
 
Fonte: http://migre.me/u3CaH 
 
Uma das qualidades do bom redator é ser conciso, todavia ser conciso não 
significa escrever pouco, mas evitar redundâncias e cortar o excesso sem 
comprometer a eficácia da comunicação. 
O novo papel da retórica está vinculado ao estudo das figuras de 
linguagem, das técnicas de argumentação, além da organização do discurso e ainda 
aos procedimentos que facilitam a articulação lógica na produção de textos, 
inclusive os textos técnicos. 
 
 
 
 
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Desta feita, podemos afirmar que essa retórica moderna é uma ciência 
que propõe a evolução do discurso argumentativo, persuasivo e a utilização de 
recursos retóricos, quando da produção de textos científicos. Assim, pelo quadro 
que será demonstrado a seguir, de acordo com a retórica moderna a concisão tem 
as seguintes características, segundo Gold e Segal (2008, p.56): 
 
Quadro 3 – Características da concisão 
1. Cortar 
redundâncias 
“O profissional contábil repetirá o mesmo relatório”. 
O emprego de “mesmo” é redundante, melhor seria: O 
profissional repetirá o relatório. 
Outros exemplos de redundâncias utilizadas: “conviver 
juntos”, “criar novos empregos”, “não há outra 
alternativa”, “elo de ligação”. 
2. Retirar ideias 
excessivas 
“Informamos que é proibida a entrada, a 
permanência, a frequência nas dependências da 
quadra deste clube de pessoas que não fazem parte 
de seu quadro de sócios”. 
Seria melhor: É proibida a entrada de não sócios. 
Fonte: Elaboração própria 
 
3.3 A Clareza 
Considerada uma das qualidades mais raras e úteis, a clareza é uma questão 
de atitude, de empatia, de ver as coisas sob o prisma dos outros. É para o leitor que 
se devem deixar as coisas claras. 
Uma das dificuldades enfrentadas para se ter clareza textual é não 
acompanhar a linha de raciocínio ou desconhecer uma palavra que perturba toda 
sequência de assimilação de um texto. 
A clareza é se fazer entender, é ser coerente, é respeitar as normas 
gramaticais e construir parágrafos adequados, com uso de vocabulários precisos. 
 Portanto, o texto claro é aquele que é entendido facilmente pelo receptor, 
tanto pela organização textual quanto pela estrutura gramatical. 
 De acordo com Gold e Segal (2008, p.47), há como evitar a prolixidade ao se 
elaborar um texto, desde que se apliquem as leis da legibilidade: 
 
 
 
 
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 Use palavras curtas, pois as longas exigem um maior esforço na 
decodificação. 
 Escolha palavras já conhecidas, vocabulário simples ainda que formal. 
 Use palavras de formas simples sem prefixação ou sufixação, pois estas 
prejudicam a legibilidade. 
 
Quanto às frases, as normas são: 
 A construção das frases deve deixar transparecer nitidamente suas 
articulações. 
 A extensão das proposições não deve ultrapassar uma compreensão 
mais imediata da ideia. 
 As palavras gramaticalmente (inter)dependentes não devem estar 
muito afastadas umas das outras. 
 As palavras mais importantes devem estar colocadas de preferência na 
primeira metade da frase ou proposição. 
 Evitar uma sintaxe rebuscada (modo de apresentação das ideias) 
 Cuidado com as frases “centopéicas” (sobrecarga de informações no 
parágrafo). 
Quanto aos parágrafos, é fundamental o uso de parágrafos não muito longos, 
tendo o cuidado de colocar as ideias principais sobrepondo-se às secundárias. 
3.4 Correção gramatical 
 Todo redator de textos administrativos e comerciais deve levar em conta a 
obediência às normas gramaticais sem perder a espontaneidade e criatividade, pois 
“há necessidade de um padrão de linguagem que sirva de instrumento geral de 
comunicação entre os membros de uma mesma língua” de acordo com Medeiros 
(2008, p.317). Segundo o autor, “a correção funciona como um elemento 
argumentativo”: 
Um redator desleixado com relação às normas gramaticais atrai a 
desatenção e a desconsideração por suas ideias. Portanto, escrever 
segundo a gramática é uma necessidade que se impõe para 
conquistar a atenção do receptor. Recomenda-se cuidado com a 
ortografia e com a sintaxe: preferir orações coordenadas às orações 
subordinadas, uma vez que são necessárias frases incisivas, claras, 
rápidas. (MEDEIROS, 2008, p.317) 
 
 
 
 
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3.4.1 As incorreções gramaticais 
As incorreções gramaticais podem provir de variadas causas: erros sintáticos, 
semânticos ou morfológicos: 
 Erros sintáticos: concordância verbal e nominal, erros de regência 
verbal e nominal, colocação pronominal, inadequação na construção 
de orações. 
 Erros morfológicos: conjugação errada de verbos, uso inadequado de 
classes gramaticais. 
 Erros semânticos: emprego inadequado de sinônimos, antônimos, 
homônimos e parônimos. 
 
Segundo Medeiros (2008, p.320), há também os seguintes fatores que 
contribuem para a incorreção: 
 Obscuridade: sentido duvidoso decorrente de cúmulo de elementos 
em uma frase, resultado de má colocação das palavras na frase, da 
impropriedade dos termos ou de pontuação defeituosa. 
 Pleonasmo: redundância, presença de palavras supérfluas. 
 Ambiguidade: defeito da frase que apresenta duplo sentido. 
 Barbarismo: caracteriza-se pelo uso de uma palavra de forma errada. 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3ChN 
 
A correção gramatical é qualidade fundamental assim como a objetividade, 
qualidade particularmente requerida emtextos técnicos, jornalísticos, científicos, nos 
textos de relatórios, enfim, em qualquer tipo de comunicação na qual o autor deva 
 
 
 
 
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relatar algo a outros sem projetar opiniões pessoais. Para o leitor, a questão se 
resume num julgamento simples: o texto convence ou não convence, e isso é o que 
conta. 
3.5 Vigor e Ênfase 
 
 O vigor é a captação e retenção do leitor, provocando nele as reações 
pretendidas, emocionando-lhe ou envolvendo-o e a ênfase é a capacidade de se 
ressaltar uma ideia dentre várias e que exige: 
 Escolher o ângulo certo; 
 Associar o assunto ao interesse do leitor; 
 Dialogar com o leitor; 
 Usar ilustrações; 
 Ser elegante, proporcional e equilibrado; 
 Escolher bem as palavras. 
Quadro 4 – Regras práticas para uma perfeita textualização 
Escolha bem as palavras 
Cuidado com os termos "técnicos", palavras 
ambíguas, palavras de sentido indefinido ou vago, 
uso de pronomes indefinidos e possessivos. 
Cuidado com adjetivos e 
advérbios 
Os adjetivos e advérbios refletem nosso julgamento 
de qualidade ou natureza de objetos, coisas e 
processos. Em textos que exigem precisão nas 
frases, é importante o seu uso de forma moderada. 
Evite períodos muito 
longos 
 Responsável pela dificuldade de compreensão 
textual, exige do leitor um esforço mental para 
acompanhar o raciocínio em nível de concentração 
sobre o que está sendo exposto. 
Desenvolva o raciocínio 
passo a passo 
Deve-se levar o leitor a assimilar cada coisa de 
uma vez. 
Ligue adequadamente as 
ideias 
 É necessário ligar adequadamente as ideias e os 
fatos, concatenar a sequência da narrativa, juntar e 
associar as partes do raciocínio. 
Optar pela linguagem 
usual 
 Uso de palavras usuais, simples. Alia-se o menor 
esforço e energia ao se analisar as informações, 
fatos ou raciocínios. 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
 
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Exercício 3 
 
1. São qualidades textuais necessárias para a elaboração de textos técnicos, 
EXCETO: 
a) Ligar adequadamente as ideias e os fatos. 
b) Utilizar adjetivos e advérbios para refletir o julgamento de qualidade ou natureza 
de objetos, coisas e processos. 
c) Associar o assunto ao interesse do leitor. 
d) Obediência às normas gramaticais sem perder a espontaneidade e criatividade. 
 
2. Contribuem para a incorreção textual: 
I. A utilização de pleonasmo: redundância, presença de palavras supérfluas. 
II. Ambiguidade: defeito da frase que apresenta duplo sentido. 
III. A captação e retenção do leitor, provocando nele as reações pretendidas. 
a) Todos os enunciados estão corretos. 
b) Apenas os enunciados I e III estão corretos. 
c) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
d) Apenas os enunciados II e III estão corretos. 
 
