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Sociedade, Comunicação e Cultura (a10)

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Sociedade, Comunicação e Cultura 
Aula 10 
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Aula 10: Fases do capitalismo 
 
Objetivo: Delinear as três fases do capitalismo e suas consequências na atualidade. 
 
 
Primeira fase: capitalismo comercial, ou pré-capitalismo 
 
 
 
A primeira fase do capitalismo compreende do século XVI ao XVIII e é 
marcada pelas iniciativas dos comerciantes e da nobreza europeia que dão início às 
Grandes navegações e às expansões marítimas em busca de riquezas não 
encontradas em solo europeu, como o ouro, a prata, especiarias e matérias-primas. 
Financiadas por nobres e reis, essas expedições iam à busca de novas terras, 
chegando à América e à África, onde deram início a um ciclo de exploração cujo 
objetivo principal era o enriquecimento e o acúmulo de capital. 
 
As principais características capitalistas dessa fase são: busca de lucro, uso 
de mão de obra pouco qualificada e barata, surgimento de um sistema monetário 
que substitui as trocas, aparecimento de instituições bancárias para subsidiar esse 
novo sistema, fortalecimento da burguesia que comandava as negociações em 
todos os sentidos e o acirramento das desigualdades sociais. 
Conforme Soares, Almeida e Vergili (2010): 
 
A primeira Bolsa de Valores de que se tem conhecimento foi 
instituída pela Companhia Holandesa das Índias Orientais, na cidade 
de Amsterdã, em 1602. lá as primeiras ações foram negociadas em 
um estabelecimento financeiro. Desde então, as outras surgiram e 
assumiram funções estratégicas no mercado financeiro. New York 
Stock Exchange Euronext – a Bolsa de Valores de Nova York foi 
fundada em 1792, sendo a maior e mais antiga dos Estados Unidos. 
Localizada no distrito de Manhattan, em Wall Street, o centro 
financeiro da cidade, a Bolsa transaciona ações das maiores 
empresas norte-americanas e do mundo inteiro. (...) A Bolsa de 
Valores de Madrid – principal mercado de valores da Espanha teve 
sua primeira negociação no ano de 1831. (p. 99-101) 
 
Portanto, o que pudemos perceber é que os especialistas em negociações 
comerciais e financeiras estão no mercado desde o advento das explorações 
terrestre e marítima, e comandam o mercado até hoje, numa escalada cada vez 
maior. As bolsas de valores são uma realidade em todo o mundo e são o que melhor 
traduz a evolução do processo dos negócios que tradicionalmente sempre 
aconteceram. 
 
Segunda fase: capitalismo industrial 
 
A segunda fase surgiu com o avanço da industrialização na Europa, no século 
XVIII, especialmente na Inglaterra, considerada o berço da industrialização. A 
Revolução Industrial surgida ali ajudou a Europa a fortalecer seu sistema capitalista, 
e através dela se espalhou para o resto do mundo como um modelo de 
desenvolvimento a ser seguido. Os diversos países, em ampla corrida 
desenvolvimentista, se viram impulsionados a modificar seu sistema de produção e 
substituir o trabalho manual por máquinas em nome do aumento da produção e do 
lucro. 
 
Para atender a essa nova fase do desenvolvimento, foi necessária uma ampla 
adequação do sistema de produção com investimento em maquinários, espaço físico 
e política de trabalho e produção, o que trouxe benefícios, pois a produção em larga 
escala barateou as mercadorias, mas, por outro lado, provocou desemprego, 
contratações por baixos salários e em péssimas condições de trabalho, poluição do 
ar, solo e rios e, principalmente, acidentes nas máquinas ainda em adaptação 
também. 
Os problemas foram muitos, mas os lucros os superava, deixando o 
empresário cada vez mais satisfeito com essa nova fase de produção. As máquinas 
a vapor espalharam-se rapidamente por todos os cantos da Europa e, com ele, o 
capitalismo selvagem, que impulsionou as novas conquistas na Ásia e África. 
A partir do século XIX, esses continentes passam a ser fonte de exploração 
de matérias-primas e riquezas pelos europeus, num contexto conhecido como 
Neocolonialismo, no qual, além dos recursos naturais, houve também a exploração 
de os trabalhadores, sendo obrigados a exercer trabalhos forçados em jazidas de 
minérios em condições degradantes e, em contrapartida, consumirem os produtos 
industrializados das fábricas europeias. 
 
