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RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA Fins: 1 - Limitação dos Poderes do Estado 2 - Supremacia Constitucional (Força Normativa) 3 - Organização dos Poderes CONSTITUCIONALISMO Diferentes acepções da palavra para diferentes autores: 1. Canotilho: “técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos”; 2. Maria L. Amaral: “tradição do pensamento ou prática jurídica”; 3. Miguel N. de Brito: “constitucionalismo é a Constituição”. Faces: Negativa: “limite do poder para garantia dos Direitos Individuais”; Positiva: “construção da unidade política - consenso e interesse comum”. Síntese: “o constitucionalismo corresponde à garantia da liberdade e à concre- tização do bem comum”. MATRIZES HISTÓRICAS DO CONSTITUCIONALISMO MODERNO Inglaterra: ● Carta Magna de 1215 ● Garantia da Liberdade individual, direito de circulação, acesso à justiça, prop. da pena e lançamento de impostos. ● O mais importante é a aplicação judiciária da Carta. ● Constituição Histórica, com transformações ao longo do tempo. ● Não escrita. ● Costumeira. Estados Unidos: ● 1976 ● O ponto mais diferente da Inglaterra é que as leis e os direitos da Constituição são escritos. 1 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc França: ● Constituição rígida e escrita, mas sem garantia de direitos fundamentais. ● Documento político, não jurídico. ● Um documento de princípios, ao invés de um documento vinculante. VISÃO SOCIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO ● Ferdinand Lassale ● “Fatores reais de poder de uma sociedade ○ “Folha de Papel” - se a constituição não for o reflexo da sociedade, ela é apenas uma folha de papel. ○ A constituição deve ser um reflexo da sociedade, um espelho escrito. ● Forças sociais nas Constituições Brasileiras: CONSTITUIÇÃO FATOR SOCIAL 1824 1822 - Independência de Portugal 1891 1889 - Proclamação da República 1934 1932 - Movimento Constitucional de 1932 1937 1937 - Estado Novo 1946 1946 - Fim do Estado Novo/ 1967 1964 - Ditadura Militar AI-5 - 1969 1969 - Ascensão do Total Autoritarismo 1988 1985 - Redemocratização / Fim da Ditadura VISÃO POLÍTICA DA CONSTITUIÇÃO ● Carl Schimitt ● Decisão Política Fundamental ● Nada mais que estruturar o estado e Assegurar os Direitos Fundamentais. 2 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc VISÃO JURÍDICA DA CONSTITUIÇÃO ● Hans Kelsen ● Grundnorm ● Norma Jurídica do mais alto grau hierárquico ● Não importa seu conteúdo, mas a Constituição sempre estará no topo da pirâmide hierárquica. PODER CONSTITUINTE ● Responsável pela criação - elaborar, reformar e mudar as constituição ● Princípio da Legalidade: Vontade do Povo ● Transconstitucionalização ○ Momento de Transformação: ■ Sociológica ■ Política ■ Jurídica PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 1. Histórico: O primeiro de todos / Ex.: Const. 1824 2. Revolucionário: Todos os demais posteriores ao Histórico / Ex.: Const. 1988 ● Naturezas: ○ Política - Decisão Política ○ Jurídica - Norma Hipotética Fundamental ● Características: ○ Inicial, Ilimitado, Autônomo, Incondicionado/Soberano e Permanente 3 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR ● Limitado e condicionado pelo Originário (não modifica cláusulas pétreas) ● Tem a competência de modificar a constituição, onde: altera, acresce, modifica e suprime partes do textos; por meio das Emendas Constitucionais. ● Titularidade: Poder Legislativo (Congresso Nacional) ● Natureza: Jurídica ● Subordinado à Constituição PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE ● Elabora e reforma a Constituição dos estados ● 26 estados com uma Const. cada ● Cada estado tem capacidade de: ○ Auto-organização ○ Autogoverno ○ Autoadministração ● Elaboração e mutação pela Assembleia Legis. Estadual ● O Distrito Federal tem uma Câmara Legis., que elabora e reforma a sua constituição, mediante a Lei Orgânica. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR ● Art. 60 - Constituição Federal ○ Quorum: maioria qualificada dos membros de cada Casa do Congresso Nacional (⅗). ○ Dois turnos em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara e Senado). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÃO Quanto à origem ● Promulgadas (democráticas, populares): Constituição em que há participação direta e inicial do povo, por intermédio de seus representantes. Exemplos: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. ● Outorgadas: Constituição em que não há inicialmente a participação direta do povo (sendo imposta, num primeiro momento), ainda que este, mediante posterior consulta (referendum), possa legitimá-la, 4 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc permitindo a adjetivação democrática. Exemplos: Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 1/1969. ● Constituições Cesaristas: são outorgadas, mas dependem de ratificação popular por meio de referendo. Deve-se observar que, nesse caso, a participação popular não é democrática, pois cabe ao povo somente referendar a vontade do agente revolucionário, detentor do poder. ● Constituições pactuadas ou dualistas (Prof. Paulo Bonavides): São aquelas em que se efetiva um compromisso entre o rei e o Poder Legislativo, sujeitando-se o monarca aos esquemas constitucionais, e resultando a constituição de dois princípios: o monárquico e o democrático. Quanto à forma ● Escritas: Pode ser codificada (quando todas as normas constam de um único diploma legal, a Constituição) ou não-codificada (quando as normas constam de diversos diplomas legais). ● Não-escritas (Costumeira ou Consuetudinária): Tais normas encontram-se em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções. Exemplo é a Constituição inglesa, país em que parte das normas sobre a organização do Estado é consuetudinária. Quanto ao modo de elaboração ● Dogmáticas: É a que resulta da aplicação de princípios (ou dogmas), de modo consciente, que fixam a organização fundamental do Estado. Elaborada por órgão constituinte. Exemplo: Constituição brasileira de 1988. ● Históricas (ou costumeiras): É aquela que provém de lenta evolução dos valores do povo, em determinada sociedade, resultando em regras escritas (leis) e não escritas (usos e costumes). Exemplo: Constituição inglesa. Quanto ao conteúdo ● Formal: É aquela solenemente promulgada, diploma orgânico que reflete a estrutura e o funcionamento do Estado, somente possível de modificações mediante processos e formalidades especiais, nela previstos. ● Material (Substancial): Pode ser material em sentido amplo (enquanto refletir e se identificar plenamente com o regime político ao qual o 5 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc Estado está submetido) e material em sentido estrito (quando o conteúdo consiste em normas que tratam exclusivamente de matérias constitucionais). Quanto à estabilidade ● Rígida: Exige um procedimento especial diferente e mais difícil que o legislativoordinário para a alteração de suas normas material e formalmente constitucionais. ● Semi-Rígida: Exige um procedimento especial diferente e mais difícil que o legislativo ordinário para a alteração apenas de suas normas materialmente constitucionais (art. 178, da Constituição Política do Império do Brasil - 1824). ● Flexível: Não exige procedimento especial para a reforma de seus dispositivos (Constituições não escritas e costumeiras, em princípio). ● Imutáveis: Se veda qualquer alteração, constituindo-se relíquias históricas. Quanto à correspondência com a realidade ● Normativa: são as que efetivamente conseguem, por estarem em plena consonância com a realidade social, regular a vida política do Estado. Em um regime de Constituição normativa, os agentes do poder e as relações políticas obedecem ao conteúdo, às diretrizes e às limitações impostos pelo texto constitucional. ● Nominativa: são aquelas que, embora tenham sido elaboradas com intuito de regular a vida política do Estado, não conseguem efetivamente cumprir esse papel, por estarem em descompasso com a realidade social. As disposições constitucionais não conseguem efetivamente normatizar o processo real de poder do Estado. ● Semântica: desde sua elaboração, não têm o fim de regular a vida política do Estado, de orientar e limitar o exercício do poder. Objetivam, tão-somente, formalizar e manter o poder político vigente, conferir legitimidade formal ao grupo detentor do poder. Nas palavras de Karl Loewenstein, seria “uma constituição que não é mais que uma formalização da situação existente do poder político, em benefício único de seus detentores”. Segundo Alexandre de Moraes, é aquela cuja interpretação de suas normas depende da averiguação de seu conteúdo significativo, da análise de seu conteúdo