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Lei de Ohm e Associação de Resistores Ana Paula de Sales¹, Karolayne da Silva Santos¹, Lara Campideli Santos² , Letícia Sayuri Sibata³ , Natália Pereira Campim¹. ¹ Turma 33E – Engenharia Química ² Turma 33E – Engenharia de Materiais ³ Turma 33E – Engenharia Civil 26 de outubro de 2017 Universidade Federal de Lavras Resumo Utilizando instrumentos elétricos foi feita a montagem em um protoboard do circuito elétrico, onde foram medidos a tensão, a corrente elétrica e a resistência, para circuitos em série e paralelo. Assim, foram feitos os cálculos, tabelas e gráficos, que auxiliaram para a análise e entendimento da Lei de Ohm e da associação de resistores. 1 Introdução Ao analisar, na primeira metade do século XIX, características de materiais submetidos a potenciais diferentes e as correntes originadas nesses, George Simon Ohm verificou que, para vários materiais, existia uma proporcionalidade entre a diferença de potencial (d.d.p) e a corrente elétrica. Isso significa, por exemplo, que ao dobrarmos a voltagem aplicada a esse material, a intensidade de corrente elétrica também dobraria. Ou seja: = constante Essa proporção recebe o nome de Primeira Lei de Ohm: “Em um condutor ôhmico, mantido à temperatura constante, a intensidade de corrente elétrica é proporcional à diferença de potencial aplicada entre suas extremidades, ou seja, sua resistência elétrica é constante” Os conceitos de resistores elétricos e as leis de ohm são muito importantes no estudo da física. Em vários circuitos elétricos é muito comum a associação de resistores. Isso é feito quando se deseja obter valor de resistência maior do que aquele que é fornecido por um resistor apenas. Os resistores podem ser associados de três maneiras básicas que são: associação em série, associação em paralelo e associação mista. A resistência elétrica mede a propriedade dos materiais de oferecer resistência à passagem de corrente elétrica. Neste processo a energia elétrica é dissipada, geralmente, na forma de calor. Assim um resistor corresponde a qualquer dispositivo que dissipe energia elétrica. Resistores em que a diferença de potencial (ddp) aplicado, é proporcional a corrente elétrica (I) são chamados resistores ôhmicos, para eles a relação entre ddp e corrente é constante e chamada de resistência elétrica (R), embora nem todos os resistores se comportem desta maneira. Figura 1 2.1 Modelo Teórico Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica pelo mesmo, quando existe uma diferença de potencial aplicada. Seu cálculo é dado pela Lei de Ohm, e, segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), é medida em ohms. Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor metálico, um número muito elevado de elétrons livres passa a se deslocar nesse condutor. Nesse movimento, os elétrons colidem entre si e também contra os átomos que constituem o metal. Portanto, os elétrons encontram uma certa dificuldade para se deslocar, isto é, existe uma resistência à passagem da corrente no condutor. Para medir essa resistência, os cientistas definiram uma grandeza que denominaram resistividade elétrica. A associação de resistores é muito comum em vários sistemas, quando queremos alcançar um nível de resistência em que somente um resistor não é suficiente. Qualquer associação de resistores será representada pelo Resistor Equivalente, que representa a resistência total dos resistores associados. (1) Para associações com série Em uma associação em série de resistores, o resistor equivalente é igual à soma de todos os resistores que compõem a associação. A resistência equivalente de uma associação em série sempre será maior que o resistor de maior resistência da associação. Características: A tensão no gerador elétrico é igual à soma de todas as tensões dos resistores: (2) A corrente elétrica que passa em cada resistor da associação é sempre a mesma: (3) Como todas as correntes são iguais, podemos eliminar esses números da equação, que é encontrado em todos os termos: (4) Para associações com paralelo Em uma associação em paralelo de resistores, a tensão em todos os resistores é igual, e a soma das correntes que atravessam os resistores é igual à resistência do resistor equivalente. A resistência equivalente de uma associação em paralelo sempre será menor que o resistor de menor resistência da associação. Características: