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Responsabilidade Civil RESUMO NP1

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Responsabilidade Civil – Resumo 
Conceito
Responsabilidade civil é o dever de reparar os danos provocados numa situação onde determinada pessoa sofre prejuízos jurídicos como consequência de atos ilícitos praticados por outrem.
Os pressupostos da responsabilidade civil estão previstos no Código Civil (lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). De acordo com a lei, quando alguém comete um ato ilícito que acarreta danos à integridade física, à honra ou aos bens de outra pessoa, esta deverá ser proporcionalmente ressarcida.)
Assim como está especificado no Código Civil, a responsabilidade civil pode ser configurada a partir de diferentes cenários, seja por quebra de contrato ou por prática de um ato ilícito do ponto de vista do Direito Civil, como a negligência ou omissão voluntária.
Responsabilidade Objetiva e Subjetiva
Objetiva
A responsabilidade civil objetiva é aquela que não necessita de uma comprovação da culpabilidade para que haja a obrigação da indenização.
É a decorrente do risco (nexo de causalidade) / relação entre o fato e o dano. O dolo ou culpa na conduta do agente causador do dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será necessária a existência do elo de causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável para que surja o dever de indenizar. (ART. 927 CC/02)
 
Subjetiva
Já no caso da responsabilidade civil subjetiva é necessária a existência da comprovação da culpa do causador do dano. Caso a vítima não consiga provar a culpa do indivíduo, não existe a obrigação da indenização.
É a decorrente do risco (nexo de causalidade) / relação entre o fato e o dano. O dolo ou culpa na conduta do agente causador do dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será necessária a existência do elo de causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável para que surja o dever de indenizar.
Responsabilidade Contratual e Delitual
Contratual
De acordo com a responsabilidade civil contratual, quando duas pessoas firmam um compromisso através de um contrato, as regras estipuladas neste devem ser obedecidas por ambas as partes.
Delitual
Já a responsabilidade civil delitual, também conhecida por aquiliana, se configura quando determinado indivíduo comete um ato ilícito (negligência, imprudência e omissão voluntária, por exemplo) e, a partir desta ação, provoca dano a uma terceira pessoa.
Responsabilidade Civil do Estado
Assim como os privados, o Estado também está sujeito a responsabilidade civil quando os seus funcionários administrativos, no âmbito de suas funções, causam danos a terceiros. Neste caso, assim como diz o princípio da responsabilidade civil objetiva, não é necessária a comprovação do dano para que haja a indenização, mas apenas a relação entre o setor administrativo estatal e o ato prejudicial.
Responsabilidade Moral
A noção de responsabilidade moral existe desde os tempos mais remotos da humanidade, levando a crer que sempre existiram certas condutas reprováveis. A liberdade de ação dos indivíduos sempre gerou conflitos, de modo a desestabilizar a paz. Em busca da manutenção do equilíbrio social era necessário o estabelecimento de condutas e regras de convívio. A responsabilidade moral se trata da própria consciência do indivíduo como forma de julgamento, ao cometer um ato que seria contra os princípios da sociedade. A responsabilidade moral não se confunde com a responsabilidade jurídica, visto que a primeira não dispõe de coercitividade, e não está submetida aos ditames do Estado, pois este não poderá obrigar o seu cumprimento.
Responsabilidade Jurídica
Aparece quando houver infração de norma jurídica civil ou penal, causadora de danos que perturbem a paz social, que essa norma visa manter. Abrange a responsabilidade civil e penal.
Evolução Histórica
Vingança Coletiva
Num primeiro estágio de evolução histórica da responsabilidade civil, comum a todos os povos, não se levava em consideração a culpa do agente causador do dano, bastando, tão somente, a ação ou omissão deste e o prejuízo sofrido pela vítima para que aquele fosse responsabilizado. Nesta época os costumes regiam as regras de convivência social, levando os ofendidos a reagir de forma direta e violenta contra o causador do dano. Essa ação lesiva do ofendido era exercida mediante a vingança coletiva, caracterizada pela “reação conjunta do grupo contra o agressor pela ofensa a um de seus componentes”.
