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Igreja Santa Rita de Cassia - Paraty

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PARATY
Bela cidade colonial, considerada Patrimônio Histórico Nacional, preserva até hoje os seus inúmeros encantos naturais e arquitetônicos.
As construções de seus casarões e igrejas traduzem um estilo de época e os misteriosos símbolos maçônicos que enfeitam as suas paredes nos levam a imaginar como seria a vida no Brasil de antigamente. A proibição do tráfego de automóveis no Centro contribui para esta viagem pelo “Túnel do tempo”.
A cidade foi fundada em 1667 em torno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira. Teve grande importância econômica devido aos engenhos de cana-de-açúcar (chegou a ter mais de 250), sendo considerada sinônimo de boa aguardente.
No século XVIII, destacou-se como importante porto por onde se escoava das Minas Gerais, o ouro e as pedras preciosas que embarcavam para Portugal. Porém, constantes investidas de piratas que se refugiavam em praias como Trindade, fizeram com que a rota do ouro fosse mudada, levando a cidade a um grande isolamento econômico.
Após a abertura da Estrada Paraty-Cunha,e principalmente, após a construção da Rodovia Rio-Santos na década de ’70, Paraty torna-se pólo de turismo nacional e internacional, devido ao seu bom estado de conservação e graças às suas belezas naturais.
Em sua área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, onde está a Vila da Trindade, a Reserva da Joatinga, e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata Atlântica por todo lado
Igreja Santa Rita de Cássia
Localizada na frente do cais do porto de Paraty é um dos principais cartões portais da cidade.
Erguida pela Irmandade de Santa Rita dos Pardos Libertos, data de 30 de junho de 1722 sob a invocação original de Menino Deus, Santa Rita e Santa Quitéria. Era seu vigário à época o padre Manoel Braz Cordeiro.
Recorde-se que no século XVIII, no Brasil Colónia, as igrejas atendiam às classes sociais, que então se distinguiam pela cor da pele: brancos, pardos (mulatos) e negros. Em Paraty, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito destinava-se aos negros, a de Nossa Senhora das Dores atendia à elite branca, e a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios (1712) era frequentada por populares brancos. Neste contexto, a Igreja Santa Rita de Cássia foi construída para atender aos pardos(mulatos) de Paraty
A igreja funcionou como matriz, ainda no século XVIII, em substituição à Sé, que então se encontrava em precário estado de conservação e incapacitada de atender à crescente população da cidade. Para este fim, a Igreja de Santa Rita passou por obras de reforma e ampliação.
Esta igreja, com sua respectiva Irmandade, cuja construção foi iniciada na mesma década da igreja de São Benedito, reunia as cores pardas de Paraty " tanto na vida quanto na morte": em vida, nas cerimônias religiosas; na morte, pelo direito de se enterrar no cemitério da Irmandade, em forma de catacumbas, existente até hoje ao lado da igreja.
          A criação dessas irmandades no Brasil visava acentuar ainda mais a diferença entre negros e mulatos, criando também uma subordinação aos brancos. Assim foi com a igreja de São Benedito, construída por negros, que a igreja não permitiu que o santo negro fosse o orago principal; a própria igreja católica sempre alegou que São Benedito era "afilhado" de Nossa Senhora do Rosário – razão pela qual a igreja em Paraty, como no resto do país, desde o início da colonização, tem por denominação primeiro o santo branco, depois o negro.
          Em termos de arquitetura religiosa, a igreja de Santa Rita, construída num largo defronte à baía de Paraty, sendo avistada ao longe por quem se aproxima do cais da cidade, constitui o mais belo exemplo de barroco no município. O trabalho de madeira nas portas, de ferro nas sacadas do coro, o apuro na cantaria, a talha dos altares laterais, enfim, em tudo ela é a mais valiosa de todas. Não foi à toa que esta igreja acabou se tornando o cartão postal da cidade.
          Assim como o próprio templo, a Irmandade de Santa Rita era rica em objetos de prata, ornamentos, alfaias, apólices e "mais pertences" – conforme se verifica no Livro de Inventário da Venerável Irmandade da Gloriosa Santa Rita, datado de 10 de abril de 1911.
          Na mesma igreja funcionaram as Irmandades de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora da Conceição, que ali realizavam suas festas. Isso não mais acontece hoje em dia. A festa em louvor de Santa Rita, que costumava se realizar numa data fixa, 22 de maio, foi transferida para não coincidir com a festa do Divino, que é móvel. O adiamento da festa de Santa Rita mais uma vez evidencia a subordinação da Padroeira das Cores Pardas de Paraty à tradicional festa da burguesia branca da cidade, o Divino. Essa divisão de indivíduos funcionava em todo o Brasil, enquanto que a Igreja Católica, pelo seu ecumenismo, não aceitava uma divisão baseada na cor da pele, considerando "todos os homens como filhos de um mesmo Pai".   Assim, a matriz de Nossa Senhora dos Remédios, era da burguesia branca; a igreja de Nossa Senhora do Rosário, dos escravos; a de Santa  Rita acolhia os pardos libertos e a capelinha de Nossa Senhora das Dores era freqüentada pela elite local.  Em Paraty, como no resto do país.
 O conjunto encontra-se tombado pelo IPHAN desde 1952. No período de 1967 a 1976 tiveram lugar campanhas de restauração, requalificando o conjunto como Museu de Arte Sacra de Paraty (1976). ,o mas ganhou uma nova exposição de longa duração com o intuito de estreitar ainda mais sua relação com a população local, seus ritos religiosos e seus festejos.
Nesta igreja funciona um museu de arte sacra. Ele cobra uma entrada de baixo valor, mas o acesso é gratuito nas terças-feiras.
Fechado em 2011, foi incluído no processo de requalificação do conjunto arquitetônico de Santa Rita, que teve início em 2006.
Dentre as ações realizadas para a requalificação do museu estavam a descupinização dos retábulos, a recuperação da estrutura do telhado e da rede elétrica, a execução de um novo projeto luminotécnico, a recuperação e restauração de parte dos objetos litúrgicos e a pintura de suas estruturas físicas (fachada e interior). O projeto teve o apoio da Caixa e da Petrobras em sua primeira etapa.
    Hoje em dia, as festas religiosas de Paraty – como a de Santa Rita – se realizam sem discriminação, mas sempre com novenário, missas, procissões, leilões, barraquinhas de comes e bebes e shows musicais, constituindo-se sempre em motivo de reunião dos moradores da zona rural e do centro urbano. Esse aspecto de integração entre as comunidades é muito comum em todas as festas do município de Paraty
Localização: Largo de Santa Rita, Centro Histórico de Paraty-RJ. Fone (24) 3371-8751 e 3371-8328.
Visitação: Reaberto para visitação pública em 13/6/2015. Horários: Quarta a domingo, de 8 às 12h e de 14 às 17h.

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