 
 
Terceira fase: capitalismo monopolista-financeiro 
 
O século XX marca o início da terceira fase do capitalismo (que ainda está em 
pleno vapor). Sua principal característica é a informatização, que possibilita a 
transferência e circulação de capital em tempo real em todas as 24 horas do dia. As 
relações financeiras servem como molas propulsoras para o desenvolvimento 
globalizado através das grandes corporações financeiras, do complexo sistema 
bancário e do mercado globalizado. 
As corporações assumem um papel de grande importância ao conduzirem a 
economia e produzirem produtos e serviços em diversas partes do mundo. Elas são 
fortes e capazes o suficiente para atender e criar demandas de consumo para todos 
os continentes, gerando lucros e circulação de capital em escala mundial. 
 
 
No entanto, para atingir seus objetivos, a exploração de recursos naturais e 
humanos também aumentou substancialmente. Dentro dessa economia de mercado, 
para atingir a margem de lucro esperada, as corporações saem em busca de novas 
fontes de produção e de mão de obra barata, pois só assim conseguem manter um 
comércio ativo e de grandes proporções. 
As máquinas, a realidade e as relações virtuais são o mote desse sistema. A 
indústria é cada vez mais automatizada e mecanizada, a circulação de capital passa 
cada vez menos pelo manuseio do papel moeda e cada vez mais pelos cartões e 
transferências virtuais. A revolução passa pelos transportes, meios de comunicação, 
educação, indústria e comércio. Contudo, apesar das corporações lucrarem com 
esse processo globalizado, é o sistema bancário e financeiro que mais lucra e 
acumula capital. São os grandes responsáveis pelo acúmulo de bens e riquezas. 
Esse processo de crescimento acelerado deu início ao que hoje conhecemos 
como globalização, pois foi o que possibilitou a integração entre países, antes 
distantes geograficamente, e impulsionou o surgimento de blocos econômicos, como 
a União Europeia, o Mercosul, o Nafta, o Pacto Andino, entre outros, para conforme 
Soares, Almeida e Vergili (2010), “romper as fronteiras comerciais e estreitar cada 
vez mais as relações internacionais entre os países-membros”. Marcando o início de 
uma nova era: a das tecnologias e da homogeneização cultural e financeira, na qual, 
conforme os autores: 
 
A reorganização geopolítica do mundo propiciou acesso imediato à 
informação, novas tecnologias e homogeneidade na comunicação 
entre os mercados, trazendo à tona a necessidade de as 
corporações se adaptarem a essa nova realidade universal. (2010, p. 
99) 
 
 
O que confirma que se por um lado o capitalismo tem vantagens, por outro ele 
é um desafio constante às nações. 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações finais 
 
Ao término de mais esta aula, chegamos à conclusão que o capitalismo é a 
máquina que move o mundo e cada nação se caracteriza como mera engrenagem 
neste sistema. Napróxima aula, veremos o quanto esses rearranjos geopolíticos, 
pautados pelo capitalismo e pela formação de blocos econômicos, influenciam a 
economia em escala mundial e nos afetam de maneira sensível. 
 
Saiba Mais 
 
1. Neocolonialismo: é o processo de dominação política e econômica estabelecido 
pelas potências capitalistas emergentes ao longo do século XIX e início do século 
XX, que culmina com a Partilha da África e da Ásia, (colonização da África e da 
Ásia). 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M.H.P. Temas da filosofia. 3. ed. rev. São Paulo: 
Moderna, 2005. 
_______. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. 
CHAUÍ, Marilena. Unidade 8: O mundo da prática. Capítulo 1: A cultura. In: Convite à 
Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 
MEKSENAS, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1992. 
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. 25. ed. São Paulo: Ática, 
2004. 
SOARES, G.; ALMEIDA, J.; VERGILI, R. Comunicação no mercado financeiro: um 
guia para relações com investidores. São Paulo: Saraiva, 2010.

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