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Formação dos Direitos subjetivos


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Formação dos Direitos subjetivos
• Ordens mendicantes: Desapego material para chegar mais próximo a Deus – FranciscanismoS
• Querela dos universais: Debate Tomismo (Papa) X Nominalismo (Ockham )
SURGIMENTO DAS ORDENS MENDICANTES
Por volta do século 12, no mundo medieval, começa a aparecer dentro da igreja católica, uma serie de novas ordens religiosas, com termos diferentes das demais ordens que ja estavam estabelecidas dentro da igreja católica. E essas novas ordens que aparecem são as ordens mendicantes. 
Tem aqui a ordem de Sao Francisco de Assis, o Franciscanismo.
O que eram essas ordens? 
Era um grupo religioso que parte de um pressuposto que prega a pobreza voluntária. Um desapego. Eles pregavam a partir da leitura do evangelho de abrir mão dos seus bens, voluntariamente, como Cristo. Com o tempo tornou-se uma disputa política e padronização de como devemos enxergar o mundo.
Isso vai contra boa parte da estrutura da igreja católica naquele momento. O desapego então começa a gerar certo desconforto em certas áreas da igreja católica. Começa então uma guerra teológica dentro da igreja. Não era apenas por dinheiro e poder, era pela concepção do mundo, da forma que o mundo era interpretado.
O que se desenvolve dentro disso?
O Franciscanismo deve ser compreendido como FranciscanismoS. Pois existem vários, com varias características: 1) Nominalistas 2) Tomistas.
	 SINGULARES x UNIVERSAIS 
 Nominalistas Tomistas
Guilherme de Ockam Papa João XII 
O Franciscanismo inglês – Nominalistas – Singulares – Ockam – Scotus
Os nominalistas são os primeiros intelectuais dentro do franciscanismo, a questionar a relação entre palavras e coisas. Palavra x essência.
(Até o século XII, havia a ideia de reincentrismo, Deus criou todas as coisas, Deus teria criado inclusive, as palavras). Nominalistas são contra reicentrismo.
Os nomes não são nada mais do que uma convenção dos homens para nomear os objetos. (tira mérito de Deus)
Todo conhecimento se baseia na experiência sensível, de que, por abstração, extraímos as idéias gerais, de que se servirá a ciência, sem necessidade alguma das antigas espécies dos realistas.
A realidade é conhecida através da informação percebida pelo conhecimento intuitivo.
Defendem a ideia de singulares
O indivíduo começa a produzir o conhecimento
O processo de conhecimento só funciona a partir do estudo das coisas singulares materiais
Exemplo: eu não posso, pra estudar as arvores primeiro pensar o que deus chamava de arvore e depois tentar encontrar essas arvores no mundo. 
Primeiro, Eu preciso pegar uma arvore de verdade, depois comparar essa arvore com outras, caso haja pontos de contato, por fim crio um conceito de “arvore”.
A forma de se chegar à verdade será sempre através do individual (parte de “coisa” e depois a interpreta, gerado sempre pela razão – Ciência moderna).
Epistemologia: parte do particular → geral
Pergunta 1) O universal (conceito, ideia ou essência comum a todas as coisas que indicamos pelo mesmo nome) é algo de real ou não será antes um ato simples de nossa mente expresso por um nome? Os conceitos são realidade ou palavras?
Os nomes não são nada mais do que uma convenção dos homens para nomear os objetos. Os conceitos são apenas palavras. 
“Um universal é apenas um sinal” — no sentido de símbolo ou signo — “de muitas coisas”, diz Ockam. Quando dizemos “o Homem”, o substantivo colectivo é apenas o símbolo lógico e linguístico de todos os homens entendidos individualmente.
Pergunta 2) Será que a justiça (universais) foi colocada por deus ou seria uma convenção social? Justiça eterna X Justiça histórica.
Para o nominalismo não existe o conceito de justiça (universais) e sim o ATO de justiça e esse sempre será uma convenção dos homens.
A forma de se chegar à verdade será sempre através do individual (parte de “coisa” e depois a interpreta, gerado sempre pela razão – Ciência moderna).
Tomistas – Universais – Papa João XII
Palavras e coisas tem origem divina. Fruto da vontade divina.
Deus batizou as coisas na origem do mundo onde palavras e coisas se misturam.
As palavras preexistem os homens. Cabe ao homem desvendá-las 
Um universal para os tomistas seria o que nos chamamos de género e espécie.
O conhecimento esta pronto no mundo, os humanos tem que descobrir onde ele está. 
Epistemologia: Parte do geral → particular.