3. Quanto à construção de parágrafos no texto, é INCORRETO afirmar que: 
a) É fundamental o uso de parágrafos não muito longos, tendo o cuidado em 
colocar as ideias principais sobrepondo-se às secundárias. 
b) A sintaxe rebuscada (modo de apresentação das ideias) demonstra o 
conhecimento do redator. 
c) É fundamental a escolha de palavras já conhecidas, vocabulário simples ainda 
que formal. 
d) É fundamental evitar frases centopéicas (sobrecarga de informações no 
parágrafo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – OS GÊNEROS CLÁSSICOS NA REDAÇÃO TÉCNICA 
O objetivo desta unidade é trabalhar as estruturas e características dos 
gêneros tradicionais narrativos, descritivos e dissertativos presentes no texto técnico. 
 Os gêneros tradicionais do texto, descrição, narração e dissertação, se 
fazem presentes no texto técnico ou científico, apresentando estruturas e 
características formais específicas de acordo com a sua tipologia textual. 
 
4.1Gêneros e Tipologias Textuais 
 
 
Fonte: http://migre.me/u3CkC 
 
Para Marcuschi (2002), Tipologia Textual é um termo que deve ser usado 
para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza 
linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias 
narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Bronckart, 1999). Ainda, 
segundo Marcuschi (2002), o termo Tipologia Textual é usado para designar uma 
espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua 
composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). 
Gênero Textual é definido por Marcuschi (2002), como uma noção vaga para 
os textos materializados encontrados no cotidiano e que apresentam características 
 
 
 
 
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sociocomunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e 
composição característica. 
Os gêneros textuais são entidades sociodiscursivas altamente maleáveis, 
dinâmicas, plásticas que surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas 
culturas em que se desenvolvem. Os gêneros orientam tanto o autor na produção, 
quanto o leitor na interpretação. 
4.2 Descrição 
 Descrever é “representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, 
mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes”, 
segundo Medeiros (2007, p.134). Muitas das características do texto literário estão 
presentes na descrição técnica, no entanto, a precisão vocabular, a exatidão dos 
pormenores e a impessoalidade são marcantes no texto técnico, além da sobriedade 
da linguagem. Em termos de comparação, podemos afirmar que a denotação se 
antagoniza com a conotação da descrição literária. A objetividade confronta-se com 
os tons afetivos e subjetivos do texto literário. 
 As três finalidades do texto descritivo são: identificar, localizar e qualificar. É 
importante reforçar que um trecho descritivo pode estar inserido em outro tipo de 
texto cuja finalidade ultrapasse a do mero descrever. Aplica-se a descrição técnica 
a: 
 Objetos (cor, forma, aparência, dimensões, peso, etc.); 
 Aparelhos ou mecanismos; 
 Fenômenos, fatos, lugares, eventos. 
 O que distingue as duas formas de composição, literária e técnica, é o 
objetivo e o ponto de vista do que deve ser descrito. Por exemplo, uma sala de visita 
no olhar de um romancista e uma sala de visita para um policial encarregado de 
descrevê-la em um relatório, com o objetivo de desvendar um crime de morte. 
 É importante então enfatizar que do ponto de vista e do objetivo dependerão a 
forma verbal e a estrutura lógica da descrição. Algumas questões devem ser 
enfatizadas: 
 
 
 
 
 
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a) Descrição de objeto ou ser 
 Qual objeto, ser ou situação a ser descrito? 
 O que será ressaltado? 
 Quais pormenores serão enfatizados? 
 Qual será a ordem descritiva a ser utilizada: lógica, psicológica, 
cronológica? 
 A quem se destina o relatório? 
 Se falarmos de um texto publicitário, podemos citar, por exemplo, uma 
televisão 42 polegadas: o ponto de vista pode ser: a) do possível comprador; b) do 
usuário; c) do técnico encarregado em sua instalação; d) do técnico que poderá 
eventualmente consertá-la. 
 Os fatores citados precisam ser levados em conta, deles depende a estrutura 
formal e textual do texto a ser descrito. Para Medeiros (2007, p. 135), “a descrição 
requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito um modelo 
inconfundível, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os 
traços capazes e transmitir uma impressão autêntica”. 
b) Descrição de processo 
 Quando o propósito é “mostrar o funcionamento de aparelho ou mecanismo 
ou os estágios de um procedimento (como, por exemplo, as fases da fabricação de 
um produto, de um trabalho de pesquisa, de uma investigação ou sindicância), tem-se a descrição de processo”, à qual Gaum (1989, p.61) dá o nome de exposição 
narrativa, cujas características principais são: 
 Exposição em ordem cronológica; 
 Objetividade: nada de linguagem abstrata ou afetiva; 
 Ênfase na ação, que deve ser suficientemente detalhada; 
 Indicação clara das diferentes fases do processo; 
 Ausência de suspense: ao contrário da narração literária, o interesse da 
descrição de processo não deve depender da expectativa ou suspense. 
 
 
 
 
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 O núcleo, miolo ou corpo de quase todos os relatórios técnicos é, em 
essência, uma descrição de processo, uma exposição narrativa. Sobre esse 
assunto, Garcia (1999, p. 391) afirma que: 
Esse tipo de descrição é, talvez, o mais difícil por exigir do autor não 
apenas conhecimento completo e pormenorizado do assunto, mas 
também muito espírito de observação e senso de equilíbrio: se ela 
sai por demais detalhada, pode tornar-se confusa; se muito 
simplificada, pode revelar-se incompleta ou inadequada. Por isso é 
que quase toda descrição de processo vem acompanhada de 
ilustração (desenho, mapas, diagramas, gráficos, etc.), não apenas 
como esclarecimento indispensável, mas ainda como meio, por 
assim dizer, de "dosar" os detalhes. 
 
c) Processos da descrição técnica 
 
Medeiros (2007, p. 135) explica as etapas da redação do texto descritivo, 
focalizando os seguintes aspectos: 
 Estabelecimento do objetivo a ser alcançado; 
 Pesquisa e seleção dos dados que serão apresentados; 
 Correção; 
 Revisão; 
 Redação da versão final. 
Segundo o autor, existem regras básicas para a elaboração do texto 
descritivo: 
 Estilo: vivo, ágil, descrições rápidas e informativas; 
 Estilo direto e conciso; 
 Parágrafos curtos, predominância de frases de 10 a 15 palavras; 
 Pesquisa direta em fontes de informação: arquivos, cartas, relatórios 
anteriores; 
 Objetividade, rigor, informações fundamentadas; 
 Utilização de verbos que designam estado (parecer, continuar, estar, viver, 
permanecer). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.3 Narração 
 
 Relato organizado de acontecimentos reais ou possíveis. Apresenta episódios 
e acontecimentos costurados por uma evolução cronológica das ações. 
Podem-se perceber algumas características na narração técnica segundo 
Gold e Segal (2008, p. 68): 
 A estrutura narrativa tem como finalidade última situar o interlocutor nos 
acontecimentos que ensejaram a ação; 
 Os verbos relativos às circunstâncias narradas estão no pretérito perfeito 
de modo indicativo, pois quando ocorre o relato a ação já desencadeou; 
 A obediência à sequência temporal é de suma importância, pois garante 
que a narrativa chegue logicamente à conclusão. 
 
Os elementos narrativos servem para orientar a redação de estruturas 
técnicas e são: 
 Quem: As pessoas que participam da determinada ação; 
 O quê: Apresentação clara dos fatos que direcionam a história; 
 Quando: O momento em que aconteceram as circunstâncias relatadas 
(tempo); 
 Onde: Localização dos eventos narrados (espaço); 
 Como: Modo como desenvolveram as circunstâncias, apresentadas em uma 
sequência cronológica ou lógica; 
 Por quê: A razão que ocasionou os fatos narrados; 
 Por isso: A consequência lógica. 
 
