Buscar

Cap 8 Desenvolvimento Eco Nali de Jesus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluno: Pedro Henrique Bilheiro da Silva
Matricula: 201410030-4
Fichamento do Cap. 8
Enquanto a corrente cepalina atribui o subdesenvolvimento a assimetria das relações internacionais e a causas bloqueadores internas, como a concentração da propriedade e da renda, economistas de raízes neoclássicas consideram esses fatores menos relevantes e centram sua atenção na acumulação de capital e a na adoção de inovações tecnológicas. Para estes economistas, o desenvolvimento deriva do crescimento industrial acelerado e de transformações estruturais, que estão intimamente associadas com a criação de atividades diretamente produtivas e a implantação de infraestruturas econômicas e sociais, assim como por combinações mais eficientes dos fatores produtivos.
Tendo em vista a existência de condições desfavoráveis, alguma estratégia precisa ser adotada para reduzir os custos médios, elevar a taxa de lucro, atrair novos investimentos e gerar um processo acumulativo de crescimento econômico. Com esse objetivo, duas estratégias principais de industrialização são apresentadas a seguir: uma procura contornar problema da insuficiência de demanda pela dispersão dos investimentos, de modo equilibrado, entre varias industrias para criar mercado interno, via expansão do emprego e da renda; outra sugere concentrar os investimentos de modo desequilibrado em ramos industriais de maior rentabilidade e com maior poder de encadeamento do crescimento no interior do sistema econômico.
8.1 crescimentos equilibrado ou estratégia do grande impulso
A estratégia de crescimento equilibrado entre oferta e demanda parte do pressuposto de que um empreendimento não viável do ponto de vista individual poderá apresentar rentabilidade positiva quando considerado em conjunto com outros empreendimentos. Assim um projeto individual poderá fracassar por insuficiência de demanda, não sendo o caso quando vários outros forem implantados simultaneamente o mercado necessário.
8.1.1 Proposta de rousenstein-rodan para a Europa oriental
A ideia de rousenstein-rodan consistia na realização de um conjunto de investimentos em uma gama variada de industrias, promovendo verdadeiro ataque frontal, um grande impulso na economia, big push, de sorte que os novos trabalhadores constituiriam mercado para as novas atividades. Assim, cada nova indústria encontraria mercado na própria área, pela expansão interna da massa salarial e do efeito renda sobre o consumo.
Embora as interdependências entre as atividades se manifestem nas relações de insumo produto, são as complementariedades através da demanda final que fundamentam a ideia do grande impulso. A hipótese subjacente é a de que a demanda cresce simultaneamente com a expansão da oferta, verificando-se a lei de Say. A estratégia de Rodan implicava na inserção da Europa oriental e sul oriental na economia mundial, preservando as vantagens da divisão internacional do trabalho, com a ideia de complementariedade interindustrial, mediante grandes investimentos internacionais e empréstimos de capital. A principal vantagem de sua proposta consistia em uma industrialização baseada no consumo, o que seria feito, portando sem sacrifícios da população e no desenvolvimento industrial com altos coeficientes de trabalho.
8.1.2 Nurske e o rompimento do círculo vicioso da pobreza
Crescimento com equilíbrio entre oferta e demanda foi proposto mais tarde também por Nurske. Sua argumentação baseia-se no fato de que o investimento isolado nem sempre apresenta rentabilidade devido a pequena dimensão do mercado interno. Incentivos governamentais concedidos como redução tributarias e melhorias infra estruturais, aumentaram o grau de competividade das exportações, mas podem ser insuficientes para gerar crescimento significativos. No vaso de produtos manufaturados, a competição é muito fraca nos estágios iniciais do desenvolvimento. Embora fosse viável a exportação de produtos com baixa relação k/l. em função da mão de obra ser amis barata, Nurske acreditava que a solução estaria no próprio mercado interno. Nas economias subdesenvolvidas, porém o crescimento fica bloqueado pelo baixo nível do investimento, explicado em parte pela insuficiência de recursos financeiros. Chega-se ao círculo vicioso do subdesenvolvimento e Burke, segundo o qual um país é pobre porque é pobre.
