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VALIDADE, VIGÊNCIA EFICÁCIA DA NORMA JURDICA

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VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
VALIDADE
Para ser considerada válida a norma jurídica precisa ter sido inserida no sistema normativo seguindo as exigências previstas para a Técnica da Formulação das normas jurídicas. Uma lei só terá validade se houver sido submetida ao poder competente e passar por todos os trâmites da normogênese, com a votação, promulgação e publicação da lei, na forma prevista na Constituição Federal. Essa primeira análise é denominada de validade formal.
Além da validade formal, a norma jurídica necessita de que o seu conteúdo esteja em sintonia com o sistema jurídico, ou seja, com as normas hierarquicamente superiores a ela, não podendo, no caso brasileiro, ser contrária à Constituição Federal ou às Normas infraconstitucionais superiores à norma que está se analisando. Esta é denominada como validade material.
De acordo com Maria Helena Diniz, “uma norma inferior só será válida se fundar em uma superior, reveladora do órgão competente e do processo para sua elaboração. (...) promulgada por um ato legítimo de autoridade, não tendo sido revogada.”.
Eis, segundo aquela autora, os requisitos necessários para se constatar a validade formal:
1°) elaboração por órgão competente, legitimo, constituído para tal fim;
2°) competência ratione materiae do órgão, (a matéria objeto da norma deve estar contida na competência do órgão);
3°) atenção e obediência aos processos ou procedimentos exigidos por lei para sua produção (que nos EUA é chamado de due process of Law).
Não se confunde validade formal e a validade material. Validade formal se verifica com o cumprimento das exigências legais para o procedimento de criação da norma jurídica, enquanto validade material sugere a sintonia do seu conteúdo como o sistema jurídico posto e hierarquicamente constituído.
Diante disto, podemos afirmar que a norma jurídica só será válida se preencher todos os requisitos da validade formal e estiver em sintonia com a validade material.
VIGÊNCIA
O artigo 1° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro institui que “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”.A vigência é propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas descrevem.
Sendo válida, a norma pode iniciar sua vigência, que é a aptidão para produzir seus efeitos no mundo jurídico e no mundo fático.
Segundo Paulo de Barros Carvalho, “Viger é ter força para disciplinar, para reger, cumprindo a norma seus objetivos finais”.
Não se confundem vigência e validade. Validade é a condição de estar a norma integrada ao ordenamento jurídico, formal e materialmente. Vigência é a própria existência fática da norma no universo jurídico, o que ocorre após sua publicação e, se for o caso, transcurso do período da vacatio legis .
Uma norma pode ser válida e não ser vigente, uma vez que pode está submetida a uma condição suspensiva ou de vacância, ou, ainda, ter tido sua vigência encerrada. Por outro lado, a validade sempre será pressuposto para a vigência, consequentemente todas as normas vigentes terão que ser necessariamente válidas.
A norma será vigente quando puder ser exigida.
EFICÁCIA
A eficácia está relacionada com a produção de efeitos. 
Paulo de Barros Carvalho divide este instituto em Eficácia Técnica, Eficácia Jurídica e Eficácia Social.
Eficácia técnica – quando a lei descreve fatos que, uma vez ocorridos, tenham aptidão de irradiar efeitos jurídicos.
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Eficácia jurídica – está presente quando os fatos jurídicos desencadeiam as consequências que o ordenamento prevê. Está relacionada com o fato de o Estado ter aparato jurídico para fazer a norma ser cumprida. Isto é, se os agentes estatais têm condições de fazer a norma ser exigida. 
Eficácia social – ocorre quando há produção concreta de resultados na ordem dos fatos sociais. A norma pode ser válida, estar em vigência, mas não ter eficácia social. Isso pode ocorrer por dois motivos:
1. impossibilidade material ou ausência de condições (ex. norma que prevê obrigação de uso de certo equipamento para certa atividade, mas que ainda não está disponível ou acessível a todos os que devem observar, como aconteceu no início de exigências como a de ponto eletrônico no trabalho ou de cadeirinha para criança no automóvel); 
2. por desobediência a norma, quando a norma não tem sucesso, ou no popular, quando a norma “não pega” (ex.: norma que prevê o fim das sacolinhas plásticas nos supermercados). 
