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0 Egas Boaventura Uaisse Fábio Jardel da Fonseca Pechirra Ivete armando Cambulecie Sandra Abdul Momad Sérgio João Ambiri Teixeira Ligoria Valdimiro Chande Técnicas de Amostragem Geoquímica dos Solos Licenciatura em Geologia Universidade Pedagógica Nampula 2018 1 Egas Boaventura Uaisse Fábio Jardel da Fonseca Pechirra Ivete armando Cambulecie Sandra Abdul Momad Sérgio João Ambiri Teixeira Ligoria Valdimiro Chande Técnicas de Amostragem Geoquímica dos Solos Trabalho de carácter avaliativo da Cadeira de Prospecção e Pesquisa Geoquímica e Mineralógica, curso de Geologia 4 o ano. Docente: Deocleciano Nhanzilo Faro Universidade Pedagógica Nampula 2018 2 Índice 1.0.Introdução ........................................................................................................................ 3 1.1.Objectivos ........................................................................................................................ 3 1.1.1.Objectivo Geral ............................................................................................................. 3 1.1.2.Objectivos Específicos .................................................................................................. 3 1.2.Metodologia ..................................................................................................................... 3 2.0.Capitulo I: Conceito, Origem, Formação e Composição do Solo....................................... 4 3.0.Capitulo II: Amostragem em solos ................................................................................... 6 3.1.Etapas da Amostragem ..................................................................................................... 7 3.2.Técnicas de Amostragem ................................................................................................. 8 3.2.1.Amostragem de acesso directo....................................................................................... 8 3.2.1.1.Amostras em bloco: .................................................................................................... 8 3.2.2.Amostragem de acesso indirecto.................................................................................... 9 3.2.2.1.Amostragem à rotação: ............................................................................................... 9 3.2.2.2.Amostragem com cravação estática: ........................................................................... 9 3.2.2.3.Amostragem com cravação dinâmica .......................................................................... 9 3.3.Equipamento de amostragem .......................................................................................... 10 3.4.Dimensão das amostras .................................................................................................. 12 Conclusão ............................................................................................................................ 13 Bibliografia .......................................................................................................................... 14 3 1.0.Introdução A realização da análise de solos é indispensável para que se tenha conhecimento da riqueza ou pobreza dos solos no que diz respeitos a sua composição, como tal, é fundamental para que sejam bem manejados. Esse factor torna-se imprescindível para o sucesso de empreendimentos agrícolas, pecuários e florestais. A análise Geoquímica é o método mais utilizado para avaliar a fertilidade do solo e determinar as necessidades de nutrientes para as plantas. Ela é obtida pela análise de amostra de solo, que deve ser representativa da área em que foi colectada. A qualidade e a precisão dos resultados da análise dependem directamente da colecta de amostra de solo. 1.1.Objectivos 1.1.1. Objectivo Geral Descrever as Técnicas de Amostragem Geoquímica dos Solos. 1.1.2. Objectivos Específicos Falar do conceito, origem, formação e composição química do Solo; Citar as etapas da amostragem Geoquímica dos Solos; Descrever o equipamento usado no processo de amostragem dos solos; Descrever a dimensão das amostras dos solos. 