Buscar

84215006-2-atividade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Católica do Salvador
Faculdade de Direito
Disciplina: Estágio Supervisionado II
Professor: João Bosco Virgens Santos
Aluno(a): ELIAS MACHADO DOS SANTOS
 
Marcelo celebrou com a Seguradora Forget Ltda., um contrato padrão 
denominado "Seguro Saúde", pelo qual teria direito à cobertura 
médico-hospitalar completa em caso de cirurgias de qualquer espécie. 
Dois anos depois de ter assinado esse contrato, Marcelo teve 
diagnosticada grave enfermidade renal, para a qual o transplante era a 
única solução. Tão logo surgiu um órgão compatível, Marcelo foi 
internado e submetido, imediatamente, ao transplante renal, cujo 
resultado foi coroado de êxito. A seguradora, no entanto, negou-se ao 
reembolso das despesas médico-hospitalares, sustentando que a doença 
de Marcelo era preexistente à assinatura do contrato e que fora por ele 
omitida quando da contratação.
QUESTÃO: Sabendo-se que Marcelo é domiciliado em Camaçari, que 
a Seguradora tem sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e filial 
em Salvador, onde foi celebrado o contrato, e que o hospital onde foi 
realizada a cirurgia está localizado em Alagoinhas; sabendo-se, mais, 
que as despesas de Marcelo com a cirurgia, incluídos os gastos 
hospitalares e os honorários médicos, montam a R$ 45.000,00, 
proponha, como seu advogado, a ação cabível.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 
__ CÍVEL DA COMARCA DE CAMAÇARI / BAHIA
Marcelo, brasileiro, portadora da Carteira de Identidade nº 000.000.000 expedida pelo 
IFP e inscrita no CPF com o nº 0000000000, residente nesta cidade na Rua Lapa, no 
bairro denominado Jacuipe, cidade Camaçari vem, por seus advogados, infra-assinados, 
ut instrumento de Mandato (doc. 01), com escritório na Rua Gonçalves Dias, 51/3º andar, 
CEP.: 20050-030, no bairro denominado Centro, para efeitos do art. 39, I, do CPC, vem 
mui respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 81, caput, 
primeira parte, 83 e 84, todos do Código de Defesa do Consumidor, e nos termo da Leis 
nº. 9.656/98 e 10.185/01, para propor a presente propor a presente
Ação Declaratória de Obrigação de Fazer,
em face de Seguradora Forget Ltda ., empresa devidamente inscrita no CNPJ/MF 
com o nº 0000000000000, com sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, filial em 
Salvador ,que deverá ser representada na forma de seus estatutos sociais, pelos fatos e 
fundamentos de direito que passa a expor:
DOS FATOS
1. O autor celebrou um contrato com a seguradora pelo qual teria direito à cobertura 
médico-hospitalar completa em caso de cirurgias de qualquer espécie.
2. Dois anos depois de ter assinado esse contrato, o autor teve diagnosticada grave 
enfermidade renal, para a qual o transplante era a única solução.
3. Tão logo surgiu um órgão compatível, o autor foi internado e submetido, 
imediatamente, ao transplante renal, cujo resultado foi coroado de êxito.
4. A seguradora, no entanto, negou-se ao reembolso das despesas médico-
hospitalares, sustentando que a doença de Marcelo era preexistente à assinatura do 
contrato e que fora por ele omitida quando da contratação.
DO DIREITO
É patente e indiscutível a aplicação, in casu, das disposições contidas no aclamado 
Código de Defesa do Consumidor. Com especial realce, aplicáveis à presente lide os 
artigos 6º, V a VIII, 14, 20, II, e §2º, 25, 42, parágrafo único, 51, caput e IV, §1º, I e II, 
54, §4º, 81, caput, primeira parte, 83 e 84, todos do código consumerista.
