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APS Em 17 de março de 2014 o senhor Marcos Orlando, celebrou um contrato de seguro de saúde individual, e em 2015 foi constatado que seria necessário a utilização de uma prótese em seu joelho esquerdo

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
 ANÁLISE DE UMA SITUAÇÃO PROBLEMA
 
SOROCABA
2016
 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
 Trabalho referente à disciplina da Atividade prática supervisionada da Universidade Paulista – UNIP, atendendo às exigências para a obtenção do título de Bacharel em Direito, sob a orientação da Professora ___________. 
SOROCABA
2016�
ÍNDICE
4INTRODUÇÃO	�
5O FATO	�
5DIREITOS APLICADOS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL	�
5LEI 9.656, DE 1998	�
6A MELHOR SOLUÇÃO PARA O CASO	�
7JURISPRUDÊNCIAS	�
14DEMANDAS JUDICIAIS EM CASOS SEMELHANTES	�
15CONCLUSÃO	�
16REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Em 17 de março de 2014 o senhor Marcos Orlando, celebrou um contrato de seguro de saúde individual, e em 2015 foi constatado que seria necessário a utilização de uma prótese em seu joelho esquerdo, portanto as próteses não serão fornecidas pelo plano de saúde, onde tem uma cláusula expressa referente ao não fornecimento, nesse caso em questão será discutido quais os direitos que o senhor marcos tem e se o novo código de processo civil atende a esse caso, o que as jurisprudências diz a respeito.
 Analisando o fato ocorrido vamos perceber que existe muitos casos semelhantes ao do senhor ,Marcos Orlando e que o poder judiciário sempre consegue solucionar. 
O FATO	 
Marcos Orlando contratou um seguro de saúde individual junto a OMP Seguros Saúde. O contrato foi assinado em 17 de março de 2014 com vigência renovada a cada ano e com o objetivo de fornecer procedimentos de saúde na rede de médicos e hospitais credenciados pela empresa. Em junho de 2015 Marcos Orlando teve conhecimento de que precisa realizar um procedimento de colocação de prótese no joelho esquerdo, cuja cartilagem foi fortemente prejudicada em um tombo que ele levou jogando futebol com os amigos. O médico informou que todas as despesas de cirurgia e hospitalização estão cobertas no contrato, porém a prótese não será fornecida pelo plano de saúde porque há cláusula expressa de não fornecimento.
DIREITOS APLICADOS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
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O novo código de processo civil se aplica a esse caso concreto, porque a ação ainda não foi ajuizada, sendo assim, quando Marcos Orlando quiser ingressar com a ação, esta deverá respeitar a legislação vigente, o novo código de processo civil tem aplicação imediata, abrangendo todo o território nacional brasileiro, segundo as palavras do Luiz Rodrigues Wambier, em seu livro “Direito Processual Avançado”, diz; 
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A jurisdição, é portanto no âmbito do processo civil, a função que consiste primordialmente em resolver os conflitos que a ela sejam apresentados pelas pessoas, por meio da aplicação de uma solução prevista pelo sistema jurídico
No caso de marcos orlando, em junho de 2015, já seria necessário ajuizar o seu processo nas normas no novo código, pois o referido código já se encontrava vigente em nosso pais, pois ele entrou em vigor na data de março de 2015.
LEI 9.656, DE 1998
O Princípio da Especialidade determina que haverá prevalência da norma especial sobre a geral. O objetivo desse princípio é evitar o bis in idem, que é quando duas leis regem sobre o mesmo fato, gerando assim conflitos.
Neste caso ( dos contratos de seguro saúde), como o Código Civil e a Lei Especial estão em vigor desde 2003 (após o cumprimento do vacatio legis de um ano) e 1998 respectivamente, ambos são aplicáveis. Porém o Código Civil é genérico, e a Lei 9.656 de 1998 é especial, então quando e se houver conflitos a lei especial (Lei 9.656/98) prevalecerá à lei genérica (Código Civil). Mas se não houver, uma complementará a outra, então os contratos de seguro saúde são regulados por ambos os textos de lei.
Mas além do Código Civil e da Lei Especial, atualmente se usa o CDC também. Porque, 'a relação estabelecida entre operadora e beneficiário é de natureza consumerista, portanto, deve obedecer às regras estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor. O CDC afasta e reprime as práticas abusivas praticadas pelas operadoras, como, por exemplo, cláusulas restritivas de direitos, carência indevida, não cobertura de procedimentos, entre outras.'
'Como deveras salientado, a relação estabelecida entre as operadoras de planos de saúde e seus clientes é relação de consumo, portanto, devem respeitar as regras do Código de Defesa do Consumidor, bem como do Código Civil e também da Lei dos Planos de Saúde – Lei 9656/98.
Nota-se, também, que o contrato estabelecido entre consumidor e operadora de planos de saúde, é contrato de adesão, uma vez que o cliente adere ao contrato imposto, sem poder discutir ou modificar as cláusulas ali previstas.
Tem-se como contrato de adesão, segundo França (apud, DINIZ, 2003, p. 90) “aquele em que a manifestação de vontade de uma das partes se reduz a mera anuência a uma proposta da outra”.
Há aqui uma diminuição do principio da autonomia da vontade, onde o aderente aceita a proposta do ofertante sem poder ponderar as clausulas do contrato.
