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Direito Civil - Recurso de Apelação Modelo.

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP
Autos do processo nº...
VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS nos autos da ação supra, que lhe move CAIPIRA HORTALIÇA ME, por seu advogado e bastante procurador, “in fine” assinado (Instrumento de Procuração com poderes especiais em anexo – doc.), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.009 do Código de Processo Civil, interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
Por não se conformar, com a devida “vênia”, com a respeitável sentença de fls..., proferida pelo r. juízo monocrático, pelas razões de fato e de direito em anexos aduzidos. Assim também fundamentado no artigo 1.010 do Código de Processo Civil, requer o Recorrente, ante o cumprimento dos requisitos de admissibilidade, que o presente recurso seja recebido, processado e após a intimação do Recorrido para apresentar as Contrarrazões e as após formalidades de estilo, sejam os autos encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ... com as inclusas razões em anexo.
Ademais, informa que as custas processuais relativas ao recuso interposto encontram-se me anexo.
Termos em que, 
Pede o deferimento.
Bauru/SP 07 de dezembro de 2018...
_______________________________
P/p. Nome do advogado...
OAB/UF nº....
DAS RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE: VIAÇÃO METEORO LTDA
APELADA: CAIPIRA HORTALIÇA ME.
PROCESSO DE ORIGEM Nº...
JUÍZO DA ___ VARA DE BAURU/SP
EMÉRITOS DESEMBARGADORES
Em que pese indiscutível o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juízo “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida, pelas razões de fato e de direito a segui expostas. 
I - DOS FATOS
A Notória ação fora ajuizada no dia ... pela apelada com o pedido de INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS, cuja narrativa se dá no sentido em que o veículo da Apelante como causador de dano ao veículo da Apelada, dano este ocasionado por um acidente de trânsito. Em decurso deste dano pediu-se 35.000,00 (trinca e cinco mil reais) para o conserto do veículo, 10.0000,00(dez mil reais) no que tange os danos emergentes correlacionados ao prejuízo sofrido com os fornecedores e locador do imóvel em sedia-se o estabelecimento da Apelada, assim como, 30.000,00 (trinta mil reais), referente aos lucros cessantes fomentados pelo período em que estiveram paralisadas suas atividades.
	Ademais, a Apelante interpôs contestação, requerendo a negativa da responsabilidade pelo acidente e também o deferimento da denunciação da lide em desfavor da empresa Trafegar S/A. Assim como, suscitou o pedido de Reconvenção no que tange ao conserto do veículo do Apelante no valor de 22.000,00(vinte e dois mil reais). 
Vale ressaltar, que na inicial a denunciação da lide foi indeferida pela ausência de juntada da Apólice e contrato de Seguro original, em decurso disso fora impugnado Agravo de Instrumento.
Desta forma, após o encerramento da oitiva das testemunhas na audiência de instrução e julgamento, o r. juízo julgou parcialmente procedente os pedidos contidos na inicial, atribuindo culpa exclusiva a parte autora ora apelada, a condenando em culpa concorrente, de igual sorte, fora imputado o percentual de 60% do valor dos reparos do veículo e dos lucros cessantes a ré ora apelante, assim como o pagamento da quantia correspondente a 40% do valor dos reparos requeridos em sede de reconvenção.
Em decurso desta divergência, a Apelante interpôs Embargos de Declaração, com intuito de sanar a omissão e contradição da r. decisão proferido pelo E. tribunal, na qual fora acolhida parcialmente e assim julgando procedente a denunciação da lide, redistribuindo a condenação, para que as contradições e omissões da parte de fundamentação e dispositiva fosse sanada. 
Dispondo-se da seguinte forma, Apelante fora condenada a pagar 40% do valor da indenização pelo conserto do veículo e lucros cessantes da apelada, assim como a Apelada fora condenada ao pagamento de 60% do valor do conserto do veículo da Apelante. Desta senda, a empresa Trafegar S/A ao adentrar ao polo passivo da presente ação responde pelo cumprimento do contrato de seguro em prol de terceiro.
