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TRABALHO JACKSON

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ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO BATISTA DA MOTA
RUA BAHIA, 243- BAIRRO VILA NOVA
NANUQUE-MG TEL. 3621-1423/1009
ELANE SILVA ROCHA
UNILDES BRAZ ROCHA
	
	CIDE COMBUSTÍVEL	
Sob o enfoque tributário e intervencionista.
NANUQUE-MG
MAIO/2018
	
ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO BATISTA DA MOTA
	
	CIDE COMBUSTÍVEL	
Sob o enfoque tributário e intervencionista.
ELANE SILVA ROCHA
UNILDES BRAZ ROCHA
	
	
 ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO
 BATISTA DA MOTA
 Trabalho de pesquisa apresentado à
 disciplina de ADMINISTRAÇÃO JURÍDICA, 
 do Curso Técnico em Administração
Professor: Jackson Gomes
NANUQUE-MG
MAIO/2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................... 04
1.1- Origem da CIDE-Combustível ........................................... 05
1.2- Natureza Jurídica .............................................................. 05
1.3- Fatos geradores ................................................................ 06
1.4- Contribuintes...................................................................... 06
1.5- Alíquotas ........................................................................... 06
1.6- Insenções... ....................................................................... 07
1.7-.Pagamento......................................................................... 08
1.8- Princípio da Anterioridade Tributária.................................. 08
1.9- Finalidade Dos Recursos Oriundos Da Arrecadação Da Cide Combustível............................................................................... 08
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 10
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por escopo estudar a CIDE (Contribuição de
Intervenção de Domínio Econômico) combustível, tanto no seu aspecto tributário, de
contribuição, enfatizando suas nuances legais e suas peculiaridades, como também,
em seu aspecto intervencionista, de caráter regulatório e subsidiário das relações do
Governo com as infraestruturas de transporte no Brasil. Busca o estudo em seu
fundamento constitucional, levando em conta as diretrizes adotadas pelo Governo
quanto ao seu repasse, tanto para o Estado como para os Municípios, a sua real
função em relação ao seu propósito, ou pelo menos, para o qual fora criado, suas
distorções e, enfim, sua real aplicação, do ponto de vista doutrinário, a cerca de
onde realmente deveria ser aplicado, de forma justa e equitativa.
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
As Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), como as
demais contribuições sociais, sempre foram alvo de controvérsia dentro do Código
Tributário Nacional em relação a sua natureza tributária. Com o advento e a
promulgação da Constituição de 1988, no Capítulo I, Do Sistema Tributário Nacional,
no seu art. 149, consolidou-se o entendimento que tais contribuições são prestações
pecuniárias compulsórias e portanto tributo. A presente pesquisa demonstra que as
CIDES são contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política
econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da
União na economia do país. São enfocadas a CIDE sobre Royalties e a CIDE sobre
Combustíveis, está com maior ênfase pela sua importância no contexto atual,
enfocando as alterações provenientes da Emenda Constitucional n° 33/2001 e
Emenda Constitucional n° 42/2003.
Origem da CIDE-Combustíveis
A Lei n º 10.336, de 19 de dezembro de 2001 , instituiu a Cide-Combustíveis,
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e
a comercialização de gasolina e suas correntes, diesel e suas correntes, querosene
de aviação e outros querosenes, óleos combustíveis ( fuel-oil ), gás liquefeito de
petróleo (GLP), inclusive o derivado de gás natural e de nafta, e álcool etílico
combustível.
Natureza Jurídica
A preocupação do constituinte revisor quanto à destinação dos recursos da
Cide-combustíveis relativos à sua arrecadação, que na forma da lei orçamentária,
deveria ter o seguinte destino: a) pagamento de subsídios a preços ou transporte de
álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo; b)
financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do
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gás; c) financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. Além da
atividade de arrecadação, também a Cide – combustível em concepção jurídica apresenta traços característicos de tributos extrafiscais.
