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PSICOLOGIA SOCIAL

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44
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
GABRIEL DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA SOCIAL - ESTÁGIO B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CRICIÚMA 
2020
GABRIEL DE SOUZA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA SOCIAL - ESTÁGIO B 
 
 
 
Relatório de Estágio em Psicologia Social solicitado pela professor Jaqueline Marques Muller do curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA 
 2020
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
UNIDADE ACADÉMICA DE SAÚDE - UNASAU
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA
ÁREA: PSICOLOGIA SOCIAL
LOCAL DO ESTÁGIO: DESAFIO JOVEM DE CRICIÚMA PERÍODO DO ESTÁGIO: JUNHO A AGOSTO DE 2020
GABRIEL DE SOUZA
ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA
ORIENTADOR (A) DO ESTÁGIO B
KARIN MARTINS GOMES - CRP 12/4473
GRAZIELA AMBONI - CRP 12/3000
ASSESSORIA DE ESTÁGIO B
2020
 
Como a psique e a matéria estão encerradas em um só e mesmo mundo, e, além disso, se acham permanentemente em contato entre si, e em última análise, se assentam em fatores transcendentes e irrepresentáveis, há, não só possibilidade mas até mesmo uma certa probabilidade de que a matéria seja aspectos diferentes de uma só e mesma coisa. 
C.G Jung, CW 8: 418.
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................07
2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO...............................................................08
2.1 OBJETIVOS.................................................................................................08
2.1.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................09
2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................09
2.2 METODOLOGIA..........................................................................................09
2.2.1 TIPO DE ESTUDO....................................................................................09
2.2.2 CLIENTELA..............................................................................................09
2.2.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................09
2.2.4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS...............................................................10
2.3 CRONOGRAMA...........................................................................................10
3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO...........................................11
3.1 HISTÓRICO.................................................................................................11
3.2 OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO......................................................................12
3.2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................12
3.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................12
3.3 FILOSOFIA DA INSTITUIÇÃO.....................................................................13
3.4 ORGANOGRAMA........................................................................................13
3.5 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS......................................................14
4 FUNDAMNTAÇÃO TEÓRICA........................................................................14
4.1 PSICOLOGIA SOCIAL................................................................................14
4.2 COMPETENCIAS DO PSICOLOGO SOCIAL.............................................20
4.3 PSICOLOGIA SOCIAL E SAÚDE................................................................22
4.3.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)........................................................22
4.3.2 REFORMA PSIQUIÁTRICA......................................................................22
4.3.3 DESINSTITUCIONALIZAÇÃO E CIDADANIA.........................................24
4.4 CAPS...........................................................................................................26
4.4.1 CAPS III.....................................................................................................27
4.4.2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA........................................................................28
4.4.3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO....30
5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES....................................................................32
5.1 OBSERVAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE ESTAGIO...............33
5.2 ENCONTROS COM OS USUÁRIOS DO LEITO..........................................33
5.2.1 Primeiro final de semana........................................................................33
5.2.2 Segundo final de semana........................................................................34
5.2.3 Terceiro final de semana.........................................................................35
5.2.4 Quarto final de semana...........................................................................35
5.2.5 Quinto final de semana...........................................................................36
5.2.6 Sexto final de semana.............................................................................37
5.2.7 Sétimo final de semana...........................................................................38
5.2.8 Oitavo final de semana............................................................................38
5.2.9 Nono final de semana..............................................................................39
5.3 Quintas feiras..............................................................................................40
6 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS.....................40
7 CONCLUSÃO.................................................................................................42
REFERENCIAS.................................................................................................43
 
1. JUSTIFICATIVA
O presente projeto faz parte do requisito obrigatório da disciplina de Estágio Supervisionado em Psicologia Social – Estágio B, do curso de psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). O projeto foi realizado na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem (Centro de reabilitação de dependência química), localizado no município de Criciúma/SC. Para tanto no estágio social, atribuiu-se aos estagiários a responsividade ética de contribuir com a práxis da Psicologia Social e exercitar sua atuação em consonância com o Código de Ética do Psicólogo (CFP, 2005). Desse modo, conforme preconizado na alínea I, referente aos direitos fundamentais dessa resolução: “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos”. (CFP, 2005, p. 07) .
O Código de Ética Profissional (CFP, 2005) visa fortalecer o reconhecimento social da categoria bem como atuar em defesa dos direitos da população atendida. Ao observar essa legislação, deparamo-nos com seus os princípios fundamentais que:
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a psicologia esteja sendo aviltada.
Esse estágio foi realizado com sujeitos em situação de internato em uma comunidade terapêutica onde convivem diariamente, bem como enfrentam situações de desolamento. Desse modo, esperou-se um trabalho psicossocial que viesse assegurar de práticas que exercitem a coletividade nesse contexto e autonomia desses. No que se refere a práxis da Psicologia Comunitária:
Espera-se que esse profissional, em sua prática, atenda a três demandas: atue de maneira não mais individual e psicologizante; integre equipes de trabalho multiprofissional;e incorpore como objeto de investigação aqueles fenômenos sociais que pareciam pouco relevantes à psicologia tradicional.
Estas demandas, por si só, apresentam desafios intrínsecos ao processo de formação, visto que a Psicologia, ao longo dos anos, trabalhou exatamente ao contrário. Em outras palavras, trabalhou de modo a adotar modelos de psicologização das relações e da vida cotidiana, além de ter se posicionado como se fosse um “sujeito único” hegemônico na sua prática, seja quando da produção de conhecimentos, seja quando das decisões sobre o que fazer com o seu objeto de trabalho e investigação. (FREITAS, 2015, p. 523).
No que se refere ao contexto que realizei o estágio, considero que o estudo da Psicologia Social neste ambiente foi e é de suma importância pelo fato de que o púbico da comunidade terapêutica ser formada por pessoas que sofrem com o exílio social e enfrentam diariamente com o sofrimento psicológico causado pela abstinência. Sendo assim, com esta bagagem preconceituosa uma parcela da sociedade estigmatiza esses sujeitos e os “descarta” sem dar importância para a história de vida de cada um, compreendendo o que cada um passou até chegar em tal situação.
Diante do exposto, cumpre destacar que a Psicologia Social preza pela defesa da cidadania e por isso terá um papel importante na vida deles pelo fato de ser um estudo de enfoque que entende o sujeito no que ele é influenciado socialmente.
Com esse estágio procurei contribuir com atividades que potencializassem os residentes para construção do tempo de viver em seu cotidiano institucional.
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.1 OBJETIVOS
2.1.1 OBJETIVO GERAL
Contribuir para potencializar o tempo de viver nas relações cotidianas dos residentes da Clínica.
2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Fomentar a construção da cooperação e ética em seu cotidiano
institucional;
· Realizar acompanhamento psicossocial dos residentes.
· Desenvolver e realizar atividades que auxiliam os pacientes 	 na reinserção social;
2.2 METODOLOGIA
2.2.1 TIPO DE ESTUDO
O estágio teve como base um estudo feito de forma qualitativa, dentro da práxis da Psicologia Social e dos aportes da Psicologia Histórico-Cultural. Durante o percurso, tive como escopo a busca da compreensão dos fenômenos psicossociais por meio da narrativa dos sujeitos, refletindo sobre as particularidades de cada um. Foi utilizada a observação participante, onde o observador se identifica para os usuários assim como a equipe técnica passa a adquirir uma posição ativa envolvendo – se com o serviço.
2.2.2 CLIENTELA
Esse projeto foi realizado com os usuários da comunidade terapêutica Desafio Jovem de Criciúma - SC, sendo estes: adultos e idosos do sexo masculino, que necessitam de apoio psicossocial com queixas emergenciais de indivíduos que fazem o uso constante de determinadas drogas.
2.2.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O primeiro contato com a comunidade foi empreendido pela minha orientadora que entrou em contato com a Psicóloga Chefe para dialogar sobre a possibilidade de eu poder realizar meu estágio. Por conseguinte, foi agendada minha primeira reunião com ela, que acolheu nosso pedido e me apresentou o local. Desse modo, realizei inicialmente as observações de cunho participante acerca do cotidiano dos residentes, onde realizei conversas com a equipe técnica e com os pacientes. Para aplicar as práticas psicossociais foi necessário ter um olhar e escuta compreensiva e acolhedora sobre a história de vida de cada paciente, levando em conta suas condições de relatar suas trajetórias.
A escuta qualificada foi realizada com os usuários no leito por meio de diálogo aberto, afim de que o paciente possa expressar seus sentimentos e pensamentos, sem qualquer tipo de julgamento, contribuindo para que o mesmo se sinta acolhido.
As atividade relacionas a reinserção social fora: café colonial, musicalização, roda de conversa, jogos interativos e produção artesanatos com materiais recicláveis.
A pesquisa – ação foi concretizada por meio das ações citadas anteriormente guiadas pelo referencial teóricos, refletindo a prática da psicologia social na comunidade terapêutica, afim de promover o pensamento crítico em relação aos cuidados e tratamentos utilizados.
2.2.4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS
Durante o processo de estágio serão utilizados os seguintes materiais: giz de cera, lápis, caneta, folha A4, aparelho de som entre outros.
2.3 CRONOGRAMA
	ATIVIDADES 
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Julho
	Agosto
	1.Escolha do local de estágio e da orientadora 
	X 
	 
