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PROJETO TCC REINSERÇÃO SOCIAL

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE PSICOLOGIA
CAMPUS ARARAQUARA
BEATRIZ MILARINI DA SILVA – C336726
NATÁLIA APARECIDA FLORÊNCIO - C348IC2
MONIZE CAIEIRO DA COSTA - C08IBE0
PALOMA TALITA SENA ANTUNES - C09GI6
PROJETO DE TCC: “A ATENÇÃO DO PSICÓLOGO NA REINSERÇÃO SOCIAL DOS USUÁRIOS DO CAPS AD NA PERSPECTIVA DE UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE DO INTERIOR PAULISTA.”
ARARAQUARA
2017
RESUMO
A Compreensão do processo de reinserção social de dependentes de álcool e outras drogas vem acarretada de diferentes e interligados sistemas, onde o conhecimento de tais proporciona a relação adequada entre eles. Nesse sentido, busca-se assimilar a importância e conexão do dependente químico ao Centro de Atenção psicossocial – Álcool e Drogas, compreendendo a importância e significado do processo de reinserção como um encadeamento de estruturas, tais como as políticas públicas voltadas para esse sentido, a importância da família na sucessão do processo, e a dimensão no tratamento promovido por uma equipe multidisciplinar, principalmente sobre papel do psicólogo como agente de apoio biopsicossocial do sujeito e seus familiares. Diante disso, este trabalho visa compreender os aspectos da reinserção de dependentes químicos como promoção de saúde e qualidade de vida da sociedade em geral, buscado o conhecimento das situações atuais de reinserção e estrutura do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas situado em uma cidade de médio porte do interior paulista, assimilando esse seguimento às políticas sociais voltada para o consumo de substâncias químicas, e percebendo a importância familiar e profissional dentro do processo de reinserção, assim como os possíveis desafios enfrentados na atenção psicológica envolvidos em tal e se de fato a reinserção ocorre efetivamente.
Palavras-chave: Reinserção social, psicólogo, Caps Ad, dependente químico.
       	
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 4
2. MÉTODO...................................................................................................................11
2.1 Participantes.................................................................................................11
2.2 Local/ambiente.............................................................................................11
2.3 Instrumentos/materiais e equipamentos....................................................11
2.3.1 Outros materiais.......................................................................................11
2.4 Procedimento................................................................................................11
2.5 Análise de dados...........................................................................................12
3. RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................14
5. ANEXOS.....................................................................................................................16
Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..............................17
Anexo 2 – Roteiro de entrevista........................................................................20
De acordo com a Portaria Ministerial n. 33, de 19 de fevereiro de 2002, o CAPS AD são serviços oferecidos a usuários com transtornos mentais devido ao uso decorrente de substâncias psicoativas. Esses serviços são oferecidos aos usuários, familiares e a comunidade, com atividades disponíveis de atendimento grupal e/ou individual, oficinas terapêuticas e visitas domiciliares.
Ainda na Portaria Ministerial, esse modelo assistencial em saúde mental é voltado a municípios com mais de 70 mil habitantes, sendo subsistemas abertos, interligados com outros serviços de saúde, vinculados ao Sistema Único de Saúde, tendo como seu referencial minimizar as consequências do uso do álcool e das drogas, numa perspectiva que visa à redução de danos.
       	Sabendo-se da importância dos CAPS AD no atendimento aos usuários de álcool e outras drogas, se faz indispensável compreender algumas das políticas públicas sobre o consumo de drogas em nosso território, além das transformações históricas ocorridas ao longo do tempo sobre essa problemática.
       	Segundo Alves (2009), dentro do contexto brasileiro, existem diferentes políticas e modelos de atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas. Através de pressupostos históricos, podem-se perceber diferentes posicionamentos frente às questões relacionadas ao consumo dessas substâncias; o proibicionismo e a redução de danos.