Os contratos de adesão, nos dizeres de Diniz (2003, p. 91) “supõem: 1) uniformidade, predeterminação e rigidez da oferta; 2) proposta permanente e geral; 3) aceitação pura e simples do oblato; 4) superioridade econômica de um dos contratantes e 5) cláusulas do contrato são predispostas e fixadas unilateralmente”.
Então neste caso, se usa tanto o código civil quanto a lei especial e também o código de defesa do consumidor.
A MELHOR SOLUÇÃO PARA O CASO
A solução mais viável para Marcos Orlando é para que tente a auto composição para a solução de conflito, se caso não tiver efeito entrar com a ACAO DE OBRIGACAO DE FAZER CUMULADA COM DANOS MORAIS E ANTECIPACAO DE TUTELA contra OMP Seguro Saúde, posto que preencha todos os requisitos do artigo 300 do Novo Código de Processo Civil, uma vez que seu direito foi violado.
 “Art. 300  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Disserta James Eduardo Oliveira: 
“Uma vez delineada pelo juiz a tutela jurisdicional que pode responder com efetividade ao direito subjetivo
do consumidor, cumpre-lhe orientar-se pelo princípio da adequação, segundo o qual deverão ser manejados os mecanismos processuais hábeis a imprimir concretude
a esse direito. Esse ideal de efetividade prescinde da latitude do pedido imediato constante da petição inicial.”
(JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Código de Defesa do Consumidor –anotado e comentado – 3ª edição – Atlas).
A saúde é um direito fundamental sacramentada na Constituição Federal no seu artigo 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
E se o seu direito não esta sendo totalmente exercido, o que está dissertada na carta magna não está sendo cumprido, pois a cirurgia será coberta pelo plano de saúde e a prótese não. O objetivo maior é a saúde de Marcos Orlando não esta sendo alcançada, pois o que ele precisa urgente é da prótese. 
Por se tratar de saúde a demora de concessão de liminar em antecipação de tutela poderá agravar de alguma maneira o quadro de Marcos Orlando, o objetivo do litígio é realizar o procedimento cirúrgico o mais rápido possível para que Marcos Orlando volte com suas atividades o mais rápido possível, sendo assim sujeitar a requerida a custear integralmentee imediatamente a prótese para Marcos Orlando , verificando todos os requisitos e perigo que essa demora poderá acarretar.
JURISPRUDÊNCIAS
Nesse caso fala sobre a negativa de um plano de saúde em dar a prótese de joelho alegando para o paciente que no contrato a uma cláusula de exclusão de não fornecimento de próteses pelo seguro. Porém isso configura abusividade pela qual a ação pede para que o seguro cumpra com sua parte custeado o valor da prótese, mais danos morais. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Registro: 2013.0000008884​ ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0148222-18.2011.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante OMINT SERVIÇOS DE SAÚDE LTDA, é apelado GILDA MARIA SAUER DE ARRUDA PINTO. ACORDAM,​ em 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente), PEDRO DE ALCÂNTARA E THEODURETO CAMARGO. São Paulo, 16 de janeiro de 2013. Salles Rossi RELATOR Assinatura Eletrônica PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Voto nº: 23.196 Apelação Cível nº: 0148222-18.2011 Comarca: São Paulo (F. Central) - 29ª Vara 1ª Instância: Processo nº: 148222/2011 Apte.: Omint Serviços de Saúde Ltda. Apda.: Gilda Maria Sauer de Arruda Pinto VOTO DO RELATOR EMENTA PLANO DE SAÚDE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - Negativa de cobertura Custeio de cirurgia com implantação de prótese ortopédica no joelho direito da autora Existência de cláusula contratual que exclui a cobertura para próteses de qualquer natureza Recusa da ré injustificada Abusividade que, aliás, já foi reconhecida por esta Turma Julgadora em recurso anterior, envolvendo as mesmas partes (e tendo como objeto o mesmo procedimento) Condenação da seguradora ré ao pagamento das despesas relativas à cirurgia que é desdobramento da ação anterior e, portanto, devida Descabe, aqui, reanálise da cláusula excludente (cuja abusividade já foi reconhecida em ação anterior) -Sentença mantida Recurso improvido. Cuida-se de Apelação Cível interposta contra a re. Sentença proferida em autos de Ação de Indenização que, decidindo. pelo mérito os pedidos deduzidos na petição inicial, acabou por Decretar a parcial procedência dos mesmos para condenar o requerido a custear integralmente o tratamento da autora, com o pagamento de valores em aberto junto ao hospital, pelo montante de R$ 28.14,29, acrescido de correção monetária e juros moratórios, arcando ainda com as custas, despesas processuais e verba honorária, fixada em 10% sobre o montante da condenação. Inconformada, apela a requerida (fls. 376/389), PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO sustentando a necessidade de reforma da r. sentença recorrida que acabou por dar aplicação retroativa à Lei 9.656/98, não obstante o contrato em discussão ter sido firmado em 1992 e não adaptado àquele diploma legal. Prossegue a recorrente discorrendo acerca da validade da cláusula contratual, salientando que a necessidade da colocação da prótese na autora não pode obrigar a seguradora à respectiva cobertura, diante da clareza da cláusula excludente. Por tais razões, aguarda o