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Toda classificação é baseada em critério determinado. Por esta razão, é imenso o número de classificações possíveis para as normas jurídicas, a saber: 
Quanto à hierarquia
Quanto à obrigatoriedade
Quanto à sanção
Quanto à natureza de suas disposições 
Quanto à sua aplicabilidade
Quanto à sistematização
Quanto à esfera do poder público onde se origina
Dentre outras formas apresentadas pela diversificação doutrinária.
Quanto à hierarquia
a) Constituição Federal + Emendas Constitucionais
b) Leis Complementares
c) Leis Ordinárias
d) Leis Delegadas (art. 68, CF)
e) Medidas Provisórias (art. 62 CF)
f) Decretos Legislativos
g) Resoluções do Congresso
h) Decretos regulamentares ou regulamentos
i) Outras normas de hierarquia inferior. (Portaria, Instruções normativas, Ordens de serviço, Resoluções, Regulamentos de empresas, Contratos (lei entre as partes).
Atenção, autores de nosso tempo vêm firmando entendimento doutrinário no sentido de que não existe hierarquia entre Leis Complementares e Leis Ordinárias. O STF também assim o declarou.
Aqueles que defendem a tese da existência de hierarquia argumentam que o constituinte, ao tratar a lei complementar como espécie normativa diferenciada no art.59 , CF e ao exigir quorum especial para a sua aprovação (art. 62 , CF), posicionou-a numa escala intermediária entre as leis ordinárias e as normas constitucionais, ou seja, admitem a existência de hierarquia entre as leis ordinárias e leis complementares.
Já os contrários a esse entendimento argumentam que as leis complementares e ordinárias são espécies normativas primárias, que retiram sue fundamento de validade diretamente da Constituição Federal , não havendo que se falar em hierarquia entre ambas, mas sim, em atuação distinta, o seja, de competência distinta de cada uma delas.
Assim, a lei complementar se caracteriza por dois principais aspectos: pelo campo obrigatório de atuação expressamente delineado pelo legislador constituinte e pelo quorum especial para a sua aprovação (maioria absoluta*), diferente daquele exigido para a aprovação da lei ordinária.
A tese que prevaleceu na jurisprudência do STF foi a da não existência de hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Para o STF, não existe hierarquia entre essas espécies normativas, sendo que a distinção entre elas deve ser aferida em face da Constituição , considerando o campo de atuação de cada uma.
Portanto, se lei complementar pode veicular matéria reservada à lei ordinária, sem incorrer em vício de inconstitucionalidade formal, mas, nesse caso, tal lei só será apenas formalmente complementar (será materialmente ordinária), isto é, o conteúdo dessa lei permanecerá com status ordinário. Logo, poderá ser posteriormente modificada ou revogada por lei ordinária.
Já a lei ordinária, assim como outras espécies normativas (lei delegada, medida provisória) não podem regular matéria reservada pela Constituição Federal à lei complementar, sob pena de incorrerem em vício de inconstitucionalidade formal.
*A diferença entre maioria simples e maioria absoluta é a quantidade de pessoas que estarão presentes… na maioria absoluta não importa a quantidade de pessoas sempre a maioria absoluta será fixa… por exemplo, se existe 100 deputados, mas comparece 54, a maioria absoluta de votos deve ser no mínimo 51 votos. Pegando o mesmo exemplo, na maioria simples seria de 28 votos.
Quanto à obrigatoriedade
Combase na sua força obrigatória, as leis podem ser:
a) Leis Imperativas: (CF Art. 5º II)
Possuem obrigatoriedade absoluta. Vale dizer, mandam ou proíbem de modo incondicionado – não podem deixar de ser aplicadas. Podem nos obrigar a fazer algo (imperativa positivamente) ou a não fazer algo (proibitiva). Podem Assim ser subdivididas em:  
 - Imperativas propriamente ditas ou Imperativas positivamente.
Ex. Código Civil – “Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
        I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
        II - da pessoa maior de sessenta anos;
        III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial."
    - Proibitivas – “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.” (Constituição Federal, art. 14, § 2º).
b) Leis Dispositivas
Também denominadas indicativas, são as que se limitam a permitir determinado ato ou a suprir a manifestação da vontade das partes. Podem ser subdivididas em:
- Permissivas – corresponde ao Direito Faculdade. Ela nos permite fazer algo mas não nos obriga. “É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens o que lhes aprouver” (CC, art. 1.639). “O consumidor pode desistir do contrato no prazo de 7 (sete) dias a contar de sua assinatura ou do ato do recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos ou serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio” ( Código de Defesa do Consumidor, art. 49).