QUERELA DOS UNIVERSAIS
Disputa/Debate entre Tomismo x Nominalismo.
A Querela dos Universais centraliza sua discussão se algo é ilusório x real.
Obs.: O direito passa a ser positivo, não mais jusnaturalista.
NAVALHA DE OCKHAM
Ockham cria um pensamento / teste epistemológico: a navalha de Ockham.
É uma resposta simples a um problema verdadeiro, respondido de forma lógica.
Se você tem um problema com duas formas de responder, a forma mais simples é a verdadeira. Conceito de Lógica.
DEBATE SOBRE A NATUREZA DA POBREZA
Cria-se o conceito de propriedade.
PROPRIEDADE
Propriedade não é um conceito inato. A propriedade é uma invenção histórica
Propriedade = PODER que o PROPRIETÁRIO detém sobre a coisa
faculdade do direito Subjetivo (Ius Abudenti) 
PERSEGUIÇÃO DA IGREJA AOS FRANCISCANOS
O Papa João 22, tenta colocar todos os franciscanos no campo da heresia por acreditarem que Cristo era pobre voluntário. 
Segundo a Igreja, essa é uma leitura errada da Bíblia. 
A ideia de que Cristo nunca teve nada é suposta como herética.
Heresia → pregavam a pobreza voluntária mas eram a ordem mais rica. 
QUESTIONAMENTO DE OCKAM À IGREJA: “ROUPAS DE CRISTO”
Jesus era dono de suas roupas?
Se sim: franciscanismo era heresia
Se não: era o que? 
Ocklam diz que existem duas únicas formas do homem se relacionar com o mundo material:
	USUS FACTI
direito objetivo
uso de algo conforme sua natureza
Provem dos fatos / realidade
Ex.: usar caneta para escrever (sua função natural)
	IUS ABUDENTI
direito subjetivo
PODER de abusar da coisa, extrapolar de sua natureza, dar outra destinação
É fruto de uma vontade / Poder
Ex.: usar caneta para prender cabelo (extrapola sua função natural)
Somente é permitido ao seu proprietário
RESPOSTA DE OCKAM À PERGUNTA SOBRE ROUPAS DE CRISTO
Jesus NÃO era proprietário de suas roupas
Ele estava no campo da posse → não é proprietário de nada, somente faz o uso. 
(acabar com o ius abudenti é o ideal) → Pobreza voluntária, abrir mão do poder!
Franciscanos abdicam do Ius Abudenti, pois usam as coisas apenas de acordo com sua natureza.
Formação do direito Mercantil - séc XIV
Direito mercantil (comercial) 
• Financiava as pinturas renascentistas
• Usura (juros altos) - Pecado capital – Avareza
• Antinatural – Roubo contra Deus
Justificativas teológicas para perdoar a usura:
• Purgatório: Foi uma invenção (era uma pergunta e não um lugar)
• Ressignificação do trabalho: Releitura do gênese. O mercador passa de usuário a servo de Deus.
URBNIZAÇÃO E MERCADO: A VOLTA DA MOEDA - Objeto pecaminoso
Começam a surgir pequenas cidades, feiras, alguns elementos que vão gerar as renovadas experiências de mercado na europa ocidental.
Até o século 13, as vilas estavam pautadas numa lógica de subsistência, as pessoas plantavam e produziam o que precisavam para sobreviver. Depois disso, muito camponeses começam a pegar o que sobrava do necessário para sobreviver e levam para algumas vilas, e nessas vilas, começam a trocar algumas coisas. 
A pessoa levava trigo e trocava por um sapato. Um escambo natural. Por vezes, começou a ficar difícil organizar. E aí, as moedas voltam a aparecer com maior vigor.
Moeda: Ius Abundenti. 
Não tem função natural o pedaço de papel. A função é inventada pelos seres humanas. É entendida como um objeto pecaminoso.
As pessoas que lidavam com as moedas lidavam muito de perto com o pecado. 
Para a Igreja, a moeda não possui função estipulada por Deus. Sua função é atribuída pelo homem. Moeda= anti óstia
USURA E USURÁRIO 
Explícito na Bíblia 
São juros excessivos cobrados por um empréstimo, em uma determinada quantia de dinheiro. Na Idade Média, usura era utilizada como sinônimo de juro, e era uma prática proibida, pois acreditava-se que dinheiro não poderia gerar dinheiro.
A usura é uma manifestação da avareza.
Igreja: “A usura é um roubo contra a pessoa, sobretudo, um roubo à deus.”
Direito mercantil “purifica” o conceito de usura.
Usura (cobrança de juros) - Inicio do direito comercial. 
