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Processo Legislativo e suas fases (art. 61, 63-67) I – No âmbito do poder legislativo 1- Na primeira casa ou na casa iniciadora a) Legitimidade para propor projetos de lei (art. 61, caput): Conforme o caput do art. 61 tem legitimidade para propor projetos de lei complementares ou ordinários, os seguintes entes: 1) Qualquer deputado ou comissão de deputados; 2) Qualquer senador ou comissão de senadores; 3) O Presidente da República; 4) O Supremo Tribunal Federal(colegiado); 5) Os quatro tribunais superiores(STJ, TST, TSE, STM); 6) O Procurador geral da República; 7) Os cidadãos; OBS: Projetos de iniciativa popular: critérios (art. 61 §2º): Nos termos do §2º do artigo 61, os cidadãos brasileiros eleitores podem propor projetos de lei, desde que sejam preenchidos os seguintes critérios simultâneos: 1) o projeto deverá ser subscrito por pelo menos 1% do eleitorado nacional; 2) Os eleitores que subscreverem o projeto devem estar distribuídos por pelo menos cinco unidades da federação; 3) Cada Estado deverá contribuir com pelo menos 0,3% do seu eleitorado. b) Analise do projeto pelas comissões: Após o projeto ser protocolado, ele segue para a analise das comissões. - Comissão de constituição e justiça – CCS: A primeira comissão a analisar o projeto é a CCJ. A ela cabe analisar se o projeto é constitucional ou inconstitucional, no todo ou em parte, emitindo um parecer. - Comissão temática: Caso o parecer seja favorável, o projeto segue para a comissão temática respectiva. Cabe à comissão temática analisar técnica. Caso o projeto seja aprovado, ele segue para a discussão e votação no plenário. c) Discussão e votação do projeto no plenário da primeira casa: Essa discussão pode demorar alguns segundos ou alguns meses, dependendo de algumas variáveis. Na votação, o projeto poderá ser aprovado ou rejeitado caso seja de lei complementar, só poderá ser aprovado pela maioria absoluta dos votos. Se o projeto for aprovado segue para a segunda casa. Se for rejeitado, será arquivado e sua matéria só poderá ser rediscutida na sessão legislativa seguinte. Entretanto, o projeto será rediscutido na mesma sessão legislativa se a maioria absoluta dos membros de uma das casas o sub-escrever, conforme dispões o artigo 77. 2 – Na segunda casa ou casa revisora a) Analise do projeto pelas comissões – idem à primeira casa b) Discussão e votação no plenário da segunda casa: Também na segunda casa, a discussão do projeto pode demorar segundos ou meses. A segunda casa ao votar o projeto pode tomar uma das seguintes decisões: 1) A segunda casa aprova o projeto sem qualquer emenda, integralmente. Nesse caso a própria segunda casa encaminha o projeto de lei para o Presidente da República, para sanção ou veto; 2) A segunda casa aprova o projeto de lei com uma ou mais emenda. Nesse caso, o projeto é devolvido a casa iniciado para apreciar a emenda ou as emendas. A casa iniciadora tem autonomia para aprovar ou rejeitar a emenda ou as emendas em qualquer hipótese cabe a casa iniciadora encaminhar o projeto ao Presidente da República, nos termos do artigo 66, caput. Em síntese, se aprova sem emenda, quem envia é a casa revisora. Se houver emenda, quem envia é a casa iniciadora; 3) Se a casa revisora rejeitar o projeto, será arquivado e aquela matéria só poderá ser rediscutida na sessão legislativa seguinte, exceto a hipótese do artigo 67. II – No Âmbito do Poder Executivo 1- Considerações iniciais: Quando vimos nos termos do artigo 66, caput, a casa na qual tenha sido concluída a votação encaminhará o projeto de lei ao Presidente da República, para sanção ou veto. *Lembrete: Se o projeto for emendado pela casa revisora, volta para casa iniciadora e a ela compete encaminhar o projeto ao Presidente da República. Se o projeto for aprovado pela casa revisora, sem emenda, a esta cabe encaminhar o projeto para o Presidente da República. Ao receber o projeto, o Presidente da República tem 15 dias para sancionar ou vetá-lo, caso não se pronuncie durante esse período se dá-se a sanção Tácita nos termos do Parágrafo 3º do artigo 66. 