8.1.3 vantagens e desvantagens do crescimento diversificado
A suposição básica de rousenstein-rodan e de Nurske é a de que uma onde de investimentos, realizados em um conjunto de industrias diferentes, pode ser bem-sucedida, enquanto qualquer aplicação de capital por um empresário individual em determinada indústria tenderia a fracassar em principio ou ser bloqueada ela pequena dimensão do mercado interno. As maiores vantagens da estratégia grande impulso consistem no aumento do estoque de capital, na ampliação do tamanho do mercado e na possibilidade de especialização e aumento de eficiência. 
Essa forma de crescimento não contraria, portanto, o princípio das vantagens comparativas no longo prazo. A desvantagem dessa estratégia é a insuficiência de recursos para investimentos em todas as frentes. A realização de um conjunto de investimentos para desenvolver o mercado interno pressupõe o concurso do capital estrangeiro, de risco e de empréstimo. Tradicionalmente, porem o capital estrangeiro tem se concentrado na agricultura de exportação e na indústria extrativa, porque são estes os setores que tende, a apresentar rentabilidade compatível com os riscos.
Apernas em determinados países, como os da Europa ocidente e o canada, o capital estrangeiro procurou o setor de mercado interno nas fases iniciais do desenvolvimento, porque apresentava rentabilidade elevada. Foi somente em fases posteriores e já com alguma industrialização que o capital estrangeiro se interessou por países como brasil, México e índia.
8.2 Crescimento desequilibrado como estratégia de crescimento
A insuficiência de recursos e a necessidade de planejamento global constituem as críticas principais do crescimento diversificado. O crescimento desequilibrado em setores chave pode aproveitar melhor os recursos disponíveis. Além disso, como observou Perroux, o crescimento não surge espontaneamente em todas as partes, ao mesmo tempo, mas em pontos ou polos de crescimento, para difundir-se posteriormente por vários canais por toda a economia. Essa polarização natural sugere também que a desigualdade regional aumenta com o crescimento econômico acelerado, atingem um ponto de máximo em determinado momento do tempo, para declinar-se em seguida, quando se inicia um processo de despolarização.
8.2.1 a teoria dos polos de crescimento de François Perroux
A teoria dos polos de crescimento de François Perroux foi desenvolvida de pôr François Perroux em 1955 ao observar a concentração industrial na França em torno de paris, e na Alemanha ao longo do vale da Ruhr. Os polos industriais de crescimento surgem em torno de uma aglomeração urbana importante(paris) ao longo das grandes fontes de matérias primas (vale do Ruhr), assim como nos locais de passagem de fluxos comercias significativos e em torno de uma grande área agrícola dependente (são Paulo). O polo de crescimento tem uma forte identificação geográfica, porque ele é produto das economias de aglomeração gradas pelos complexos industriais, que são liderados pelas industrias motrizes. Um complexo industrial é m conjunto de atividades ligadas por relações de insumo produto. Ele se torna um polo de crescimento quando for liderado por uma ou mais industrias motrizes e sele se tornara um polo de desenvolvimento quando provocar transformações estruturais e expandir o produto e o emprego no meio que está inserido.
8.2.2 desenvolvimentos como cadeia de desequilíbrios
Nos países subdesenvolvidos de industrialização tardia, os empresários potenciais somente se lançam em novos empreendimentos sob condições especiais, como altas taxas de lucro ou por esforços concentrados e dirigidos. Desse modo surgiu a ideia de industrialização sob coordenação do estado,através do planejamento central, adotando-se estratégias de industrialização equilibradas ou desequilibradas. Essa última estratégia postula que os investimentos devem ser efetuados em setores selecionados, com maiores chances de sucessos. Em sua tendência natural porem o crescimento segue uma trajetória descontinua, gerando no tempo uma serie de desequilíbrios ou de avanços desiguais dos setores, a preocupação em corrigir os desequilíbrios pelo planejamento sob pretexto de manter o crescimento equilibrado pode destruir importantes mecanismos de crescimento, que são os efeitos de indução e de sinalização do mercado. Tanto Hirschmann como Schumpeter acreditavam que os desequilíbrios constituem poderosas engrenagens do desenvolvimento. A cada movimento da economia corresponde uma resposta a um desequilíbrio precedente.