provimento recursal. O recurso foi recebido pelo r. despacho de fls. 388 e respondido às fls. 396 e seguintes. É o relatório. O recurso não comporta provimento. A ação é condenatória, cumulada com pleito reparatório a título de danos morais, julgada parcialmente procedente para, em virtude do tratamento e cirurgia de artroplastia da autora, condenar a ré ao pagamento de valores em aberto junto ao hospital pelas despesas havidas a esse título, pelo montante de R$ 28.14,29. Cinge-se o apelo da seguradora ré em sustentar a legalidade da recusa na cobertura do tratamento e no respectivo custeio, diante da existência de cláusula que prevê expressamente a exclusão para realização de próteses e ainda, que o contrato, por opção da autora, não foi adaptado à Lei 9.656/98. No entanto, sem razão esta apelante. A cobertura ao procedimento em questão já foi objeto de análise por esta Turma Julgadora, por ocasião do julgamento PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Apelação Cível nº: 0164586-02.2010. Ali, decidiu-se que: “Incontroverso que apelada necessitou ser submetida a tratamento cirúrgico com a colocação da prótese referida junto ao Hospital Sírio Libanês. Era, assim, evidente, a necessidade de tratamento médico de urgência para a requerente. Correta a r. sentença recorrida. Não se trata aqui propriamente de se considerar a necessidade de tratamento para colocação da prótese como um ato distinto do ato cirúrgico, mas ao contrário, algo que se liga a ele de maneira direta e absoluta, sem o qual, a cirurgia realizada de nada valeria e resultado nenhum produziria. E mais, a própria apelante admitiu a cobertura do tratamento em si, apenas fazendo ressalva quanto à colocação da prótese. A colocação da prótese é um desdobramento do ato cirúrgico e, por esta razão, deve ser por ele abrangido, sem o qual não haveria êxito no procedimento (o que, aliás, foi observado por esta 8ª Câmara e Relatoria, no julgamento do AI 990.10.382464-4 que manteve a r. decisão concessiva da tutela antecipada, a fim de que a ré custeasse, em favor daquela, débito originado da inserção de prótese ortopédica junto ao Hospital Sírio Libanês, decorrente de cirurgia de artroplastia de joelho). Anote-se que o limite de exclusão imposto pelo contrato deve assim ser avaliado com ressalvas, observado de maneira concreta que a natureza da relação ajustada entre as partes e os fins do contrato celebrado, não podem ameaçar o objeto da avença bastando para tanto que se confira a previsão do artigo 51, IV e § 1º, II, todos do CDC. PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO JORGE ALBERTO QUADROS DE CARVALHO SILVA, na obra “Cláusulas Abusivas no Código de Defesa do Consumidor”, Ed. Saraiva, 2003, cuidando do princípio da proteção jurídica do consumidor e da sanção às clausulas abusivas diz que: “As sanções as cláusulas abusivas são​ necessárias e fundamentais para a reequalização da posição jurídica das partes contratantes, pois não adiantaria nada​ reconhecer e declarar a situação de opressão sem que sua causa​ fosse efetivamente extirpada do ordenamento jurídico. Mera​ constatação por si só não resultaria em nada se não fosse dados ao interprete da lei instrumentos necessários para eliminar o mal​ causador do desequilíbrio no sinalagma.” O contrato de seguro-saúde, por ser atípico, consubstancia função supletiva do dever de atuação do Estado, impondo-se a proteção da saúde do segurado e de seus familiares contra qualquer enfermidade e em especiais circunstâncias como aquela que aqui se vê onde a prótese necessária é sim conseqüência direta e objetiva da intervenção cirúrgica propriamente dita e que o ato assim executado na paciente, só produziria o efeito almejado se a prótese nela se colocasse. Está evidente que o pagamento integral pela autora do seu plano de saúde (o que não se discute), a necessidade de intervenção cirúrgica, a indispensabilidade da colocação da prótese. O tratamento para o restabelecimento de sua saúde é cirúrgico, a evidência. A intervenção necessária representa desdobramento correto do contrato firmado que obriga sim a apelante a responder PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO pelo pagamento necessário, como bem decidiu a d. Magistrada de primeiro grau. O procedimento a que se submeteu a apelada visa proporcionar-lhe cura de sua enfermidade. Sem a prótese, a cirurgia propriamente dita não teria qualquer função. Como o ato cirúrgico tem cobertura, não se trata de doença preexistente e o mal acometido, tem como única possibilidade de solução, a intervenção cirúrgica, resta evidente que tudo o que for necessário para tornar está última um ato com resultado efetivo é da responsabilidade da seguradoraapelante e por ela deverá ser pago. Em situações idênticas, vem reiteradamente decidindo esta mesma 8ª Câmara de Direito Privado, merecendo destaque o julgamento do Agravo de Instrumento n. 354.668.4/0-00, desta Relatoria, cuja ementa agora se transcreve: “ DECLARATÓRIA Colocação de prótese que​ se classifica como providência necessária e desdobramento do ato​ cirúrgico Exclusão invocada pela Seguradora que contraria a​ finalidade do contrato e representa abusividade que afronta ao ​CDC​ ​-Decisão mantida Recurso improvido.