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AULA 1 9926640 processo legislativo e seus conceitos operacionais

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CLDF
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL 
PROCESSO LEGISLATIVO
Processo Legislativo e seus 
Conceitos Operacionais
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PROCESSO LEGISLATIVO
Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais
Prof. Gabriel Dezen
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................3
Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais .......................................10
1. Regulação do Processo Legislativo ...........................................................10
2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo ........................................14
3. Concepções Sobre o Processo Legislativo .................................................19
3.1. Crítica à Conceituação Constitucional ....................................................19
3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo ...............................................22
3.3. Tipos de Processos Legislativos ............................................................23
3.4. Procedimento Legislativo .....................................................................24
3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual ........................27
3.5.1. Tipos Normativos da União ...............................................................27
4. Processo Legislativo no Distrito Federal ....................................................38
4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal .....................................................38
4.2. Notas Iniciais do Processo Legislativo no Distrito Federal .........................41
4.2.1. Cautelas Iniciais ..............................................................................41
4.2.2. Etapas do processo legislativo distrital ...............................................44
4.2.3. Conceito Regimental de Proposição ...................................................44
4.2.4. Requisitos Genéricos das Proposições .................................................46
Questões Inéditas .....................................................................................56
Gabarito ..................................................................................................61
Gabarito Comentado .................................................................................62
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PROCESSO LEGISLATIVO
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Apresentação
Foi publicado, na noite do dia 29 de maio, o edital do tão aguardado concurso 
da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
E, como esperado, o PROCESSO LEGISLATIVO é MATÉRIA COMUM da prova de 
conhecimentos gerais de TODAS AS ÁREAS e, ainda, da prova de conhecimentos 
específicos de vários dos cargos.
Na descrição do conteúdo da prova de CONHECIMENTOS GERAIS do conteúdo 
de processo legislativo, o edital informa que vai exigir que o candidato saiba a re-
gulação desse assunto, além da Constituição Federal, também:
• na Lei Orgânica do Distrito Federal;
• na Lei Complementar n. 13, de 1996;
• no Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O ÚNICO material do país que trabalha especificamente o PROCESSO LEGIS-
LATIVO DISTRITAL conforme essas três normas é o que você encontra aqui, neste 
curso, elaborado com a metodologia mais eficiente, fortemente baseada no uso de 
fluxogramas, quadros-resumos e quadros explicativos. 
É muito importante você notar outros dois elementos fundamentais do edital de 
2018:
• consta que “cada questão poderá avaliar habilidades que vão além do mero 
conhecimento memorizado, abrangendo compreensão, aplicação e análise” da ma-
téria. Ou seja: você precisa estudar para COMPREENDER o processo legislativo, e 
não para decorar uma montanha de artigos que não fazem sentido! E é exatamente 
este o propósito deste curso, pelo meu método de esquematização: fazer você EN-
TENDER o desenvolvimento do processo, em todas as suas fases.
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• na descrição das atividades do cargo de CONSULTOR LEGISLATIVO consta 
que esse servidor deverá “prestar consultoria legislativa institucional especializada 
no âmbito do PROCESSO LEGISLATIVO, à Mesa Diretora, às Comissões, aos De-
putados, às lideranças de blocos e de partidos e às unidades organizacionais da 
CLDF”. Essa atividade será exigida pelos Consultores Legislativos das áreas de: 
- Constituição e Justiça;
- Desenvolvimento Urbano;
- Direitos Humanos, minorias, cidadania e sociedade;
- Educação, cultura e desporto;
- Finanças Públicas;
- Meio Ambiente;
- Redação Parlamentar;
- Regulação Econômica;
- Saúde;
- Tributação.
Em síntese: se você pretende se tornar Consultor Legislativo da Câmara Legis-
lativa do Distrito Federal, DEVERÁ saber, e bem, o PROCESSO LEGISLATIVO DIS-
TRITAL.
É isso que você tem aqui. Este curso vai trabalhar o processo legislativo prati-
cado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em um formato único, de elevadís-
sima eficiência.
Para que você saiba exatamente o que terá pela frente, quero, nesta apresen-
tação do curso, fazer referência a algumas informações preliminares que considero 
muito importantes para que o seu desempenho seja o melhor possível. 
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Esses elementos dizem respeito, fundamentalmente:
• à extensão e profundidade da matéria;
• às peculiaridades do estudo do processo legislativo;
• às fontes das normas e regras do processo legislativo;
• à metodologia que utilizarei;
• à minha qualificação para trabalhar esse assunto. 
Primeiramente, vamos falar da matéria central.
O processo legislativo, logo de início, apresenta dois complicadores principais:
• a linguagem;
• as fontes normativas da matéria.
Quanto à linguagem, logo no seu primeiro contato com as normas relativas ao 
tema, você vai se deparar com expressões técnicas muito próprias, somente usa-
das na área do processo legislativo e por quem trabalha com esse tema. Efetiva-
mente: redação do vencido, relator ad hoc, substitutivo, autógrafos, redação final, 
emenda modificativa, prejudicialidade e outras tantas não são expressões de uso 
corriqueiro, e não são utilizadas senão em relação ao processo legislativo.
Já cabe aqui um alerta: você não deve tentar decorar expressões. O aprendi-
zado correto e eficiente do processo legislativo exige que você COMPREENDA o 
conceito, para se habilitar a pensar sobre ele, a perceber e registrar diferenças e 
semelhanças e para se capacitar a utilizá-los como ferramentas, tanto na hora das 
provas do concurso quanto no dia a dia do trabalho legislativo na Câmara Legisla-
tiva do Distrito Federal.
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Ainda que a comparação seja um pouco rasa, vale a pena pela figuração: você 
já viu, em filmes ou pessoalmente, uma mesa de instrumental cirúrgico? Se você 
fosse, de repente, colocado na posição de instrumentador de um cirurgião, você 
teria condições de atendê-lo quando ele pedisse um afastador, um cinzél, um ex-
trator, um fleboextrator ou um espéculo? Claro que não! Para você fazer isso, seria 
necessário saber o que é e para que serve cada uma daquelas ferramentas, não só 
para dar ao cirurgião exatamente o que ele pediu, mas também – e isso é apenas 
para os melhores! – para antecipar-se a ele, já sabendo o que ele precisará.
No cotidiano do processo legislativo, as coisas funcionam mais ou menos da 
mesma forma: um deputado distrital quer apresentar uma emenda a um projeto 
de seu interesse, mas não sabe se isso já é possível, ou quando será o momento 
correto. Esse parlamentar quer inverter uma ordem de votação, ou quer eliminar 
outro projeto semelhante, ou quer que um projeto tenha preferência sobre outro, 
ou, sabendo que será derrotado na votação, quer instrumentos para preservar seus 
interesses e sua posição política. Essas situações fazem parte do cotidiano dos 
servidores que trabalham no processo legislativo, e, para enfrentá-las, você terá 
de conhecer com muita clareza quais são as “armas” e ferramentas possíveis, para 
que servem e quando podem ser eficientemente utilizadas.
Uma das principais bases deste curso é esta: eu vou apresentar a matéria de 
uma forma que você ENTENDA o processo legislativo, e não para tentar fazer você 
memorizar nomes e processos que não fazem sentido. 
À dificuldade própria da linguagem, principalmente a regimental, soma-se ou-
tra: as diversas fontes de regulamentação.
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O processo legislativo distrital é regido e conduzido por normas das seguintes 
matrizes:
• Constituição Federal;
• Lei Orgânica do Distrito Federal;
• Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
• Lei Complementar n. 13/1996 do Distrito Federal. 