Fatos Geradores
A CIDE-Combustíveis tem como fatos geradores as seguintes operações,
realizadas com os combustíveis elencados no art. 3º da Lei nº 10.336, de 2001
(gasolinas, diesel , querosenes, etc.): a) a comercialização no mercado interno; e b)
a importação.
Contribuintes
São contribuintes da Cide-Combustíveis, o produtor, o formulador e o
importador (pessoa física ou jurídica) dos combustíveis elencados no art. 3º da Lei	nº 10.336, de 2001 . 
Alíquotas
Nas operações relativas à comercialização no mercado interno, assim como
nas operações de importação, a base de cálculo é a "unidade de medida " adotada
na Lei nº 10.336, de 2001 , para cada um dos produtos sobre os quais incide a
contribuição. Corresponde, assim, à quantidade comercializada do produto,
expressa de acordo com o art. 3º da Lei nº 10.336, de 2001 .
Do valor da Cide-Combustíveis incidente na comercialização no mercado
interno, poderá ser deduzido o valor da Cide devido em operação anterior: a) pago
pelo próprio contribuinte quando da importação ; ou b) pago por outro contribuinte
quando da aquisição no mercado interno .
A dedução será feita pelo valor global da Cide pago nas importações
realizadas no mês, levando em conta o conjunto de produtos importados e
comercializados, sendo desnecessária a segregação por espécie de produto.
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A Cide-Combustíveis incidirá no mercado interno , assim como na
importação, com as seguintes alíquotas: (Legislação: Lei 10.336/01 , arts. 5 o .e 9 o ;
e Dec 4.066/01 , art. 1 o ). a) gasolinas e suas correntes, incluídas as correntes que,
por suas características, possam ser utilizadas alternativamente para a formulação
de diesel, R$ 501,10 por m 3 ; b) diesel e as correntes que, por suas características,
sejam utilizadas exclusivamente para a formulação de diesel, R$ 157,80 por m 3 ;
c)querosene de aviação, R$ 21,40 por m 3 ; d) outros querosenes, R$ 25,90 por m 3 ;
e) óleos combustíveis (fuel oil), R$ 11,40 por t; f) gás liqüefeito de petróleo (GLP),
inclusive o derivado de gás natural e de nafta, R$ 104,60 por t; e g) álcool etílico
combustível, R$ 22,54 por m 3 .
Isenções
Nafta Petroquímica - Destinada à Elaboração de Petroquímicos não
Alcançados pela Incidência. É isenta da Cide-Combustíveis, a nafta petroquímica ,
importada ou adquirida no mercado interno, destinada à elaboração, por central
petroquímica, de produtos petroquímicos não referidos na lei, acima, atendidos os
termos e condições estabelecidos pela ANP. Obs.: No entanto, presume-se
destinada à produção de gasolina , a nafta cuja utilização (na elaboração daqueles
produtos) não seja comprovada. hipótese em que a Cide é devida desde a data de
sua aquisição ou importação, pela central petroquímica.
Produtos Vendidos para Comercial Exportadora - São ainda isentos da Cide-
Combustíveis, os produtos vendidos a empresa comercial exportadora , conforme
definida pela ANP, com o fim específico de exportação para o exterior, observado o
seguinte: a) A empresa comercial exportadora que no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, contado da datade aquisição, não houver efetuado a exportação dos produtos
para o exterior, fica obrigada ao pagamento da Cide, até o décimo dia subseqüente
ao vencimento deste prazo (para a empresa efetivar a exportação), mediante a
aplicação das alíquotas específicas aos produtos adquiridos com essa finalidade
mas não exportados. b) A empresa comercial exportadora que alterar a destinação
do produto adquirido com o fim específico de exportação, ficará sujeita ao
pagamento da Cide objeto da isenção na aquisição, até o último dia útil da primeira
quinzena do mês subseqüente ao de ocorrência da revenda no mercado interno. c)
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Nos casos previstos nas letras a e b , acima, os valores serão acrescidos de : c.1)
multa de mora (apurada na forma do caput e do § 2 o do art. 61 da Lei n o
9.430/1996 ), calculada a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao de
aquisição dos produtos; e c.2) juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e Custódia - Selic , para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao de
aquisição dos produtos, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1%
(um por cento) no mês do pagamento.
Pagamento
No caso de comercialização, no mercado interno , a Cide-Combustíveis
devida será apurada mensalmente e deve ser paga até o último dia útil da primeira
quinzena do mês subseqüente ao de ocorrência do fato gerador. Na importação , a