       	Em um contexto mundial, a cultura do proibicionismo foi se estendendo ao longo dos anos, fortalecendo um sistema de repressão e controle. Entretanto, essas ações não contiveram o consumo dessas substâncias, e dessa forma viu-se o aumento no tráfico ilícito de drogas, impactando fortemente em aspecto global a economia e a política. Em um contexto judicial, a criminalização do consumo de drogas gerou uma superlotação no sistema prisional, sendo assim, os investimentos financeiros que poderiam ser utilizados para a prevenção do uso, e reinserção social dos usuários, acabou por ser utilizado na “militarização” das ruas e no aumento de gastos com prisões (ALVES, 2009).
       	Em relação ao princípio de redução de danos, acredita-se que o consumo de drogas sempre esteve, e sempre estará presente na história humana. Dessa forma faz-se necessário uma política que reduza os danos causados por essas substâncias, tanto ao usuário, quanto ao meio social ao qual ele faz parte. Através de uma releitura reflexiva pode-se ver as questões do consumo de substâncias ilícitas como uma questão de saúde pública, e o tráfico como um problema jurídico-policial (ALVES, 2009).
       	Dentro da perspectiva de redução de danos, busca-se minimizar os riscos sociais e individuais relacionados ao consumo dessas substâncias.
       	Sabendo-se que vivemos em um contexto histórico singular, não podemos nos apropriar de políticas externas acreditando na mesma eficácia, viver em um contexto sócio-político influencia quais devem ser os programas e políticas adotados para cada realidade, levando em consideração seus aspectos singulares e coletivos (ALVES, 2009)
“A partir do ano de 2000, podem ser observadas mudanças significativas no conteúdo da legislação brasileira sobre drogas. Por mais que ela permaneça alinhada ao discurso proibicionista, a atenção à saúde deixa de ser uma espécie de apêndice dessa política e se torna um tema cada vez mais relevante, ainda que persistam as contradições imanentes de uma estrutura político-organizacional militarizada para o enfrentamento das questões relacionadas às drogas. Uma importante mudança refere-se à distinção feita entre as atividades antidrogas e aquelas de prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social, conferindo maior destaque a estas últimas.” (ALVES, 2009, p.5)
       	Sabendo-se desses pressupostos, ao falar sobre reinserção social do dependente químico, buscamos uma nova perspectiva dentro das políticas públicas, com uma rede assistencial integrada e especializada, podendo oferecer o tratamento adequado, tanto em órgãos governamentais como não governamentais.
“As diretrizes da política setorial de saúde preveem a construção de uma rede de atenção a usuários de álcool e outras drogas valendo-se da implementação de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD), que desempenham papel estratégico de ordenamento da rede em seu território de atuação, promovendo a articulação necessária entre os mais variados dispositivos comunitários sociais e de saúde para a integralidade da atenção e inclusão social de usuários e familiares acompanhados. Espera-se que o conteúdo das práticas de atenção aos usuáriosde álcool e outras drogas apresente embasamento na concepção ampliada de redução de danos e compromisso com os direitos de cidadania dos usuários de álcool e outras drogas.” (ALVES, 2009, p.8)
       	Diante de transformações históricas e da necessidade de uma nova visão sobre as políticas públicas sobre consumo de drogas, não pode-se deixar de citar o contexto social e cultural de nosso país marcado por uma exclusão multifacetada, com populações historicamente negligenciadas, e não se pode deixar de olhar para esse aspecto quando se fala do abuso de drogas, e das consequências geradas pelo tráfico (GANEV, DE LORENCE LIMA, 2015).
       	Para o indivíduo dependente, o ambiente de exclusão tem duas dimensões, a primeira é a auto exclusão, com o sentimento de impotência diante da substância química, e a outra é a exclusão social, com condições mínimas de trabalho, moradia, saúde, transporte, dentre tantas outras coisas (GANEV, DE LORENCE LIMA, 2015).