 Essas normas jurídicas determinam uma regulamentação que muitas vezes 
se sobrepõe às demais, ou as especializam, ou até se contradizem, o que complica 
muito o estudo se você não estiver usando a metodologia correta. 
Só para você ter uma ideia inicial: 
• no plano federal, não há hierarquia jurídica entre lei complementar e lei ordi-
nária, mas, no plano distrital, essa hierarquia existe;
• em termos constitucionais federais, uma resolução do Senado Federal ou da 
Câmara dos Deputados tanto pode se destinar a produzir efeitos internos quanto 
externos. Já uma resolução da Câmara Legislativa do DF destina-se exclusivamente 
a regular assuntos internos dessa Casa Legislativa.
Essas são as principais dificuldades. E onde estariam as soluções? A resposta é 
simples: NESTE CURSO.
Você vai perceber, desde a primeira aula, que eu trabalho todos os tópicos 
usando uma metodologia que eu mesmo concebi, e que usei tanto para conduzir os 
meus estudos, quando da minha preparação para o concurso público de Consultor 
Legislativo do Senado Federal, quanto para o meu trabalho rotineiro na Consultoria 
Legislativa, e também após, como professor e autor dessa matéria, para proporcio-
nar aos meus (minhas) alunos(as) e leitores a mais completa compreensão desse 
assunto, em todas as suas faces.
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Nesse método, você verá que utilizo muito:
• fluxogramas (porque o processo legislativo nada mais é do que uma sequên-
cia de atos que só vão fazer sentido para você se arrumados numa ordem lógica e 
compreensível);
• quadros explicativos, quadros de resumo e quadros comparativos (para que 
a matéria fique apresentada da maneira mais clara e objetiva, evitando que você 
tenha que ler inúmeras páginas para obter uma informação de maneira clara). 
Para mim, esse método é a única maneira efetiva de ensinar e aprender regi-
mento interno. 
Além disso, a matéria não é abordada na ordem em que aparece nas leis e 
normas jurídicas, mas, sim, em uma ordem lógica, que faça sentido para você. A 
Constituição Federal, a LODF, o Regimento Interno da CLDF e a LC n. 13 NÃO SÃO 
apostilas preparatórias para concursos públicos e NÃO foram feitas para facilitar o 
seu estudo: são documentos normativos técnicos, nos quais a matéria é organizada 
de maneira igualmente técnica, maneira essa que nem sempre é a mais clara e a 
mais compreensível.
Quanto a mim: sou Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Abri 
mão da carreira de Delegado de Polícia Federal – cargo que também conquistei por 
concurso público – e de outros dois cargos também concursados, para me dedicar 
ao Senado, ao processo de elaboração das leis, ao processo legislativo e à Consti-
tuição Federal, áreas às quais me aplico, com paixão, há anos. 
Sou professor, em cursos presenciais, das seguintes matérias:
• Direito Constitucional, básico e avançado;
• Processo legislativo constitucional, legal e regimental;
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• Regimento Interno do Senado Federal;
• Regimento Interno da Câmara dos Deputados;
• Regimento Comum.
 Na área autoral, sou autor de algumas dezenas de livros. As minhas obras 
mais recentes, todas pela Editora Alumnus – Leya, são:
• Constituição Federal Esquematizada em Quadros;
• Teoria Constitucional Esquematizada em Quadros;
• Processo Legislativo Completo Esquematizado em Quadros;
• Regimento Interno do Senado Federal Esquematizado em Quadros (com o 
Regimento Comum);
• Regimento Interno da Câmara dos Deputados Esquematizado em Quadros 
(com o Regimento Comum).
Perceba que TODAS as minhas obras são ESQUEMATIZADAS EM QUADROS. 
Como escrevi acima, o método da esquematização, concebido por mim, é o melhor 
caminho, o mais eficiente, para estudar matéria jurídica e regimentos para concur-
sos públicos.
Você mesmo poderá avaliar essa eficiência ao longo das aulas.
Vamos trabalhar?
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PROCESSO LEGISLATIVO E SEUS CONCEITOSOPERACIONAIS
1. Regulação do Processo Legislativo
Você verá comigo, em módulo próprio, que a atividade legislativa – a elabora-
ção de leis – ocorre nos quatro níveis federativos: União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios.
Esses quatro tipos de entidades federativas são, todas, detentoras de autono-
mia, por força do art. 18, caput, da Constituição Federal, que diz:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Da autonomia, decorrem:
• competência administrativa, para organizar servidores, serviços e órgãos 
próprios;
• competência tributária, para instituir e arrecadar os tributos de sua com-
petência;
• competência legislativa, para elaborar as leis e normas jurídicas necessá-
rias à respectiva estruturação e funcionamento. 
No exercício dessas competências, não há nenhuma hierarquia entre União, Es-
tados, Distrito Federal e Municípios.
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Todos eles estão vinculados exclusivamente à disciplina que vem da Consti-
tuição Federal, única norma que pode fixar competências no âmbito da Federação 
brasileira.
Assim, no caso de colisão entre uma lei federal e uma lei distrital, a solução 
será dada necessariamente pela pesquisa da competência legislativa, à luz da 
Constituição Federal, pois essas leis não têm, entre si, nenhuma hierarquia 
jurídica. Você verá comigo, em aula própria, um estudo detalhado sobre compe-
tência legislativa. 
O que nos interessa agora é que, como a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios são detentores de competência legislativa, essas quatro enti-
dades são aptas para produzir leis e normas jurídicas. Por isso, essas quatro 
entidades precisam de um regramento do processo de produção dessas leis e 
normas, o processo legislativo.
Interessa a você, neste curso, apenas o regramento do processo legislativo 
praticado no Distrito Federal, principalmente pela Câmara Legislativa do Distrito 
Federal. 
Esse regramento se faz em quatro camadas hierárquicas:
• Constitucional Federal, a partir do que determina a Constituição Federal;
• Constitucional Distrital, que tem como base a Lei Orgânica do Distrito 
Federal;
O Supremo Tribunal Federal decidiu que a Lei Orgânica do Distrito Federal 
tem a condição jurídica de Constituição local. 
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Entre outros efeitos, essa condição leva à inconstitucionalidade – e não à 
ilegalidade – qualquer lei ou norma jurídica distrital que colida, formal ou 
materialmente, com a LODF.
• supralegal, cuja fonte é a Lei Complementar n. 13, de 1996, que regula-
menta o art. 69 da Lei Orgânica do DF, dispondo sobre a elaboração, redação, 
alteração e consolidação de leis do Distrito Federal. 
Veremos, ao longo desta aula, que o sistema jurídico do Distrito Federal 
coloca a lei complementar em um nível superior ao da legislação ordinária, 
e inferior à Lei Orgânica do Distrito Federal, pelo que a sua condição jurí-
dica se qualifica como supralegal.
• legal, que é o regramento decorrente do Regimento Interno da Câmara Le-
gislativa do DF. 
Veremos, no momento oportuno, que, segundo o Supremo Tribunal Fe-
deral, as resoluções das Casas Legislativa (como Câmara dos Deputados, 
Senado Federal e Câmara Legislativa do DF) qualificam-se como normas 
jurídicas primárias, equiparadas à legislação ordinária.
Não há, por isso, qualquer hierarquia entre lei ordinária distrital e o Regimento In-
terno da CLDF, que é veiculado por resolução.
De forma esquemática, os níveis do regramento do processo legislativo distrital, 
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em quadro:
Normas constitucionais federais
São aquelas que regem o processo legislativo 
a partir da Constituição Federal.
Normas constitucionais distritais
São as normas que tem como origem a Lei 
Orgânica do Distrito Federal.