Cide-Combustíveis deverá ser paga na data do registro da Declaração de
Importação (DI). 
Princípio da Anterioridade Tributária
“Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios...
III – cobrar tributos (...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou.”
Por essa razão, a Constituição previu que este imposto não precisa
obedecer ao princípio da anterioridade, podendo suas alterações entrarem em vigor
no mesmo exercício em que forem publicadas. Este imposto também não obedece
ao princípio tributário, da anterioridade nonagesimal ou da noventena, consoante
previsão jurídica constante do § 1º art. 150 da Constituição brasileira de 1988, com
as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº. 42, de 2003
1.9- Finalidade Dos Recursos Oriundos Da Arrecadação Da Cide Combustível
O Art. 1º, § 1o da Lei n º 10.336, de 19 de dezembro de 2001, assevera que
o produto da arrecadação da Cide será destinada, na forma da lei orçamentária, ao:
I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás
natural e seus derivados e de derivados de petróleo; II - financiamento de projetos
ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e III - financiamento
de programas de infra-estrutura de transportes 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os tributos desde sua origem até os dias atuais continuam significando
importante instrumento estatal para promover a arrecadação de recursos financeiros
para fazer frente às despesas, característica que pôde ser definida no estudo como
a vertente da fiscalidade tributária.
Entretanto, observou-se que ganha relevo nos dias atuais a possibilidade de
utilização dos tributos para atingir objetivos diversos da mera arrecadação de
recursos, e sim servindo para instrumentalizar a intervenção do estado no domínio
econômico, a denominada extrafiscalidade tributária.
A observância do recurso à extrafiscalidade dos tributos como instrumento
para efetiva intervenção do Estado no domínio econômico pode ser destacada
atualmente como um mecanismo cada vez mais utilizado pelo Estado para obter
finalidade interventivas diversas, tais como estimular o desenvolvimento da
economia nacional, controlar a relação de importação e exportação na balança
comercial ou até mesmo promover o impulsionamento de iniciativas de preservação
ambiental diversas.
Neste contexto, através da pesquisa pôde-se extrair também que por vezes
o próprio legislador constituinte optou por expressamente atrelar a destinação de
recursos decorrentes da arrecadação de determinados tributos a finalidades
específicas, fenômeno doutrinariamente denominado de tributos de arrecadação
vinculada, destacando-se a CIDE-Combustíveis como um exemplo lapidar dessa
vinculação de receitas a finalidade específica.
Pode-se afirmar que o reconhecimento do próprio constituinte ao inserir no
artigo 177 § 4º da Constituição Federal de 1988 a vinculação da destinação de
parcela das receita auferidas com a exação da CIDE combustíveis para o
financiamento de projetos ambientais relacionado à exploração do petróleo decorre
diretamente do reconhecimento de que tal ramo de exploração promove em diversos
aspectos impactos ambientais deletérios e que portanto necessitam serem mitigados
de algum modo.
Verifica-se, ainda, nos aspecto intervencionista que a livre iniciativa é o
regime jurídico constitucional em matéria de desenvolvimento de atividade
econômica, sendo a livre concorrência a espinha dorsal desse regime. Como é
óbvio, esse princípio não é absoluto, sofrendo restrições por outros valores
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igualmente expressos em forma de princípios como, por exemplo, o da função social
da propriedade, prescrito no inciso II do art. 170 da Carta Política. Contudo, pode-se
dizer, sem margem de erro, que o conceito de livre iniciativa, que se extrai do exame
do Texto Magno, pressupõe a prevalência da propriedade privada na qual se
assentam a liberdade de empresa, a liberdade de contratação e a liberdade de lucro.
Esses são os marcos mínimos que dão embasamento ao regime econômico privado,
ou seja, ao regime de produção capitalista (Harada, 2003).
A intervenção estatal pode vir por meio de duas vias: através da atividade
econômica ou pela via da contribuição social. A contribuição de intervenção no
domínio econômico, espécie de contribuição especial ou para-fiscal que por hora
será analisado no presente trabalho, possui como característica primordial, sua
vinculação a uma necessidade constitucional determinada: promoção da intervenção
no domínio econômico.

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