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2014
CONCEITO DE PESQUISA
“À luz de Pierce, uma definição muito geral e sintética de pesquisa seria a seguinte: toda a investigação de qualquer espécie que seja, nasce da observação de algum fenômeno surpreendente, de alguma experiência que frustra uma expectativa ou rompe com um hábito de expectativa (CP 6.469). Quando um hábito de pensamento ou crença é rompido, o objetivo é se chegar a um outro hábito ou crença que se prove estável, quer dizer, que evite a surpresa e que estabeleça um novo hábito. Essa atividade da passagem da dúvida à crença, de resolução de uma dúvida genuína e consequente estabelecimento de um hábito estável é o que Pierce chamou de investigação.
Da generalidade dessa definição decorre que ela pode se referir a qualquer tipo de investigação e não apenas à científica. Entretanto, ela contém aquilo que se constitui no núcleo de qualquer pesquisa: livrar-se de uma dúvida, buscar uma resposta já é um processo investigativo (grifo nosso), ‘mesmo que seja imediato, assistemático e definido por traços puramente ligados ao senso-comum’ (BARROS e LEHFELD, 1988: 13). Toda pesquisa nasce, portanto do desejo de encontrar resposta para uma questão (grifo nosso). Aliás um tal desejo se constitui sempre na mola central de uma pesquisa, principalmente da científica, pois, sem esse desejo, o pesquisador fenece tragado nos desencantos das obrigações.
Por vezes, a pergunta que se busca responder é abstrata. Outras vezes, é prática e, até mesmo, urgente. De todo modo, só a pesquisa nos permitirá respondê-las. Nesse sentido, o esforço dirigido e o conjunto de atividades orientadas para a solução da questão abstrata ou prática ou operativa que se apresenta, resultará na aquisição de conhecimento, mesmo quando o esforço, as atividades e o resultante conhecimento se situam no contexto não especializado do nosso cotidiano. Se tem todos esses pontos em comum com a pesquisa em geral, o que faz, então, uma pesquisa ser científica?
Antes de tudo, a pesquisa científica exige, pelo menos como pano de fundo, um certo estado de alerta do pesquisador para as questões filosóficas, especialmente epistemológicas�, sobre as leis que regem o conhecimento, sua busca, aquisição, validade etc. Lopes (1990: 88), por exemplo, considera a epistemologia um polo intrínseco à pesquisa científica e uma das instâncias da prática metodológica. Assentada sobre essas bases, a pesquisa deve se conduzir dentro de um determinado campo da ciência a que o objeto ou assunto da pergunta pertence e à luz de algum quadro teórico de referência e de suas predições, quadro teórico este que deve ser selecionado em função de sua adequação para responder a pergunta que se tem.
Além disso, para resolver a dificuldade, formulada no problema, o pesquisador não pode ‘apenas adivinhar, fazer suposições gratuitas ou emitir opiniões superficiais e inconsistentes’, mas deve realizar sua busca através de levantamento de dados, através de um método coletâneo ao quadro teórico de referência e também adequado à dificuldade a ser resolvida, método este com suas técnicas específicas. Tudo isso se constitui em ‘um processo pelo qual, ao mesmo tempo, se busca, examina e prova a solução’ (RUDIO, 1992: 9, 71).
Só isso pode ser chamado de pesquisa científica porque só isso pode resultar em conhecimento com as características que a ciência exige, isto é, conhecimento verdadeiro e justificado, no sentido em que ‘verdadeiro e justificado’ foi discutido mais acima. Tem-se aí por que a pesquisa é o alimento da ciência. Pesquisa é o modo próprio que a ciência tem para adquirir conhecimento. No seu aspecto gerativo, o conhecimento só pode continuar crescendo na medida em que as pesquisas são incessantemente realizadas. Caso contrário, o conhecimento se cristalizaria em fórmulas fixas, nos axiomas� das crenças estabilizadas ou em meras imposições burocráticas do fazer científico que Peirce chamaria de excremento da ciência. Em suma, a pesquisa científica é uma atividade específica e especializada. Demanda de quem se propõe a desenvolvê-la uma certa vocação, um certo grau de renúncia às agitações da vida mundana e insubmissão às tiranias da vida prática, demanda a curiosidade sincera pelo legado do passado e a vontade irrefreável de prosseguir; exige isolamento disciplinado e consequente capacidade para a solidão reflexiva, hábitos de vida muito específicos, ao mesmo tempo que abertura para a escuta cuidadosa e sempre difícil da alteridade, junto com a capacidade renovada de se despojar do conforto das crenças, quando isso se mostra necessário. Exige, ao fim e ao cabo, amor pelo conhecimento. Só esse amor pode explicar a docilidade do pesquisador aos rigores da ciência, especialmente aos rigores do método.
O conhecimento científico, portanto, não pode ser alcançado de maneira dispersiva e errante, pois a errância é, via de regra, não apenas custosa em termos de perda de energia e recursos mas é, sobretudo, sem garantias. Por isso mesmo, junto com as questões epistemológicas, a teoria dos sistemas cognitivos ou conceituais engloba questões lógicas e metodológicas.” 
(SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo: Hacker Editores, 2001, p. 111 - 113)
2. DOCUMENTAÇÃO: MÉTODO DE ESTUDO
	 A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento. (Platão)
Especialmente, na realização de pesquisas para trabalhos acadêmicos, o registro das informações é de fundamental importância para a posterior produção do trabalho. Existem inúmeras formas de registrar as informações, a mais utilizada é o fichamento, seja em fichas tradicionais, seja em arquivos no computador. O importante é que se saiba como pesquisar e o que documentar.
	Alguns autores sugerem que as informações sejam distribuídas em fichas com informações específicas:
Ficha de resumo ou conteúdo;
Ficha de citações;
Ficha de comentário;
Ficha bibliográfica.
Entretanto, sugere-se a utilização de um documento único que traga o maior número de informações de que possa precisar futuramente. Nesse documento devem constar:
Título;
Tema;
Identificação da fonte da leitura (livro, tese, artigo em revista, filme etc);
Referência bibliográfica (autor, título, edição, cidade, editora, ano);
Resumo ou síntese das ideias do autor;
Comentário (apreciação da obra: extensão do texto, sua constituição, clareza, lógica, exemplificação genérica ou específica ,ilustrações, exemplos, bibliografia, citações,); 
Citações 
As citações são essenciais para a fundamentação dos trabalhos, desse modo o registro trechos importantes facilitará a composição dos relatórios. Ao final de cada citação selecionada, deve-se colocar o número da página de onde foi retirado o texto. Graficamente, as citações diretas (item 8.2 deste material) são marcadas por aspas, caso o texto original já apresente esse sinal, deve ser transformado em aspas simples (‘).
Lembre-se de que não podemos alterar o texto original. Caso apresente erros, utilize a abreviatura (sic) que significa tal qual; assim mesmo, logo após o erro. 
Localização da obra ( biblioteca, site, propriedade do aluno etc).
Para facilitar a visualização, pode-se organizar essas informações em quadros:
	Título
	Tema
	Título original - no caso de obra estrangeira, tradução
	Identificação da fonte de leitura:
	Referência Bibliográfica:
	Resumo:
	Comentários:
	Citações:
	Localização da obra:
	 Mais informações sobre fichamento podem ser encontradas em:
JARDILINO, José Rubens; ROSSI, Gisele; SANTOS, Gerson T. Orientações metodológicas para Trabalhos Acadêmicos. São Paulo. Gion, 2000, pp. 91-104.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000, pp. 66 – 72.
	ATIVIDADE
	Prepare o fichamento de um dos textos pesquisados que seu grupo utilizará para a realização do projeto integrador.
3. FONTESDE PESQUISA
	Todo o levantamento de informações necessário à produção de um trabalho científico deve ser sistematizado e seguir um método. Uma busca sistemática compreende a utilização de obras especializadas, de registros bibliográficos: livros, revistas científicas, teses. 
Um instrumento de pesquisa muito utilizado atualmente é a Internet, todavia esse instrumento requer muito critério na escolha dos sites que serão utilizados. Convém lembrar que há espaços na rede em que todos podem postar informações, entretanto nem sempre esses registros são precisos e fundamentados. Para evitar trabalho equivocado ou infrutífero, sugerimos a busca em sites como Google Acadêmico, Scielo, CNPq.
Há outros endereços que podem ser úteis: www.tese.usp.br; www.ibge.gov.br; www.ibict.br. 
	Reforça-se, aqui, a orientação de que os livros sempre são fundamentais a qualquer trabalho de pesquisa.
4. TIPOS DE CONHECIMENTO
Segundo Jardilino, Rossi e Santos ( 2000, p14) o ato de conhecer não é apenas um problema da era científica, já que desde os primórdios da filosofia, há uma busca sobre o conhecimento das coisas e dos seres.
Há quatro tipos de conhecimento que se diferenciam mais pela questão metodológica que pelo conteúdo: conhecimento empírico ou popular; conhecimento científico; conhecimento filosófico e conhecimento metafísico, teológico ou religioso.
O conhecimento empírico ou popular diz respeito ao modo espontâneo de conhecer, ou seja, o saber que se adquire no contato direto com os seres e coisas, na vida diária, sem que haja a busca ou a intenção de estudar. De acordo com Lakatos; Marconi (2008, p.18), o conhecimento popular é valorativo, subjetivo e sensível, pois é baseado no ânimo, na vivência e nas emoções da vida diária; superficial, falível e inexato, já que se conforma com a aparência, com o que se ouviu dizer, sem a formulação de hipóteses, é o saber transmitido pelas tradições de uma geração à outra. É ainda verificável, pois pode ser percebido no dia a dia e assistemático, uma vez que não procura uma sistematização das idéias, nem da forma de adquiri-las, tampouco da tentativa de validá-las.
O conhecimento filosófico caracteriza-se pela reflexão, pelo questionamento acerca dos fenômenos, ou seja, pelo discernimento entre o certo e o errado, recorrendo apenas à razão humana, “a filosofia não se preocupa em explicar o fenômeno, mas em refletir sobre ele.” (JARDELINO; ROSSI; SANTOS, 2000, p.15). Assim, a filosofia tem por objeto de estudo as ideias, as relações lógicas e conceituais, valendo-se do processo dedutivo que visa à coerência lógica, anterior à experimentação (própria do conhecimento científico). 
Para Lakatos e Marconi (2008, p.19), o conhecimento filosófico é valorativo e não verificável, pois consiste em hipóteses que não podem ser submetidas à observação. É racional, uma vez que tem por base a correlação de enunciados lógicos; sistemático por visar a representação da realidade como tentativa de aprendê-la e também infalível e exato já que não se submete à experimentação.
Só o conhecimento filosófico nos pode libertar da prisão deste mundo [científico]. O conhecimento filosófico deve, antes de tudo, ser capaz de surpreender-se com o óbvio: qual a significação do fato de que, pensando nós sejamos sujeitos que se dirigem a objetos (sic) e dessa dicotomia vejamos residir a clareza? A partir desse espanto em relação ao que está presente a todo instante, ao que até agora era evidente e não levantava dificuldade, ao que não merecia atenção mais demorada, a partir desse espanto, dizíamos, chegamos a outros problemas, (JASPERS 1965, p.4 apud JARDELINO; ROSSI; SANTOS, 2000, p. 15 e 16)
 O conhecimento teológico, metafísico ou religioso tem por princípio revelações sobrenaturais, consideradas verdades, “decorrentes do ato de um criador divino, cujas evidências não são postas em dúvida, nem sequer verificáveis” (LAKATOS; MARCONI, 2008, P. 20) às quais as pessoas aderem como um ato de fé. Assim, pode-se caracterizar o conhecimento religioso como inspiracional, valorativo, infalível, sistemático (apresenta a origem, o significado, a finalidade e o destino do mundo), indiscutível e não-verificável ( implica uma atitude de fé).
Por fim, o conhecimento científico oriundo da observação sistemática e metódica, lida com ocorrências ou fatos, vai além fenômeno percebido pela experiência sensível, busca compreender e explicar os fenômenos; sendo, portanto, verificável de modo “que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas, não pertencem ao âmbito da ciência.” (LAKATOS; MARCONI, 2008, P. 20). É ainda considerado por Trujillo (1974, p. 11) como falível e aproximadamente exato, pois o conhecimento científico não é definitivo, podendo ser revisado, reformulado por novas pesquisas e técnicas.
Desse modo, segundo Jardilino, Rossi e Santos ( 2000, p 15), o conhecimento científico pode ser caracterizado por três propriedades:
demonstração – explicação dos motivos pelos quais se chegou a determinada conclusão;
 universalidade – validade do saber: o fenômeno ou coisa observada serve para todos os casos da mesma espécie;
 metódico/objetivo – necessidade de método para selecionar, observar ordenadamente os dados sobre o fenômeno estudado(e a correlação entre os fenômenos). 
	Atividade
Responda , em seu caderno, às seguintes questões:
1) O que diferencia o conhecimento de base metódica do conhecimento de base ametódica?
2) Como estudamos, o conhecimento científico é dinâmico. Por quê?
3) Na caracterização dos tipos de conhecimento, afirmou-se que os conhecimentos empírico e científico são verificáveis e falíveis, já os conhecimentos teológico e filosófico são não-verificáveis e infalíveis, explique essas afirmações.
4) Leia os textos a seguir e identifique-os entre os quatro tipos de conhecimentos:
a)“Aristóteles (...) embora em diversas passagens de seus escritos (na Metafísica, na Física, na Psicologia) formule algo que poderia parecer-se com o que chamaríamos hoje provas da existência de Deus – não crê que seja necessário demonstrar a existência de Deus. Porque para Aristóteles a existência de algo implica necessariamente na existência de Deus. (...) Para Aristóteles não faz falta a prova da existência de Deus, porque a existência de Deus é tão certa como que algo existe. Se estamos certos de que algo existe, estamos certos de que Deus existe.” (MORRENTE, 1970, p.99)
b) Um copo de cristal quebra, quando submetido a um forte golpe.
c)“Toda fonte de calor transmite ao corpo aquecido uma dose de energia. A energia contida no calor (energia térmica) é transformada em energia mecânica. Essa energia é absorvida pelas partículas que fazem parte da substância. São as chamadas moléculas. As moléculas, tendo maior energia, tendem a se deslocar com maior velocidade e a se afastar umas das outras”. (LUNGARZO, Carlos. 1994)
d) “Magos e xamãs têm poderes extraordinários para ajudar e proteger os seres humanos porque podem entender-se com espíritos invisíveis de todos os tipos e enfrentá-los. Esses poderes se manifestam tanto em atos como em atributos”. (FRAZER, James George Sir. O ramo de ouro. Rio de Janeiro: 1982, p. 19)
5. A IMPORTÂNCIA DO PADRÃO METODOLÓGICO
	
