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Apontamentos Teóricos de Elementos de Máquinas I: Introdução ao Projeto Redigido, adaptado e adoptado para a disciplina por: Rosa Marat-Mendes (Departamento de Engenharia Mecânica, DEM-MMS) 2017 Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-1 Índice Introdução ao Projeto ...................................................................................................................... 2 1. 1.1. Breves Notas ................................................................................................................................................ 2 1.2. Introdução .................................................................................................................................................... 3 1.3. Definição de Projeto ................................................................................................................................. 3 1.4. Fases do Projeto ......................................................................................................................................... 6 1.4.1. Descrição das principais fases ........................................................................................................................... 6 1.4.2. Relatório do projeto ............................................................................................................................................... 7 1.4.3. Memória Descritiva ................................................................................................................................................ 8 1.5. Fatores a considerar no projeto ........................................................................................................... 8 1.5.1. Resistência ................................................................................................................................................................. 8 1.5.2. Fiabilidade .............................................................................................................................................................. 10 1.5.3. Custo .......................................................................................................................................................................... 10 1.5.4. Prevenção ................................................................................................................................................................ 10 1.5.5. Fabrico ...................................................................................................................................................................... 10 Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-2 Introdução ao Projeto 1. 1.1. Breves Notas O texto apresentado através dos seguintes capítulos, resume algumas notas e outras considerações sobre várias matérias sobre Elementos de Máquinas, e pretende assim servir como referência teórica de suporte à matéria ministrada ao nível da disciplina de Elementos de Máquinas I, leccionada ao segundo ano da Licenciatura em Engenharia Mecânica. Desta forma, os capítulos aqui apresentados foram redigidos com base nas referências bibliográficas seguintes, que, para o leitor mais atento, poderá servir como complemento de estudo ao texto aqui apresentado: - J.K. Nisbett, R.G. Budynas, “Elementos de Máquinas de Shigley”, oitava Edição, McGraw-Hill, 2011. � - B.J. Hamrock, R.S. Shmid, B.O. Jacobson, “Fundamentals of Machine Elements”, third Edition, CRC Press, 2014. - A.C. Ugural, “Mechanical Design of machine components” second edition, CRC Press, 2016. - F.P. Beer, E.R. Johnston Jr., J.T. Wolf, “Resistência dos Materiais”, quarta Edição, McGraw-Hill, 2006. - A. Silva, C.T. Ribeiro, J. Dias, L. Sousa, “Desenho Técnico Moderno”, quarta Edição, Lidel, 2004. - H. Carinhas, “Folhas de Introdução ao Projeto Mecânico”, IST-UTL. Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-3 1.2. Introdução Um projeto surge quase sempre da obrigação em satisfazer uma necessidade. Nasce da necessidade em “transformar” uma ideia num projeto que se destina a executar uma tarefa qualquer. A partir dai, segue-se o estudo detalhado das suas partes: a forma como serão montadas, tamanho e localização dos componentes, tais como: veios, engrenagens, parafusos, molas, rolamentos, etc... Este processo passa por várias revisões onde melhores ideias substituem as iniciais até que se escolhe a que melhor se adequa à necessidade. Existem algumas características ou considerações que influenciam a seleção de elementos de máquinas, ou seja, a resistência, fiabilidade, utilidade, custo e peso são alguns exemplos. A partir do exposto pode-se perceber que a escolha e o dimensionamento dos elementos de máquinas exigem do projetista alguns conhecimentos básicos de resistência dos materiais, de mecânica e das propriedades dos materiais, para poder analisar corretamente os esforços que agem sobre as peças e determinar a sua forma e dimensões adequadas para que o componente possa suportar as solicitações aplicadas. Projetar um sistema mecânico é um tipo de problema diferente do que selecionar um componente. Muitas vezes, as exigências do sistema tornam evidentes os requisitos funcionais de um componente. Entretanto, projetar um sistema mecânico grande, compreendendo potencialmente milhares ou mesmo milhões de elementos da máquina, é um problema muito mais aberto. Para projetar sistemas mecânicos superiores, um engenheiro deve ter experiência em relação aos elementos da máquinas. Por exemplo, um sistema mecânico não irá incorporar uma engrenagem de parafuso sem-fim ou uma mola de Belleville se o projetista não tiver conhecimento de que estes dispositivos existem. 