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Aulas 8 – Propriedades Mecânicas dos Materiais Profa. Me. Camila Lopes Maler UE 10 - PROPRIEDADES MECÂNICAS Objetivo: Determinar quais as propriedades mecânicas de diversos tipos materiais. Conteúdo: • Conceitos de tensão e deformação. • Deformações elástica e plástica . • Dureza dos materiais. • Ductilidade, tenacidade, fragilidade e resiliência. • Ensaios de tração, compressão e flexão. • Correlação das propriedades mecânicas de metais, polímeros, cerâmicas e compósitos. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler O que são Propriedades Mecânicas? Por que estuda-las? Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem fraturar. A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Tração Compressão Cisalhamento Torção Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a tensões (forças ou cargas). Torna-se necessário conhecer as características do material e projetar o membro a partir do qual ele é feito, de maneira que qualquer deformação resultante não seja excessiva e não ocorra fratura. As tensões as quais os materiais estão sujeitos são: Tipos de tensões as quais uma estrutura está sujeita Como são determinadas as Propriedades Mecânicas dos materiais? As normas técnicas mais comuns são elaboradas pelas: ASTM (American Society for Testing and Materials) ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Ensaio de flexão Ensaio de compressão Ensaio de tração Como são determinadas as propriedades mecânicas dos materiais? Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Diagramas tensão (σ) x deformação (ε) Deformação elástica: deformação reversível, praticamente proporcional à tensão aplicada (lei de Hooke – região linear no gráfico). Átomos se movem, mas não ocupam novas posições na rede cristalina. Deformação plástica: deformação permanente, provocada por tensões que superam o limite de escoamento do material. Átomos se movem para novas posições em relação ao estado inicial a partir da quebra e formação de novas ligações. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Detalhe do fenômeno de estricção no corpo de prova, iniciado no ponto Fmax, denominado Limite de Resistência à Tração Limite de escoamento – final do regime elástico de deformação Diagramas de Tensão x Deformação Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Gráfico tensão x deformação para deformação plástica em aços. Deformação Elástica x Plástica Quais são as principais propriedades mecânicas? • Ductilidade • Maleabilidade • Fragilidade • Dureza • Módulo de Elasticidade • Resiliência • Tenacidade à fratura Módulo de Elasticidade Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Módulo de Elasticidade Módulo de Elasticidade: É a razão entre a tensão e a deformação sofrida pelo material na direção da carga aplicada. Está relacionado à rigidez do material e à resistência à deformação elástica. Módulo de Elasticidade Quanto maior o módulo de elasticidade mais RÍGIDO é o material ou menor é a sua deformação elástica quando aplicada uma dada tensão Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Como consequência do módulo de elasticidade estar diretamente relacionado com as forças interatômicas: Os materiais cerâmicos tem alto módulo de elasticidade, enquanto os materiais poliméricos tem módulo menor. Com o aumento da temperatura o módulo de elasticidade diminui. As características tensão-deformação a baixos níveis de tensão são virtualmente as mesmas, tanto para uma situação de tração como para uma situação de compressão, incluindo a magnitude do módulo de elasticidade. Módulo de Elasticidade Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Ductilidade/Maleabilidade A ductilidade dá uma indicação para um projetista do grau segundo o qual uma estrutura irá se deformar plasticamente antes de fraturar. Em segundo lugar, ela especifica o grau de deformação permissível durante operações de fabricação. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler • Ductilidade: representa a capacidade do material de ser deformado plasticamente quando submetido à um esforço de tração • Maleabilidade: é a capacidade do material em deformar plasticamente, sem ruptura, quando submetido a esforço de compressão. a) Fratura dúctil b) Fratura moderadamente dúctil c) Fratura frágil Ductilidade Diagramas de Tensão x Deformação Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Ductilidade %RA %AL Alongamento percentual (%AL) é a porcentagem de deformação plástica na fratura. No momento da fratura a deformação está confinada a região de “empescoçamento”. Outra forma de representar a ductilidade é a partir da Redução Percentual da Área (%RA). É medido o diâmetro do cilindro no ponto da fratura (df) e, então, calculada a área da secção transversal no ponto da fratura (Af) Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza A dureza é uma medida da resistência de um material a uma deformação plástica localizada (por exemplo, uma pequena impressão ou um risco). Os ensaios de dureza são realizados com mais freqüência do que qualquer outro ensaio mecânico pois: 1. Eles são simples e baratos — normalmente, nenhum corpo de prova especial precisa ser preparado, e os equipamentos de ensaio são relativamente baratos. 2. O ensaio é não-destrutivo — o corpo de prova não é fraturado, tampouco é excessivamente deformado; uma pequena impressão é a única deformação. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler • Dureza: representa a capacidade de um material de resistir à impressões ou riscos em sua superfície. Existem diferentes escalas de dureza, tais como: Escala de Rockwell Escala de Brinell Microescala de Vickers Elementos penetradores podem ser, por exemplo, de aço ou de diamante (para materiais mais duros) Impressão deixada no corpo de prova O Ensaio de Dureza pode ser dividido em: por risco (Mohs); penetração (Brinell, Rockwell, Vickers, Knoop); O primeiro método padronizado de ensaio de dureza foi baseado no processo de riscagem de minerais padrões, desenvolvido por Mohs, em 1822 – Dureza de Mohs. Dureza Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza 1: talco 6: feldspato 2: gipsita 7: quartzo 3: calcita 8: topázio 4: fluorita 9: safira 5: apatita 10: diamante D U R E Z A D U R E Z A Desvantagem da técnica: A maioria dos metais apresenta durezas Mohs 4 e 8, e pequenas diferenças de dureza não são acusadas por este método. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler ENSAIO PRÉ-CARGA CARGA Rockwell Comum 10 Kgf 60 Kgf 100 Kgf 150 Kgf Rockwell Superficial 3 Kgf 15 Kgf 30 Kgf 45 Kgf Os ensaios Rockwell constituem o método mais comumente utilizado para medir a dureza. Com este sistema, um número índice de dureza é determinado pela diferença na profundidade de penetração que resulta da aplicação de uma carga inicial menor seguida por uma carga principal maior; a utilização de uma carga menor aumenta a precisão do ensaio. Aço Diamante (para materiais mais duros) Dureza – Ensaios de Dureza Rockwell A pré-carga tem a função de eliminar a ação de eventuais defeitos superficiais, aumentando a precisão do ensaio. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza – Ensaios de Dureza Rockwell Representação da dureza Rockwell O número de dureza Rockwell deve ser seguido pelo símbolo HR, com um sufixo que indique a escala utilizada. Interpretação do resultado 85 HRC: · 85 é o valor de dureza obtido no ensaio; · HR indica que se trata de ensaio de dureza Rockwell; · a última letra, no exemplo C, indica qual a escala empregada. Escalas de Dureza Rockwell Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler O ensaio de Dureza Brinell, consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F, durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de diâmetro d. Dureza – Ensaios de Dureza Brinell O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado com carga que varia de 500 a 3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro, de aço temperado. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza – Ensaios de Dureza Brinell O Índice de Dureza Brinell, HB, relaciona a carga aplicada no corpo de prova com do diâmetro da impressão (‘’risco’’) resultante. Esse diâmetro é medido com um microscópio especial e é convertido ao número HB apropriado com o auxílio de um gráfico; com essa técnica, emprega-se apenas uma escala. Vista Lateral da impressão Vista Superior da impressão Fórmula para o cálculo da dureza O índice de dureza Brinell deve ser seguido pelo símbolo HB, sem qualquer sufixo, sempre que se tratar do ensaio padronizado, com aplicação da carga durante 10 a 30 segundos 75HB Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza – Ensaios de Dureza Brinell Exercício 3: Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell no qual se usou uma esfera de 2,5 mm de diâmetro e aplicou-se uma carga de 187,5 kgf. As medidas dos diâmetros de impressão foram de 1 mm. Qual a dureza do material ensaiado? Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler VANTAGENS DO MÉTODO ROCKWELL: •Superfícies não necessitam de polimento; •Não necessita de sistema óptico; •Equipamento mais simples. DESVANTAGENS: •Necessidade de usar muitas escalas e esferas diferentes para abranger toda a gama de materiais possíveis. Dureza – Ensaios de Dureza Rockwell VANTAGENS DO ENSAIO BRINELL: • é usado especialmente para avaliação de dureza de metais não ferrosos, ferro fundido, aço e peças não temperadas. • É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em metais que não tenham estrutura interna uniforme (materiais heterogêneos); DESVANTAGENS: •O uso deste ensaio é limitado pela esfera empregada. Usando-se esferas de aço temperado só é possível medir dureza até 500 HB, pois durezas maiores danificariam a esfera. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Microdurezas Outras técnicas de ensaio de dureza são a de Knoop e a de Vickers (pirâmide de diamante). Utiliza-se um penetrador de diamante muito pequeno. A microdureza utiliza forças de ensaio bastante baixas, geralmente, inferiores a 1kgf. Interesse: •Medição da dureza de microconstituintes; •Dureza em peças de dimensões muito pequenas. Dureza – Ensaios de Microdureza Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Dureza Variação da dureza em função da temperatura para diferentes tipos de materiais. Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Resiliência e Tenacidade Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler • Tenacidade: representa uma medida da habilidade de um material em absorver energia até a sua fratura. Para que um material seja tenaz, ele deve apresentar tanto resistência como ductilidade; em geral, materiais dúcteis são mais tenazes do que materiais frágeis. • Resiliência: capacidade de um material absorver energia quando ele é deformado elasticamente e depois, com o descarregamento, ter essa energia recuperada. Esquema de ensaio de impacto Resiliência e Tenacidade Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Resistência à flexão: é definida com a tensão máxima que um corpo de prova suporta antes de romper quando sujeito a um esforço de flexão. Utilizado para avaliar a resistência mecânica de materiais cerâmicos, principalmente para revestimentos e telhas. Resistência à compressão: É definida com a tensão máxima antes da ruptura, que um corpo de prova pode resistir quando submetido a esforços de compressão. Este ensaio é utilizado principalmente para avaliar a resistências de tijolos, blocos e concreto. Fluência: limite de resistência à deformação em temperaturas elevadas. Fadiga: limite de resistência à fratura de materiais submetidos a carregamentos cíclicos. Outras Propriedades Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Aspecto da Ruptura por Fluência Outras Propriedades - Exemplos Máquina de Ensaio – Fluência Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Outras Propriedades - Exemplos Aspecto da Ruptura por Fadiga em alumínio. Interprete o Gráfico Tração X Deformação abaixo: a) Qual material é mais dúctil? b) Qual tem maior resistência ao alongamento? Exercícios Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler Introdução à Ciência dos Materiais Profa. Camila Maler 1. Quais são as principais propriedades mecânicas dos materiais? Explique-as suscintamente. 2. Qual é a diferença entre Deformação Elástica e Deformação Plástica? Faça um esboço de um diagrama de Tensão x Deformação e indique a região do gráfico onde ocorre cada deformação. 3. Qual diferença entre ductibilidade e maleabilidade? 4. Qual a propriedade que reflete melhor a resistência de material ao desgaste? Justifique sua resposta. a) Ductibilidade b) Tenacidade c) Dureza d) Limite de Resistência à Tração. 5. Escolha uma das propriedades mecânicas abaixo e justifique a sua intensidade (alta ou baixa) para cada material, usando como argumento o tipo de ligação química envolvido. Metal Cerâmica Polímero Dureza alta alta baixa Ductibilidade alta baixa alta
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