	 
	
	
	
	2.Apresentação do estagiário no 
local 
	X 
	 
	 
	
	
	
	3.Observação 
participante 
	X 
	
	 
	
	
	
	4. Elaboração do projeto 
	X 
	X 
	 X
	X
	
	
	5.Entrega 	do 
projeto 
	 
	
	
	
	X
	
	6. 
Desenvolvimento das atividades 
	 
	
	
	X
	X
	
	7.Elaboração do 
relatório 
	X 
	X 
	X 
	X
	
	
	8.Orientações acadêmicas 
	X 
	X 
	X 
	X
	X
	
	9.Revisão bibliográfica 
	X 
	X 
	X 
	X
	X
	
	10.Entrega 	do 
relatório 
	 
	 
	 
	
	
	X
3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO
3.1 HISTÓRICO
Com a problemática do uso de drogas na cidade de Criciúma e região, no ano de 1979, Vanio de Oliveira e esposa Zulma Felizardo de Oliveira, liderou o grupo com mais 4 (quatro) casais para discutir a problemática das drogas, perceberam a necessidade de promover palestras preventivas relacionadas a dependência química; porém a necessidade de acolhimento para a reabilitação de pessoas usuárias de álcool, crack e outras drogas, motivou o grupo a desenvolver atividades na prestação de serviços no modelo Teen Cha/lenger (Desafio Jovem) desenvolvido por David Wilkinson nos guetos de Nova York (EUA) em 1958, que no Brasil chegou no ano de 1972 através do professor universitário Galdino Moreira Filho.
Portanto, em 24 de julho de 1985, o então Vereador Vanio de Oliveira e Zulma Felizardo de Oliveira com os demais casais fundaram o Desafio Jovem de Criciúma - CNPJ 75.567.180/0001-97. Em janeiro de 1987 inaugurou-se a primeira Comunidade Terapêutica do estado de Santa Catarina.
Desde 1985 vem adquirindo títulos de Utilidade Pública Estadual, Lei no 6.734 de 16.12.85; Utilidade Pública Municipal, Lei no 2.217 de 9.05.87 bem como a inclusão no CMAS — Conselho
Municipal de Assistência Social no 024/97, COMAD — Conselho Municipal Antidrogas, CONEN — Conselho Estadual de Entorpecente de Santa Catarina. É membro fundador da FETEB Federação de Comunidade Terapêutica Evangélica do Brasil e da FECOTESC — Federação de Comunidades Terapêuticas de Santa Catarina.
O Desafio Jovem de Criciúma é uma instituição sem fins lucrativos, que busca através de um processo dinâmico e responsável através de um programa terapêutico a reabilitação de indivíduos usuários de álcool, crack e outras drogas, contando com o profissionalismo de uma equipe enxuta e competente.
Constatando atualmente a grande necessidade de programa de acolhimento para dependentes químicas, de maior idade, usuárias de álcool, crack e outras drogas, oportunizamos 22 leitos para acolhimento de pessoa do sexo feminino.
A instituição tem recebido em suas comemorações o reconhecimento da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e da Câmara Municipal de Vereadores de Criciúma em sessão solene, conjunta realizada em seu jubileu de prata (25 anos) no ano de 2010; e nas comemorações de seu jubileu de pérola (30 anos) no dia 06/08/15, e a Câmara Municipal de Vereadores de Criciúma no dia 07/10/2015.
3.2 OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO
3.2.1 OBJETIVO GERAL
Proporcionar a depende química, de maior idade, usuária de álcool, crack e outras drogas um acolhimento que priorize sua individualidade, para atingirmos a evolução até a estagnação da Dependência Química, desenvolvendo e identificando a valorização a vida e consequente reinserção positiva familiar e social.
3.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Auxiliar biopsicossocialmente a acolhida no programa terapêutico, que trabalhe a desintoxicação proporcionando uma evolução no período de 09 meses podendo ser prorrogado para 12 meses.
· Trabalhar com estratégias de prevenção de recaídas, para que o indivíduo e abstinenteaprenda a se proteger e identificar sinais.
· Promover a transformação individual da dependente química, auxiliando-a na mudança de estilo de vida, ajudando-a a vencer suas próprias dificuldades;
· Proporcionar a residente, formas de manejo com a dependência química, para que no momento de sua reinserção familiar e social, apresente-se com novos hábitos e comportamentos;
· Promover a participação da família/responsável ao entendimento, orientação, adaptação durante o programa. Também a organização e formas de manejo para que o pós programa ocorra com excelência.
3.3 FILOSOFIA DA INSTITUIÇÃO
Promover a tomada de consciência da dependente de álcool, crack e outras drogas, à interrupção da dependência e transformação pessoal, oportunizando a reinserção familiar e social com excelência.
3.4 ORGANOGRAMA
3.5 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
· 32 Leitos Masculinos
· 01 Sala de Convivência
· 01 Consultório para Assistente Social/Psicólogo 
· 03 Banheiros 
· 01 Refeitório 
· 01 Cozinha 
· 01 Micro Panificadora 
· 01 Pátio com assentos na frente da instituição 
· 01 Sala de Reunião 
· 01 Capela para oração 
· 01 Campo de futebol/vôlei 
· 01 Horta de vegetais/legumes
A atual composição de funcionários compreende: 1 Assistente Social , 2 Psicólogos, 01 Auxiliar Administrativo e 3 Educadores Social. Contam também 3 funcionários que auxiliam nos cuidados dos internos. 
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 PSICOLOGIA SOCIAL
Para delinear uma ementa inicial sobre a Psicologia Social podemos começar com as contribuições de Lane (2012), no momento em que a autora caracteriza que toda a Psicologia é social, ao mesmo tempo afirma que isso não significa que as outras áreas específicas da Psicologia sejam reduzidas a esse campo, pois temos a clareza de que:
[...] Desde o desenvolvimento infantil até as patologias e as técnicas de intervenção, características do psicólogo, devem ser analisadas criticamente à luz dessa concepção do ser humano – é a clareza de que não se pode conhecer qualquer comportamento humano, isolando-o ou fragmentando-o, como existisse em si e por si. (LANE, 2012, p. 19).
A autora também identifica a importância de que a ciência se oponha aos sistemas sociais tradicionais em vigor quando não defendem os direitos da população.
Destaca Lane que o começo da Psicologia Social nos Estados Unidos ocorreu no período do pós-guerra. Contudo, no Brasil, bem como na América Latina foi demarcada por um período de rompimentos (LANE, 2006). Sustenta a autora, que o desenvolvimento da Psicologia Social em nosso país passou por grandes transformações ao longo da sua história, as quais culminaram na organização de ideias que fundamentaram e possibilitaram seu estudo científico e sistemático e em seu desdobramento até os dias de hoje. Lane (2006, p.75) diz que somente após a primeira guerra que a Psicologia Social se desenvolveu como um estudo científico na busca de responder a fatores, tais como: “[...] liderança, opinião pública, propaganda, preconceito, mudança de atitudes, comunicação, relações raciais, conflitos de valores, relações grupais etc.”. Portanto de maneira esclarecedora Lane (2006, p.76) diz que somente depois da segunda guerra mundial que nos Estados Unidos, com seu pragmatismo, a Psicologia Social atingiu seu ápice. Entretanto, menciona que tais estudos tinham como objetivo achar maneiras de ajustamento e adequação dos sujeitos ao contexto social. Então:
A sociedade era um dado, um pano de fundo de um cenário, onde o indivíduo atuava, e desta forma procurava-se explicar o seu comportamento por "causas" internas, tais como traços de personalidade, atitudes, motivos, quando não por instintos. É uma Psicologia Social que isola o indivíduo, criando uma dicotomia entre ele e a sociedade — um poderia influenciar o outro, mas se tratava de dois fenômenos distintos. (LANE, 2006, p.76).
Jacques et. al (2013, p. 13), a partir das contribuições de Lane questionam: ''é possível uma psicologia que não seja uma psicologia social já que não tem sentido conceber um indivíduo isolado de seu contexto social?''. Tal pergunta nos leva a refletir se é possível existência de um modo de analisar o sujeito sem considerar a realidade em que ele está inserido. Na busca de responder a tal questionamento percebe-se que jamais seria possível estudar o homem como um ser isolado, já que o meio social é o meio em que o constitui. Afinal de contas, “só há sujeito porque constituído em contextos sociais, os quais, por sua vez, resultam da ação concreta de homens que coletivamente organizam o seu próprio viver”.(ZANELLA, 2004, p. 127).
Jacques et. al (2013) esclarecem sob esse prisma que o estudo da relação do sujeito e sociedade é o objeto da Psicologia Social, mas essa não pode ser concebida como unidades diferentes que se relacionam entre si de uma perspectiva meramente individual, pois se constituem concomitantemente em um processo dialético.