Normas supraconstitucionais distritais
São as previstas na Lei Complementar distrital 
n. 13, de 1996.
Normas legais distritais
São as normas relativas ao processo legislativo 
encontráveis no texto do Regimento Interno 
da CLDF, e em resoluções esparsas.
Assim como ocorre no âmbito federal, o conjunto das disposições constitucio-
nais, supralegais, legais e regimentais, que oferecem regramento ao processo de 
produção de normas jurídicas, compõem o que se convenciona chamar de devido 
processo legislativo, e que, em sua amplitude, configura direito líquido e certo de 
todo e qualquer membro do Legislativo, defensável, inclusive, na via judicial, por 
mandado de segurança.
Pulo do gato
Veja que, das normas que compõem o devido processo legislativo, apenas as 
constitucionais – no caso do Distrito Federal, apenas as da Constituição Federal e 
da Lei Orgânica do DF – permitem discussão e correção judicial.
Aquelas com base regimental, segundo o STF, configuram, como regra, matéria 
interna corporis, devendo encontrar nos Regimentos Internos das Casas Legisla-
tivas os instrumentos necessários à sua preservação, e à correção dos atos proces-
suais legislativos com elas desconformes.
Veremos, neste curso, e detalhadamente, esses quatro grupos de normas. 
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Antes de passar ao exame dessas normas de caráter geral, é necessário que um 
tema receba a dose correta de atenção: a possibilidade de controle judicial do de-
vido processo legislativo.
2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo
O devido processo legislativo apresenta uma importante questão de fundo, ver-
sando sobre a extensão da possibilidade de controle judicial de sua efetividade. 
Ou, em outras palavras, qual é a extensão da competência do Poder Judiciário para 
corrigir eventuais atos do processo legislativo que estejam contrários às normas 
que o regem. 
Em linha jurisprudencial, e conforme o STF: 
[...] cabe ao Judiciário afirmar o devido processo legislativo, declarando a inconsti-
tucionalidade dos atos normativos que desrespeitem os trâmites de aprovação pre-
vistos na Carta. Ao agir desse modo, não se entende haver intervenção no Poder 
Legislativo, pois o Judiciário justamente contribuirá para a saúde democrática da 
comunidade e para a consolidação de um Estado Democrático de Direito emque as 
normas são frutos de verdadeira discussão, e não produto de troca entre partidos 
e poderes. (ADI 4029, de 8/3/2012).
Veja que a decisão do STF dá ênfase à possibilidade de declaração de 
inconstitucionalidade, e não de ilegalidade ou de não regimentalidade.
Os atos do processo legislativo que ofendam dispositivos regimentais, no entan-
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to, têm outra solução, por se configurarem em matéria interna corporis, ou seja, 
em temas relativos à própria autonomia funcional e política do Legislativo.
Relativamente ao controle de matérias interna corporis do Legislativo, decidiu o STF: 
[...] Não se revela admissível mandado de segurança, sob pena de ofensa ao postu-
lado nuclear da separação de poderes (CF, art. 2º), quando impetrado com o objetivo 
de questionar divergências “interna corporis” e de suscitar discussões de natureza 
regimental: apreciação vedada ao Poder Judiciário, por tratar-se de temas que devem 
ser resolvidos na esfera de atuação do próprio Congresso Nacional (ou das Casas que 
o integram). – A submissão das questões de índole regimental ao poder de supervisão 
jurisdicional dos Tribunais implicaria, em última análise, caso admitida, a inaceitável 
nulificação do próprio Poder Legislativo, especialmente em matérias em que não se 
verifica evidência de que o comportamento impugnado tenha efetivamente vulnerado 
o texto da Constituição da República. (MS 33705 AgR, de 3/3/2016).
Tenha um cuidado extra nesse ponto.
O Regimento Interno da CLDF – como os demais, de outras Casas Legislativas – 
apresentam vários dispositivos que se limitam a repetir dispositivos constitu-
cionais. 
Nessas hipóteses, de dispositivo regimental que repete dispositivo constitu-
cional, a matéria deixa de ser apenas regimental e interna corporis, e passa a ser 
constitucional, admitindo, assim, o controle judicial.
De forma sintética:
• se o ato do processo legislativo contraria dispositivo da Constituição Fede-
ral, admitirá controle judicial;
• se o ato contrariar dispositivo da Lei Orgânica do Distrito Federal, igual-
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mente, também admitirá controle judicial, perante o TJDFT, por ser maté-
ria constitucional.
• se o ato processual legislativo foi realizado em desconformidade com dis-
positivo do Regimento Interno da CLDF, que reproduz dispositivo da 
Constituição Federal ou da Lei Orgânica do Distrito Federal, também 
admitirá o controle judicial, por ser questão constitucional.
• se o ato processual, finalmente, contrariar dispositivo do Regimento In-
terno da CLDF que lhe é próprio e típico, não admitirá revisão judicial, 
por ser matéria interna corporis. 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT – já enfrentou 
questões relativas ao devido processo legislativo distrital. Eis uma amostra de suas 
decisões:
Síntese da decisão Processo
A ofensa ao devido processo legislativo viabiliza o controle concen-
trado de constitucionalidade.
20150110851806APO 
Julgado em 13/9/2017
A inobservância do devido processo legislativo leva à declaração de 
inconstitucionalidade da lei.
Ofensa ao art. 128, § 4º, da LODF.
20150110851806APO
Julgado em 19/7/2017
O TJDFT é competente para processar e julgar ação direta de inconsti-
tucionalidade em face de Emenda à Lei Orgânica do DF.
20160020060924ADI
Julgada em 12/7/2016
A LODF não confere ao TCDF a prerrogativa de deflagração do poder 
constituinte derivado reformador distrital (autoria de proposta de 
Emenda à LODF). 
20160020060924ADI
Julgada em 12/7/2016
Não é contrário à LODF e às hipóteses de reserva de iniciativa que 
ocorra iniciativa parlamentar de proposta de Emenda à LODF rela-
tiva à instituição de órgãos na estrutura do TCDF. 
20160020060924ADI
Julgada em 12/7/2016
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A intervenção do Poder Judiciário em outros Poderes só é possível em 
caso de evidente omissão estatal ou em casos de nulidade e incons-
titucionalidade, o que não se verifica na espécie (de avaliação de 
existência de lesão ao devido processo legislativo na elaboração de lei 
complementar). 
Nessa diretiva, a intervenção do Poder Judiciário fora dessas hipóteses 
colide frontalmente com a autonomia dos Poderes, com o devido pro-
cesso legal e legislativo e com a segurança jurídica.
20150020327633AGI
Julgado em 4/5/2016
Este Tribunal de Justiça possui competência para apreciar e julgar 
arguição de inconstitucionalidade de lei distrital confrontada com a 
LODF, ainda que o dispositivo adotado como parâmetro reproduza lite-
ralmente preceito da Carta Magna.
20110020086586ADI
Julgado em 18/10/2011
O princípio da legalidade está previsto no art. 128, inciso I, da LODF e 
o conceito de lei nele referido é lei em sentido estrito, entendida como 
norma jurídica aprovada pelo Poder Legislativo Distrital mediante o 
devido processo legislativo; diferindo, pois, do conceito de lei em sen-
tido amplo, que abrange todas as normas jurídicas gerais, impessoais, 
abstratas e compulsórias emanadas do Poder Público estatal.
20110020086586ADI
Julgado em 18/10/2011
Não comprovada suficientemente a atuação dolosa imputada aos 
requeridos – deputado distrital e servidores da Câmara Legislativa 
do Distrito Federal -, consubstanciada na alteração fraudulenta de 
emendas parlamentares para atender a interesses escusos, subver-
tendo o devido processo legislativo, há de ser mantida a sentença 
que julgou improcedente o pedido formulado pelo Ministério Público 
em sede de ação civil pública por atos de improbidade administrativa.