Maneira de se aumentar os ganhos (ir além da produção/ consumo)
Pergunta 1) Por que Usura é considerada pecado, segundo a concepção medieval?
O valor está nas coisas, não ao que o homem atribui como valor. Na usura, algum objeto com valor de x, é vendido por x+1. Por isso é pecoso (entretanto, é assim que funciona o mercado).
Características da Usura
I. Avareza: usura é manifestação da avareza, desejo de enriquecer em frente a caridade (maior valor cristão).
II. Ato injusto: ato de cobrar mais do que a coisa vale não é justificado pela perspectiva naturalista.
→Aquino: Usura não é justificada na prática, pois a moeda não se reproduz
III. Roubo contra Deus
Resultado: Usura é um pecado infernal
Perigo de contágio: as pessoas que usufruem de objetos adquiridos por usura, estão idiretamente sendo usurários.
Solução para bens de usura: Restituição civil
devolver tudo o que foi adquirido por usura, recompensar deus 
devolução de bens = enriquecimento da igreja 
Justificativas para flexibilização da Usura:
1) Purgatório: vivo paga por pecado de morto para tentar salva-lo
não consiste em um lugar. Mas sim um conceito que remete a ideia de dívida. 
Um dos primeiros passos para a flexibilização do pecado 
2) Proeminência do uso sobre o bom
3) Ressignificação do trabalho → gêneses
A priori o trabalho é uma punição que Deus aplica ao homem, purgar os pecados e ficar mais próximo a terra entrar em contato com Deus. Frutos do trabalho do usurário são frutos pecaminosos.
CAPITALISMO 
é uma releitura da usura pelos Católicos.
debate sobre usura → ato fundamental para a compreensão do capitalismo → “emprestar dinheiro à juros” → dúvida moral 
Surgem os bancos com intuito de tirar a má fama dos usurários (agiotas) – família Médici Banqueiro = Usurário ???
Direito comercial possui o risco como objeto:
Formação do pensamento político moderno
4 Acontecimentos que modificam o entendimento de política 
Do “Bom governo” → “Governo moderno”
“Bom Governo” jeito medieval de entender a politica e os governantes
I) para ser bom, deveria ser um exemplo social
II) função do rei é de juiz
1° AUTONOMIA DAS CIDADES ITALIANAS E O SIRG 
(sacro império romano e germânico) 
Frederico Barbarossa: Imperador do SIRG
Reivindicou o domínio sob as cidades italianas, com o argumento de que o SIRG é herdeiro do império romano 
digesto a favor dele
“Dominus Mundi”: digesto
Dizia que o imperador tinha o direito de impor o seu domínio sob todo o mundo. Naquele momento, o imperador era ele (fred barbarossa) portanto, usa esse argumento + campanhas militares para invadir a Itália
Bártolo de Sassoferrato: comentador
Expoente maior da escola dos comentadores 
Escreve uma resposta ao Federico e lança pela primeira vez que a interpretação do digesto deve ser feita com o Primado dos fatos sobre o texto
Primados dos fatos sobre o texto
A função do jurista é entender o texto de acordo com o contexto atual, não o da época em que foi escrito. O contexto modifica a aplicação 
Resultado
Cada cidade italiana é imperadora de si mesma. Ideia de Soberania
Encaramos cada cidade como um pequeno império italiano.
A interpretação de Federico era uma interpretação que utilizava erroneamente o Corpus. 
2° AUTONOMIA DAS CIDADES ITALIANAS FRENTE AO PAPADO
As cidades italianas se aproximam do papado para expulsar o SIRG → Papado se aproveita da situação para expandir seu poder sobre as cidades italianas, usando o mesmo argumento de que as cidades tinham utilizado (primado dos fatos sobre o texto) → muda a interpretação.
Forma-se a liga pienense, que se protege contra as pretensões do estado papal.
“DEUS É DOMINUS MUNDI” → Papa é o representante na terra
(os papas medievais eram senhores feudais; tinham domínio sobre terras, estados)
Marsílio de Pádua: “o defensor da paz”
Chamado para proteger as cidades italianas do papado
Nega o caráter jurisdicional da igreja: papa não é juiz!
Escreve o Libelo, um texto de defensão politica chamado “O Defensor da paz”
No texto, ele lança os primeiros passos das sustentações do que se chama de Estado Laico. 
As pretensões do papa são equivocadas, ele faz uma leitura errônea da função do papado. O papa esta querendo ser “Cesar”.
Disputa de dois GLÁDIOS: 
O papa agora tem só um poder espiritual 
Cabe ao rei exercer um poder físico/temporal/jurisdicional
Primeiros passos para a laicidade!