Vingança Individual
O período que sucedeu ao da vingança privada é o da composição, onde a vítima passou a perceber as vantagens e conveniências da substituição da violência pela compensação econômica do dano. Surgiu, então, o princípio segundo a qual o patrimônio do ofensor deveria responder por suas dívidas e não sua pessoa. Aparecem então as tarifações para determinadas formas de dano, como aquelas instituídas pelo Código de Ur-Nammu, Código de Manu e Lei das XII Tábuas. Posteriormente fixou-se a proibição do ofendido fazer justiça com as próprias mãos.
 
Lei Aquilia
A Lei de Aquilia é vista como marco fundamental para a aplicação da culpa na obrigação de indenizar, originando a responsabilidade extracontratual, também denominada “responsabilidade aquiliana” a partir da qual a conduta do causador do dano é medida pelo grau de culpa com que atuou. Após este período o Estado assumiu definitivamente o ius puniendi, tomando para si a função de punir os ofensores da ordem jurídica. Surge então a ação de indenização derivada da responsabilidade civil. Na Idade Média, como consequência dos princípios e normas romanas, o direito foi aperfeiçoando a responsabilidade civil em toda a Europa Medieval, notadamente no direito francês, sendo que “[...] aos poucos, foram sendo estabelecidos certos princípios, que exerceram sensível influência nos outros povos: direito à reparação sempre que houvesse culpa, ainda que leve, separando-se a responsabilidade civil (perante a vítima) da responsabilidade penal (perante o Estado); a existência de uma culpa contratual (a das pessoas que descumprem as obrigações) e que não se liga nem a crime nem a delito, mas se origina da negligência ou da imprudência” (GONÇALVES, 2009b, p. 08).
Seguro de Responsabilidade
O principal objetivo deste seguro, conhecido como RC, é proteger o segurado de eventuais reclamações ou ações na Justiça em que seja responsabilizado civilmente por ter causado danos involuntários a outras pessoas, sejam materiais ou corporais. Até o limite do valor definido na apólice, o seguro de responsabilidade civil garante o ressarcimento ao segurado da quantia que ele tiver que pagar para reparação de danos e/ou perdas involuntárias causadas a alguém, desde que cobertos pela apólice. Existe uma grande diferença entre responsabilidade civil e penal. Enquanto a primeira é caracterizada pela falta de intenção de prejudicar o outro, a penal é reconhecida quando existe vontade deliberada de causar dano, sendo o seu responsável sujeito ao cumprimento de pena. Como a responsabilidade civil está presente em toda a atividade humana, o seguro de RC tem amplo espectro de coberturas: do automóvel à residência, passando pelos serviços prestados por profissionais autônomos, como médicos, dentistas, advogados, arquitetos, engenheiros, corretores de seguros e contadores, entre outros. As apólices são diferenciadas, de acordo com a atividade exercida e o risco apresentado. Um exemplo é o seguro oferecido para diretores e executivos de empresas, que garante proteção para o profissional em caso de um processo motivado por uma decisão administrativa que tenha trazido prejuízo aos acionistas.
Responsabilidade Civil x Responsabilidade Penal
A Responsabilidade Civil surge do descumprimento de uma obrigação do direito privado, uma obrigação existente entre duas pessoas, um direito de natureza pessoal, seja ela contratual ou “aquiliana” e dela decorre o dever de indenizar caso haja culpa, em razão do caráter lesivo para uma das partes dessedescumprimento. Além da análise do descumprimento em si, no caso concreto, deve-se analisar a presença do fator “culpa”. O agente que age por culpa, seja ela em latu sensu ou strictu sensu, deverá responder por perdas e danos, além de responder pela onerosidade para o reequilíbrio da relação em valor apurado indevidamente. Em se tratando de Responsabilidade Penal, há diferenças substanciais em relação à Responsabilidade Civil, dentre elas, a principal diferença é que o surgimento da Responsabilidade Penal, ao contrário do surgimento da Responsabilidade Civil, decorre do descumprimento de uma norma de direito público, e não do descumprimento de uma obrigação. 
A Responsabilidade Penal é mais gravosa que a Responsabilidade Civil, pois incide sobre normas de direito público que regulam bens jurídicos indisponíveis como, por exemplo, a vida, a liberdade e a integridade física. O ilícito penal tem natureza mais gravosa que o ilícito civil, e nessa ordem segue também a natureza de suas responsabilidades decorrentes. 