Todavia, o r. juízo não reconheceu a contradição relacionada a distribuição dos ônus sucumbências, bem como a distribuição da culpa divergente ao aduzido pelas provas existentes nos autos, Viação Meteoro Ltda por estar inconformada, apela a colenda corte a r. decisão.
II - DO PREPARO
Conforme guia de recolhimento anexado ao presente recurso, o recorrente demonstra que preencheu o requisito de admissibilidade do preparo.
IV - TEMPESTIVIDADE.
Impende destacar que a r. decisão que acolheu e julgou parcialmente os Embargos de Declaração, interpostos tempestivamente da r. sentença, foi publicada em... 
Conforme artigo 1.003, Parágrafo 5º, do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. (GRISSO NOSSO)
Desta feita, conclui-se que o termo final para apresentação do Recurso de Apelação vence em..., conclui-se que é tempestiva a presente apelação.
Desta forma, diante o cumprimento dos requisitos, passa abaixo ao mérito da reforma da r. sentença ora hostilizada, em conformidade ao artigo 1.009 do Código de Processo Civil, in verbis:
CPC/15 Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1°As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. (Grifo nosso)
V - DA PRELIMINAR AUSÊNCIA DE DECISÃO DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Conforme dispõe o art. 1.013, parágrafo 3°, inciso III, do Código de Processo Civil:
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo. (Grifo nosso)
Ou seja, é admitido que a apelação verse sobre pedido não julgado na sentença, por omissão. 
De igual sorte, o Juízo de primeira instância não julgou o pedido feito na contestação atinente ao valor da causa, que buscava a mudança do valo de R$ 1.000,00(mil reais), para R$ 75.000,00(setenta e cinco mil reais), para que fosse assim adequado ao conteúdo econômico do pedido.
Desta forma, o r. juízo de primeiro grau omitiu-se quanto a apreciação do pedido, gerando assim prejuízo a Apelante, uma vez que, a alteração deste implica intrinsecamente no valor das verbas sucumbenciais e honorários advocatícios, infringindo ainda o disposto no art. 292, inciso V, do Código de Processo Civil, que versa o seguinte: 
O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido”, em outras palavras, a apelada infringiu em apurar o valor correto. (Grifo nosso)
Neste mesmo entendimento, o TJ-SP em julgado similar julgou:
AÇÃO RESCISÓRIA - IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA - PEDIDO DE PARCIAL RESCISÃO DO ACÓRDÃO QUE JULGOU A RECONVENÇÃO - AUTOR, ORA IMPUGNADO, QUE ATRIBUIU À CAUSA O VALOR DA RECONVENÇÃO DEVIDAMENTE ATUALIZADO - CORREÇÃO PARA O VALOR DA CONDENAÇÃO - NÃO CABIMENTO. Impugnação ao Valor da Causa julgada improcedente.(TJ-SP - IVC: 990092793683 SP, Relator: Jayme Queiroz Lopes, Data de Julgamento: 12/08/2010, 18º Grupo de Câmaras de Direito Privado, Data de Publicação: 19/08/2010)
Deste modo, a apelante requer a V. Exª. Preliminarmente, que seja apreciado o pedido de impugnação do valor da causa, corrigindo-a em R$ 75.000,00(setenta e cinco mil reais) e, por derradeiro, seja a apelada intimada para posterior adequação e recolhimento de eventual valor de custas processuais complementar. 
VI – DO DIREITO E DAS RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO.
A) DA CULPA DO ACIDENTE
Preliminarmente, a r. sentença julgou que ambas as partes infringiram o disposto nos artigos 28, 29, inciso II e 34 do Código Brasileiro de Trânsito. Em que pese, os depoimentos das testemunhas e dos policiais, culminados com o laudo pericial dos peritos, que concluem no sentido de que o veículo Ford Ranger “Pick up”, incorreu em culpa no acidente, ao perder o controle e em decurso disso invadir a contramão da rodovia.