 Existem, segundo Medeiros (2005, p.303), várias técnicas que permitem 
captar a atenção do leitor como: 
 Escrever parágrafos curtos e sem muitos pormenores; 
 Falar somente do que se conhece bem; 
 Ter presente o objetivo da narração; 
 Sugerir soluções mais do que explicar acontecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
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4.4 Dissertação 
 
 O texto dissertativo apresenta ideias, expõe pontos de vista baseados em 
argumentos lógicos, procurando estabelecer a correlação entre causa e efeito. No 
texto dissertativo, não basta narrar ou descrever, há necessidade de explicar, 
explanar com o embasamento de argumentos que comprovem o ponto de vista 
assumido. 
 Algumas regras são fundamentais para se redigir o texto dissertativo, de 
acordo com Medeiros (2005, p 138): 
 As declarações, para terem validade, exigem que sejam provadas, que se 
apresentem fatos. 
 Os fatos não podem ser discutidos, daí a necessidade de reunir o maior 
número deles. 
 Para escrever uma boa dissertação, os seguintes elementos são necessários, 
de acordo com Gold e Segal (2008, p. 71): 
 Familiarização com o tema; 
 Espírito reflexivo: busca da verdade pela análise dos fatos, procurando 
explicá-los, prová-los ou rejeitá-los; 
 Métodos de exposição: consiste na busca das ideias propostas e 
ordenamento, de acordo com um plano estrutural; 
 Imaginação: imaginar é ver bem a ideia, representá-la como algo vivo, 
para depois dar a ela forma. 
 
 
Exercício 4 
 
1. As três finalidades do texto descritivo são: 
a) Identificar, argumentar e localizar. 
b) Identificar, localizar e qualificar. 
c) Identificar, localizar e argumentar. 
d) Localizar, qualificar e argumentar. 
 
2. Leia com atenção e assinale a alternativa correta: 
I. Os relatórios técnicos são, em essência, uma descrição de processo. 
II. Para a elaboração do texto descritivo, devem-se utilizar parágrafos curtos, com 
predominância de frases de 10 a 15 palavras. 
III. Os relatórios técnicos exigem do autor não apenas conhecimento completo e 
pormenorizado do assunto, mas também muito espírito de observação e senso de 
 
 
 
 
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equilíbrio. 
a) Todos os enunciados estão corretos 
b) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
c) Apenas os enunciados II e III estão corretos. 
d) Apenas os enunciados I e III estão corretos. 
 
3. Uma narração técnica NÃO exige: 
a) Escrever parágrafos curtos e sem muitos pormenores. 
b) Falar somente do que se conhece bem. 
c) Ter presente o objetivo da narração. 
d) Emissão do ponto de vista do narrador. 
 
4. Para escrever uma boa dissertação, algumas regras práticas são 
necessárias. Aponte a ÚNICA que deve ser evitada: 
a) Familiarização com o tema. 
b) Busca das ideias propostas e ordenamento, de acordo com um plano estrutural. 
c) As declarações, para terem validade, exigem que sejam provadas, que se 
apresentem fatos. 
d) A discussão dos fatos, daí a necessidade de reunir o maior número deles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – INTERAÇÃO ENTRE TEXTOS TÉCNICOS 
 
 O objetivo desta unidade é trabalhar o texto técnico visando à expressão 
escrita, a partir de textos voltados à informação, opinião ou parecer, a partir das 
estruturas formais e textuais. 
 Esse estudo mostra que em se tratando de textos técnicos, há de se 
observar que entre os diversos modelos de textos técnicos, existem aqueles que são 
utilizados para as variadas áreas do conhecimento científico e assim podemos 
observar a interação entre esses textos. 
 Uma dica interessante a seguir é você toda vez que for elaborar um texto 
técnico, tentar responder às questões a seguir: 
 
 Está completo, possui todas as informações necessárias? 
 A informação é precisa? 
 Utiliza somente as palavras essenciais? 
 A linguagem está apropriada? 
 Você conseguiu traduzir o pensamento com exatidão e 
simplicidade? 
 A sua estrutura tem clareza? 
 Cada parágrafo contém apenas uma ideia central? 
 Há uma boa concatenação de ideias? 
 A linguagem está correta? 
 Usa-se o tratamento adequado? 
 
 Para um redator profissional, é necessário observar algumas regras básicas 
para redigir um texto com eficiência, pois na concepção de Medeiros (2008, p. 144), 
“a eficácia da mensagem só se consegue com criatividade, com a escolha adequadade um estilo capaz de envolver o receptor”. 
Antes de darmos continuidade às explanações sobre texto técnico, vamos 
ler um texto que faz menção à burocracia em alguns procedimentos usados na 
comunicação técnica. 
 
 
 
 
 
 
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O Despertar do Burocrata 
 
O burocrata acorda e abre a boca, segundo ordena a RIPD – Regras 
Imediatas Para o Despertar. Confere os botões do pijama, vê que está faltando um, 
anota a quantia deles numa folha ao lado, data, assina e carimba. 
Tranca-se no banheiro, até que lá fora se forma uma fila imensa (mulher, 
empregada e cinco filhos) que começa a agitar. O burocrata dá um sorriso (ele só 
consegue sorrir diante de filas insatisfeitas). A mulher grita: “escova os dentes”. E 
ele escova. “Toma banho”. E ele toma. O burocrata adora cumprir ordens. Confere 
o número de furos do chuveiro, anota, data, assina e carimba. 
Senta-se à mesa da copa, também chamada de RDPD – Repartição 
Doméstica do Pão Diário, lê seu jornal favorito – o Diário Oficial da União. 
Encaminha um ofício à empregada solicitando um pedaço de pão com manteiga. A 
manteiga vem estragada e imediatamente é instaurado um inquérito administrativo. 
Em seguida ele palita os dentes e com o palito confere o número de molares, pré-
molares e caninos. Anota, data, assina e carimba. 
Deixa com a esposa o dinheiro, também chamado de previsão orçamentária 
– do dia: um real. O burocrata é notoriamente um pão-duro. 
A mulher quer beijá-lo, mas ele olha o relógio – oito horas – sente muito, o 
expediente está encerrado, agora só amanhã, pois agora tem que ir para a 
repartição e aguentar aquela monotonia o dia inteiro. 
(Procópio, Almanaque Humordaz)
(Fonte: <http://antonini.med.br/home/?p=16288>. Acesso em 03/06/2016) 
 
 
 5.1 Modalidades do texto técnico 
 
Há modalidades de textos técnicos que podem ser utilizadas em vários setores 
administrativos: as correspondências oficiais, autárquicas, empresariais e 
comerciais. 
 Em sentido genérico, correspondência significa ação relativa à pessoa que 
corresponde a um apelo, pedido ou ato que lhe vem de outra pessoa. Enfim, 
correspondência é um meio de comunicação escrita entre pessoas. É o ato ou 
 
 
 
 
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estado de corresponder, adaptar, relatar ou o acordo de uma pessoa com outra. É 
uma comunicação efetiva por meio de papéis, cartas, bilhetes, circulares, 
memorandos, ofícios, requerimentos, telegramas, fax e hoje, um dos meios mais 
efetivos: o e-mail. 
A Correspondência Oficial ocorre muito frequentemente entre órgãos públicos 
e entre pessoas ou empresas e órgãos públicos. Difere dos demais textos técnicos, 
pois inclui textos de caráter documental e jurídico que tramitam apenas entre 
pessoas, como é o caso de declaração, ata, etc. 
 
Umas das características do estilo da correspondência oficial e 
empresarial é a polidez, entendida como o ajustamento da expressão 
às normas de educação ou cortesia. A polidez se manifesta no 
emprego de fórmulas de cortesia ("Tenho a honra de encaminhar" e 
não, simplesmente, "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..." 
em vez de, simplesmente, "Sugiro..."); no cuidado de evitar frases 
agressivas ou ásperas (até uma carta de cobrança pode ter seu tom 
amenizado, fazendo-se menção, por exemplo, a um possível 
esquecimento...); no emprego adequado das formas de tratamento, 
dispensando sempre atenção respeitosa a superiores, colegas e 
subalternos. No que diz respeito à utilização das formas de tratamento 
e endereçamento, deve-se considerar não apenas a área de atuação 
da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a 
posição hierárquica do cargo que ocupa. (SMITH, 2002) 
 
 
 Além dos critérios de clareza, concisão, objetividade, simplicidade e correção, 
a correspondência oficial possui formas relativamente rígidas e padronizadas para 
abertura, desenvolvimento e fecho do texto, bem como para a estrutura formal. 
 
5.2 Tipos de Correspondência Oficial 
 Dentre as mais utilizadas podemos citar: abaixo-assinado, acordo, alvará, 
comunicação: apostila, ata, atestado, aviso, circular, contrato, currículo, declaração, 
decreto, exposição de motivos, memorando, ofício, ofício-circular, petição, relatório, 
requerimento, telegrama, memorial, procuração, protocolo e registro. 
 
