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As questões prejudiciais
Questões prejudiciais são aquelas que devem ser avaliadas pelo juiz com valoração penal ou extrapenal e devem ser decididas antes do mérito da ação principal. Elas funcionam como elementar da infração penal.
Exemplo: Art. 235, do CP – “contrair alguém, sendo casado, novo casamento.” A questão prejudicial em relação ao casamento (sendo casado) está inserida dentro do tipo penal. Se está inserida dentro do tipo, temos uma elementar da infração penal. Por isso, prevalece na doutrina que a natureza jurídica da questão prejudicial é de elementar da infração penal.
Características:
Anterioridade – A questão prejudicial deve ser decidida antes da questão prejudicada.
Essencialidade ou Interdependência – O mérito da ação principal depende da resolução da questão prejudicial.
Autonomia – A questão prejudicial pode ser objeto de uma ação autônoma.
Questão prejudicial X Questão preliminar:
 Prejudiciais são as questões que devem ser avaliadas pelo juiz com valoração penal ou extrapenal e devem ser decididas antes do mérito da ação principal.
	QUESTÃO PREJUDICIAL
	QUESTÃO PRELIMINAR
	Penal ou extrapenal
	Processual ou de mérito
	Ligada ao direito material
	Ligada ao direito processual
	Ligadas ao mérito da infração penal
	Ligadas à existência de pressupostos processuais
	Sempre autônomas
	Sempre vinculadas
	
	
	Decidida por um juízo penal ou extrapenal
	Sempre decidida por um juízo penal
 Questão Preliminar é o fato processual ou de mérito que impede que o juiz aprecie o fato principal ou uma questão principal.
As questões prejudiciais estão ligadas ao direito material (funcionam como elementar da infração penal), enquanto que as questões preliminares estão ligadas ao direito processual. Aquelas estão ligadas ao mérito da infração penal, enquanto que estas estão ligadas à existência de pressupostos processuais de existência e de validade.
Questões prejudiciais são autônomas. Já as questões preliminares são sempre vinculadas àquele processo penal específico. Estas devem ser sempre decididas por um juízo penal, enquanto que as prejudiciais podem ser decididas tanto por um juízo penal quanto por um juízo extrapenal.
Sistema de solução das questões prejudiciais:
1. Sistema da prejudicialidade obrigatória ou da separação jurisdicional absoluta – O juiz penal nunca será competente para decidir a questão prejudicial heterogênea, nem mesmo de maneira incidental. Quando o juiz penal se deparar com uma questão prejudicial de outro ramo do direito, ele para tudo e manda para o juízo extrapenal. Esse sistema vigora quanto às questões prejudiciais heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas.
Vide art. 92 do CPP:
Art. 92 – Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
2. Sistema da prejudicialidade facultativa – O juiz penal tem a faculdade de decidir ou não sobre as questões prejudiciais heterogêneas. Esse sistema vigora quanto às demais questões, que não sejam relativas ao estado civil das pessoas.
Vide Art. 93 do CPP:
Art. 93 – Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
Classificação das questões prejudiciais:
1. Questão prejudicial homogênea ou comum – pertence ao mesmo ramo do direito da questão prejudicada. São resolvidas por meio da conexão e da continência (reunindo os processos). O CPP não trata das questões prejudiciais homogêneas nos arts. 92 e 93, mas tão-somente das heterogêneas.
2. Questão prejudicial heterogênea ou incomum – pertence a ramo do direito diverso da questão prejudicada. Na homogênea, tudo é direito penal. Na heterogênea, as questões pertencem a ramos diversos (um é necessariamente direito penal e outro civil, por exemplo). O estado civil é espécie de questão prejudicial heterogênea. Mas não necessariamente toda questão prejudicial heterogênea tem que versar sobre estado civil.