Por estes dispositivos vigora o princípio do equilíbrio da base contratual (art. 6º, V); a 
necessidade de efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais do 
consumidor, ora Autor, com livre acesso inclusive ao Poder Judiciário (art. 6º, VI, VII), 
facilitando inclusive a defesa em juízo por diversos meios, p.e., a inversão do ônus da 
prova (art. 6º, VIII); responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços (art. 14); a 
redibição da quantia paga, considerando a não prestação do serviço (art. 20, II e §2º), 
sendo devolvida em dobro, porque indevidamente cobrada (art. 42, parágrafo único); a 
nulidade de cláusulas contratuais que colocam o consumidor em desvantagem exagerada, 
como a limitação do valor do reembolso de despesas, e a que restringe direitos e 
obrigações fundamentais inerentes a natureza do contrato (art. 51, caput e IV, §1º, I e 
II); e a possibilidade de se manejar, em defesa do consumidor qualquer tipo de ação capaz 
de garantir os seus direitos (art. 81, caput, e 83), podendo o juiz, conceder tutela 
específica, em caso de obrigação de fazer, mesmo liminarmente, impondo multa diária 
pelo descumprimento, revertida em favor do consumidor (art. 84, e §§).
Estas são as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor, aplicáveis à 
espécie, por se tratar de nítida relação de consumo, conforme os conceitos extraídos dos 
artigos 2º e 3º, §2º, do mencionado dispositivo legal.
Bastaria tão somente os termos constantes do código consumerista para verificar a 
plausibilidade do direito do Autor. Entretanto, merece destaque ainda, nesse sentido, os 
termos da Lei nº. 9.656/98, que trata dos planos de saúde, e da Lei nº. 10.185/01, que por 
seu artigo 2º., equipara o seguro saúde aos planos de saúde, de que trata a primeira norma.
Portanto, perfeitamente aplicáveis ao presente caso o disposto no artigo 1º, I, da Lei nº. 
9.656/98, com a redação que foi dada pela MP nº. 2.177-44, em vigor conforme a EC nº. 
32/2001), que veda as limitações financeiras, outrora permitidas, nos planos de saúde. Em 
outras palavras, não podem mais as operadoras de plano de saúde, nem de seguro saúde, 
sujeitar os segurados a limites de gastos, porque estar-se-ia a ferir a finalidade do 
contrato, que é garantir a saúde, o que também é vedado pelo Código de Defesa do 
Consumidor, conforme explicitado alhures.
Por conta dessas disposições legais e em razão da boa-fé contratual e do equilíbrio da 
base contratual é que se espera a procedência dos pedidos ora formulados.
 Alega a seguradora que o autor cotinha uma doença preexistente antes da celebração do 
contrato, no entanto é de se ver que a seguradora não se desincumbiu de investigar 
corretamente a declaração do autor, sendo assim segue – se a jurisprudência:
 "SEGURO DE VIDA INDIVIDUAL - 
DOENÇA PREEXISTENTE - CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR - PRINCÍPIOS - 
No contrato de seguro de vida individual, a 
seguradora não se eximirá de pagar a indenização 
contratada, ao argumento de doença preexistente, 
se não investigou corretamente as declarações do 
segurado, por meio de exame médico, à época da 
contratação. - Os princípios da boa-fé objetiva, da 
transparência, do dever de informar e da 
vulnerabilidade do consumidor, insculpidos no 
CDC, não autorizam a negativa de pagamento do 
seguro contratado, sob a alegação de que o 
segurado deixou de prestar informações sobre o 
seu efetivo estado de saúde. - Agravo retido 
julgado prejudicado e apelação não provida". 
(TAMG - AP 0383566-5 - (85603) - Belo 
Horizonte - 2ª C.Cív. - Rel. Juiz Ediwal José de 
Morais - J. 16-12-2003). 
"PLANO DE SAÚDE - CONTRATO FIRMADO 
NA VIGÊNCIA DA LEI N. 8.078/90 - DOENÇA 
CRÔNICA PREEXISTENTE A 
CONTRATAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. 
Dispensando as seguradoras a qualquer 
interessado o prévio exame médico, objetivando a 
captação de clientela, assume o risco pelo 
contrato de forma integral ou a obrigação de fazer 
prova, face a inversão do ônus processual, da má-
fé do segurado e do beneficiário do plano de 
saúde - Não pode o réu eximir-se de 
responsabilidade de prestar assistência médico-
hopitalar sob alegação de doença crônica 
preexistente."(Ap. Cível n. 74.597-4, 7ª Câmara 
de Direito Privado do TJSP, Rel. Des. Júlio 
Vidal, j. 22-2-1999, un.).
