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CRIME DE HOMICÍDIO (art.121,CP) Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: qualquer pessoa. Privilegiadora: causa de redução de pena Valor social; Valor moral; Violenta emoção, reação imediata ou injusta provocação da vítima. As privilegiadoras são INCOMPATÍVEIS com algumas das qualificadoras. Qualificadora: causas de qualificam o crime e estão previstas n art.121,§2º. Todo homicídio qualificado será classificado como HEDIONDO. Promessa de recompensa ou outro motivo torpe (sensação de ganância) A vantagem não precisar ser paga antecipadamente e em espécie, não precisa ser necessariamente patrimonial. Tem que ter no mínimo um mandante e um executor. Motivo fútil É aquele motivo insignificante, pequeno demais, como por exemplo aquelas geradas em brigas de trânsito. GRECO vai dizer que não havendo motivo comprovado, o agente responderá por homicídio qualificado. Já NUCCI acredita que nessa hipótese de não comprovação, o agente tem que ser condenado por homicídio simples. Há incompatibilidade entre o dolo eventual e o motivo fútil. Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel Neste inciso, cuidar a questão da tortura pois esta tem lei própria. No homicídio qualificado pela tortura, a mesma é utilizada para obter o resultado (morte), já no crime de tortura, este é utilizada por outros motivos, sendo que a morte será resultado culposo. Meio cruel: vinculado ao sadismo. É a forma cruel. A crueldade usada após a morte não qualifica o crime. A reiteração de golpes, por si só, também não qualifica o crime. A mera repetição de golpes não configura meio cruel. Afasta-se a qualificadora quando a vítima e o agente já vinham se prometendo morte ou vingança. Possuíam minimamente a ideia de surpresa. Não valerá esta, quando a conduta ocorrer quando a vítima estiver dormindo ou de costas. À traição, emboscada, ou mediante dissimulação de outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime Para assegurar a execução = de outro crime. Como por exemplo, sequestrar o gerente do banco para roubá-lo posteriormente. Impunidade ou vantagem = pode ser praticada por outra pessoa. Feminicídio Violência doméstica ou familiar e menosprezo da condição feminina. Não é possível reconhecer a qualificadora para travesti, porém, para transexual poderá. Agentes Se o crime for praticado contra agente da segurança pública. Ainda, não abrange tão somente os agentes, mas também os seus familiares. TRANSMISSÃO DE VÍRUS HIV Transmissão de forma consciente = responderá por lesões corporais gravíssima. Rogério Sanches defende que o agente deverá responder por tentativa de homicídio. 1ª Corrente: entende que as qualificadoras precisam ser tratadas na pena-base. 2ª Corrente: a presença de mais de uma qualificadora enseja no reconhecimento de uma qualificadora e as demais em agravantes. HOMICÍDIO CULPOSO (art.121,§3º,CP) É ocasionado pela inobservância de regra técnica da profissão, arte, ofício ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. HOMICÍDIO DOLOSO Vítima menor de 14 anos e/ou maior de 60 anos. É necessário que o agente tenha a consciência e ter o dolo de praticá-las. PERDÃO JUDICIAL Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem de forma tão grave o agente, que a sanção penal se torna desnecessária. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO (art.122,CP) Prestar auxílio material ou moral. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: pessoa capaz (se for incapaz, responderá por homicídio). Consumação e tentativa (a consumação está condicionada a morte ou lesão corporal grave). SUICÍDIO NÃO É UM CRIME. APENAS SE COMPROVADO O INDUZIMENTO. Causas de aumento de pena: Roleta Russa: o que sobreviverem responderão por induzimento ao suicídio. Pacto de Morte: duas pessoas unidas para cometer suicídio. Dependendo do caso o agente poderá responder por homicídio. INFANTICÍDIO Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Este crime ADMITE TENTATIVA. Há divergência acerca do entendimento da doutrina, sendo que parte dela afirma que a mãe deverá responder por homicídio. ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU CONSENTIMENTO Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque. Sujeito ativo: mãe/grávida Sujeito passivo: feto Elemento subjetivo: DOLO. Consumação: acontece com a morte do embrião. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO É o aborto provocado sem o consentimento da gestante. O dolo como elemento subjetivo é discutível, pois pode ser tanto direto como eventual. Este último pois o agente pode praticar o verbo “matar” mas não saber da ocorrência da gravidez da vítima. Esse crime pode ser TENTADO. Não se pune o aborto praticado por médico: Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Se a gravidez resulta de estupro e precedido de consentimento da gestante, ou do seu responsável se for incapaz. GRECO entende que na verdade o ato do aborto necessário seria causa de excludente de culpabilidade. ABORTO DE ANENCÉFALO: Liberado pelo informativo 661 STF e ADPF 54. LESÃO CORPORAL Art.129: ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. Pode ser: Lesões graves; O que define o grau da lesão é a Lesões leves; INTENSIDADE. Lesões gravíssimas; Lesões seguida de morte. Não se exige DOR para caracterização do delito. Se há pluralidades de lesões, não necessariamente haverá pluralidade de crimes. O crime continua sendo “uno”, mas o juiz considerará os ferimentos na hora da dosimetria da pena. O tribunal reconhece o princípio da insignificância para o crime de lesões corporais grau leve. PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO Sujeito ativo: agente contaminado. Sujeito passivo: vítima não contaminado. Expor alguém (relação sexual / ato libidinoso) Trata-se de um tipo penal aberto (norma em branco). O Ministério da Saúde terá que catalogar o que é moléstia venérea. Forma qualificada: Com intenção; Ação penal pública condicionada à representação. PERIGO PARA VIDA OU SAÚDE DE OUTREM Perigo direto e iminente: o tipo penal colocar em risco. Perigo direto: pessoa determinado. Iminente: prestes a acontecer. Para Bittencourt, o crime pode ocorrer na modalidade “omissivo”, como por exemplo o patrão que não fornece equipamento de segurança para seus funcionários. Não há configuração desse crime quando o sujeito passivo possui o dever de enfrentar o problema (bombeiros, policiais...). ABANDONO DE INCAPAZ Sujeito ativo: aquele que obtém a guarda ou cuidado. Sujeito passivo: pessoa incapaz. ABANDONAR: Cuidado; Guarda; Vigilância; Autoridade. Forma qualificada: Se resulta em lesão corporal grave (§1º) Se resulta em morte (§2º) Causa de aumento de pena Se o abandono acontece em lugar ermo; Se o agente é ascendente, descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; Se a vítima é maior de 60 anos. OMISSÃO DE SOCORRO Deixar de prestar assistência quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparado ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. -Criança abandonada -Inválido, ferido ou desamparado (sem rigor físico ou psíquico) -Grave e iminente perigo (corre risco de sofrer algum mau) Sujeito ativo e passivo = qualquer pessoa. §Único (causa de aumento de pena) Se resulta em lesões corporais graves (pena aumenta na metade) Se resulta em morte (pena triplica) CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO HOSPITALAR EMERGENCIAL Sujeitoativo: são os administradores ou funcionários do hospital. Sujeito passivo: pessoa que se encontra em estado de emergência. MAUS TRATOS Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-o de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. Maus tratos ≠ Crime de tortura RIXA Segundo Rogério Saches, é uma briga perigosa entre duas pessoas, com violências recíprocas. Sujeito ativo e passivo: são ambos ao mesmo tempo. SISTEMAS DE PUNIÇÃO Da solidariedade absoluta Se da rixa resultar lesão grave ou morte, todos os participantes pelo evento responderão solidariamente por lesão corporal e homicídio. Da cumplicidade correspondida Caso de lesão dou morte, não sendo apurado o autor, todos respondem