Para tanto, a r. sentença reconheceu que “o depoimento da testemunha 1, qualificada na ata de audiência, demonstra que o veículo ônibus conseguiu parar primeiro, e foi atingido posteriormente. No entanto, o depoimento da testemunha, bem como dos peritos que cobriram o evento, indicavam que o veículo da autora teria invadido a contramão direcional, vindo a colidir no veículo da ré”
Desta senda, o r. juízo conclui que o acidente fora causado pela apelada. Todavia, ao proferir a r. decisão, eivou-se em contradição, no qual os prejuízos inerentes ao fato foram divididos entre as partes.
Impende arguir que a partir das provas produzidas nos autos, é possível concluir culpa exclusiva da parte apelada, o r. Juízo do 1° grau falhou na decisão ao desconsiderar as provas dos autos. 
Com a devida vênia, as alterações decorrentes do provimento parcial dos Embargos de declaração o Juízo, manteve a culpa concorrente mesmo estando presente elementos afirmativos da culpa exclusiva da apelada, julgando ainda a despeito da seguinte forma: 
	
Considerando o exposto, julgo parcialmente procedentes os pedidos da Autora Caipira Hortaliças, para condenar a Ré Viação Meteoro Ltda. no pagamento da quantia de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais), correspondente a 40% do valor do conserto do veículo, bem como da quantia de R$ 12.000,00 (doze mil reais), correspondente a 40% do valor dos lucros cessantes requeridos na exordial. Julgo improcedente o pedido de danos emergentes referentes aos fornecedores e locador do imóvel da Autora. Os valores deverão ser corrigidos pela tabela da corregedoria de justiça e os juros moratórios de 1%, contados ambos a partir do fato danoso, a teor das súmulas 43 e 54 do Superior Tribunal de Justiça. Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo a Autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306 do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a arcar com 60%.(Grifo nosso)
Impende ainda destacar que ao grau de culpabilidade das partes na distribuição dos honorários advocatícios estão diferem ao da porcentagem atribuída pela culpa das partes.
Por conseguinte, com fulcro nos arts. 186 e 927, ambos do Código Civil, pela parte autora, houve negligência e imprudência ao dirigir o veículo, tanto antes do derrapamento quanto depois, in verbis:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (Grifo nosso)
Neste sentido ainda, os artigos 944 e 945, ambos do Código Cívil, que dispõem:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. (Grifo nosso)
De igual modo, culminados com os artigos 46 e 48, §1º do Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento.
Desta forma, restam infringidos diante a narrativa apresentada na contestação no qual aduz a desarmonia da sentença com as provas juntadas nos autos. Para tanto, a r. decisão também infringiu o artigo 1.022, inciso I, do Código de Processo Civil, ao não apreciar a contradição apontada nos embargos de declaração ora suscitados.
Substancialmente corrobora-se ainda a r. decisão, com a notória decisão proferida pelo TJ-SP:
ACIDENTE DE TRÂNSITO. Derrapagem – Invasão da faixa de direção oposta. Óleo na pista. Fato perfeitamente previsível. Responsabilidade do condutor reconhecida. Precedentes jurisprudenciais. Indenização material devida. Dano moral inocorrente. Recurso a que se dá provimento parcial. (TJSP, Apel.Civ. N. 992.08.048771-1, Rel. Des. Milton Carvalho, j. 7/12/2010). 