1.2.Metodologia A metodologia usada para elaboração do presente trabalho foi de pesquisa bibliográfica. Que consistiu em consultas de obras e artigos que evidenciam o tema. Numa primeira fase fez-se a selecção das obras e em seguida fez-se a selecção dos conteúdos de acordo com a pertinência dos mesmos. Como forma de credenciar as ideias patentes no trabalho durante o desenvolvimento do mesmo citou-se as ideias dos autores e por serem verdadeiras as obras foram referenciadas. 4 2.0. Capitulo I: Conceito, Origem, Formação e Composição do Solo Para CARVALHAIS (2007), solo é a camada (meio heterogéneo) superficial da crosta terrestre constituída por minerais, água, ar e material orgânico. O intemperismo e a sedimentação são processos geoquímicos da máxima importância para o homem, pois nosso recurso económico básico, o solo, resulta deles. A característica exclusiva do solo é a organização de seus constituintes e de suas propriedades em camadas que estão relacionadas com a superfície actual, e mudam verticalmente com a profundidade. Refere-se às camadas individuais como horizontes do solo, podendo elas ir de alguns centímetros a vários metros, em espessura; colectivamente, são conhecidas como o perfil do solo. As camadas se sucedem até o contacto com a rocha matriz inalterada. A maioria dos perfis do solo compreendem três horizontes principais: A, B e C (Fg.2.). O horizonte A desenvolve-se primariamente como um resultado da perda, em parte, do material de origem através da lixiviação e da remoção mecânica (eluviação) resultante da percolação descendente da água da chuva. Este eluvião acumula-se no horizonte B que é assim uma zona de acumulação. O horizonte B está caracteristicamente enriquecido em argila e tem, com frequência, uma cor parda-amarela resultante de uma acumulação de óxidos de ferro. Os elementos de menor importância e os elementos em traços frequentemente estão enriquecidos no horizonte B. O horizonte C é o material do qual derivam os horizontes A e B sobrejacentes; pode ser a rocha “in situ”, o material glacial ou de aluvião transportado, ou mesmo o solo de um ciclo precedente. Apenas solos maduros apresentam perfis constituídos por todos esses horizontes. Os solos jovens limitam-se a uma camada de rocha desagregada que sustenta o horizonte superficial de húmus. Os solos imaturos, por sua vez, são ainda limitados: possuem, sobre a rocha matriz, uma fina camada de rocha em desagregação na qual habitam musgos e líquenes (Fg.1.). 5 Fg.1. Camadas horizontes dos solos (CARVALHAIS, 2007, p.17) Fg. 2. Esquema de um Perfil típico do solo e seus horizontes (CARVALHAIS, 2007, p.18) Dado que o solo resulta do intemperismo das rochas, sua composição deve depender da composição da rocha da qual ele se formou. Esta afirmação é óbvia, mas pode ser enganadora: embora os solos sejam diferentes em sua composição, eles são no conjunto especialmente uniformes, e as diferenças são primariamente o resultado dos factores do ambiente (SANTOS, 2003, p.83). 6 A mesma rocha matriz pode dar origem a solos muito diferentes sob condições diferentes. Os factores do ambiente incluem o clima, a actividade biológica, a topografia e o tempo; destes, o clima é o mais importante. Como regra, um mesmo tipo de rocha, submetidoa diferentes condições climáticas, gera solos diferentes. Por outro lado, rochas diferentes quando sujeitas às mesmas condições climáticas, resultam muitas vezes em solos quase idênticos. Os componentes de um solo incluem não só os minerais presentes, mas também a matéria orgânica, a água e o ar. Estes componentes geralmente não estão em equilíbrio com as condições do ambiente e, portanto, permanecem em estado de mudança contínua. A transformação da rocha matriz em solo acompanha-se em geral por uma diminuição marcada em Ca, Mg, Na e K, por perdas relativamente menores de AI e de Fe, e por aumento em Si. A parte mais activa do solo, juntamente com a matéria orgânica, é a fracção coloidal que consiste principalmente em minerais argilosos. O simples intemperismo químico e físico das rochas não resulta necessariamente na formação de solo. A maioria dos processos do solo são directa ou indirectamente de natureza biológica. Os organismos são os agentes eficientes para extrair e dissolver muitos elementos. Dada a enorme velocidade da multiplicação dos microrganismos, seu efeito total pode ser considerável, e é provavelmente significativo na migração, nos solos, dos elementos de menor importância e dos elementos traço. 