Contudo, a requerida assim não procedeu, não havendo se falar em negativa do seguro a 
que a parte faz jus.
Cabe destacar, ainda, que o diploma consumerista foi concebido com vistas na 
hipossuficiência e vulnerabilidade do consumidor, que é, por definição, e 
reconhecidamente, o sujeito de direitos mais fraco na relação de consumo, cumprindo 
consignar, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor agasalhou a teoria do risco do 
empreendimento, significando que o fornecedor de produtos e serviços assume os riscos 
de sua atividade no mercado de consumo, sendo que, no presente caso, a seguradora ré, ao 
não proceder ao exame prévio de potenciais segurados, assume o risco de vir a segurar 
consumidores portadores de doenças preexistentes. 
É certo que a seguradora sabia ou pelo menos deveria saber dos riscos que assumia, nada 
obstante, ainda assim, se propôs ao contrato em questão sem um prévio exame do 
contratante.
Todavia, in casu a alegada preexistência de doença sequer restou comprovada pela parte 
requerida, sendo certo que eventual má-fé do consumidor deve ser sobejamente 
comprovada pela parte que a alega, inexistindo nos autos prova nesse sentido.
DA TUTELA ESPECÍFICA ANTECIPADA:
Por força do artigo 84, do Código de Defesa do Consumidor, na “ação que tenha por 
objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela 
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático 
equivalente ao do adimplemento”.
Destaque-se ainda a disposição contida no §3º, do mesmo artigo, segundo o qual “Sendo 
relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do 
provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente”.
No presente caso, além da reparação de danos materiais e compensação de danos morais, 
pretende o Autor a condenação da Ré em nítida obrigação de fazer, no sentido de fazer 
cumprir o objeto contratual, consistente em garantir, sem limitações, Os gastos 
hospitalares e médicos da cirurgia , além de reembolso imediato, em prazo não superior a 
24hs (vinte e quatro horas), caso venha o Autor a escolher outro profissional ou 
estabelecimento.
Para garantir o efetivo cumprimento da tutela específica acima, espera-se a imposição de 
multa diária pelo seu descumprimento, a ser revertida em favor do Autor, determinando 
ainda este d. Juízo seja a Ré compelida a comunicar nos autos a rede credenciada que 
efetivamente aceitará prestar atendimento a segurada.
DOS PEDIDOS
a) DIANTE DO EXPOSTO, e de tudo mais que possa ser suprido por Vossa Excelência, 
requer seja deferida TUTELA ESPECÍFICA, liminarmente, inaudita altera pars, e na 
forma já mencionada, cominando obrigação de fazer a Ré, no sentido de fazer cumprir o 
contrato de seguro saúde firmado com o Autor, garantindo o atendimento médico e/ou 
hospital a segurada, disponibilizando rede credenciada, com profissionais das mais 
diversas especializações, e garantindo o reembolso total de qualquer despesa efetuada, 
sem limites financeiros, em prazo não superior a 24hs, fixando prazo razoável para o 
cumprimento da tutela, impondo multa diária pelo seu descumprimento, a ser revertida 
em favor do Autor.
b)Requer, a citação da Ré, para todos os termos deste, para, querendo no prazo legal, 
contestar o presente feito, sob as penas da revelia.
c)Requer, também,a inversão do ônus da prova, face a hipossuficiência do Autor frente à 
Ré, nos termos do Artigo 6º inciso VIII do CDC, assim como, ao fim da presente 
demanda seja a mesma julgada procedente para, tornar definitiva, e declarar a obrigação 
da Ré em pagar os gastos hospitalares e médicos. 
d) condenação da Ré, na custas processuais e honorários advocatícios de 20% (vinte por 
cento) do valor da causa corrigido monetariamente até o final da demanda.
Nestes Termos, Despachados e Autuados, com os documentos inclusos, protestando por 
todos os meios de provas admissíveis à espécie, dá a causa, o valor de R$ 60.000,00 
sessenta mil reais).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Salvador 3 de março de 2012
ELIAS MACHAO 
OAB – 00.000.

Outros materiais