Texto para leitura e reflexão
	 Leia o texto, adaptado de Barros e Lehfeld (1986, pp. 1- 14) e, em seguida, apresente para a classe as conclusões a que chegaram por meio das questões apresentadas a seguir.
A Metodologia e a Universidade
“Porque não começarmos pela apresentação de um problema àquele que acaba de ingressar no curso superior: O que é Metodologia? Que relação há entre Ciência e Metodologia Científica? Qual a sua importância e utilidade para o universitário?
Partindo da definição etimológica do termo temos que a palavra Metodologia vem do grego “meta” = ao largo; “odos” = caminho; “logos” = discurso, estudo.
A Metodologia é entendida como uma disciplina que consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis, identificando as limitações de suas utilizações. A Metodologia, numnível aplicado, examina e avalia as técnicas de pesquisa bem como a geração ou verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento de informações com vistas à resolução de problemas de investigação.
A Metodologia seria a aplicação do método através de técnicas. Constitui o procedimento que deve seguir todo conhecimento científico para comprovar sua verdade e ensiná-la.
O método é o caminho ordenado e sistemático, a orientação básica para se chegar a um fim e técnica é a forma de aplicação do método. Representa a maneira de atingir um propósito bem definido. Tem-se então o método como estratégia e as técnicas como táticas necessárias para se operacionalizar a estratégia.
Assim, o método estabelece de modo geral o que fazer e técnica nos dá o como fazer, isto é, a maneira mais hábil, mais perfeita de fazer uma atividade.
A Metodologia no quadro geral da ciência é uma “Metaciência”, isto é, um estudo que tem por objeto a própria Ciência e as técnicas específicas de cada Ciência. A Metodologia não procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas.
Com relação à importância da Metodologia Científica, esta é baseada na apresentação e exame de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender. Para nós, mais vale o conhecimento e manejo desta instrumentação para o trabalho científico do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de informações acumuladas sistematicamente. Estamos, pois voltados para assessorar e colaborar como crescimento intelectual do aluno para a formação de um compromisso científico frente à realidade empírica.
A Metodologia auxilia e, portanto, orienta o universitário no processo de investigação para tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação do estado de espírito crítico e hábitos correspondentes necessários ao processo de investigação científica. O uso de processos metodológicos permitirá ao estudante o desenvolvimento de seu raciocínio lógico e de sua criatividade.
Assim, a Metodologia Científica deve-se propor a desenvolver a capacidade de observar, selecionar e organizar cientificamente os fatos da realidade.
(...)
Através da Metodologia Científica deve-se criar ou estimular o desenvolvimento do espírito crítico e observador do aluno para que ele possa ver a realidade com toda sua nudez, analisando-a e refletindo-a à luz de concepções filosóficas e teóricas.
Assim, através do estudo da Metodologia Científica vão sendo apresentadas diretrizes para a formação paulatina de hábitos de estudos científicos já que a pesquisa e a reflexão devem constituir-se em objetivos principais da vida universitária.
Metodologia Científica não é um amontoado de técnicas, embora elas devam existir, mas sim um conhecimento que deve estar sempre em relacionamento e a serviço de uma proposta nova de Universidade e conhecimento.
A Metodologia Científica estrutura-se, portanto, para contribuir para que a Universidade desenvolva as funções que lhe são impostas frente às necessidades culturais e econômicas emergentes.
Assim, a Metodologia Científica vem para auxiliar na formação profissional do estudante. Pretende-se alcançar uma formação profissional competente bem como uma formação sociopolítica que conduzirá o aluno a ler crítica e analiticamente o seu cotidiano.
A formação profissional competente está diretamente relacionada ao crédito dado ao estudo e à elaboração de um projeto de estudo. Isto é, deve estar implícita a preocupação em aprender as funções advindas de sua carreira profissional.
Considerando-se a Universidade como centro do saber, como uma instituição preocupada com a qualificação do ensino, com o rigor da aprendizagem e com o progresso da ciência, ela terá na Metodologia um valioso ajudante quanto ao desenvolvimento de capacidades e habilidades do universitário. Vem, portanto, fornecer os pressupostos do trabalho científico, ou seja, normas técnicas e métodos reconhecidos pelo uso entre cientistas, referentes ao planejamento da investigação científica, à estrutura e à aplicação, apresentação e comunicação dos seus resultados.
Aprendendo a pensar, a pesquisar e formando o seu espírito científico, o universitário obterá conhecimentos novos e ao mesmo tempo será ativo e participante da História.
 