Ademais, Hirschmann defendeu a ideia de que os países subdesenvolvidos dispõem de força de trabalho, poupança e capacidade empresarial suficientes para a realização de projetos específicos. A economia ressente-se, no entanto, de mecanismos de indução as inovações tecnológicas e ao investimento. Segundo ele, os próprios desequilíbrios estimulam os investimentos que seriam respostas a desafios opondo-se, portanto, a ideia de crescimento equilibrado. Ele acreditava mais em soluções sequenciais do que em soluções simultâneas por que estas exigem uma massa de recursos financeiros e humanos inexistentes em países subdesenvolvidos, enquanto as realizações sequenciais constituiriam as respostas necessárias ao atendimento dos desequilíbrios gerados pelo próprio crescimento precedente.
8.3 interdependências tecnológica e industrialização
A atenção de Hirschmann voltou-se para o investimento induzido e para as atividades indutoras, supondo a existência de uma infraestrutura econômica e social compatível com as necessidades do desenvolvimento
8.3.1 encadeamentos na matriz de insumo produto
Os efeitos de encadeamento podem ser visualizados na matriz de insumo produto M, apresentada no quadro 8.1. Nas colunas dessa matriz observam-se as compras de insumos, o valor adicionado e a produção total setorial; nas linhas distribui-se as vendas de insumos, a demanda final e a produção total. A atividade a1 compra insumos x11 de si própria e x21 da atividade a2 e adiciona v1(salários, juros, aluguel, impostos, lucros), gerando a produção bruta total x1. A coluna 1 constitui a função de produção.
8.3.2 encadeamentos e equilíbrios da balança comercial
A outra estratégia de industrialização é considerar os fluxos intersetoriais para escolher as atividades que não provoquem impactos desfavoráveis na balança comercial. Esse método é explicado adiante, na matriz triangulai ada dos fluxos intersetoriais. Considerando a mesma tecnologia uma economia 1 relativamente industrializada poderia servir de modelo a uma economia 2 não industrializada cujos produtos industriais consumidos por sua população sejam substituídos por importações.
Desse modo as importações não deveriam ser restringidas a não ser como estratégia para economizar divisas e importar bens essenciais ao desenvolvimento. No mesmo sentido, as exportações exercem uma função essencial ao financiar as importações e ao gerar efeitos multiplicadores sobre o setor de mercado interno. As importações estabelecem as industrias a serem desenvolvidas em primeiro lugar tendo em vista a dimensão mínima do mercado. As ligações de insumo produto vão dar prioridade as industrias a serem implantadas inicialmente, mesmo se todas elas encontrarem na área um mercado com as dimensões mínimas.
8.3.3 mensurações dos efeitos de encadeamento
A estratégia de crescimento desequilibrado, esboçada acima, pode ser formulada, agora, com mais detalhes. Esse detalhamento é necessário quando a economia apresenta um grau de industrialização mais elevado, de sorte que a triangulação de sua matriz de relações intersetoriais não indica, claramente, quais as industrias a serem implantadas prioritariamente. Como já foi visto, os efeitos de encadeamento são os impactos que as diferentes atividades exercem sobre as demais, quando aumentam sua produção. Tais impactos ocorrem para trás no processo produtivo, verticalmente, por meio das compras, e para frente, no sentido horizontal, por meios das vendas de insumos.
8.4 teorias da integração econômica
As estratégias de industrialização estudadas sugerem que o desenvolvimento econômico se apresenta como um processo de crescimento articulado entre suas diferentes partes. Por conseguinte, o subdesenvolvimento representa a desarticulação dos diferentes setores e regiões de uma economia, predominando a dependência, a assimetria e a evasão dos efeitos de encadeamento da produção e do emprego para o exterior. Assim, como salientou Leontief a economia é subdesenvolvida quando lhe faltam partes, que podem ser constatadas na matriz de insumo produtos correspondentes. Consequentemente o desenvolvimento de uma economia pode ser definido pelo preenchimento de seu matriz insumo produto, mediante a implantação de novos blocos de atividades, unindo setores até então desconectados, como certas industrias interligadas e vinculadas a agricultura e aos serviços.