A Responsabilidade Penal, ao contrário da Civil, será sempre de natureza aquiliana, visto a impossibilidade da existência de contrato que verse sobre direito indisponíveis. Portanto, todo Responsabilidade Penal decorre da transgressão de uma norma pública (Tipo penal incriminador), caracterizando crime ou contravenção penal.
No caso da Responsabilidade Penal, ainda em contraponto com a Responsabilidade Civil, em regra não haverá reparação em virtude da impossibilidade de regresso ao status quo, mas sim aplicação de uma pena pessoal e intransferível ao transgressor da norma que poderá  ser substituída ou convertida em medida de segurança, caso estejam presentes os requisitos. Em se tratando de Responsabilidade Penal o objetivo é duplo: reparação da ordem social e punição do agente.
Princípios Fundamentais 
Ato Ilícito e Conduta do Agente.
Ato ilícito é todo aquele que viole o ordenamento jurídico, ou seja, todo aquele que viole direito e cause danos a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Esta pode ser classificada como ilicitude pura. Entretanto, quando ocorre uma conduta licita porém exercida de maneira imprópria, caracteriza abuso de direito. Este tipo de conduta é classificado com ato ilícito equiparado.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A ilicitude está bem definida no ordenamento. Alguns critérios precisam ser preenchidos para que esta fique caracterizada. A ação ou omissão (dano), o resultado (fato), o nexo causal e a culpa precisam estar presentes no mesmo cenário para que fique caracterizado a ilicitude, e, consequentemente, se defina a responsabilidade civil. Vale salientar que os quatro elementos supramencionados são imprescindíveis para a responsabilidade civil subjetiva, que é a regra. Tratando-se de responsabilidade civil objetiva não precisa ficar comprovada a culpa. Esta regra se vale para o Código Civil.
Excludentes de Ilicitude 
É de suma importância que as excludentes de ilicitude sejam explicadas detalhadamente. O Código Civil prevê algumas situações que não caracterizam ato ilícito. Estas são circunstâncias que afastam o caráter ilícito do ato, justificando a conduta do agente. Podemos elenca-las como: legitima defesa, exercício regular de direito e estado de necessidade.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Dos Danos
Dano
Dano é toda lesão a um bem juridicamente protegido, causando prejuízo de ordem patrimonial ou extrapatrimonial.  DANO é a lesão causada aos interesses do prejudicado, cujos efeitos podem ser de ordem moral (em que se atinge a dignidade, honra, boa-fama e liberdade, causando à pessoa sentimentos de dor, tristeza, sofrimento, vergonha, humilhação, frustração, angústia) ou material (em que se atingem os bens econômicos do lesado).
Patrimonial 
Se divide em danos emergentes, lucros cessantes e perda de uma chance.
Danos Emergentes
Diz respeito à imediata diminuição no patrimônio da vítima, seu prejuízo no presente (o que efetivamente perdeu). Trata-se de uma perda mensurável economicamente, sendo perfeitamente possível a apuração do quantum debeatur em sede de liquidação de sentença. 
Se a obrigação não cumprida pelo devedor for de cunho pecuniário (dinheiro), a estimativa do dano se dará nos termos do artigo 404 do Código Civil, onde se lê que "as perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional".
Exemplo: em um acidente de trânsito, reembolso das despesas com hospital e tratamento médico, bem como do valor do conserto do veículo. Já no caso de suspensão ilícita do fornecimento de energia elétrica, o ressarcimento do valor dos aparelhos elétricos queimados. Importante salientar que, para receber a indenização, todos os prejuízos devem ser comprovados.
Lucros Cessantes
Consiste na frustração da expectativa de lucro, rendimentos e/ou salários, na perda do ganho futuro esperado pelo credor (o que razoavelmente deixou de lucrar). Aqui não basta um juízo de mera possibilidade, mas sim de probabilidade real, em que o Juiz, a partir da cuidadosa análise do caso concreto e todas as circunstâncias envolvidas, poderá estimar valores.
Exemplo: pensão mensal vitalícia em caso de acidente de trânsito, onde, por ocasião do infortúnio, a vítima se vê incapacitada/ impossibilitada de trabalhar. Também no caso de infortúnio no trânsito, o pagamento do aluguel de um veículo para a vítima que necessita de automóvel para trabalhar.