3.0.Capitulo II: Amostragem em solos A amostragem consiste na recolha de amostras o mais inalteradas possível para ensaios e análises em laboratório. Excepto em casos especiais ou determinados por serviços orientativos, o horizonte preferencial de amostragem é o "B" (GOVETT, 1983, p.225): Maior dispersão hidromórfica dos elementos, o que é reflectido em auréolas mais amplas e mais uniformes de dispersão dos elementos; Horizonte mais frequente na maioria dos solos; Horizonte com material mais homogéneo e, consequentemente, menos sujeito a bias. São considerados casos especiais: 7 A colecta de matéria orgânica (húmus) ou horizonte "A", para detecção de certos elementos, ex. U; A necessidade de colecta de material para elementos com dispersão clástica - horizonte "C" (ouro e platinóides); A necessidade de correlação com dados radiométricos, neste caso a profundidade não pode ultrapassar 25 cm de solo; Em trabalhos ambientais é comum se utilizar a parte superior do solo par se detectar contaminações superficiais; A presença de horizontes que formem barreiras geoquímicas - ex. caliche; Solos sobre laterites; Amostragem de saprólitos. No caso de utilização de solo bateado, deve-se amostrar sempre o mesmo horizonte, para evitar a introdução de bias na amostragem. Solo transportado só deve ser colectado no caso de conhecer-se o deslocamento. No caso de necessidade de identificação da rocha mãe em áreas altamente intemperizadas, pode-se utilizar o solo “lavado”, retirando-se a fracção argila do solo para separação e identificação das fracções leve e pesada do material resultante. A amostragem de solos em áreas carbonáticas, como complemento ao mapeamento geoquímico regional, deve ser feita ao longo de perfis transversais às estruturas, ao longo de estradas, caminhos ou trilhas. Pode-se utilizar uma malha de 2km 2 (aproximadamente losangular), com seu maior eixo paralelo às estruturas, ou perfis regulares em cristas (interflúvios) ou bases de encosta. Nos mapeamentos regionais que utilizem solos, é importante que exista uma área de superposição dos serviços em drenagens com os serviços em solo, para efeito comparativo (sugere-se 10% da área total). Em áreas carbonáticas poderão ser utilizados outros materiais, como sedimentos de dolinas ou água de poços tubulares. 3.1.Etapas da Amostragem Furação: acto ou efeito de furar ou perfuração do terreno com finalidade de obtenção ou colecta de amostras do solo; Amostragem por cravação: obtenção de amostras do solo por cravação que consiste no acto ou efeito de cravar, de fixar ou enterrar em uma determinada 8 profundamente da superfície do terreno o amostrador de solos para a colecta de amostras do solo; Armazenamento: consiste no armazenamento e condicionamento em cápsulas de PVC, madeira ou de cartão das amostras do solo para garantir a manutenção das características do terreno; Extrusão: consiste na retirada ou saída forçada ou expulsão do material do terreno; Preparação: consiste na preparação das amostras colhidas no terreno de forma a proceder a estudos laboratoriais Ensaio: consiste em fazer os estudos laboratoriais das amostras do solo obtidas no terreno com vista a determinar a composição química dos mesmos. 3.2.Técnicas de Amostragem 3.2.1. Amostragem de acesso directo 3.2.1.1.Amostras em bloco: São cortados blocos manualmente no campo, provocando pequenas perturbações. Apenas é possível obter estas amostras se existir coesão e em locais que estejam acima do nível da água e requer operadores altamente qualificados para o serviço. Fg,3. Amostras em bloco (PIRES, 2013, p26) Técnicas de Amostragem Acesso directo Acesso indirecto 9 3.2.2. Amostragem de acesso indirecto 3.2.2.1.Amostragem à rotação: Amostradores com parede dupla ou tripla que são introduzidos através de perfuração; a Amostragem contínua e baixos níveis de sucção desenvolvidos durante a extracção. É apropriada para solos duros. 