Como certifica Lane (2012), em meio a década de 1950, os estudos e práticas no âmbito da Psicologia Social referiam-se a duas tendências principais: uma interligada a um viés pragmático dos Estados Unidos, que alcançou seu nível de ápice a partir da Segunda Guerra Mundiale que por meio de pesquisas baseadas em experimentos tinha como objetivo estabilizar meios e técnicas de intervir nas relações sociais, na busca de garantir uma suposta “harmonização” transpassada pela égide da lógica de assegurar a produtividade dos sujeitos.. Conforme a autora, a Psicologia Social norte-americana tinha como objetivo, naquele período, procurar métodos de consonância com a adequação dos sujeitos e grupos aos interesses do mercado capitalista. No entanto, a partir da década de 1960, na Europa – especialmente na França -, surgiram críticas mais perspicazes em relação ao modelo de conhecimento psicossocial, denunciando assim uma ciência ideológica distanciada dos problemas sociais, na qual suas teorias não eram capazes de conceituar as novas demandas apresentadas pelo grupo da sociedade, afirma Lane (2012).
Destaca a autora, que no final dos anos de 1970, numerosos psicólogos sociais latino-americanos suscitaram um novo período, o qual ficou conhecido como "a crise da psicologia social" ou "a crise da referência", na qual se procurava um campo de ação próprio à realidade de cada país. Para tanto, houve a busca de novos caminhos metodológicos para as pesquisas que refletissem a importância da sua aplicabilidade nos contextos sociais de exclusão. Salienta-se ainda que as ditaduras militares e a exploração vivida pelo povo latino-americano foram motivos para questionamentos sobre a práxis da Psicologia Social.
Conforme Lane (2012), após denúncias feitas por psicólogos sociais de vários países latino-americanos acerca da "crise da psicologia social" foi averiguada pelo Congresso Interamericano de Psicologia, realizado em Miami, EUA, no ano de 1976 há necessidade de serem formuladas críticas mais estruturadas e algumas novas propostas. Em um congresso posterior, realizado no ano de 1979, em Lima, Peru, foi ajustado um novo quadro com propostas fidedignas a uma Psicologia Social voltadas para as condições próprias de cada país (LANE, 2012).
Por volta de 1960, fundou-se a Associação Latino-Americana de Psicologia Social (ALAPSO) (BERNARDES, 2013). O autor menciona que inúmeros psicólogos sociais experimentais, como Aroldo Rodrigues, buscaram consolidar as atividades da ALAPSO, tomando a Psicologia Social norte-americana como referencial para seus trabalhos. Por outro lado, em toda a América Latina, iniciava-se um movimento antagônico à ALAPSO e várias associações começaram a surgir, identificadas com a nova proposta de psicologia social, como na Venezuela, onde foi criada a Associação Venezuelana de Psicologia Social (AVEPSO), e no Brasil, com a ABRAPSO, relata o autor.
No que se refere à ABRAPSO é composta por profissionais (pesquisadores, psicólogos, militantes, gestores públicos) e estudantes (em processo de graduação ou pós-graduação), que, por meio do ensino, investigação, aplicação ou difusão, contribuem para o desenvolvimentoda Psicologia Social no Brasil. Cumpre dizer que, os associados da ABRAPSO têm direito a obter descontos substanciais nos encontros nacionais e regionais e em cursos promovidos pela entidade, além de participar da entidade e obter notícias periódicas. São objetivos da ABRAPSO:
- Congregar pessoas que se empenham no desenvolvimento da Psicologia Social no Brasil garantir e desenvolver as relações entre pessoas dedicadas ao estudo, ensino, investigação e práxis da Psicologia Social no Brasil; -Propiciar a difusão e o intercâmbio de informações sobre o desenvolvimento do conhecimento e prática da Psicologia Social; -Promover a integração da Psicologia Social com outras áreas do conhecimento que atuem em uma perspectiva social crítica; -Incentivar e apoiar institucionalmente o desenvolvimento de ações no campo social (ABRAPSO, 1980).
Bernardes (2013) esclarece que a criação da ABRAPSO ocorreu no ano de 1980 por conta da mobilização de alguns pesquisadores, entre esses Silvia Lane. A ruptura com a Psicologia Social norte-americana foi evidenciada na obra "Psicologia social: o homem em movimento", dirigida por Lane e Codo e publicada em 1984 (BERNARDES, 2013). Como resultado, no Brasil, teóricos perfilados à psicologia sócio-histórica interessaram-se por uma nova concepção de Psicologia Social.
Salientam Gonçalves e Yamamoto que:
A criação da ABRAPSO abre uma vertente da psicologia social no Brasil, cujas pesquisas se voltam para o debate sobre problemas sociais, econômicos e políticos. Silva (2012) reconhece que a Psicologia Política Brasileira foi gestada, em certa medida, em paralelo com a Psicologia Social, uma vez que, estudiosos comprometidos com a criação da (ABRAPSO) durante os anos de 1980, contribuíram para a produção de uma Psicologia Política com um viés psicossocial. O autor assevera que Sílvia Lane influenciou, sobremaneira, o processo de politização da ação do psicólogo. Ao fazer um resgate histórico da psicologia social abrapsiana, Molon (2001) destaca a década de 1980 como um período de perspectivas e confrontos. De um lado, uma proposta que via a psicologia social como uma ciência básica, neutra, voltada para a descoberta de relações estáveis em meio a variáveis psicossociais, a partir dos quais, o tecnólogo social poderia solucionar problemas sociais, não de forma improvisada, mas consciente. De outro, uma proposta que se perfilava a uma psicologia social cuja prática deveria ser constantemente revisada, dado o movimento histórico e social, uma vez que teoria e prática caminham juntas. Nesse sentido, a subjetividade deveria ser reconhecida, sendo o indivíduo, não um produto de si mesmo, mas situado social e historicamente (GONÇALVES; YAMAMOTO, 2015, p.32).
Para os autores às práticas psicossociais se ampliaram em meados de 1980, comprometidas com problemas sociais diversos e sobretudo, realizando ações comunitárias em diferentes contextos. Com efeito, ao levantar problemas pertinentes aos caminhos percorridos pela Psicologia Social, já nos anos de 1980, Silvia Lane articulou discussões em relação aos temas que pela sua relevância social e científica permanecem sendo objeto de pesquisa nos dias atuais, asseveram os autores. Vejamos os seguintes questionamentos:
Em que condições o homem poderia ser sujeito de sua história? Será que a psicologia social não estaria se atendo a "objetos" aparentes, dissimuladores de uma realidade concreta? Quais os comportamentos sociais fundamentais para se compreender o indivíduo como agente histórico? Qual o elo fundamental entre o indivíduo e a sociedade a que ele pertence? Por que o psicólogo social não estudava profundamente a questão da linguagem? Seria o homem um simples produto social? E a sua individualidade, sua personalidade? Linguagem, grupos, história: a individual e a social, são os aspectos fundamentais a serem estudados, mas como? De onde partir? Que situações são relevantes para serem estudadas? (LANE, 2006, p. 67-71).
Segundo Gonçalves e Yamamoto (2015) a vontade pela busca em vigorar as atividades teórico-práticas nesta área da ciência psicológica segue atravessada pelas exigências sofridas pelo homem na cultura contemporânea, marcadas pela crise estrutural do capital. De acordo com Carmo (2004), o antagonismo entre trabalho e capital provoca fissuras na constituição do sujeito, uma vez que a lógica do capital afeta os modos de subjetivação. Cabe dizer que,
A psicologia social - assim como as demais ciências, em especial, as ciências humano-sociais - tem enfrentado dificuldades objetivas quanto à sua constituição, como perspectivas de contraponto às mazelas engendradas pelo próprio homem no contexto das relações sociais de exploração entre classes. No que se refere a questões teórico-metodológicas na história da psicologia, as quais repercutem no desenvolvimento da psicologia social no Brasil, Albuquerque e Arendt (2003) destacam duas linhas antagônicas, uma que "[...] se dirige ao indivíduo, a seu corpo, ao seu hardware, e outra linha que se dirige ao comportamento do indivíduo como ser social, político, relacional." (Albuquerque e Arendt, 2003:186). Tal antagonismo reflete na prática acadêmica brasileira, como identificam os autores, atestando que os estudos sobre psicologia social experimental, de influência norte-americana, dotados de neutralidade e pretensa universalidade, distanciam-se de forma flagrante de estudos voltados para a transformação social, nos quais são realizadas intervenções comunitárias (GONÇALVES; YAMAMOTO, 2015, P. 32)