Competência:
1. Questão prejudicial não devolutiva – será sempre analisada pelo juízo penal. Quais são elas? As homogêneas.
2. Questão prejudicial devolutiva – o juiz penal devolve o conhecimento dessa questão prejudicial ao seu juiz natural. Esta subdivide-se em:
a) Absoluta – jamais poderá ser analisada pelo juízo penal. São as questões heterogêneas relacionadas ao estado civil das pessoas. Sempre que o juiz penal se deparar com isso, jamais poderá decidir. Automaticamente cessa a sua competência e ele se vê obrigado a remeter as partes para que o cível dirima a questão.
b) Relativa – pode, eventualmente, ser analisada pelo juízo penal. São as heterogêneas, à exceção daquelas relativas ao estado civil das pessoas.
Efeitos:
1. Questão prejudicial obrigatória – sempre acarreta a suspensão do processo. O juiz penal, deparando-se com ela, obrigatoriamente vai ter que suspender o processo. É exatamente a questão prejudicial devolutiva absoluta. É aquela heterogênea relacionada ao estado civil das pessoas porque como ela não pode ser enfrentada pelo juiz penal, ele se vê obrigado a suspender o processo.
2. Questão prejudicial facultativa – pode, eventualmente, acarretar a suspensão do processo. Seria o caso da devolutiva relativa porque vai depender do caso concreto.
2. PROCESSOS INCIDENTES. (Art.95 a 154, CPP.)
-EXCEÇÕES. (Art.95 a 111, CPP.)
Em sentido amplo: compreende o direito processual subjetivo do acusado em se defender, ora combatendo diretamente a pretensão do autor, ora deduzindo matéria que impede o conhecimento do mérito, ou, ao menos, enseja a prorrogação do curso do processo.
Em sentido estrito: pode ser conceituada como o meio pelo qual o acusado pretende a extinção do processo sem o conhecimento do mérito, ou, pelo menos um atraso em seu andamento.
Recaem sobre os pressupostos processuais ou as condições da ação.
Espécies de exceções:
a) Peremptórias: quando acolhidas, põe termo a causa, extinguindo o processo; dentre elas destacam-se a coisa julgada e litispendência.
b) Dilatórias: estas acarretam apenas a prorrogação no curso do processo, procrastinando-o, aguardo-o ou transferindo o seu exercício, Exemplo: suspeição e incompetência.
-EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA e COISA JULGADA.
São baseadas na proibição de uma mesma pessoa ser processada e julgada mais do que uma vez pelos mesmos fatos (non bis in idem).
Arguir-se-á exceção de coisa julgada quando ocorreu o transito em julgado da sentença relativa a um fato e nova ação é proposta baseada no mesmo fato já julgado. Só poderá ser oposta em relação ao fato principal, que foi objeto da sentença.
Arguir-se-á exceção de litispendência na existência de duas ações penais em curso, processando o mesmo réu pelo mesmo fato. Importante ressaltar que não há litispendência quando se instaura dois inquéritos policiais para a apuração de fatos.
No caso de ser instaurado inquérito policial com uma ação já em curso, não sendo por requisição do juiz ou MP, para o caso de diligências complementares, caracteriza-se constrangimento ilegal, cabendo "habeas corpus".
Portanto, havendo duas ações iguais, isto é, verificada a identidade dos elementos identificadores (pedido, partes e causa de pedir), válida será a que se verificou primeiramente a citação válida, conforme preceitua o art.219, CPC, a outra, será excluída.
Neste caso abrange não só a titularidade de ação (`ad causam`), mas também a capacidade exercício (`ad processum`), isto é, a necessáriapara a pratica dos atos processuais. Esta é a doutrina majoritária.
Exemplos: - queixa oferecida em caso de ação penal pública.
- denúncia oferecida em hipótese de ação penal privada.
- quando o querelante é incapaz, não podendo estar em juízo
- quando o querelante não é o representante legal do ofendido.
- quando na ação penal privada personalíssima a queixa é oferecida pelo sucessor da vítima.
-INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS.