3.2.2.2.Amostragem com cravação estática: Os amostradores de tubo aberto com parede fina são cravados estaticamente em solos moles e soltos, com elevados teores de finos e grãos de tamanho superior com dimensão limitada, visto que a parede fina pode ser facilmente danificada durante a cravação. 3.2.2.3.Amostragem com cravação dinâmica Amostradores de tubo aberto com parede grossa instalados através de cravação dinâmica; As paredes do tubo são mais fortes, o que facilita a cravação; Provocam bastantes danos nas amostras; Apropriada para materiais duros/compactos. A recolha de amostras de solos é o meio mais adequado para determinar perfis de um terreno. Através da recolha de amostras a diferentes profundidades, com posterior acondicionamento em cápsulas de PVC, madeira ou de cartão garantem a manutenção das características do terreno de forma a proceder a estudos laboratoriais (GOVETT, 2001, p.225). Amostragem de Acesso Indirecto Amostragem a rotação Amostragem com cravação estática Amostragem com cravação dinâmica 10 Fg.4. Condicionamento das amostras (GOVETT, 2001, p.225). 3.3.Equipamento de amostragem 1- Calibrador; 2- Tubo de revestimento; 3- Caixa porta molas; 4- Mola. Fg.6. Cabeça de injecção, permite introduzir água no sistema (GOVETT, 2001, p.225). Fg.5. Esquema do amostrador (GOVETT, 2001, p.225). 11 Calibrador: responsável por proteger e estabilizar o equipamento aquando a realização do furo e permite controlar o diâmetro da perfuração. Saída da água que é injectada de forma a poder arrefecer as paredes do tubo e remover os detritos da perfuração. Fg.9. Coroa, facilita a operação de corte por rotação (GOVETT, 2001, p.225). Fg.8. Parede do tubo amostrador (GOVETT, 2001, p.225). Fg.7. Calibrador (GOVETT, 2001, p.225). 12 Caixa porta molas: acoplada ao tubo interno, por meio de rosca ou encaixe, possui parede interna cónica que abriga a mola retentora. Mola Retentora: segura o material de sondagem dentro do tubo interno para que não caia ao ser realizada a manobra. Trabalha dentro da caixa porta molas ou directo na coroa. 3.4.Dimensão das amostrasA dimensão das amostras deve ser tal que a amostra colhida contenha uma distribuição granulométrica representativa do solo "in situ". As amostras devem ter uma dimensão mínima da ordem das 5 a 10 vezes a dimensão máxima das partículas do solo (LEVINSON, 1980, p.924). Fg.10. Caixa porta molas (GOVETT, 2001, p.225). Fg.11. Mola retentora (GOVETT, 2001, p.225). 13 Conclusão O solo resulta do intemperismo e a sedimentação das rochas, sendo este constituído por camadas. Refere-se às camadas individuais como horizontes do solo e colectivamente, são como perfil do solo. A sua composição depende da rocha mãe do qual foi formado. A amostragem consiste na recolha de amostras o mais inalteradas possível para ensaios e análises em laboratório. O horizonte preferencial de amostragem é o "B", excepto em casos especiais. As etapas de amostragem são basicamente: Furação, Amostragem por cravação, Armazenamento, Extrusão, Preparação e Ensaio. As técnicas de amostragem podem ser de acesso directo e indirecto. A amostragem de acesso é representada basicamente pela amostragem em blocos e a amostragem de acesso indirecto pode ser feita usando três métodos essenciais: Amostragem à rotação; Amostragem com cravação estática e Amostragem com cravação dinâmica. A dimensão das amostras deve ser tal que a amostra colhida contenha uma distribuição granulométrica representativa do solo "in situ". As amostras devem ter uma dimensão mínima da ordem das 5 a 10 vezes a dimensão máxima das partículas do solo. 14 Bibliografia CARVALHAIS, Rokelly. Pedologia: Estudo dos Solos. São Paul: Colégio Lourdinas. 2007. P.4-50. GOVETT, G.J.S. Analytical methods in geochemical prospecting. Amsterdam: Elsevier. 2001. pp. 255. LEVINSON, A.A. Introduction to exploration geochemistry. 2 a ed. Estados Unidos da América: Wilmette. 1980. pp.924. PIRES, Patrício. Introdução a Colecta e Preparação de Amostras. Brasil. 2013. pp.25-27. SANTOS, Márcio. Geoquímica dos solos: 4 o Período de Geologia. Rio de Janeiro. 2011. pp.80-89.
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