pelo resultado. No entanto, a pena será correspondente a média da sanção do autor e do partícipe. Autonomia Somente quem causar a lesão grave ou morte, responderá por lesão corporal dolosa grave ou homicídio. Esse é o critério adotado pelo CP. CRIMES CONTRA HONRA Pode ser: Calúnia Difamação Injúria CALÚNIA Imputar fato definido como crime, sabidamente falso à alguém. Sujeito ativo e passivo pode ser qualquer pessoa. Observar que algumas profissões possuem imunidade (advogado, senador...). Atinge a honra objetiva (reputação). Exceção da verdade: é um mecanismo existe para provar que o crime imputado não é falso. DIFAMAÇÃO Imputar determinado fato (não criminoso), desonroso, não importando se é falso ou verdadeiro. Nesse caso, a honra objetiva é atingida, pois há o intuito de ir contra a reputação da vítima. Exceção da verdade: somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício das suas funções. INJÚRIA Atribuir qualidade negativa à alguém. Nesse caso, há uma agressão à honra subjetiva, à dignidade e a autoestima da pessoa. Não há imputação de fatos, mas sim emissão de conceitos negativos sobre a vítima. Injúria real = puxão de cabelo, cuspir em alguém... RETRAÇÃO O requerente que se retratar antes da sentença, cabalmente da calúnia ou difamação fica isento da pena. A retratação é causa de extinção da punibilidade, devendo ser demonstrado o sincero arrependimento. ATENÇÃO!!! Se de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. Previsto no art.144,CP. Trata-se de um pedido de explicações de uma situação que não ficou clara para alguém que foi atingida pela declaração. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO FURTO Subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Exige DOLO. São 4 correntes que trabalham com a consumação e tentativa. 1º: A consumação opera-se com o simples contato entre o agente e o objeto. 2º: A consumação ocorre quando o objeto passa para o poder do agente, mesmo que em espaço curto de tempo. 3º: A consumação ocorre quando após a subtração da coisa, o agente desloca-se de um lugar para o outro. 4º: O objeto deve ser levado ao local desejado pelo agente, a fim de ser mantido a salvo. A pena aumenta-se de 1/3 se o crime é praticado durante o REPOUSO NOTURNO (condicionado ao local). Trata-se de um critério variável, podendo ser compreendido como o tempo em que a cidade ou o local recolhe-se para repouso. Por OBSTÁCULO é possível compreender tudo que é empregado para proteger a coisa contra a ação delitiva. Não pode ser considerado obstáculo aquilo que integra a própria coisa. ABUSO DE CONFIANÇA: Consiste em uma espécie de traição à confiança. MEDIANTE FRAUDE: Trata-se da utilização de artifício para vencer a vigilância da vítima. ESCALADA: Ingresso em um local, por uma via anormal. É a entrada por um lugar não destinado a esse fim. DESTREZA: É a habilidade especial capaz de impedir que a vítima perceba a subtração. Batedor de carteiras. FURTO DE COISA COMUM Sujeito ativo: condômino, co-herdeiro ou sócio. Somente se procede mediante representação. ROUBO E EXTORSÃO Roubo: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Extorsão: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Extorsão indireta: Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa da procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro. Exige 4 situações para acontecer: A conduta de exigir ou receber documento que possa dar causa a processo criminal; Dívida entre sujeito ativo e passivo; Abuso de inferioridade em que se encontra o sujeito passivo; Finalidade de por meio desse documento, garantir o pagamento sob ameaça de um processo. DIFERENÇA DE ROUBO E EXTORSÃO Roubo = o agente emprega violência ou grave ameaça para subtrair o bem buscando imediata vantagem, dispensando a colaboração da vítima. Extorsão = o emprego da violência ou grave ameaça, tem a finalidade de fazer com que a vítima proporcione indevida vantagem futura, sendo importante a participação da vítima. LATROCÍNIO Trata-se do roubo seguido de morte. Não vai ser julgado por júri. A morte foi apenas um instrumento com a finalidade de subtrair coisa alheia móvel. No latrocínio, o desejo do agente está vinculado ao patrimônio, valendo-se da morte para se concretizar. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO Todas as modalidades de extorsão mediante sequestro são classificados como crimes hediondos. Se a privação de liberdade for de um animal, não será extorsão mediante sequestro, poderá ser somente extorsão. Forma qualificada Se o sequestro dura mais de 24 horas; Se o sequestrando é menor de 18 anos ou maior de 60 anos; Se o crime é cometido por bando ou quadrilha. CRIME DE DANO Há uma tutela do patrimônio alheio. Não se admite dano culposo. O preso que danifica a cela prisional para fugir, responde por danos? Duas correntes majoritárias (pela 1ª, será atípico pela ausência de dolo específico, e a 2ª o crime de dano não exige finalidade especial, sendo que haverá o crime mesmo que o agente esteja preso). Quem pixa comete o crime de dano? De acordo com Greco, não, pois pixar não é considerado “destruir algo”. Não se encaixa no núcleo “destruir”. Danos qualificados (Art.163, §Único,CP) Com violência ou grave ameaça à pessoa; Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constituir crime mais grave; Contra o patrimônio da União, Estado ou Município; Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima. APROPRIAÇÃO INDÉBITA Consiste no comportamento da coisa alheia móvel, de que tenha a posse, passando a agir como se fosse dono. Para que existe a apropriação indébita, é necessário alguns requisitos: A vítima deve entregar voluntariamente o bem ao agente; A posso ou detenção precisa ser desvigiada; A ação do agente recai sobre a coisa alheia móvel; O agente passa a agir como se fosse dono. Consumação do Delito: É quando o agente pratica atos na qualidade de dono. Já no §2º cria a extinção da punibilidade, que decorre quando o agente declara e confessa a dívida; efetua espontaneamente o tributo do montante devido; antes do início da execução fiscal. ESTELIONATO Uma característica fundamental do estelionato é a FRAUDE, utilizada para induzir, ou manter a vítima em erro. Finalidade: Vantagem patrimonial. 3 elementos fundamentais: Fraude Vantagem patrimonial Prejuízo alheio OBS: A vítima precisa ter capacidade dediscernimento, se ela não tiver, responde pelo art.173 (abuso de incapazes). Causa de aumento de pena = contra entidade ou instituição pública. RECEPTAÇÃO Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiros, de boa-fé, a adquira receba ou oculte. 1ªParte – Receptação própria (a pessoa tem total conhecimento) 2ªParte – Receptação imprópria (enganar outra pessoa) Observar o §3º: Desproporção entre valor e preço ou pela condição de quem o oferece. Pode ensejar uma receptação culposa. TRATA-SE DO ÚNICO CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO QUE ADMITE A MODALIDADE CULPOSA. ESTUPRO (ART.213,CP) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou a permitir que com ele se pratique outro ato libidonoso (satisfação do agente). Bem jurídico tutelado: liberdade sexual da vítima. Observar: beijo lascivo (julgado 105673 STJ) e o estupro virtual. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (ART.215,CP) Não se exige grau de violência ou ameaça, somente a fraude. ASSÉDIO SEXUAL Constranger alguém com o intuito de ter vantagem sexual ou favorecimento. Relação de subordinado x superior hierárquico. Elemento subjetivo: DOLO. Consumação: 1ª Corrente: a teoria de crime formal, onde o crime consuma-se com o simples constrangimento, independente de obter o agente, a vantagem sexual. 2ª Corrente: é preciso a prática de reiterados atos constrangedores. ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ART.217ª, CP) Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidonoso com menor de 14 anos. Esse crime tutela a dignidade sexual do vulnerável. Não há necessidade de violência ou grave ameaça. NÃO IMPORTA SE A VÍTIMA CONSENTE OU NÃO. LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOAS Abrange tanto a mediação para satisfazer a lascívia de outrem, como favorecimento à prostituição e o rufianismo. RUFIANISMO (Art.230,CP) = Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA BIGAMIA Contrair casamento sendo casado. O sujeito ativo é o indivíduo casado, o sujeito passivo é o Estado e o contraente de boa-fé. Observar o informativo 238 do STJ. INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO Esse tipo penal tutela o casamento. Tem fulcro também no art.1557,CC. O sujeito ativo é qualquer pessoa e o sujeito passivo é o Estado ou contraente enganado. ADULTÉRIO Neste tipo penal, ocorreu o ABOLITIO CRIMINIS. Não é mais considerado crime desde 2005. ABANDONO MATERIAL Tutela a manutenção da família e a assistência. É um crime próprio pois somente é praticado por quem tem o dever de garantir a subsistência da família. Deixar de prover a subsistência do cônjuge, sem justa causa, ou filho menos de 18 anos; Faltar com o pagamento de pensão alimentícia desde que acordado judicialmente; Deixar de socorrer, ascendente ou descendente ou com grave enfermo. ENTREGAR FILHO MENOR PARA PESSOA INIDÔNEA (ART.245,CP) Trata-se de um crime próprio, onde o sujeito ativo somente pode ser PAI ou MÃE. Conduta: é imprescindível para a configuração do art.245, que a pessoa cuja criança foi entregue, seja inidônea e passe a atingi-la materialmente e moralmente. Forma qualificada: Para obter lucro Menor enviado para o exterior. ABANDONO MATERIAL Visa tutelar a organização e a formação intelectual do filho com idade escolar. Sujeito ativo: filho em período escolar. Sujeito passivo: pai ou mãe. Art.247,CP: Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a seu poder ou confiado À sua guarda ou vigilância: Frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má-vida. Frequente espetáculo capaz de perverte-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza. Resida ou trabalhe em casa de prostituição. Mendigue ou sirva de mendigo para excitar a consideração pública. CRIMES CONTRA INCOLUMIDADE PÚBLICA – INCÊNDIO (ART.250,CP) Conduta: causar/ provocar incêndio: expondo à perigo a vida, integridade física ou o patrimônio de outrem. Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: coletividade. É pacífico o entendimento da possibilidade da modalidade “tentada”. OBS: SE UMA PESSOA VIER A MORRER, O CASO TERÁ QUE SER ANALISADO POIS O TIPO PENAL NÃO TRAZ PREVISÃO QUANTO AO RESULTADO “MORTE”. CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIA (ART.267,CP) Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. Sujeito ativo: qualquer pessoa (o tipo é aberto) Sujeito passivo: sociedade exposta aos germes patogênicos. Epidemia: Provocar Produzir Originar Se resultar em morte = a pena é em DOBRO. §2º: Forma culposa: geralmente decorre de uma inobservância de cuidado, ou seja, a propagação desses germes deve-se à imprudência, negligência ou imperícia, havendo previsibilidade do resultado. INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA Infringir, determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação ou doença contagiosa. Sujeito ativo: qualquer pessoa. A causa de aumento de pena depende se o agente é funcionário público da área da saúde ou se é médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. Sujeito passivo coletividade ou eventuais pessoas atingidas por esta conduta. OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA Deixar o médico de denunciar à autoridade pública, doença cuja notificação é compulsória. Sujeito ativo: médico. Sujeito passivo: coletividade. Trata-se de um crime omissivo, bem como de uma norma penal em branco. CONSTRANGIMENTO ILEGAL Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Sujeito ativo: qualquer pessoa. No entanto, se for praticado por funcionário público no exercício de suas funções, pode ser configurado o crime de abuso de autoridade. Sujeito passivo: qualquer pessoa. CRIME DE AMEAÇA Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. É um crime formal = exige resultado. A ameaça pode ser: Explícita (clara e duvidosa) Implícita (velada e duvidosa) Direta (atinge a própria vítima) Indireta (envolvendo terceiros) Ameaça incondicionada Ela não depende, para sua realização, de evento futuro. Ameaça condicionada Condição, para o mau prometido, depende para sua efetivação um acontecimento futuro. OBS: PROMETER PROCESSAR ALGUÉM NÃO É AMEAÇA, POIS TAL PROCEDIMENTO É LEGÍTIMO, É UMA AMEAÇA JUSTA. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO (ART.148,CP) Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado. Aumento de pena: Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou mais de 60 anos; Se a privação de liberdade dura mais de 15 dias Se o crime é praticado contra menor de 18 anos; Se o crime é praticado com fins libidinosos. REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO Submeter a trabalho forçado; Jornada exaustiva de trabalho; Sujeitar à condições degradantes de trabalho; Restringir por qualquer meio de locomoção em razão de dívida com empregador ou proprietário. §2º: Causa de aumento de pena Contra criança ou adolescente Em razão de raça, cor, etnia, origem, etc. Trata-se de um crime PRÓPRIO, pois exige uma relação entre ativo e passivo. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO Entrar ou permanecer, clandestinamente ou astuciosamente ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências. CUIDAR: Se o agente invade para furtar, não será violação de domicílio, pois nesse caso essa etapa faz parte do desdobramentodo crime de furto. §1º: Durante a noite, em lugar ermo, emprego e violência ou ameaça ou por 2 ou mais pessoas. Parte da doutrina entende que a noite vai das 18h às 06h da manhã. No entanto, outra parte da doutrina defende que a noite é o período de escuridão (quando não há sol). CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA MOEDA FALSA (ART.289,CP) Falsificar, fabricando-a ou alternando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Quem julga? Justiça Federal. Observar se a falsificação for muito grosseira, como uma nota de R$3,00 por exemplo, o agente responderá por estelionato e não por falsificação de moeda. SE devolver sem a vítima saber, não responderá pelo tipo. §3º: FALSIFICAÇÃO FUNCIONAL É um crime próprio, somente pode ser praticado por funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão – que fabrica, emite ou autoriza a fabricação. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PECULATO (ART.312,CP) Verbo nuclear: apropriação. Bem jurídico: Administração pública Sujeito ativo: funcionário público Sujeito passivo: Estado. Conduta: é preciso a posse lícita, advinda de cargo exercido pelo funcionário. Existe 4 modalidades de peculato: Peculato-apropriação É o tradicional, onde o funcionário público apropria-se de bem da administração pública. Peculato-Desvio Nesse caso o funcionário público confere destinação diversa à coisa em benefício próprio ou de outrem, com a obtenção de proveito material ou moral. Peculato-Furto Acontece quando o funcionário rouba um bem público mesmo sem ter a posse sobre o objeto. Peculato-Culposo Este ocorre quando o servidor comete erros que permitem que outra pessoa roube o bem que estava em sua posse por conta do cargo. REPARAÇÃO DO DANO Antes do trânsito em julgado = extinção da punibilidade. Depois do trânsito em julgado = redução da pena à metade. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (ART.313,CP) Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade quem, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. Guardar os seguintes informativos de Jurisprudência: Inf.712 STF (Peculato de uso e tipicidade) Inf.479 STF (Peculato cometido por estagiários de direito) O peculato de uso é considerado atípico pelos tribunais, PORÉM, o peculato de uso envolvendo PREFEITO, a conduta torna-se TÍPICA, de acordo com o decreto 201/67. CONCUSSÃO (ART.316,CP) Verbo nuclear: EXIGIR. Conduta: consiste em exigir, explicita ou implicitamente, vantagem indevida, em razão do cargo público. EXCESSO DE EXAÇÃO: Há possibilidade de 2 condutas: 1º: Cobrança de tributo que o agente sabe (dolo direto) ou deveria saber (dolo eventual) indevido. 