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AÇÃO CIVIL PÚBLICA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CIVEL DA COMARCA DE CAICÓ (CE):
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º (...), entidade governamental e sem fins lucrativos, com sede à Rua (...), n.º (...), bairro (...), CEP (...), em Caicó/CE, neste ato representado por seu Presidente, JUSTINO DE TAL, brasileiro, portador do RG sob o n.º (...) e inscrito no CPF sob o n.º (...), residente e domiciliado à Rua (...), n.º (...), bairro (...), em Caicó/CE, por sua advogada que esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de V.Exa., propor
AÇÃO CIVIL PÚBLICA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER 
em face do MUNICÍPIO DE CAICÓ/CE, pessoa jurídica de direito público, com sede à Rua (...), n.º (...), bairro (...), CEP (...), em Caicó/CE e GUARARAPES ADM LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º (...), com sede à Rua (...), n.º (...), bairro (...), CEP (...), pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
I – DOS FATOS
Em 01.12.2000, foi fundada por JUSTINO DE TAL a ASSOCIAÇÃO DPS MORADORES UNIDOS DE CAÍCO, que atualmente conta com mais de 200 (duzentos) associações, fundação esta que objetiva a preservação do patrimônio histórico, cultural e do meio ambiente do município de Caicó (CE).
Como é cediço, o município de Caicó (CE) possui diversas ruínas da época de colonização portuguesa, as quais fazer parte do patrimônio histórico e cultural do município. Dentre as aludidas ruinas, a mais famosa, denominada “COLOSSEU”, é administrada pela segunda Requerida e atrai turistas de todo o pais. 
Contudo, desde setembro de 2017, a empresa tem deixado de prestar manutenção ao local, o que tem deixado o patrimonio em visível estado de deterioração, sendo necessário reparos urgentes, os quais a segunda requerida promete faze-los, porém não os fazem. 
A ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, ciente do descaso para com o patrimônio histórico do munícipio, procurou de pronto a DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL, que por sua vez expediu ofício à Prefeitura Municipal de Caicó (CE), solicitando providencias e informações, posto que a segunda requerida possui contrato de convênio firmado com a primeira requerida. 
Em atenção a solicitação, a Prefeitura em 10.01.2018, informou que solicitou providencias a segunda requerida, bem como informou que em reunião com o representante da empresa, foi concedido prazo para adoção das medidas cabíveis para restauração e preservação do “COLOSSEU”, não obtendo êxito contudo, tampouco foram adotadas providenciais. 
Insta salientar que o contrato de convenio continua vigente, mesmo com as evidentes descumprimentos contratuais, sem que sejam tomadas quaisquer providências para a revitalização do local, seja pela prefeitura, seja pela Guararapes Adm LTDA. 
Logo, o objeto da presente ação encontra-se plenamente tutelado pela Ação Civil Pública, nos termos da lei, sendo inquestionável seu cabimento. 
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA
Com efeito, nos termos do art. 5º, inciso V, alínea “a” e “b” da Lei n.º 7.347/85, o requerente possui legitimidade ativa para propor a presente, posto que é uma associação que possui mais de 1 (um) ano de fundação e tem por objeto a preservação do patrimonio histórico, cultural e do meio ambiente do município de Caicó (CE).
III – DO DIREITO 
A presente ação visa proteger o “COLOSSEU”, patrimonio histórico e cultural do município de Caicó (CE), quando da época de colonização portuguesa, conforme preconiza o art. 129, inciso III, da Constituição Federal da República. 
Os interesses difusos são aqueles interesses metaindividuais de natureza indivisível de que sejam titulares pessoas indeterminadas ligadas entre si por decorrência de circunstâncias fáticas.
 No caso em tela foi flagrante o desrespeito dos requeridos ao interesse difuso da coletividade, o que exige imediata intervenção do Poder Judiciário para assegurar à população a conservação de sua história.
Ensina-nos Wolgram Junqueira:
"A conservação dos monumentos históricos e objetos artísticos visa um interesse de educação e de cultura; a proibição legal de os mutilar, destruir ou desfigurar está implícita nessa conservação; a obrigação de conservar, que daí resulta ao proprietário, se traduz no dever de colaborar na realização desse interesse público. 
(in, "Ação Civil Pública", ed. Julex Livros Ltda., Campinas - SP, 1987, p. 64).
Ademais, a Lei n.º 7.347 de 24 de junho de 1985, que disciplina a Ação Civil Pública, cria os mecanismos para que efetivamente se proteja o patrimônio histórico e sejam punidos os responsáveis por danos causados a esses bens.
Não é demais ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 81, inciso I, prevê ações coletivas em defesa dos interesses de direitos difusos. Veja-se: 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
Assim, conforme já relatado, a situação de inércia dos requeridos concernente a manutenção e preservação do “COLOSSEU”, vem causando graves danos ao referido patrimonio. 
Apesar das incontáveis tentativas de resolver tal situação de forma extrajudicial e deveras célere, não há outra alternativa senão o socorro ao Poder Judiciário, a fim de preservar o bem protegido constitucionalmente.
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência o seguinte:
a) seja os réus citados, nas pessoas de seus representantes, para querendo, contestar o presente petitório;
b) seja intimado o Ilustre representante do Ministério Público do Estado do Ceará, para manifestar-se, nos termos do art. 50, § 10º, da Lei 7.347/85;
c) a dispensa das custas e demais despesas processuais, com fulcro no art. 18, da Lei 7.347/85;
d) a condenação da segunda requerida, Guararapes Adm Ltda à obrigação de fazer consistente na realização dos reparos necessários a preservação do “COLOSSEU”, que constitui patrimonio histórico do Município de Caicó (CE);
e) subsidiariamente, a condenação do MUNUCÍPIO DE CAICÓ, em razão da titularidade do contrato firmando com a segunda requerida; 
Protesta por todos os meios de provas em direto admitidos. 
Dá a causa, provisoriamente, o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Termos em que pede deferimento.
Local e data.
Advogada/OAB

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