Perda de uma chance
Trata-se de um dano certo, sério, efetivo, de algo que se realizaria não fosse o ilícito praticado pela outra parte. Para a aplicação desta teoria francesa, mostra-se fundamental que exista uma grande probabilidade de que a chance perdida se concretizaria.
O precedente mais famoso acerca do assunto que temos em nossa jurisprudência é o do Show do Milhão. Finalista do jogo, a participante já havia assegurado o recebimento de R$ 500 mil quando decidiu responder a última pergunta, valendo o prêmio máximo de R$ 1 milhão. Ao arriscar o que já havia ganho, perdeu tudo. Ocorre que nenhuma das 4 alternativas estava correta (na verdade, não existia uma resposta exata para a pergunta), razão pela qual a participante ajuizou ação de reparação por danos morais e materiais, postulando o reconhecimento de seu direito ao prêmio, através da "teoria da perda de uma chance". Julgamento proferido pelo STJ (última instância) decidiu que, além dos R$ 500 mil, a Autora da demanda deveria receber mais R$ 125 mil, correspondente à probabilidade que tinha de acertar a resposta (R$ 500 mil dividido pelas 4 possibilidades - a,b,c,d). Decisão esta que, em nosso entender, mostrou-se bastante justa.
Dano Moral
Pode-se definir dano moral como aquele que atinge a pessoa em sua esfera patrimonial, que diferente de seu patrimônio ou de seus bens materiais, não pode ser restituído ao seu estado anterior e nem substituído por outro.
“A privação ou diminuição daqueles bens que tem um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranquilidade de espirito, a liberdade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados afetos, classificando-se, desse modo, emdano que afeta a parte social do patrimônio moral (honra, reputação, etc) e dano que molesta a parte afetiva do patrimonial moral (dor, tristeza, saudade, etc.)”.
Da culpa ao risco 
Salienta-se que agir com culpa é quando a conduta do agente é pessoalmente censurada ou reprovada e se couber nas circunstâncias do caso à afirmação de que ele podia e devia ter agido de outro modo. Assim, quando a conduta for intencional, ou seja, o agente atua conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado antijurídico ou assume o risco de produzi-lo, trata-se da culpa lato sensu (dolo).
No que tange a culpa stricto sensu não existe a intenção de lesar, assim, o agente não deseja o resultado, mas acaba por atingi-lo ao agir sem o dever de cuidado. A inobservância do dever de cuidado revela-se pela imprudência, negligência ou imperícia. Dessa forma, para a caracterização da culpa deve-se comparar a conduta com o comportamento do homo medius, que seria o homem ideal, uma vez que este “diligentemente prevê o mal e precavidamente evita o perigo” 
Teoria do Risco
A teoria objetiva pode ser divida em teoria do risco proveito e a teoria do risco criado.
 -> Teoria do Risco Proveito
Se trata do risco de alguém que se beneficia das atividades de risco. Simplesmente colocar em funcionamento uma atividade com objetivos econômicos já faz com que surja o dever de reparar os danos que porventura ela cause. A obtenção de proveito econômico, nesse caso, é um pressuposto indispensável, já que é a vantagem econômica que faz com que negócios baseados no lucro surjam.
Teoria do Risco Criado
Segundo a teoria do risco criado, que é uma ampliação da teoria do risco proveito, qualquer atividade, seja econômica ou não, é geradora de riscos, isto é, o agente coloca-se em situação de risco tão somente por exercer a atividade e, portanto, estará obrigado a indenizar bastando a exposição ao dano.
Algumas atividades, em razão de sua natureza ou dos elementos usados nesta, sujeito o homem a todo tipo de risco e, em consequência, deve assumir os resultados advindos dessas atividades. Todo aquele que em razão de uma atividade, seja profissional ou não, cria um risco inerente e está sujeito a reparar danos que porventura resultem.
Culpa
Quando restar comprovada a presença de um dos três elementos: negligência, imperícia ou imprudência fica caracterizada a culpa do agente, surgindo o dever de reparação, pois mesmo sem intenção o agente causou dano. 