1.3. Definição de Projeto Projeto significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Um fabricante de roupas acredita que a incorporação de diferentes materiais ou cores num vestido novo constitui design. Um arquiteto projeta fachadas ornamentais para casas. Um engenheiro escolhe um rolamento de um catálogo e incorpora-o num redutor de velocidades. Essas atividades de projeto, embora parecem ser fundamentalmente diferentes, têm algo em comum: todos eles exigem criatividade, prática e visão significativas para serem bem feitos. Para efeitos desta disciplina, o projeto é a transformação de conceitos e ideias em máquinas úteis. Uma máquina é uma combinação de mecanismos e outros componentes que transformam, transmitem ou usam energia, carga ou movimento para uma finalidade específica. Uma máquina compreende vários elementos de máquinas diferentes devidamente concebidos e dispostos para trabalhar juntos como um todo. As decisões fundamentais relativas à carga, cinemática e escolha de materiais devem ser feitas durante o projeto de uma máquina. Outros fatores, como força, fiabilidade, deformação, tribologia (fricção, desgaste e lubrificação), custo e requisitos de espaço também precisam ser considerados. O objetivo é então produzir uma máquina que não só seja suficientemente robusta para funcionar adequadamente por um tempo razoável, mas também seja economicamente viável. Desta forma, pode-se definir Projeto como sendoa: Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-4 “Formulação de um plano capaz de proporcionar uma solução satisfatória e exequível a uma necessidade humana”. A necessidade humana pode ser precisa ou pelo contrário, pode ser imprecisa e requerer maior esforço ao projetista na especificação dos seus requisitos. Um exemplo de uma necessidade precisa e de uma necessidade imprecisa são as seguintes: 1) “O veio motor deste redutor está a dar problemas; houve 8 falhas nos últimos 6 meses. Temos de corrigir esta situação.” 2) “A linha de produção continua a fabricar produtos com demasiados defeitos.” Deste modo, depreende-se que uma necessidade nunca tem uma resposta única nem uma solução correta. O “bom” hoje, pode ser “mau” amanhã devido ao aperfeiçoamento e ao crescimento dos conhecimentos, assim como da alteração da sociedade. Um dos exemplos mais dramáticos dessa alteração, em termos de materiais aplicados na engenharia, é o caso da aviação. Os primeiros aviões eram feitos de madeira de baixa densidade (ex: balsa), arame de aço e seda (Figura 1.1(a)). No entanto à medida que os aviões ficavam maiores, a madeira tornava-se menos prática, passou-se à utilização do alumínio, como por exemplo no DC3 (Figura 1.1(b)) proporcionando alta rigidez à flexão e baixo peso. Devido à pressão por uma economia de combustível e menor emissões de carbono, houve a necessidade da utilização de materiais ainda de menor peso. Desta forma, no final do século XX passou-se a utilizar materiais compósitos, como por exemplo no Boeing 787 (Figura 1.1(c)), em que 80% do volume é de plástico reforçado com fibra de carbono. (a) (b) (c) Figura 1.1 – (a) biplano Wright de 1903; (b) Douglas DC3 de 1935; (c) Boeing 787 Dreamliner de 2010. Tal como se disse, não há uma solução correta, há uma solução satisfatória, adequada ao fim em vista e formulada com o conhecimento atual. No entanto a solução terá de ser exequível, ou seja, deverá ter possibilidade de execução quer em termos técnicos quer em termos económicos. Um exemplo, de várias soluções possíveis e satisfatórias, são os saca rolhas apresentados na Figura 1.2, em que todos eles satisfazem o fim em vista. Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-5 Figura 1.2 – diversos tipos de saca rolhas. Os projetos podem-se classificar quanto à área de conhecimento relativa à necessidade. No caso especifico destas folhas, pretende-se que o tema seja o Projeto em Engenharia Mecânica. No entanto a Engenharia Mecânica é sempre interdisciplinar, podendo englobar aspectos de várias disciplinas de Engenharia Mecânica e aspetos de outras áreas de Engenharia, como sejam a Electrónica, Química, etc... não esquecendo no entanto que envolve sempre uma análise económica. Os principais objectivos de um projeto em Engenharia Mecânica são os de criar e/ou recondicionar e/ou melhorar e/ou adaptar um sistema. “A Engenharia oferece à sociedade opções adequadas e exequíveis que constituem uma alternativa desejada ao curso natural dos acontecimentos” (Figura 1.3). Figura 1.3 – Desenvolvimento de um projeto. Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-6 1.4. Fases do Projeto O projeto é um processo de iteração no qual se trabalha em etapas, avaliam-se os resultados e então retorna-se a uma fase anterior. Assim, podem-se sintetizar diversos componentes de um sistema, analisá- los e optimizá-los. O processamento total de um projeto passa por várias fases, desde o reconhecimento de uma necessidade até ao seu fabrico. Na Figura 1.4 está representado um exemplo de um diagrama de fluxo com as principais fases a ter em conta num projeto. As ligações do diagrama de fluxo estabelecem uma sequência. Figura 1.4 – Diagrama de Fluxo de um Projeto. 1.4.1. Descrição das principais fases Necessidade – Origem do projeto, melhor ou pior definida. Especificações – Definição precisa do problema. Estabelecimento de todos os requisitos (quantidade, vida e ambiente de serviço pretendidos, etc.) e constrangimentos (custo máximo, dimensões e peso máximo, limitações de tecnologia e de materiais existentes). Exequibilidade – Análise de possibilidade/Interesse do projeto. Aspectos tecnológicos e económicos: Há dependência de materiais escassos? O produto final é economicamente rentável? Necessidade Especificações Exequibilidade Anteprojeto Projeto de Conjunto Projeto Detalhado Avaliação Decisão Fabrico Optimização Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-7 Anteprojeto – Síntese do projeto. Resulta de conhecimento técnico científico, criatividade e experiência. Resistência dos elementos, aspeto agradável, manutenção simples e económica. Projeto de conjunto e detalhado – Desenhos de conjunto e de detalhe pormenorizados. Dimensionamento dos componentes ou dos elementos individuais. Seleção de unidades/peças normalizadas (catálogos/normas); optimização; notas de cálculo; desenhos de fabrico. Avaliação – A avaliação do projeto é a verificação final do seu êxito. São realizados ensaios e protótipos. Esta fase é a grande geradora de alterações ao projeto. Apresentação do projeto – A comunicação do projeto aos outros, por exemplo ao responsável Superior, ao cliente ou ao investigador é um passo vital do projeto. Nesta fase não há regras fixas, mas há linhas de orientação para a sua forma mais corrente que é a escrita, ou seja através de um Relatório de Projeto. 1.4.2. Relatório do projeto Num relatório de projeto há que ter em conta os seguintes aspetos que deverão ser incluídos: 1. Capa com título e identificação do projetista; 2. Índices (geral, de figuras, de tabelas, nomenclatura e siglas); 3. Bibliografia ou Referências bibliográficas; 4. Memória Descritiva onde se faz o relato sucinto das fases do projeto relativas à necessidade, especificações e exequibilidade; 5. Notas de cálculo relativas às fases do projeto final (de conjunto e detalhado): Deve-se referir o critério de cálculo utilizado, assim como as expressões de cálculo apresentadas na sua forma literal, seguida da forma numérica e resultados. Os resultados iterativos não deverão ser incluídos. 6. Desenhos das formas, dimensões, instruções de montagem, de fabrico, etc., relativas a todo o projeto. • Desenho geral de conjunto/subconjuntos com lista de peças e cotas gerais de atravancamento e de montagem, com numero de vistas necessárias e suficientes à compreensão do funcionamento; • Desenhos de fabrico das peças exaustivamente cotados com todas as instruções necessárias ao fabrico. 7. Anexos, onde se deverão incluir: • Anteprojeto; • Cálculos repetitivos – quadro de valores; • Descrições sucintas – Uso de esquemas, gráficos, esboços; Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-8 • Fundamentos Longos; • normas/catálogos; • Análises comparativas entre soluções e tentativas e iterações. 1.4.3. Memória Descritiva Uma das componentesmais importantes do relatório de projeto é a memória descritiva. Esta deve incluir alguma informação (não demasiadamente técnica e exaustiva) sobre as principais características do produto. O projetista deverá colocar-se na posição de um vendedor que está a expor as características e a demonstrar as principais funcionalidades de um produto a outra entidade a quem interesse esse produto. Em geral deve incluir a seguinte informação: 1. Introdução geral onde deve ser identificado o produto (com marcas, referência do produto, número de série, ano de fabrico, etc.) identificando o motivo que o levou a escolher e a desenhar o presente objeto. 2. Explicar detalhadamente as funções do objeto. O que faz? Para que serve? Onde se utiliza? Sempre que necessário deverá incluir imagens 3D dos objetos. 3. Explicar resumidamente como é que se opera o equipamento e como é que se pode manusear corretamente. 4. Dar informações sobre a constituição física do objeto. Justificar quais os materiais utilizados, cores dominantes, etc.. Tem subconjuntos ou módulos? Tem acessórios opcionais? 5. Identificar as características técnicas do equipamento, potência, cilindrada, tipo de energia, peso, dimensões globais, número de velocidades, etc.. É produto certificado? Que tipo de certificação? 