5.3 A comunicação no texto oficial 
 Quem comunica: sempre é a Administração Pública; 
 Assunto da comunicação: relativo às atribuições do órgão ou entidade 
que comunica; 
 
 
 
 
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 O destinatário: é o público, o conjunto de cidadãos, ou outro órgão ou 
entidade pública. 
 A redação oficial possui uma estrutura estável, tanto em seus aspectos 
formais quanto textuais. Dentre essas características, podemos citar: 
 Isenção de interferência da individualidade de quem a elabora; 
 Comunicações formais; 
 Obediência a regras formais; 
 A clareza do texto, possibilitando imediata compreensão pelo leitor; 
 Uso de papéis uniformes e a correta diagramação são indispensáveis 
para a padronização das comunicações oficiais; 
 Texto conciso, máximo de informações, uso mínimo de palavras; 
 Impessoalidade, pois se fala em nome do Serviço Público; 
 Atenção no uso de pronomes de tratamento; 
 Utilização correta dos fechos. 
 
 
5.4 A Correspondência empresarial e comercial 
 
 
 Na correspondência empresarial ou comercial, deve-se observar um conjunto 
de normas relativas aos aspectos formais e textuais que servem como orientação 
para a elaboração e circulação de papéis e documentos necessários ao comércio e 
indústria. 
 Medeiros (2008) orienta que para o êxito da redação ora denominada 
administrativa, são recomendáveis: 
 
O emprego de palavras cujo sentido se conhece e que são 
apropriadas ao momento; a ordenação do assunto antes de 
escrever; a organização dos pensamentos; a ampliação do 
vocabulário, pois o desempenho do redator depende do 
conhecimento de palavras suficientes para escrever sobre o que se 
deseja transmitir; a colocação do redator no lugar do destinatário; a 
reflexão sobre o assunto; a naturalidade e a revisão gramatical e 
das ideias antes de enviar qualquer texto ao destinatário. 
 
 
O autor ainda pondera com relação à correspondência comercial ou 
empresarial que ela serve como instrumento para fechamento de negócios, como 
 
 
 
 
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“agente de Relações Públicas ou como meio para a empresa alcançar seus 
objetivos, pois o redator é sua empresa. 
 
 
5.5 Como simplificar o texto técnico 
 
O excesso de palavras é o grande empecilho para o redator de textos 
técnicos, nesse contexto Medeiros (2007, p.51) recomenda o uso de algumas 
expressões no lugar de outras muito comuns nesse tipo de texto. Como exemplo, 
podemos citar: 
 
Deve-se usar: Em lugar de: 
Recebemos Acusamos o recebimento 
Citado Anteriormente citado 
Anexamos Segue anexo a esta 
Será atendido Será prontamente atendido 
Esperamos Na expectativa de 
Durante 2004 No decorrer do ano em curso 
Neste mês O corrente mês de... 
Anexo ou Segue Anexo segue 
Assuntos em referência Assuntos em tela 
 
Ainda segundo Medeiros, devem-se evitar expressões-clichês cabíveis de 
rejeição total, tais como: 
 Agradecemos-lhe antecipadamente... 
 Ansiosamente, aguardamos resposta. 
 Pela presente acusamos. 
 No devido tempo. 
 Serve esta para inteirá-lo. 
 Através desta. 
 Vimos por intermédio desta. 
5.6 Algumas modalidades do texto técnico 
Dentre as modalidades referentes aos textos técnicos, selecionamos algumas 
utilizadas na área contábil: o relatório, o requerimento e o parecer contábil. 
 
 
 
 
 
 
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www.eunapos.com.br5.6.1 Relatório 
Relatório 
Conceito: 
- Exposição circunstanciada de fatos ou ocorrências de ordem administrativa: sua 
apuração ou investigação para a prescrição de providências ou medidas cabíveis. 
- Documentos que apresentam certas características formais e estilísticas 
próprias: título, "abertura" (origem, data, vocativo, etc.) e "fecho" (saudações 
protocolares e assinatura). 
- Documento final de encaminhamento à instância superior, a fim de que esta 
tome ciência dos fatos ocorridos ou da situação em que se encontra o objeto do 
mesmo. 
- Engloba variedades menores de redação técnica propriamente dita: descrição 
de objeto, de mecanismo, de processo, narrativa minuciosa de fatos ou 
ocorrências, explanação didática, sumário e, até mesmo, a argumentação. 
Finalidade: Registro nas atas de natureza informativa à instância superior, 
documento oficial para exposição ou prestação de contas sobre uma determinada 
atividade ou período. 
a) Estrutura do relatório 
A Estrutura do relatório administrativo compreende, além da "abertura" e do 
"fecho": 
1. Introdução: indicação do fato investigado, do ato ou da autoridade que 
determinou a investigação e da pessoa ou funcionário disso incumbido. 
Enuncia, portanto, o propósito do relatório. 
2. Desenvolvimento (texto, núcleo ou corpo do relatório): relato minucioso 
dos fatos apurados, indicando-se: 
 Data; 
 Local; 
 Processo ou método adotado na apuração; 
 
 
 
 
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 Discussão: apuração e julgamento dos fatos. 
3. Conclusão e recomendações de providências ou medidas cabíveis. 
 
 
Partes obrigatórias de um relatório: 
 Elementos pré-textuais 
– Capa 
– Folha de rosto: Elementos essenciais à identificação e 
individualização do relatório, trazendo: 
 autoria; 
 título; 
 subtítulo (se houver); 
 nome do responsável pela elaboração do relatório; 
 local, ano de publicação; 
 equipe técnica (quando houver). 
– Sumário: Enumeração dos capítulos, seções ou partes do relatório, 
na ordem em que aparecem no texto, indicando suas subordinações, 
bem como as páginas que se iniciam. 
– Resumo: apresentação do relatório, porém, condensado e conciso, 
destacando os aspectos de maior relevância. 
 
 Elementos textuais: texto com o relatório e seus diversos modais. 
Deve ser apoiado em citações, notas de rodapé, ilustrações, etc. 
 Elementos pós-textuais: glossário, referências, apêndices e anexos, 
índice. 
Elementos opcionais: 
 Comentários 
 Resultados 
 Simbologia 
 Referências 
 Tabelas 
 Anexos 
 
 
 
 
 
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São quatro os itens que comporão o corpo do relatório: 
1. Objetivo: É a definição precisa e sintética do que está sendo relatado 
(deve estar em uma única frase). Caso exista mais de um objetivo, é recomendável 
numerá-los. 
2. Desenvolvimento: É a descrição, apresentada com texto simples e 
didático (lembre-se de que deve ser entendido por qualquer pessoa, mesmo que não 
seja da área), explicando quais foram os métodos utilizados para o trabalho. 
Caso existam publicações explicando esses métodos (como, por exemplo, as 
normas da ABNT), é recomendável mencionar. 
3. Resultados: É a apresentação organizada de tudo o que o autor conseguiu 
com o trabalho realizado, indicando as constatações alcançadas. Os resultados 
podem ser apresentados em forma de tabelas – que deverão vir destacados no 
texto, numeradas como Tabela 1, Tabela 2, etc. É recomendável também que cada 
tabela receba um nome (por exemplo: Tabela 1 – Quantidade de clientes visitados 
por representante). Se você chegou a um número de tabelas maior que três, 
recomenda-se agrupá-las no final do relatório, antes dos anexos. 
4. Conclusão: Nesse trecho do relatório, o autor resumirá tudo o que foi dito, 
reforçando a adequação do trabalho ao objeto que quis estudar, a validade dos 
métodos e processos de elaboração, e indicando se os resultados foram 
satisfatórios. Use frases curtas. Seja preciso. 
Dependendo da necessidade, um relatório pode conter mais alguns itens, 
como: 
 Comentários: Será a única intervenção do autor em termos de 
avaliação pessoal, de natureza opinativa, quando o autor do texto 
considerar que seja importante mencionar alguma questão que esteja 
fora da abordagem estritamente técnica. Por exemplo, quando o autor 
considerar que ainda faltam outros trabalhos para complementação do 
que está sendo apresentado. 
 Simbologia: Somente quando forem utilizados termos, símbolos e 
abreviaturas que possam não ser entendidos por qualquer leitor, 
recomenda-se agrupá-los neste local, para consulta. 
 Anexos: No caso de documentos que não são parte do assunto 
principal do relatório, mas que podem ajudar na interpretação do 
 
 
 
 
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conteúdo, recomenda-se agrupá-los ao final do documento como 
anexos. No exemplo que estamos usando, seria o caso das instruções 
normativas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), 
sobre as quais se baseou o processo técnico de elaboração. 
 
b) Tipos de Relatório 
 
 De acordo com Medeiros (2007), os relatórios podem ser: 
 
contábil, científico, de pesquisa, de auditoria, de cobrança, de 
rotina, de inspeção, relatório-roteiro (responde-se apenas a um 
formulário). São formais, informais, para fins especiais, analíticos e 
informativos; podem ainda ser rotineiros e não rotineiros. Relatórios 
rotineiros – impressos ou mimeografados e fornecidos pela 
empresa, com a finalidade de dar informações essenciais no menor 
tempo possível. Relatórios não rotineiros – São extraordinários e 
tratam de problemas e ocorrências irregulares. Há necessidade de 
que sejam claros, breves e exatos. 
 