	Atividade
Questões para reflexão
1. O que é método?
2. O que é técnica?
3. O que é estratégia? 
4. Em que a Metodologia ajuda o estudante?
6. Métodos Indutivo e Dedutivo
(Texto adaptado de GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7 ed. R. Janeiro: FGV, 1978, p. 296-300 e 485)
Popularmente, método é a melhor maneira de fazer as coisas. Quando dizemos que alguém não tem método de trabalho, o que entendemos é que essa pessoa perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz e refaz, isto é, não tem nenhuma disciplina, nenhuma organização. A palavra “método” é o caminho, o fim, pelo qual se chega a um objetivo. Vem do grego meta (= através de) e odos (= caminho). A Lógica – parte da Filosofia – conceitua “método” por processos que o ser humano emprega para investigar, descobrir e chegar à comprovação da verdade. Existem dois tipos principais de operações mentais (métodos de raciocinar): a indução e a dedução.
Pela indução, parte-se do particular para o geral, e seu contrário é a dedução – parte-se do geral para o particular.
Contudo, existem outros métodos que ajudam a descobrir e a comprovar a verdade, muitos dos quais usa-se com frequência: a análise, a síntese, a classificação, a definição, a demonstração, a comparação, o histórico, o normativo etc.
O método indutivo
Parte-se da observação e análise de fatos concretos para se chegar a uma conclusão, a uma lei, norma, regra, ou seja, a uma generalização. Parte-se então do efeito para a causa. Quando se pede a um aluno para fazer um trabalho sobre qualquer tema, através de dissertações, monografias ou ensaios e teses, o que ele primeiramente deve fazer é saber o que já existe, o que já se fez ou se faz, o que se diz sobre o assunto – enfim, ele deve pesquisar: observar os fatos, colher os dados, analisá-los, classificá-los, discuti-los e, finalmente, chegar a uma conclusão.
O método dedutivo
O contrário do método indutivo é o dedutivo: parte-se da generalização, do geral, para o particular, da causa para o efeito. É partir daquilo que já existe, já é lei ou norma ou regra para chegar à conclusão. A dedução é formalizada pelo raciocínio chamado “silogístico”. Observe o seguinte exemplo: O estudante X quer vencer as eleições para o grêmio de sua faculdade e usa de fraudes para isso. Ele vence e, mais tarde, é descoberta sua fraude através de inquéritos. Prova-se sua culpa. Como é um mau caráter, candidata-se novamente no ano seguinte e os eleitores, valendo-se do método dedutivo, elaborará o seguinte raciocínio:
“Todo candidato condenado por fraude é inelegível; ora, o estudante X foi condenado por fraude; logo, ele é inelegível”. 
É necessário que a primeira parte do silogismo seja uma premissa universal: todo ou nenhum. Não vale utilizar alguns, pois a característica da primeira premissa (primeira frase) deve ser universal. Como se chegou à primeira frase: pelo método indutivo (pela pesquisa, observação, análise); a segunda frase, então, tende a ser verdadeira, logo, a última parte do período também é verdadeira. No caso do estudante X, sua inelegibilidade é verdadeira, pois se pesquisou que candidatos fraudadores sempre se tornam inelegíveis, pois não têm integridade moral, então ele também não poderá ser reeleito. Assim dizem as regras. Dessa forma, os eleitores conscientes não deverão votar no estudante X...
Contudo, este raciocínio pode apresentar problemas. Observe o silogismo a seguir e decida se é verdadeiro ou não:
“Todo comunista lê Karl Marx; ora, José lê Karl Marx; logo, José é comunista”.
	 Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês, propõe, em oposição ao método dedutivo de Aristóteles,o método indutivo, cujo ponto de partida para a obtenção de leis que governam o funcionamento do mundo são os acontecimentos factuais, a experiência; obedecendo aos seguintes passos:
- experimentação;
- formulação de hipóteses;
- repetição;
- testagem das hipóteses;
- formulação de generalizações e leis.
 O filósofo René Descartes (1596 -1650), cujo método influenciou Isaac Newton, propôs o método dedutivo que adota a razão como princípio do conhecimento humano. O método cartesiano submete-se a quarto regras:
- evidência: não adotar como verdadeiro algo que não se reconheça como tal;
 - evitar a precipitação, o preconceito e os juízos;
 - adotar como verdadeiro apenas o que tem clareza suficiente para que a dúvida
 seja impossível.
- análise: dividir as dificuldades de modo a melhor resolvê-las;
- síntese: adotar sequências de complexidade crescente (iniciar pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer até chegar aos objetos de que não se disponha);
- enumeração: elaborar enumerações e revisões de tal modo cuidadosas para certificar-se de que nada foi omitido.
	Atividades
Responda às questões:
1. As leis científicas, regras, normas, princípios, teorias, generalizações enfim, resultam de um processo de raciocínio dedutivo ou indutivo?
3. Para chegar à generalização de que toda laranja verde é azeda, utiliza-se o método indutivo ou dedutivo?
4. Crie declarações de ordem geral que sirvam de premissas maiores (falsas ou verdadeiras) e junte-lhes premissas menores (verdadeiras), a fim de armar silogismos.
5. Ao longo deste material, foram citadas inúmeras vezes “trabalho científico”e “método”. Quais seriam os conceitos de ciência e método?
 Para auxiliar a responder a essa questão, leia os conceitos oferecidos na obra:
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. pp. 21;44 e 45.
 A partir da leitura, elabore um conceito para ciência e método.
	 Estude com atenção os próximos itens deste material, pois é de fundamental importância que o estudante tenha o discernimento entre o que é PROJETO DE PESQUISA e RELATÓRIO DE PESQUISA. 
7. PROJETO DE PESQUISA
	Todo trabalho de pesquisa requer um planejamento e o projeto de pesquisa é o registro desse plano que levará o pesquisador a adotar a disciplina necessária à realização de um bom trabalho.
7.1. A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
a) Escolha do tema 
A elaboração do projeto de pesquisa é iniciada pela escolha do tema (no caso do projeto integrador, a escolha já foi estabelecida). Tal escolha deve observar os seguintes aspectos:
Um tema surge quase sempre de uma intenção ainda imprecisa, vaga e geral. Porém, a indefinição inicial de um tema é normal, pois o que importa não é o seu modo de ser, mas a elaboração que deve ser realizada para que ele vá ganhando concretude, precisão e determinação”. (SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo: Hacker Editores, 2001. p. 156 – 158)
Critérios para a escolha do tema:
“A temática a ser trabalhada deve surgir de um interesse pessoal.
Estar sintonizado com as linhas de pesquisa do programa de estudos e/ou do departamento e faculdade.
Deve ser um tema que retrate questões relevantes para o indivíduo e a sociedade mais ampla.
Ser tema acessível para se desenvolver uma pesquisa de acordo com as possibilidades do autor.
Título
O título deve ser o mais fiel possível ao conteúdo do trabalho. Uma boa forma de criar títulos é dividi-los em:
Geral: apresenta de maneira ampla o teor do trabalho.
Específico ou técnico: aparece como um subtítulo, especificando o tema abordado, aproximando-se do objeto de estudo. Por exemplo:
Educação e Trabalho: um Conflito Socioeconômico
Tipografia na Era Digital: o Impacto da Novas Tecnologias
 Introdução
Definição: começo, abertura. Estudo que serve de preparação para o estudo de uma matéria. Texto que antecede uma obra escrita e que serve para apresentá-la ao leitor.
Inicialmente, apresenta-se o tema, argumentando as implicações sociais que o estudo do tema poderá ter ou os benefícios para a população de uma discussão e/ou encaminhamento do assunto.
Faz-se, em seguida, uma revisão histórica do tema, destacando a importância para a sociedade que o mesmo teve ao longo de um período de tempo.
Após a apresentação e análise da relevância social, passa-se à importância científica, indicando o que já foi estudado (investigado), discutido e concluído, ou seja, far-se-á uma breve revisão bibliográfica, apresentando estudos relevantes sobre o assunto relacionados ao tema. Em geral, buscam-se as publicações dos últimos dez anos, principalmente, os estudos mais recentes.
Por fim, o autor apresentará suas próprias questões e discussões a respeito da temática.
OBSERVAÇÃO: “é na introdução que se deve defender o tema dentro da parcimônia que a ciência requer. Portanto, os argumentos que apresentam as relevâncias social e científica devem ser muito bem fundamentados” (HÜBNER, Maria Martha. Guia para elaboração de monografias e projetos de dissertação de mestrado e doutorado. São Paulo: Pioneira Thomson Learning/Mackenzie, 2001. p. 41)
Justificativa
 O texto abaixo foi adaptado de: RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. (p. 56 – 57)
Segundo Richardson (1999), a justificativa visa destacar a importância da pesquisa proposta, tanto no campo da teoria quanto no da prática, para a área de conhecimento em que a pesquisa é desenvolvida.
Deve responder as perguntas: Por que se deseja fazer a pesquisa? Por que a pesquisa é relevante? Qual sua importância? Quais suas contribuições?
Trata-se de um texto em que o autor deixa claro:
o que o motivou à pesquisa;
a contribuição que se espera oferecer com o trabalho ( relevância social e acadêmica - no caso do projeto integrador a relevância da pesquisa para a efetiva realização do trabalho);
Enfim, a justificativa exalta a necessidade de se efetuar tal pesquisa.
Problema
O problema é a mola propulsora do trabalho, ou seja, é a questão que se pretende responder acerca do tema, é o questionamento que delimita a abrangência da pesquisa. Como o problema deve ser explicitado de maneira clara e precisa, muitos autores sugerem a elaboração de uma pergunta que será respondida por meio de uma hipótese a ser testada ao longo da pesquisa, entretanto nada impede que o problema seja enunciado por uma afirmação. 
Não se recomenda a apresentação isolada das perguntas. Apresente-as dentro de um texto dissertativo.
Exemplos de perguntas: Quais os fatores que contribuem para a evasão escolar? Como a extensão universitária pode contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade?”
“(...) Um problema de pesquisa não pode estabelecer juízos de valor sobre o que é melhor ou pior em uma situação social.
O problema deve referir-se a fenômenos observáveis, possíveis de verificação empírica�.
O problema não deve referir-se a casos únicos e isolados; deve ser representativo e passível de ser generalizado.
O problema deve apresentar certa originalidade. Portanto, não se deve insistir em problemas já conhecidos e estudados, salvo se forem incluídos novos enfoques ou pontos de vista”.
e) Hipótese
O texto abaixo foi extraído e adaptado de: SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo: Hacker Editores, 2001. (p. 176-179).
A hipótese (...) está liga ao problema da pesquisa. Deve, por isso mesmo, ser obrigatoriamente inserida em um projeto de pesquisa.
 A hipótese é uma resposta antecipada, suposta, provável e provisória que o pesquisador lança e que funcionará como guia para os passos subsequentes do projeto e do percurso da pesquisa. Se o problema tem uma forma interrogativa, a hipótese tem uma forma afirmativa. Não se trata, entretanto, de uma afirmação indubitável, mas apenas provável. Funciona como uma possível solução para o(s) problema(s) apresentado(s). É preciso ressaltarque nem sempre há a confirmação da hipótese o que não leva à perda do trabalho – já que se comprovou algo -, apenas à revisão das ideias pré-estabelecidas. 
Por ter a natureza de uma suposição, a hipótese tem por característica o fato de ser provisória, devendo, portanto ser testada para se verificar sua veracidade..
 “Toda e qualquer pesquisa deve contar com a formulação das hipóteses, caso contrário, estará lhe faltando um norte, pois a função da hipótese é servir como uma bússola”.(p. 179)
Exemplo:
Exemplo adaptado de: RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. (p. 107)
Tema: Migração
Problema: O que leva um indivíduo abandonar seu local de nascimento, sua terra, sua família, seus costumes e suas relações sociais para migrar para um local estranho, desconhecido?
Hipóteses: O desejo de migrar de um camponês é influenciado por uma complexa relação de fatores psicológicos e estruturais.
O desejo de migrar é influenciado pelas aspirações e expectativas educacionais e econômicas do camponês.
O desejo de migrar é influenciado pelo nível de desenvolvimento da localidade em que vive o camponês.
 Objetivos
Nesta etapa, o autor apresenta os objetivos que o trabalho pretende atingir relacionados às contribuições que pretende trazer. Serão extraídos a partir dos problemas levantados anteriormente.