       	Olhando para os diferentes desafios e dificuldades de reinserção em que o sujeito com dependência química é colocado, algumas atividades propostas por Souza (2012) podem ter um efeito muito significativo para a vida e para a efetividade no tratamento, como; atendimento médico, atendimento de enfermagem, medicação, cuidado intensivo multiprofissional, cuidado ambulatorial multiprofissional, reunião com usuários, psicoterapia, participação da equipe nas situações de crise, acolhimento, escuta, atendimento familiar, entrevista individual multiprofissional, elaboração e revisão do projeto terapêutico, assembleias administrativas: usuários, familiares e funcionários, busca ativa de usuários, visitas e acompanhamentos, oficinas terapêuticas, grupos terapêuticos, grupos de autoajuda, atividades de lazer, participação em eventos e feiras para exposição de trabalhos, atividades educativas/pedagógicas, educação física, apoio e orientação no bom uso do beneficio previdenciário, auxilio na administração de recursos, desenvolvimento das habilidades dos usuários para a convivência no mundo do trabalho, atendimento social (apoio para soluções de precárias condições de vida), atividades comunitárias (sensibilização para o cuidado e prevenção, discussões sobre violência, diálogo sobre saúde mental, divulgação dos serviços, campanhas para diminuir o preconceito), ações articuladas ao serviço de redução de danos.
Essas são algumas propostas de intervenção para que as ações dos serviços de acompanhamento e intervenção possam realmente ser significativas na vida de seus usuários e familiares.
       	Outra proposta muito interessante é a “clínica em movimento”, aonde as práticas de intervenção vão até o território onde os usuários se encontram, sendo realizadas assim nas casas, praças, ruas, etc (SOUZA, 2012).
“A iniciativa por parte dos profissionais de circular “descompromissadamente” pelo território de cobertura do serviço poderia funcionar como um exercício em prol de conhecer, estar e transitar num espaço que não é o seu e que, portanto, atenua a ideia de poder que comumente delimita a relação entre o profissional e o usuário. A partir desta inserção do profissional na comunidade podem surgir novas alternativas de intervenção.” (SOUZA, 2012, p.9).
       	Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), levando em consideração a importância de uma rede de apoio, devem em seu seguimento introduzir os usuários como membros de algo, membros de uma comunidade, gerando assim nesses indivíduos o sentimento de pertencimento, que fora outrora perdido pelo estigma de “drogado”, “viciado” (SOUZA, KANTORSKI & MIELKE, 2006).
       	Sabendo da importância dessa “teia” de acolhimento aos dependentes químicos, é necessário que diferentes serviços estejam preparados para o acolhimento dos usuários e seus familiares (SOUZA, KANTORSKI & MIELKE, 2006).
“A Política do Ministério da Saúde para a Atenção integral a Usuários de Álcool e outras drogas preconiza que a assistência a esses usuários deve ser oferecida em todos os níveis de atenção, privilegiando os cuidados em dispositivos como os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS-ad), devendo também estar articulada ao Programa de Saúde da Família, Programas de Agentes Comunitários de Saúde, Programas de Redução de Danos e Rede Básica de Saúde.” (SOUZA, KANTORSKI & MIELKE, 2006, p. 9).
           	
       	Dentro desse sistema relacionado à reinserção social de usuários do CAPS AD se faz necessário compreender qual seria o papel do psicólogo nesse sentido, trabalhando dentro de uma equipe multidisciplinar, podendo assim gerar subsídios para a reinserção social e aumento da qualidade de vida desses usuários.
       	Ainda que o psicólogo esteja inserido na área da saúde, sua atuação ainda não é bem delimitada por ser muito recente, por isso, é necessário que os profissionais atuantes nesta área sejam flexíveis quanto ao modelo clínico tradicional que lhes é ensinado, e realizem um atendimento mais humanizado, olhando para o indivíduo e não para seus sintomas e diagnósticos, sendo necessário muitas vezes trabalhar com a família, levando as visitas domiciliares como instrumento do processo de tratamento. Por esse motivo, o tratamento dentro deste serviço vai de encontro à clínica ampliada (SCHNEIDER et al., 2014).