2º: Cobrança de tributo devido, mas é cobrado por meio vexatório ou gravoso que a lei não autoriza. CORRUPÇÃO PASSIVA (ART.317,CP) Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. A corrupção configura crime bilateral. De um lado a corrupção passiva e a corrupção ativa onde o particular oferece ou promete a vantagem indevida. Na corrupção passiva própria, o ato a ser praticado pelo agente é ilícito e injusto. Já na corrupção passiva imprópria, o ato a ser praticado é legítimo. PREVARICAÇÃO (ART.319,CP) Praticar, deixar de praticar ou pratica de forma ilegal. Finalidade: satisfação e/ou interesse pessoal. Prevaricação imprópria = cometida por quem tem o dever de agir contra. Como exemplo temos o agente penitenciário que autoriza presos a utilizar o telefone para comunicar-se com o mundo exterior. ABANDONO DE FUNÇÃO (ART.323,CP) Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA ADM PÚBLICA USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (ART.328,CP) Conduta: usurpar é assumir, exercer ou desempenhar indevidamente uma atividade pública (natureza civil ou militar, gratuita ou remunerada, permanente ou temporária), executando atos inerentes ao ofício. Sujeito ativo: particular que desempenha, individualmente a função. Sujeito passivo: Estado. CRIME DE DESOBEDIÊNCIA (ART.330,CP) Pune-se quem desobedece (não atende) a ordem legal de funcionário competente para cumprir. Há 4 características que devem estar presentes: O funcionário público emita uma ordem (palavra escrita ou gesto) diretamente ao destinatário, não bastando um simples pedido ou solicitação. A ordem seja individualizada (pessoa determinada) Que o destinatário tenha o dever de atende-la. Que não exista uma sanção especial para esse descumprimento. CRIME DE DESACATO (ART.331,CP) Referente ao crime de desacato, o STJ descriminalizou a conduta quando em julgamento do RESP 1640084 em 2016. Na oportunidade, os argumentos utilizados pelo STJ estavam embasados na Corte Interamericana de Direitos Humanos e no Pacto de São José da Costa Rica. No entanto, a maioria do STJ no julgamento do precedente 7707861 manteve o entendimento da criminalização da conduta. Entende-se que o desacato vai de encontro com os direitos fundamentais e a liberdade de expressão. CORRUPÇÃO ATIVA (ART.333,CP) Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Finalidades: Ver um ato praticado Ver um ato omitido Ver um ato retardado CRIME DE DESCAMINHO (ART.334,CP) O agente busca iludir, mediante artifício, o pagamento de direito ou imposto devido em relação a entrada e saída de mercadoria não proibida (lícita). CONTRABANDO (ART.334-A,CP) Importar ou exportar mercadoria proibida. Sujeito ativo: qualquer pessoa. ATENÇÃO!!! Ao funcionário público encarregado pela prevenção do contrabando, que auxiliar o autor, responderá pelo art.318 (facilitação de contrabando...) Sujeito passivo: administração pública. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA (ART.339,CP) Este crime ofende o regular andamento da Administração da Justiça, sendo que em segundo lugar atinge a honra da pessoa a que foi imputado o crime. Sujeito passivo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: Estado e secundariamente a pessoa a que foi imputado o delito. O FATO IMPUTADO PRECISA SER CRIME. AUTOACUSAÇÃO FALSA (ART.341,CP) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: Estado. A pessoa que, de alguma forma, procura a autoridade policial e assume ter cometido crime que na verdade foi cometido por outra pessoa, ou assume crime que não existiu, incorrre no crime previsto neste artigo, bem como prevê pena de detenção de 3 meses a 2 anos e multa. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Para este crime, existem 2 correntes doutrinárias: Somente responderá pelo crime de falso testemunho, a testemunha compromissada em falar a verdade. Testemunha não compromissa também responde pelo crime de falso testemunho. §2º: RETRATAÇÃO Há causa extintiva de punibilidade se o agente se retratar desde que antes da sentença.
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