“Tem por finalidade elucidar uma situação; aprofundar um tema; oferecer subsídios para sua área de estudos; analisar, discutir e até mesmo refutar posições e teorias”. (JARDILINO, 2000: 53)
Os objetivos da pesquisa podem ser :
O texto abaixo foi extraído e adaptado de: RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. (p. 62-64)
GERAIS: visão geral e abrangente do problema, definem o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa.
Exemplo: Verificar os fatores que contribuem para a migração rural-urbana no Estado da Paraíba.
ESPECÍFICOS: definem etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.
	Exemplo: Levantar informações sobre a migração rural-urbana no Estado da Paraíba.
Verbos usados na elaboração dos objetivos:
Os verbos devem ser utilizados no infinitivo.
“Em uma pesquisa exploratória, o objetivo geral começa com os verbos: conhecer, identificar, levantar, descobrir”.
“Em uma pesquisa descritiva, inicia com os verbos: caracterizar, descrever, traçar”.
“Em uma pesquisa explicativa, começa com os verbos: analisar, avaliar, verificar, explicar etc”.
Regras para a formulação dos objetivos:
“O objetivo deve ser claro, preciso e conciso. .
O objetivo deve referir-se apenas à pesquisa que se pretende realizar. 
Metodologia
A metodologia é a explicação detalhada das ações que serão desenvolvidas, do método (caminho) que será percorrido para a realização do trabalho: os instrumentos ( coleta de documentos, questionários, observação em campo, consultas a arquivos e bibliotecas).
Texto abaixo foi extraído de: SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.
 Nesta fase do projeto, bem caracterizada a natureza do problema, o autor deve anunciar o tipo de pesquisa que desenvolverá. (...) Diretamente relacionados com o tipo de pesquisa serão os métodos e técnicas a serem adotados. Entende-se por métodos os procedimentos mais amplos de raciocínio, enquanto técnicas são procedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, mediante emprego de instrumentos adequados" (p.162)
Tipos de Pesquisa
O texto abaixo foi extraído e adaptado de: JARDILINO, José Rubens, ROSSI, Gisele, SANTOS, Gérson Tenório. Orientações Metodológicas Para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos. São Paulo: Gion, 2000. (p. 35 – 39)
"Podemos entender que são diversas as formas de estudar sistemática ou cientificamente um objeto específico e são, portanto, diferenciados os métodos e os tipos de pesquisa mais relevantes" (p.35).
PESQUISA DESCRITIVA
"Nesse tipo de pesquisa, o cientista observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos, mas não os manipula; o pesquisador não interfere ou controla as possíveis variáveis interferentes na ocorrência estudada.
A função do pesquisador aqui é exclusivamente a de investigar a causa, a natureza, a freqüência e a intensidade da ocorrência ou de determinado fenômeno e a sua relação com os demais.
O objetivo principal da pesquisa descritiva é o de estudar, levantar informações sobre um tema específico e desta forma auxiliar na formulação do problema de pesquisa. A pesquisa descritiva subdivide-se em dois tipos básicos:
Pesquisa Documental é aquela que inclui o levantamento de informações através de documentos escritos, impressos ou sonoros que se encontram em arquivos públicos, bibliotecas, museus, igrejas, cartórios, videotecas e filmotecas em forma de fotografias, correspondências, diários, memórias, autobiografias" (p.35).
"Pesquisa Bibliográfica pode ser descrita como um levantamento mais abrangente que a documental, já que inclui um levantamento de referências bibliográficas sobre o tema escolhido. Os tipos de documentos aqui utilizados podem ser classificados como primários, que incluem resultados de pesquisa, e documentos secundários, que abrangem listas, revisões, bibliografias, papers e relatos de casos.
Para este tipo de pesquisa, devemos seguir algumas etapas que possibilitem a sua realização: identificação, localização, compilação, fichamento.
É interessante pensarmos que a pesquisa bibliográfica nos possibilita escolher temas, desvendar questões ainda não estudadas ou solucionadas" (p.36).
PESQUISA EXPERIMENTAL
"Caracteriza-se pela manipulação direta das variáveis envolvidas ou relacionadas ao objeto estudado, buscando identificar e estabelecer uma relação funcional entre as variáveis intervenientes, realizando o que podemos chamar de experimento.
Quando manipulamos variáveis, facilitamos o estudo das relações entre causa e efeitos da ocorrência estudada; na pesquisa tipo experimental, ocorre a manipulação de uma ou mais variáveis que se classificam como independentes.
A manipulação das variáveis acontece através da criação de situações de controle com a intenção de evitar a influência de variáveis (p.37) externas, ou seja, das variáveis independentes, para que se possa observar, interpretar e entender o que ocorre com as variáveis dependentes ou que estão estreitamente relacionadas ao objeto de pesquisa. O objetivo desta situação de controle é evitar que os dados sejam contaminados, modificando, camuflando ou enviesando os resultados encontrados". (p. 38)
PESQUISA DE CAMPO ou PESQUISA-AÇÃO
"O pesquisador de campo investiga e coleta informações no local em que ocorrem os fenômenos estudados, colocando o pesquisador em contato direto com as variáveis interferentes e com o fenômeno como um todo. O objetivo é determinar as relações causais do processo estudado.
Nesta classe de pesquisa pode-se utilizar enquanto recursos para a obtenção de dados e informações a observação, as entrevistas ou ainda os questionários. A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa na qual o pesquisador participa ativamente no processo de levantamento de informações, participando junto aos sujeitos da pesquisa, no levantamento e avaliação dos problemas e questões envolvidas" (p. 38)
Ou seja, a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente para posteriores análises.
PESQUISA HISTÓRICA
"É a pesquisa que se interessa pela determinação, avaliação e entendimento de fatos passados e a sua influência sobre o contexto presente e futuro (p.38). Caracteriza-se pela investigação crítica, pela análise cuidadosa de eventos, experiências do passado, de fatos que são únicos e não reproduzíveis em laboratório; as interpretações têm como referência pressupostos teóricos eparâmetros para comparação dos fatos" (p.39).
PESQUISA DE OPINIÃO
Na qual se procura saber o ponto de vista ou preferência que as pessoas possam ter acerca de um assunto, preferência por marcas de produto, preferência por empresa, pessoas, ou ainda o seu comportamento em relação a determinadas situações. Por exemplo:
Quantas pessoas aceitariam a introdução da pena de morte no país?
Qual a preferência do público em relação aos automóveis da GM, Ford, Wolkswagen, Fiat?
Qual a opinião da classe média sobre a atual situação político-econômica?
Qual a opinião do público interno sobre as suas condições de trabalho, lazer, mecanismos de comunicação, relacionamento social dentro da empresa?
Técnicas de Pesquisa
"Não se pode conceber um trabalho científico que não inclua a busca e coleta de informações, o levantamento bibliográfico, a revisão da literatura existente que sustentem e viabilizem o trabalho de pesquisa". (...)
"Para a coleta de informações faz-se necessário o uso de instrumentos específicos e técnicas previamente selecionadas que obtenham as informações previstas" (p.39).
ENTREVISTA
"Tem seu uso indicado em situações em que não se têm fontes disponíveis ou seguras para a obtenção de dados, quando se quer complementar informações já levantadas ou também para auxiliar no diagnóstico ou tratamento de um problema.
Alguns autores apontam como possíveis objetivos da entrevista: a compreensão de informações, o conhecimento e as opiniões sobre fatos, a conduta diante dos fatos, a descoberta de fatores influentes nas opiniões, sentimentos e condutas dos entrevistados. (...)
 Entrevista padronizada, diretiva ou estruturada - é constituída por perguntas predeterminadas que seguem um roteiro previamente determinado, o que significa que o entrevistador não tem liberdade de alterar, adaptar ou aumentar perguntas em seu roteiro.
Entrevista não padronizada, não diretiva ou não estruturada - pode se compor por perguntas predeterminadas em um roteiro que não necessariamente precisa ser seguido. Ela dá possibilidades ao entrevistador e ao entrevistado de desenvolver de forma mais livre as perguntas feitas, ampliando-as, aumentando-as e até modificando-as" (p.40).
Exemplo - Roteiro de Entrevista
1 - Em um hospital, quem é considerado como paciente terminal?
2 - O que significa a morte para um paciente em fase terminal?
3 - Quais são as reações mais comuns de um indivíduo ao saber que sua doença o levará à morte?" (p. 41)
QUESTIONÁRIO
"É um instrumento que permite a abordagem de temas mais complexos, constituindo-se em um conjunto de questões ordenadas, respondidas por escrito, na presença ou não do entrevistador. Pode ser enviado pelo correio ou deixado sob a responsabilidade de alguém que o distribuirá, recolherá e devolverá ao pesquisador.
Questionários podem ser compostos por perguntas do tipo abertas ou fechadas. Questionários abertos permitem respostas mais amplas e livres e trazem a opinião de quem responde. São mais elaborados e analisados com maior complexidade.
Exemplo:
Na sua opinião, quais são as atividades que um psicólogo pode desenvolver na escola?
Quais profissionais você considera como fundamentais para auxiliá-lo em sua atividade profissional?
Questionários fechados buscam respostas mais exatas e limitadas, com alternativas fixas que já trazem as opções para a escolha, como as respostas de múltipla escolha ou as de 'sim' ou 'não'. Trazem questões padronizadas de fácil aplicação e de tabulação e análise simplificada (p.41).
Exemplo: 
1 - Você já teve alguma experiência de trabalho conjunto com um sociólogo?
Sim ( ) 
Não ( )
2 - Para quais grupos deveriam se estender os serviços de um psicólogo dentro da escola? (escolha quantas quiser)
Pais
Alunos
Corpo técnico
Direção
Funcionários
Professores
Outros (quais?)"
COLETA ou ANÁLISE DOCUMENTAL
"Caracteriza-se pela busca de dados em documentos de arquivos públicos ou particulares (relatórios, laudos, correspondências, anuários, projetos de lei, atas, registros de casamento, nascimento ou outros, escrituras, testamentos, etc.), de fontes estatísticas de órgãos particulares e oficiais como IBGE, IBOPE, etc.
Este tipo de coleta oferece informações sobre as características de grupos ou épocas, em diferentes aspectos, sendo geralmente, (p.42) utilizado quando não há possibilidades de contato com os sujeitos envolvidos na situação estudada. Trata-se de uma técnica exploratória para complementar ou verificar informações". (p. 43)
OBSERVAÇÃO
"A observação de fatos, comportamentos e situações, que pode ser participante ou não, permite ao pesquisador verificar na prática, no contexto real, fatos relatados, respostas já fornecidas, comportamentos, reações e atitudes, além de possibilitar que se consigam informações novas, antes não levantadas.
A observação participante implica a participação do investigador na comunidade ou grupo-alvo em suas atividades cotidianas, o que subentende uma proximidade, um envolvimento do pesquisador, que passa a ser um integrante do grupo. Já na observação não-participante o pesquisador não faz parte integrante do grupo, mantendo-se à distância, apenas presenciando os fatos, como um espectador". (p. 43)
FORMULÁRIO
"Podemos definir o formulário como uma lista, um catálogo ou um inventário, geralmente preenchido pelo próprio pesquisador, em que são registrados dados coletados através de observações ou interrogatórios". (p. 43)
TESTES
"A coleta de informações pode se dar através de aplicação de testes psicológicos que levem à caracterização ou classificação da população estudada em diferentes aspectos: intelectual, motor, personalidade, etc. (p.43)".
HISTÓRIA DE VIDA
"É um instrumento que busca agregar informações sobre a vida pessoal do investigado, valorizando o testemunho de épocas ou períodos históricos. Pode apresentar-se em forma de memórias, crônicas ou autobiografia" (p.44).
ESCALAS
"Viabilizam a estimativa do grau em que determinado comportamento, fato ou situação ocorrem".
Exemplo:
Assinale para cada afirmação a opção que mais se parece com sua forma de pensar e agir. As opções são:
DT - discordo totalmente
D - discordo 
DP - discordo parcialmente
CP - concordo parcialmente
C - concordo
CT - concordo totalmente"
	ITENS
	DT
	D
	DP
	CP
	C
	CT
	Resolvo meus problemas com a primeira idéia que tenho
	