       	Embora a composição da equipe multidisciplinar fique a critério do CAPS AD de cada município, não existem diretrizes que garantam o lugar do psicólogo, que teria como funções principais o acolhimento, grupo terapêutico com os usuários do serviço, oficinas, atendimento individual e a com a família e, grupo de prevenção e recaída. Porém, o que prevalece ainda é o modelo biomédico, não desenvolvendo algumas intervenções. Com relação à prática do psicólogo, o que predomina é a psicoterapia individual (LAURENTIS; MAGGI, 2012).
       	Parte da tarefa do psicólogo é promover a reinserção e autonomia dos usuários. Entretanto, podem surgir alguns problemas na atuação destes serviços, que podem provocar a dependência do CAPS, pois muitos usuários abdicam de suas tarefas, esperando que a organização faça todo o trabalho, visto que apesar de terem uma visão otimista do CAPS, como um lugar acolhedor, se descapacitam de formar argumentos críticos mediante sua situação atual (LACERDA; FUENTES-ROJAS, 2016).
       	O profissional não atua apenas no atendimento individual, mas também familiar, propondo grupos de apoio aos familiares que necessitam de algum auxílio em questões de como lidam com a situação de um familiar. Este trabalho se torna importante, não somente para a reinserção familiar do usuário, que muitas vezes a culpabiliza como responsável pelo uso abusivo de substâncias, como também para que os familiares possam sentir-se acolhidos, conhecer outras pessoas que também enfrentam esta situação e desabafar, possibilitando a criação de um vínculo e aceitação (ALVAREZ et al., 2012).
     	Uma pesquisa realizada pelo Crepop com o tema “Atuação de psicólogas (os) em Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas” em 2009, dividiu-se em duas etapas, sendo uma nacional, do tipo descritiva por meio de coleta online, e uma qualitativa realizada pelas unidades locais do Crepop, com reuniões específicas e grupos fechados. Na primeira etapa, os resultados mostraram que dentre os 345 correspondentes online, a maior parte atuavam principalmente em serviços não listados no questionário e CAPS-AD, sendo que esses que trabalhavam em outros serviços não listados eram divididos em clínicas e comunidades terapêuticas. Sobre os relatos a respeito do serviço prestado, estão citados realizar o atendimento em ambiente de consultório, fazer os devidos encaminhamentos e verificar possíveis estratégias que sirvam de apoio ao suporte psicológico clínico. A respeito dos desafios encontrados, foram citados a adesão do usuário ao tratamento, preconceitos, relação familiar, estrutura física inadequada, dificuldades no trabalho em rede e em equipe, e desvalorização do trabalho. Nas reuniões específicas com a participaçãode diversos profissionais atuantes na área, psicólogos e estudantes, concluiu-se, de modo geral, que muitos lugares ainda não implantaram as diretrizes propostas, visto que alguns participantes declararam pouco conhecimento sobre as Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas bem como a falta de formação, capacitação para atuar neste campo e falta de profissionais, em especial psicólogos.
       	Compreendendo sobre a função do Caps AD, as políticas públicas dentro da atenção aos usuários de álcool e outras drogas, além do papel psicólogo neste contexto, pode-se neste momento explorar um pouco sobre o processo de reinserção social que engloba vários desses fatores.
        De acordo com a portaria, Nº 3.090, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011, é de responsabilidade do ministério da saúde promover e viabilizar a reinserção social de pessoas portadoras de doenças mentais e com dependências químicas. O referido documento contém diretrizes de como este processo deve ser executado, o valor disponibilizado para tal processo bem como os direitos assegurados aos usuários dos programas CAPS I, II e III.
         Segundo Nieva Lafuente (1987, p. 219), “Reinserção é o processo de vinculação efetivo e ativo à realidade cultural, econômica e social, que o indivíduo realiza após um período de crise com a mesma”.