​ ” Ainda desta 8ª Câmara e Relatoria, o julgamento extraído dos autos da Apelação Cível nº: 399.377.4/0-00, conforme segue: “ COMINATÓRIA PLANO DE SAÚDE ​-Negativa de cobertura Colocação de prótese no fêmur Existência de cláusula contratual que exclui a cobertura para próteses e próteses​ externas Recusa da ré injustificada - Colocação da prótese na PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO autora que se classifica como providência necessária e​ desdobramento do ato cirúrgico Exclusão invocada pela​ Seguradora que contraria a finalidade do contrato e representa​ abusividade que afronta ao ​CDC​ Despicienda a alegação de que a​ relação contratual não é abrangida pela Lei 9.656/98, já que a​ abusividade pode ser reconhecida à luz do ​CDC​ ... - Sentença​ mantida Recursos improvidos​ .” Também nesse sentido, decidiu a 10ª Câmara de Direito Privado deste E. Tribunal, no julgamento do Agravo de Instrumento n. 372.438-4/2-00, que teve como Relator o Desembargador JOÃO CARLOS SALETTI, do qual se extrai: “ CONTRATO Prestação de serviços Plano​ de saúde Cobertura Introdução de prótese em cirurgia de quadril Cirurgia autorizada, excluída a prótese Inadmissibilidade Limitação que implica na negação de todo o​ atendimento Exclusão ofensiva ao direito do autor Recurso não​ provido.​ ” Exatamente por conta disso, descabe aqui qualquer consideração a respeito do alcance da Lei 9.656/98 à relação contratual em exame (ou ainda, a não adaptação do contrato à referida lei) já que, à luz do Código de Defesa do Consumidor, a negativa da ré e aqui recorrente mostra-se abusiva, de sorte que a apelação por ela interposta não prospera. ..”. Pelos mesmos argumentos, reconhecida a abusividade da cláusula excludente, devida e correta a condenação da seguradora ré ao pagamento, junto ao hospital, do valor constante na PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO parte dispositiva da r. sentença, eis que relativo ao mesmo procedimento. Já se reconheceu a obrigação da apelante no custeio da cirurgia de artroplastia no joelho da autora e a prótese necessária. Naquele outro apelo, também foi reconhecida a abusividade na recusa baseada da cláusula excludente o que torna desnecessário e até mesmo descabida, a reanálise da aludida recusa. Fica, pois, mantida a r. sentença guerreada, em seus inteiros termos. Nessa sentença foi favorável ao réu que necessitava da prótese,sendo reconhecido que o contrato usava de forma abusiva ao se negar a custear a prótese sendo que o procedimento cirúrgico estava diretamente ligado a colocação da prótese. EMBARGOS INFRINGENTES. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE COBERTURA. "ARTROSE E ANQUILOSE SEVERA DO JOELHO". IMPLANTE DE PRÓTESE. NEGATIVA DE FORNECIMENTO DO MATERIAL PARA O ATO CIRÚRGICO. DANOS MORAIS OCORRENTES. Hipótese em que a negativa de cobertura extrapolou o mero dissabor dos problemas cotidianos, sendo manifesta a dor, a angústia e o abalo psicológico por que passou a parte demandante, considerando as peculiaridades do caso em análise. EMBARGOS INFRINGENTES ACOLHIDOS. MAIORIA. (Embargos Infringentes Nº 70066070459, Terceiro Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Julgado em 02/10/2015). (TJ-RS - EI: 70066070459 RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Data de Julgamento: 02/10/2015, Terceiro Grupo de Câmaras Cíveis, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 13/10/2015) Nesse caso a ação pede o ressarcimento das despesas médicas pela cirurgia de catarata,na qual o plano de saúde se negou a fornecer as lentes intra-oculares alegando que se configuram como próteses e que o plano tem uma clausúla expressa de exclusão,na qual a réu requer da seguradora o reembolso integral do valor gasto,na qual o pedido teve procedência por decisão unânime. TJ-PE - Apelação : APL 4014122 PE APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS C/C DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL. PLANO DE SAÚDE. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL. Ementa APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS C/C DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL. PLANO DE SAÚDE. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL. ART. 205 DO CÓDIGO CIVIL. CIRURGIA OFTALMOLÓGICA. CATARATA. RECUSA À COBERTURA DE LENTES INTRA-OCULARES, SOB FUNDAMENTO DE QUE CONFIGURAM PRÓTESE, COM EXPRESSA EXCLUSÃO NO CONTRATO. ILEGALIDADE NA NEGATIVA DE COBERTURA DAS DESPESAS POR PARTE DA SEGURADORA. REEMBOLSO DE FORMA INTEGRAL DO VALOR DESPENDIDO. APELO DESPROVIDO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO MANTIDA. DECISÃO UNÂNIME. 1. É jurisprudência pacífica e consolidada neste Tribunal de Justiça o entendimento de que deve ser objeto de cobertura pela operadora de plano de saúde a colocação de todo material imprescindível ao procedimento cirúrgico, não se podendo negar o fornecimento de próteses, próteses e seus acessórios. Tal regra, aliás, está inserta no art. 10, inciso VII da Lei nº 9.656/98, que rege o instrumento contratual firmado pelas partes in casu, assim como na Súmula nº 54 deste Egrégio Tribunal. 2. Havendo prescrição médica para o material específico, visando restabelecer a saúde do paciente, sendo a doença coberta pelo plano, não pode a seguradora limitar o tratamento. Deve a seguradora custear/ reembolsar o valor na sua integralidade. 