 Segundo o autor, o relatório de auditoria apresenta o resultado do exame 
realizado nos procedimentos organizacionais; oferece sugestões para a melhoria do 
procedimento organizacional ou explica a importância dos fatos verificados pelo 
exame. 
 O redator deve levar em conta as limitações do seu possível leitor ou leitores, 
mas não deve simplificar o relatório demasiadamente de tal modo que as 
informações expostas sejam destituídas de interesse. 
 São formais quando resultantes de um exame de auditoria após a revisão de 
todos os documentos que constituem objeto de análise. Deve descrever os 
procedimentos utilizados, informar o limite do trabalho realizado e declarar se 
encontrou ou não desvios com relação aos princípios contábeis ou jurídicos 
fundamentais. Se houver desvios, informam-se quais são eles e quais são suas 
consequências. 
 
MODELO RELATÓRIO 
1) PROC. Nº 2005.83.00.012967-5 
 MARIA DE SALETE CORREA MARINHO 
 Andamento: 
 Despacho da Juíza em 26/09/2006: 
Em relação à alegação da Caixa Econômica Federal, verifica-se que 
existe título executivo, estando acostado às fls. 29/32. Assim, 
proceda-se a CEF ao pagamento dos honorários, à base de 10% 
 
 
 
 
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sobre o valor do crédito da autora, no prazo de 15 (quinze) dias, sob 
pena de multa no importe de 10% sobre o valor da condenação. 
Publique-se. Intime-se. 
 
------------------------------------------------------------------------------------
----------------- 
Publicado no D.O.E. de 26/09/2006, pág. BOL 173 
------------------------------------------------------------------------------------ 
 Em decorrência os autos foram remetidos: 
Para CURADOR ESPECIAL por motivo de VISTA 
Sem contagem de Prazos. 
Enviado em 27/09/2006 por PTP e entregue em 27/09/2006 por PTP 
Devolvido em 20/10/2006 por ASP 
 
Obs: A professora já recebeu os créditos junto a Caixa 
Econômica Federal. 
 
 Fonte: http://www.adufepe.com.br/juridico5/relatorio-fgts-
atualizado-25-10-2006.htm5.6.2 Requerimento 
 
Conceito: 
 O mais formal dos documentos, devendo ser redigido em 3ª pessoa, 
vedado o emprego de palavras de gentileza ou agradecimentos, próprias da 
redação comercial. 
 O verbo requerer é pedir deferimento a uma solicitação feita por alguém. 
 Requerente: pessoa que se dirige a uma autoridade competente para dela 
requerer. 
 
Estrutura textual: 
 Vocativo: autoridade que tem competência ratione materiae. Não se 
coloca o nome, e sim o cargo ou função. 
 Qualificação do requerente: dados suficientes para identificá-los. 
 Presença do verbo requerer; 
 O pedido e suas especificações; 
 Fecho; 
 Local e data; 
 Assinatura da Requerente. 
 
 
 
 
 
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Fechos utilizados normalmente: 
 Nesses Termos, 
P. Deferimento 
 Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 Termos em que 
P. Deferimento. 
 
Tipos de requerimentos 
 Simples: 
- Pode ser Judicial ou Extrajudicial 
- Redigido em um único parágrafo gráfico 
- A linguagem deve ser concisa e objetiva. 
 
 Complexo: 
- Pode ser Judicial ou Extrajudicial 
- Redigido em linguagem concisa e objetiva 
- Cuida-se do pedido articulado, distribuindo a narrativa dos fatos e 
argumentos em parágrafos gráficos, dos mais remotos aos mais 
próximos. 
- O pedido não é manso, nem pacífico, pois se encontra apoiado em 
norma legal ou administrativa. 
- Deve-se demonstrar a relação de causa-efeito entre eles e o pedido 
(critério de substanciação). 
- O pedido deve ser instruído por documentos que o comprovem, 
numerados de acordo com a sequência da narrativa e indicados de 
forma abreviada (doc 1, doc 2, doc 3). 
 
 De acordo com Medeiros (2007, p. 255), enquanto “o requerimento é um 
veículo de solicitação sob o amparo da lei, a petição (requerimento complexo 
judicial), destina-se a pedido sem certeza legal ou sem segurança quanto ao 
despacho favorável”. 
 
 
 
 
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MODELO DE REQUERIMENTO 
 
1. Assunto: Requerimento para parcelamento de impostos 
 
Excelentíssimo Senhor Prefeito de ................................................ 
 
..................................., abaixo assinada, viúva, proprietária do prédio 
situado na Rua......................... nº........., vem requerer de V. Exa. se 
digne conceder seja o pagamento do IPTU em atraso efetuado em 
dez prestações mensais, em virtude de se encontrar em situação 
financeira precária e por ser este prédio seu único imóvel. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
............................., ......... de..................... de 200 ...... 
 
_______________________________________ 
Assinatura 
 
Fonte: www.jurisway.org.br 
 
5.6.3 Laudo e Parecer 
O propósito deste estudo é mostrarmos a importância da língua como 
sistema de comunicação e linguagem e fazer com que você possa aplicar os 
conhecimentos técnicos do idioma quando da elaboração de textos voltados à área 
profissional específica. 
No caso dos profissionais da área contábil e de áreas afins, a correta 
utilização do idioma pode ser um facilitador quando tiver que analisar laudos ou 
pareceres próprios da área em questão. Além disso, sabemos que esses 
profissionais também precisam produzir laudos e pareceres, esses textos devem 
seguir uma dinâmica de compreensão e lógica argumentativa. 
Vamos fazer uma breve explanação sobre laudos e pareceres, na certeza de 
entendermos como esses textos estão inseridos nas questões técnicas e como eles, 
quando bem redigidos ou interpretados, farão a diferença na área. 
 
a) Parecer 
De acordo com o Dicionário Novo Aurélio, século XX, a palavra parecer 
significa uma opinião fundamentada sobre determinado assunto emitida por 
especialista. Já a palavra laudo significa peça escrita fundamentada, na qual os 
 
 
 
 
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peritos expõem as observações e estudos que fizeram e registram as conclusões da 
perícia. 
O parecer técnico-contábil é a peça escrita na qual o perito-contador 
assistente expressa de forma circunstanciada, clara e objetiva, os estudos. As 
observações e as diligências que realizou e as conclusões fundamentadas do laudo 
pericial contábil, com a sua concordância ou discordância. 
Ao elaborar um parecer, a ideia principal é procurar escrever de forma clara 
para que possa ser útil quanto possível. Deve ser escrito de uma maneira fácil de 
entender, de forma a facilitar a interpretação aos que o consultam e, assim, possam 
entendê-lo. Os assuntos devem obedecer aos seguintes critérios: partir dos assuntos 
gerais antes dos especiais; desenvolver os critérios dos menos importantes após os 
mais importantes; já os assuntos permanentes precedem os temporários; e trabalhar 
as minúcias, os detalhes, geralmente no final. 
 Ao fundamentar que o parecer é a opinião escrita ou verbal dada por 
alguém acerca de determinado assunto, Medeiros (2007, p 300) afirma que “é um 
ato de procedimento administrativo que indica e fundamenta solução para 
determinado assunto tratado”, pois seu objetivo é o “esclarecimento de dúvidas”. 
Segundo Ney (1998, p.145): 
Este ato administrativo unilateral é a expressão de um juízo, pois 
contém pronunciamento ou opinião sobre questão submetida a 
órgão consultivo, com o fim de esclarecer dúvidas ou indagações, 
para servir à emanação do ato conclusivo vinculado ao assunto. 
Estes constam de três partes: o relatório para a exposição da 
matéria; o parecer do relator com a afirmação de que há 
conveniência de ser aceita ou recusada a matéria e o parecer da 
comissão que contém as conclusões desta. 
 O parecer em sentido amplo é a análise de um caso; em sentido restrito, é a 
opinião jurídica de um magistrado ou tribunal consultor e Medeiros (2007, p.300) 
afirma que pode ser: 
 Administrativo: refere-se a caso burocrático. 
 Científico ou técnico: relaciona-se com matéria específica. Por 
exemplo: o parecer dos auditores. 
 Quanto à Estrutura textual 
 
 
 
 
 
 
 
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 São consideradas partes essenciais de um parecer: 
 
 Número do processo respectivo, no alto da folha, no centro do papel. 
 Título: parecer, seguido de número de ordem, dia, mês e ano. 
 Ementa 
 Texto 
 Fecho: abreviatura do órgão a que pertence o redator, data, assinatura, 
cargo. 
 
