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Cândido, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação d os seus meios de vida. Rio de janeiro: José Olympio, 1964. (p. 67-88).

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
DOSCENTE: Alexandre Marques Mendes
DISCIPLINA: Sociologia
CURSO: História - 2° ano Noturno
Resenha
Cândido, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação d os seus meios de vida. Rio de janeiro: José Olympio, 1964. (p. 67-88).
Dayane Soares da SILVA
	Em Formas de Solidariedade, capítulo quarto da obra Os Parceiros do Rio Bonito, Antônio Cândido trata sobre a união dos caipiras por meio das tarefas de cooperação vicinal ─ que podem ser classificadas como modelo de trabalho associado, onde os vizinhos efetuam a mesma tarefa do beneficiário ─ que ocorre sem objetivos comerciais, políticos ou econômicos.
	Um elemento da sociedade do grupo corresponde a obrigação bilateral, cuja na sociedade caipira segundo Cândido, sua manifestação de maior importância encontra-se no mutirão. O mutirão era bastante de comum e de enorme importância na sociedade caipira “As várias atividades da lavoura e da indústria doméstica constituem oportunidade de mutirão...”. (P. 67), e é realizado por grupos de mão-de-obra da vizinhança, onde se ajudam em atividades agrícolas, como também na construção de casas. O sentimento de pertencimento, também é um elemento de grande relevância.
	No caso mais comum de mutirão, os vizinhos são convocados e a eles são oferecidos alimentos e uma festa ao fim do trabalho. A festividade é um dos elementos culturais caipira. No lugar de uma remuneração em espécie, o dever do beneficiário é estar à disposição para quando seu auxilio for necessitado.
	Havia também um caso mais incomum de mutirão, que era o caso espontâneo de auxilio vicinal, onde não era necessária a convocação do beneficiário, dava-se de forma espontânea da parte dos vizinhos que ao notarem a dificuldade de um deles, combinavam-se para ajudar em um gesto de amizade. Nesse caso não havia festas, e normalmente era pela incapacidade destas que não havia a convocação do beneficiário. Esse auxílio em algumas localidades era denominado traição, ajuda ou ajudatório
	Uma das vantagens do mutirão, é a agilidade para a execução de trabalhos que em casos específicos ─ como em incêndios, colheita de produtos maduros em situações climatológicas ruins ─ são de exímia eficiência. Os mutirões formavam também uma rede de relações entre os habitantes da vizinhança, caráter inevitável da solidariedade.
.	A religiosidade também estava presente na sociedade vicinal, onde entre as festas após o trabalho ocorriam festas religiosas. O trabalho e a religião se unem para a aproximação das moradias, que por muitas vezes encontram-se distantes uma da outra. O desenvolvimento de bairros se dá de acordo com o aumento da densidade demográfica, aumentando os limites dos mesmos.
	No capítulo seguinte, intitulado O Caipira e sua Cultura, o autor trata como já diz o título da cultura caipira, cultura que tinha como base a solidariedade e tinha como objetivo a apenas a subsistência, ou seja possuíam uma economia fechada, vivendo a base de troca ─ tanto material quanto de favores ─ diferentemente do fazendeiro, produtor em larga escala, que segundo Antônio Cândido, apesar de participante da cultura caipira, não se integra a ela. 
	O caipira não se adapta ao sistema de produção em larga escala e assim a forma exaustiva de trabalho, fazendo com que sejam marginalizados, excluídos economicamente e socialmente, pois segundo Cândico, a cultura do caipira não foi feita para o progresso. A cultura caipira era constituída pelos seguintes itens: 1) isolamento; 2) posse de terras; 3) trabalho doméstico; 4) auxílio vicinal; 5) disponibilidade de terras e 6) margem de lazer. O caipira não via a necessidade de trabalhar ─ não além do necessário para sua subsistência ─ com isso o caipira passou a ser visto como um preguiçoso.

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