3° MAQUIAVEL E A INVERSÃO DAS VIRTUDES POLÍTICAS
Do “bom governo” ao “governo eficaz”
Revolução metodológica da política. Política realmente exercida. Realismo Político
Governo bom = Governo estável. 
Governo bom seria aquele que ninguém derruba, é aquele que se mantém
Ex.: ditador é um bom político, pois é estável. Separação da politica e moral.
Bons políticos nem sempre são políticos bons: Politica # Moral
Não se olha o certo ou errado / justo ou injusto, mas sim, a ESTABILIDADE.
Estabilidade sinônimo de governo bom.
Pergunta: Como manter um governo estável? E.F.I
Estratégia, forca, inteligência! 
Metáfora do xadrez: Máxima eficiência com o mínimo de esforço 
Assim é pensada a politica: não é fazer o bem, mas sim, manter-se no poder.
A historia é mestra da vida: “Historiae Magistra Vitae”
Significa entender os erros e acertos do passado para evita-los / repeti-los.
4° JEAN BODIN E A SOBERANIA
Escreveu 6 livros sobre a republica 
Vive um momento onde se inicia as guerras religiosas na Europa. 
A instabilidade toma conta de vários campos da existência europeia.
Lança a mão sobre os conceitos fundamentais para a ideia de soberania.
Concentração do poder no VÉRTICE da hierarquia, ou seja, no REI.
Antes: Soberano = suserano
Depois: Soberano = Rei
O rei tem dever moral de manter os valores católico-cristãos; 
Comandar disputas nos momentos de perigo; 
Se impor e salvar o reino; 
NÃO DEVE manter a ordem natural das coisas
Pergunta: O rei é mais poderoso do que um padre? 
Não. Eles tem funções diferentes, mas há uma hierarquia entre eles. 
Inimigos internos (judeus) e inimigos externos (ingleses)
Nos momentos de instabilidade, o rei deve concentrar o poder na sua mão para salvar a comunidade, ele tem o dever de agir ilimitadamente. 
É dentro dessa concepção que Bodin vai separar duas coisas: Direiro e Lei.
 
O que é direito para ele (Droit)? 
Um conjunto de costumes que se arrastam subterraneamente que passam de geração pra geração. O droit/direito, portanto, não é escrito, é algo que é costumeiro, que por vezes pode ser interpretado por meio do corpus juristilis.
O que é Lei para ele (Loi)?
É um comando, um imperativo criado pelo REI.
Vontade do rei.
Pensamento Jurídico Moderno
3 Características gerais:
Racionalidade
Razão = critério de avaliação 
Individuo deduz o certo e errado 
Anti-tradicionalista: modernos dão mais valor aquilo que tem valor em si mesmo; tiver lógica própria; diferente da crença de que o tempo confere valor aos costumes: repulsa a ideia de que + antigo, + valor 
Postura metodológica do conhecimento 
Criticismo: questionamento de costumes e tradições
Ideia de maioridade em Kant – esclarecimento 
Modernidade vê o direito Romano com olhar critico: o errado deve ser esquecido. O correto deve ser utilizado. 
Generalidade e abstração 
Ideia de humanidade
Ruptura com a ideia de que “desigualdade gera harmonia”Todos nascem livres e iguais (capacidade de pensar) → Relativo. 
Enquadra-se somente homens brancos adultos (pensantes); negros e mulheres não eram iguais.
Sociedade de indivíduos não corporativos 
Conceito universal de humanidade: ser humano é o ser racional
DIREITO GENÉRICO E ABSTRATO: um único direito que sirva para todos; que atenda as necessidades do rei ao servo. Dto moderno = pautado na razão.
Macro-organização: “Ponto de vista” da modernidade 
Uso estratégico da natureza / controle
Medievo: indiv. Tinha uma visão horizontal da cidade. Cidade sinuosa, sem esquina, indiv. Que escolhe caminhos mais rápidos, práticos, fáceis e seguros. Se submetem ao relevo e a natureza, à tradição, criação divina.
Modernidade: indiv. Com visão vertical / aérea; não obedece o relevo, impõe-se sobre a natureza; altera trechos p facilita-los e melhora-los = macro organização. Exemplo: brasilia 
Escolas Jurídicas da Alta Modernidade
“é preciso formar um direito acima de crenças e interesses individuais”
Humanismo juridico/ “mos gallicus”
racionalidade do Direito
analise histórico-filológica do corpus juris civilis
nega caráter vigente do direito romano, no entanto, reconhece sua importância pois descobriram – com as institutas de gaio – os axiomas jurídicos (princípios gerais do direito)
formação de axiomas jurídicos (estruturam o direito como um “sistema”)
 princípios gerais do direito
Raciocínio dedutivo – Gera conclusão
Jacques Cujácio; Andrea Alciatus; Hugo Donellus
Usus modernus pandectarium
 
Alemanha
Recepção oficial da tradição romanista (corpus iuris civilis )
Separa o direito vivo (prático) do direito obsoleto (apenas teórico). 