Tal como a suspeição, pois afeta a parcialidade dos órgãos responsáveis pela condução do processo, contudo, é mais gravoso, ao passo que há o interesse na solução da causa.
No que tange à incompatibilidade, geralmente, é prevista nas normas de organização judiciária e cuida das hipóteses de parcialidade não previstas na suspeição e impedimento.
-EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO.
Os motivos de suspeição estão relacionados no art. 254, CPP. Caso o juiz da causa não se declare suspeito, poderá, a parte arguir a exceção de suspeição, mas não só, é possível de ser arguida, também, contra os sujeitos processuais secundários (membro do M.P, interprete, perito, serventuários da Justiça).
O objetivo é afastar aquele a quem se reputa parcial, sem isenção, não tendo como efeito deslocar a causa de juízo, e sim, afastar a pessoa física do julgador.
A exceção de suspeição é prioritária em relação às demais, tendo em vista que essas últimas devem ser apreciadas por um juiz imparcial.
A decisão que o juiz se julga suspeito é irrecorrível.
No caso de não ser de iniciativa do juiz, pode a parte, via petição, argui-la.
O autor da exceção denomina-se excipiente, e deve mencionar o nome do juiz (excepto) e expor as razões nas quais se escora o pedido, bem como arrolar testemunhas e documentos.
O MP, por sua vez, deve argui-la na ocasião do oferecimento da denúncia (ou na promoção lançada no inquérito), exceto se a causa de suspeição for superveniente.
Anote-se a sumula 234 do STJ estabelecendo que o membro do MP que participou do inquérito não acarreta a suspeição ou impedimento para a promoção da ação penal.
No que tange à autoridade policial, cabe a ela declarar-se suspeita, caso contrário cabe somente recurso administrativo ao seu superior hierárquico.
-EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO.
O juiz tem o poder de aplicar o direito ao caso concreto, porém, não é absoluto, ao passo que existem regras que o delimitam.
Esta exceção é dirigida ao juiz do caso, e este pode aceita-la, remetendo os autos ao juízo competente ou continuar no feito, recusando-a.
No caso da decisão que aceitar, cabe recurso em sentido estrito. Da que negar, cabe `habeas corpus`.
-RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS. (Art.118 a 124, CPP.)
Três são as espécies de coisas que podem interessar ao processo penal:
a) os instrumentos utilizados na execução do crime.
b) os bens materiais havidos diretamente da pratica de delitos.
c) os bens materiais de valor exclusivamente probatório
Uma das primeiras providências da autoridade policial durante o inquérito é apreender os objetos relacionados com o fato criminoso, com o fim de elucidar o mesmo, existe também a medida cautelar de busca e apreensão.
Ocorrida a apreensão de tais coisas, estas, só poderão ser restituídas após o transito em julgado da sentença penal, isto é, enquanto interessar para o processo.
Porém há bens que são confiscados (perdidos em favor da União), obviamente, não podem ser restituídos (ressalva-se o direito do lesado e terceiro de boa-fé), tais bens estão elencados no art.91, II, CP.
O confisco é efeito automático da sentença condenatória, não sendo necessária declaração expressa e não se opera na ressalva do parágrafo anterior.
Anote-se que na fase de inquérito policial é possível a restituição pelo delegado de polícia, desde que preenchidas as condições legais e ouvido o Ministério Público.
-MEDIDAS ASSECURATÓRIAS. (Art.125 a 144, CPP.)
Os crimes além de lesar a coletividade, acarreta danos a vítima, assim, a sentença condenatória gera, também, as seguintes consequências: impossibilitar o agente de ter lucro com a atividade criminosa, ressarcimento à vítima dos danos causados e, eventualmente, determinar ao condenado o pagamento de pena pecuniária.
Para isso, o CPP previu as medidas assecuratórias, que são providencias tomadas no andamento do processo, com objetivo de assegurar o ressarcimento da vítima, que foram mencionados no parágrafo anterior.
