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CLDF CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais 2 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Apresentação .............................................................................................3 Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais .......................................10 1. Regulação do Processo Legislativo ...........................................................10 2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo ........................................14 3. Concepções Sobre o Processo Legislativo .................................................19 3.1. Crítica à Conceituação Constitucional ....................................................19 3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo ...............................................22 3.3. Tipos de Processos Legislativos ............................................................23 3.4. Procedimento Legislativo .....................................................................24 3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual ........................27 3.5.1. Tipos Normativos da União ...............................................................27 4. Processo Legislativo no Distrito Federal ....................................................38 4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal .....................................................38 4.2. Notas Iniciais do Processo Legislativo no Distrito Federal .........................41 4.2.1. Cautelas Iniciais ..............................................................................41 4.2.2. Etapas do processo legislativo distrital ...............................................44 4.2.3. Conceito Regimental de Proposição ...................................................44 4.2.4. Requisitos Genéricos das Proposições .................................................46 Questões Inéditas .....................................................................................56 Gabarito ..................................................................................................61 Gabarito Comentado .................................................................................62 O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Apresentação Foi publicado, na noite do dia 29 de maio, o edital do tão aguardado concurso da Câmara Legislativa do Distrito Federal. E, como esperado, o PROCESSO LEGISLATIVO é MATÉRIA COMUM da prova de conhecimentos gerais de TODAS AS ÁREAS e, ainda, da prova de conhecimentos específicos de vários dos cargos. Na descrição do conteúdo da prova de CONHECIMENTOS GERAIS do conteúdo de processo legislativo, o edital informa que vai exigir que o candidato saiba a re- gulação desse assunto, além da Constituição Federal, também: • na Lei Orgânica do Distrito Federal; • na Lei Complementar n. 13, de 1996; • no Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O ÚNICO material do país que trabalha especificamente o PROCESSO LEGIS- LATIVO DISTRITAL conforme essas três normas é o que você encontra aqui, neste curso, elaborado com a metodologia mais eficiente, fortemente baseada no uso de fluxogramas, quadros-resumos e quadros explicativos. É muito importante você notar outros dois elementos fundamentais do edital de 2018: • consta que “cada questão poderá avaliar habilidades que vão além do mero conhecimento memorizado, abrangendo compreensão, aplicação e análise” da ma- téria. Ou seja: você precisa estudar para COMPREENDER o processo legislativo, e não para decorar uma montanha de artigos que não fazem sentido! E é exatamente este o propósito deste curso, pelo meu método de esquematização: fazer você EN- TENDER o desenvolvimento do processo, em todas as suas fases. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 4 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br • na descrição das atividades do cargo de CONSULTOR LEGISLATIVO consta que esse servidor deverá “prestar consultoria legislativa institucional especializada no âmbito do PROCESSO LEGISLATIVO, à Mesa Diretora, às Comissões, aos De- putados, às lideranças de blocos e de partidos e às unidades organizacionais da CLDF”. Essa atividade será exigida pelos Consultores Legislativos das áreas de: - Constituição e Justiça; - Desenvolvimento Urbano; - Direitos Humanos, minorias, cidadania e sociedade; - Educação, cultura e desporto; - Finanças Públicas; - Meio Ambiente; - Redação Parlamentar; - Regulação Econômica; - Saúde; - Tributação. Em síntese: se você pretende se tornar Consultor Legislativo da Câmara Legis- lativa do Distrito Federal, DEVERÁ saber, e bem, o PROCESSO LEGISLATIVO DIS- TRITAL. É isso que você tem aqui. Este curso vai trabalhar o processo legislativo prati- cado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em um formato único, de elevadís- sima eficiência. Para que você saiba exatamente o que terá pela frente, quero, nesta apresen- tação do curso, fazer referência a algumas informações preliminares que considero muito importantes para que o seu desempenho seja o melhor possível. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 5 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Esses elementos dizem respeito, fundamentalmente: • à extensão e profundidade da matéria; • às peculiaridades do estudo do processo legislativo; • às fontes das normas e regras do processo legislativo; • à metodologia que utilizarei; • à minha qualificação para trabalhar esse assunto. Primeiramente, vamos falar da matéria central. O processo legislativo, logo de início, apresenta dois complicadores principais: • a linguagem; • as fontes normativas da matéria. Quanto à linguagem, logo no seu primeiro contato com as normas relativas ao tema, você vai se deparar com expressões técnicas muito próprias, somente usa- das na área do processo legislativo e por quem trabalha com esse tema. Efetiva- mente: redação do vencido, relator ad hoc, substitutivo, autógrafos, redação final, emenda modificativa, prejudicialidade e outras tantas não são expressões de uso corriqueiro, e não são utilizadas senão em relação ao processo legislativo. Já cabe aqui um alerta: você não deve tentar decorar expressões. O aprendi- zado correto e eficiente do processo legislativo exige que você COMPREENDA o conceito, para se habilitar a pensar sobre ele, a perceber e registrar diferenças e semelhanças e para se capacitar a utilizá-los como ferramentas, tanto na hora das provas do concurso quanto no dia a dia do trabalho legislativo na Câmara Legisla- tiva do Distrito Federal. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 6 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Ainda que a comparação seja um pouco rasa, vale a pena pela figuração: você já viu, em filmes ou pessoalmente, uma mesa de instrumental cirúrgico? Se você fosse, de repente, colocado na posição de instrumentador de um cirurgião, você teria condições de atendê-lo quando ele pedisse um afastador, um cinzél, um ex- trator, um fleboextrator ou um espéculo? Claro que não! Para você fazer isso, seria necessário saber o que é e para que serve cada uma daquelas ferramentas, não só para dar ao cirurgião exatamente o que ele pediu, mas também – e isso é apenas para os melhores! – para antecipar-se a ele, já sabendo o que ele precisará. No cotidiano do processo legislativo, as coisas funcionam mais ou menos da mesma forma: um deputado distrital quer apresentar uma emenda a um projeto de seu interesse, mas não sabe se isso já é possível, ou quando será o momento correto. Esse parlamentar quer inverter uma ordem de votação, ou quer eliminar outro projeto semelhante, ou quer que um projeto tenha preferência sobre outro, ou, sabendo que será derrotado na votação, quer instrumentos para preservar seus interesses e sua posição política. Essas situações fazem parte do cotidiano dos servidores que trabalham no processo legislativo, e, para enfrentá-las, você terá de conhecer com muita clareza quais são as “armas” e ferramentas possíveis, para que servem e quando podem ser eficientemente utilizadas. Uma das principais bases deste curso é esta: eu vou apresentar a matéria de uma forma que você ENTENDA o processo legislativo, e não para tentar fazer você memorizar nomes e processos que não fazem sentido. À dificuldade própria da linguagem, principalmente a regimental, soma-se ou- tra: as diversas fontes de regulamentação. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 7 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br O processo legislativo distrital é regido e conduzido por normas das seguintes matrizes: • Constituição Federal; • Lei Orgânica do Distrito Federal; • Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal; • Lei Complementar n. 13/1996 do Distrito Federal. Essas normas jurídicas determinam uma regulamentação que muitas vezes se sobrepõe às demais, ou as especializam, ou até se contradizem, o que complica muito o estudo se você não estiver usando a metodologia correta. Só para você ter uma ideia inicial: • no plano federal, não há hierarquia jurídica entre lei complementar e lei ordi- nária, mas, no plano distrital, essa hierarquia existe; • em termos constitucionais federais, uma resolução do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados tanto pode se destinar a produzir efeitos internos quanto externos. Já uma resolução da Câmara Legislativa do DF destina-se exclusivamente a regular assuntos internos dessa Casa Legislativa. Essas são as principais dificuldades. E onde estariam as soluções? A resposta é simples: NESTE CURSO. Você vai perceber, desde a primeira aula, que eu trabalho todos os tópicos usando uma metodologia que eu mesmo concebi, e que usei tanto para conduzir os meus estudos, quando da minha preparação para o concurso público de Consultor Legislativo do Senado Federal, quanto para o meu trabalho rotineiro na Consultoria Legislativa, e também após, como professor e autor dessa matéria, para proporcio- nar aos meus (minhas) alunos(as) e leitores a mais completa compreensão desse assunto, em todas as suas faces. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 8 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Nesse método, você verá que utilizo muito: • fluxogramas (porque o processo legislativo nada mais é do que uma sequên- cia de atos que só vão fazer sentido para você se arrumados numa ordem lógica e compreensível); • quadros explicativos, quadros de resumo e quadros comparativos (para que a matéria fique apresentada da maneira mais clara e objetiva, evitando que você tenha que ler inúmeras páginas para obter uma informação de maneira clara). Para mim, esse método é a única maneira efetiva de ensinar e aprender regi- mento interno. Além disso, a matéria não é abordada na ordem em que aparece nas leis e normas jurídicas, mas, sim, em uma ordem lógica, que faça sentido para você. A Constituição Federal, a LODF, o Regimento Interno da CLDF e a LC n. 13 NÃO SÃO apostilas preparatórias para concursos públicos e NÃO foram feitas para facilitar o seu estudo: são documentos normativos técnicos, nos quais a matéria é organizada de maneira igualmente técnica, maneira essa que nem sempre é a mais clara e a mais compreensível. Quanto a mim: sou Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Abri mão da carreira de Delegado de Polícia Federal – cargo que também conquistei por concurso público – e de outros dois cargos também concursados, para me dedicar ao Senado, ao processo de elaboração das leis, ao processo legislativo e à Consti- tuição Federal, áreas às quais me aplico, com paixão, há anos. Sou professor, em cursos presenciais, das seguintes matérias: • Direito Constitucional, básico e avançado; • Processo legislativo constitucional, legal e regimental; O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 9 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br • Regimento Interno do Senado Federal; • Regimento Interno da Câmara dos Deputados; • Regimento Comum. Na área autoral, sou autor de algumas dezenas de livros. As minhas obras mais recentes, todas pela Editora Alumnus – Leya, são: • Constituição Federal Esquematizada em Quadros; • Teoria Constitucional Esquematizada em Quadros; • Processo Legislativo Completo Esquematizado em Quadros; • Regimento Interno do Senado Federal Esquematizado em Quadros (com o Regimento Comum); • Regimento Interno da Câmara dos Deputados Esquematizado em Quadros (com o Regimento Comum). Perceba que TODAS as minhas obras são ESQUEMATIZADAS EM QUADROS. Como escrevi acima, o método da esquematização, concebido por mim, é o melhor caminho, o mais eficiente, para estudar matéria jurídica e regimentos para concur- sos públicos. Você mesmo poderá avaliar essa eficiência ao longo das aulas. Vamos trabalhar? O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 10 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br PROCESSO LEGISLATIVO E SEUS CONCEITOSOPERACIONAIS 1. Regulação do Processo Legislativo Você verá comigo, em módulo próprio, que a atividade legislativa – a elabora- ção de leis – ocorre nos quatro níveis federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Esses quatro tipos de entidades federativas são, todas, detentoras de autono- mia, por força do art. 18, caput, da Constituição Federal, que diz: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Da autonomia, decorrem: • competência administrativa, para organizar servidores, serviços e órgãos próprios; • competência tributária, para instituir e arrecadar os tributos de sua com- petência; • competência legislativa, para elaborar as leis e normas jurídicas necessá- rias à respectiva estruturação e funcionamento. No exercício dessas competências, não há nenhuma hierarquia entre União, Es- tados, Distrito Federal e Municípios. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 11 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Todos eles estão vinculados exclusivamente à disciplina que vem da Consti- tuição Federal, única norma que pode fixar competências no âmbito da Federação brasileira. Assim, no caso de colisão entre uma lei federal e uma lei distrital, a solução será dada necessariamente pela pesquisa da competência legislativa, à luz da Constituição Federal, pois essas leis não têm, entre si, nenhuma hierarquia jurídica. Você verá comigo, em aula própria, um estudo detalhado sobre compe- tência legislativa. O que nos interessa agora é que, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são detentores de competência legislativa, essas quatro enti- dades são aptas para produzir leis e normas jurídicas. Por isso, essas quatro entidades precisam de um regramento do processo de produção dessas leis e normas, o processo legislativo. Interessa a você, neste curso, apenas o regramento do processo legislativo praticado no Distrito Federal, principalmente pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Esse regramento se faz em quatro camadas hierárquicas: • Constitucional Federal, a partir do que determina a Constituição Federal; • Constitucional Distrital, que tem como base a Lei Orgânica do Distrito Federal; O Supremo Tribunal Federal decidiu que a Lei Orgânica do Distrito Federal tem a condição jurídica de Constituição local. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 12 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Entre outros efeitos, essa condição leva à inconstitucionalidade – e não à ilegalidade – qualquer lei ou norma jurídica distrital que colida, formal ou materialmente, com a LODF. • supralegal, cuja fonte é a Lei Complementar n. 13, de 1996, que regula- menta o art. 69 da Lei Orgânica do DF, dispondo sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação de leis do Distrito Federal. Veremos, ao longo desta aula, que o sistema jurídico do Distrito Federal coloca a lei complementar em um nível superior ao da legislação ordinária, e inferior à Lei Orgânica do Distrito Federal, pelo que a sua condição jurí- dica se qualifica como supralegal. • legal, que é o regramento decorrente do Regimento Interno da Câmara Le- gislativa do DF. Veremos, no momento oportuno, que, segundo o Supremo Tribunal Fe- deral, as resoluções das Casas Legislativa (como Câmara dos Deputados, Senado Federal e Câmara Legislativa do DF) qualificam-se como normas jurídicas primárias, equiparadas à legislação ordinária. Não há, por isso, qualquer hierarquia entre lei ordinária distrital e o Regimento In- terno da CLDF, que é veiculado por resolução. De forma esquemática, os níveis do regramento do processo legislativo distrital, O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 13 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br em quadro: Normas constitucionais federais São aquelas que regem o processo legislativo a partir da Constituição Federal. Normas constitucionais distritais São as normas que tem como origem a Lei Orgânica do Distrito Federal. Normas supraconstitucionais distritais São as previstas na Lei Complementar distrital n. 13, de 1996. Normas legais distritais São as normas relativas ao processo legislativo encontráveis no texto do Regimento Interno da CLDF, e em resoluções esparsas. Assim como ocorre no âmbito federal, o conjunto das disposições constitucio- nais, supralegais, legais e regimentais, que oferecem regramento ao processo de produção de normas jurídicas, compõem o que se convenciona chamar de devido processo legislativo, e que, em sua amplitude, configura direito líquido e certo de todo e qualquer membro do Legislativo, defensável, inclusive, na via judicial, por mandado de segurança. Pulo do gato Veja que, das normas que compõem o devido processo legislativo, apenas as constitucionais – no caso do Distrito Federal, apenas as da Constituição Federal e da Lei Orgânica do DF – permitem discussão e correção judicial. Aquelas com base regimental, segundo o STF, configuram, como regra, matéria interna corporis, devendo encontrar nos Regimentos Internos das Casas Legisla- tivas os instrumentos necessários à sua preservação, e à correção dos atos proces- suais legislativos com elas desconformes. Veremos, neste curso, e detalhadamente, esses quatro grupos de normas. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 14 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Antes de passar ao exame dessas normas de caráter geral, é necessário que um tema receba a dose correta de atenção: a possibilidade de controle judicial do de- vido processo legislativo. 2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo O devido processo legislativo apresenta uma importante questão de fundo, ver- sando sobre a extensão da possibilidade de controle judicial de sua efetividade. Ou, em outras palavras, qual é a extensão da competência do Poder Judiciário para corrigir eventuais atos do processo legislativo que estejam contrários às normas que o regem. Em linha jurisprudencial, e conforme o STF: [...] cabe ao Judiciário afirmar o devido processo legislativo, declarando a inconsti- tucionalidade dos atos normativos que desrespeitem os trâmites de aprovação pre- vistos na Carta. Ao agir desse modo, não se entende haver intervenção no Poder Legislativo, pois o Judiciário justamente contribuirá para a saúde democrática da comunidade e para a consolidação de um Estado Democrático de Direito emque as normas são frutos de verdadeira discussão, e não produto de troca entre partidos e poderes. (ADI 4029, de 8/3/2012). Veja que a decisão do STF dá ênfase à possibilidade de declaração de inconstitucionalidade, e não de ilegalidade ou de não regimentalidade. Os atos do processo legislativo que ofendam dispositivos regimentais, no entan- O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 15 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br to, têm outra solução, por se configurarem em matéria interna corporis, ou seja, em temas relativos à própria autonomia funcional e política do Legislativo. Relativamente ao controle de matérias interna corporis do Legislativo, decidiu o STF: [...] Não se revela admissível mandado de segurança, sob pena de ofensa ao postu- lado nuclear da separação de poderes (CF, art. 2º), quando impetrado com o objetivo de questionar divergências “interna corporis” e de suscitar discussões de natureza regimental: apreciação vedada ao Poder Judiciário, por tratar-se de temas que devem ser resolvidos na esfera de atuação do próprio Congresso Nacional (ou das Casas que o integram). – A submissão das questões de índole regimental ao poder de supervisão jurisdicional dos Tribunais implicaria, em última análise, caso admitida, a inaceitável nulificação do próprio Poder Legislativo, especialmente em matérias em que não se verifica evidência de que o comportamento impugnado tenha efetivamente vulnerado o texto da Constituição da República. (MS 33705 AgR, de 3/3/2016). Tenha um cuidado extra nesse ponto. O Regimento Interno da CLDF – como os demais, de outras Casas Legislativas – apresentam vários dispositivos que se limitam a repetir dispositivos constitu- cionais. Nessas hipóteses, de dispositivo regimental que repete dispositivo constitu- cional, a matéria deixa de ser apenas regimental e interna corporis, e passa a ser constitucional, admitindo, assim, o controle judicial. De forma sintética: • se o ato do processo legislativo contraria dispositivo da Constituição Fede- ral, admitirá controle judicial; • se o ato contrariar dispositivo da Lei Orgânica do Distrito Federal, igual- O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 16 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br mente, também admitirá controle judicial, perante o TJDFT, por ser maté- ria constitucional. • se o ato processual legislativo foi realizado em desconformidade com dis- positivo do Regimento Interno da CLDF, que reproduz dispositivo da Constituição Federal ou da Lei Orgânica do Distrito Federal, também admitirá o controle judicial, por ser questão constitucional. • se o ato processual, finalmente, contrariar dispositivo do Regimento In- terno da CLDF que lhe é próprio e típico, não admitirá revisão judicial, por ser matéria interna corporis. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT – já enfrentou questões relativas ao devido processo legislativo distrital. Eis uma amostra de suas decisões: Síntese da decisão Processo A ofensa ao devido processo legislativo viabiliza o controle concen- trado de constitucionalidade. 20150110851806APO Julgado em 13/9/2017 A inobservância do devido processo legislativo leva à declaração de inconstitucionalidade da lei. Ofensa ao art. 128, § 4º, da LODF. 20150110851806APO Julgado em 19/7/2017 O TJDFT é competente para processar e julgar ação direta de inconsti- tucionalidade em face de Emenda à Lei Orgânica do DF. 20160020060924ADI Julgada em 12/7/2016 A LODF não confere ao TCDF a prerrogativa de deflagração do poder constituinte derivado reformador distrital (autoria de proposta de Emenda à LODF). 20160020060924ADI Julgada em 12/7/2016 Não é contrário à LODF e às hipóteses de reserva de iniciativa que ocorra iniciativa parlamentar de proposta de Emenda à LODF rela- tiva à instituição de órgãos na estrutura do TCDF. 20160020060924ADI Julgada em 12/7/2016 O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 17 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br A intervenção do Poder Judiciário em outros Poderes só é possível em caso de evidente omissão estatal ou em casos de nulidade e incons- titucionalidade, o que não se verifica na espécie (de avaliação de existência de lesão ao devido processo legislativo na elaboração de lei complementar). Nessa diretiva, a intervenção do Poder Judiciário fora dessas hipóteses colide frontalmente com a autonomia dos Poderes, com o devido pro- cesso legal e legislativo e com a segurança jurídica. 20150020327633AGI Julgado em 4/5/2016 Este Tribunal de Justiça possui competência para apreciar e julgar arguição de inconstitucionalidade de lei distrital confrontada com a LODF, ainda que o dispositivo adotado como parâmetro reproduza lite- ralmente preceito da Carta Magna. 20110020086586ADI Julgado em 18/10/2011 O princípio da legalidade está previsto no art. 128, inciso I, da LODF e o conceito de lei nele referido é lei em sentido estrito, entendida como norma jurídica aprovada pelo Poder Legislativo Distrital mediante o devido processo legislativo; diferindo, pois, do conceito de lei em sen- tido amplo, que abrange todas as normas jurídicas gerais, impessoais, abstratas e compulsórias emanadas do Poder Público estatal. 