Filtra o direito romano conforme os costumes germânicos.
“modernização” do direito romano conforme características do pensamento jurídico moderno: racionalidade; generalidade e abstração; macro-organização. 
Criação do tribunal imperial: para resolver conflitos internos do SIRG, usando o direito romano (obrigatório) 
FORMAÇÃO DA HISTORIA DO DIREITO: objetivo de entender quais são os costumes alemães que podem atualizar o dto romano. 
Reestruturação do ensino: da ESCOLÀSTICA à SISTEMÁTICA (disciplicas dogmáticas; ensino dos sistemas juridicos)
Commom Law
Direito dos comuns – mercadores 
INNS OF COURT 
enfraquecimento do poder real face aos nobres e homens livres
Escolástica ibérica: portugueses e espanhóis. Influencia no dto brasileiro
Contrarreforma
Concilio de trento: index proibitorium – livros proibidos. Quem lia era punido. Proíbe venda de Maquiavel p união ibérica 
Formação da companhia de jesus: jesuítas; função de contribuir com a catequese das novas armas cristãs
Período de ouro ibérico: Ascenção das potencias ibéricas 
União ibérica: Espanha + Portugal 
Releitura de são tomas de aquino: ressignificação 
- critica ao protestantismo
- leitura inovadora pelos jesuitas
- pluralismo de fontes X sola scriptura
- livre arbítrio
Retomada do Direito Natural
em crise desde o voluntarismo dos nominalistas
reforço da ideia de RAZÃO
 “ordem natural” independe da fé
 “direito das gentes” —> semente do direito internacional
Francisco Suarez
Francisco de Vitória => DOUTRINA DA GUERRA JUSTA
Luis de Molina; Domingos de Soto
Modelo politico – jurídico do império português
Monarquina 2) Corporativa 3) Polissinodal 
Monarquia 
Carater cruzadista
caráter de reconquista no período ibérico, todos os reis depois de 1640 passam a serem marcados por traços nobres, não mais militarizados.
Protetora da religião, o rei era um símbolo da religião mais importante do que o papa, o rei se afirma também como protetor de um povo, rei se projetava dentro da simbologia como um “pai”; 
preservava-se portanto o ideal de bem comum, priorizar a qualidade de vida da maioria. 
Pactos de honra 
Corporativa 
presente no modelo político do Império português, preserva-se alguns ideais medievais. 
Corpo social
Pluralismo jurídico 
Ius commune 
Polissinodal 
vários nós formando uma rede
constelação de poderes
 “cursus honorum”
 forte descentralizacao do modelo imperial
 “governo ultramarino”
Justiça camararia: camaras: cargos de juiz, vereadores, almocaté, alcaide
CARGOS SO PODIAM SER EXERCIDOS POR HOMENS BONS: sangue puro (não judeu), cristão, português, donatário (ter posses)
Vara judicial 
Inquisição e pensamento Juridico
medieval ≠ moderna
Italiana ≠ espanhola ≠ portuguesa
Catolica ≠ protestante
—> instituição com origem no direito canônico
—> instrumento de organização da sociedade
—> poder pastoral
—> tribunal do santo oficio: principal instituição da inquisição. Julgava elites. Pecados grandes. Garantidor da integridade da doutrina da Igreja Católica
> persegue heresias
> contexto da contrarreforma
HERESIA: Heresia é quando alguém tem um pensamento diferente de um sistema ou de uma religião, sendo assim quem pratica heresia, é considerado um herege. OPOSIÇÃO AO DOGMA DA IGREJA
—> O olhar Inquisitorial
— verdade é extraída da natureza
— cirme de fé ≠ crime de costume
— olhar era mais para o contexto que para o réu
— tortura como instrumento de extracao de uma verdade
— subida à consciencia (tribunal da consciencia)
É preciso ter a nocao que, inquisição, no geral, não existe. 