Conforme Sawaia (1995) retrata, cabe ao psicólogo social estudar as variadas manifestações do sofrimento psicossocial, retratando as várias formas de opressão e exclusão aos quais o sujeito é submetido em seu cotidiano e ver a maneira que ele encara as condições humilhantes e carregadas de preconceitos advindos da sociedade. Com isso as pesquisas em Psicologia Social devem buscar conhecer a maneira na qual a constituição do sujeito ocorre em seu cotidiano, como ele lida com suas emoções, sonhos, desejo, fantasia, entre outros aspectos.
4.2 COMPETÊNCIAS DO PSICÓLOGO SOCIAL
Tendo de base o conhecimento de todo o percurso histórico que a Psicologia social teve, podemos identificar o psicólogo social como aquele que entende e compreende o sujeito desde uma cenário histórica considerando a integração entre indivíduo e o social. Sendo assim, trabalhar como psicólogo social significa desenvolver um trabalho desde a perspectiva de homem e da sociedade, possibilitando atuar em qualquer área da Psicologia.
Para Scottini (1998), competências descrevem habilidades ou capacidades humanas para realizar algo. A noção de competência assinala, segundo Dolz e Ollagnier (2004), um saber integrador que responde às especificidades de um contexto da ação. Já Libâneo (2004) destaca que competências são as capacidades, habilidades, qualidades, e atitudes relacionadas a conhecimentos práticos e teóricos que possibilitam a um profissional exercer adequadamente a sua profissão. É, ainda, para Bronckart e Dolz (2004), uma tentativa de redefinir e de organizar os objetos e objetivos dos procedimentos de uma formação, assim como as capacidades exigidas dos aprendizes e de seus formadores.
A competência indica aptidão, conhecimento ou capacidade em alguma área específica. A palavra “competência” está associada à qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver determinado assunto ou realizar determinada tarefa. A competência profissional remete à ideia de capacidade, soma de conhecimentos ou habilidades. Fleury e Fleury (2001, p. 185) afirmam que o conceito de competência profissional é compreendido como:
Um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um alto desempenho, acreditando-se que os melhores desempenhos estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas. Em outras palavras, a competência é percebida como estoque de recursos, que o indivíduo detém. Embora o foco de análise seja o indivíduo, [...] sinaliza a importância de se alinharem às competências às necessidades estabelecidaspelos cargos, ou posições existentes nas organizações.
Sendo assim o psicólogo social tem como atribuição ao seu papel, promover estudos sobre características psicossociais de grupos étnicos, religiosos, classes e segmentos sociais nacionais, culturais, intra e interculturais. Atua junto a organizações comunitárias, em equipe multiprofissional no diagnóstico, planejamento, execução e avaliação de programas comunitários, no âmbito da saúde, lazer, educação, trabalho e segurança. Assessora órgãos públicos e particulares, organizações de objetivos políticos ou comunitários, na elaboração e implementação de programas de mudança de caráter social e técnico, em situações planejadas ou não. Atua junto aos meios de comunicação, assessorando quanto aos aspectos psicológicos nas técnicas de comunicação e propaganda. Pesquisa, analisa e estuda variáveis psicológicas que influenciam o comportamento do consumidor.
4.3 PSICOLOGIA SOCIAL E SAÚDE
4.3.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
A partir da Constituição de 1988, a saúde passa a ser um direito para todos e dever do Estado. Logo, em 1990, é criado o Sistema Único de Saúde, instituindo-se a Lei 8.080/1990 que visa a prevenção, promoção e recuperação da saúde através de princípios como a universalidade, a integralidade, descentralização e participação popular.
Segundo Brasil (2019), o SUS é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, comprometendo-se em garantir acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país e, também a população estrangeira, sem qualquer discriminação.
As ações e serviços de saúde devem ser solidárias e participativas entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede engloba atenção primária, média e alta complexidade, os serviços urgência e emergência, atenção hospitalar, ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica (BRASIL, 2019).
Vale ressaltar que o papel do psicólogo no sistema de saúde é de extrema importância para compor a equipe multiprofissional e agir em prol do sujeito enquanto individual e sujeito ativo na comunidade, auxiliando na prevenção e promoção da saúde como um todo, especialmente na saúde mental.
4.3.2 REFORMA PSIQUIÁTRICA
O campo das políticas públicas de saúde e de saúde mental são fenômenos sociais complexos desde a instituição do Sistema Único de Saúde. Com o advento do SUS o objeto deixa de ser a doença ou a doença mental e resulta-se nas reais condições de existência e vivência da população, seus processos de saúde-doença, expressões em experiências de sofrimento, dentre variados (BRASIL, 2015).
Com isto, os profissionais passam a trabalhar em intervenções que realizem transformações sob a sociedade, seu espaço físico, suas características e condições, suas relações de vínculos e formas de organização enquanto sujeitos que pertencem a uma cultura e comunidade.
Do ponto de vista da construção histórica dos conhecimentos e práticas no campo da saúde, os psicólogos foram direcionados a atuar com estratégias que visem o cumprimento dos regimentos e exigências que atendam as diretrizes do Sistema Único de Saúde, neste caso, especificamente, à política de Reforma Psiquiátrica desenvolvida no âmbito do SUS (BRASIL, 2015).
A saúde mental possui um compromisso ético-político que visa o cuidado da pessoa em sofrimento psíquico por meio do respeito a sua singularidade e reinserção social, bem como a garantia de um cuidado humanizado conforme dispõe a Lei da Reforma Psiquiátrica Nº 10.216/2001, que resumidamente refere-se a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e, que também redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
O transtorno mental se expressa e se constitui como sofrimento na experiência de sujeitos singulares, impulsionando a definição de novas formas de atuação nas práticas clínicas, exigindo transformações metodológicas e tecnológicas para o atendimento em saúde mental.
Colocar a doença entre parênteses, o que se traduz no cotidiano em um intenso trabalho de produzir ações plurais, responsabilizar-se pelo cuidado do paciente, identificar sua necessidade, escutar seu sofrimento, iniciando a “produção de uma diversa e complexa prática terapêutica pautada na compreensão da pessoa, na transformação de suas possibilidades concretas de vida, a partir da construção cotidiana do encontro e da intransigente afirmação da liberdade (CAMPOS, 2007, p. 146).
O conceito de atenção psicossocial orienta um novo olhar sobre o objeto das ciências, práticas e políticas do campo da saúde mental. Deste modo, a atenção psicossocial orienta o desenvolvimento do projeto institucional dos serviços da rede substitutiva de saúde mental – Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Segundo Costa-Rosa, Luzio e Yassui (2003), no campo teórico assistencial tem se operado, antes de tudo, a desconstrução de conceitos e práticas sustentados pela psiquiatria e pela psicologia nas suas visões acerca da doença mental. Em contrapartida tem-se construído noções e conceitos como “existência-sofrimento” do sujeito na sua relação com o corpo social, paradigma estético, acolhimento, cuidado, emancipação e contratualidade social. O Ministério da Saúde avalia que cerca de 3% da população brasileira apresenta transtornos mentais severos e necessita de cuidados contínuos e/ou intensivos (específicos dos CAPSs).
O objetivo da atenção psicossocial se baseia na necessidade de construir mecanismos que representem a superação do modelo asilar, bem como intervenções que direcionem a assistência para as transformações nas áreas da subjetividade e nos processos de produção social. Portanto, essa perspectiva exige a substituição da referência à doença mental - cura para a existência concreta de sujeitos e seus sofrimentos. (COSTA-ROSA, LUZIO E YASSUI, 2003).
Nessa perspectiva, para as pessoas com transtornos mentais (e outras doenças crônicas) é instaurada uma importante transformação para as profissões no campo da saúde e assistência.
A partir destas propostas de reforma, a saúde pôde produzir um grau maior de resolutividade, uma vez que também se deu o processo de desalienação dos profissionais da saúde em relação ao objetivo de seu trabalho. Os serviços e o modo de trabalhar passam a ser horizontais, ou seja, sem a figura do médico como autoridade ou único responsável pelo sujeito ou serviço, favorecendo a integralidade entre as equipes interdisciplinares e valorizando-os em sequência.