20110020086586ADI Julgado em 18/10/2011 Não comprovada suficientemente a atuação dolosa imputada aos requeridos – deputado distrital e servidores da Câmara Legislativa do Distrito Federal -, consubstanciada na alteração fraudulenta de emendas parlamentares para atender a interesses escusos, subver- tendo o devido processo legislativo, há de ser mantida a sentença que julgou improcedente o pedido formulado pelo Ministério Público em sede de ação civil pública por atos de improbidade administrativa. 20050111468870APC Julgada em 22/5/2013 A Lei Orgânica do Distrito Federal exige a regulamentação, via lei com- plementar, dos seguintes temas: a) O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, b) a Lei de Uso e Ocupação do Solo, c) o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, d) os Planos de Desenvolvimento Local (art. 316, § 2º); alteração (e) dos índices urbanísticos, f) de uso e g) desafetação de área (56, parágrafo único, do ADCT). 20120020186764ADI Julgada em 14/5/2013 Vícios de iniciativa de lei nunca são supridos pela sanção. 20120020186764ADI Julgada em 14/5/2013 O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 18 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Essa (a necessidade de participação popular na elaboração do Plano Diretor) é a razão pela qual, este Órgão Colegiado(TJDFT), por diver- sas vezes e após destacar a importância da construção organizada da cidade, vem advertindo o legislador distrital e proclamado a inconsti- tucionalidade de normas que não garantem a participação popular na elaboração de leis. Essa invalidade – por ausência de audiência e participação obrigatórias – constitui vício formal por violação a pressupostos objetivos do ato. 20120020186764ADI Julgada em 14/5/2013 A inconstitucionalidade por vício de iniciativa não pode ser confundida com a inconstitucionalidade por vicio do poder de emendar. Em verdade, segundo a jurisprudência constitucional, o Poder Legisla- tivo detém a competência de emendar todo e qualquer projeto de lei, ainda que fruto da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo (art. 58 da LODF). Tal competência do Poder Legislativo conhece, porém, duas limitações: a) a impossibilidade de o Parlamento veicular matéria estranha à ver- sada no projeto de lei (requisito de pertinência temática); b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do Executivo, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 166 da CF (dispositivo reproduzido na LODF, art. 72, I), implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art. 72 da LODF). 20120020186764ADI Julgada em 14/5/2013 A lei distrital impugnada, ao versar sobre a alteração de normas de edificação de lote situado na Região Administrativa do Cruzeiro, deixou de observar as principais normas gerais acerca da legitimidade para propositura de leis que disponham sobre a administração de imóveis pertencentes ao Distrito Federal e sobre o uso e a ocupação do solo, cuja iniciativa é privativa do Chefe do Poder Executivo. 20120020104702ADI Julgada em 13/11/2012 Dentre as atribuições conferidas ao Governador, elencadas pelo artigo 100 e incisos da LODF, encontra-se a competência privativa para expe- dir decretos e regulamentos que deem fiel execução às leis previa- mente sancionadas, promulgadas e publicadas (inciso VII), não alber- gando a Carta Distrital qualquer possibilidade de expedição de decreto autônomo. Considerando, pois, que os decretos em tela não guardam qualquer pertinência com matéria veiculada em lei e tomam corpo de verda- deiros atos normativos autônomos, observa-se ofensa ao princípio da reserva legal, bem como ao devido processo legislativo, a ensejar o controle concentrado da constitucionalidade, conforme jurisprudência pacífica do e. STF. 20100020020516ADI Julgada em 19/4/2011 O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 19 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Diploma legal que, tendo resultado de projeto de lei de autoria de par- lamentar, viola a iniciativa privativa do Senhor Governador, posta no artigo 71, § 1º, inciso II, da Lei Orgânica do Distrito Federal, incidindo em vício de inconstitucionalidade formal, que não se convalida pela sanção, não mais aplicável a Súmula n. 5 do STF. 20060020109083ADI Julgado em 20/5/2008 Um decreto editado pelo Chefe do Poder Executivo local não tem o condão de revogar disposição de lei ordinária, emanada do Poder Legislativo, observado o devido processo legislativo, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes insculpido no art. 2º, c/c o art. 60, parágrafo 4°, inciso III da Constituição Federal. 20010110892495APC Julgado em 24/11/2003 Ao longo deste curso, verei com você várias outras situações específicas de pos- sibilidade, ou impossibilidade, de controle judicial do devido processo legislativo. 3. Concepções Sobre o Processo Legislativo 3.1. Crítica à Conceituação Constitucional Uma importante referência ao conceito de processo legislativo vem do art. 59 da Constituição Federal, que diz: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I – emendas à Constituição; II – leis complementares; III – leis ordinárias; IV – leis delegadas; V – medidas provisórias; VI – decretos legislativos; VII – resoluções. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 20 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera- ção e consolidação das leis. Essa concepção apresenta sérios problemas técnicos. Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a denominação “processo legislativo”, como constante na Constituição Federal, é insatisfatória, pois dela não resulta um entendimento completo do que está no art. 59. Para esse autor: • se o conceito for compreendido como processo normativo, há que se ex- cluir os incisos VI e VII (decretos legislativos e resoluções), pois não são nor- mas dotadas de generalidade e abstração. • se esse processo legislativo for entendido como elaboração de atos norma- tivos pelo Poder Legislativo, há que se excluir o inciso V (medida provisória), já que é elaborado pelo Presidente da República, segundo o art. 62. • se, finalmente, o “legislativo”, que adjetiva o processo, for entendido não como uma referência ao Poder, mas ao legislador, ter-se-á que excluir o inciso I (Emenda Constitucional), já que a elaboração de emenda constitu- cional não é atribuição do legislador ordinário, mas do legislador quando este for exercente do poder constituinte derivado. Minha posição é semelhante a esse grande mestre, mas com ressalvas. Efetiva- mente, o conceito de processo legislativo que se colhe do art. 59 da Constituição Federal é insuficiente e tecnicamente equívoco. Entre os equívocos mais vistosos: • medidas provisórias não são elaboradas por qualquer espécie de processo le- gislativo. Em termos técnico-constitucionais, sua feitura é ato unipessoal do Pre- sidente da República, somente vindo a inaugurar o processo legislativo quando submetida ao Congresso Nacional para a sua conversão em lei. No Legislativo, O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 21 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br tramitará como medida provisória ou como projeto de lei de conversão. • leis delegadas, quando produzidas a partir da delegação própria ou incondi- cionada, não se submetem a qualquer espécie de processo legislativo, sendo, a exemplo das medidas provisórias, atos normativos executivos editados sin- gularmente pelo Presidente da República. Haverá processo legislativo para a produção da resolução congressual delegatória (art. 68, § 2º), e poderá haver processo legislativo no caso de delegação imprópria e condicionada. • a referência a resoluções, por imprecisa, pode compreender resolução do Congresso Nacional, resolução da Câmara dos Deputados, resolução do Se- nado Federal, resolução de Tribunal do Poder Judiciário, resolução do Tribunal de Contas da União, resolução do Conselho Nacional de Justiça e resolução do Conselho Nacional do Ministério Público. Exceto as editadas pelas Casas do Poder Legislativo, as demais não se submetem a processo legislativo em sentido estrito. Em relaçãoà posição do professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, contudo, há algumas restrições: • decretos legislativos e resoluções da Câmara dos Deputados, do Senado Fe- deral e do Congresso Nacional podem ser detentoras de conteúdo nor- mativo, generalidade e abstração, como é o caso da resolução delegatória do Congresso Nacional (CF, art. 68, § 2º) ou das resoluções do Senado na área econômico-financeira (CF, art. 52, VI a IX). • o processo de elaboração de Emendas Constitucionais, apesar de ser obra do poder constituinte derivado reformador, foi, recentemente, qualificado pelo Supremo Tribunal Federal como uma forma de processo legislativo. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 22 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br 3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo Há duas principais concepções teóricas sobre o processo legislativo: Processo legislativo em sentido sociológico Nelson de Souza Sampaio o entende como o conjunto de fatores reais ou fáticos que põem em movimento os legisladores e o modo de agir do legislador. Sob essa acepção, ganha relevância a influência que a opinião pública, as crises sociais, as pressões dos grupos organizados, as pressões político- -partidárias e as compensações políticas exercem sobre o surgimento e a marcha dos projetos de lei. Processo legislativo em sentido jurídico Alexandre de Moraes ensina que, nessa concepção, o processo legislativo consiste no conjunto coordenado de disposições que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na pro- dução das leis e atos normativos que derivam diretamente da própria Constituição. Dessas duas concepções, a que vai nos interessar neste curso é a jurídica. Na concepção jurídica, o conceito abarca a produção de todas as normas jurídicas primárias, e não apenas as leis. São normas jurídicas primárias, além das Emendas Constitucionais: • leis complementares; • leis ordinária; • leis delegadas; • tratados internacionais; • decretos legislativos; • resoluções do Congresso Nacional; • resoluções do Senado Federal; O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 23 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br • resoluções da Câmara dos Deputados; • resoluções dos Tribunais Judiciários; • resoluções do Tribunal de Contas da União; • resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público; • resoluções do Conselho Nacional de Justiça; • decretos executivos autônomos. É importante lembrar que o Poder Legislativo detém constitucionalmente duas funções institucionais: a legislativa e a de controle externo. Esta última, longe de veicular uma finalidade em si, é subsidiária ao trabalho de produção de normas. Segundo o STF, [...] as investigações parlamentares podem figurar como ato preparatório ou auxiliar do processo legislativo e das demais ações do Congresso Nacio- nal, na medida em que o direito ao conhecimento constitui pressuposto à realização de suas atividades deliberativas. (MS 33751, de 15/12/2015) 3.3. Tipos de Processos Legislativos Considerada a concepção jurídica, ou em sentido jurídico, do processo legisla- tivo, é possível a identificação, de acordo com os modelos utilizados em diversos países, dos seguintes tipos: Processo legislativo autocrático É aquele no qual o governante fundamenta em si próprio a com- petência para elaborar as leis, sem a participação de um colegiado composto por cidadãos. Manifesta-se em monarquias absolutistas. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 24 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Processo legislativo direto É o processo legislativo pelo qual a lei ou norma jurídica é produ- zida diretamente pelo povo, em assembleias públicas, sem a inter- venção legisladores investidos nessa função. Processo legislativo semidireto A lei é elaborada por um órgão representativo do povo, mas apenas se aperfeiçoa com a aprovação popular, em referendo. Pressupõe a existência de órgão legislativo específico. A vigência e aplicabilidade da norma jurídica é sujeita à condição con- firmatória, qual seja a aprovação popular direta. Processo legislativo representativo A lei é produzida por um órgão colegiado, representativo do povo e composto por legisladores investidos por mandato com essa específica atribuição. É o adotado no Brasil. No Brasil, portanto, em todos os níveis federativos, adota-se o processo legis- lativo em sentido jurídico, do tipo representativo. No âmbito do Distrito Federal, assim, é adotado o processo legislativo em sen- tido jurídico, do tipo representativo. 3.4. Procedimento Legislativo Processo legislativo e procedimento legislativo não são expressões sinônimas, embora seja muito comum que sejam empregadas uma pela outra. Procedimento legislativo é, na lição de José Afonso da Silva, o modo pelo qual os atos do processo legislativo se realizam, relativamente ao andamento das proposições nas Casas Legislativas. Pode ser ordinário, sumário ou especial. É de- signativo da forma, cadência e desenvolvimento dos atos do processo legislativo, O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 25 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br quanto às suas diversas fases. Processo legislativo é o conjunto de atos que levam à produção de uma norma jurídica primária. Procedimento legislativo é a maneira pela qual esses atos ocorrem e se desenvol- vem, ou, ainda, a forma pela qual uma proposição legislativa evolui, ou transita, pelos órgãos internos do Poder Legislativo. Quanto aos tipos de procedimentos legislativos, temos o seguinte, de forma esquemática, considerando ainda, neste aspecto, a atuação legislativa da União: Procedimento legislativo ordinário É o procedimento comum, adotado para a elaboração de lei ordinária, e cuja base se assenta nos arts. 61 a 67 da Constituição, sendo complemen- tado pelas disposições legais e regimentais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Desenvolve-se nas seguintes fases: • iniciativa ou provocação, mediante apresentação do projeto; • deliberação iniciadora ou inicial; • deliberação revisora ou revisional; • fase executiva; • exaurimento, com promulgação e publicação. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 26 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.brProcedimento legislativo sumário É o submetido à urgência constitucional, nos termos dos parágrafos do art. 64, segundo o qual, nessa hipótese, cada Casa terá quarenta e cinco dias para decidir a matéria. Nessa espécie de procedimento legislativo, há a sujeição da deliberação decisiva em Plenário a prazos constitucionais, os quais, se descumpridos, produzem como consequência o sobrestamento, ou trancamento, da pauta de trabalhos da Casa omissa, criando situação constitucional indutiva da adoção de decisão. Provocar o processo legislativo sumário, nos termos da Constituição Fede- ral, é prerrogativa exclusiva do Presidente da República, para projetos de sua autoria, quer reservada, quer compartilhada (urgência constitucional facultativa). Há, ainda, na Constituição Federal, o procedimento legislativo sumário obrigatório, para os projetos de decretos legislativos que concedem ou renovam a concessão de canais de rádio e televisão (CF, art. 223). Procedimen- tos legislativos especiais São os definidos para a tramitação de proposta de emenda à Constitui- ção (art. 60); de lei complementar, na forma dos regimentos inter- nos (art. 69); de lei delegada (art. 68); das leis orçamentárias (art. 166); e da conversão da medida provisória (art. 62). São sujeitos a prescrições processuais próprias e típicas, que o distan- ciam das normas regedoras do processo ordinário, como a sujeição obriga- tória de votação em dois turnos e maioria qualificada (para proposta de Emenda à Constituição), restrições ao emendamento (projeto de lei delegada, na delegação imprópria), maioria absoluta para aprovação (projeto de lei complementar) ou apresentação de emendas e formação do parecer por Comissão Mista, mas sujeitando a matéria a tramita- ção bicameral (no caso de medida provisória). Procedimento legislativo abre- viado Ocorre quando da atuação de Comissão Permanente votando proposição, substituindo o Plenário da Casa, como autorizado pelo art. 58, § 2º, I (dele- gação interna corporis). É chamado de tramitação terminativa no Senado Federal, e de tramitação conclusiva na Câmara dos Deputados. No âmbito do Distrito Federal não há previsão para o processo legislativo abrevia- do, pelo que as Comissões técnicas da Câmara Legislativa não têm competência para votar projeto de lei, devendo limitar-se a proferir pareceres. A decisão sobre o projeto será sempre do Plenário da Casa. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 27 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br 3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual Como já mostrei a você em quadro anterior, nesta aula, o art. 59 da Constitui- ção Federal elenca diversos – mas não todos – os tipos normativos primários admi- tidos pela vigente ordem constitucional brasileira. Vamos agora fazer uma análise tópica desses tipos normativos, primeiro a partir da Constituição Federal, e, após, relativamente ao Distrito Federal. 3.5.1. Tipos Normativos da União Vamos começar reproduzindo novamente o art. 59 da Constituição Federal: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I – emendas à Constituição; II – leis complementares; III – leis ordinárias; IV – leis delegadas; V – medidas provisórias; VI – decretos legislativos; VII – resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera- ção e consolidação das leis Preliminarmente, é bom registrar que as normas apresentadas nesse dispositivo constitucional não estão arrumadas em ordem hierárquica. Exceto as Emendas à Constituição, todas as demais estão situadas exatamente no mesmo nível jurídico. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 28 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br E como se resolvem as situações de colisão entre essas normas? A resposta: Colisão de qualquer das normas com Emenda Constitucional Prevalece sempre a Emenda Constitucional. A lei ou norma que com ela colide será: • inconstitucional, se posterior à Emenda Constitucional; • revogada por não recepção, se anterior à Emenda Constitucional. ATENÇÃO! O sistema brasileiro não reconhece, para essa hipótese de a lei ser anterior à Emenda Constitucional, a possibilidade de incons- titucionalidade superveniente. A situação se resolve, assim, por revogação, por não recepção. Colisão de quaisquer das demais normas citadas, entre si. A situação se resolve sempre pelo critério da aptidão material da norma, ou seja, terá que ser examinada, na Constituição Federal, que tipo de norma é exigida para tratar daquela matéria. Esse critério da aptidão material da norma exige uma olhada mais de perto. A Constituição Federal é a norma que distribui as matérias e descreve o tipo de norma jurídica que é exigida para sua regulamentação. De forma esquemática: Referência à matéria na Constituição Federal Tipo de norma exigida Art. 48 Lei federal ou lei nacional, pois é exigida a sanção do Presidente da República. Art. 49 Decreto legislativo do Congresso Nacional. Art. 51 Resolução da Câmara dos Deputados. Art. 52 Art. 155, § 1º, IV; § 2º, IV e V, e § 6º, I. Art. 152, IV Resolução do Senado Federal. Art. 68, § 2º Resolução do Congresso Nacional. Art. 96, I, a Resolução de Tribunais do Poder Judiciário. Art. 96, I, a, combinado com art. 73, caput Resolução do Tribunal de Contas da União. Art. 103-B, § 4º, I Resolução do Conselho Nacional de Jus- tiça. Art. 130-A, § 2º, I Resolução do Conselho Nacional do Minis- tério Público. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 29 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Art. 84, VI Decreto executivo autônomo. Também como nota inicial a este tópico, veja que a regra é que somente a nor- ma jurídica exigida pela Constituição Federal poderá ser usada validamente para tratar determinada matéria. Há, contudo, algumas matérias que aceitam, além da lei ordinária, outro tipo de norma jurídica. Matéria para as quais a Constituição Federal exige lei ordinária Poderão ser tratadas também: • por medida provisória, exceto as referidas no art. 62, § 1º. • por lei delegada, exceto as referidas no art. 68, § 1º. Veremos com muito mais detalhamento esta matéria em outra aula, ainda neste curso. Há elementos importantes a frisar sobre isto: • só se pode usar lei complementar quando a Constituição Federal expressa- mente a exigir (STF, AR 1264, de 10/4/2002), pois: • só cabe lei complementar, no sistema do direito positivo brasileiro, quando formalmente reclamada a sua edição por norma constitucio- nal explícita. (ADI 789, de 26/5/1994). • é exaustivo o rol das hipóteses constitucionais de regramento de matéria por lei complementar. (ADI 789, de 26/5/1994) • nenhuma matéria reservada à lei complementar pode ser tratada por medida provisória, lei delegada ou lei ordinária, sob pena de incons- titucionalidade formal. O conteúdodesta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 30 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br • essas matérias que admitem lei ordinária, mas também medida provisória e lei delegada, configuram tecnicamente as chamadas áreas de fungibilidade jurídica. O Supremo Tribunal Federal aceita o uso de lei complementar para regular maté- ria reservada à lei ordinária, mas com a consequência de que essa “lei complemen- tar” só será lei complementar formalmente (norma com nome de lei complemen- tar), sendo materialmente mera lei ordinária (condição jurídica de lei ordinária). Decidiu o STF que lei complementar que trate de matéria reservada a lei ordinária é material e juridicamente lei ordinária, sendo apenas formalmente lei comple- mentar (RE 262178, de 24/11/2000). Há diferença conceitual clara entre lei nacional e lei federal. Ambas são elaboradas pelo Congresso Nacional, pelo processo bicameral, e sujei- tas à sanção do Presidente da República, mas: • a lei nacional aplica-se à toda a República (à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios), como é o caso do Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503, de 1997). • a lei federal aplica-se exclusivamente à União (seus servidores, serviços e órgãos), como é o caso, entre tantas outras, da Lei n. 8.112/1990. Ambas são formalmente designadas como “lei”. Somente se poderá qualificá-la como lei nacional ou lei federal analisando a matéria à qual se refere. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 31 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br De forma esquemática, esse é o resultado do balizamento constitucional das áreas de aptidões materiais das normas: Emendas Constitucionais • alteração de dispositivo constitucional; • supressão de dispositivo constitucional; • inserção de dispositivo constitucional; • elevação de matéria ordinária ao nível do bloco de constitucionalidade. Leis complementares Apenas quando expressamente requeridas pela Constituição Federal, sob a expressão “lei complementar”. Leis ordinárias Sempre que a Constituição Federal exigir “lei” (reserva legal simples ou qualificada), ou para situações nas quais se pretenda criar obrigações (princípio da legalidade estrita, no art. 5º, II). Leis delegadas Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 68, § 1º. Medidas provisórias Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 62, § 1º, e no art. 246. Decretos legislativos Para as matérias indicadas no art. 49. Resolução do Congresso Nacional Para a delegação legislativa (art. 68, § 2º) e para os temas referidos no Regimento Comum como de competência congressual. Resolução da Câmara dos Deputados Para as matérias indicadas no art. 51 e outras, referidas no Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Resolução do Senado Federal Para as matérias indicadas no art. 52, no art. 155 e outras referidas no Regimento Interno do Senado Federal. Resolução de Tribunal Para a organização interna dos Tribunais Judiciários, na forma do art. 96, I, a. Resolução do TCU Para a organização interna do TCU, como autoriza o art. 73, combinado com o art. 96, I, a, e II. Resolução do Conselho Nacio- nal de Justiça Para o exercício do seu poder regulamentar, como atribuído pelo art. 103-B, § 4º, I. Resolução do Conselho Nacio- nal do Ministério Público Para o exercício do seu poder regulamentar, previsto no art. 130-A, § 2º, I. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 32 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Decretos autônomos Para a matéria prevista no art. 84, VI, como de competência privativa do Presidente da República (extinção de cargo público vago no Executivo e reorganização da Administração Pública, se não implicar aumento de des- pesa nem criação ou extinção de órgão). Disso decorre: Emenda à Constituição É tipo normativo autônomo, que integra o bloco de constitucionalidade e que está sujeito a hierarquização com a Constituição Federal, já que admite con- trole de constitucionalidade tanto material quanto formal. Quando se fala em “tipo normativo autônomo”, deve-se entender que a Emenda à Constituição não se subsume, não se funde à Constituição, desapa- recendo a seguir, mas sim detém existência jurídica como Emenda à Consti- tuição, a exemplo de qualquer lei ou outra norma. Tem aptidão para inserir, retirar e alterar dispositivos integrantes do texto do documento constitucional. Sua elaboração se dá pelo processo legislativo reformador, bicameral, sujeito a dois turnos em cada Casa e sem fase executiva. Lei complementar Norma jurídica autônoma primária situada no mesmo nível jurídico de lei ordinária. Sua utilização depende de exigência expressa na Constituição Federal. É elaborada por processo legislativo ordinário, bicameral, exigindo maioria absoluta para ser aprovada. Tem fase executiva, sujeitando-se à sanção e veto do Presidente da República. Lei ordinária Norma jurídica autônoma primária utilizável para a regulamentação de maté- rias às quais a Constituição Federal exige “lei”, e para criar, transformar ou extinguir obrigação em todas as matérias ausentes da Constituição Federal. Sua elaboração se dá pelo processo legislativo bicameral, exigindo maioria simples para ser aprovada. Submete-se a fase executiva. Lei delegada Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República após autorização do Congresso Nacional por meio de resolução congressual dele- gatória (CF, art. 68, § 2º). Pode ter a sua vigência condicionada ou não à aprovação do Congresso Nacio- nal (CF, art. 68, § 3º). Tem aptidão para regular as matérias que admitem lei ordinária, com as exce- ções enumeradas no § 1º do art. 68. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 33 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Medida provisória Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República nos casos de existência de relevância e urgência. Tem equiparação hierárquica à lei ordinária e vigência a termo (60 + 60 dias), devendo ser submetida ao Congresso Nacional para ser convertida em lei. O processo de conversão é bicameral, iniciado pela Câmara dos Deputados, e a aprovação exige a maioria simples ou relativa da Casa. Pode vir a ter fase executiva, sob a forma de projeto de lei de conversão, se o Legislativo a aprovar com alteração de mérito. Tem aptidão para tratar de matérias que admitam lei ordinária, com as exce- ções indicadas no art. 62, § 1º, e no art. 246. Decreto legis- lativo Norma jurídica primária equiparadaà lei ordinária e elaborada pelo Congresso Nacional, por processo legislativo bicameral e com a aprovação sujeita à maio- ria simples ou relativa (como regra, pois há exceções nos casos de estado de defesa e estado de sítio). Não se submete a fase executiva. Tem aptidão para regular as matérias indicadas no art. 49 da Constituição Federal. Resolução do Congresso Nacional Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Congresso Nacional por processo legislativo em sessão conjunta, cuja aprovação, como regra, depende de aprovação por maioria simples. Destina-se a veicular a autorização do Congresso para a elaboração de lei delegada pelo Presidente da República (art. 68, § 2º) e para tratar temas de interesse do Congresso Nacional, como seu Regimento (Regimento Comum) e sua organização. Resolução do Senado Federal Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Senado Federal, por processo legislativo privativo, cuja aprovação exige, como regra, maioria simples (há exceções no caso de impeachment e de imposição de alí- quotas ao ICMS, na forma, respectivamente, dos arts. 52, parágrafo único, e 155). Não se submete a fase executiva, e destina-se a regular as matérias indicadas no art. 52, no art. 155 e matérias de interesse interno do Senado Federal. Não se submete à deliberação pela Câmara dos Deputados. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 34 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Resolução da Câmara dos Deputados Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pela Câmara dos Deputados por processo legislativo privativo, cuja aprovação depende, como regra, de maioria simples. Não se submete a fase executiva, nem à deliberação pelo Senado Federal. Sua aptidão material é o trato das matérias indicadas no art. 51 da CF, e temas de interesse interno da Câmara. Resolução do Tribunal de Contas da União Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária, elaborada pelo TCU e des- tinada à organização de seus servidores, serviços e órgãos, além de veicular o Regimento Interno desse Tribunal administrativo. Resolução de Tribunal do Poder Judiciário Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelos Tribunais de 2º grau (Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regio- nais do Trabalho e Tribunais Regionais Eleitorais), Tribunais Superiores (Supe- rior Tribunal de Justiça, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Superior do Trabalho) e pelo Supremo Tribunal Federal, com amparo no art. 96, I, a, da Constituição Federal, e que tem como objeto a organização judiciária e o tratamento normativo interno de questões processuais. Resolução do Conselho Nacional de Justiça Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNJ para a regulamentação de matérias de sua competência constitucional. Resolução do Conse- lho Nacional do Ministério Público Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNMP para a regulamentação de matérias de sua competência constitucional. Decreto executivo autônomo Ato normativo executivo primário equiparado à lei ordinária e, na forma do art. 84, IV, da Constituição Federal, elaborado pelo Presidente da República e com a aptidão de reorganizar internamente a administração pública federal, se tal não implicar aumento de despesa ou criação ou extinção de órgão, e de extinguir cargo público vago na esfera do Poder Executivo. Para finalizar esse tópico, cabem algumas anotações ainda sobre determinados tipos: O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 35 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Emendas à Constituição A Constituição Federal, em seu texto, pode ser alterada tanto por Emenda à Constituição (batizada de Emenda Constitucional pela prática) quanto por Emenda Constitucional de Revisão. Tratado internacional sobre direitos humanos, embora possa ser equiparado a Emenda Constitucional, não tem aptidão para alterar o texto constitucional, já que essa equiparação é feita exclusivamente em termos hierárquico-jurídicos, e não jurídico-normativos. Os processos de elaboração de cada uma dessas espécies são diferenciados, sendo o de Emendas Constitucionais, descrito no art. 60, bicameral, com dois turnos em cada Casa e aprovação dependente de três quintos dos votos, ao passo que a elaboração de Emendas Constitucionais de Revisão ocor- reu por processo unicameral, em turno único e por maioria absoluta. A numeração dessas emendas é feita separadamente, havendo uma sequência numérica para as emendas constitucionais e outra, para as emendas constitu- cionais de revisão. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 36 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Lei complementar Celso Ribeiro Bastos a define como sendo espécie normativa autônoma, que contempla matéria a ela entregue de maneira exclusiva pela Constituição, cuja aprovação está sujeita à maioria absoluta da Casa Legislativa em que tra- mite, na forma do art. 69. Michel Temer ensina que a lei complementar tem por diferencial, fundamentalmente, a necessidade de previsão expressa na Constituição Federal e a maioria absoluta exigida para sua aprovação. Quanto à uma eventual fungibilidade de matérias reservadas à lei comple- mentar, relativamente ao uso de medida provisória, essa não é admissível, segundo o art. 62, § 1º, III, com redação da Emenda Constitucional n. 32. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já apontava nesse mesmo sentido. Igualmente, não cabe lei delegada se a matéria é constitucionalmente reser- vada à lei complementar, como determina o art. 68, § 1º. Relativamente à hierarquia com lei ordinária, é antiga e controversa na doutrina essa discussão. Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Geraldo Ataliba, Ale- xandre de Moraes, Arnoldo Wald, Hugo de Brito Machado e Nelson de Souza Sampaio admitem a existência de hierarquia. José Afonso da Silva, Victor Nunes Leal, Carlos Maximiliano, Celso Bastos e Michel Temer, entre outros, negam essa hierarquização. O Superior Tribunal de Justiça resolveu que a decisão sobre a hierarquia entre lei complementar e lei ordinária é matéria a ser dirimida pelo Supremo Tribu- nal Federal. A jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal superou esse cisma his- tórico na questão, assentando definitivamente a inexistência de hierar- quia jurídica entre lei complementar e lei ordinária. O que as separa, além da maioria absoluta para a aprovação daquela, é o endereçamento expresso de determinadas matérias à lei complementar. Para o STF, ocorre a “inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeirapela própria Constituição Federal” (RE 377457, de 17.9.2008; RE 381964, de 17/9/2008). No caso de colisão entre lei ordinária e lei complementar, a questão se resolve por aptidão material, segundo o STF: “Nem toda contraposição entre lei ordinária e lei complementar se resolve no plano constitucio- nal. Dentre outras hipóteses, a discussão será de alçada constitucional se o ponto a ser resolvido, direta ou incidentalmente, referir-se à exis- tência ou inexistência de reserva de lei complementar para instituir o tributo ou estabelecer normas gerais em matéria tributária, pois é a Constituição que estabelece os campos materiais para o rito de pro- cesso legislativo adequado”. (RE 545503 AgR, de 14/6/2011). O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 37 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Lei delegada Segundo Alexandre de Moraes, lei delegada é ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República, em razão de delegação do Con- gresso Nacional, por resolução, na forma do art. 68, § 2º. Constitui-se ver- dadeira delegação externa de função legiferante e é aceita modernamente, desde que com limitações. Quanto aos pressupostos fáticos que a autorizam, Nelson de Souza Sampaio, citado por Alexandre de Moraes, relaciona as razões que justificam a utili- zação da lei delegada: • falta de tempo do parlamento; • caráter técnico de certas matérias; • aspectos imprevisíveis de certas matérias; • exigência de flexibilidade de certas regulamentações; • possibilidade de realização de experimentos legislativos; • situações extraordinárias ou de emergência. As leis delegadas configuram delegação externa corporis de atividade legisla- tiva, pela qual o Congresso Nacional, exercente precípuo da função legislativa no âmbito federal, permite a produção dessa norma jurídica pelo Presidente da República, em ação sujeita aos termos e limites que veicule a resolução dele- gatória do Congresso Nacional (art. 68, § 2º). A delegação, como assenta o art. 68 da Constituição Federal, pode ser própria ou imprópria: • delegação própria ou incondicionada: ocorre quando lei delegada não está sujeita à deliberação do Congresso Nacional. • delegação imprópria ou condicionada: ocorre, na forma do art. 68, § 3º, quando o aperfeiçoamento da lei delegada depende de aprovação do Con- gresso Nacional, em sessão conjunta e turno único. O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 38 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br 4. Processo Legislativo no Distrito Federal 4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal Vamos agora examinar essa mesma matéria – tipos do processo legislativo – mas sob a ótica do Distrito Federal. Consta na Lei Orgânica do Distrito Federal: Art. 69. O processo legislativo compreende a elaboração de: I – emendas à Lei Orgânica; II – leis complementares; III – leis ordinárias; IV – decretos legislativos; V – resoluções. A LODF não prevê, assim, a existência, no âmbito distrital, de: • medida provisória; • lei delegada. Vejamos o exame desses tipos, um a um: O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para RAIANE DA SILVA SANTOS - 01311304126, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 39 de 71 PROCESSO LEGISLATIVO Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais Prof. Gabriel Dezen www.grancursosonline.com.br Emenda à Lei Orgânica do DF Conforme o art. 4º, § 1º, I, da Lei Complementar n. 13/1996, emenda à Lei Orgânica é “a lei que determine alteração em dispositivo da Lei Orgânica”. Conforme o art. 70 da LODF, a tramitação da proposta de emenda à Lei Orgâ- nica: • é feita em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias; •sua aprovação exige dois terços da composição da CLDF em cada turno. • não se submete à sanção executiva. Sua promulgação é feita pela Mesa Diretora da CLDF. Lei complementar Nos termos da LC n. 13, em seu art. 4º, § 1º, II, lei complementar é “a lei que discipline matéria que a Lei Orgânica determine como seu objeto”. A LODF, em seu art. 75, determina que “as leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa e receberão numeração distinta das leis ordinárias”. O Regimento Interno da CLDF, por seu turno, à altura do art. 140, faz cons- tar que os projetos de lei complementar (e dos de lei) destinam-se a dispor sobre matérias para as quais se exige a sanção do Governador, adicionando, no parágrafo único, que “a elaboração de lei complementar dar-se-á apenas nos casos expressamente previstos na Lei Orgânica”. A aptidão material da lei complementar encontra-se no art. 75 da LODF: Art. 75. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, constituirão leis complementares, entre outras: I – a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito Federal; II – o regime jurídico dos servidores públicos civis; III – a lei de organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal; IV – o código tributário do Distrito Federal; V – a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-Governador do Distrito Federal; VI – a lei que dispõe sobre a organização do sistema de educação do Distrito Federal; VII – a lei de organização da previdência dos servidores públicos do Distrito Federal; VIII – a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento territorial do Distrito Federal; IX – a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo; X – a lei que dispõe sobre o plano de preservação do conjunto urbanístico de Brasília; XI – a lei que dispõe sobre o plano de desenvolvimento local. XII – a lei de organização e funcionamento da Defensoria Pública do Distrito Federal. 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Decreto legislativo O art. 141 do Regimento Interno da CLDF determina que os projetos de decreto legislativo destinam-se a dispor sobre matéria da competência priva- tiva da Câmara Legislativa para as quais não se exige a sanção do Governador. O parágrafo único deste mesmo artigo determina que os decretos legislativos serão usados para as matérias de interesse externo da CLDF. No art. 4º da LC 13 tem-se que é “decreto legislativo a lei que, com este nome, discipline, com efeito externo, matéria da competência privativa da Câmara Legislativa”. Resolução Na forma do art.
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