 Os endereços eletrônicos abaixo contêm modelos de pareceres de diferentes 
áreas profissionais: 
1. Parecer Técnico – Governo de Rondônia 
http://www.mp.ro.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=1ef71bcb-56f5-48db-a5a1-
e98c00461d76&groupId=41601 
2. Parecer técnico – Vigilância Sanitária 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/parecer_tecnico_seca.pdf 
3. Parecer de auditoria 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/modelos/ressalva.htm 
 
 b) Laudo 
Podemos afirmar que a expressão “laudo”, pela Interpretação Técnica (IT), 
correspondente ao conceito de Laudo Pericial Contábil. Que quer dizer: 
“13.5.1 - O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o 
perito contador expressa, de forma circunstanciada, clara e 
objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as 
observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios 
adotados e os resultados fundamentados, e as suas 
conclusões”. (INTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 13 – IT – 
04/LAUDO PERICIAL CONTÁBIL) 
Se o laudo pericial contábil é a peça escrita que deve ser clara, objetiva e que 
mostre as sínteses do objeto da perícia, nada mais importante para fazer do que 
valorizar a linguagem técnica e aprender a usá-la de forma adequada, competente e 
dinâmica. 
O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são documentos escritos, 
nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente,o conteúdo da perícia e 
 
 
 
 
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particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas 
de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. 
A linguagem adotada pelo perito deve ser acessível aos interlocutores, 
possibilitando aos julgadores e às partes da demanda conhecimento e interpretação 
dos resultados obtidos nos trabalhos periciais contábeis. Devem ser utilizados 
termos técnicos e o texto conter informações de forma clara. 
Os termos técnicos devem ser inseridos na redação do laudo pericial contábil 
e do parecer pericial contábil, de modo a se obter uma redação técnica, que 
qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, 
bem como a legislação de regência da profissão contábil. 
O exercício da atividade pericial contábil e a elaboração do laudo exigem do 
profissional um conjunto de conhecimentos para que haja eficácia na realização da 
atividade. 
 As conceituações acerca da expressão laudo pericial contábil possuem 
denominações várias no acervo dos estudiosos sobre o assunto. 
 Para Zanluca (2005), é uma peça escrita, na qual o perito-contador deve 
visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e 
as minudências que envolvam a demanda. 
 Segundo a Resolução CFC nº. 858/99, que reformulou a NBC T 13 expressa 
no item 13.1.1 da referida norma: 
 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e 
científicos destinado a levar à instância decisória elementos de 
prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, mediante 
laudo pericial contábil e / ou parecer pericial contábil, em 
conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação 
específica no que for pertinente. 
 
 
 Segundo Cestare, Peleias e Ornelas (2006, p. 1): 
 
A perícia contábil é um dos meios legais de prova admitidos no Direito 
brasileiro. Sua realização está prevista nos artigos 420 a 439 do 
Código de Processo Civil - CPC, por determinação judicial, quando a 
elucidação de determinada questão depender de conhecimento 
técnico, conforme se verifica no art. 145 do CPC. O produto final da 
perícia contábil materializa-se na Apresentação do laudo pericial pelo 
perito-contador ao Juízo, para juntada ao processo judicial. 
 
 
 
 
 
 
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 A perícia contábil, segundo Ornelas (2003), situa-se numa área limítrofe entre 
a contabilidade e o Direito em razão dos seguintes aspectos: 
 Do Direito, a perícia busca o embasamento teórico referente à prova 
técnica, à unção do perito e que segue determinados rituais ligados à 
matéria de Direito Processual Civil. 
 Da Contabilidade, a perícia busca o contexto teórico norteador do 
desenvolvimento do conteúdo da prova técnica, os princípios 
fundamentais da Contabilidade, os sistemas contábeis aplicados a 
cada caso e as Normas Técnicas de Perícia Contábil e Funcionais de 
Perito, aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, estarão 
sempre presentes na realização da perícia. 
 A perícia contábil é classificada, de acordo com Teram (2004), da seguinte 
forma: 
 Perícia Contábil Judicial: seguem os procedimentos processuais do 
poder judiciário em razão da necessidade e confiabilidade do órgão 
julgador em possuir instrumentos de decisão sobre determinada matéria a 
qual não foram tecnicamente preparados para analisar 
 Perícia Contábil Extrajudicial: não se encontra no ambiente da esfera 
judicial e se divide em: tributária, civil, administrativa, trabalhista, 
comercial, econômica e avaliatória. 
 Alberto (2002, apud Fagundes et al, 2008), classifica as espécies de perícia 
em: 
 Perícia Judicial: é aquela realizada dentro dos procedimentos 
processuais do Poder Judiciário: por determinação, requerimento ou 
necessidade de seus agentes ativos, e se processa segundo regras legais 
específicas; 
 Perícia Semijudicial: é aquela realizada dentro do aparato institucional 
do Estado, porém fora do Poder Judiciário, tendo como finalidade 
principal ser meio de prova nos ordenamentos institucionais usuários; 
 Perícia Extrajudicial: é aquela realizada fora do Estado, por 
necessidade e escolha de entes físicos e jurídicos particulares – privados, 
vale dizer não submetíveis a outra pessoa encarregada de arbitrar a 
matéria conflituosa. 
 
 
 
 
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 Perícia Arbitral: é aquela realizada no juízo arbitral – instância 
decisória criada pela vontade das partes - não sendo enquadrável em 
nenhuma das anteriores por suas características especialíssimas de atuar 
parcialmente como se judicial e extrajudicial fosse. 
 De acordo com essa classificação, são considerados princípios básicos para 
a elaboração de um laudo pericial contábil: 
 Ser executado por contador habilitado; 
 Este deve estar devidamente registrado em Conselho Regional de 
Contabilidade; 
 As normas para o LPC foram determinadas pela NBC T 13.6. 
 A classificação, segundo a NBCT 13, é a seguinte: judicial, extrajudicial e a 
arbitral. De acordo com Fagundes et al (2008, p. 5), o magistrado, quando solicita a 
atuação de um perito para a elaboração de uma perícia contábil, quer o 
conhecimento técnico de um profissional devidamente habilitado e especializado 
para poder decidir profissionalmente sobre a questão do processo. 
Essas perícias podem ser: 
 Oficiais: determinadas pelo juiz, sem requerimento das partes. 
 Requeridas: determinadas pelo juiz, com requerimento das partes. 
 Necessárias: quando a lei ou a natureza do fato impõe sua realização. 
 Facultativas: o juiz determina, se houver conveniência; 
 Perícias de presente: realizadas no curso do processo; 
 Perícias do futuro: perpetuar fatos que podem desaparecer com o 
tempo. 
Estrutura textual do Laudo Pericial Contábil 
 
 Não existem normas processuais que determinem quantas partes deverão 
constituir o laudo pericial, segundo Pires (2010). Sendo assim, o quadro abaixo 
sintetiza a opinião de alguns autores e serve de roteiro para a elaboração do laudo 
pericial. 
 