3. Apelo desprovido. Manutenção da sentença. Decisão unânime. Acordão SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº 0097509-26.2013.8.17.0001 (0401412-2) - Recife - 33ª Vara Cível - Seção A Apelante: Bradesco Saúde S/A Apelada: Sebastião Farinha da Silva Relator: Des. Evandro Magalhães Melo VOTO 1- Prejudicial de mérito - Prescrição Pretende o demandante, portador de catarata e astigmatismo corneano bilateral de 2 graus, o ressarcimento de despesa médica resultante do procedimento cirúrgico, realizado em 2008, de "facoemulsificação combinada com implante de leite multifocal ZM 900 e ceratotomia radial astigmática em ambos os olhos", conforme Relatório Oftalmológico de fl. 23. Em relação à prescrição, ressalto que no julgamento do Recurso Especial 1.176.320-RS, o Ministro Relator Sidnei Beneti proferiu o seu voto no sentido de dar provimento ao recurso interposto pelo segurado acolhendo o prazo prescricional de 10 (dez) anos para a propositura de ação de ressarcimento em face de empresa administradora de plano de saúde. Aduziu que não se aplica a regra da prescrição ânua prevista no art. 206, § 1º, II do Código Civil, em razão da causa de pedir da pretensão não decorrer do contrato de seguro, mas sim da prestação de serviço de saúde, que deve receber tratamento próprio, sendo aplicável ao caso em tela o art. 205 do Código Civil: "A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor." O entendimento proferido no acórdão foi no sentido da aplicação da regra geral acerca da prescrição insculpida no art. 205 do Código Civil, uma vez que não há legislação específica para o caso de descumprimento contratual de contrato de seguro de saúde, in verbis: "RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO DE RESSARCIMENTO. CIRURGIA CARDÍACA. DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL. 1.- Em se tratando de ação objetivando o ressarcimento de despesas realizadas com cirurgia cardíaca para a implantação de"stent", em razão da negativa do plano de saúde em autorizar o procedimento, a relação controvertida é de natureza contratual. 2.- Não havendo previsão específica quanto ao prazo prescricional, incide o prazo geral de 10 (dez) anos, previsto no art. 205 do Código Civil, o qual começa a fluir a partir da datade sua vigência (11.1.2003), respeitada a regra de transição prevista no art. 2.028. 3.- Recurso Especial provido."(STJ. REsp 1176320/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 26/02/2013) (g.n.) Com efeito, foi acertada a decisão de primeira instância que afastou a preliminar de prescrição, com os seguintes termos:"Argumenta a ré a prescrição ânua da pretensão do autor, contudo, deixo de acolher a prejudicial de mérito, uma vez que entendo ser aplicável ao caso em apreço o prazo prescricional previsto no art. 205 do Código Civil, por não se enquadrar o contrato de plano de saúde na categoria de seguros em geral." Desta forma, rejeito a preliminar. É como voto. Recife, 17 de dezembro de 2015. Des. Evandro Magalhães Melo Relator SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº 0097509-26.2013.8.17.0001 (0401412-2) - Recife - 33ª Vara Cível - Seção A Apelante: Bradesco Saúde S/A Apelada: Sebastião Farinha da Silva Relator: Des. Evandro Magalhães Melo VOTO 2. Mérito No caso particular, merece sublinhar, diante da natureza do negócio jurídico envolvendo os litigantes, que o equacionamento da pretensão travada deve buscar seu alicerce no âmbito da normatização traçada pelo Código de Defesa do Consumidor, conferindo-se, inclusive, em favor da autora, ora apelada, a facilitação da defesa com a inversão do onus probandi, dada a verossimilhança de suas alegações bem como em razão da sua condição de hipossuficiente em relação à capacidade econômica da parte requerida/ apelante. Sobre os contratos de plano de saúde, Cláudia Lima Marques discorre: "É um bom exemplo de contrato cativo de longa duração a envolver por muitos anos um fornecedor e um consumidor, sua família ou beneficiários como destinatários finais (consumidores) do serviço prestado pela operadora, empresa ou cooperativa, e desta como fornecedor, não oferece maiores dificuldades. [...] afirme-se, assim, com o eminente professor e Ministro Carlos Alberto Menezes Direito: 'Dúvida não pode haver quanto à aplicação do Código de Defesa do Consumidor sobre os serviços prestados pelas empresas de medicina de grupo, de prestação especializada em seguro-saúde. [...] O reconhecimento da aplicação do Código de Defesa do Consumidor implica subordinar os contratos aos direitos básicos do consumidor, previsto no art. 6º do Código'." (Contratos no código de defesa do consumidor. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 475). Feitas tais considerações, importa mencionar que, conforme as regras de interpretação dos negócios jurídicos, seja no plano das normas de Direito Civil, seja no plano das normas consumeristas, há obrigatoriedade de que sejam interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113, CC; art. 51, IV, CDC). Nos casos de relação de consumo, inclusive, há a previsão de declaração de nulidade de cláusulas que sejam incompatíveis com a boa-fé e equidade. O ponto chave da insurgência recursal diz respeito à negativa de cobertura securitária de lente intraocular, utilizada no procedimento cirúrgico de facoemulsificação ao qual o autor foi submetido. A apelante/ré, por sua vez, alega não haver obrigação contratual quanto à referida lente, pois há "explícita exclusão de cobertura contratual" (fl. 112). Contudo, deve-se levar em conta que o procedimento foi indicado por profissional da medicina responsável, a fim de atender às necessidades inerentes ao tratamento do paciente, por isso desarrazoado conceber que a empresa negue a cobertura. Constatada a imprescindibilidade da prótese como material cirúrgico, caracterizada está a injusta recusa da seguradora em autorizar procedimento com a prótese solicitada pelo médico, tendo em vista que se estaria obstacularizando o direito da autora à uma assistência digna e saudável, não há como se rejeitar o pedido autoral, mostrando-se devida a cobertura securitária. Além disso, é jurisprudência pacífica e consolidada neste Tribunal de Justiça o entendimento de que deve ser objeto de cobertura pela operadora de plano de saúde a colocação de todo material imprescindível ao procedimento cirúrgico, não se podendo negar o fornecimento de próteses, próteses e seus acessórios. Tal regra, aliás, está inserta no art. 10, inciso VII da Lei nº 9.656/98, que rege o instrumento contratual firmado pelas partes in casu, assim como na Súmula nº 54 deste Egrégio Tribunal. Vejamos: "Súmula 054. É abusiva a negativa de cobertura de próteses e próteses, vinculadas ou consequentes de procedimento cirúrgico, ainda que de cobertura expressamente excluída ou limitada, no contrato de assistência à saúde." Eis a jurisprudência: "DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA POR UNANIMIDADE. UNIDADE UNIMED RECIFE INTEGRANTE DO CONGLOMERADO SISTEMA NACIONAL UNIMED. IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE (LENTE INTRA-OCULAR RESTOR) DECORRENTE DE TRATAMENTO CIRÚRGICO DE CATARATA. ILEGALIDADE NA NEGATIVA DE COBERTURA DAS DESPESAS POR PARTE DA SEGURADORA. EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA EXCLUDENTE. IRRELEVÂNCIA. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA - SÚMULA 054 TJPE. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. 1. Preliminar de Ilegitimidade Passiva. Por força da teoria da aparência, na hipótese de negativa de prestação de serviço médico-hospitalar pela cooperativa, quaisquer de suas agências é parte legítima para responder pelas obrigações firmadas com o segurado; 2. Mérito. É jurisprudência pacífica e consolidada neste Tribunal de Justiça o entendimento de que deve ser objeto de cobertura pela operadora de plano de saúde a colocação de todo material imprescindível ao procedimento cirúrgico, na forma solicitada pelo médico especialista, não se podendo negar o fornecimento de próteses, próteses e seus acessórios, independentemente de cláusula contratual em sentido contrário. Tal regra, aliás, está inserta no art. 10, inciso VII, da Lei nº 9.656/98, que rege o instrumento contratual firmado pelas partes in casu, assim como, na Súmula 54, deste Egrégio Tribunal. 3. Recurso provido, à unanimidade."(TJPE - AI: 3335615 PE , Relator: Roberto da Silva Maia, Data de Julgamento: 04/11/2014, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 12/11/2014) (g.n.) "Plano de saúde. Autora submetida a cirurgia de catarata. Recusa à cobertura de lentes intra-oculares, sob fundamento de que configuram prótese, com expressa exclusão no contrato. Abusividade. Inserção na própria intervenção cirúrgica, como parte do processo curativo a que ela se volta. Dever de cobertura. Sentença reformada. Recurso provido." (TJSP - APL: 173053420098260114 SP 0017305-34.2009.8.26.0114, Relator: Claudio Godoy, Data de Julgamento: 29/11/2011, 1ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 01/12/2011) (g.n.) Pleiteada administrativamente a cobertura, não havendo resposta por mais de 20 (vinte) dias da seguradora, equivale à negativa por omissão, sabendo-se necessária a intervenção cirúrgica para restabelecimento da saúde do segurado, idoso, com idade aproximada de 77 (setenta e sete) anos. Como vimos, de acordo com a Súmula 054 deste TJPE, a seguradora deve fornecer o material, mesmo que haja expressa exclusão contratual. Outrossim, não pode recusar o tratamento prescrito pelo médico assistente, sendo o caso de cobertura da doença. Deve ser confirmada, portanto, a sentença recorrida para o reembolso integral pleiteado, correspondente a R$20.279,90 (vinte mil, duzentos e setenta e nove reais e noventa centavos), já deduzida a quantia reembolsada, consoante se vê na jurisprudência: "AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE. TUTELA ANTECIPADA. REQUISITOS PREENCHIDOS. CIRURGIA DE CATARATA. COBERTURA DE MATERIAL. NEGATIVA. REEMBOLSO DAS DESPESAS EFETUADAS. I - A antecipação da tutela deve ser concedida quando todos os requisitos do art. 273 do CPC estiverem preenchidos. II - Tratando-se de assistência à saúde, a autonomia de vontade é limitada e regulada por lei federal, que estabelece os parâmetros e condições mínimas a serem observados portodo e qualquer plano de saúde, exatamente para resguardar o direito à vida, à saúde e ao bom tratamento físico e mental do indivíduo, bens indisponíveis e de relevância. III - Havendo expressa indicação médica, não prevalece a negativa de cobertura de Lentes Intra-oculares (LIO) necessária se indicadas para a cirurgia de catarata, a qual foi submetido o paciente. IV - Considerando a urgência do procedimento e a comprovação de que o pagamento da lente foi custeada pelo autor, comprometendo mais de 50% (cinquenta por cento) de sua renda, mostra-se adequado o reembolso das despesas, sobretudo, porque a quantia despendida não se mostra capaz de causar grande impacto nas atividades desenvolvidas pela empresa agravada." (TJMA - AI: 0041212014 MA 0000775-74.2014.8.10.0000, Relator: JORGE RACHID MUBÁRACK MALUF, Data de Julgamento: 29/05/2014, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/06/2014) (g.n.) "SEGURO SAÚDE. REEMBOLSO DE DESPESAS COM CIRURGIA. INCIDÊNCIA DA LEI Nº 9.656/98, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DO ESTATUTO DO IDOSO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO MANTIDA. 