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2ª ATIVIDADE TRABALHISTA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE PARAUAPEBAS-PA
TITO, brasileiro, paraense, casado, desempregado, com RG nº 000000 SSP/PA, CPF nº 0000000, celular nº (00) 000000, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua y, casa 00000, Bairro Y, na cidade de Parauapebas/PA, por sua advogada que assina em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 840, §1º da CLT, propor a presente
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
Em face de PIZZARIA GOURMET LTDA, portador do CNPJ nº XXXX, com sede na Avenida X, bairro A, na cidade de Santarém, pelos argumentos jurídicos a seguir expostos.
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Cumpre salientar que o Requerente percebia remuneração mensal salário inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e hoje se encontra desempregado.
Desta forma, o pagamento de custas e despesas processuais prejudica o seu sustento, bem como o de sua família, com base no artigo 790, §3º da CLT. Além disso, enquadra-se também no que define o art. 14, §1º da Lei 5.584/70 e, baseando-se nessa fundamentação requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça.
II – DOS FATOS
Após juntar durante alguns anos suas economias e auxiliado por seus familiares, Tito comprou uma motocicleta e começou a trabalhar em 15/12/2018 como motoboy na Pizzaria Gourmet Ltda., localizada no Município de Parauapebas, Estado do Pará, realizando a entrega em domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes do empregador. A carteira de trabalho de Tito foi devidamente assinada, com o valor de 1 salário mínimo mensal. Em razão da atividade desempenhada, Tito poderia escolher diariamente um item do cardápio para se alimentar no próprio estabelecimento, sem precisar pagar pelo produto. 
Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais. Tito exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das 18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. No mês de agosto de 2019, Tito fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça).
 Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Tito, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Tito correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Tito gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrábica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. 
Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias. Nos contracheques de Tito, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Tito foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho.
III – DO DIREITO
1. DA ESTABILIDADE DE 1 ANO APÓS O ACIDENTE DE TRABALHO – REINTEGRAÇÃO OU INDENIZAÇÃO
Em seu local de trabalho, o reclamante veio a sofrer acidente de trabalho, ocasionado numa entrega de uma pizza ao cliente ocorrido em agosto de 2019, conforme comunicação de acidente de trabalho, teve que se afastar de suas atividades por 30 (trinta) dias, o qual recebeu o benefício previdenciário. Contudo, fora dispensado após retornar no dia 20/09/2019.
A Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, em seu artigo 118 diz o seguinte:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
No mesmo sentido, o Decreto-Lei nº. 2.172/97, no artigo 153 argui que:
Art. 153. O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.
Sendo assim, faz jus ao reclamante a ser reintegrado junto a reclamada, conforme determina os artigos 118 da Lei 8.213/91 e artigo 153 do Decreto-Lei 2.172/97, com todas as garantias salariais a que teria antes da demissão do reclamante.
E, se por ventura, este r. Juízo entender pela inconveniência da reintegração pleiteada, o reclamante fará jus então a indenização pelo período estabilitário.
1.1. SUCESSIVAMENTE PLEITEA PEDIDO LIMINAR DE INDENIZAÇÃO OU INTEGRAÇÃO AO POSTO DE TRABALHO – VERBAS RESCISÓRIAS.
No caso da reclamada ser condenada a indenizar o período estabilitário e o contrato de trabalho ser rescindido, tem o autor direito ao pagamento das seguintes verbas:
a) salários Vencidos e Vincendos, devidamente corrigidos, inclusive com índices da categoria profissional, incluindo a estabilidade do acidente de trabalho, resultante de 01 (um) após a estabilidade garantida pelo artigo 118 da Lei 8.213/91 e artigo 153 do Decreto-Lei n. 2.173/97;
b) Reflexos das verbas acima, no Aviso Prévio, férias em dobro e simples, acrescidas de 1/3 da Constituição Federal, 13ºs salários FGTS cumulada com multa de 40% inclusive, durante todo o período de estabilidade mencionada.
Ou, se decidir pela reintegração ao posto de trabalho, que seja direito:
a) A reintegração ao seu posto de trabalho, com o intuito de completar os 12 meses mínimos
b) Recebimento de todoas as verbas salariais do período que voltou do afastamento até a presente data que termina a estabilidade, inclusive o cômputo do período para fins de pagamentos de 13º Salário, férias +1/3 da Constituição Federal e FGTS, acrescidos dos reajustes da categoria e/ou na falta destes pelos índices do Governo Federal.
2. HORAS EXTRAS
O reclamante trabalhava por seis dias na semana, das 18 horas às 3h30min, sendo seu intervalo para refeição de apenas 40 minutos, ultrapassando assim, mais de 8 horas diárias trabalhadas sem qualquer recebimento de horas extras, a Lei regulamenta a jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias, conforme artigo 7º, inciso XIII da Constituição Federal e artigo 58 da CLT, in verbis:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Sendo assim, é cabível o pagamento da hora extra extrapolada, ocorrida no decorrer de seu contrato de trabalho, aplicando-se a remuneração de 50% à hora normal, nos moldes do artigo 59, caput e §1º da CLT, bem como a aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.