Corrente no resistor equivalente é igual à soma das correntes dos resistores: (5) Tensões iguais: (6) A equação que calcula a corrente em um ponto do circuito é: i = V / R, logo: (7) 2.2 Método Experimental Neste experimento utilizamos os seguintes materiais: resistor de 100 Ω; resistor de 1,2 kΩ; resistor de 2,2 kΩ; resistores de 4,7 kΩ; resistor de 10 kΩ; potenciômetro de 1 kΩ; 1 LED amarelo; 1 LED vermelho; 1 placa Protoboard; Multímetros; 1 Fonte de tensão contínua e fios (jumpers). Parte 1: Medida de dados entre pontos distintos de um circuito. Montamos o circuito ligando o LED, um resistor de 100Ω e a fonte em série na protoboard conforme a figura 1.1. Em seguida ligamos a fonte de tensão com fornecimento de 3V. Com multímetro na função de voltímetro medidos a tensão entre os pontos B e C, e depois na função de amperímetro medimos a corrente elétrica dos mesmos pontos. Figura 2 – Montagem do circuito parte 1 Parte 2: Medida de dados em um ponto específico do circuito. Abrimos o circuito no ponto B e medimos as tensões nos pontos B1 e B2 (figura 1.2) com o multímetro na função de voltímetro, e na função de amperímetro medimos as correntes elétricas nos mesmos pontos. Figura 3 – Montagem do circuito parte 2 Parte 3: Análise comparativa do funcionamento de aparelhos de medida. Remontamos o circuito inicial conforme a figura 1.1, e colocamos um resistor de 2,2MΩ em paralelo com o LED, fizemos as observações e retiramos o resistor e no seu lugar colocamos um pedaço de fio em paralelo com o LED e observamos. Novamente, remontamos o circuito (figura 1.1) e colocamos o resistor de 2,2MΩ em série com o LED no ponto B. Retiramos o resistor e colocamos em seu lugar um pedaço de fio em série com o LED. E observamos cada etapa. Parte 4: Medidas com Ohmímetro. Montamos o circuito conforme figura 1.3 e com o multímetro na função de ohmímetro, medimos a resistência de R4 no circuito. Retiramos o resistor de R4 e medimos novamente sua resistência de duas formas: a primeira medimos a resistência nos dois terminais do resistor e a segunda em um dos terminais, ou seja um terminal apenas entrou em contato com a ponteira do multímetro. Figura 4 – Montagem do circuito parte 4 Parte 5: Determinação de resistência dos resistores. Escolhemos um resistor e medimos sua resistência com um multímetro na função ohmímetro. Conectamos o resistor em série com a fonte de tensão e obtivemos a diferença de tensão (V) em função da corrente (i). Utilizamos a lei de Ohm para obter a resistência. Trocamos o resistor de valor diferente e fizemos o procedimento descrito acima. Parte 6: Determinação da curva IxV para um diodo e LEDs. Conectamos em série o LED, um potenciômetro e a fonte de tensão conforme a figura 1.4 e 1.5. Configuramos a fonte de tensão para o valor de 2,1±0,1V.Conectamos o voltímetro no circuito para obter a tensão no LED, e em seguida com o amperímetro aferimos a corrente elétrica. Com o potenciômetro variamos o potencial no LED e observamos. Figura 5 - Montagem do circuito parte 6 Figura 6 – Montagem do Circuito parte 6 Parte 7: Determinação da resistência equivalente dos resistores em associação mista. Montamos o circuito conforme a figura 1.6 na protoboard. E medimos a resistência entre os pontos A e B com o ohmímetro. Acoplamos ao circuito a fonte de tensão em 15V, e com o voltímetro medidos as tensões em cinco voltagens diferentes . E com o amperímetro medimos as correntes elétricas em cinco pontos diferentes. Figura 7 – Montagem parte 7 3 Resultados e Discussões: 3.1 Parte A: Parte 1: Figura 8 Com o circuito montado, conforme a figura 8, com suas devidas especificações de componentes e voltagem, notou-se que ele apresentava condições normais de uso, pois o LED acendeu. Posteriormente, com o multímetro na função voltímetro a corrente elétrica foi medida em paralelo, entre dois pontos que ficavam um a esquerda do LED e outro à direita dele na mesma linha. Com essa prática obteve-se uma tensão de 1,8V aplicada sobre o LED, e assim pode-se dizer que a tensão foi reduzida de 3,0V para 1,8V, ou seja, uma diferença de 1,2V. Ao se ajustar o multímetro para a função amperímetro para medir corrente elétrica no circuito nos mesmos pontos citados, notou-se uma diferença em um dos componentes que foi o LED. Ele não acendeu, e isso se deve ao fato de que a função amperímetro está associada a medida de corrente que apresenta uma resistência