A Reforma psiquiátrica exige do sistema de saúde e das profissões nele inseridas um aperfeiçoamento das orientações de cuidados, com a possibilidade da pessoa se apropriar do seu processo de saúde e doença, obter novas formas de lidar com seu adoecimento e construir novas possibilidades de vida, em todos os aspectos que nela se inserem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Nesse contexto, os psicólogos têm como desafio a construção crítica do discurso que reduz experiências humanas e processos complexos apenas à psicopatologia. Por isso, o psicólogo precisa compreender as dificuldades que há em cada território e os desafios na busca por direitos de cidadania daqueles com as quais trabalha.
4.3.3 DESINSTITUCIONALIZAÇÃO E CIDADANIA
O direito à liberdade, o consentimento com o tratamento, o respeito à cidadania e aos direitos humanos e a participação do usuário no serviço, se assemelham aos conceitos de desinstitucionalização, porta aberta e vínculo.
Segundo Barros (1994), desinstitucionalizar demanda análise das ideias, noções, preconceitos que acompanham historicamente a instituição manicomial e que são parte do imaginário, mesmo daqueles (as) que desejam destruí-la.
Os Centros de Atenção Psicossocial tornaram-se locais efetivos de substituição de modelos privativos e enrijecidos de tratamento para usuários de serviços de saúde mental, dando lugar às práticas inovadoras, desinstitucionalizadoras.
Nos novos serviços, grande parte da experiência cotidiana de profissionais, usuários e familiares não possui nenhuma referência ou disciplina específica,não está previsto em nenhum manual ou formalização. O serviço se baseia na liberdade e no respeito às diferenças (BRASIL, 2015).
A liberdade é um dos direitos de todo cidadão, e para a Reforma Psiquiátrica, o cuidar em liberdade é o ponto de partida da clínica. Sem grades, sem isolamento e segregação, com o objetivo de alcançar o consentimento para o tratamento, a partir do exercício de cidadania, onde o sujeito possui a liberdade em opinar e escolher o que quer. É necessário que o indivíduo seja livre para decidir quando e porque se tratar, do mesmo modo em que o serviço deve preocupar-se em tratar sem trancar, buscando vínculos e laços sociais.
[...] fazer da teoria uma elaboração permanente, que sustente, sem conformar, uma prática clínica que, por sua vez, não perca de vista o compromisso terapêutico que a legitima. A indagação sobre a loucura a serviço do interesse pelos loucos. A busca da verdade a serviço da liberdade e da solidariedade (BEZERRA,1992).
A adesão ao tratamento revela um dos limites da clínica antimanicomial: o consentimento com o tratamento. Essa postura contrária a tradicional exige criatividade, disposição, jogo de cintura, paciência e aposta nos efeitos subjetivos do sofrimento e o modo de tratamento. Na desinstitucionalização, o que era para ser mais simplificado, se torna complexo, uma vez que depende dos aspectos subjetivos e senso de responsabilidade do usuário.
Enquanto o sujeito que sofre não reconhece quem o cuida como alguém que está ali para alívio de sua dor, embora seja obediente e frequentante do serviço, a eficácia deste processo será reduzida. E o abandono de um projeto de tratamento pode significar, um desencontro entre oferta e demanda, às vezes construída no silêncio da solidão subjetiva, que não coloca o usuário em conexão com o serviço.
De alguma forma somente eles (os usuários) nos obrigam, se não fecharmos nossos olhos, a esta busca contínua por novas estratégias. São eles os nossos formadores. No momento em que aceitamos este papel de ser formados por eles, então finalmente começamos a entender alguma coisa do que fazemos e, neste momento, muda-se a relação, e até mesmo o nosso paciente percebe que algo mudou. (ROTELLI, 2008 p. 44).
Contudo, desinstitucionalizar implica em abandonar o manicômio, no sentido que estabelece modos de vida limitados, anônimos, sem vez nem voz. E para isso não há manual ou código de conduta, mas há uma ética – a ética da liberdade.
4.4 CAPS
Define-se como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como instituições com o objetivo de acolher os usuários com transtornos mentais, estimulando toda a interação e integração social e familiar, auxiliando assim como apoiando a busca pela sua autonomia, oferecendo assim todo o acompanhamento da equipe multidisciplinar (COSTA, 2004).
Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. (COSTA, 2004, p.11)
A portaria N°336, de 19 de fevereiro de 2002, afirma que:
Os CAPS deverão constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária que funcione segundo a lógica do território; definir que somente os serviços de natureza jurídica pública poderão executar as atribuições de supervisão e de regulação da rede de serviços de saúde mental. Estabelecer que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) só poderão funcionar em área física específica e independente de qualquer estrutura hospitalar. Os CAPS poderão localizar-se dentro dos limites da área física de uma unidade hospitalar geral, ou dentro do conjunto arquitetônico de instituições universitárias de saúde, desde que independentes de sua estrutura física, com acesso privativo e equipe profissional própria (BRASIL, 2002).
Além disso compreende-se que os CAPSs são um serviço, sendo um processo de transformação assistencial e cultural com uma missão de serem lugares de cuidado, sociabilidade e convívio da cidade com a loucura que a habita:
Lugares de tratamento e convívio entre diferentes, de realização de trocas simbólicas e culturais, enfim, lugares e práticas que desconstroem, em seu fazer cotidiano, uma arraigada cultura de exclusão, invalidação e silenciamento dos ditos loucos, ao promover intervenções no território que revelam possibilidades de encontro, geram conexões, questionam os preconceitos e fazem aparecer a novidade: a presença cidadã dos portadores de sofrimento mental. (CREPOP/CFP, 2013, p. 93)
4.4.1 CAPS III
De acordo com o Ministério da saúde a portaria N°336, de 19 de fevereiro de 2002, o CAPS III, se dá pelo o serviço de atenção psicossocial com capacidade para atendimento em municípios com população acima de 200.000 habitantes, com características abaixo:
● Constituir-se em serviço ambulatorial de atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados e finais de semana;
● Responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;
● Possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, definido na Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), por determinação do gestor local;
● Coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;
● Supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;
● Realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental regulamentados pela Portaria/GM/MS no 1077 de 24 de agosto de 1999 e medicamentos excepcionais, regulamentados pela Portaria/ SAS/MS no 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial;
● Estar referenciado a um serviço de atendimento de urgência/ emergência geral de sua região, que fará o suporte de atenção médica.
A assistência prestada ao paciente no CAPS III inclui as seguintes atividades: atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação, entre outros); atendimento grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras); atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio; visitas e atendimentos domiciliares; atendimento à família; atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserção familiar e social; acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com no máximo 05 (cinco) leitos, para eventual repouso e/ou observação; os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária; os assistidos em dois turnos (08horas) receberão duas refeições diárias, e os que permanecerem no serviço durante 24 horas contínuas receberão 04 (quatro) refeições diárias; a permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno fica limitada a 07 (sete) dias corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias. (BRASIL, 2002, p. 3).
4.4.2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Droga é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como sendo qualquer substância que altere o funcionamento do organismo e que não é produzida por ele próprio. Essas drogas, que têm a capacidade de alterar o funcionamento do organismo, são chamadas de drogas psicotrópicas. “Psicotrópico advém da junção de psico (mente) e trópico (atração por) desse modo, drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando nossa maneira de sentir, de pensar e muitas vezes, de agir” (KREISCHE; SORDI; DIEMEN, 2012, p. 21).