Modalidades:
a) Sequestro: consiste em reter bens moveis e imóveis do acusado quando adquiridos com proventos da infração penal.
b) Hipoteca legal: torna indisponível bens imóveis do acusado adquiridos legalmente. É o direito real de garantia.
c) Arresto: torna indisponível os bens moveis do acusado adquiridos legalmente
A utilidade de tais instrumentos é evidente, pois o mérito instantâneo é impossível, o que tornaria a prestação da tutela jurisdicional diminuída.
-CONFLITO DE JURISDIÇÃO. (Art.113 a 117, CPP.)
Ocorre quando dois ou mais juízes consideram-se competentes ou incompetentes para apreciar determinado fato, ou, ainda, quando existir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos.
Espécies:
a) Conflito positivo de jurisdição: dois ou mais juízes entendem-se competentes para julgar o mesmo fato criminoso.
b) Conflito negativo de jurisdição: hipótese em que dois ou mais juízes recusam-se a apreciar determinado fato criminoso.
Contrariamente à exceção de suspeição, em que somente o réu pode suscitar o incidente, quando há conflito de jurisdição qualquer das partes, o MP (mesmo se não for parte) e qualquer dos juízes e tribunais interessados na causa podem fazê-lo.
Saliente-se que as regras de competência são estabelecidas na Constituição federal, constituições estaduais, pelas leis de processo e organização judiciárias, e, ainda, pelos regimentos internos dos tribunais.
-INCIDENTE DE FALSIDADE. (Art.145 a 148, CPP.)
O processo penal tem como função a busca da verdade dos fatos (tal como ocorreram), para isso, é de suma importância que o juiz utilize provas verídicas, pois no caso contrário poderá ocorrer o erro judiciário, absolvendo um culpado ou condenando um inocente.
Nestes moldes, o documento destaca-se por ser uma das mais importantes provas, pois expressa uma idéia a respeito de um fato de relevância para o processo. Destarte, havendo controvérsia a respeito de sua autenticidade far-se-á o procedimento denominado incidente de falsidade.
O incidente de falsidade (proposto pelos legitimados), se deferido, o juiz ordenará a autuação em apartado, assinando o prazo de 48 horas para a parte contraria oferecer resposta. Após, será aberto prazo, sucessivamente, para cada uma das partes se manifestarem, inclusive ao MP, (se atuar como fiscal da lei), para a produção de provas. Após, poderá o juiz determinar as diligencias que entender necessárias e, posteriormente, decidir acerca do incidente.
-INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL. (Art.149 a 154, CPP.)
Havendo fundada dúvida sobre a insanidade mental do acusado, o juiz de oficio, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, do descendente, cônjuge, ou irmão do acusado, deverá determinar a instauração do incidente de insanidade, afim de que seja o acusado submetido a exame médico-legal, com o objetivo de aferir sua imputabilidade.
O exame será sempre especifico para os fatos relatados no inquérito policial, ou no processo, não podendo ser substituído por interdição civil ou exame de insanidade realizado em razão de outro fato. Isto ocorre porque em virtude do sistema biopsicológico sobre a inimputabilidade acolhido pelo Código Penal, os peritos devem responder se à época do fato, o acusado era ou não, capaz de entender o caráter criminoso do fato e de determinar-se segundo este entendimento.
Logo, não pode ter aproveitamento de outro exame referente a outro fato, mas junto com este, a interdição civil, serão elementos circunstanciais para a determinação da realização de exame especifico, mas não o substitui.
Em outras palavras, constatado que o agente cometeuum fato típico e antijurídico, mas lhe faltava discernimento ético para entender o caráter criminoso do fato ou para determinar-se de acordo com este entendimento, o juiz o absolverá, impondo-lhe, todavia, medida de segurança, nos termos da lei.
Oportunidade da realização do exame de insanidade mental: Pode ser ordenada em qualquer fase do processo, até mesmo no curso do inquérito policial.

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