Nexo de Causalidade
O nexo causal ou a relação de causalidade é um dos pressupostos fundamentais para a configuração da responsabilidade civil e do dever de indenizar. A relação de causalidade é o liame entre o ato lesivo do agente e o dano ou prejuízo sofrido pela vítima. Se o dano sofrido não for ocasionado por ato do agente, inexiste a relação de causalidade.
Portanto, não basta apenas que a vitima sofra dano, é preciso que esta lesão passe a existir a partir do ato do agressor para que haja o dever de compensação. É necessária relação entre o ato omissivo ou comissivo do agente e o dano e tal forma que o ato do agente seja considerado como causa do dano.
Abuso de Direito / Ato Ilícito 
O abuso de direito é o exercício de um direito subjetivo ou uma opção. Que este está tutelado pela lei, extrapola seus limites estabelecidos pelas regras de convivência em sociedade ou pelos mandamentos dogmáticos fundamentais da ordem jurídica. Sendo possível considerar que o ato ilícito como direção à responsabilidade civil, ou seja, ato abusivo possui antijuridicidade no ordenamento jurídico, portanto há a necessidade de constatação do dano, as medidas de compatibilidade, sendo então respeitados alguns elementos caracterizadores do abuso de direito, dentre estes tem de haver algum direito protegido no ordenamento jurídico exercitar o direito abusivamente, não respeitando expressamente, afim de a partir destes três elementos caracterizar o agente como imputável à responsabilidade sobre o ato praticado.
Os principais efeitos do exercício abusivo do direito dentre eles podem ser considerados, a reparação civil, mediante ao dano sofrido por outrem, podendo o ato ser nulo, mesmo sem requerimento da parte prejudicada, pode também o autor sofrer sanções regidas pelos diversos ramos do Direito, para que assim, possa se combater a antijuridicidade do ato, bem como a reparação moral perante a sociedade.
 
Excludentes de Responsabilidade Civil
A responsabilidade pode ser excluída quando: o agente tiver agido sob uma excludente de ilicitude, ou quando não houver nexo causal entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima.
Haverá exclusão do nexo causal nas seguintes hipóteses: culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro e caso fortuito e força maior.
A lei prevê, no entanto, as excludentes da responsabilidade civil, que afastam a responsabilidade do agente porque:
1. Estado de necessidade;
2. Legitima defesa;
3. Exercício regular do direito;
4. Estrito cumprimento do dever legal;
5. Culpa exclusiva da vitima;
6. Fato de terceiro;
7. Caso fortuito e força maior;
As causas enumeradas de 1 a 4 são as hipóteses que excluem a ilicitude, já os três últimos excluem o nexo causal do ato. Também além destas causas, existe também a cláusula contratual que também exclui a responsabilidade civil.
Estado de Necessidade
O estado de necessidade pode ser definido como a violação de um direito alheio, no qual o valor jurídico poderá ser igual ou inferior do que aquele que se pretende proteger, a fim de remover ameaça iminente e não se tem outros meios possíveis de atuação para proteger o bem.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Legítima Defesa
A legítima defesa pode ser definida de acordo com a situação atual ou iminente de injusta agressão em que o agente se encontra que pode ser dirigida tanto para si como para um terceiro que não é capaz ou obrigado a suportar. E em razão disso o agente irá agir de forma a repulsar os atos do autor contra ele ou contra terceiros.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Exercício do Direito
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Como exemplo clássico dado pela doutrina, “imagina-se uma situação na qual o agente A andando tranquilamente pela rua e avista o agente B que se encontra com a intenção de pular da ponte, A de imediato o segura e impossibilita que o mesmo pule, este fato claramente constitui exercício regular de direito.
Estrito cumprimento do dever legal
O estrito cumprimento do dever legal parte do pressuposto de que o mesmo tenha ocorrido o dano, dano este que não poderá gerar pretensão indenizatória. Este fundamento é ligado diretamente ao exercício regular de um direito, pois o agente que age em estrito cumprimento do dever legal está sem sombra de dúvidas exercendo regularmente seu direito. Como exemplo a doutrina cita “o policial que se utiliza de arma de choque (teaser) para realizar a prisão de um individuo que oferece resistência”, tal ato possui previsão legal no art. 292 do Código de Processo Penal.
