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ALTERAÇÕES LOCAIS DA CIRCULAÇÃO Profª. Kérlita Kyarely ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS • Correspondem a uma resposta fisiológica ou a uma doença. • Relacionadas com distúrbios que acometem na irrigação sangüínea e no equilíbrio hídrico. • Os fluidos do corpo (intracelular, intersticial e intravascular). • “Homeostase”. INTRODUÇÃO • Alterações hídricas intersticiais (edema). • Alterações no volume sanguíneo (hiperemia, hemorragia e choque). • Alterações por obstrução intravascular (embolia, trombose, isquemia e infarto). HIPEREMIA “É o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou tecido, provocado por maior afluxo ou deficiente escoamento de sangue” • Hiperemia ativa: dilatação arterial com aumento do fluxo sanguíneo. • Hiperemia passiva ou congestão: diminuição da drenagem venosa. HIPEREMIA ATIVA Corresponde ao maior afluxo de sangue arterial em um tecido. • Dilatação arteriolar com aumento de fluxo sanguíneo local. • Coloração rósea intensa ou vermelha no local. • Pode ser: – Fisiológica: músculo esquelético (ativ. física), mucosa gastrointestinal, pele... – Patológica: inflamações HIPEREMIA ATIVA • Hiperemia funcional: maior demanda funcional de um órgão. • Hiperemia reflexas ou psíquicas: rubor da ira ou vergonha. • Eritemas: fases iniciais dos processos inflamatórios e os provocados por ação direta de agentes tóxicos ou venenos animais. • Meningite aguda purulenta (exemplo de hiperemia ativa patológica, de causa inflamatória). A peça é constituida pela metade superior dos hemisférios cerebrais mostrando pus na leptomeninge e hiperemia ativa dos vasos desta. O pus está contido no espaço subaracnóideo, que fica entre a aracnóide e a pia-máter, e que normalmente está preenchido por líquido céfalo-raqueano ou líquor. A meningite purulenta ocorre quando bactérias piogênicas ganham acesso a este espaço e proliferam no líquor. Há afluxo de neutrófilos, como em qualquer outra reação inflamatória aguda, constituindo o exsudato purulento ou pus. Faz também parte da reação inflamatória aguda a dilatação das artérias, para facilitar o acesso de células e proteínas do plasma ao local inflamado. A isto se chama hiperemia ativa. O único exemplo de hiperemia ativa patológica são as inflamações agudas. Neste caso, há também dilatação das veias meníngeas, mas esta é secundária à dilatação das artérias. Na superfície externa do cérebro, as veias são mais facilmente visíveis que as artérias, porque as artérias correm na profundidade dos sulcos. HIPEREMIA PASSIVA OU CONGESTÃO Acúmulo de sangue venoso em determinadas regiões do organismo, em decorrência de dificuldades na circulação de retorno. • Redução da drenagem venosa, com distensão das veias distais, vênulas e capilares. • Região comprometida com coloração vermelho- escura (hemoglobina desoxigenada) • Localizada – obstrução vascular • Sistêmica – insuficiência cardíaca HIPEREMIA PASSIVA OU CONGESTÃO • Alterações morfológicas e funcionais. – Diminuição da taxa de O2; – Aumento de CO2; – Diminuição da atividade funcional; – Alterações da permeabilidade das paredes vasculares e edema. HIPEREMIA PASSIVA LOCAL Desenvolvem-se nas seguintes situações: • Compressão mecânica de uma veia: cicatriz fibrosa, tumor em crescimento ou gânglio linfático hiperplásico. • Trombose: obliteração parcial ou total de um ramo venoso. • Dilatação das veias impossibilitando a propulsão do sangue. HIPEREMIA PASSIVA SISTÊMICA Resulta de uma perturbação geral da circulação • Insuficiência cardíaca ou insuficiência circulatória. • Hiperemias mais importantes: – Congestão pulmonar: dilatação dos capilares alveolares e edema intersticial. – Congestão hepática: insuficiência cardíaca congestiva; obstrução de vasos hepáticos. – Congestão esplênica: insuficiência cardíaca (aguda); hipertensão porta (crônica). • Congestão passiva crônica dos pulmões na insuficiência cardíaca congestiva esquerda. Este corte de pulmão mostra congestão (ou hiperemia) passiva crônica por insuficiência cardíaca esquerda. Em cima, imagem escaneada da lâmina, onde se nota que os alvéolos estão pouco expandidos e há material escuro dentro dos alvéolos. As hiperemias passivas mais