RESPONSABILIDADE CIVIL - Acidente de trânsito - Colisão de veículos trafegando em sentidos opostos. Invasão da contramão por um deles. Culpado motorista que assim procede, ainda mais porque levava passageiros na caçamba da camionete. Proprietária do veículo que responde por culpa “in vigilando”, na medida em que permitiu a sua utilização por terceiro, ainda que sem vínculo empregatício para consigo, pouco importando, de resto, que se tratasse de transporte gratuito. Recurso da requerida desprovido. RESPONSABILIDADE CIVIL. Acidente de trânsito. Indenização por danos morais. Dano moral que decorre do próprio acidente, sendo até mesmo desnecessária a prova efetiva do sofrimento do autor. O valor da indenização por danos morais, porque ausentes parâmetros legais, está reservado ao prudente arbítrio do juiz, de sorte que, fixado em patamar razoável, tendo em vista as circunstâncias da causa, sem contrariar a lei ou o bom senso, não se revelando irrisório e nem exorbitante, descabe a intervenção do órgão colegiado a respeito. Recursos desprovidos. RESPONSABILIDADE CIVIL. Acidente de trânsito. Indenização por danos materiais. As despesas havidas com medicamentos e transporte realizadas após o acidente devem ser ressarcidas, inclusive as supervenientes à sentença, que futuramente venha a vítima arcar em consequência das sequelas decorrentes do sinistro, até o final da convalescença, estas apuráveis em liquidação por artigos. Recurso da requerida parcialmente provido. ” (TJSP, Apel. Civ. 9202361-77.2005.8.26.0000, rel. Des. João Thomas Diaz Parra, j. 29/03/2007).
Desta feita, ante os artigos supracitados, é necessário que a r. decisão seja reformada para que sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos da apelada, assim como improcedente a culpa concorrente.
De igual feito, cumpre destacar que a r. decisão, quanto à reconvenção, também carece de reforma, haja vista que se reconhecida a improcedência dos pedidos da apelada, será precisamente necessário reconhecer a total procedência do pedido formulado na reconvenção, no qual aduz-se à reforma da r. sentença.
 Assim, a r. sentença deve ser reformada, condenando a apelada ao pagamento de R$ 22.000,00 referentes aos reparos do veículo.
B) PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE CULPA CONCORRENTE
Ao analisar a r. sentença proferidapor este r. Juízo, que transcrevo em partes:
Analisando a conduta de cada um, vislumbramos que o acidente ocorreu por 60% de culpa da empresa Autora e 40% de culpa da empresa ré.
Quanto ao pedido de danos materiais pelo conserto do veículo, deve a ré ressarcir à Autora o correspondente a 40% do valor do conserto, lançado no orçamento de menor valor (montante de R$ 35.000,00)
No que tange ao pedido de lucros cessantes, deve a ré ressarcir a autora no correspondente a 40% do valor lançado como lucro nos balanços, que deixou de auferir pela paralisação do veículo. ”
Considerando o exposto, julgo parcialmente procedentes os pedidos da Autora Caipira Hortaliças, para condenar a Ré Viação Meteoro Ltda. no pagamento da quantia de R$ 21.000,00 (vinte e um mil reais), correspondentes a 60% do valor do conserto do veículo, bem como da quantia de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais), correspondente a 60% do valor dos lucros cessantes requeridos na exordial. Julgo improcedente o pedido de danos emergentes referentes aos fornecedores e locador do imóvel da autora. Os valores deverão ser corrigidos pela tabela da corregedoria de justiça e os juros moratórios de 1%, contados ambos a partir do fato danoso, a teor das súmulas 43 e 54, do Superior Tribunal de Justiça. Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo a autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a arcar com 60%.
Baseado nos mesmos fundamentos, e considerando o arbitramento de culpa concorrente, à proporção de 60% da Ré e 40% da autora, julgo parcialmente procedente o pedido da reconvenção, para condenar a autora reconvinda a ressarcir à ré-reconvinte o correspondente à quantia de 40% do valor, o que corresponde a R$ 8.800,00 (oito mil e oitocentos reais).
Os valores correspondentes a esses percentuais deverão ser acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês, contados da data de citação, e correção monetária pela tabela da corregedoria, que súmulas 43 e 54, do Superior Tribunal de Justiça.
Em suma, 60% da culpa é atribuído a autora e tão somente 40% é atribuída a parte ré, no entanto o r. Juízo entendeu a culpa concorrente das partes, sendo assim necessária a correção das porcentagens, equivocadamente atribuída na r. decisão.