3. DO ADICIONAL NOTURNO
O art. 7º, inciso IX da Constituição Federal e o art. 73 da CLT descrevem que o adicional noturno consiste em garantia legal a todos os trabalhadores brasileiros maiores de 18 anos. Conforme já aduzido anteriormente, o Reclamante cumpria diariamente das 18 horas às 3h30 min, sem receber qualquer adicional, nesse contexto e nos exatos termos dos dispositivos legaisacima mencionados, o Reclamante faz jus ao adicional noturno dessas horas.
4. DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O reclamante foi contratado para trabalhar na função de motoboy, realizando entregas de pizzas aos clientes do empregador. A atividade do trabalhador que utiliza motocicleta é caracterizada com condições de periculosidade, conforme artigo 193, §4º da CLT, in verbis:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:   
(...)
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. 
Assim, é devido o respectivo adicional de 30% sobre o salário, conforme artigo 1993, §1º, sua integração no salário conforme Súmula 191, inciso I, do TST, in verbis:
Súmula nº 191. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO 
I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais.
5. DO PEDIDO DE INTEGRAÇÃO SALARIAL DAS GORJETAS RECEBIDAS.
O reclamante percebia mensalmente o valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) a título de bonificação espontânea recebida por seus clientes, sendo tal valor não compreendido em sua remuneração. Mediante fato é cabível a integração das gorjetas recebidas na remuneração do Reclamante, conforme artigo 457 da CLT e súmula 354 do TST, com a devida anotação em carteira.
6. DEVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
O reclamante teve descontado em seu salário o valor de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sendo que não autorizou o desconto. Conforme regula a lei, no artigo 578 da CLT, é cabível desde que, previamente e expressamente, seja autorizado pelo empregado. Sendo assim, requer-se a devolução do valor descontado a título de contribuição sindical.
7. DO INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO
O reclamante usufruía apenas de 40 minutos diários para realizar as suas refeições, assim, sendo inferior a 1 hora. O reclamante laborava mais de 6 horas por dia, sendo obrigatória a concessão de um intervalo para alimentação ou repouso de uma hora, conforme artigo 71 da CLT, in verbis:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
Mediante a supressão de 20 minutos diários, na concessão do intervalo intrajornada, nos moldes do artigo 71, § 4º da CLT,, o reclamante faz jus ao pagamento do período suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração, in verbis: 
§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.      
8. DOS REFLEXOS
Comprovada a habitualidade nas prestações das horas extras e a incidência do adicional de periculosidade acima aludido, dever ser observado em favor do reclamante os seus reflexos em aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário, descanso semanal remunerado, depósitos do FGTS e consequentemente a multa rescisória de 40%.
9. DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL
O reclamante, em agosto de 2019, sofreu acidente enquanto laborava, sendo atacado e gravemente lesionado por cachorros do cliente, o qual entrega a pizza, tal acidente violou sua integridade física, bem como o onerou em ter que comprar vacina antirrábica, no valor de R$ 30,00 (trinta reais), recomendado pelo médico. Verifica-se no caso em tela clara violação moral, conforme artigo 223-C da CLT, sendo cabível indenização pela reclamada, conforme artigo 223-E da CLT, bem como o ressarcimento dos valores gastos com medicação, presentes no artigo 223-F, pelo nexo de necessidade da medicação com o acidente suportado, in verbis:
Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.   
Art. 223-E.  São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão. 
Art. 223-F.  A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.   
Importa se faz mencionar a clara responsabilidade da Reclamada pelos danos suportados pelo Reclamante, conforme preceitua a Lei nº 12.009/09, artigo 6º.
IV – DOS PEDIDOS
Diante das considerações expostas, pleiteia o Reclamante a condenação da Reclamada nos seguintes pedidos:
a) que seja deferido o benefício da gratuidade da justiça, devido a difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio;
b) o deferimento do pedido liminar para que a reclamada reintegre o reclamante as suas atividades laborais devido a estabilidade não respeitada ou o pagamento da indenização pelo tempo de estabilidade;
c) que seja retificada as anotações na CTPS do Reclamante para constar as gorjetas pagas habitualmente em todo o período laborado;
d) Integração do valor pago a título de gorjetas em todas as verbas decorrentes do pacto laboral;
e) Pagamento do adicional noturno refletido em todo o período trabalhado;
f) pagamentos das horas extraordinárias acrescidas de 50% referentes ao período extraordinariamente trabalhado, considerando a redução do horário noturno;
g) Pagamento dos intervalos suprimidos acrescidos de 50% em todo o período laborado;
h) Ressarcimento do desconto indevidamente efetuado a título de contribuição sindical;
i) Pagamento do adicional de periculosidade em todo o período do pacto laboral;
j) Que seja a Reclamada condenada a pagar ao Reclamantes a indenização pelo dano moral e material vivenciado;
k) Condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios;
l) Da condenação da Reclamada aos honorários advocatícios de sucumbência fixados em 20% sobre o valor da liquidação da sentença;
m) Que a reclamada seja notificada para que, querendo, apresente defesa até a audiência, sob pena de revelia.
Requer provar por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, superveniente, pericial e depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confissão.
Dá-se a causa valor de R$ XXXX
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Parauapebas/PA, XX de outubro de 2019.
_______________________________________
Advogado

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