	
	
	
	
	
	Tomo decisões baseadas em meus sentimentos
	
	
	
	
	
	
	Gosto de trabalhar seguindo instruções
	
	
	
	
	
	
ESTUDO DE CASO
"Caracteriza-se pelo registro de dados de um caso específico ou de vários casos com o objetivo de se organizarem criticamente ou avaliarem os relatórios de uma experiência para, através destes dados, se tomarem decisões ou proporem estratégias de intervenção"(p.45).
Cronograma
O cronograma apresenta os prazos previstos para a realização da pesquisa e da redação final. As atividades podem ser divididas em períodos semanais, quinzenais ou mensais, de acordo com as características o trabalho.
	 
	ATIVIDADES     /     PERÍODOS
	fev
	mar
	Abr
	maio
	jun
	jul
	1
	Levantamento de literatura
	X
	 
	 
	 
	 
	 
	2
	Montagem do Projeto
	 
	X
	 
	 
	 
	 
	3
	Coleta de dados
	 
	 
	X
	X
	
	 
	4
	Tratamento dos dados
	 
	 
	 
	X
	
	
	5
	Elaboração do Relatório Final
	 
	 
	 
	 X
	 X
	
	6
	Revisão do texto
	 
	 
	 
	 
	 X
	 X
	7
	Entrega do trabalho
	 
	 
	 
	 
	 