20050111468870APC
Julgada em 22/5/2013
A Lei Orgânica do Distrito Federal exige a regulamentação, via lei com-
plementar, dos seguintes temas: 
a) O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, 
b) a Lei de Uso e Ocupação do Solo, 
c) o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, 
d) os Planos de Desenvolvimento Local (art. 316, § 2º); alteração (e) 
dos índices urbanísticos, 
f) de uso e 
g) desafetação de área (56, parágrafo único, do ADCT).
20120020186764ADI
Julgada em 14/5/2013
Vícios de iniciativa de lei nunca são supridos pela sanção.
20120020186764ADI
Julgada em 14/5/2013
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Essa (a necessidade de participação popular na elaboração do Plano 
Diretor) é a razão pela qual, este Órgão Colegiado(TJDFT), por diver-
sas vezes e após destacar a importância da construção organizada da 
cidade, vem advertindo o legislador distrital e proclamado a inconsti-
tucionalidade de normas que não garantem a participação popular na 
elaboração de leis. 
Essa invalidade – por ausência de audiência e participação obrigatórias 
– constitui vício formal por violação a pressupostos objetivos do ato.
20120020186764ADI
Julgada em 14/5/2013
A inconstitucionalidade por vício de iniciativa não pode ser confundida 
com a inconstitucionalidade por vicio do poder de emendar. 
Em verdade, segundo a jurisprudência constitucional, o Poder Legisla-
tivo detém a competência de emendar todo e qualquer projeto de lei, 
ainda que fruto da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo 
(art. 58 da LODF). 
Tal competência do Poder Legislativo conhece, porém, duas limitações: 
a) a impossibilidade de o Parlamento veicular matéria estranha à ver-
sada no projeto de lei (requisito de pertinência temática); 
b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei 
de iniciativa do Executivo, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 
166 da CF (dispositivo reproduzido na LODF, art. 72, I), implicarem 
aumento de despesa pública (inciso I do art. 72 da LODF).
20120020186764ADI
Julgada em 14/5/2013
A lei distrital impugnada, ao versar sobre a alteração de normas de 
edificação de lote situado na Região Administrativa do Cruzeiro, deixou 
de observar as principais normas gerais acerca da legitimidade para 
propositura de leis que disponham sobre a administração de imóveis 
pertencentes ao Distrito Federal e sobre o uso e a ocupação do solo, 
cuja iniciativa é privativa do Chefe do Poder Executivo.
20120020104702ADI
Julgada em 13/11/2012
Dentre as atribuições conferidas ao Governador, elencadas pelo artigo 
100 e incisos da LODF, encontra-se a competência privativa para expe-
dir decretos e regulamentos que deem fiel execução às leis previa-
mente sancionadas, promulgadas e publicadas (inciso VII), não alber-
gando a Carta Distrital qualquer possibilidade de expedição de decreto 
autônomo.
Considerando, pois, que os decretos em tela não guardam qualquer 
pertinência com matéria veiculada em lei e tomam corpo de verda-
deiros atos normativos autônomos, observa-se ofensa ao princípio da 
reserva legal, bem como ao devido processo legislativo, a ensejar o 
controle concentrado da constitucionalidade, conforme jurisprudência 
pacífica do e. STF.
20100020020516ADI
Julgada em 19/4/2011
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Diploma legal que, tendo resultado de projeto de lei de autoria de par-
lamentar, viola a iniciativa privativa do Senhor Governador, posta no 
artigo 71, § 1º, inciso II, da Lei Orgânica do Distrito Federal, incidindo 
em vício de inconstitucionalidade formal, que não se convalida pela 
sanção, não mais aplicável a Súmula n. 5 do STF.
20060020109083ADI
Julgado em 20/5/2008
Um decreto editado pelo Chefe do Poder Executivo local não tem o 
condão de revogar disposição de lei ordinária, emanada do Poder 
Legislativo, observado o devido processo legislativo, sob pena de 
ofensa ao princípio da separação dos poderes insculpido no art. 2º, c/c 
o art. 60, parágrafo 4°, inciso III da Constituição Federal.
20010110892495APC
Julgado em 24/11/2003
Ao longo deste curso, verei com você várias outras situações específicas de pos-
sibilidade, ou impossibilidade, de controle judicial do devido processo legislativo.
3. Concepções Sobre o Processo Legislativo
3.1. Crítica à Conceituação Constitucional
Uma importante referência ao conceito de processo legislativo vem do art. 59 
da Constituição Federal, que diz:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
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Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera-
ção e consolidação das leis.
Essa concepção apresenta sérios problemas técnicos.
Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a denominação “processo legislativo”, 
como constante na Constituição Federal, é insatisfatória, pois dela não resulta um 
entendimento completo do que está no art. 59. 
Para esse autor:
• se o conceito for compreendido como processo normativo, há que se ex-
cluir os incisos VI e VII (decretos legislativos e resoluções), pois não são nor-
mas dotadas de generalidade e abstração. 
• se esse processo legislativo for entendido como elaboração de atos norma-
tivos pelo Poder Legislativo, há que se excluir o inciso V (medida provisória), 
já que é elaborado pelo Presidente da República, segundo o art. 62. 
• se, finalmente, o “legislativo”, que adjetiva o processo, for entendido não 
como uma referência ao Poder, mas ao legislador, ter-se-á que excluir 
o inciso I (Emenda Constitucional), já que a elaboração de emenda constitu-
cional não é atribuição do legislador ordinário, mas do legislador quando este 
for exercente do poder constituinte derivado.
Minha posição é semelhante a esse grande mestre, mas com ressalvas. Efetiva-
mente, o conceito de processo legislativo que se colhe do art. 59 da Constituição 
Federal é insuficiente e tecnicamente equívoco. 
Entre os equívocos mais vistosos:
• medidas provisórias não são elaboradas por qualquer espécie de processo le-
gislativo. Em termos técnico-constitucionais, sua feitura é ato unipessoal do Pre-
sidente da República, somente vindo a inaugurar o processo legislativo quando 
submetida ao Congresso Nacional para a sua conversão em lei. No Legislativo, 
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tramitará como medida provisória ou como projeto de lei de conversão. 
• leis delegadas, quando produzidas a partir da delegação própria ou incondi-
cionada, não se submetem a qualquer espécie de processo legislativo, sendo, 
a exemplo das medidas provisórias, atos normativos executivos editados sin-
gularmente pelo Presidente da República. Haverá processo legislativo para a 
produção da resolução congressual delegatória (art. 68, § 2º), e poderá haver 
processo legislativo no caso de delegação imprópria e condicionada. 
• a referência a resoluções, por imprecisa, pode compreender resolução do 
Congresso Nacional, resolução da Câmara dos Deputados, resolução do Se-
nado Federal, resolução de Tribunal do Poder Judiciário, resolução do Tribunal 
de Contas da União, resolução do Conselho Nacional de Justiça e resolução 
do Conselho Nacional do Ministério Público. Exceto as editadas pelas Casas 
do Poder Legislativo, as demais não se submetem a processo legislativo em 
sentido estrito. 
Em relaçãoà posição do professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, contudo, há 
algumas restrições:
• decretos legislativos e resoluções da Câmara dos Deputados, do Senado Fe-
deral e do Congresso Nacional podem ser detentoras de conteúdo nor-
mativo, generalidade e abstração, como é o caso da resolução delegatória 
do Congresso Nacional (CF, art. 68, § 2º) ou das resoluções do Senado na 
área econômico-financeira (CF, art. 52, VI a IX). 