- Supletivas – suprem a falta de manifestação da vontade das partes. Só se aplicam quando os interessados não disciplinarem suas relações. Ex.: “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.” (CC, art. 327).
 Quanto à sanção
a) Perfeitas
São aquelas cuja sanção consiste na nulidade automática ou na possibilidade de anulação do ato praticado contra sua disposição. Violando uma lei perfeita o ato praticado é nulo. Ex. Art. 1.548 CC / CLT Art. 9º e 468
Art. 468 CLT "Nos contratos individuais de trabalho só é lícita qualquer alteração com mútuo consentimento e ainda assim, desde que, direta ou indiretamente não resultem prejuízo ao empregado sob pena de nulidade.
Ato nulo x ato anulável
- Ato nulo não produz efeito nunca.
- Ato anulável produz efeito enquanto não anulado.
 
b)Imperfeitas
Ao contrário da perfeita, não prevê anulação do ato nem qualquer outra penalidade quando são violadas. Não são dotadas de sanção, apenas visam orientar ou dificultar determinados atos.
Ex.: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (art. 205, CF).
 
c) Mais que perfeitas
Sua violação acarreta nulidade do ato e ainda a imposição de uma pena ou castigo. 
Ex.: “Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena – reclusão de 2 a 6 anos” (Código Penal, art. 235).
d) Menos que perfeitas
Aquelas cuja violação não provoca a nulidade do ato, mas traz uma penalidade para o ato.
Ex.: “O viúvo ou a viúva, com filhos de cônjuge falecido, que se casar antes de fazer o inventário do casal e der partilha aos herdeiros, perderá o direito ao usufruto dos bens dos mesmos filhos.” (CC/1916, art.225).
 Quanto à natureza de suas disposições
a) Leis materiais (substantivas) (O que)  - Definem relações jurídicas ou criam direitos. É o caso das disposições do Código Civil, Código Comercial ou Código Penal.
b) Leis processuais (adjetivas) (Como) – Regulam o modo ou o processo para fazer cumprir as leis substantivas. Códigos Processuais.
Quanto à sua aplicação (aplicabilidade)
a) Auto Aplicáveis - Vem completas, com todos os requisitos exigidos para que produza os efeitos esperados. Apresentam todos os requisitos necessários para sua vigência imediata ou no prazo legal. Ex.: CF “Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos ou rurais...
			XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;”
b) Dependentes de Regulamentação - será dependente de regulamentação quando tácita ou expressamente seu texto assim exigir. 
Ex.: Art. 7º, XIX, CF -> "licença-paternidade, nos termos fixados em lei”.
 Quanto à sistematização 
a) Leis Avulsas, esparsas ou extravagantes:
Nas leis esparsas ou avulsas não existe nenhum tipo de sistematização, o que dificulta sua utilização. São editadas isoladamente. Ex.: Lei de falências.
b) Leis codificadas ou Códigos:
Constituem um corpo orgânico de normas sobre determinado campo do direito. Ex.: Código Civil, Código Penal, etc..
c) Consolidação - É a reunião de forma organizada de leis esparsas já existentes em um único volume. Esse momento também se presta para a criação de novos direitos. Como se vê, é um meio caminho entre a lei avulsa e o Código. Atualmente no Brasil só existe uma consolidação: a Consolidação das Leis de Trabalho.
Quanto à esfera do poder público
No Brasil essa origem tanto pode ser a União (Leis Federais) como os Estados (Leis Estaduais) e ainda os Municípios (Leis Municipais). 
No topo da Hierarquia encontramos as Leis Federais, em 2º as Estaduais e em 3º as Municipais. 
a) Leis Federais - São elaboradas no Congresso Nacional, poder Legislativo. Valem para todo o território Nacional.
b) Leis Estaduais - São aquelas preparadas nas assembléias legislativas de cada Estado. São válidas e aplicáveis somente no Estado onde foram discutidas, votadas e aprovadas. A Lei Estadual não pode contrariar a Lei Federal.
c) Leis Municipais - Têm sua origem nas Câmaras Municipais ou Câmaras de Vereadores, valem exclusivamente no município onde foram aprovadas. A Lei Municipal não pode contrariar a Lei Estadual nem a Lei Federal.
A competência normativa de cada uma dessas esferas está fixada pela CF, nos arts. 22, 23, 24, 25, 29, e 30.

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