	 X
Referências Bibliográficas
As referências são obrigatórias em qualquer trabalho. Neste item, devem ser apresentados todos os documentos e fontes de informação consultados para a realização do trabalho. A organização das referências deve seguir os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que apresentaremos no item 8.1 deste material.
	 Nos projetosde pesquisa, os verbos devem ser utilizados no futuro, pois o trabalho ainda será realizado.
8. RELATÓRIO DE PESQUISA: REDAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO
	Depois de preparado e aprovado o projeto de pesquisa, inicia-se, efetivamente, o trabalho de acordo com o método proposto. Após a coleta, o tratamento e o registro dos dados, é preciso redigir o relatório de pesquisa, ou seja, um texto que traz o resultado do trabalho realizado de acordo com os propósitos estabelecidos no projeto.
Convém ressaltar a importância de se utilizar uma linguagem objetiva, denotativa, clara (ou seja, livre de termos imprecisos, frases e noções confusas ou com duplo sentido), bem como primar pela impessoalização do texto (esses trabalhos, o que se analisa é o fato científico e não o pesquisador, daí a necessidade de impessoalizar o texto). 
Todo esse rigor se deve ao fato de que a ciência tem por objetivo o consenso, a validação de argumentos baseados em leis gerais e não na opinião particular do pesquisador.
 Desse modo, procure usar os verbos na 3ª pessoa, pois assim se faz referência ao objeto externo que é o foco de pesquisa. Reveja em seu material de Leitura e Produção Textual quais são as formas mais indicadas para alcançar a impessoalização de um texto.
8.1.ELABORAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO: ESTRUTURA E NORMAS DE FORMATAÇÃO DO RELATÓRIO
	Os trabalhos acadêmicos dividem-se, classicamente em introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada uma dessas partes traz características específicas que serão explicitadas a seguir.
Os trabalhos acadêmicos devem ser digitados em letra tamanho 12, fonte Times New Roman ou Arial, com alinhamento justificado, espaço entre linhas 1,5, margens de 3 cm (esquerda e superior) e 2 cm (direita e inferior), papel formato A4 do tipo sulfite, numeração das páginas no canto superior direito.
A estrutura de um trabalho acadêmico é composta pelos itens abaixo:
Capa (Modelo 1);
Folha de rosto (Modelo 2);
Resumo na língua vernácula
Traz a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho. Não pode ultrapassar 500 palavras;
Lista de figuras (Modelo 3);
Lista de tabelas (Modelo 4);
Lista de abreviaturas e siglas (Modelo 5);
Lista de símbolos (Modelo 6);
Sumário (modelo 7);
Introdução
Trata-se da parte inicial do texto na qual se pretende apresentar de forma clara o propósito do trabalho (o tema, o problema e a hipótese levantada – porém essas informações compõem agora um texto e não mais tópicos como foram apresentadas no projeto). A introdução traz também a retrospectiva histórica, a justificativa e o objetivo da pesquisa. Cabe ainda apresentar a estrutura do trabalho, antecipando o conteúdo de cada capítulo.
 Desenvolvimento 
É o conteúdo central do trabalho, formado por capítulos inter-relacionados (subdivididos em tópicos e sub-tópicos), estruturados com lógica tal que possam comprovar da hipótese levantada. O levantamento dos objetivos específicos podem auxiliar na divisão dos capítulos. Lembre-se ainda de manter certa uniformidade na extensão dos capítulos, pois isso confere coesão ao texto. 
O uso de citações (item 8.2), figuras, diagramas, gráficos são essenciais para comprovar e fundamentar conceitos, especialmente, na área das ciências exatas.
Conclusão
Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões referentes aos objetivos e hipóteses do trabalho. Sua função primordial é oferecer uma síntese dos argumentos oferecidos em favor da hipótese apresentada, trata-se de uma retomada do trabalho de modo a demonstrar que o que foi anunciado inicialmente pode ser dado como correto. 
	 Tempo verbal
 Quando se faz referência ao próprio trabalho, objetivos, conclusões, deve-se empregar o tempo presente. Ao fazer referências a outros estudos, emprega-se o pretérito perfeito ou o imperfeito. 
 Referências (veja item 8.3)
Glossário (elemento opcional)
 Apêndices (elemento opcional)
Texto elaborado pelo autor para complementar sua argumentação.
Anexos (elemento opcional) 
Texto não elaborado pelo autor para servir de fundamentação, comprovação e ilustração. 
Outros itens devem ser ressaltados para o trabalho em questão:
Palavras em língua estrangeira não podem ser utilizadas no texto, a não ser que sejam colocadas entre parênteses. Tal palavra deve ser escrita no texto na língua vernácula. Exemplo: realimentação, resposta (feedback).
A identificação numérica dos títulos e subtítulos deve ser feita da seguinte forma: letra maiúscula em negrito para o título, letra maiúscula e minúscula em negrito para o subtítulo. Ambos alinhados à esquerda (Modelo 8).
Novo capítulo deve ser iniciado em uma nova página.
A identificação de uma figura deve ser feita conforme Modelo 9.
 A identificação de uma tabela deve ser feita conforme Modelo 10.
 A indicação da referência bibliográfica no texto deve ser feita conforme Modelo 12.
 As equações e fórmulas devem ser indicadas conforme exemplo abaixo:
x2 + y2 = z2 									 (1)
(x2 + y2)/5 = n 									 (2)
Todas as unidades utilizadas devem estar no Sistema Internacional de Unidades (SI). Em caso de dúvidas, consultar o arquivo Sistema Internacional de Unidades disponível no portal.
Observe os modelos a seguir:
	 Estude com atenção os próximos itens deste material, pois é de fundamental importância que o estudante tenha o discernimento entre o que é PROJETO DE PESQUISA e RELATÓRIO DE PESQUISA. 
1. Capa (modelo 1)	
2. Folha de rosto (modelo 2)
	LEMBRETE: as margens indicadas nos modelos 1 e 2 devem ser mantidas em todo o trabalho.
(Modelo 3)
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1: Peneira do pré-tratamento 	 47
Figura 4.2: Caixa de Areia e Calha Parshall	--47
Figura 4.3: Caixa de Gordura	--48
Figura 5.1: Variação do pH no Reator UASB 1 e UASB 2 – Fase 1	--62
Figura 5.2: Comparação entre os valores de pH do UASB 1 e UASB 2 – Fase 1	--62
Figura 5.3: Variações dos valores de pH do ponto 1 ao ponto 6 do Reator UASB 1– Fase 1	---63
(Modelo 4)
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1: Vantagens e desvantagens de um reator UASB 	27
Tabela 3.2: Valores das concentrações de DQO, SST e SSV no esgoto bruto e no efluente de UASB	41
Tabela 4.1: Programa de monitoramento do reator UASB 1 e UASB 2 durante os 04 dias iniciais da partida	54
Tabela 4.2: Programa de monitoramento do reator UASB 1 e UASB 2 durante o período de partida	55
Tabela 4.3: Análises complementares do programa de monitoramento dos reatores UASB 1 e UASB 2 durante a operação sob regime estabilizado	56
�
(Modelo 5)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A/M – alimento/ microrganismo
BF- Biofiltro aerado submerso
Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
Crusp – Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo
CTH – Centro Tecnológico de Hidráulica
DQO – Demanda Química de Oxigênio
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
ETE – Estação de Tratamento de Esgotos
�
(Modelo 6)
LISTA DE SÍMBOLOS
	A, P[ ]	
	 matriz de transições da cadeia de Markov
	t	
	 intervalo de tempo
	Pt[ ]	
	 matriz de transições da cadeia de Markov no instante t
	b( )	
	 distribuição da probabilidade de observação
	n, S	
	 estados do modelo de Markov
	N	
	 número máximo de estados do modelo de Markov
	k	​
	 símbolo observável
	x	
	 vetor de símbolos
	Q	
	 conjunto de estados do modelo
(Modelo 7)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	17
2 CADEIAS CARBÔNICAS	21
 2.1 Características do átomo de carbono	21
 2.2 Tipos de cadeias carbônicas	25
3 ISOMERIA DA QUÍMICA ORGÂNICA	29
3.1 Isomeria plana	30
3.1.1 Isomeria de cadeia	40
3.1.2 Isomeria de posição	44
3.1.3 Isomeria de compensação46
3.2 Isomeria espacial	46
3.1.1 Isomeria cis-trans ou geométrica	47
3.1.2 Isomeria óptica	49
4 ALCANOS	50
4.1 Estrutura	52
4.2 Nomenclatura	53
5 CONCLUSÃO	61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	63
APÊNDICES	63
ANEXOS	63
(Modelo 8)
2. ESTRATÉGIA COMPETITIVA
2.1 Mercado concorrente
2.1.1 Mercado da região sudeste
2.2 Mercado internacional
3. ANÁLISE AMBIENTAL
3.1 Ambiente Nacional
3.2 Ambiente Internacional
(Modelo 9)
Figura 4.1 – Peneira do pré-tratamento (CASEIRO, 2005).
Modelo 10
Tabela 2.1 – Valores das concentrações de DQO, SST e SSV no esgoto bruto e no efluente de UASB (SOUSA, 1996).
	
	Q (L/d)
	TDH (h)
	COV (kg.m³/d)
	
	Esgoto Bruto
	UASB
	Eficiência (%)
	 
	 
	 
	 
	DQO (mg/L)
	442
	108
	76
	1 ª Fase
	20,4
	4,7
	2,25
	SST (mg/L)
	187
	71
	62
	 
	
	 
	
	SSV (mg/L)
	129
	42
	67,5
	 
	 
	 
	 
	DQO (mg/L)
	422
	58,1
	86
	2ª Fase
	24
	4
	2,53
	SST (mg/L)
	256
	38
	85
	 
	 
	 