Fato Exclusivo da vítima 
A título de exemplo para melhor entendimento, se uma pessoa com a intenção de suicidar se atira debaixo de um veículo de um terceiro em movimento, neste caso o dono do veículo não possui qualquer responsabilidade neste atropelamento, pois seu veículo foi um simples instrumento, afastando assim o nexo causal em relação ao motorista.
Caso a culpa não for exclusiva da vítima, poderá ocorrer a concorrência de culpa, o que na esfera cível representa diminuição da indenizaçãoque será pago pelo agente, conforme preconiza o Código Civil em seu art. 945:
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Porém, novamente reforçando de que caso a culpa seja exclusiva da vítima, não há em que se falar em nexo causal entre o agente e o dano, não gerando assim direito a indenização.
Fato de terceiro
Terceiro pode ser definido como qualquer pessoa que não seja vítima ou o agente que causou o dano e não possua nenhuma ligação com o agente e a vítima. Este terceiro no caso que é responsável pelo evento danoso que houve entre autor e vítima, afastando assim a relação de causalidade sobre a conduta do agente e vítima.
Como exemplo prático e real, que foi julgado pela 6º câmara do tribunal cível do RJ a ap. Cível 776/91, na qual a esposa de um ciclista ingressou com uma ação de indenização contra uma empresa de transporte público na qual um de seus ônibus atropelou e matou o ciclista, com a alegação de que o motorista invadiu a contra mão vitimando assim o ciclista.
Porém, a empresa conseguiu demonstrar que o ciclista sofreu a queda em razão de um buraco que havia na pista, sendo o responsável pela queda do ciclista na frente do ônibus. O buraco em questão foi deixado aberto por uma empresa que presta serviços para a prefeitura, sendo assim, a responsabilidade foi atribuída a essa empresa com fundamento principal de “fato de terceiro”.
Caso durante sua conduta o agente concorra no resultado final sua responsabilidade não poderá ser afastada, por exemplo: motorista que desvia de uma fechada e atropela na calçada um pedestre, vemos claramente que em razão de seu próprio ato se originou o acidente.
 Caso Fortuito / Força Maior
Muito se discute a diferença entre caso fortuito e força maior, porém, até o presente momento não possui uma definição uniforme. Fato é que ambos se encontram fora do quesito culpa, pois se trata de acontecimentos que escampam do controle humano, ou seja, são circunstâncias irresistíveis que impede o cumprimento da obrigação por parte do agente.
Grande parte da doutrina entende o caso fortuito como um evento imprevisível e inevitável como, por exemplo: Tempestades, enchentes e etc. Já a força maior a doutrina entende como aquele em que nada pode ser feito mesmo que seja previsível.
O quesito imprevisibilidade se torna um elemento essencial para a caracterização do caso fortuito, já na força maior será a irresistibilidade. Apesar dessas definições e divergências, elas pouco importam, pois na prática ambos são responsáveis por excluir o nexo causal, ou seja, não haverá responsabilização do agente.
Responsabilidade Extracontratual
No campo jurídico, o conceito responsabilidade extracontratual parte de um princípio geral: aquele que causar qualquer tipo de dano ao outro será obrigado a indenizá-lo. Denomina-se extracontratual porque o dano causado a alguém não está associado a um contrato prévio.
A responsabilidade extracontratual, também chamada de aquiliana, se resulta do inadimplemento normativo, ou seja, da prática de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz ( Art. 156 CC), da violação de um dever fundado em algum princípio geral de direito ( Art. 159 CC), visto que não há vínculo anterior entre as partes, por não estarem ligadas por uma relação obrigacional. A fonte desta inobservância é a lei. É a lesão a um direito sem que entre o ofensor e o ofendido preexista qualquer relação jurídica. Aqui, ao contrário da contratual, caberá à vítima provar a culpa do agente.
Responsabilidade por fato de outrem
O artigo 932 do CC tem a seguinte redação: “Art. 932: São também responsáveis pela reparação civil: I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia”.
A responsabilidade civil por FATO DE TERCEIRO, irá ocorrer quando alguém é convocado pela lei, e exclusivamente por ela para responder por uma conduta que ele mesmo não concorreu ou adotou, conduta esta que causou dano a outrem.
Responsabilidade por Danos Provocados por Animais.