       	Entendendo-se que, quando um indivíduo se envolve com drogas seja por qual for o seu motivo, rompe com seu meio social, pois muitas das vezes se torna violento, displicente com suas responsabilidades, indiferente a regras, a ordem, entre tantos outros comportamentos negativos que um adicto de entorpecentes pode apresentar. Tais comportamentos comprometem de maneira severa o convívio social, visto que sociedade e o indivíduo dependente de drogas andam em sentidos contrários. Ao se disponibilizar a um tratamento, seja de maneira voluntária ou não, o indivíduo passa por um processo em que não somente seu organismo é tratado como também seus comportamentos a fim de promover a reintegração social, ao menos é o que os programas de reabilitação deveriam promover. Todavia não retiremos a responsabilidade da sociedade como um todo na promoção da reinserção social de indivíduos que se encontram excluídos, família, trabalho e convívio social são os principais aspectos para a reconstrução social de um indivíduo (CARVALHO, 2007). Sendo que:
Família – um ambiente familiar saudável pode promover a estabilidade emocional do indivíduo em recuperação, um dos fatores mais importantes para a manutenção da abstinência.
Trabalho – devolve ao indivíduo sua autonomia e lhe proporciona o sentimento de cidadão produtivo.
Convívio social - proporciona o sentimento de pertencer, ser, estar, ter reconhecimento, e principalmente de inclusão (CARVALHO, 2007).
       	Ao pesquisar o que é reinserção encontram-se várias definições, mas em um aspecto geral pode-se dizer que, é devolver o indivíduo a interação com a sociedade em que está inserido e no qual foi interrompida devido à dependência de uma substância química e os comportamentos que tal dependência promove (CARVALHO, 2007).
       	Já na Reinserção enquanto processo em sua citação a autora deixa clara a necessidade de não compartimentar o indivíduo em seu processo de ressocialização, não enxergar tal processo como uma esteira na qual se coloca a matéria prima para produzir um produto, deve-se trabalhar com respeito e entender que cada indivíduo tem seu tempo de resposta, cada um tem sua história de vida que irá moldar sua resposta mediante a intervenção psicossocial. Para a autora é um processo de caráter individualizado, comunitário e contraditório (pois é regado com avanços e retrocessos) de vivências e contextos socioculturais (CARVALHO, 2007).
“a Reinserção deve ser vista enquanto processo global, pois não é divisível em etapas sucessivas e inicia-se assim que o indivíduo decide recuperar-se. Não pode ser encarada como uma fase de um processo sequencial de desabituação física, desabituação psicológica” (CARVALHO, 2007, p. 14).
       	“Deste modo, não existe um processo único de Reinserção, mas sim diferentes processos, adaptados às necessidades e possibilidades de indivíduos diferentes” (CARVALHO, 2007 p. 14).
	     Dentro das pesquisas realizadas na temática de reinserção social de dependentes químicos, nota-se uma deficiência quanto aos conhecimentos já produzidos sobre as práticas do psicólogo do CAPS AD e a forma que acontece o processo de reinserção dos usuários dos serviços. Saber sobre as práticas realizadas e a percepção do próprio profissional da área de Psicologia, pode-se gerar mais pesquisas de cunho experimental/científico, a fim de que se a reinserção ocorre de maneira sólida nos diversos contextos sociais, pode culminar na diminuição de recaídas, diminuição da violência, promover qualidade de vida aos indivíduos envolvidos, redução da fila de espera nos projetos disponibilizados, entre outros benefícios dos quais a sociedade como um todo pode usufruir. 
     	O presente estudo tem como objetivo, através da percepção do psicólogo do CAPS AD, descrever as práticas que se têm adotado para a reinserção social dos usuários do serviço, a fim de promover o sucesso da reintegração dos mesmos. 
2. MÉTODO
2.1 Participantes
Psicólogo(s) atuante(s) do Centro de Referência de Atenção Psicossocial - Álcool e drogas de uma cidade de médio porte do interior de SP. Será na forma de  uma entrevista com perguntas semi estruturadas submetidas ao Comitê de Ética em Pesquisa-CEP da Universidade Paulista com a assinatura e consentimento do participante sob a sua assinatura do  TCLE (Anexo I). Pretende-se caracterizar o participante em sexo, gênero, idade, tempo de formação, áreas de atuação, e abordagem adotada, contemplando os requisitos éticos de tal caracterização. 