	 
	SSV (mg/L)
	162
	19
	88
8.2. CORPO DO TRABALHO – ALGUMAS NORMAS ELEMENTARES
A importância das citações
Citação é a menção no texto de uma informação extraída de um documento ou um canal de informação, com o objetivo de inserir a pesquisa na temática pertinente, dar crédito à pesquisa além de fornecer o embasamento para argumentação da própria pesquisa. Dois sistemas de citação de autores podem ser utilizados no trabalhos científicos: o sistema numérico ou o sistema alfabético (autor e data).
Citação Direta 
Citação direta curta (com menos de 5 linhas) - Deve ser feita na continuação do texto, entre aspas, com o mesmo tipo e tamanho de letra utilizados no parágrafo de texto no qual está inserida 
Ex.: Maria Ortiz, moradora da Ladeira do Pelourinho, em Salvador, (...) de sua janela jogou água fervendo nos invasores holandeses, incentivando os homens a continuarem a luta. Detalhe pitoresco é que na hora do almoço, enquanto os maridos comiam, as mulheres lutavam em seu lugar. Este fato levou os europeus a acreditarem que "o baiano ao meio dia vira mulher" (MOTT, 1988: 13). 
Obs.: MOTT: autor que faz a citação; 1988: o ano de publicação da obra deste autor na bibliografia; 13: refere-se ao número da página onde se encontra o texto de Mott. A frase entre aspas é texto de Mott, autor que foi citado.
Citação direta longa (com 5 linhas ou mais) - As margens são recuadas à direita, em espaço um (1). A segunda linha e as demais são alinhadas sob a primeira letra do texto da própria citação. No texto citado deve ser utilizada letra tamanho 11. Deve-se deixar uma linha em branco entre a citação e os parágrafos anterior e posterior.
Ex.: Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa, uma vez que as mulheres que o ministravam não estavam preparadas para exercer tal função. 
A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827 residiu no provimento das cadeiras das escolas femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres no ensino das prendas domésticas, as poucas que se apresentavam para reger uma classe dominavam tão mal aquilo que deveriam ensinar que não logravam êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos. Se os próprios homens, aos quais o acesso à instrução era muito mais fácil, se revelavam incapazes de ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o nível do ensino nas escolas femininas, cujas mestras estiveram sempre mais ou menos marginalizadas do saber. (Saffioti, 1976:193).
Obs.: O nome do autor citado pode vir em minúsculas ou maiúsculas.
Citação de citação 
É a citação feita por outro pesquisador. 
Ex.: O Imperador Napoleão Bonaparte dizia que "as mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos" (BONAPARTE apud LOI, 1988: 35). 
Obs.: apud = citado por. 
Citação Indireta - É a citação que sofre uma interpretação por parte do autor. 
Ex.: Ainda com relação à questão da inventividade, são incontestáveis dois princípios que norteiam o entendimento do processo inventivo: a tradição não tem poder determinante sobre aqueles poetas de talento individual, que a tomam como ponto de partida (Dronke, 1981:36), e o reconhecimento dessa individualidade dar-se-á pelo conhecimento do contexto em que uma peça inovadora foi criada (idem, ibidem, p. 37)
Obs.: idem significa o mesmo autor citado anteriormente e ibidem, que a citação indireta está no mesmo livro citado anteriormente.
8. 3. Referências Bibliográficas
Usa-se a expressão “Referências Bibliográficas” quando relacionamos apenas os documentos utilizados, consultados e citados ao longo do trabalho. O termo “Bibliografia” será usado quando relacionarmos as obras genéricas sobre o tema, ou seja, aquelas utilizadas para compor o trabalho, as obras consultadas e não citadas no trabalho e as obras gerais sobre o tema.
 “A apresentação dar-se-á por ordem alfabética de autor e pela ordem cronológica da publicação. Observe-se que o sobrenome do autor e o título do documento têm um destaque gráfico, ou seja, o sobrenome do autor que abre a referência deve vir em maiúsculas ou caixa alta, enquanto o título principal deve vir em itálico (grifado, somente quando o texto é datilografado ou manuscrito). Quando um dos dados bibliográficos não é identificável no documento, ele pode ser substituído pelas seguintes abreviações: s.l. = sem local de publicação; s.ed. = sem editor; s.d. = sem data; s.n.t. = sem notas tipográficas, quando faltam todos os elementos”. 
(Fonte: SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. p. 115) 
Normas específicas:
1. Livros
SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação.
Exemplo:
CHAUI, Marilena. O que é ideologia. 42. ed. São Paulo: Brasiliense, 1997.
Até três autores: indica-se o nome dos três autores.
Exemplo:
JARDILINO, J. R. L.; ROSSI, G.; SANTOS, G. T. Orientações metodológicas para elaboração de trabalhos acadêmicos. São Paulo: Gois Editora e Publicidade, 2000.
Mais de três autores: indicar o nome do organizador ou do coordenador da obra.
Exemplo:
DANTAS, Audálio (org.). Repórteres. São Paulo: Editora SENAC, 1998.
Referência bibliográfica de parte da obra ou capítulo.
SOBRENOME, Nome do autor do capítulo. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome do autor do livro. Título do livro. Edição. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação.
Exemplo:
MEIRELLES, Domingos. Acerto de Contas. In: DANTAS. Audálio (org.). Repórteres. São Paulo: Editora SENAC, 1998.
2. Dissertações e teses
SOBRENOME, Nome. Título. Cidade de publicação, ano de apresentação. Tese (Doutorado) / Dissertação (Mestrado). Unidade de Ensino, Instituição. 
Exemplo:
SILVA, Janete Bernardo da. Abrindo janelas à noção de competência para a construção de um currículo interdisciplinar: estudo preliminar. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1999.
3. Trabalhos apresentados em congresso.
SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: NOME DO CONGRESSO, número do congresso, ano e cidade de realização. Título. Local: Editora, ano de publicação. páginas inicial-final.
Exemplo:
BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29. 
Artigos de publicações acadêmicas
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico, cidade de publicação: Editor, número do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, mês e ano.
Exemplo:
SILVA, Dalmo O. Souza. Ágora ou o Zoológico Humano?- uma contribuição para o debate sobre os Reality Shows. Cenários da Comunicação, São Paulo: UNINOVE, v. 1, n. 1, p. 57-71, set. 2002. 
5. Artigo de jornal, revistas de circulação
SOBRENOME, Nome. Títulodo artigo. Título do Jornal, cidade, data. Número ou título do caderno, seção ou suplemento, páginas inicial-final.
Exemplo:
CARDOSO, Raquel. Zeca, o pivô da guerra das cervejas. Diário de S. Paulo, São Paulo, 16 de março de 2004. Economia, p. B3.
6. Trabalhos de fontes eletrônicas
SOBRENOME, Nome / EDITOR. (Ano). Título do trabalho, Tipo de mídia. Produtor (opcional). Disponível: identificador (data de acesso). 
Exemplo:
ARAÚJO, J.G.F.; MOREIRA, A.Z.M. (1999). Mass Media: um enfoque político-social. (On-line). INTERCOM. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/xxii-ci/gt27/27z02.PDF. Acesso em 14.6.2004.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. A metodologia e a universidade. In: _____. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1986, p. 1-14
JARDILINO, José Rubens; ROSSI, Gisele; SANTOS, Gerson T. Orientações metodológicas para Trabalhos Acadêmicos. São Paulo. Gion, 2000.
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 
__________. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982.
MORENTE, M. Garcia. Fundamentos de Filosofia. Lições preliminares. São Paulo: Mestre Jou, 1970, p.99
ORENSTEIN, Benny. Como estudar. Disponível: http://www.enaol.com/educando/leitura.htm, (20 de fevereiro de 2005)
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
SANTOS, Gerson Tenório; ROSSI, Giseli; JARDILINO, José Rubens Lima. Orientações metodológicas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.2 ed. São Paulo: Giom Editora e Publicidade, 2000.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.
ANEXOS
 Veja algumas abreviaturas comuns em trabalhos científicos:
	Abreviaturas
	Expressão Latina
	Significado
	ad. lit.
	ad. litteram
	ao pé da letra
	ampl.
	
	ampliado
	anot.
	
	anotado
	apóg.
	
	apógrafo [cópia de manuscrito]
	ap.
	apud
	segundo fulano, referido por
	aum.
	
	aumentado
	cf.
	
	confira, compare
	col.
	
	coleção
	comp.
	
	compilador
	dir.
	
	direção
	doc.
	
	documento
	ed.
	
	edição
	ed. cit.
	
	edição citada
	e.g.
	exempli gratia
	por exemplo, a saber
	et. al.
	et. alii
	e outros
	et. pas.
	et. passin
	em diversas partes, aqui e ali
	et. seqs.
	et. sequentes
	e seguintes
	glos.
	
	glossário
	ibid.
	ibidem
	na mesma obra
	id.
	idem
	o mesmo autor
	i.é.
	
	isto é
	il. [ilus.]
	
	ilustrado
	in.
	
	em
	in-fine
	
	no fim
	intr.
	
	introdução
	infra
	
	abaixo linhas ou páginas
	ip. lit.
	ipsis litteris
	literalmente
	ip.v.
	ipsis verbis.
	letra por letra - textualmente
	loc.cit.
	loco citado
	no lugar citado
	melh.
	
	melhorado
	Ms, ms, mss
	
	manuscrito[s]
	n.
	
	número
	n. b.
	nota bene
	observe bem
	op.cit.
	opus citatum
	obra citada
	org.
	
	organizado
	p. 
	
	página
	pas.
	passim
	em diversos lugares aqui e ali
	pref.
	
	prefácio
	q.v.
	quod.vide
	que se veja
	rec.
	
	recensão
	ref.
	
	referência
	refund.
	
	refundido
	rem.
	
	remissivo
	ver
	
	revisto
	silicet
	
	subentende-se
	s.d.
	
	sem data
	s.ed.
	
	sem editor
	s.l.
	
	sem local de publicação
	sel.
	
	seleção, selecionado
	sic.
	
	assim mesmo, tal qual
	supra
	
	linhas ou p.p. atrás
	sep.
	
	separata
	t.
	
	tomo
	trad.
	
	tradução, traduzido
	v.
	
	volume
	V.
	