sociológico, ideológico, metodológico, 6 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc possibilitando uma maior aplicabilidade político-normativa-social do texto constitucional. Quanto à extensão ● Sintéticas (concisa, breve, sumária ou sucinta): Prevêem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio de estipulação de direitos e garantias fundamentais. Exemplo: Constituição Norte-americana (composta por sete artigos originais e vinte e sete emendas). ● Analíticas (larga, Prolixa, extensa ou ampla): Examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. Exemplo: Constituição brasileira de 1988. Quanto à finalidade ● Constituição-garantia: É a denominação que se dá à Constituição do tipo clássico, que assegura liberdades individuais e limita o poder do Estado. ● Constituição-balanço: É a denominação que se dá à Constituição que meramente descreve e sistematiza a organização política do Estado, refletindo um estágio nas relações de poder, sendo revisada a cada salto evolutivo significativo Ex.: Constituições da URSS (1924, 1936 e 1977). Foi o tipo utilizado nos países socialistas, antes da queda do muro de Berlim, em 1989. ● Constituição-dirigente: É a denominação que se dá à Constituição cujas normas estabelecem diretrizes para o exercício do poder, de forma a atingir objetivos políticos, sociais e econômicos, e que contém, para tal, normas programáticas. Constituição Federal de 1988: ● Promulgada (democrática, popular) ● Escrita 7 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc ● Dogmática ● Formal ● Rígida ● Normativa ● Analítica ● Dirigente (Programática) INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Hermenêutica x Interpretação INTERPRETAÇÃO SISTÊMICA (ORDENAMENTO) ● Unidade da Const. (afastar antinomias) ● Totalidade da Const. NORMA AUTORREFERENTE ● Inicialidade da Const. ● Conteúdo Político ● Linguagens: Sintética, Genérica e Abstrata ● Normas de Conduta (indivíduo) x Normas de Estrutura (instituição) ● Métodos Clássicos ○ Literal ○ Gramatical ○ Lógica ○ Lógica-sistêmica ○ Sociológica ○ Quanto à origem ○ Judicial ○ Autêntica ou Legal ○ Doutrinária TÓPICA DE THEODOR VIEHWEG ● Problema Jurídico ↓ ● Topoi (lugares comuns) ↓ ● Técnica a posteriori ↓ 8 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc ● Caso concreto. METÓDICA ESTRUTURANTE DE FRIEDRICH MÜLLER ● Racionalização - Normatização da Força ● Requisitos - Decisões de acordo com o Direito em Vigor ● Elementos ○ Programa Normativo (Norma Program) ○ Âmbito Normativo - Realidade Social ○ Decisão EFICÁCIA DAS NORMAS NOVA CONSTITUIÇÃO ● O Poder Constituinte Originário elabora uma Nova Constituição. ● Leis Anteriores à Nova Const, pode ocorrer: 1. Revogação (INCOMPATÍVEIS > REVOGADAS) 2. Recepção (COMPATÍVEIS > RECEPCIONADAS) ● No Brasil: Ab-rogação da Constituição Anterior ● O Brasil não adotou a Teoria de Desconstitucionalização↓ ○ Não há recepção da anterior como norma infraconstitucional. ● Vacatio contitutionis: intervalo entre a publicação da nova const. e a possibilidade de produção de efeitos. EFICÁCIA DAS NORMAS ● Capacidade que as normas têm para produzir efeitos jurídicos CLASSIFICAÇÃO DE COOLEY ● Normas ○ auto aplicáveis: efeitos imediatos ○ não autoaplicáveis: precisam de regulamentação DOUTRINA ITALIANA ● Normas ○ Programáticas: não tem efeito imediato ○ Mandatárias: Tem efeito imediato 9 RESUMO GERAL TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO @viniciustenoriodc DOUTRINA DE JOSÉ AFONSO DA SILVA ● Eficácia Plena (auto executáveis): possuem todos os efeitos quando entram em vigor ■ aplicabilidades: direta, imediata e integral ● Eficácia Absoluta: eficácia imediata ○ Cláusulas Pétreas ● Eficácia Limitada: necessita de regulamentação ○ Não produz efeito quando entra em vigor ○ Possui poder vinculante sobre as normas infraconstitucionais regulamentares ■ Aplicabilidades: indireta, mediata, reduzida e vinculante Tipos: 1. Normas Programáticas (valores / princípios) a. Planos e Metas (Art. 3) 2. Normas de Princípio Institutivo a. Impositivo (Conselho da República) b. Facultativo (Justiça Militar Estadual e Regiões Metropolitanas) ● Eficácias Contida ○ Possui efeito imediato, mas uma norma infraconstitucional (Lei Ordinária, Lei Complementar) pode restringir o seu conteúdo. ■ Aplicabilidades: direta, imediata e não integral 10
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