A dependência química é um transtorno mental caracterizado por um grupo de sinais e sintomas decorrentes do uso de drogas. Esses sinais e sintomas são: compulsão pelo uso da droga; sintomas de abstinência, necessidade de doses crescentes paraatingir o mesmo efeito; falta de controle sobre a quantidade do uso; abandono de outras atividade e manutenção do uso, mesmo tendo prejuízos evidentes causados pela droga. “Três desses sintomas já são suficientes pra se diagnosticar a dependência química”, ressalta o médico.
Segundo o DSM IV, a característica primordial da dependência de substâncias (álcool e/ou droga) corresponde à presença de um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Mas, considerando que a droga, no caso da dependência, passa a exercer um papel central na vida do indivíduo (Silveira Filho, 1995), preenchendo lacunas na esfera psíquica e social, é preciso considerar que além dos sintomas físicos e mentais, existe a questão social. Desse modo, na atualidade, é preciso discutir a dependência química dentro de um modelo biopsicossocial.
Entende-se a dependência química como um processo, onde pode-se considerar diversos fatores chaves, sendo um deles o craving, também chamado de fissura. O “craving” é caracterizado por diversos comportamentos, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de uma substância, associada a uma vontade de utilizar a droga novamente, havendo muita dificuldade em controlar esse desejo. É definido também por ser um sentimento que antecipa o resultado positivo do uso da substância. “Craving/fissura é definido como sendo um intenso desejo para consumir determinada substância, porém pode ser mais amplamente definido como o reflexo de um estado de motivação orientado para o consumo de drogas” (ARAUJO et al., 2008, p. 58).
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), as substâncias causadoras de dependência são: álcool, tabaco, cocaína e derivados como o crack e a pasta-base, maconha, alucinógenos, solventes e inalantes, a exemplo da cola de sapateiro e acetona, estimulantes como anfetaminas e cafeína, opioides, sedativos e hipnóticos (medicações como o Diazepam).
4.4.3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
Comunidades terapêuticas são instituições de acolhimento voluntário a dependentes de substâncias psicoativas. Não integram o SUS, mas são consideradas equipamentos da rede suplementar de atenção, recuperação e reinserção social de dependentes.
A modalidade de tratamento em comunidade terapêutica surgiu na Grã-Bretanha na década de 1940. Inicialmente, foi utilizada para atenção a pessoas com problemas psiquiátricos crônicos a partir da experiência com militares que haviam retornado da guerra com problemas, predominantemente, psicológicos, que eram tratados por psiquiatras em alas especiais de hospitais gerais. O objetivo era que os pacientes doentes pudessem conhecer melhor sobre seu diagnóstico através de uma aprendizagem social como processo de interação entre equipe médica e pacientes. Para isso, eram realizadas reuniões diárias com todo o grupo de pacientes internados e equipe responsável (Jones, 1972).
A lógica do tratamento para usuários de drogas na política pública de saúde, conforme o documento de 2004, estaria pautado pela Redução de Danos, que não prioriza, necessariamente, a abstinência. Existe, portanto, um embate entre os gestores e trabalhadores da saúde, implicados com o cuidado na lógica da Redução de Danos e na defesa do SUS devido ao caráter proibicionista do tratamento que é adotado pelas comunidades terapêuticas.
De acordo com o Glossário de álcool e drogas (Brasília, 2010), as comunidades terapêuticas são caracterizadas por um ambiente estruturado onde os indivíduos com transtornos por uso de substâncias psicoativas residem para alcançar a reabilitação e são, em geral, isolados geograficamente. Elas possuem um modelo residencial: uma vez internado, o "residente" deverá comprometer-se com o programa de tratamento da instituição. Os tratamentos podem durar seis, nove ou doze meses, a critério da própria comunidade terapêutica. Os residentes são mantidos em atividades durante o transcorrer do dia, que podem variar entre atividades laborais, terapêuticas e religiosas. As famílias podem realizar visitas à comunidade terapêutica, geralmente, uma vez por mês, em data definida pelo local. Muitas delas exigem que a pessoa que deseja visitar o familiar internado esteja participando de algum grupo como o Amor Exigente , pedindo comprovação da participação no grupo para que a visita seja autorizada (Conselho Federal de Psicologia, 2011).
Segundo Marques e Cruz (2000) o uso abusivo de álcool e outras drogas, pode provocar uma série de consequências, dependendo do tipo da substância e da quantidade utilizada. Pode, por exemplo, desenvolver no sujeito crises convulsivas, isquemia e também quadros paranoides. Sendo utilizadas em grande quantidade e por períodos longos, também podem induzir quadros graves de depressão, pânico, mania, esquizofrenia e até transtornos de personalidade. Além disso, os autores lembram que quando essas substâncias psicoativas são inseridas via venosa podem transmitir doenças como AIDS e hepatites, enquanto as inaladas como a cocaína, por exemplo, pode ocasionar pneumonia e edema pulmonar, dentre outros graves problemas, que envolvem a saúde física e psíquica do indivíduo dependente.
As comunidades terapêuticas pretendem promover mudanças no comportamento dos indivíduos e favorecer sua reinserção na sociedade. Para que isso aconteça, valores como espiritualidade, responsabilidade, solidariedade, amor e honestidade são criados. As comunidades terapêuticas possuem um modelo residencial e seu funcionamento está pautado na premissa de que, diante da impossibilidade de promover mudanças no indivíduo 'dependente químico', é necessário alterar o meio onde ele vive e o retirar da situação em que acontece o consumo de drogas. O processo terapêutico preconiza intervenções individuais e sociais com atribuição de funções, direitos e responsabilidades ao 'indivíduo dependente químico', em um ambiente livre de substâncias psicoativas (Sabino & Cazenave, 2005).
A família é o primeiro grupo ao qual o sujeito pertence. Neste grupo se desenvolvem as relações de confiança, afeto, proteção, comunicação e desencadeiam-se os demais comportamentos necessários para o convívio que o sujeito vai criar no decorrer da vida. Sendo assim, “a família é muito importante no tratamento e pode ser fundamental para a recuperação dos dependentes químicos, uma vez que eles se sujeitam a internação e ao tratamento visando um bom relacionamento familiar” (CRAUSS; ABAID, 2012, p. 71).
A influência da família, e também da sociedade, na dependência de álcool e outras drogas, começa a ser discutida a partir de 1950 (MARQUES; SILVA, 2000). Sabe-se também que a família tanto pode ajudar o indivíduo, como levá-lo a fazer o uso de alguma substância. Segundo Crauss e Abaid “a família é um fator relevante como motivação para o tratamento e como influência para os usuários a tomarem a decisão de se tratar” (2012, p. 68). “Em todos os casos de uso de drogas, a família é um fator preponderante como proteção ao uso de drogas tanto na prevenção ao início do consumo quanto ao fortalecimento da prevenção da recaída” (GABATZ etal., 2013, p. 523). Sendo assim família poderá ajudar o sujeito a traçar novas metas, novas perspectivas de vida, buscar um objetivo, incentivar no tratamento.
Sendo assim, entende – se que o tratamento é multidisciplinar, envolvendo médico psiquiatra, psicólogo e outros profissionais dependendo de cada caso. O uso de medicação é de grande utilidade pois ajuda a conter a vontade de usar e a diminuir os sintomas de abstinência. “A internação, tanto voluntária quanto compulsória, é um instrumento útil em casos selecionados, assim como os grupos de mútua ajuda como o Alcoólicos Anônimos e o Narcóticos Anônimos”, pondera.
O objetivo do tratamento psicológico é prestar assistência preventiva, curativa e de reabilitação, por meio da psicoterapia individual e/ou de grupo, com uma visão mais humanizada, ajudando na reintegração social desse usuário, auxiliando-o a entender os conflitos e as emoções que levam ao uso da droga, levando em contatrês aspectos principais: as características pessoais do dependente, a natureza do ambiente em que vive e as características do vício, como as drogas usadas e a frequência de uso.
5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 
 