Cumpre ainda arguir que a Apelante fez uma manobra brusca para desviar do veículo da Apelada tentando evitar um acidente de proporções mais grave. Desta forma, designa-se a culpabilidade do ocorrido à Apelada que agiu com imprudência, negligência ao não cumprir a letra com força normativa do CTB.
De igual feito, de acordo com as testemunhas, peritos e policiais, a Apelada invadiu a contramão direcional, por ter perdido o controle na derrapagem, em que se verifica a invasão do veículo como causa principal do acidente, fato este que derradeiramente aduz no mínimo o certo de 80% da responsabilidade do acidente à Apelada.
Logo, houve ofensa ao artigo 945, do Código Civil, que dispõe “Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. ” Sendo necessária a adequação real da porcentagem, não desrespeitando assim o referido Código
C) DA DISTRIBUIÇÃO EQUIVOCADA DOS HONORÁRIOS IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Na parte dispositiva da sentença o Juiz distribuiu de seguinte forma:
Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo a Autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a arcar com 60%.
Nota-se então, então que eventual total procedência da apelação, para reconhecer a culpa exclusiva, dever-se-á reverter a distribuição sucumbencial contra a apelante, mas se assim entender, que seja dado a culpa concorrente.
Com efeito, o art.86 do Código de Processo Civil dispõe sobre isso:
Art. 86.  Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
Ademais, essa decisão necessita ser reforma por se equivocar sobre o assunto em tese, e se caso a reforma da decisão for constatada a sucumbência mínima, devera a parte Apelada suprir os ônus das despesas e honorários sucumbenciais.
Em sentido dialógico, nota-se ainda que a condenação dos honorários está em proporções distintas da percentagem das perdas e danos matérias, pois ao dar provimento parcial aos Embargos de Declaração, com a alteração dos percentuais fixados deveria também alterado os percentuais na distribuição das sucumbências.
Logo, o r. juízo de primeiro grau utilizou a Súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça, para compensar os honorários sucumbenciais. Acontece que, o CPC, em seu artigo 85, parágrafo 14, dispõe que “os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial”.
Todavia, a referida súmula era aplicada no CPC/73 e não há mais necessidade de seu uso, visto que o novo CPC/15 modificou essa Súmula, por expressa disposição legal. Assim, deve a decisão ser reformada, para alterar essa decisão.
A partir dos artigos supracitados acima, a apelante requer a compensação de honorários seja corrigida, reformando assim a decisão.
DO REQUERIMENTO
	Isto posto, requer a intimação da Apelada para, se quiser, apresentar suas contrarrazões.
DA CONCLUSÃO
Diante do exposto, o Recorrente requer que o presente recurso seja conhecido e, preliminarmente, requer a reforma da r. sentença, para julgar procedente a impugnação ao valor da causa, no sentido de alterar o valor da causa para R$ 75.000,00, com a consequente intimação do Recorrido no recolhimento das custas complementares e, no mérito seja provido o presente recurso, julgando improcedente os pedidos iniciais formulados pelo Recorrido em sua inicial e totalmente procedentes os pedidos apresentados em sede de reconvenção, com a procedência deste último, com a acolhimento da impugnação ao valor da causa, bem como para condenar o Recorrido ao pagamento dos danos ao Recorrente no valor de R$ 22.000,00, com a consequente inversão do ônus sucumbenciais.
Todavia, caso não seja o entendimento esposado pelos Nobres Julgadores, o que não se espera, em respeito ao princípio da eventualidade, requer seja dado provimento parcial ao presente recurso, para alterar/adequar o percentual da responsabilidade pelo acidente, bem como alteração dos ônus sucumbências e despesas processuais, porém, sem a compensação de honorários, mediante os argumentos supra. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Bauru/SP, 07 de dezembro de 2.018.
________________________________________-
Nome do Advogado
OAB/UF nº...

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