• o processo de elaboração de Emendas Constitucionais, apesar de ser obra do 
poder constituinte derivado reformador, foi, recentemente, qualificado pelo 
Supremo Tribunal Federal como uma forma de processo legislativo. 
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3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo
Há duas principais concepções teóricas sobre o processo legislativo:
Processo 
legislativo em 
sentido 
sociológico
Nelson de Souza Sampaio o entende como o conjunto de fatores reais 
ou fáticos que põem em movimento os legisladores e o modo de 
agir do legislador. 
Sob essa acepção, ganha relevância a influência que a opinião pública, as 
crises sociais, as pressões dos grupos organizados, as pressões político-
-partidárias e as compensações políticas exercem sobre o surgimento e a 
marcha dos projetos de lei.
Processo 
legislativo em 
sentido jurídico
Alexandre de Moraes ensina que, nessa concepção, o processo legislativo 
consiste no conjunto coordenado de disposições que disciplinam o 
procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na pro-
dução das leis e atos normativos que derivam diretamente da própria 
Constituição. 
Dessas duas concepções, a que vai nos interessar neste curso é a jurídica.
Na concepção jurídica, o conceito abarca a produção de todas as normas 
jurídicas primárias, e não apenas as leis.
São normas jurídicas primárias, além das Emendas Constitucionais:
• leis complementares;
• leis ordinária;
• leis delegadas;
• tratados internacionais;
• decretos legislativos;
• resoluções do Congresso Nacional;
• resoluções do Senado Federal;
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• resoluções da Câmara dos Deputados;
• resoluções dos Tribunais Judiciários;
• resoluções do Tribunal de Contas da União;
• resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público;
• resoluções do Conselho Nacional de Justiça;
• decretos executivos autônomos.
É importante lembrar que o Poder Legislativo detém constitucionalmente duas 
funções institucionais: a legislativa e a de controle externo. Esta última, longe 
de veicular uma finalidade em si, é subsidiária ao trabalho de produção de normas. 
Segundo o STF,
[...] as investigações parlamentares podem figurar como ato preparatório 
ou auxiliar do processo legislativo e das demais ações do Congresso Nacio-
nal, na medida em que o direito ao conhecimento constitui pressuposto à 
realização de suas atividades deliberativas. (MS 33751, de 15/12/2015)
3.3. Tipos de Processos Legislativos
Considerada a concepção jurídica, ou em sentido jurídico, do processo legisla-
tivo, é possível a identificação, de acordo com os modelos utilizados em diversos 
países, dos seguintes tipos:
Processo legislativo 
autocrático
É aquele no qual o governante fundamenta em si próprio a com-
petência para elaborar as leis, sem a participação de um colegiado 
composto por cidadãos. Manifesta-se em monarquias absolutistas.
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Processo legislativo 
direto
É o processo legislativo pelo qual a lei ou norma jurídica é produ-
zida diretamente pelo povo, em assembleias públicas, sem a inter-
venção legisladores investidos nessa função. 
Processo legislativo 
semidireto
A lei é elaborada por um órgão representativo do povo, mas apenas 
se aperfeiçoa com a aprovação popular, em referendo. 
Pressupõe a existência de órgão legislativo específico. 
A vigência e aplicabilidade da norma jurídica é sujeita à condição con-
firmatória, qual seja a aprovação popular direta. 
Processo legislativo 
representativo
A lei é produzida por um órgão colegiado, representativo do povo 
e composto por legisladores investidos por mandato com essa 
específica atribuição. 
É o adotado no Brasil.
No Brasil, portanto, em todos os níveis federativos, adota-se o processo legis-
lativo em sentido jurídico, do tipo representativo.
No âmbito do Distrito Federal, assim, é adotado o processo legislativo em sen-
tido jurídico, do tipo representativo.
3.4. Procedimento Legislativo
Processo legislativo e procedimento legislativo não são expressões sinônimas, 
embora seja muito comum que sejam empregadas uma pela outra.
Procedimento legislativo é, na lição de José Afonso da Silva, o modo pelo qual 
os atos do processo legislativo se realizam, relativamente ao andamento das 
proposições nas Casas Legislativas. Pode ser ordinário, sumário ou especial. É de-
signativo da forma, cadência e desenvolvimento dos atos do processo legislativo, 
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quanto às suas diversas fases.
Processo legislativo é o conjunto de atos que levam à produção de uma 
norma jurídica primária.
Procedimento legislativo é a maneira pela qual esses atos ocorrem e se desenvol-
vem, ou, ainda, a forma pela qual uma proposição legislativa evolui, ou transita, 
pelos órgãos internos do Poder Legislativo.
Quanto aos tipos de procedimentos legislativos, temos o seguinte, de forma 
esquemática, considerando ainda, neste aspecto, a atuação legislativa da União:
Procedimento 
legislativo 
ordinário
É o procedimento comum, adotado para a elaboração de lei ordinária, e 
cuja base se assenta nos arts. 61 a 67 da Constituição, sendo complemen-
tado pelas disposições legais e regimentais da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
Desenvolve-se nas seguintes fases:
• iniciativa ou provocação, mediante apresentação do projeto;
• deliberação iniciadora ou inicial;
• deliberação revisora ou revisional;
• fase executiva;
• exaurimento, com promulgação e publicação. 
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legislativo 
sumário
É o submetido à urgência constitucional, nos termos dos parágrafos do 
art. 64, segundo o qual, nessa hipótese, cada Casa terá quarenta e cinco 
dias para decidir a matéria. 
Nessa espécie de procedimento legislativo, há a sujeição da deliberação 
decisiva em Plenário a prazos constitucionais, os quais, se descumpridos, 
produzem como consequência o sobrestamento, ou trancamento, da pauta 
de trabalhos da Casa omissa, criando situação constitucional indutiva da 
adoção de decisão. 
Provocar o processo legislativo sumário, nos termos da Constituição Fede-
ral, é prerrogativa exclusiva do Presidente da República, para projetos de 
sua autoria, quer reservada, quer compartilhada (urgência constitucional 
facultativa).
Há, ainda, na Constituição Federal, o procedimento legislativo sumário 
obrigatório, para os projetos de decretos legislativos que concedem ou 
renovam a concessão de canais de rádio e televisão (CF, art. 223). 
Procedimen-
tos legislativos 
especiais
São os definidos para a tramitação de proposta de emenda à Constitui-
ção (art. 60); de lei complementar, na forma dos regimentos inter-
nos (art. 69); de lei delegada (art. 68); das leis orçamentárias (art. 
166); e da conversão da medida provisória (art. 62).
São sujeitos a prescrições processuais próprias e típicas, que o distan-
ciam das normas regedoras do processo ordinário, como a sujeição obriga-
tória de votação em dois turnos e maioria qualificada (para proposta 
de Emenda à Constituição), restrições ao emendamento (projeto de lei 
delegada, na delegação imprópria), maioria absoluta para aprovação 
(projeto de lei complementar) ou apresentação de emendas e formação 
do parecer por Comissão Mista, mas sujeitando a matéria a tramita-
ção bicameral (no caso de medida provisória). 
Procedimento 
legislativo abre-
viado 
Ocorre quando da atuação de Comissão Permanente votando proposição, 
substituindo o Plenário da Casa, como autorizado pelo art. 58, § 2º, I (dele-
gação interna corporis). 
É chamado de tramitação terminativa no Senado Federal, e de tramitação 
conclusiva na Câmara dos Deputados.