muito baixa. Parte 2: Figura 9 Com o auxílio de um multímetro, foi mensurada a tensão no ponto B, ponto tal onde o circuito foi aberto nos pontos B1 e B2, como na figura 9. Não foi possível obter resultado pois o aparelho deveria ter sido ligado em paralelo para se obter tensão e não em série. Por conseguinte, foi realizado o mesmo procedimento, porém com o multímetro na função de amperímetro e foi observado um resultado de 1,3x ampere(A). Quando introduzido, houve um aumento de resistência do circuito e isso ocorreu porque antes da colocação do mesmo, as únicas resistências que possuía era a do LED e do resistor (100Ω), já após a inserção do amperímetro, havia as resistências do resistor, do LED e do amperímetro. Portanto, após a inserção do amperímetro, passava pelo circuito uma corrente elétrica de intensidade menor, devido ao aumento de resistência. Parte 3: Com a montagem do circuito, conforme a figura 9, e a inserção de um resistor de 2,2M em paralelo com o LED, observou-se que o mesmo não acendeu. Isso aconteceu porque a corrente elétrica não fluiu até o LED, pois o resistor é de altíssima resistência e estava em paralelo com o LED. Trocando o resistor por um pedaço de fio no circuito foi observado que o LED também não acendeu, pois o fio entrou em curto circuito com o ele, ou seja, houve uma conexão de baixa resistência entre os polos que gerou um excesso de corrente, maior do que o LED suportava. Novamente com a inserção do resistor de 2,2M no circuito, só que dessa vez em série com o LED observou-se que ele acendeu isso ocorreu porque com o resistor em série, a tensão passou pelo resistor e depois chegou no LED com uma resistência muito baixa, resistência esta suportada pelo LED que fez com que ele acendesse. Posteriormente com a inserção de um fio em série no lugar do resistor no circuito, percebeu-se que o LED não acendeu. Isso ocorreu pelo fato de que a corrente elétrica passou diretamente pelo fio e não chegou no LED, já que não teve nenhuma resistência que segurou a corrente elétrica. Comparando-se os aparelhos de medida utilizados (voltímetro e amperímetro) com os componentes utilizados (fio e resistor de altíssima resistência) percebe-se que a função amperímetro é usada para medir corrente elétrica quando os componentes do circuito estão em série com circuito, pois apresenta uma resistência muito baixa. Já a função voltímetro deve-se ser usada com os componentes sempre em paralelo no circuito para se medir tensão/voltagem, porque apresenta uma resistência muito alta. É importante ressaltar que em análises futuras não se deve ligar o multímetro na função amperímetro em paralelo, pois há risco de queimar o aparelho. Parte 4: Figura 10 Com o circuito montado de acordo com a figura 10, mensurou-se a resistência de R4 no circuito, e obteve-se o resultado de . Por conseguinte, retirou-se o resistor R4 do circuito e com o auxílio das duas mãos mensurou-se novamente a resistência do resistor e o resultado obtido foi . Logo após, mensurou-se novamente a resistência do resistor, porém, com uma das mãos em contato com um dos terminais do componente e o outro terminal em contado apenas com a ponteira do multímetro. Não se obteve resultado algum, porque o circuito estava aberto. Houve variação entre os três valores, pois houve três maneiras diferentes de medição, onde a primeira era em série, a segunda em paralelo e a terceira o circuito estava aberto. Parte 5: Foi escolhido um resistor qualquer e mensurado a sua resistência. Obteve-se o resultado de 979. Em seguida, conectou-o com uma fonte de tensão para obter uma tabela de diferença de potencia (V) em função da corrente (i). Tensão (V) D.D.P (V) Corrente () (Resistência obtida) ) 3,0 2,96 0,31 9,55 2,9 2,85 0,30 9,19 2,8 2,75 0,29 9,48 2,7 2,64 0,28 9,43 2,6 2,54 0,26 9,76 2,5 2,43 0,25 9,72 2,4 2,33 0,24 9,70 2,3 2,22 0,23 9,56 2,2 2,12 0,22 9,63 2,1 2,01 0,21 9,57 Tabela 1: Apresenta os valores da diferença de potencia de tenção (D.D.P), em volts (V), em função da corrente (i), em ampere (A). Resistor 1: Comparação da resistência mensurada com a resistência (Ohm) obtida através de cálculos. Foi escolhido um outro resistor qualquer e mensurado a sua resistência. Obteve-se o resultado de 3,2. Em seguida, conectou-o com uma fonte de tensão para obter uma tabela de diferença de potencia (V) em função da corrente (i). Tensão (V) D.D.P (V) Corrente () (Resistência