Os danos causados por animais têm cunho relevante. Com freqüência a imprensa noticia casos de cães ferozes que ocasionam danos graves e até a morte das vítimas. É com a mesma freqüência que cabeças de gado invadem as rodovias de nosso país, ocasionando acidentes com veículos, danos de alta monta, inclusive a perda de vidas. Ora e vez se sabe de um enxame de abelhas que ataca pessoas.
A responsabilidade por fato de animais é regulada pelo artigo 1.527 do Código Civil de 1916:
"O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar: I - Que o guardava e vigiava com cuidado preciso; II - Que o animal foi provocado por outro; III - Que houve imprudência do ofendido; IV - Que o fato resultou de caso fortuito, ou força maior."
Responsabilidade Civil por Homicídio
Nos casos de homicídio, além da pena prevista no juízo criminal, há a previsão de indenização consistente no pagamento de despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família, além de alimentos a quem a vítima os devia (Código Civil, art. 948)
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Podemos salientar ainda que em muitos casos, para não dizer na maioria, no homicídio gere apenas e unicamente a responsabilidade criminal, onde está sempre presente, onde  a titularidade, nesses casos, de denúncia, cabe ao Estado, através do Ministério Público, aonde a responsabilidade civil irá se configurar somente quando houver perdas materiais ou dor moral, mesmo que esta seja presumida, cabendo então nesses casos a indenização.                                                                    
Se dermos como exemplo, o caso de homicídio, em que a vítima não possua mais familiar, nem pessoas de seu âmbito de intimidade abaladas com o fato delituoso, não existirão a responsabilidade civil, somente haverá a responsabilidade criminal, pois nessa circunstância, o autor não teria causado danos materiais ou morais a qualquer outra pessoa.
Pode ser que aconteça de alguém ser chamado a responder na esfera civil, mesmo sem ter responsabilidade criminal, tendo como outro exemplo de um funcionário que é assassinado em seu ambiente de trabalho, caso fique comprovada a falta de segurança do local, é admissível nesse caso a responsabilidade civil do empregador, pelo que chamamos culpa in custodiendo, nesse caso a responsabilidade cabe ao empregador, pois o mesmo tinha por obrigação e dever a proteção do empregado, uma vez que seja comprovada a inexistência ou ineficiência dos aparelhos de proteção, restará a obrigação de indenizar aos familiares da vítima.
Auxílio Funeral
O funeral que dispõe o artigo 948, I do Código Civil de 2002, inclui os danos emergentes, como a sepultura, bem como o luto dos familiares.
Venosa afirma que “o termo luto permite perfeitamente o entendimento de que não se restringe ao pagamento pelas vestes fúnebres, atualmente em desuso em nossa sociedade, ou pelos serviços religiosos, aquisição de espaço e etc., mas também a indenização pelo sentimento de tristeza pela perda da pessoa querida” (dano moral).
Desse modo em caso de homicídio ficará o agente que praticou o atodanoso obrigado a reparar os danos com funeral, bem como o luto, sejam eles danos físicos ou psicológicos. 
Indenização por tempo de vida
A indenização será estabelecida com base nos proventos da vítima e sua provável expectativa de vida. A pensão deverá ser reajustada conforme os reajustes do salário mínimo ou do salário da categoria da vitima, como dispõe a súmula 490, STF: “A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e reajustar-se-á às variações ulteriores”.
Segundo dispõe Venosa “quando a vítima não é assalariada (…). Como regra, deve ser levada em conta a média de seus proventos no último ano”.
A pensão poderá durar até os 65/70 anos, conforme a expectativa de vida brasileira. Para Venosa a tendência é que essa expectativa de vida deva aumentar, assim poderá majorar essa possibilidade.
Em caso de menor a pensão durará até a data em que esse atingiria a maioridade, ou até 24/25 anos, pois presume-se que esse seria o período suficiente para que a vítima concluísse seu curso superior e saísse de casa.
Prestação de alimentos a quem o morto devia.
Quando ocorre a morte do chefe de família, o autor do homicídio deverá pagar a família uma pensão alimentícia até a data em que a vitima completaria os 65 anos de idade, pois essa é a idade média do brasileiro, e se ele já tinha 65 anos a prestação de alimentos durará 05 anos.