O que existiu foram praticas e experiências inquisitórias, porem com a presença plural da mesma. pode ser dividido entre inquisição medieval e moderna, a primeira ficava nas mãos dos bispos e frades, foi segredada; em finais do sec 15 e inicio do 16, surge a inquisição conhecida em filmes, onde aparecem bruxas… o primeiro
ponto é identificar de qual estamos falando, quanto a inquisição italiana é conhecida como a ponta da lança do papado. como se a inquisição fosse um ministério de portugal e espanha, era um ente administrativo da coroa, no caso da italia, pro ser uma prelazia, a entrada nos territórios reais deveria
haver o pedido de permissao.
Primeiro ponto é lembrar que a inquisição provem do direito canónico. Uma instituição que se desdobra da forma de pensamento canónico, que pressupõe que o direito organiza a sociedade em prol a salvação (em juízo final). Uma manifestação do poder pastoral da igreja, não em sentido conspiratorio, mas era uma técnica assumida pelos crentes, que tinha como objetivo manter uma rganização social vinculada ao medo do inferno. Havia “função social” na sociedade moderna.
Portanto, formava diversas instuicoes como a mais conhecida: o tribunal de santo oficio, responsável por julgar os crimes de fé (perseguir pessoas), mas também tinha a função de censurar, divulgar as ideias e proteger as pessoas de heresias (ia contra a igreja, porem se diferenciava do pecado(todo mundo comete, é uma sina); tradicionalmente se refere a crime de fe, quando começa-se a legitimar o pecado, aquilo que começa a doutrinar contra a igreja) praticada portanto
para aqueles que deturpam premissas do catolicismo. A inquisição é fruto da contrarreforma, garantir a integridade da Igreja católica.
As especificidades, para nos a verdade, desde Kant é aquilo que provem de lógicas formais, não esta revelada por deus, coisa que faz parte do pensamento medieval, acessar a verdade era se aproximar das verdades e regras impostas por deus, aquilo que se revelaria de maneira, por vezes, irracional. Quanto ao inquérito — recolha de informações que constrói uma narrativa que possibilita o descobrimento de algo — a inquisição dentro dessas premissas trabalhava com
crimes de fé (heresias); algo que fere a própria doutrina da igreja, gerando uma culpa não consciente, a inquisição investiga crimes que se quer o réu tem a consciência que cometeu. 
Quando o inquisidor chegava na cidade, ele pregava um “monitório” na porta da
igreja, e ia fazer uma “devassa” (averiguação); o inquisidor possui poderes extraordinários, momentâneos. havia uma catarse para com os cidadãos, confissão
de tudo. Dependendoda degradação do pecado, a pena máxima era a
fogueira; em medias duas execuções capitais por ano. punições de vergonhas
publicas (sambenito) e degredos. em casos que a pessoa não confessava havia
a pena capital, excepcional, portanto. quem executava a pena não era a inquisição,
mas o rei, o que leva a cínica conclusão que a inquisição não matou
ninguém na historia, a não ser não intencionalmente , na tortura. (CINICAMENTE FALANDO), a igreja fazia a conclusão do inquérito, ela recomendava as penas e o rei executava e fiscalizava. A pena definitiva era a do réu ser excomungado
REFORMISMO ILUSTRADO EM PORTUGAL E AMERICA
—> União Ibérica (1580—1640) —> restauração (Portugal e Inglaterra)
—> blocos econômicos globais: franca e Espanha X Inglaterra e Holanda
—> crises na bacia do prata —> tratado de Tordesilhas
—> fortalecimento do pensamento reformista
-> industrialização
-> reorganização economica
—> fins do século XVII: ouro em Minas Gerais
—> suspensão dos planos reformistas
1755: Terremoto de Lisboa
—> ascencao de marques de pombal
—> reconstrução do império a partir de Lisboa
—> reafirmacao dos poderes politicos
—> centralizacao e afirmacao do Estado português
QUANTO AO DIREITO
Lei da boa razão: Reorganiza e hierarquiza as fontes do direito
subsidiariedade das leis das “nacoes polidas e civilizadas” e depois do direito romano
Reforma dos estatudos da universidade de coimbra— 1772
direito patrio —> vernaculizacao dos grandes ritos
direito natural moderno
De 1580 a 1640 o rei da Espanha detinha domínio sobre Portugal, e como o direito prega, não ha como realizar um contrato consigo mesmo, logo contratos ate mesmo de relevância perderam eficácia dado que o rei da Espanha também era monarca de Portugal; 
o rei da Espanha, assim com Portugal, era imagem rigorosa do catolicismo, logo ia contra a imagem protestante que crescia na Holanda e na Inglaterra, gerando disputas e rivalidades, inclusivamente econômicas, divisão em blocos econômicos, no ultimo ano da Era ibérica ha a expulsão do donatário, rei da Espanha, declarando-se independência e iniciando a dinastia de Bragança.
com essa nova revolta popular, Portugal se alia com os ingleses para manter sua independência frente a Espanha.