 
 
 
 
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Quadro 5 – Estrutura do Laudo Pericial Contábil 
Abertura 
 Número do Laudo; 
 Nº do processo (se houver); 
 Nome das partes envolvidas – autor e réu; 
 Objeto da Perícia; 
 Parágrafo introdutório. 
1. Parágrafo introdutório 
 Identificação legal do perito; 
 Nº do órgão de classe; 
 Declaração formal de realização do trabalho pericial; 
 Declaração de observância da legislação processual aplicável e das 
Normas Brasileiras de Perícia e do perito-contador; 
 Declaração da espécie de laudo que se apresenta; 
 Identificação do objeto da prova pericial (questão); 
 Identificação do objeto da prova pericial (sua finalidade). 
2. Considerações iniciais 
 Breve contexto histórico das peças processuais; 
 Critérios técnicos pleiteados pelo contratante (se for o caso 
Extrajudicial); 
 Referência de técnicas adotadas para exame dos autos; 
 Necessidade ou não de diligências. 
3. Desenvolvimento do trabalho 
 Introdução ao tópico do trabalho a ser desenvolvido, referência a 
normas profissionais e ordenamento lógico; 
 Se não houver diligência, descrição dos elementos que foram objeto 
de exame, análise ou verificação; 
 Se houver diligência, descrição dos elementos pesquisados e 
vistoriados; 
 Descrição de técnicas, análises, métodos e raciocínios utilizados para 
conclusão pericial. 
4. Considerações finais 
 Síntese conclusiva do perito; 
 Opinião técnica do perito sobre a matéria; 
 Síntese de apuração de valor e seu montante (se for o caso); 
 Síntese da finalidade do laudo. 
5. Quesitos – Respostas 
 Transcritos na ordem do laudo; 
 Respondidosde forma sequencial à transcrição dos quesitos 
formulados; 
 Respondidos de forma clara, objetiva e circunstancial; 
 Abstenção das questões relativas à natureza jurídica. 
6. Encerramento do laudo 
 Exposição formal do encerramento do trabalho pericial, de maneira 
simples e objetiva; 
 Descrição da quantidade de páginas que compõem o laudo, se 
 
 
 
 
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rubricadas ou não; 
 Local e data da conclusão do laudo; 
 Assinatura e identificação do perito. 
7. Anexos 
 Parte integrante do laudo. Devem ser numerados sequencialmente e 
rubricados pelo perito; 
 Fazem parte dos anexos: demonstrativo de análise e dos documentos 
indispensável à ilustração e bom esclarecimento do trabalho técnico 
realizado. 
 
Hoog e Petrenco (2003) apresentam orientações para a adequação do laudo 
como prova técnica, dentre elas podemos citar: ausência de julgamento pessoal, 
ausência de questões que podem gerar opiniões polêmicas, fundamentação de 
forma científica à resposta dos quesitos, objetividade, ir direto ao assunto. 
 O laudo pericial, segundo Pires (2010), é o relatório feito pelo perito, onde ele 
resume tudo quanto pode observar durante as diligências. Não existe um padrão de 
laudo, mas existem formalidades que compõem a estrutura dos mesmos. Em geral, 
no mínimo, um laudo deve ter em sua estrutura os elementos seguintes: 
 Prólogo de encaminhamento: é a identificação e o pedido de 
anexação aos autos. 
 Abertura: é a indicação do procedimento ordenatório, identificando sua 
numeração, as partes envolvidas no litígio ou setor sobre o qual a perícia 
se manifestará. Indica-se a vara ou junta que o processo tramita ou a 
indicação da ordenação administrativa que determinou o trabalho, bem 
como a caracterização dos profissionais responsáveis pela vara, junta ou 
esfera administrativa. 
 Considerações Preliminares: é a parte introdutória da peça técnica 
pericial, ou seja, a parte relativa ao relatório pericial. 
 
Qualidades específicas da linguagem 
 
 De acordo com Pires (2010, p. 68), o laudo contábil e as respostas 
apresentadas pelo Perito do juízo precisam atender os seguintes requisitos mínimos: 
 Objetividade: Princípio que se estriba no preceito acolhido pelas 
ciências. É a exclusão do julgamento em bases “pessoais” ou “subjetivas”. 
O que é objetivo é “racional” e, no campo tecnológico da perícia, deve 
 
 
 
 
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inspirar-se na ciência contábil, apresentando objetivamente suas 
conclusões, utilizando como fundamento os elementos pesquisados. 
 Rigor Tecnológico: O perito não deve divagar, mas de forma concreta 
deve ater-se à matéria, respeitando sua disciplina de conhecimentos. Deve 
limitar-se ao que é reconhecido como científico no campo da especialidade. 
Em contabilidade há um número expressivo de doutrinas e de normas em 
que o perito pode basear-se para emitir suas opiniões. 
 Concisão: Exige que as respostas evitem o prolixo. Deve evitar palavras 
e argumentos inúteis ao caso. Deve ser bem redigido, ater-se ao “assunto” 
e responder satisfatoriamente. Deve ser exato e preciso nas respostas e 
conclusões. 
 Argumentação: Deve o perito apresentar expressamente os elementos 
que permitiram sua conclusão ou em que se baseou para apresentar sua 
opinião. O poder da argumentação está diretamente relacionado à 
condição de se sustentar com fatos e documentos. 
 Exatidão: É condição essencial de um laudo. Não deve “supor”, mas só 
afirmar quando tem absoluta segurança sobre o que opina. Havendo 
insegurança para opinar, o perito deve abdicar, declarando sua 
impossibilidade para responder. 
Exatidão de um laudo só pode ser conseguida se as provas que conduzem 
à opinião são consistentes e obtidas por critérios eminentemente contábeis. 
A suposição ou presunção é ato jurídico que não compete ao auxiliar 
técnico do juízo. Na falta de exatidão para a resposta, deve o Perito 
apresentar todas as circunstâncias verificadas e submetê-las ao crivo do 
juízo para sua conclusão. 
 Clareza: Em virtude de o laudo ser feito para terceiros que não são 
especialistas e que não possuem obrigação de entender a terminologia 
tecnológica e científica da contabilidade, a linguagem utilizada deve reduzir 
as expressões tipicamente contábeis. 
 
Quando necessárias, a conceituação, destacada do corpo da resposta ou 
opinião, deve ser feita de forma a permitir total entendimento do conteúdo do 
trabalho. O laudo, portanto, deve evitar interpretações do que afirma; deve afirmar 
 
 
 
 
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claramente. A resposta a um quesito não deve ensejar nova pergunta. Algumas 
vezes, as perguntas ao perito são incompletas, por desconhecimento contábil de 
quem as pergunta, nesse caso, o perito pode “complementar” sua resposta, dentro 
do tema. 
 
Modelo de Laudo Pericial 
 
 
45ª Vara Cível de Belo Horizonte 
Meritíssimo Juiz Dr. Fulano de Tal 
Promotor de Justiça Dr. Beltrano Sem Nome 
Diretor de Secretaria Dr. Ciclano Neto 
A primeira parte será denominada de Autor. 
A Segunda parte denominada de réu 
 
Objeto da Perícia: Averiguação na contabilidade das partes de prova 
documental acerca do alegado pelos mesmos concernentes à operação 
mercantil entre o réu e o autor. 
 
Perito do Juízo: 
Professor Marco Antônio Amaral Pires - CRC/MG 41.632 
Assistentes Técnicos: 
Autor: Beltrano Horizonte Júnior - OAB/MG 22.409 
Réu: Louvou-se no perito do juízo. 
 
Metodologia Aplicada 
De posse dos autos para início da perícia, procurou-se relacionar os 
documentos e livros contábeis e fiscais para o desenvolvimento do trabalho. 
Em contato com as partes requereu-se os elementos pontuados para a 
comprovação contábil. 
Consoante Norma Técnica do Conselho Federal de Contabilidade NBC-T13, 
aprovada página 11 de 13 do texto pela resolução Conselho Federal de 
Contabilidade n° 731 de 22/10/92 que abaixo se transcreve o item em 
questão, não se contatou o assistente técnico da autora por total 
incompetência profissional. 
 
NBC-T-13 - Da Perícia Contábil 
13.12 - A perícia contábil judicial, extrajudicial e arbitral, ‚ de competência 
exclusiva de contador registrado no conselho Regional de contabilidade, 
nesta norma denominado perito contábil. 
13.14 - A presente norma aplica-se ao perito contábil nomeado em juízo e 
aos indicados pelas partes, estes referidos na legislação como assistentes 
técnicos, assim como aos escolhidos pelas partes para perícia extrajudicial. 
Solicitou-se conforme petição de fls. 39 que o MM. Juiz requisitasse do 
Banco que a autora movimentava sua conta corrente cópia dos cheques 
emitidos pela autora e que foram depositados na conta corrente do réu, 
visando melhor fundamentação da resposta. 
 