obtida) ) 3,0 2,95 0,09 32,80 2,9 2,85 0,09 31,67 2,8 2,74 0,08 34,25 2,7 2,64 0,08 33,00 2,6 2,53 0,08 31,63 2,5 2,43 0,08 30,40 2,4 2,32 0,07 33,14 2,3 2,22 0,07 31,71 2,2 2,11 0,07 30,14 2,1 2,01 0,06 33,5 Tabela 2: Apresenta os valores da diferença de potencia de tenção (D.D.P), em volts (V), em função da corrente (i), em ampere (A). Resistor 2: comparação da resistência mensurada com a resistência (Ohm) obtida através de cálculos. Pode se observar que os valores obtidos foram coerentes com a teoria, onde quanto maior a resistência, menor é o valor da corrente elétrica. Analisou-se que, também, os valores obtidos para resistência (Ohm) através dos cálculos, utilizando os valores obtidos no experimento, foi coerente com o valor obtido quando mensurou-se a resistência utilizando um Ohmímetro. Os gráficos estão em anexo para melhor visualização. 3.2 Parte B: Parte 6: Figura 11 Com o circuito montado conforme a figura 5 e 11 e seus respectivos componentes, foram testados as funções amperímetro e voltímetro para medição de corrente elétrica e voltagem e percebeu-se que o circuito estava em perfeito funcionamento. Posteriormente, foi feito uma variação de potencial no LED através do potenciômetro em pontos distintos e obteve-se uma tabela de diferença de potencial/voltagem pela corrente elétrica: Diferença de Potencial V (Volts) Corrente elétrica i (Ampere) 0,24 até 1,71 2,1 1,76 2,2 1,79 2,3 1,89 2,9 1,88 4,0 1,91 6,0 1,94 8,7 1,97 14,5 Tabela 3: Apresenta a comparação da diferença de potencial em função da corrente. Assim, percebe-se que o dispositivo é ôhmico, pois a lei de Ohm afirma que a corrente elétrica que passa através de um dispositivoé sempre diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada ao dispositivo. Assim, analisando os dados pode-se ver que conforme a diferença de potencial foi aumentando a corrente elétrica também aumentou. Parte 7: Figura 13 De acordo com a figura 13 a), foram mensurada as tensões V1,V2,V3,V4 e V5 e, de acordo com a figura 13 b), foram mesurada as correntes elétricas V1,V2,V3,V4 e V5, ambas em cima dos resistores R1,R2,R3,R4 e R5. Resistores Tensão (V) Corrente Elétrica (A) R1 12,89 1,2 R2 2,25 2,2 R3 2,46 4,7 R4 2,46 4,7 R5 10,13 10 Tabela 4: Apresenta os valores de tensão, em volts (V), e corrente elétrica, em ampere (A), dos resistores R1 a R5. De acordo com os valores obtidos experimentalmente, pode comparar com os valores teóricos, obtidos através de cálculos utilizando as fórmulas de [1] à [7].Contudo houve uma variância significativa entre os valores que podem ser explicados por erros do operador, onde este não possui precisão alguma á olho nú na obtenção de dados; e imprecisão dos aparelhos utilizados, visto que o multímetro não possuía muita precisão e estava sujeito a erros e diferenças grandes entre valores, que puderam ser observados até mesmo ao decorrer da prática. - Resis-tência (Ohm)( Tensão (V) Corrente elétrica (A) Teórico 1,1 15 0,136 Experimental 1,1 19,8 0,018 Tabela 5: Apresenta a comparação de resistência, tensão e corrente elétrica entre valores teóricos e experimentais. 4 Conclusão Em função do experimento, foram ligados fios condutores a uma fonte de alimentação, em que o polo positivo foi ligado a um painel de associação de resistores, já o polo negativo foi ligado a uma chave, e posteriormente a um multímetro, que foi ligado também ao painel de resistores, com o objetivo de gerar na fonte de alimentação as tensões de 3v, medimos a corrente de cada uma dessas tensões. Após a obtenção tanto das tensões quanto das correntes pertinentes a cada uma, utilizamos a relação existente entre as duas grandezas para realizar o cálculo da resistência e responder as perguntas. Como era esperado, o resistor ôhmico e a diferença de potencial teve um comportamento linear, obedecendo assim à lei de Ohm, concluiu-se que os resistores se comportam de maneira diferente quando se muda o tipo de arranjo. Bibliografia: [1] TIPPLER, P.A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros – Eletricidade e Magnetismo, Óptica. Quarta Edição. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Volume 2. [2] TSUCHID, Jefferson,E.; UGUCIONI, Júlio, C,; NASCIMENTO, Raphael, S. Apostila de Projeto de Física, Lavras, 2017. [3] HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Vol. 3. Oitava Edição. Editora LTC, 2009.
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