5.1 OBSERVAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE ESTÁGIO 
 
O estágio em Psicologia Social iniciou no dia 07 de março de 2020. O primeiro contato se deu no dia 06 de março, em uma reunião para apresentação do estagiário à coordenadora do Desafio Jovem de Criciúma. Nesta visita a mesma explicou como o serviço funcionava nos finais de semana. Na sequência, a coordenadora apresentou a equipe técnica e demais profissionais presentes no local, e as instalações do serviço.
Como proposta do estágio, iniciou-se as atividades a partir da observação participante, que ocorreu por um período de três meses (março, julho e agosto). Aos finais de semana o estagiário conviveu com os usuários que precisavam de atenção emergencial por condições agudas de sofrimento psíquico, atendidos/as nos leitos. Esta convivência proporcionou dialogar também com a equipe técnica, afim de compreender como se davam as relações no ambiente para o desenvolvimento do projeto de estágio. 
Diante da observação e de pesquisa bibliográfica, pode-se perceber, a partir das necessidades e potencialidades do serviço, a importante de um trabalho que refletisse com os atores envolvidos, sobre o papel da comunidade terapêutica na vida dos sujeitos que por ele passavam. 
O projeto tem como foco, dar visibilidade à importância do serviço para os usuários, em um tempo histórico no país em que se rediscute a volta dos hospitais psiquiátricos.
Como forma de estimular o compartilhamento e tomada de consciência sobre a relevância da comunidade terapêutica, como dispositivo de cuidado na cidade, diversas atividades foram desenvolvidas. Estas atividades buscaram facilitar a linguagem juntos aos usuários, compreendendo que em muitos casos a fragilidade psíquica e a intensidade do sofrimento sob a abstinência eram uma constante.
5.2 ENCONTROS COM OS USUÁRIOS DO LEITO
5.2.1 Primeiro final de semana 
Data: 07 e 08/03/2020
Nº de usuários: 28
Ações desenvolvidas: Observação participante
Material utilizado: Lápis e papel A4 
Objetivo: Se apresentar de forma dinâmica para o grande grupo e procurar conhecer a rotina e as pessoas que lá vivem.
Considerações: 
Neste final de semana, me desloquei ao local de estagio com o intuito de me apresentar para todos, e ter uma conversa, expondo as minhas ideias de trabalho e escutar sugestões. Chegando no local, fui muito bem recepcionado, tanto pelos moradores, quanto pelo cuidador que fica no local. 
Primeiramente, nos locomovemos ao salão que eles utilizam para fazer as reuniões e as missas. La, fizemos uma grande roda para iniciar tudo com uma dinâmica, de forma a descontrair e quebrar o gelo.
Distribui lápis de escrever e folhas A4, pedi para que desenhassem um animal o qual se identificassem. Em seguida, pedi para que voluntariamente, mostrassem ou falassem qual animal era e porque se identificava com ele. Tiveram vários animais diferentes, porém, sempre trazendo as mesmas falas, falas de baixa autoestima. E a partir dessas falas, pude perceber por onde começar a trabalhar com eles.
No dia 08/03, iniciei apenas observando, sem trazer muitas especulações, respondendo o que perguntavam de forma individual, passando a tarde com eles para conhecer um pouco mais sobre eles. 
5.2.2 Segundo final de semana 
Data: 14 e 15/03/2020
Nº de usuários: 28
Ações desenvolvidas: Observação participante
Material utilizado: não foi utilizado material 
Objetivo: Dar continuidade na observação participante, buscar mais dados a respeito da rotina deles. 
Considerações:
No segundo final de semana, procurei observar um pouco mais da rotina deles, observando o comportamento para que pudesse fazer alguma relação com as teorias aprendidas até então. Durante os dias 14 e 15 de março, fiz conversas individuais, de forma mais geral, para que conseguisse ganhar um pouco mais de confiança, para que quando eu fosse propor alguma atividade, conseguir a colaboração de todos. 
5.2.3 Terceiro final de semana 
Data: 21 e 22/03/2020
Nº de usuários: 28
Ações desenvolvidas: Observação participante e atividade.
Material utilizado: Jornal, cola, folha A4 e tesoura.
Objetivo: Propor atividade a qual eles pudessem se expressar. falar sobre autoestima. 
Considerações:
Neste final de semana, propus uma atividade onde eles teriam que procurar em revistas, figuras/imagens que representassem eles quando estavam sob efeito das substancias. Pedi para que colassem em uma folha A4. Em seguida, pedi para que procurassem imagens que representaria como eles queriam estar ou ficar, após o tratamento no Desafio Jovem. Feito isso, foi pedido para que eles refletissem sobre aquilo, e então, conversei a respeito de ter autoestima, junto com a fala, expliquei sobre o que é ter perseverança. 
No dia 22 de março, dei continuidade na fala a respeito de autoestima, englobando também, a postura que eles deveriam ter frente a sociedade, tendo a noção que não são menos do que os outros.
5.2.4 Quarto final de semana 
Data: 11 e 12/07/2020
Nº de usuários: 18
Ações desenvolvidas: Observação e escuta aos usuários.
Material utilizado: não foi utilizado nenhum material. 
Objetivo: Conversar e refletir sobre os cuidados necessários referente a pandemia, analisar como anda a saúde emocional dos usuários. 
Considerações:
No dia 11 de julho retornei as atividades, as quais tinha parado por conta do COVID – 19. Na semana de orientação, foi feita uma reunião com a coordenação do local de estagio para que eu pudesse, além de utilizar o final de semana, usar também, um dia da semana, pois como eu teria pouco tempo nos finais de semana, eu precisaria cumprir toda a carga horaria exigida pelo curso, onde ficou acordado de eu ir além dos finais de semanas, ir nas quinta-feira também. 
Ao chegar no local de estagio, percebi que não eram os mesmos usuários de meses atrás quando comecei as atividades, apenas cinco ainda permaneceram. Sendo assim, cumprindo todas as normas e os aprendizados obtidos no treinamento referente aos cuidados de prevenção do COVID-19, fiz uma conversa em círculo no pátio, para poder me apresentar e conversar a respeito das atividades e do meu tempo como estagiário lá dentro. Pedi para que todos se apresentassem e que contassem um pouco mais sobre eles. 
Percebi que o grupo que estava neste momento na comunidade terapêutica era um pouco mais introspectivo, sendo assim, utilizei deste final de semana todo para que eu pudesse ter um pouco mais de confiança dos usuários. 
5.2.5 Quinto final de semana 
Data: 18 e 19/07/2020
Nº de usuários: 18
Ações desenvolvidas: Atividade escrita e reflexão.
Material utilizado: Folha A4 e lápis 
Objetivo: Fazer atividade visando o autoconhecimento e visão de si e do mundo.
Considerações:
Neste final de semana, iniciei propondo uma atividade, onde eles deveriam desenhar em uma folha A4 a sua mão, feito isso, do lado de dentro, deveriam escrever como eles se viam perante a sociedade, familiares, amigos e até eles mesmos, e do lado de fora como eles achavam que os outros viam eles.
Nesta atividade, pude perceber que assim como o primeiro grupo trabalhado há meses atrás, estes tinham a mesma visão, de baixa autoestima, de inferioridade. Mas diferente do grupo anterior, este não respondeu da mesma forma referente a atividade escrita. Sendo assim, propus a eles que os próximos encontros fossem realizados com mais diálogos e reflexões, ao invés de produzir materiais e atividades manuais. 
Tendo em vista que o grupo era novo, reiniciei minhas atividades e no no dia 19 de julho, comecei a falar um pouco sobre a auto estima. Neste dia, foi feito uma conversa geral, com todos, tendo como proposta a interação total do grande grupo.
5.2.6 Sexto final de semana 
Data: 25 e 26/07/2020
Nº de usuários: 15
Ações desenvolvidas: Atividade de reflexão
Material utilizado: lápis e folha A4
Objetivo: Proporcionar reflexões junto aos usuários sobre o papel do DesafioJovem neste momento de suas vidas, contribuindo no resgate da autoestima e da interação social. 
Considerações:
Neste final de semana, havia menos três usuários, onde senti a necessidade de conversar e propor a reflexão da importância e o papel do Desafio Jovem neste momento da vida deles. 
Como de costume, fizemos uma grande roda, onde comecei com a fala “alguém aqui quer falar ou expressar algo?”, um senhor, que é um dos que estavam lá ainda do primeiro grupo, recitou um pequeno poema que falava sobre o significado da vida, a fala dele comoveu alguns dos usuários, e foi onde conseguimos manter uma tarde descontraída de conversa, visando sempre a importância que o desafio jovem tinha nesse momento na vida deles.
Tendo percebido que alguns se comoveram falando sobre família, no outro dia, propus que eles fizessem uma carta, a qual eles deveriam escrever como se fosse para “EU” deles no futuro, ( futuro o qual seria quando eles saíssem de lá de dentro com alta), porem para que eu conseguisse fazer esta atividade, deixei claro que eu não iria ler e que eles não iram precisar ler para os demais membros, aquilo ficaria guardado com eles, para que quando este dia chegasse eles lessem o que tinha escrito para eles mesmos. 