2-Providência no caso de sanção a) Promulgação da lei: É o ato pelo qual o Presidente da Republica atesta o surgimento de uma nova lei no ordenamento jurídico do País declarando que ela esta apta a gerar seus efeitos. Podemos dizer que a promulgação é a certidão de nascimento da lei. Não existe promulgação Tácita, pois como qualquer certidão a promulgação é um documento expresso. Caso o Presidente da República recuse-se a promulgar uma lei, essa competência passa para o Presidente do Senado nos termos do parágrafo 7º do artigo 66. b) Publicação: É providência obrigatória, essa publicação deverá ser feita no Diário Oficial da União. Sem publicação a lei não pode entrar em vigor. c) Vigência da Lei: Regras para seu início É a data a partir da qual a lei entra em vigor e começa a gerar seus efeitos. O inicio de vigência da lei é muito variável, podendo ocorrer na mesma data de sua publicação ou até 1 ano após como ocorreu com o código civil. Essa variação de tempo entre a publicação de uma lei e o inicio de sua vigência é denominada de vacation legis quando mais complexo uma lei maior o período da vacation legis para que a sociedade tome conhecimento das inovações produzidas pela nova lei. Normalmente o prazo para o inicio da vigência da lei está previsto na própria lei. Caso a lei seja omissa aplica-se a regra do artigo 1º da lei de introdução ao código civil, segundo o qual a lei entra em vigor 45 dias após a sua publicação. Se a lei tratar de matéria eleitoral, conforme determina a constituição, ela só pode gerar seus efeitos 1 ano após ser publicada. No caso de matéria tributária a lei só entra em vigor no exercício financeiro seguinte, ou seja, no ano seguinte. 3-Providências, no caso de veto: a) Do Presidente da República (Parágrafo 1º do artigo 66) Nos termos do parágrafo 1º do artigo 66, o Presidente da República poderá vetar um projeto de lei no todo ou em parte. No caso de veto ele deverá comunicar o motivo do veto ao Presidente do Senado no prazo de 48 horas. Como sabemos só existem dois motivos para o veto: Se o projeto for inconstitucional ou for contrario ao interesse público. b) Do congresso Nacional (Parágrafo 4º do artigo 66) Nos termos do parágrafo 4º do artigo 66, o Congresso Nacional deverá apreciar o veto no período de 30 dias após o recebimento do motivo. A sessão para analisar o veto será unicameral ou conjunta e em votação secreta. O veto só poderá ser rejeitado pela maioria absoluta (metade + 1) de votos dos membros do congresso nacional, isto é, mínimo de 298 votos contrários ao veto. 4- Conseqüências da decisão do Congresso Nacional a) No caso de veto parcial: Se o Congresso Nacional aprovar o veto parcial do Presidente da República o(s) artigo(s) vetados são retirados do projeto e a lei é promulgada sem os artigos vetados. Se o congresso rejeitar o artigo ou artigos vetados aquela matéria volta para o projeto e a lei é promulgada recuperando-se is artigos vetado. b) No caso de veto total: Se o Congresso Nacional aprovar o veto total do Presidente da República, o projeto será arquivado e aquela matéria somente poderá ser rediscutida na sessão legislativa seguinte, exceto a hipótese do artigo 66. Caso o Congresso Nacional rejeite o veto total o projeto será recuperado em sua totalidade, nesse caso o Presidente do Senado devolve o projeto de lei ao Presidente da República para promulgar a lei no prazo de 48 horas, se ele não o fizer a lei será promulgada pelo Presidente do Senado.
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