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Peça Trabalhista -NPJ 1

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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA XXª VARA DO TRABALHO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SANTA CATARINA
PEDRO LEMOS, nacionalidade, casado, técnico de informática, portador do documento de identidade RG n° (...) e inscrito no CPF sob o n°123.456.789-00, PIS n° (...), titular do e-mail (...), residente e domiciliado na Avenida Brasil, n° 100, bairro Pioneiros, Balneário Camboriú/SC, por intermédio de sua advogada, vem, muito respeitosamente, à presença desse MM. Juízo, propor a
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA – RITO SUMARÍSSIMO
Em face de FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DE SANTA CATARIA, pessoa Jurídica inscrita no CNPJ n° 50.800.400/0001-15, com sede na Avenida Atlântica, N° 500, CEP 74.100-000, Centro, Santa Catarina/SC, pelos motivos abaixo aduzidos.
PRELIMINARMENTE
O reclamante requer o benefício da justiça gratuita, por se encontrar desempregado, não possuindo condições de custear o processo, sem prejuízo próprio nos termos da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, Art. 790 § 3°.
DOS FATOS
HORAS EXTRAS
O Sr. Pedro foi contratado pela Reclamada no dia 02/01/2017, a fim de prestar consultoria na área de informática para clientes da Fundação, na modalidade de teletrabalho. Todavia, para que fosse possível prestar tais serviços, o reclamante deveria se conectar de sua residência no servidor da Fundação, inserindo o Login e senha no sistema informatizado, utilizando-se de internet e computador próprios, estando em conformidade com o disposto no artigo 75-B da CLT.
O reclamante percebia a remuneração mensal de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), em contrapartida cumpria jornada de trabalho de 44 (quarenta e quatro) horas semanais, ajustado em contrato de trabalho, conforme disciplina o artigo 7°, inciso XIII, da Constituição Federal.
Todavia, o reclamante laborava além das 44 horas semanais para qual foi contratado, cumprindo uma jornada de 50 (cinquenta) horas semanais durante o período em que laborou.
É de extrema importância ressaltar que as horas extras não foram liquidadas no termo de rescisão de contrato de trabalho, sendo assim, não restou outra alternativa a não ser recorrer ao Judiciário.
AVISO PRÉVIO
O reclamante foi dispensado no dia 31/01/2018, cumprindo aviso prévio trabalho até o dia 09/03/2018.
O mês de fevereiro de 2018 possuiu 28 dias e o Reclamante não laborou os 33 dias que tinha direito, assegurado pela Lei 12.506/11, Artigo 1°, § único, trabalhando somente por 30 dias, sendo assim, deve ser pago os 3 dias não trabalhados.
PAGAMENTO PELA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS
O reclamante para prestar os serviços, tinham que se utilizar de internet e computador próprio, devendo ser ressarcido pelos custos de internet que durante o período em que trabalho, custava R$ 100,00 mensais, em conformidade com o princípio da alteridade.
MULTA PREVISTA NO ARTIGO 477
As verbas rescisórias devidas foram pagas no dia 09/03/2018, sendo efetuadas através de depósito bancário na conta corrente do Requerente. Todavia, os documentos necessários para o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para recebimento do seguro desemprego foram entregues no dia 16/03/2018, não respeitando o que disciplina o artigo 477, § 6°.
PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Excelência, é devido os honorários sucumbenciais, a fim de respeitar o artigo 791-A da CLT, em grau máximo ou mínimo ou ainda outro valor a ser determinado por V. Excelência.
DO DIREITO
HORAS EXTRAS
A duração de trabalho no direito Brasileiro, em regra é de 08 horas diárias e 44 horas semanais, possuindo como embasamento legal o artigo 7°, da Constituição Federal de 1988, vejamos: 
Artigo 7° “ São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”:
XIII – “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”;
Nas normas infraconstitucionais, temos a previsão também pelo artigo 6°, CLT que disciplina que:
Artigo 6°. “Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento dos empregados, o executado no domicilio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego”. 
Parágrafo único. “Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. ”
Excelência, caso reste dúvidas acerca das horas extras trabalhadas pelo requerente, é possível se verificar a veracidade através dos logs do sistema, sendo assim, é direito do requerente o pagamento das horas extras de 50%, não pagas referente ao período de 02/01/2017 à 31/01/2018.
DO AVISO PRÉVIO
Como já narrado acima, é devido ao requerente os três dias de diferença, no qual ele não laborou, vejamos o que diz o Artigo 1°, § único da Lei n° 12506/11:
Artigo 1° “O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contém até 1(um) ano de serviço na mesma empresa”. 
Parágrafo único. “Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”.
Sendo assim, é direito do requerente receber o pagamento de 03 (três) dias da diferença do aviso prévio.
PAGAMENTO PELA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS
Excelência, como já esclarecido acima, o requerente suportou as despesas com internet, o que lhe custou R$ 100,00 mensais, ferindo o artigo 75-D da CLT, vejamos:
Artigo 75-D.  “As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito”. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
O reclamado também não respeitou os artigos 2° e 3° da CLT que diz a respeito dos riscos da atividade econômica, que deverão ser suportados pelo empregador.
Diante do exposto, requer o reembolso das custas pagas pela internet no valor de R$ 100,00 mensais, durante o período em que estava vigente o contrato de trabalho.
MULTA PREVISTA NO ARTIGO 477
Douto Julgador, o empregador não observou a previsão legal do artigo 477, § 8° da CLT, uma vez que entregou os documentos necessários para o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para o recebimento do seguro desemprego no dia 16/03/2018.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
A citação da reclamada para comparecer à audiência, sob pena do decreto de sua revelia e consequente aplicação dos efeitos da confissão, presumida, quanto à matéria fática.
A condenação da reclamada ao pagamento das seguintes verbas:
- Horas Extras (Valor R$)
- Dos 3 dias de Aviso Prévios não pagos (Valor R$)
- Multa do artigo 477 CLT (Valor R$)
- Honorários advocatícios (Valor R$)
- Despesas por uso de recursos próprios (Valor R$)
DOS REQUERIMENTOS
Diante do Exposto requer:
A produção de todas as provas admitidas em direito;
A correção monetária dos presentes valores, acrescidos de juros desde a citação, até o efetivo pagamento.
Dá se a causa o estimado valor de R$ 26.161,93 (vinte e seis mil centos e sessenta e um reais e noventa e três centavos)
Nestes termos, pede deferimento.
Balneário Camboriú, data.
Advogada
OAB/UF

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