1. Seguro saúde. Reembolso de despesas médico-hospitalares. Incidência da Lei nº 9.656/98 ao caso dos autos. 2. Incidência do Código de Defesa do Consumidor. Aplicação do CDC por se tratar de típica relação de consumo e por expressa determinação da Lei dos Planos de Saúde. Estatuto do Idoso. Autora com mais de 60 anos de idade. Incidência das regras protetivas ao caso dos autos. 3. Plano-referência (arts. 10 e 12 da Lei nº 9.656/98). Plano que deve cobrir tudo o que for necessário para a cirurgia a que foi submetida a autora. Eventual cláusula contratual contrária a dispositivo de lei deve ser tida como não escrita, por abusiva e ilegal. 4. Contrato que não prevê exclusão de cobertura da cirurgia ou dos materiais solicitados. Sentença mantida. Recurso não provido." (TJSP - APL: 559120720088260000 SP 0055912-07.2008.8.26.0000, Relator: Carlos Alberto Garbi, Data de Julgamento: 23/10/2012, 10ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/10/2012) (g.n.) "RECURSO DE AGRAVO NA APELAÇÃO. RESSARCIMENTO DE HONORÁRIOS MÉDICOS. MANUTENÇÃO DA DECISÃO TERMINATIVA. 1. Inegável que trata o presente caso de relação de consumo, reclamando, portanto, a incidência da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) para o restabelecimento da igualdade da equação contratual, ameaçada pelos excessos da empresa seguradora, a qual procura escusar-se do cumprimento da obrigação de custear integralmente os gastos com a cirurgia cardíaca realizada no apelado. 2.Em virtude do plano de saúde apelante declarar expressamente que toda a classe de médicos cardiologistas não é conveniada com o mesmo, a realização de cirurgia cardíaca há se ressarcida através de reembolso, devendo, outrossim, a devolução dos valores gastos serem feitas de forma integral, conforme precedente jurisprudenciais. 3. Desta feita, foi negado provimento ao presente recurso de agravo, mantendo, na íntegra, a decisão terminativa proferida em sede de apelação, a qual negou provimento ao apelo." (TJPE - AGV: 2710174 PE , Relator: Alberto Nogueira Virgínio, Data de Julgamento: 26/11/2013, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: 02/12/2013) (g.n.) Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao apelo da Bradesco Saúde S/A, mantendo incólume a sentença de fls. 96/97. É como voto. Recife, 17 de dezembro de 2015. Des. Evandro Magalhães Melo Relator SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº 0097509-26.2013.8.17.0001 (0401412-2) - Recife - 33ª Vara Cível - Seção A Apelante: Bradesco Saúde S/A Apelada: Sebastião Farinha da Silva Relator: Des. Evandro Magalhães Melo EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS C/C DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL. PLANO DE SAÚDE. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL. ART. 205 DO CÓDIGO CIVIL. CIRURGIA OFTALMOLÓGICA. CATARATA. RECUSA À COBERTURA DE LENTES INTRA-OCULARES, SOB FUNDAMENTO DE QUE CONFIGURAM PRÓTESE, COM EXPRESSA EXCLUSÃO NO CONTRATO. ILEGALIDADE NA NEGATIVA DE COBERTURA DAS DESPESAS POR PARTE DA SEGURADORA. REEMBOLSO DE FORMA INTEGRAL DO VALOR DESPENDIDO. APELO DESPROVIDO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO MANTIDA. DECISÃO UNÂNIME. 1. É jurisprudência pacífica e consolidada neste Tribunal de Justiça o entendimento de que deve ser objeto de cobertura pela operadora de plano de saúde a colocação de todo material imprescindível ao procedimento cirúrgico, não se podendo negar o fornecimento de próteses, próteses e seus acessórios. Tal regra, aliás, está inserta no art. 10, inciso VII da Lei nº 9.656/98, que rege o instrumento contratual firmado pelas partes in casu, assim como na Súmula nº 54 deste Egrégio Tribunal. 2. Havendo prescrição médica para o material específico, visando restabelecer a saúde do paciente, sendo a doença coberta pelo plano, não pode a seguradora limitar o tratamento. Deve a seguradora custear/ reembolsar o valor na sua integralidade. 3. Apelo desprovido. Manutenção da sentença. Decisão unânime. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos do Recurso de Apelação nº 0097509-26.2013.8.17.0001 (0401412-2), no qual figura como Apelante Bradesco Saúde S/A e como Apelado Sebastião Farinha da Silva, ACORDAM os Desembargadores integrantes da Sexta Câmara Cível, à unanimidade, em negar provimento ao apelo, mantendo incólume a sentença de fls. 96/97. Tudo conforme a ementa e os votos que fazem parte integrante da presente decisão. Recife, 17 de dezembro de 2015. Des. Evandro Magalhães Melo Relator PODER JUDICIÁRIO ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete Des. Evandro Magalhães Melo.