	ver
	v.o
	
	ver o original
	v.g.
	verbi gratia
	por exemplo
	videlicet
	
	notadamente, é fácil de ver
(JARDILINO, José Rubens, ROSSI, Gisele, SANTOS, Gerson T. Orientações Metodológicas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos São Paulo: Gion, 2000, pp. 11-113)
O Que é Científico ? por Rubem Alves
Publicado em 06/10/2009 às 08h34
O Que é Científico ? por Rubem Alves
Há os pianos. Há a música. Ambos são absolutamente reais. Ambos são absolutamente diferentes. Os pianos moram no mundo das quantidades. Deles se diz: 'Como são bem feitos!' A música mora no mundo das qualidades. Dela se diz: 'Como é bela!'
Dos pianos os mais famosos são os Steinway, preferidos dos grandes pianistas. São eles que se encontram nos palcos dos grandes teatros do mundo, dentre eles o de Campinas... Pianos são máquinas grande precisão. A sua fabricação exige uma ciência rigorosa. Tudo tem de ser medido, pesado, testado. As teclas devem ter o tamanho exato, devem reagir de maneira uniforme à pressão dos dedos, devem ter reação instantânea. E há de se considerar a afinação. O pianista Benedetto Michelangelo, ao iniciar um concerto na cidade de Washington, parou imediatamente após os primeiros acordes: o seu ouvido percebeu que a afinação não estava certa. O concerto foi interrompido para que um afinador desse às cordas a tensão exata para produzir os sons precisos.
Um dos objetivos da ciência exata da fabricação de pianos é a produção de pianos absolutamente iguais. Se não forem iguais, o pianista não conseguirá tocar num piano em que nunca tocou.
Digo que a fabricação de pianos é um ciência porque tudo, no piano, está submetido ao critério da medida: tamanhos, pesos, tensões. Mesmo as afinações, que normalmente requerem ouvidos delicados e precisos, podem prescindir dos ouvidos dos afinadores - o afinador pode ser surdo! - desde que haja um aparelho que meça o número de vibrações das cordas.
A realidade do piano se encontra em suas qualidades físicas, que podem ser ditas e descritas na precisa linguagem científica dos números. É essa linguagem que torna possível fazer pianos iguais uns aos outros. Na ciência, a possibilidade de repetir, de fazer objetos iguais uns aos outros, é um critério de verdade. Coisa de culinária: se digo que uma receita de bolo é boa, todas as vezes que qualquer pessoa fizer a mesma receita, com os mesmos ingredientes, nas medidas exatas, na mesma temperatura de forno, o resultado deverá ser igual. A exatidão dos números torna a repetição possível. Assim é a ciência, essa culinária precisa e útil. Tanto os pianos quanto os objetos da ciência são construídos com o auxílio de um método chamado quantitativo, isso é, que se vale de números. Na ciência e na construção de pianos só é real o que pode ser medido.
Pianos não são fins em si mesmos. Pianos são meios. Existem para serem tocados. A música é tão real quanto os pianos. Mas a realidade da música não é da mesma ordem que a realidade dos pianos. Essa é a razão por que os fabricantes de pianos não se contentam em fabricar pianos: eles vão aos concertos ouvir a música que os pianistas tocam. É certo que a música tem uma realidade física, em si mesma, independente dos sentimentos de quem ouve. A música existe mesmo se o CD está sendo tocado numa sala vazia, sem ninguém que a ouça. Mas isso não é a realidade da música. A realidade da música se encontra no prazer de quem a ouve. O mesmo vale para a comida. As cozinheiras cozinham para dar prazer aos que comem. Os pintores pintam para dar prazer aos que olham. Também os amantes beijam por causa do prazer. O desejo do prazer move o mundo.
O prazer é uma experiência qualitativa. Não pode ser medida. Não há receitas para a sua repetição. Cada vez é única, irrepetível. Um pianista não interpreta a mesma música duas vezes de forma igual. O 'Concerto Italiano', de Bach, põe em ordem o meu corpo e a minha alma. Uma outra pessoa, ao ouvi-lo, vai dizer: 'Que música chata!'
Desde cedo os filósofos naturais ( assim eram chamados os cientistas no passado) perceberam a diferença entre a ordem das quantidades e a ordem das qualidades. E as designaram com as expressões ' qualidades primárias' e 'qualidades secundárias'. As qualidades primárias são aquelas que pertencem ao objeto, independentementedos nossos sentimentos; elas podem ser ditas em linguagem matemática, tornando possível a repetição. Com elas se faz a ciência. As qualidades secundárias são aquelas que se referem às experiências subjetivas que temos ao 'provar' o objeto. O frango-ao-molho pardo tem uma realidade física. Mas o 'gosto' só existe na minha boca, na minha língua e nas minhas memórias de mineiro. Uma outra pessoa, com boca e língua anatômica e fisiologicamente idênticas às minhas, mas que não participe das mesmas memórias ( uma pessoa de convicções religiosas adventistas, por exemplo), sentirá um 'gosto' diferente do meu, possivelmente repulsivo. A experiência do gosto, da beleza, da estética pertence ao mundo humano das 'qualidades'. Não pertence ao mundo das realidades quantitativas. A linguagem matemática da ciência não dá conta dessa experiência. Não é capaz de dizê-la. Faltam-lhe palavras. Faltam-se sutilezas. Faltam-lhe, sobretudo, interstícios. A ciência conhece as coisas que podem ser ditas quantitativamente. Mas como dizer a beleza de uma sonata? Lênin, ao falar do que sentia ao ouvir a sonata 'Appassionata', de Beethoven, usa palavras do vocabulário dos apaixonados. Mas, ao lê-las, eu não fico sabendo como é a beleza da música. Que palavras irei usar para transmitir ao leitor o gosto e o prazer do frango ao molho pardo?
E, no entanto, essa 'coisa' indizível é real. A experiência estética, não científica, qualitativa, se apossa do corpo: ruflam os tambores e os soldados homens para a morte. Ouço o Danúbio Azul e tenho vontade de dançar. Ouço a Serenata de Schubert e tenho vontade de chorar. Ouço a 'Ave Maria' e a oração surge, espontânea, dentro de mim. Ouço o Clair de Lune, de Debussy, e fico tranquilo. Ouço o estudo op. 10 n. 12, de Chopin, chamado 'revolucionário', e fico agitado..
Nada disso é científico, quantitativo. Mas é Real. Move corpos. O que comove os homens e os faz agir é sempre o qualitativo. Inclusive a ciência. Os cientistas, ao fazer ciência, não são movidos por razões quantitativas, científicas. São movidos por curiosidade, prazer, inveja, competição, narcisismo, ambição profissional, dinheiro, fama, autoritarismo.
Havia, certa vez, uma terra distante onde pianos maravilhosos eram fabricados. Os fabricantes de piano, envaidecidos por sua ciência quantitativa precisa, começaram a desprezar os pianistas, que tocavam movidos por razões qualitativas, indizíveis. Concluíram que os pianistas eram seres de segunda classe e terminaram por proibir que eles tocassem. E cunharam a frase clássica: ' Fabricar pianos e preciso. Tocar piano não é preciso.'
Isso não é ficção. É isso está acontecendo nos meios científicos brasileiros. As pesquisas 'qualitativas' são rejeitadas sob a alegação de que seus resultados são imprecisos, não passíveis de serem repetidos, e por não serem aceitos para publicações em revistas internacionais. Todos os cientistas devem adorar diante do altar desse novo ídolo: as revistas internacionais indexadas. E esse ídolo que decide sobre o destino das pesquisas e dos pesquisadores. Na comunidade científica somente se permite a linguagem quantitativa. Tem havido casos de cursos de pós-graduação serem desqualificados pelo fato de seus pesquisas serem feitas no campo do qualitativo. O científico é fabricar pianos. O gostar de música não é científico.
O que leva a soluções científicas ridículas. De que maneira um pianista provaria sua competência, com vistas a um grau de doutor em música? Resposta fácil: dando um concerto. A ciência contesta. A ciência não sabe o que é um concerto. Se o pianista quiser ter o grau de doutor ela terá que escrever uma tese na qual a 'qualidade' que ele sabe produzir é transformada num saber quantitativo duvidoso.
Guimarães Rosa profetizou que os homens haveriam de ficar loucos em decorrência da lógica. Já está acontecendo em nossas instituições de pesquisa. 'Vivam os pianos! Mas os concertos estão proibidos!'
 
Material organizado pelas professoras
Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz
Jacy do Nascimento Floriano
Ligia Ramo de Souza
Leila Ramo de Souza
Maria Ap. S. Salim
Silvana Boscolo
Aluno (a)_______________________________________________________RA__________________________________
Curso _________________________________________________ Turma_______________________________________
 2013
Esta linha representa a folha, não faça moldura na capa de seu trabalho. Utilize papel sulfite A4.
Margens adotadas da capa ao término do trabalho:
Esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm,
Universidade Nove de Julho
 (O nome da universidade deve ser colocado centralizado, na primeira linha após a margem superior de 3cm, letra tamanho 12, fonte Arial ou Times New Roman) 
Nome completo dos alunos
 (Em ordem alfabética, dois espaços depois do nome da universidade, centralizado, letra tamanho 12, fonte Times New Roman)
Título: subtítulo 
 (No meio da folha, centralizado, letra tamanho 12, fonte Arial ou Times New Roman)
São Paulo
2013
 (Na última linha, antes da margem de 2 cm,centralizado, letra tamanho 12, fonte Times New Roman)
 
Esta linha representa a folha, não faça moldura na capa de seu trabalho. Utilize papel sulfite A4.
Margens adotadas da capa ao término do trabalho:
Esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm,
Nome completo dos alunos
 (Em ordem alfabética, centralizado, letra tamanho 12, fonte Arial ou Times New Roman)
Título: subtítulo 
 (Com letras maiúsculas e minúsculas, no meio da folha, centralizado, letra tamanho 12, fonte Arial ou Times New Roman)
 ( espaço simples)
Trabalho de (ou) apresentado à disciplina XXXXXXX
Professor XXXXXXXXXX
(Tamanho 12, normal, justificado, espaço simples entre linhas, recuo de 7cm a partir da margem esquerda de 3cm)
São Paulo
2013
(Na última linha antes da margem de 2 cm, centralizado letra tamanho 12, Arial ou Times New Roman)
� Epistemologia: Conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou linguísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações.
� Axioma: Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente verdadeira sem exigência de demonstração.
� Empírico: derivado de experimento ou de observação da realidade.
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