O circuito clássico da economia pressupõe que todos os agentes interagem de fora integrada, continua, sem ruptura. Novos setores introduzidos no modelo, como o setor financeiro, o governo e o setor externo, não modificam a hipótese da fluidez dos circuitos entre os diferentes segmentos da economia. Todos os setores são interligados por redes desenvolvidas de transportes e comunicações, que favorecem a circulação de bens e serviços, pessoas e informações. Os circuitos de propagação dos efeitos de encadeamento encontram-se desenvolvidos, tanto do ponto de vista setorial como espacial. Na prática porem principalmente nos países subdesenvolvidos, tanto do ponto de vista setorial como espacial.
A integração econômica pode revestir varias formas, no campo da economia internacional: zonas de livre comercio entre países, união aduaneira, mercado comum e união econômica total. O conceito que está sendo adotado neste livro é mais geral, compreendendo a articulação de regiões dentro ou fora de um país, assim como as partes de um conjunto de setores produtivos no interior de ou fora de complexos de atividades econômicas mais diversas.
8.4.1 integrações intersetorial
A integração econômica compreende, portanto, a integração intersetorial e a regional. A intersetorial ocorre vertical e horizontalmente no interior de uma matriz de insumo produto. Dois setores apresentam se integrados verticalmente quando suas relações ocorrem para trás no processo produtivo e mostram-se integrados horizontalmente quando tais ligados se processam para frente do referido processo. O aumento da produção de uma atividade integrada expandirá direta e indiretamente a produção das atividades ligadas. Quanto maior a integração do parque produtivo local, menores serão os vazamentos dos efeitos de encadeamento em direção de outras economias. No entanto, com o crescimento econômico global, a integração aumenta o volume de comercio, porque as importações em cada área dependem da renda e porque as empresas tecnologicamente ligadas compram insumos onde forem mais baratos e de melhor qualidade.
A expansão da rede interindustrial interna ocorre com a diversificação do parque produtivo local, através de atividades que se ligam tecnologicamente e via demanda final com outras atividades da área.
A redução da vulnerabilidade de um complexo significa a implantação ou o desenvolvimento de novos setores capazes de funcionar como pontos de articulação adicionais. Quando o complexo possuir apenas um ponto de articulação, ele será vulnerável, porque a redução da produção ou o desaparecimento do ponto de articulação existente poderá colocar em depressão todo o complexo. As crises no interior do complexo podem ser ocasionadas, principalmente, se o ponto de articulação for muito sensível as flutuações conjunturais externas, transportando-as, dessa forma,para seu interior. No exemplo anterior, a introdução de umas segundas fabrica consumidora de produtos siderúrgicos ou de produtos agrícolas reduziria a vulnerabilidade de economia local, por constituir um ponto de articulação adicional, entre os dois extremos da cadeia produtiva.
8.4.2 benefícios da integração econômica
De um modo geral, pode-se afirmar que a integração desses países no contexto do Mercosul está sendo positiva para todos os países envolvidos. Em primeiro lugar, o aumento dos negócios no interior de cada país está proporcionando a formação de empresas binacionais o que facilita a mobilidade de capitais e capacidade empresarial. Em segundo lugar, o aumento da concorrência está produzindo impactos sobre a melhorai da eficiência produtiva e cada país membro. Com a abertura da economia, os setores com dificuldades são obrigados a se ajustar sob pena de serem deslocados pelos concorrentes. Em terceiro lugar, a integração esta induzindo investimentos em infraestruturas, como portos e aeroportos, e está produzindo efeitos culturais e sociais as firmas ameaçadas pela concorrência sobretudo na argentina fazem pressão para que o governo adote medidas restritivas a entrada de produtos de outros países do bloco, principalmente no brasil.