No que concerne ao valor da prestação alimentícia, essa pode ser cobrada de uma vez, ou de mês a mês. A pensão deve ser equivalente a 2/3 da renda da vítima, e se ele tiver mais de uma renda, os valores devem ser somados, também podendo ser incluso à indenização o pagamento de 13º salário, salvo se a vítima não recebia o referido benefício por ser trabalhador autônomo.
A prestação de alimentos pode ser requerida pelos dependentes econômicos do falecido. Essa dependência é presumida para o cônjuge, bem como companheiro, e o filho menor. Quando se tratar de ascendentes, irmãos e filhos maiores, esses têm legitimidade ad causam, mas tendo que ser comprovada tal dependência.
A pensão é prestada aos filhos menores até que atinjam a maioridade ou até os 25 anos de idade, pois é presumido que já tenham se casado ou concluído curso de nível superior, porém se contraírem matrimônio antes do limite estabelecido, a pensão é exonerada, valendo também para o cônjuge ou companheiro que contraírem nova união.
Quando a morte é da dona de casa, ou seja, a esposa que não exercia atividade remunerada, mas que de alguma forma, contribuía na mantença do lar, como os serviços domésticos, por exemplo, é também suscetível a indenização, podendo a pensão ser fixada em um salário mínimo, sendo prestada ao marido desde que não contraia nova união, e aos filhos até que atinja a maioridade. No caso em que a esposa exercia atividade remunerada e contribuía financeiramente, a indenização deve equivaler como já fora abordado acima, desta forma, deve corresponder a 2/3 dos seus rendimentos, sendo os valores devem ser somados, se a mesma possuir mais de uma renda, também prestado aos filhos menores e o viúvo.
Responsabilidade por danos físicos
O crime de lesão corporal (Código Penal, art. 129: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem). “A lesão corporal, para o Código, compreende a lesão ao corpo, à saúde fisiológica e à mente.”  
Uma vez condenado criminalmente por esse crime, a vítima tem direito de receber do ofensor todas as despesas com o tratamento, além de lucros cessantes enquanto durar a convalescença (Código Civil, art. 949/950).  A indenização por danos morais também pode ser pleiteada já que, na parte final do art. 949, correspondente ao art. 1538 do antigo diploma, há a previsão de indenização por algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Responsabilidade por Usurpação ou Esbulho
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.”
Na esfera civil, conforme expressa previsão do art. 952 do CC, a prática dos atos ilícitos de usurpação, esbulho e turbação faz surgir para o prejudicado o direito de reclamar indenização e a restituição da coisa desapossada, e, em caso de impossibilidade de restituição, o direito de receber indenização pelo equivalente além das perdas e danos, estas compreendendo tanto os danos emergentes como os lucros cessantes.
Os termos usurpação e esbulho são empregados como equivalentes pelo código civil, dizendo respeito à posse violenta ou fraudulenta de coisas alheias. Ocorre esbulho possessório quando alguém vê-se desapossado de seus bens móveis ou imóveis, violenta ou clandestinamente.
O remédio processual adequado é a ação de reintegração de posse, em caso de esbulho, permitindo que o pedido de reintegração de posse venha acompanhado de pedido de indenização por perdas e danos, além de lucros cessantes.
Se o esbulho se der em um veículo, a indenização por perdas e danos poderá abranger, por exemplo, as avarias que passar a apresentar após o ato ilícito, seu menor valor de mercado, o aumento de quilometragem rodada, o desgaste do motor e o decurso do tempo.
Se considerarmos que o veículo seja utilizado como táxi, seu proprietário ou possuidor terá direito de perceber do infrator indenização pela média do que normalmente auferiria a título de diárias.
No caso de esbulho de imóveis, indeniza-se, os danos à pintura, suas pertenças e benfeitorias, a depender do caso concreto.
Contudo, ainda assiste ao prejudicado o direito de reclamar pelos lucros cessantes, vale dizer, por aquilo que comprovadamente deixou de ganhar durante o período de tempo em que esteve privado da coisa.
Na hipótese do imóvel, admitindo-se que seja destinado a locação de temporada para veraneio, os lucros cessantes poderão versar sobre os dias que seu proprietário ou possuidor deixou de alugá-lo, caso exercesse posse tranquila sobre o mesmo.

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