2.2 Local/ambiente
A coleta de dados será possivelmente em uma sala com o entrevistado e duas entrevistadoras, sendo o ambiente sem ruídos, sem muita estimulação ambiental visual, fechado, sem a circulação de outras pessoas e de preferência no interior do CAPS AD ou o local em que o entrevistado propuser. 
2.3 Instrumentos/ materiais e equipamentos
 Intenciona-se uma entrevista semiestruturada com roteiro já pré-elaborado com questões focadas no objetivo específico (Anexo II), as perguntas serão formuladas, buscando a concepção do profissional a respeito das práticas da reinserção, a importância de tal, e qual suas variáveis. Compreendendo o papel do psicólogo neste contexto, e o papel da instituição neste fenômeno. 
 Tendo a autorização do mesmo, poderá ser gravada, transcrita e devolvida ao mesmo. Posterior a isso, descartada imediatamente. 
Outros materiais
Se for autorizado, uso de gravador e cronômetro.
2.4 Procedimento
Esse trabalho será submetido aos cuidados éticos do Comitê de Pesquisa com seres humanos, atendendo a Resolução nº 196 (1996) e Resolução nº 466 (12 de dezembro de 2012). 
 Pretende-se na coleta de dados, marcar uma entrevista com o profissional de psicologia atuante no Caps AD de uma cidade de médio porte no interior paulista. Após esse primeiro contato, e da disponibilidade do profissional, espera-se realizar um encontro onde dois alunos realizarão uma entrevista que responda algumas questões a respeito da reinserção social dos usuários da instituição visitada. O roteiro da entrevista encontra-se em anexo no presente trabalho. 
2.5 Análise de dados
Tendo-se conhecimento da importância da análise de conteúdos dentro do projeto de pesquisa, pretende-se usar como referência a obra Análise de Conteúdo, de Bardin (2004). 
A análise de dados será pautada nos conceitos apresentados por Bardin (2004) envolvendo a pré-análise da transcrição da entrevista realizada, onde através de uma “leitura flutuante” será possível compreender os aspectos evidentes e gerais de tal, posteriormente será realizado a exploração do conteúdo coletado, buscando uma unidade de análise, através da categorização e agrupamento dos dados.Dessa forma, está análise será realizada com maior probabilidade de fidedignidade em relação ao discurso do profissional. 
RESULTADOS ESPERADOS
É esperado fazer uma entrevista com um psicólogo da instituição CAPS AD, a fim de entender o conceito de reinserção social a luz da percepção do profissional, sua aplicação, suas dificuldades, como se da o processo, suas respectivas falhas e quais os profissionais envolvidos. Busca-se também conhecer o nível de consolidação deste fenômeno e se há acompanhamento posterior.
 
REFERÊNCIAS 
ALVES, V. S. Modelos de atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas: discursos políticos, saberes e práticas. Cad. Saúde Pública [online]. 2009, vol.25, n.11, p.2309-2319. ISSN 1678-4464.  Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009001100002, acesso em 26 de março de 2017.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3ª. Lisboa: Edições, 2004. 
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria N° 3.090, de dezembro de 2011. Dispõe, no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, sobre o repasse de recursos de incentivo de custeio e custeio mensal para implantação e/ou implementação e funcionamento dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Brasília, DF: MS, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 336, de 19 de fevereiro de 2002. Define e estabelece diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, DF: MS, 2002.
CARVALHO, S. Manual de Boas Práticas sobre Reinserção 1º Caderno: Enquadramento Teórico ed. Instituto da Droga e da Toxicodependência, janeiro 2007.
CFP (Conselho Federal de Psicologia). Referências Técnicas para a Atuação de Psicólogas/os em Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas/ Conselho Federal de Psicologia. - Brasília: CFP, 2013. 88p.