No âmbito do Distrito Federal não há previsão para o processo legislativo abrevia-
do, pelo que as Comissões técnicas da Câmara Legislativa não têm competência 
para votar projeto de lei, devendo limitar-se a proferir pareceres. A decisão sobre 
o projeto será sempre do Plenário da Casa.
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3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual
Como já mostrei a você em quadro anterior, nesta aula, o art. 59 da Constitui-
ção Federal elenca diversos – mas não todos – os tipos normativos primários admi-
tidos pela vigente ordem constitucional brasileira.
Vamos agora fazer uma análise tópica desses tipos normativos, primeiro a partir 
da Constituição Federal, e, após, relativamente ao Distrito Federal.
3.5.1. Tipos Normativos da União
Vamos começar reproduzindo novamente o art. 59 da Constituição Federal:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera-
ção e consolidação das leis
Preliminarmente, é bom registrar que as normas apresentadas nesse dispositivo 
constitucional não estão arrumadas em ordem hierárquica. Exceto as Emendas à 
Constituição, todas as demais estão situadas exatamente no mesmo nível jurídico.
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E como se resolvem as situações de colisão entre essas normas?
A resposta:
Colisão de qualquer 
das normas com 
Emenda Constitucional 
Prevalece sempre a Emenda Constitucional.
A lei ou norma que com ela colide será:
• inconstitucional, se posterior à Emenda Constitucional;
• revogada por não recepção, se anterior à Emenda Constitucional.
ATENÇÃO!
O sistema brasileiro não reconhece, para essa hipótese de a lei 
ser anterior à Emenda Constitucional, a possibilidade de incons-
titucionalidade superveniente.
A situação se resolve, assim, por revogação, por não recepção.
Colisão de quaisquer 
das demais normas 
citadas, entre si.
A situação se resolve sempre pelo critério da aptidão material da 
norma, ou seja, terá que ser examinada, na Constituição Federal, que 
tipo de norma é exigida para tratar daquela matéria. 
Esse critério da aptidão material da norma exige uma olhada mais de perto.
A Constituição Federal é a norma que distribui as matérias e descreve o tipo de 
norma jurídica que é exigida para sua regulamentação. 
De forma esquemática:
Referência à matéria na Constituição Federal Tipo de norma exigida
Art. 48
Lei federal ou lei nacional, pois é exigida a 
sanção do Presidente da República.
Art. 49 Decreto legislativo do Congresso Nacional.
Art. 51 Resolução da Câmara dos Deputados.
Art. 52
Art. 155, § 1º, IV; § 2º, IV e V, e § 6º, I.
Art. 152, IV
Resolução do Senado Federal.
Art. 68, § 2º Resolução do Congresso Nacional.
Art. 96, I, a Resolução de Tribunais do Poder Judiciário.
Art. 96, I, a, combinado com art. 73, caput Resolução do Tribunal de Contas da União.
Art. 103-B, § 4º, I
Resolução do Conselho Nacional de Jus-
tiça.
Art. 130-A, § 2º, I
Resolução do Conselho Nacional do Minis-
tério Público.
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Art. 84, VI Decreto executivo autônomo. 
Também como nota inicial a este tópico, veja que a regra é que somente a nor-
ma jurídica exigida pela Constituição Federal poderá ser usada validamente para 
tratar determinada matéria. 
Há, contudo, algumas matérias que aceitam, além da lei ordinária, outro tipo de 
norma jurídica. 
Matéria para as quais a Constituição 
Federal exige lei ordinária
Poderão ser tratadas também:
• por medida provisória, exceto as referidas no art. 62, 
§ 1º.
• por lei delegada, exceto as referidas no art. 68, § 1º.
Veremos com muito mais detalhamento esta matéria em outra aula, ainda neste 
curso.
Há elementos importantes a frisar sobre isto:
• só se pode usar lei complementar quando a Constituição Federal expressa-
mente a exigir (STF, AR 1264, de 10/4/2002), pois:
• só cabe lei complementar, no sistema do direito positivo brasileiro, 
quando formalmente reclamada a sua edição por norma constitucio-
nal explícita. (ADI 789, de 26/5/1994).
• é exaustivo o rol das hipóteses constitucionais de regramento de matéria por 
lei complementar. (ADI 789, de 26/5/1994)
• nenhuma matéria reservada à lei complementar pode ser tratada por 
medida provisória, lei delegada ou lei ordinária, sob pena de incons-
titucionalidade formal.
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• essas matérias que admitem lei ordinária, mas também medida provisória e lei 
delegada, configuram tecnicamente as chamadas áreas de fungibilidade jurídica.
O Supremo Tribunal Federal aceita o uso de lei complementar para regular maté-
ria reservada à lei ordinária, mas com a consequência de que essa “lei complemen-
tar” só será lei complementar formalmente (norma com nome de lei complemen-
tar), sendo materialmente mera lei ordinária (condição jurídica de lei ordinária).
Decidiu o STF que lei complementar que trate de matéria reservada a lei ordinária 
é material e juridicamente lei ordinária, sendo apenas formalmente lei comple-
mentar (RE 262178, de 24/11/2000).
Há diferença conceitual clara entre lei nacional e lei federal.
Ambas são elaboradas pelo Congresso Nacional, pelo processo bicameral, e sujei-
tas à sanção do Presidente da República, mas:
• a lei nacional aplica-se à toda a República (à União, aos Estados, ao 
DF e aos Municípios), como é o caso do Código de Trânsito Brasileiro 
(Lei n. 9.503, de 1997).
• a lei federal aplica-se exclusivamente à União (seus servidores, serviços e 
órgãos), como é o caso, entre tantas outras, da Lei n. 8.112/1990.
Ambas são formalmente designadas como “lei”. Somente se poderá qualificá-la 
como lei nacional ou lei federal analisando a matéria à qual se refere.
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De forma esquemática, esse é o resultado do balizamento constitucional das 
áreas de aptidões materiais das normas:
Emendas 
Constitucionais
• alteração de dispositivo constitucional;
• supressão de dispositivo constitucional;
• inserção de dispositivo constitucional;
• elevação de matéria ordinária ao nível do bloco de constitucionalidade.
Leis 
complementares
Apenas quando expressamente requeridas pela Constituição Federal, sob 
a expressão “lei complementar”.
Leis ordinárias
Sempre que a Constituição Federal exigir “lei” (reserva legal simples ou 
qualificada), ou para situações nas quais se pretenda criar obrigações 
(princípio da legalidade estrita, no art. 5º, II). 
Leis delegadas Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 68, § 1º. 
Medidas 
provisórias
Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 62, § 1º, 
e no art. 246. 
Decretos 
legislativos
Para as matérias indicadas no art. 49. 
Resolução do 
Congresso
 Nacional
Para a delegação legislativa (art. 68, § 2º) e para os temas referidos no 
Regimento Comum como de competência congressual.
Resolução da 
Câmara dos 
Deputados
Para as matérias indicadas no art. 51 e outras, referidas no Regimento 
Interno da Câmara dos Deputados.
Resolução do 
Senado Federal
Para as matérias indicadas no art. 52, no art. 155 e outras referidas no 
Regimento Interno do Senado Federal. 
Resolução de
 Tribunal
Para a organização interna dos Tribunais Judiciários, na forma do art. 96, 
I, a. 
Resolução do TCU
Para a organização interna do TCU, como autoriza o art. 73, combinado 
com o art. 96, I, a, e II. 
Resolução do 
Conselho Nacio-
nal de Justiça
Para o exercício do seu poder regulamentar, como atribuído pelo art. 
103-B, § 4º, I. 
Resolução do 
Conselho Nacio-
nal do Ministério 
Público
Para o exercício do seu poder regulamentar, previsto no art. 130-A, § 2º, I. 