5.2.7 Sétimo final de semana 
Data: 01 e 02/08/2020
Nº de usuários: 15
Ações desenvolvidas: Buscar reflexão sobre a pratica da empatia 
Material utilizado: Cartolina colorida .
Objetivo: Proporcionar reflexões junto aos usuários sobre o que é ter empatia, promovendo o conhecimento dos mesmos.
Considerações:
Neste final de semana, como ficou acordado junto com a coordenação do local de estagio, eu falei sobre ter empatia. De forma sucinta e bem direta, fundamentei o que é ter empatia, o que ser empático.
Desta forma, fiz uma dinâmica simples, mas que proporcionou um ambiente mais descontraído e que gerou algumas risadas.
Dinâmica das mãos dadas:
Pedi para eles formarem um círculo, darem as mãos e memorizar quem está do seu lado direito e esquerdo. Depois, pedi para que soltassem as mãos e dar uma volta na sala, esperar alguns segundos, colocar a cartolina no centro da sala e pedir para que todos fiquem em cima da cartolina. Então, pedi para que eles dissessem quem estava à sua direita e esquerda e para que se deem as mãos novamente.
Após finalizar a dinâmica, estavam todos bem humorados e descontraídos. No outro dia, como de costume, fizemos uma grande roda e conversamos a respeito da dinâmica do dia anterior e como eles estavam se sentido. Tive feedbacks positivos e percebi que consegui satisfazer a todos.
5.2.8 Oitavo final de semana 
Data: 08 e 09/08/2020
Nº de usuários: 21
Ações desenvolvidas: Escuta e observação ativa 
Material utilizado: nenhum material.
Objetivo: Propor reflexão e conhecimentos sobre higiene básica e apresentação pessoal 
Considerações:
Neste final de semana, apesar de terem membros novos, dei continuidade ao trabalho. Em uma grande roda, me apresentei aos novos e conversamos sobre o que é ter higiene básica. Neste contexto, dividimos histórias/casos ocorridos com os usuários de quando estavam nas ruas. Da forma em que faziam para fazer suas necessidades básicas e ter o cuidado mínimo de higiene possível. Nesta tarde tiramos para refletir sobre este momento da vida deles. 
No outro dia, dei continuidade, conversamos sobre como eles acham que deve ser uma apresentação que seja considerável como adequada para a sociedade, família, amigos e para que eles se sentissem bem. Muitos traziam homens elegantes, estilo galã de novela, porém, de forma didática, apresentei casos e ações simples que poderiam estar auxiliando nesta apresentação pessoal, desmistificando a idealização que tinham de “galã de novela”. 
5.2.9 Nono final de semana 
Data: 15 e 16/08/2020
Nº de usuários: 21
Ações desenvolvidas: Escuta e observação ativa 
Material utilizado: nenhum material.
Objetivo: Propor reflexão dos conhecimentos adquiridos e temas debatidos durante o período de estágio. Fechamento do estágio.
Considerações:
De forma a fechar os meus encontros, busquei fazer um final de semana mais tranquilo, algo mais livre, fizemos uma roda de conversa, debatemos sobre todos os assuntos, perguntei como eles se sentiam frente ao tratamento, frente aos conhecimentos e partilha de histórias vividas. Neste final de semana, tivemos pessoas que cantaram, deram feedback, palavras de apoio e conforto.
Para finalizar, fiz uma dinâmica, onde pedi para que todos na roda, sem precisar mencionar nomes, dissesse uma palavra de conforto, carinho, motivação, uma palavra que eles achassem que fosse encaixar com o momento e com o grande grupo que eles convivem todos os dias.
5.3 Quintas Feiras 
Data: 15/07, 05 e 12/08
Ações desenvolvidas: Escuta aos usuários
Objetivo: Proporcionar escuta individual para os usuários.
Considerações:
Utilizei as quintas feiras como acordado para fazer escuta individual dos usuários da clínica de reabilitação, com o propósito de ter um conhecimento maior de todos os membros que se encontravam no local.
A escuta foi feita de forma mais restrita para que pudessem se abrir sem ter nenhum tipo de interferência. Com essa escuta, pude fazer ligações entre teoria e prática, e criar um caminho por onde trilhar e formar atividades para estar aplicando durante o processo de estágio. 
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS
O Estágio Supervisionado em Psicologia Social foi realizado entre os meses de março, julho e agosto de 2020, na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem (Centro de reabilitação de dependência química). Foram realizadas escutas juntamente com atividades de escrita e dinâmicas, com o intuito de proporcionar a reflexão sobre o papel da comunidade terapêutica.
Percebeu-se no decorrer do estágio que ouve rotatividade de usuários da comunidade, e que a grande maioria já tinha sido morador de rua e ou teve experiencias muito parecidas.
Encontrei pessoas em situações de sofrimento psicossocial, porém acolhidas e inofensivos diante de tantas coisas que são ditas no senso comum em relação a essa população. Posso dizer que foi uma experiência riquíssima e uma chance enorme de aprender sobre os desafios no campo da Saúde Mental no convívio com eles.
Em relatos pela equipe técnica muitos usuários são encaminhados e precisam fazer o uso de psicofármacos, que são utilizados como parte do tratamento para pessoas com dependência química. O tratamento em si é sucinto, de forma apenas a auxiliar no processo de recuperação e abstinência. 
Os motivos para a parada abrupta do medicamento variam desde efeitos adversos (como o aumento de peso, crescimento acentuado de pelos pelo corpo, sede excessiva relatada pelos pacientes, falta de salivação, vontade de urinar com frequência, questões psíquicas como tonturas e esquecimento), como por dos efeitos nas relações socioafetivas.
Os medicamentos são comumente utilizados no tratamento em saúde mental, sendo a disponibilidade generalizada e a eficácia as maiores responsáveis pela utilização em ampla escala deste recurso. Assim, a terapêutica medicamentosa é um importante recurso no tratamento em saúde mental, sem objetivo de curar, mas de favorecer a qualidade de vida do indivíduo, contribuindo para o bem-estar físico e mental, auxiliando na reinserção social e no reestabelecimento da autonomia do indivíduo como um cidadão. (ALCÂNTARA; CAPISTRANO; CZARNOBAY; FERREIRA; BRUSAMARELLO E MAFTUM, 2018, p. 2).
Desta forma, sugere-se à equipe que pensem em estratégias de compartilhamento sobre a história de vida e necessidades dos usuários que utilizam dos serviços da comunidade terapêutica. Compreende-se que o vínculo terapêutico em situações de crise tem importante papel na reabilitação das pessoas com sofrimento psíquico. Logo, as informações sobre os usuários para além dos sintomas, eticamente conduzidas pela equipe, pode ter influência na superação e no enfrentamento da situação de crise/abstinência.
Um dos objetivos enquanto estagiário era utilizar o espaço para ressignificar a perspectiva de vida dos usuários ao potencializá-los para quelidassem com as mazelas do seu cotidiano. O projeto se desenvolveu por meio da pesquisa-ação, tendo por ferramenta a escuta qualificada, considerada pelo estagiário um método muito eficaz, pois produz relatos espontâneos do indivíduo acerca de suas condições enquanto usuários do serviço da comunidade terapêutica.
Segundo Raimundo e Cadete (2012) realizar escutas qualificadas se dá pelas habilidades e competências, as quais são esperadas dos profissionais de saúde com intuito de obter um bom desempenho afim de realizar a melhor compreensão do contexto total em relação ao indivíduo e intervenção quando necessário.
Por fim o projeto atingiu seu objetivo pois trouxe reflexões referente ao papel da comunidade terapêutica e a importância que o mesmo tem para a comunidade atuando enquanto dispositivo frente a Reforma Psiquiátrica.
7 CONCLUSÃO
O Estágio Supervisionado em Psicologia na Social – Estágio B realizado na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem (Centro de reabilitação de dependência química), se deu de forma enriquecedora, tanto para fins acadêmicos e futuramente profissionais, quanto pessoais. Desde o início, tanto coordenação quanto a equipe técnica foram muito acolhedores, os usuários também demonstravam em sua maioria, interessados em interagir e realizar as atividades com o estagiário, gerando grandes contribuições para o estágio.
A realização desse estágio foi significativa, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades e práticas pertinentes, auxiliando para uma atuação mais eficaz e experiente do estagiário enquanto futuro profissional de psicologia.
De maneira geral, ao finalizar o estágio, foi perceptível por minha parte que os objetivos foram atingidos, pois em geral foi possível fazer reflexões com os usuários acerca do papel da comunidade terapêutica para os que fazem uso.
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