 
 
 
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Corpo da Perícia 
Quesitos do Autor fls. 30/31 
1) Qual a origem do título n.º 203013B (duplicata) no valor de Cr$ 
69.544.154,31 vencido em 14.02.92,levado a protesto pelo réu contra autor ? 
(Doc. fls. 06 dos Autos da Sustação de Protesto-Apenso) 
RESPOSTA: A origem do título 203013-B foi a aquisição por parte da autora 
de veículos comercializados pela emissão das notas fiscais nºs 166.412, 
166.413 e 166.417, todas com emissão em 14/02/92. 
Consoante perícia realizada na escrita do réu‚ identificou-se o que segue: 
- A venda foi realizada com alienação fiduciária em favor do Banco XXX 
S.A conforme descrição no corpo da nota fiscal; (fls. 20, 21 e 22, estando em 
Anexo A, cópia da via fixa da nota fiscal); 
- A operação gerou duas duplicatas da fatura 203.013 (fls. 19); 
- A primeira foi quitada em 20/03/92 através de crédito na conta corrente do 
réu‚ pelo Banco XXX, mediante ordem de pagamento no valor exato da 
duplicata 203.013-A (Anexo B). 
O diário do réu, revestidodas formalidades legais, registra o recebimento por 
conta daquele crédito (Anexo C). Este recurso foi feito pelo Banco XXX em 
virtude de operação de FINAM (Anexo J) contratada com esta instituição 
financeira; 
- A duplicata 203.013-B foi, em 05/03/92 parcialmente liquidada com o 
pagamento, pelo autor, do valor de Cr$ 25.432.000,00 conforme cópia de 
comprovante de depósito registrado e contabilizado por conta deste 
recebimento. Em Anexo D, apresenta-se a cópia do comprovante onde se 
destaca o n° do Banco - 000 - Banco que o autor movimenta a conta corrente 
-, n° do cheque 858575 de Belo Horizonte. 
O Anexo E apresenta o registro, no livro diário do réu‚ do valor recebido por 
conta daquela duplicata e, na última coluna, informa o saldo remanescente 
da mesma; 
- Novamente, em 11/05/92, o autor promoveu nova entrega de cheque para 
pagamento parcial da duplicata 203.013-B no valor de Cr$ 59.400.000,00 
(Anexo F). O registro no diário (Anexo G) demonstra a escrituração naquela 
data por conta da liquidação parcial da duplicata, apresentando na última 
coluna o saldo remanescente da mesma. Conforme ofício encaminhado ao 
banco que o autor mantinha conta corrente, apresenta-se em Anexo L as 
cópias microfilmadas dos cheques emitidos pelo mesmo. As inscrições no 
verso e anverso dos cheques são suficientes para caracterizar que ocorreu 
de fato a remessa de recursos para a amortização de dívidas junto ao réu; 
- Dias antes do protesto da duplicata 203.013-B o autor negociou a remessa 
de Cr$16.753.502,48 que não ocorreu. Entretanto, por um problema interno, 
se computou esta verba como dedução do saldo remanescente - Anexo H – 
prova página 12 a 13 do texto ficando o protesto do valor de Cr$ 
9.544.154,31 conforme negativa da duplicata encaminhada ao cartório - 
Anexo I - onde em seu corpo se apontou os valores recebidos por conta. 
 
2) O referido título (203013B) acima, está aceito? 
RESPOSTA: Não. O referido título, em sua negativa em Anexo I, não 
apresenta aceite do sacado. 
 
 
 
 
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3) O título n° 203013B (Duplicata) no valor de Cr$ 171.129.656,79, c/ 
apresentação, está pago? 
RESPOSTA: Não. Conforme discriminação apresentada pelo quesito n° 01, o 
título n° 203.013-B apresenta um saldo em aberto na contabilidade do réu de 
Cr$86.297.656,79. Este saldo corresponde ao valor de face da duplicata de 
Cr$171.129.656,79 deduzido dos valores recebidos em 05/03/92 e 11/05/92 
de respectivamente, Cr$ 25.432.000,00 e Cr$ 59.400.000,00. 
A diferença entre o valor do protesto e o saldo contabilizado, no valor de 
Cr$16.753.502,48, se refere a um erro de registro provocado por funcionário 
do réu, pois periciando os movimentos da mesma até a data do protesto - 
09/09/92 - não se deparou com registro de recebimento naquele valor para 
liquidação parcial do mesmo. 
 
4) Ambos títulos, referem-se a qual negociação ? 
RESPOSTA: As duplicatas 203.013 A e B se referem às aquisições dos 
veículos vendidos através das notas fiscais 166.412, 166.413 e 166.417, 
sendo que estas últimas geraram a fatura 203.013 divididas naquelas duas 
duplicatas de igual valor. 
 
5) Os títulos estão devidamente escriturados no Réu ? 
RESPOSTA: Sim. Conforme se pode depreender dos lançamentos 
apresentados nos anexos C, E e G os títulos gerados pelas vendas 
registradas através das notas fiscais 166.412, 166.414 (Anexo A) - duplicatas 
203.013 A e B - estão adequadamente escriturados na empresa-ré. 
 
6) Os títulos de n° 203013B, e n° 203013B de valores diferentes, referem-se 
ao mesmo negócio, ou a negócios diferentes ? Se negócios diferentes quais? 
Queiram detalhar! 
RESPOSTA: Se referem ao mesmo negócio. Conforme exposto no quesito n° 
02, o valor protestado em 09/09/92 pela empresa-ré‚ no montante de 
Cr$69.544.154,31 seria o saldo remanescente da duplicata de valor original 
Cr$171.129.656,79 de 14/02/92. 
Maiores detalhes, por gentileza se reportar ao quesito n° 02. 
 
7) Queiram os Srs. Peritos, baseados no art. 429 do Código de Processo 
Civil trazer novas luzes e informações,ao completo esclarecimento dos fatos !
RESPOSTA: As informações complementares estão incluídas nas respostas 
aos quesitos que ultrapassam, em uma primeira vista, o requerido pela 
pergunta, mas, dado ao solicitado neste, passam a integrar, fruto das 
informações complementares pleiteadas. 
 
Belo Horizonte, 21 de maio de 1993. 
MARCO ANTÔNIO AMARAL PIRES 
PERITO JUDICIAL * CONTADOR * C.R.C./MG 41.632/0-7 
Rua dos Timbiras 3.109 conj. 304 * Tel./Fax 031-295-2178 
Fon te: http://www.peritoscontabeis.com.br/maap/trabalho_m.htm 
 
 
 
 
 
 
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Exercício 5 
 
1. Analise os enunciados a seguir: 
I. Correspondência é uma comunicação efetiva por meio de papéis, cartas 
ou documento. 
II. Passou também a designar todo o conjunto de instrumentos de 
comunicação escrita: bilhetes, cartas, cartas circulares, memorandos, fax, e-
mail. 
III. A correspondência oficial difere-se dos demais textos técnicos, pois inclui 
textos de caráter documental e jurídico, que tramitam apenas entre pessoas 
como: atas, declaração. 
a) Todos os enunciados estão corretos. 
b) Apenas o enunciado I está correto. 
c) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
2. Associe corretamente os textos técnicos às suas respectivas 
designações: 
1. Requerimento 
2. Laudo pericial 
3. Parecer 
4. Perícia extrajudicial 
5. Relatório 
 
( ) Exposição circunstanciada de fatos ou ocorrências de ordem 
administrativa: sua apuração ou investigação para a prescrição de 
providências ou medidas cabíveis. 
( ) Considerado o mais formal dos documentos, devendo ser redigido em 3ª 
pessoa, vedado o emprego de palavras de gentileza ou agradecimentos, 
próprias da redação comercial. 
( ) Ato de procedimento administrativo que indica e fundamenta solução 
para determinado assunto tratado 
( ) É um dos meios legais de prova admitidos no Direito brasileiro. 
( ) Divide-se em: tributária, civil, administrativa, trabalhista, comercial, 
econômica e avaliatória. 
a) 3 / 1 / 5 / 2 / 4 
b) 5 / 4 / 1 / 2 / 3 
c) 4 / 2 / 3 / 1 / 5 
d) 5 / 1 / 3 / 2 / 4 
 
3. Para o êxito da redação ora denominada administrativa, são 
 
 
 
 
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recomendáveis: 
I. O emprego de palavras cujo sentido se conhece e que são apropriadas ao 
momento. 
II. A ordenação do assunto antes de escrever. 
III. A organização dos pensamentos e a ampliação do vocabulário, pois o 
desempenho do redator depende do conhecimento de palavras suficientes para 
escrever sobre o que se deseja transmitir. 
IV. A despreocupação do redator com relação ao destinatário. 
a) Todos os enunciados estão corretos. 
b) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
c) Apenas os enunciados II e III estão corretos. 
d) Apenas os enunciados I e III estão corretos. 
 
4. Associe as características presentes no texto técnico: 
1. Impessoalidade. 2. Clareza. 3. Concisão. 4. Coerência. 5. Padronização 
( ) Texto que consegue transmitir um máximo de informações com um 
mínimo de palavras. 
( ) Ausência de impressões individuais de quem comunica. 
( ) Possibilita imediata compreensão pelo leitor. 
( ) Clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação 
do texto. 
( ) Unidade de sentido naquilo que se quer transmitir. 
a) 3/1/2/5/4 
b) 2/1/3/4/5 
c) 3/1/5/4/2 
d) 2/3/1/5/4 
 
 
 
 
 
 
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