GANEV, E.; DE LORENCE LIMA, W. Reinserção social: processo que implica continuidade e cooperação. Serviço Social & Saúde, 2015, 10.11: 113-129. Disponível em: http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/sss/article/view/1380, acesso em 26 de março de 2017.
LACERDA, C.B.; FUENTES-ROJAS, M. Significados e sentidos atribuídos ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) por seus usuários: um estudo de caso. Interface, Botucatu, v. 21, n. 61, p. 363 - 372, 2016.
LAURENTIS, C. P.; MAGGI, A. Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e a Psicologia. Aletheia, n. 37, p. 121-132, jan./abr. 2012.
SCHNEIDER, D. K.; CERUTTI, M. G.; MARTINS, M. T.; NIEWEGLOWSKI, V. H. A atuação do psicólogo no Centro de Atenção Psicossocial voltado para Álcool e outras drogas (CAPSad): os desafios da construção de uma clínica ampliada. Extensio: R. Eletr. de Extensão, Florianópolis, v. 11, n. 17, p. 101-113, 2014.
SOUZA, J. de, et al. Intervenções de saúde mental para dependentes de álcool e outras drogas: das políticas à prática cotidiana. Texto & Contexto-Enfermagem, 2012, 21.4: 729-738. Disponível em: http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/39389 , acesso em 26 de março de 2017.
ANEXOS
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Caro Participante,
	Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada “A atenção do psicólogo na reinserção social dos usuários do CAPS AD na perspectiva de cidade de médio porte do interior paulista” que se refere a um projeto de pesquisa de trabalho de conclusão de curso de graduação do(s) participante(s) Beatriz Milharini da Silva, Monize Caieiro da Costa, Natália Aparecida Florêncio e Paloma Talita Sena Antunes do(a) 4ºano/ 7º e 8º semestre, o qual pertence ao Curso de Psicologia da Universidade Paulista – Unip.
O(s) objetivo(s) deste estudo é obter o conhecimento da prática do psicólogo no contexto de reinserção social dos usuários do CAPS AD de uma cidade de médio porte do interior paulista. Os resultados contribuirão para promover o sucesso na reintegração dos mesmos, no campo familiar, trabalhista e educacional, numa perspectiva lógica de redução de danos para o próprio usuário.
 Sua forma de participação consiste em responde uma entrevista semi estruturada com duas alunas, dentro do seu ambiente de trabalho ou outro local onde desejar, no horário em que combinarmos de acordo com a sua disponibilidade. As perguntas seram breves e abertas, mas diretivas para o nosso objetivo de pesquisa, a fim de que responda da maneira em que se sinta confortável. Com a sua autorização, gostaríamos de gravar a entrevista, afim de que as outras participantes tenham acesso à entrevista. Posterior a isso, ela será e devolvida ao Sr (a) (caso sinta a necessidade) e descartada imediatamente. transcrita 
Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa, o que garante seu anonimato, e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.
Não será cobrado nada e não haverá gastos, decorrentes de sua participação, se houver algum dano decorrente da pesquisa, o participante será indenizado nos termos da Lei.
Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco de grau leve , nesta pesquisa o risco pode ser avaliado como: desconforto, interrupção da rotina de trabalho, exposição da sua performance profissional, insegurança, enfado, exposição de possíveis problemáticas do local de trabalho bem como os profissionais envolvidos. Diante disso, as respostas seram usadas na pesquisa de forma breve e sucinta, a fim de que seja utilizado somente aquilo que for de encontro ao nosso objetivo. A entrevista não será longa. Fique a vontade e responda da maneira em que lhe sentir seguro (a). 
São esperados os seguintes benefícios imediatos da sua participação nesta pesquisa: a curto prazo: levá-lo a refletir sobre sua prática profissional; médio prazo: obter maior entendimento de sua área de atuação e a longo prazo: satisfação em contribuir com a área científica e social, novas práticas de Psicologia e divulgação em eventos científicos. 
	Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá recusar-se a participar ou retirar o seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim o preferir, sem penalização alguma ou sem prejuízo ao seu cuidado.
Desde já, agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações.
Esse termo terá suas páginas rubricadas pelo pesquisador principal e será assinado em duas vias, das quais uma ficará com o participante e a outra com o pesquisador principal. Profa Dra Daniele C. Lopes, cujo endereço é Av. Alberto Benassi, 200, Araraquara - SP, 14804-300, encontrando-se no tel.: (16) 3336-1800. 
	Eu ____________________________________________________________ (nome do participante e número de documento de identidade) confirmo que Profa Dra Daniele C. Lopes, Beatriz Milharini da Silva, Monize Caieiro da Costa, Natália Ap. Florêncio e Paloma T. Sena Antunes, explicaram-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para minha participação também foram discutidas. Eu li e compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário desta pesquisa.
 Local e data: , de de 20 .
_____________________________
(Assinatura do participante da pesquisa)
Eu,_____________________________________________________________
 (nome do membro da equipe que apresentar o TCLE) 
obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do participante da pesquisa ou representante legal para a participação na pesquisa.
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(Assinatura do membro da equipe que apresentar o TCLE)
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(Identificação e assinatura do pesquisador responsável)
ROTEIRO DE ENTREVISTA
Dados pessoais do entrevistando
Nome completo:Idade:
Sexo:
Formação profissional:
Cargo profissional:
Tempo de atuação nessa Instituição:
Entrevista 
O que é na sua concepção reinserção social?
Qual o papel do psicólogo neste contexto?
Qual a função do CAPs AD neste fenômeno?
Diante da realidade vivida, dos usuários do serviço, quais fatores contribuem para reinseri-los socialmente?
De que forma se dá a manutenção deste processo de reinserção? (durante o tratamento)
Existe um acompanhamento pós tratamento? (no sentido de entender o nível de consolidação da reinserção)
Qual seu nível de conhecimento atual a respeito da reinserção?
Em sua opinião esta instituição (a qual você trabalha) atende esta problemática? Ou seja ocorre a reinserção social dos usuários deste?
Quanto tempo atua nesse perspectiva de reinserção social ou as devidas práticas aqui mesmo nessa Instituição?
Já usufruiu de outras práticas sociais?
Na sua formação, você/Sr/Sr(a), tem especialização no ramo em que está inserido?
Você/Sr/Sr(a) participa de eventos científicos sobre o tema abordado?
Acredita que a classe social, econômica ou a idade dos usuários desse serviço influenciam na forma de reinseri-los de volta em sua própria comunidade?
Acredita na possibilidade de efetividade de ser um contexto novo, ou seja, não ser reinserido na mesma comunidade em que atua.
Quando o usuário tem uma família ou qualquer um dos membros, influencia nesse processo?
Tem-se adotado, até mesmo nos últimos tempos, uma prática ou atividade de forma que se quebre com os estigmas e seus respectivos preconceitos sobre os usuários?
O que tem sido feito para mudar esse contexto? (Relacionado a pergunta acima)
Quando o indivíduo tem passagem por essa Instituição, você/Sr/Sr(a) acredita que o próprio indivíduo se sente discriminado? E quando a sociedade e seus familiares? Cite alguns exemplos de como foi que presenciou isso.
De acordo com as práticas adotadas, são consideradas eficazes? E por quê?
O que você acredita que precisa ser melhorado quanto a elas.
Você/Sr/Sr(a) já tentou alguma implantação de práticas de reinserção social e foi barrado? Quer falar mais sobre isso?
O que precisa ser feito hoje? Isso é considerado de urgência? Quer falar mais sobre isso?
Quanto a equipe que se tem hoje, considera ser eficaz. Por quê?
Sobre o nosso projeto de pesquisa, você/Sr/Sr(a) acredita na possibilidade de melhorias?
O que você/Sr/Sr(a) acredita que teremos de resultado a médio prazo?

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