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Decretos 
autônomos
Para a matéria prevista no art. 84, VI, como de competência privativa do 
Presidente da República (extinção de cargo público vago no Executivo e 
reorganização da Administração Pública, se não implicar aumento de des-
pesa nem criação ou extinção de órgão).
Disso decorre:
Emenda à 
Constituição 
É tipo normativo autônomo, que integra o bloco de constitucionalidade e que 
está sujeito a hierarquização com a Constituição Federal, já que admite con-
trole de constitucionalidade tanto material quanto formal. 
Quando se fala em “tipo normativo autônomo”, deve-se entender que a 
Emenda à Constituição não se subsume, não se funde à Constituição, desapa-
recendo a seguir, mas sim detém existência jurídica como Emenda à Consti-
tuição, a exemplo de qualquer lei ou outra norma.
Tem aptidão para inserir, retirar e alterar dispositivos integrantes do texto do 
documento constitucional. 
Sua elaboração se dá pelo processo legislativo reformador, bicameral, sujeito 
a dois turnos em cada Casa e sem fase executiva. 
Lei 
complementar 
Norma jurídica autônoma primária situada no mesmo nível jurídico de lei ordinária. 
Sua utilização depende de exigência expressa na Constituição Federal.
É elaborada por processo legislativo ordinário, bicameral, exigindo maioria 
absoluta para ser aprovada. Tem fase executiva, sujeitando-se à sanção e 
veto do Presidente da República. 
Lei ordinária 
Norma jurídica autônoma primária utilizável para a regulamentação de maté-
rias às quais a Constituição Federal exige “lei”, e para criar, transformar ou 
extinguir obrigação em todas as matérias ausentes da Constituição Federal.
Sua elaboração se dá pelo processo legislativo bicameral, exigindo maioria 
simples para ser aprovada. Submete-se a fase executiva. 
Lei delegada
Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República após 
autorização do Congresso Nacional por meio de resolução congressual dele-
gatória (CF, art. 68, § 2º). 
Pode ter a sua vigência condicionada ou não à aprovação do Congresso Nacio-
nal (CF, art. 68, § 3º). 
Tem aptidão para regular as matérias que admitem lei ordinária, com as exce-
ções enumeradas no § 1º do art. 68. 
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Medida 
provisória
Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República nos 
casos de existência de relevância e urgência. 
Tem equiparação hierárquica à lei ordinária e vigência a termo (60 + 60 dias), 
devendo ser submetida ao Congresso Nacional para ser convertida em lei. 
O processo de conversão é bicameral, iniciado pela Câmara dos Deputados, e 
a aprovação exige a maioria simples ou relativa da Casa. 
Pode vir a ter fase executiva, sob a forma de projeto de lei de conversão, se o 
Legislativo a aprovar com alteração de mérito. 
Tem aptidão para tratar de matérias que admitam lei ordinária, com as exce-
ções indicadas no art. 62, § 1º, e no art. 246. 
Decreto legis-
lativo 
Norma jurídica primária equiparadaà lei ordinária e elaborada pelo Congresso 
Nacional, por processo legislativo bicameral e com a aprovação sujeita à maio-
ria simples ou relativa (como regra, pois há exceções nos casos de estado de 
defesa e estado de sítio). 
Não se submete a fase executiva. 
Tem aptidão para regular as matérias indicadas no art. 49 da Constituição Federal. 
Resolução do 
Congresso 
Nacional
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Congresso 
Nacional por processo legislativo em sessão conjunta, cuja aprovação, como 
regra, depende de aprovação por maioria simples. 
Destina-se a veicular a autorização do Congresso para a elaboração de lei 
delegada pelo Presidente da República (art. 68, § 2º) e para tratar temas de 
interesse do Congresso Nacional, como seu Regimento (Regimento Comum) 
e sua organização. 
Resolução do 
Senado 
Federal 
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Senado 
Federal, por processo legislativo privativo, cuja aprovação exige, como regra, 
maioria simples (há exceções no caso de impeachment e de imposição de alí-
quotas ao ICMS, na forma, respectivamente, dos arts. 52, parágrafo único, e 
155). 
Não se submete a fase executiva, e destina-se a regular as matérias indicadas 
no art. 52, no art. 155 e matérias de interesse interno do Senado Federal. 
Não se submete à deliberação pela Câmara dos Deputados.
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Resolução da 
Câmara dos 
Deputados 
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pela Câmara 
dos Deputados por processo legislativo privativo, cuja aprovação depende, 
como regra, de maioria simples. 
Não se submete a fase executiva, nem à deliberação pelo Senado Federal. 
Sua aptidão material é o trato das matérias indicadas no art. 51 da CF, e 
temas de interesse interno da Câmara. 
Resolução 
do Tribunal 
de Contas da 
União
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária, elaborada pelo TCU e des-
tinada à organização de seus servidores, serviços e órgãos, além de veicular 
o Regimento Interno desse Tribunal administrativo. 
Resolução de 
Tribunal do 
Poder 
Judiciário
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelos Tribunais 
de 2º grau (Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regio-
nais do Trabalho e Tribunais Regionais Eleitorais), Tribunais Superiores (Supe-
rior Tribunal de Justiça, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior Eleitoral e 
Tribunal Superior do Trabalho) e pelo Supremo Tribunal Federal, com amparo 
no art. 96, I, a, da Constituição Federal, e que tem como objeto a organização 
judiciária e o tratamento normativo interno de questões processuais. 
Resolução 
do Conselho 
Nacional de 
Justiça
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNJ para a 
regulamentação de matérias de sua competência constitucional. 
Resolução 
do Conse-
lho Nacional 
do Ministério 
Público
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNMP para 
a regulamentação de matérias de sua competência constitucional.
Decreto 
executivo
autônomo
Ato normativo executivo primário equiparado à lei ordinária e, na forma do 
art. 84, IV, da Constituição Federal, elaborado pelo Presidente da República e 
com a aptidão de reorganizar internamente a administração pública federal, 
se tal não implicar aumento de despesa ou criação ou extinção de órgão, e de 
extinguir cargo público vago na esfera do Poder Executivo.
Para finalizar esse tópico, cabem algumas anotações ainda sobre determinados 
tipos:
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Emendas à 
Constituição 
A Constituição Federal, em seu texto, pode ser alterada tanto por Emenda à 
Constituição (batizada de Emenda Constitucional pela prática) quanto por 
Emenda Constitucional de Revisão. Tratado internacional sobre direitos 
humanos, embora possa ser equiparado a Emenda Constitucional, não tem 
aptidão para alterar o texto constitucional, já que essa equiparação é feita 
exclusivamente em termos hierárquico-jurídicos, e não jurídico-normativos. 
Os processos de elaboração de cada uma dessas espécies são diferenciados, 
sendo o de Emendas Constitucionais, descrito no art. 60, bicameral, com 
dois turnos em cada Casa e aprovação dependente de três quintos dos votos, 
ao passo que a elaboração de Emendas Constitucionais de Revisão ocor-
reu por processo unicameral, em turno único e por maioria absoluta. 
A numeração dessas emendas é feita separadamente, havendo uma sequência 
numérica para as emendas constitucionais e outra, para as emendas constitu-
cionais de revisão.
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Lei
complementar
Celso Ribeiro Bastos a define como sendo espécie normativa autônoma, 
que contempla matéria a ela entregue de maneira exclusiva pela Constituição, 
cuja aprovação está sujeita à maioria absoluta da Casa Legislativa em que tra-
mite, na forma do art. 69. Michel Temer ensina que a lei complementar tem 
por diferencial, fundamentalmente, a necessidade de previsão expressa na 
Constituição Federal e a maioria absoluta exigida para sua aprovação.