1.5. Fatores a considerar no projeto A grande maioria de decisões a tomar durante um projeto sobre o dimensionamento da peça não depende do cálculo, mas sim do constrangimentos impostos, por exemplo a espessura mínima, as dimensões de outras peças adjacentes, ou mais importante ainda, a resistência do material utilizado na construção do projeto. Na fase do desenho (que se deve iniciar antes do cálculo) deve-se proceder à comparação de formas/dimensões e fica grande parte do projeto definido. Apenas se devem seguir cálculos de verificação, em regra simples, de pormenores críticos. Um factor a considerar no projeto será portanto toda e qualquer característica que influencie de forma essencial o projeto de um componente ou de todo o sistema. Alguns dos fatores que se deverão ter em conta aquando do dimensionamento e cálculo de um projeto são os que se apresentam de seguida. 1.5.1. Resistência A resistência é uma propriedade do material, da forma, das dimensões da peça, do modo de carregamento e do meio ambiente (entre outros). Portanto, adicionalmente à incerteza relativa à determinação da carga real, há que considerar a incerteza quanto à capacidade de carga. Desta forma, as incertezas relativas à resistência podem ser devidas a: Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-9 • Variações nas propriedades do material (heterogeneidade de lote para lote, no mesmo lote e na própria peça); • Efeito de escala (a resistência de uma peça grande é menor do que a de uma peça mais pequena, ex: provete); • Tipo de carregamento (a resistência é diferente se o carregamento cresce gradualmente ou bruscamente; se o estado de tensão é uniaxial ou multiaxial); • Processo de fabrico (a resistência depende do acabamento superficial, de alterações do estado mecânico e do estado metalúrgico – tratamento térmico, provocado pelo processo de fabrico); • Meio Ambiente (redução da tensão de cedência com o aumento da temperatura, redução da tenacidade com a redução da temperatura, das propriedades com a oxidação/corrosão). No caso geral, o projetista deve prevenir-se destas varáveis aplicando um Coeficiente de Segurança, dado pela letra 𝑛 ou 𝑐. 𝑠. pela equação ( 1.1 ): 𝑛 = !"#$#%ê!"#$!"##$%"&$'() ou 𝑛 = !"#"$%&"&' !" !"#$"!"#$" !"#$ ( 1.1 ) Em que 𝑛 é um factor de correção da propriedade para lhe definir um valor admissível a não ser ultrapassado, de forma a que desastres como os da Figura 1.5 não ocorram. No caso da fratura do navio Liberty (Figura 1.5(a)), em que mais de 200 navios fraturaram, chegou-se à conclusão de que, o efeito das concentrações de tensões e das tensões residuais na soldadura, não tinham sido tomadas em conta. A partir daí “nasceu o estudo da mecânica da fratura”. Já no caso da ponte Silver Bridge no Ohio (Figura 1.5(b)), chegou-se à conclusão de que colapsou devido a falhas na manutenção e a carga excessiva (mais do que o seu projeto inicial determinava). (a) (b) Figura 1.5 – (a) fratura frágil no navio Liberty (1943); (c) fratura da ponte Silver Bridge (1967). A especificação de um coeficiente de segurança não é tarefa simples, é fundamentalmente um factor empírico, dependendo em grande parte da experiencia acumulada com o tipo de projeto em causa. Folhas de Apoio à unidade curricular Elementos de Máquinas I Introdução ao Projeto ESTSetúbal/IPS - Rosa Marat-Mendes - 2017 Página IP-10 Em projetos de Grande responsabilidade, só com experimentação e cuidadosa análise estatística se pode definir um coeficiente de segurança. Em certos projetos específicos, o coeficiente de segurança é indicado por normas e códigos de projeto respectivos. Em projetos simples e de pouca responsabilidade, o coeficiente de segurança pode ser atribuído com base em indicações de certos livros da especialidade. A escolha do coeficiente de segurança será tratado novamente no Capítulo 2 destas folhas 1.5.2. Fiabilidade A fiabilidade é a probabilidade de desempenhar sem falha a função destinada, em condições estabelecidas (modo de operação, ambiente de serviço, vida pretendida, etc.) A fiabilidade é, portanto, uma medida de confiança que se pode ter num órgão. A fiabilidade de 100% nunca se consegue obter, pois significa que a falha do elemento será completamente impossível. 1.5.3. Custo O cálculo do custo do projeto é essencial na análise de exequibilidade, importante em todas as fases do projeto e para isso terá de se ter em conta as variáveis seguintes: • adopção de materiais baratos, concepções simples, processos de fabrico rentáveis; • máxima utilização de consumíveis normalizados e já fabricados de série (ex: parafusos); • especificação de tolerâncias de fabrico razoáveis (a precisão é diretamente proporcional ao custo). • aplicação de gráficos de “Ponto de equilíbrio”. (Indicam a solução mais rentável para o fim em vista). 1.5.4. Prevenção O fabricante de um produto é responsável por danos materiais e humanos devido a falha intrínseca ou à sua operação se não foram tomadas as medidas preventivas. Para tal deverá ter em conta com os seguintes pontos entre outros: • evitar arestas vivas/obstáculos à operação; • colocar redes/proteções; • prover dispositivos de proteção/segurança; 1.5.5. Fabrico O elemento a projetar necessitará de ser fabricado e montado a um custo competitivo e os materiais e o cálculo vão depender dos processos de fabrico escolhidos e adoptados. O projetista deverá então estar bem informado sobre os processos de fabrico existentes.
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