importantes são as dos pulmões, fígado e baço: Congestão pulmonar Congestão do baço: O aumento de pressão no fígado, decorrente de insuficiência cardíaca ou de obstrução intra-hepática ao fluxo sanguíneo, determina hipertensão na veia esplênica e congestão do baço. Síndrome de hiperviscosidade • Resistência intrínseca de um líquido contra um fluxo é determinada como viscosidade. • A viscosidade e fluxo são inversamente proporcionais. • Viscosidade sanguínea depende: – Concentração e tipo de proteínas de alto peso molecular. – Hematócrito – Leucócitos • Viscosidade aumenta com a redução do diâmetro do vaso. Assim, alterações de viscosidade repercutem mais na microcirculação. • Síndrome de hiperviscosidade – Distúrbio da microcirculação caracterizado por um aumento da viscosidade sanguínea. – Várias causas, como: – Hiperviscosidade plasmática: proteínas plasmáticas anômalas com alto peso molecular; hiperproteinemia aumenta agregação entre as hemácias. – Aumento hematócrito: policitemia ou desidratação. – Alterações da deformidade das hemácias: Anemia falciforme. – Leucocitose-leucostase: leucemias – obstrução da microcirculação. HEMORRAGIA HEMORRAGIA “É a saída de sangue do sistema cardiovascular para os tecidos, cavidades do organismo ou para o meio externo” • Implica na ruptura de um vaso sanguíneo. • Traumatismo, ateroesclerose, erosão inflamatória ou neoplásica da parede vascular. • Classificam-se de acordo com o vaso envolvido, momento da ocorrência e localização. HEMORRAGIA: QUANTO AO VASO ENVOLVIDO 1. Arterial: jatos que coincidem com a sístole ventricular. 2. Venosa: contínuo e ligeiramente cianótico. 3. Capilar: numerosos pontos hemorrágicos uniformes – hemorragia em lençol. TIPOS Arterial Venosa Capilar HEMORRAGIA: QUANTO A FORMA 1. Petéquia: pequenos pontos hemorrágicos. 2. Púrpura: confluência de petéquias. 3. Equimose: sangue difuso no subcutâneo sem formar acúmulos localizados. 4. Hematoma: acúmulo de sangue causando aumento de volume. Hemorragia Extravasamento de sangue em virtude de ruptura vascular. Hematoma: hemorragia tecidual Petéquias: hemorragias de 1 a 2 mm; trombocitopenia Púrpuras: hemorragias um pouco maiores (≥ 3 mm) Equimoses: hemorragias maiores (2 a 3 cm) Acúmulo de sangue em cavidades corporais Hemotórax Hemopericárdio Hemoperitônio Petéquias Purpúras Equimose Hematoma HEMORRAGIA: QUANTO AO TEMPO 1. Aguda: perda de 35% do volume sanguíneo pode ser fatal. 2. Crônica: melena resultante de úlcera duodenal pode causar anemia crônica devido a falta de ferro (anemia ferropriva). NOMECLATURA DAS HEMORRAGIAS • HEMARTROSE-hemorragia nas cavidades articulares • HEMATOMÉTRIO-hemorragia uterina • HEMATÚRIA-quando o sangue é eliminado na urina • HEMOPTISE-sangue eliminado pelo escarro • HEMATÊMESE-sangue eliminado pelo vomito • EPISTAXE-hemorragia nasal • MELENA-sangue digerido encontrado nas fezes As hemorragias recebemnomes particulares segundo sua localização: Epistaxe Hemorragia nas fossas nasais Equimose Sangramento em pequenos focos, maiores que as petéquias Hemartrose Sangue nas articulações Hematêmese Vômito de sangue Hematoma Sangramento circunscrito formando coleção volumosa Hematúria Sangue na urina Hemopericárdio Sangue na cavidade pericárdica Hemoperitônio Sangue na cavidade peritoneal Hemoptise Expectoração de sangue Hemotórax Sangue na cavidade pleural Melena Sangue ‘’dirigido’’ eliminado nas fezes Menorragia Menstruação prolongada ou profusa, em intervalos regulares Menstruação Sangramento uterino cíclico e fisiológico da mulher Metrorragia Sangramento uterino irregular entre os ciclos Otorragia Sangramento pelo conduto auditivo externo Petéquia Sangramento puntiforme – sangramento pequeno, mas as pequenas manchas são em grande número. Púrpura Múltiplos pequenos focos de sangramento – manchas maiores Sufusão Sangramento plano, difuso e extenso em mucosas Gastrorragia Hemorragia gástrica Enterorragia Hemorragia intestinal Hemorragia Quanto à etiologia: • Traumática • Intoxicações (A.A.S.) • Hipovitaminose • Hepatopatias • Trombocitopenias • Hemofilias • Hipertensão intravascular • Toxinas e agentes infecciosos • Gastrorragia •Hematêmese •Epistaxe •Hematoma
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