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FARMACOLOGIA DO RITMO CARDÍACO

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FARMACOLOGIA DO RITMO CARDÍACO
PA no nodo S-A: a fase 4 (diástole lenta/ período pré-potencial) é instável; presença do corrente funny (canais de Na). Esse tecido nodal possui automatismo, e isso pode sofrer alterações, levando às arritmias: atuando na fase 4 e no potencial limiar
PA no cardiomiócito: a fase 4 é estável. Fase 0 (despolarização por meio dos canais de Na – voltagem dependentes), os fármacos antiarrítmicos atuam nessa fase. Mecanismos de ação: o bloqueio da fase 0 diminui a velocidade de condução do impulso; bloqueio da fase 3 (canais de K – do tipo R e S), com atraso na repolarização, e acumulo de potássio no interior da célula, logo, o PA foi prolongado
ARRITMIAS
- acontecem por meio de 2 mecanismos: defeitos na formação do impulso (automatismo); defeito na condução do impulso
Formação do impulso:
Automatismo irregular – nó S-A reduz sua freqüência (devido a uma isquemia por ex), com isso a freqüência de disparo dos outros nodos passa a ser maior, outros nodos (que não o NSA) vão ditar a freqüência cardíaca = marcapasso latente; um fármaco precisa atuar sobre o automatismo desses marcapassos latentes
- a redução da função do marcapasso latente (redução do automatismo = redução dos disparos de PA), faz com que o NSA volte a assumir a sua função de marcapasso
- os fármacos que fazem isso possuem maior afinidade pelos marcapassos latentes do que pelo NSA
Fármacos:
atuam na inclinação da fase 4 (correntes de Na funny); a maior inclinação da reta significa a diminuição do tempo para atingir o limiar de excitabilidade; ocorre por meio da ativação B1 por noradrenalina. Para reduzir o automatismo, o fármaco precisa reduzir a inclinação da fase 4 (levando mais tempo para atingir o limiar, bloqueando canais de Na), a célula fica mais dificultada para atingir o limiar e conseqüente PA
os fármacos também atuam no limiar de excitabilidade, aumentando esse potencial limiar, para dificultar a célula a atingir o limiar e gerar PA
Atividade deflagrada – pós despolarização precoce: nova despolarização da célula que acontece antes de a célula terminar de repolarizar; se o limiar de excitabilidade for atingido, a célula desencadeia PA e provoca arritmia); se houver prolongamento do PA, esse mecanismo é favorecido, pois a célula fica mais tempo na fase 3 (repolarização). Esse mecanismo pode levar a uma arritmia grave (com fibrilação ventricular)
- pós despolarização tardia: ocorre quando já ocorreu a repolarização e a célula se despolariza novamente
Condução do impulso
Reentrada anatômica – presença de um feixe anômalo, o feixe acessório
Existe uma via acessória que liga átrio e ventrículo. Enquanto todo o coração está excitável, a via acessória está refrataria (não conduz PA). NSA via acessória (refratária), o impulso é bloqueado. Outra parte do PA que partiu do NSA foi transmitida para o NAV foi conduzida pelos ventrículos e através dessa via consegue chegar na via acessória (não está mais no período refratário), o PA reentra no átrio, voltar para o NAV. Formando um circuito autosustentável
Fármacos: reduzem a velocidade de condução do impulso do PA no nodo AV (reduzindo a fase 0, bloquando canais de Ca), até que esse impulso seja extinto
Reentrada funcional – em um coração normal, quando os impulsos colidem, eles se anulam. Em um coração isquêmico que possui uma lesão, a região lesada é parecida como feixe acessório. Eletrofisiologicamnete, quando todo coração está excitável, essa região está no período refratário (não propaga impulso). Entretanto, o impulso foi propagado para outro lado também, sem encontrar um impulso para colidir e anular. Esse impulso volta para a região lesada que não se encontra mais no período refratário, fazendo com que o PA “reentre”
***RESUMINDO = uma região do coração está refratária e o restante está excitável. Como conseqüência, o impulso é bloqueado pelo período refratário enquanto se propaga no restante. A outra parte do impulso do PA consegue ser conduzido e consegue reentrar nessa via. Formando um circuito autosustentável.
Fármacos: 
reduzem a velocidade de condução do impulso do PA, até que esse impulso reentrante seja extinto. Reduzindo a ascensão da fase 0 (quanto mais rápida ela ocorre, mais rápido é a condução do impulso). Bloqueio de canais de Na
aumentando o período refratário da região isquêmica, não deixando o PA reentrar no circuito. Os antiarrítimos possuem afinidade pela região com lesão, sem afetar o restante do coração. Isso ocorre através do aumento do tempo do potencial de ação, prolongamento da fase 3 (mais difícil deflagrar PA, período refratário por mais tempo), bloqueio de canais de K
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIARRÍTIMOS
Classe I - Bloqueadores de canais de sódio
- reduzem a fase 0 do PA no ventrículo (cardiomiócito), dificultando a despolarização, reduzindo a velocidade de condução do PA
- reduzem a inclinação da fase 4 nas células do nodo, atreves do bloqueio de canais de Na que modulam os canais HCN, com menor abertura desses últimos, menor condutância 
- aumentam o potencial limiar, através do bloqueio de canais de Na voltagem dependentes. Precisa-se de mais despolarizações e tempo para abrir números suficientes de canais de sódio
Ex: aquinidina, fenitoína, lidocaína...
Classe II - BETA bloqueadores
- bloqueiam receptores B1 adrenérgicos. O estímulo desses receptores aumentam a FC (aumento da corrente funny de Na, inclinação maior da fase 4) e força de contração. O beta bloqueador causa o efeito de diminuição da FC e força de contração. Atua na inclinação da fase 4 (diminuindo-a)
Ex: propanolol
Classe III - Bloqueadores de canais de K
- bloqueiam a fase 3 (repolarização), aumentando a duração do PA. Aumento da refratariedade, portanto pode causar pré-despolarização precoce (torsades de pointes)
Ex: almidarona
Classe IV - Bloqueadores de canais de Ca
- específicos para canais de Ca do tipo L, na fase 0 do potencial de impulso nos nodos. Reduz a fase 0 do nodo AV, dificultando a reentrada
Ex: veratamil, diltiazem...

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