DEMANDAS JUDICIAIS EM CASOS SEMELHANTES
Como analisamos as demandas, varias jurisprudências verificadas vimos que as demandas judiciais estão sendo entendidas pelos tribunais, sobre a negativa dos planos de saúde. As fundamentações vêm a seguir:
Demandas judiciais semelhantes à exposta ao caso concreto estão cada vez mais comuns no âmbito jurídico. Com título de execução extrajudicial, elas são propostas como ações de execução, embasadas nos princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato. As observâncias do Código de Defesa do Consumidor nessas ações fazem parte da fundamentação das iniciais, visto que conforme súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde”.   
Código do consumidor artigos 47°, 51° XV e 6º, VIII do CDC (são as fundamentações mais constantes nas petições relacionadas aos planos de saúde)
A contra argumentação das operadoras de saúde são os princípios do Pacta sun servanda, onde a justiça não "deveria se meter" pois as próteses vem em clausula expressa no contrato e que a maioria das próteses são para uso estético .
"Basicamente, suas defesas são lastreadas em dois argumentos: (i) a sua função meramente estética e, portanto, de inexistência do dever de cobertura e (ii) a exclusão contratual no fornecimento de próteses e próteses. 
De acordo com a ANS, os Planos de Saúde não podem prever a cláusula de não cobertura, para planos após 1999, mesmo que prevista não devem ser consideradas, pois se trata de prestação continuada assim deveriam cobrir as próteses. Também vale para os planos contratados antes dessa data, mas somente para aqueles que foram adaptados à Lei dos Planos de Saúde. A limitação ou exclusão de cobertura é uma prática ilegal, porque vai contra a própria natureza do contrato de plano de saúde, cuja finalidade e a de garantir a saúde integral, e não somente parte dela.
Quanto ao novo Código de Processo Civil, a materialidade não muda, ainda é o Código de Processo Civil, mas ele traz novidades às tutelas de urgência e uma nova modalidade chamada Incidente de resolução de demanda repetitiva.
Conforme o art. 976 do novo Código. ¨ É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II – risco de ofensa à isonomia e à segurançajurídica. [...] § 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva (BRASIL, 2015). ¨
Não altera somente a características das normas instrumentais e também a necessidade de modificação nos tribunais de segundo grau .
Ela faz com que se suspendam os demais processos, individuais e coletivos, que versem sobre o mesmo tema, em todo o Estado ou em toda uma Região, dependendo do caso. Os processos suspensos voltam a tramitar após o julgamento da IRDR após 1 ano sem que seja julgado.
Enfim não e demais registrar as tentativas de adequação para solucionar os casos com a mesma fundamentação jurídica só assim terá um processo civil rápido, pratico ,consolidando com os direitos fundamentais para que as demandas possam ser verificadas mais rapidamente
CONCLUSÃO
Diante deste caso e de outros que foram analisados, vimos que as Seguradoras de planos de Saúde não podem negar a colocação de prótese , próteses e outros matérias desde que estejam ligados ao procedimento ,ao tratamento para a melhora dos pacientes , uma vez que tenha o pedido médico para que se faca para reabilitação dos pacientes , e não para fins estéticos somente para casos de substituição de mama.
Com a lei 9656/98, o Novo Código de Processo Civil, tende a mudar as negativas dos planos de saúde, uma vez que não poderá ter cláusulas de não fornecimento, pois tem embasamento nas legislações especificas.
Quando é a saúde da pessoa que está em jogo com certeza não deve-se ter demora pois tem o perigo de ter seus direitos fundamentais ofendidos .
É essencial para as demandas de processos repetidos , somente assim terá um processo mais
REFERÊNCIAS 
http://docslide.com.br/documents/luiz-rodrigues-wambier-direito-processual-civil-avancado-v1pdf.html
https://direitoesaude.wordpress.com/2010/10/05/cobertura-de-orteses-e-proteses-pelos-planos-de-saude/
https://direitoesaude.wordpress.com/2010/10/05/cobertura-de-orteses-e-proteses-pelos-planos-de-saude/ 
http://www.conjur.com.br/2016-jan-27/carlos-amaral-cpc-traz-mudancas-demandas-saude 
http://advocaciamaciel.adv.br/novo-cpc-traz-mudancas-nas-demandas-de-saude/
https://estudosnovocpc.com.br/2015/07/03/artigo-300-ao-310/ acesso 25/11/16. 
JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Código de Defesa do Consumidor –anotado e comentado – 3ª edição Atlas.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641309/artigo-6-da-constituicao-federal-de-1988
Acesso 25/11/16.

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