8.5 Conclusão
Este capitulo discutiu a estratégia de industrialização diversificada, envolvendo grande numero de atividades, e a alternativa de industrialização concentrada em setores específicos. O grande problema da industrialização diversificada diz respeito a escassez de capital, de capacidade empresarial e de mão de obra especializada para a realização de um ataque frontal em todos os setores, simultaneamente. De outra parte, a carência de técnicos especializados em planejamento nos países subdesenvolvidos e uma postura desfavorável ao planejamento, por certos países partidos constituem outra grande dificuldade para a implementação de uma estratégia de crescimento diversificado e em bloco, no conjunto da economia. Além disso, o crescimento desequilibrado, em favor de setores chave, com os maiores índices de encadeamento, ou com vantagens comparativas de custo, pode ser a única alternativa para um país que não pode contar com um plano Marshall impulsionando um grande programa de investimentos. A aplicação gradativa de investimento sem setores específicos passo a passo ademais está mais de acordo com o espirito capitalista, que se traduz no incentivo a livre iniciativa individual. Certamente o estado continua sendo o agente fundamental do desenvolvimento, coordenando a ação geral, concedendo créditos a produção e ao investimento, criando programas de incentivo à exportação ao treinamento da mão de obra e implantando infraestruturas. De outra parte, os desequilíbrios constituem importantes mecanismos de sinalização do mercado, indicando onde se deve atuar, para corrigir estrangulamentos e promover maior crescimento posterior.
Mesmo que a economia dispusesse de recursos financeiros, físicos e humanos para o crescimento diversificado, o desenvolvimento de pequeno numero de projetos-chave pode ser mais importante por gerar economias de escala e desencadear uma serie de efeitos induzido no conjunto da economia, como telefonia rural, eletrificação de ferrovias, modernização dos portos, abertura de novas linhas de trens urbanos para transporte de passageiros, implantação de nova indústria e construção de usinas geradoras de energia elétrica. A pulverização de recursos no conjunto da economia dilui e enfraquece os efeitos de encadeamento, como já tinha sido apontado por campos (2003).
No processo de crescimento desequilibrado, em favor de setores com elevados índices de encadeamento da produção e do emprego, geram-se alguns estrangulamentos que podem bloquear o desenvolvimento, como s desequilíbrios no balanço de pagamento. Assim, a estratégia de crescimento precisa ser voltada também para as exportações, com ênfase nas de produtos manufaturados, com altos coeficientes de trabalho. As exportações industrializadas para os quais os países subdesenvolvidos possuem vantagens comparativas, geralmente são intensivas em trabalho, exercendo, portanto, importantes impactos sobre a geração de emprego, além dos efeitos de multiplicação sobre a produção de atividades ligadas, de mercado interno. Contudo, a medida que as sociedades subdesenvolvidas se tornam mais democráticas, com a emergência de novos grupos sociais de pressão, os desequilíbrios precisam ser atacados antes mesmo de seu agravamento. Pode-se citar a implantação de infraestruturas em regiões menos desenvolvidas, a implementação programas de incentivos as pequenas e medias empresas, a descentralização industrial, o estabelecimento de programas de desenvolvimento agrícola e melhorias sociais de modo geral.
Em suma, o crescimento desequilibrado, no curto prazo, precisa abrir espaços para um crescimento sequencial mais equilibrado no longo prazo, o que pode ser obtido pelo próprio funcionamento do mercado, com coordenação governamental. Com os programas de privatização estatais, em um país como o brasil, certos setores tornam-se mais competitivos e exportadores líquidos. Coma redução do déficit público, o governo passa a dispor de um volume maior de recursos para investir em projetos mais diretamente vinculados comas melhoria do bem-estar da população e com reflexos no setor produtivo. Exemplo disso são os gastos com a melhoria da saúde do trabalhador e de sua família bem como os que são alocados na educação básica da população e no treinamento e reconversão da mão de obra, em face das novas tecnologias.

Continue navegando