Quanto à uma eventual fungibilidade de matérias reservadas à lei comple-
mentar, relativamente ao uso de medida provisória, essa não é admissível, 
segundo o art. 62, § 1º, III, com redação da Emenda Constitucional n. 32. A 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já apontava nesse mesmo sentido.
Igualmente, não cabe lei delegada se a matéria é constitucionalmente reser-
vada à lei complementar, como determina o art. 68, § 1º.
Relativamente à hierarquia com lei ordinária, é antiga e controversa na 
doutrina essa discussão. Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Geraldo Ataliba, Ale-
xandre de Moraes, Arnoldo Wald, Hugo de Brito Machado e Nelson de Souza 
Sampaio admitem a existência de hierarquia. José Afonso da Silva, Victor 
Nunes Leal, Carlos Maximiliano, Celso Bastos e Michel Temer, entre outros, 
negam essa hierarquização. 
O Superior Tribunal de Justiça resolveu que a decisão sobre a hierarquia entre 
lei complementar e lei ordinária é matéria a ser dirimida pelo Supremo Tribu-
nal Federal. 
A jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal superou esse cisma his-
tórico na questão, assentando definitivamente a inexistência de hierar-
quia jurídica entre lei complementar e lei ordinária. O que as separa, 
além da maioria absoluta para a aprovação daquela, é o endereçamento 
expresso de determinadas matérias à lei complementar. Para o STF, ocorre a 
“inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei 
ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente 
tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeirapela 
própria Constituição Federal” (RE 377457, de 17.9.2008; RE 381964, de 
17/9/2008).
No caso de colisão entre lei ordinária e lei complementar, a questão se 
resolve por aptidão material, segundo o STF: “Nem toda contraposição 
entre lei ordinária e lei complementar se resolve no plano constitucio-
nal. Dentre outras hipóteses, a discussão será de alçada constitucional 
se o ponto a ser resolvido, direta ou incidentalmente, referir-se à exis-
tência ou inexistência de reserva de lei complementar para instituir o 
tributo ou estabelecer normas gerais em matéria tributária, pois é a 
Constituição que estabelece os campos materiais para o rito de pro-
cesso legislativo adequado”. (RE 545503 AgR, de 14/6/2011). 
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Lei delegada
Segundo Alexandre de Moraes, lei delegada é ato normativo elaborado e 
editado pelo Presidente da República, em razão de delegação do Con-
gresso Nacional, por resolução, na forma do art. 68, § 2º. Constitui-se ver-
dadeira delegação externa de função legiferante e é aceita modernamente, 
desde que com limitações.
Quanto aos pressupostos fáticos que a autorizam, Nelson de Souza Sampaio, 
citado por Alexandre de Moraes, relaciona as razões que justificam a utili-
zação da lei delegada: 
• falta de tempo do parlamento;
• caráter técnico de certas matérias;
• aspectos imprevisíveis de certas matérias; 
• exigência de flexibilidade de certas regulamentações;
• possibilidade de realização de experimentos legislativos;
• situações extraordinárias ou de emergência.
As leis delegadas configuram delegação externa corporis de atividade legisla-
tiva, pela qual o Congresso Nacional, exercente precípuo da função legislativa 
no âmbito federal, permite a produção dessa norma jurídica pelo Presidente da 
República, em ação sujeita aos termos e limites que veicule a resolução dele-
gatória do Congresso Nacional (art. 68, § 2º).
A delegação, como assenta o art. 68 da Constituição Federal, pode ser própria 
ou imprópria:
• delegação própria ou incondicionada: ocorre quando lei delegada não 
está sujeita à deliberação do Congresso Nacional.
• delegação imprópria ou condicionada: ocorre, na forma do art. 68, § 
3º, quando o aperfeiçoamento da lei delegada depende de aprovação do Con-
gresso Nacional, em sessão conjunta e turno único.
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4. Processo Legislativo no Distrito Federal
4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal
Vamos agora examinar essa mesma matéria – tipos do processo legislativo – 
mas sob a ótica do Distrito Federal. 
Consta na Lei Orgânica do Distrito Federal:
Art. 69. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Lei Orgânica;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – decretos legislativos;
V – resoluções.
A LODF não prevê, assim, a existência, no âmbito distrital, de:
• medida provisória;
• lei delegada.
Vejamos o exame desses tipos, um a um:
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Emenda à Lei 
Orgânica do 
DF
Conforme o art. 4º, § 1º, I, da Lei Complementar n. 13/1996, emenda à Lei 
Orgânica é “a lei que determine alteração em dispositivo da Lei Orgânica”.
Conforme o art. 70 da LODF, a tramitação da proposta de emenda à Lei Orgâ-
nica:
• é feita em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias;
•sua aprovação exige dois terços da composição da CLDF em cada turno.
• não se submete à sanção executiva.
Sua promulgação é feita pela Mesa Diretora da CLDF.
Lei 
complementar
Nos termos da LC n. 13, em seu art. 4º, § 1º, II, lei complementar é “a lei que 
discipline matéria que a Lei Orgânica determine como seu objeto”.
A LODF, em seu art. 75, determina que “as leis complementares serão 
aprovadas por maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa 
e receberão numeração distinta das leis ordinárias”.
O Regimento Interno da CLDF, por seu turno, à altura do art. 140, faz cons-
tar que os projetos de lei complementar (e dos de lei) destinam-se a dispor 
sobre matérias para as quais se exige a sanção do Governador, adicionando, 
no parágrafo único, que “a elaboração de lei complementar dar-se-á apenas 
nos casos expressamente previstos na Lei Orgânica”. 
A aptidão material da lei complementar encontra-se no art. 75 da LODF:
Art. 75.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, constituirão leis complementares, 
entre outras:
I – a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
II – o regime jurídico dos servidores públicos civis;
III – a lei de organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
IV – o código tributário do Distrito Federal;
V – a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-Governador do Distrito Federal;
VI – a lei que dispõe sobre a organização do sistema de educação do Distrito 
Federal;
VII – a lei de organização da previdência dos servidores públicos do Distrito 
Federal;
VIII – a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento territorial do 
Distrito Federal;
IX – a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo;
X – a lei que dispõe sobre o plano de preservação do conjunto urbanístico de 
Brasília;
XI – a lei que dispõe sobre o plano de desenvolvimento local. 
XII – a lei de organização e funcionamento da Defensoria Pública do Distrito 
Federal.
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Lei ordinária 
Conforme o art. 140 da LODF, os projetos de lei destinam-se a dispor sobre 
matérias para as quais se exige sanção do Governador. 
Conforme o art. 4º da LC 13, “lei” é gênero, do qual a lei ordinária é uma das 
espécies.
Essa mesma LC 13, no art. 4º, determina que “lei ordinária a lei que discipline 
as matérias legislativas da competência do Distrito Federal que não estejam 
previstas nos incisos anteriores”. Determina, ainda que a “lei ordinária terá seu nome 
abreviado para lei” (art. 4º, § 3º). 
Decreto 
legislativo
O art. 141 do Regimento Interno da CLDF determina que os projetos de 
decreto legislativo destinam-se a dispor sobre matéria da competência priva-
tiva da Câmara Legislativa para as quais não se exige a sanção do Governador.
O parágrafo único deste mesmo artigo determina que os decretos legislativos 
serão usados para as matérias de interesse externo da CLDF. 
No art. 4º da LC 13 tem-se que é “decreto legislativo a lei que, com este nome, 
discipline, com efeito externo, matéria da competência privativa da Câmara 
Legislativa”.
Resolução 
Na forma do art.

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