Até o século 16 inicio do 17, Portugal era uma grande potência global, e após esse ocorrido, saiu falida, precisando pagar uma grande divida aos ingleses e sofrendo taxação do dinheiro vindo das Américas, visto que passava por Madrid.
Quando Portugal pede para reatar o Tratado de Tordesilhas, levando a uma disputa de poderes, o reformismo, tentativa de resgatar a grandiosidade do império português;
Ha mudança na macroeconomia, devendo Portugal mais exportar do que importar uma balança comercial favorável, cria-se um vácuo econômico que é rapidamente preenchido por poder monetário
nacional. Contudo, ocorre um parêntese nessa época, 1696 em minas gerais descobre o primeiro veio de Ouro no Brasil, por sorte e por azar de Portugal; encontrar ouro na época que tudo era lastreado e cunhado pela massa de ouro; não enriqueceu Portugal como eles imaginaram, o catolicismo por um lado que punia a avareza e a intenção de lucro; e porque boa parte desse ouro foi escorrido na mão da corrupção do sistema colonial.
E quando ele vai querer se industrializar, a globalização indica que ja é tarde demais.
Pois bem, o ciclo conhecido do ouro vai de 1696 a 1740, haviam extraviado o futuro português nessa época, tonando o brasil a colônia de maior relevância.
em meados do séc 18, por virtude de tratados internacionais o brasil toma o formato territorial que tem hoje, por virtude da falta de satélite, achava-se que brasil era uma ilha, fluvial portanto, e se dividida ao meio, daria problema. Reorganização da dinâmica inclusive internamente, no eixo do nordeste ao centro-sul; em 1755 ocorre o terremoto de lisboa, 1 de nov. dia de todos os santos, colocando-se velas em todas as janelas, lisboa estava toda decorada, um forte terremoto atinge o
mar de portugal, e boa parte delas e mandada a baixo, e acima de tudo, pega fogo, lisboa é incendiada, o povo desce correndo a praça do comercio, onde não havia chances do fogo atacar, entretanto, um tsunami atacou aquela praça, os predios publicos e o palácio real foi abaixo, com
detalhe importante, era de certo para eles que fora uma punição divina, o único bairro que não sofre interferências foi o bairro dos mouros, uma sociedade presa a lógica tomista e jusnaturalista confirma o medo da punição divina
nesse periodo de profunda fragilidade surge como regente o
primeiro ministro de portugal, marques de pombal, um dos Grandes símbolos da cidade de lisboa, visto que de fato foi marcante, e assume autoridade para reestabelecer a dinâmica portuguesa, o centro de lisboa é pombalino, foi reconstruída
uma capital de cima para baixo planejada para evitar sofrimentos… e reorganiza as os poderes políticos; centralização e afirmação do estado portugues, mas de fato portugal
se torma um estado nação, com as primeiras restituições politicas ele transfere, no brasil, cria o tribunal da relação do rj, cria a intendência geral de policia (conceito do dto, adm. Conceito pelo qual o Estado organiza a cidade, urbanizacap), criação
do diretorio regional dos indígenas (vao parar de serem vistos como “almas” a serem salvas, mas povos a serem administrados; e certificar, sobretudo que vão defender o lado português, não espanhol); renova a companhia de comercios e sobretudo a forma das alfandegas.
Por isso uma reforma ilustrado, ele continua com a importância do rei e igreja, mas deve haver uma modernização na cabeça, mas devendo reter as “francesias”, como Rousseau, voltaire,
diderreau, todos os textos que forma censurados, um iluminismo fraturado.
Quanto ao direito, dada sua pluralidade de fontes, em 1769 passam por um filtro de hierarquização,
havendo direito por forma de comando, passando a ser A fonte relevante de direito; a lei so toma eficacia de resolução de conflitos em Portugal, subsidiada pelas leis das nações polidas e civilizadas — como segunda opção ao comando criado pela hierarquização de fontes—, ou seja,
os costumes e leis da franca, alemanha, inglatera… e como terceira e ultima opcao se aplica o direito romano.
Processo de vernaculizacao [vernaculo=idioma da nação] das obras, ou seja, passam a se tomar
como nacional, o que antes era visto como divino, dogmatico, naturalizado;
A universidade de coimbra e sua reforma de estatuto se dota de extrema impotência, a cabeça das pessoas que saiam formada dessa universidade, ajuda a explicar o processo de independencia
do brasil, (Brasil, introducao das matérias de direito patrio, a maioria maciça das matérias sao. de instituto de direito do pais em estudo, ja em portugal na epoca tinha 1 matéria de direito patrio). 
MODERNIDADE CENTRAL: JUSRACIONALISMO (SÉC. XVIII)
—> Direito Racional moderno
—> constituir bases racionais para a justiça
—> direito natural subjetivo
-> intuito, explicitado é analisado a partir de sua coerência e consistência face a
razão subjetiva
Da ontologia à epistemologia:
— ordem — vontade mediada pela razão
— Deus — humano
Jusracionalismo é o Direito natural moderno; o que já indica que existem outras tradições de direito (como o medieval com base tomista, aquela de que deus tenha criado o mundo e posto pistas que nos guiam pela fé e razão; e regras de regem a natureza (realidade), é natural que machos se atraiam por fêmeas e vice-versa, vinculação de razão e fé). 
O jusracionalismo, faz uma ruptura metodologia, por sua vez, tira Deus da jogada, 
Então deixam de ter uma concepção, exclusivamente, objetivista, então deixa de ter a concepção de que deus deixou tudo e criou tudo para o homem, passando a olhar a coisa em si, agora pudesse desvendar as coisas a partir de um raciocínio lógico e racional, Justiça agora e uma operação individual e subjetiva, 
o jusraturalismo e o produto para dizer que a justiça é fruto da razão humana,
não quedeus não exista, mas de acordo com as francesias, deus é inútil para explicar;
Kant, diz que somos limitados quanto a nossa realidade, sobre as grandes perguntas não vale a pena perder tempo, devemo-nos concentrar naquelas que podemos responder.
Iluminismo
Quais são os direitos naturais (pressupondo que existem)? SÉC. XVIII começa a fazer
sentido! Vida, liberdade, propriedade e igualdade.
O que não se explica é o porque de serem considerados naturais, porque o direito a vida é considerado natural? vontade a autopreservação, de certa forma. Direito a vida garante os outros direitos, os direitos pressupõe a vida; Derivação material biologia e outra subjetiva, o primeiro foi explicado com o exemplo do Black Mirror que alguém tentaria nos matar constantemente; haveria a vivencia no limite, como um soldado no campo de batalha ou um animal cercado por predadores; ou seja a não se trata de manter o coração batendo; ja a subjetiva trata-se do direito de poder sonhar
e controlar seu próprio futuro, se não tiver condições de lidar com seu espaço de ação e imaginação, seu direito a vida esta sendo violado. O segundo direito natural, a liberdade; os direitos naturais são interdependentes, eles retroalimentam um ao outro, o que é liberdade, a final?
Para Kant, é fazer o que certo, e poder racionalmente SEMPRE fazer suas próprias escolhas, de tal sorte que o direito natural a liberdade possui a esfera material, como ser preso involuntariamente, manifestação do direito a liberdade em sua prescrição subjetiva, o direito de não ser manipulado,
e poder pensar livremente o que você bem quiser, ainda que eventualmente, você responda por suas decisões, ninguém pode te privar de falar algo, você pode, portanto, pagar pelosseus atos.
O terceiro direito natural, a igualdade, de forma livre, é o principio mediador do jusracionalismo;
protege o conceito da razão, a definição de razão, o direito de ser levado a sério como um interlocutor desde que faca uso da razão. Materialmente, o exemplo de Kant aparecer em uma sala de aula com um professor dando a aula sobre o mesmo, e os dois debaterem sobre a interpretação do texto; o que importa não é quem fala, mas o que fala. niilismo da identidade.
Subjetivamente, capacidade de que todos devem ser levados a serio.
Direito a propriedade, John Locke idealiza isso, na hipótese jusracionalista analisando a partir do estado de natureza objeto de estudo não realidade; quando nascemos nos tornamos proprietários do nosso próprio corpo. ai surge a hipótese em Marx, Hobbes… o que diferencia o homem das outras espécies e a capacidade de que o homem tem de trabalhar (capacidade de racionalmente modificar a natureza — labor para Hannah Arendt, projetar a minha razão nas coisa e me apropriar
delas, criando maleabilidade do real; derivado da lógica; se eu não puder de me apropriar de nada eu não consigo exercer minha razão, visto que ela não e especulativa, mas pratica; problema existencial, portanto.). Para Locke não tem sentido alguém ser dono de uma fazenda sem nem mesmo ter o conhecimento cubico dela, portanto passa a ser um dos objetos de estudo mais debatidos;
Todos os princípios são correlacionados, dependentes entre si e independentes de Deus.