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cheque e letra de cambio EMPRESARIAL II

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A LETRA DE CÂMBIO
É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através de um ato chamado de saque. Diferente dos demais títulos de crédito, para a existência e operacionalização da letra de câmbio são necessárias três situações jurídicas distintas, a saber: 
- O SACADOR como sendo aquela parte que faz o saque, oportunidade em que fica criada a letra de câmbio como documento. Esta pessoa é quem dá a ordem de pagamento; 
- O SACADO que representa a parte a quem a ordem é data, ou seja, é quem deve efetuar o pagamento; 
- O BENEFICIÁRIO, também chamado de tomador, sendo a pessoa que receberá o pagamento, sendo assim o beneficiário da ordem. 
Diante da descrição das situações jurídicas das partes envolvidas na letra de câmbio, e sendo o sacador a pessoa que dá a ordem ao sacado para efetuar o pagamento ao beneficiário, tem-se assim o seguinte exemplo para a redação de uma letra de câmbio: 
“aos trinta dias do mês de outubro de ........, V.Sa.(sacado) pagará por esta única via de letra de câmbio, a importância de R$.......(.................) ao Sr. Fulano de Tal (beneficiário). Local........, data..........., assinatura (sacador)............” 
É importante observar que não necessariamente as situações jurídicas são representadas por três pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer circunstâncias em que a mesma pessoa possa estar representando duas situações ao mesmo tempo. 
O Anexo I da Lei Uniforme (Decreto 57.663/66) no seu artigo 3º estabelece que a letra de câmbio pode ainda ser à ordem do próprio sacador, hipótese em que este é também o tomador ou beneficiário; ou pode também ser sacada, sobre o próprio sacador, caso em que ele ocupa também a posição de sacado. 
O título é emitido pelo sacador e em seguida entregue ao beneficiário ou tomador, cabendo a este procurar o sacado para que proceda ao aceite. Isto concretizado, na data do vencimento o sacado deverá pagar ao beneficiário a quantia estabelecida na letra. 
Destacamos ainda que é possível que a letra de câmbio seja garantida por aval, isso ocorrendo, o avalista passa a ser responsável pelo pagamento da mesma forma que o avalizado. Assim, não sendo efetivado o pagamento do título na data de vencimento, poderá ser efetuado protesto, possibilitando assim posterior ação de execução judicial visando o recebimento da dívida. 
A letra de câmbio é um título formal e para que seja emitida deve obedecer aos aspectos legais. Seus requisitos básicos segundo Fábio Bellote Gomes (2003:172) são: 
a) a expressão “letra de câmbio”. 
b) a quantia que deve ser paga (o título deve conter expressamente o valor a ser pago, sendo que, por força do princípio da literalidade, tal valor prevalece até a data de vencimento do título, podendo então o credor acrescentar juros de mora e as despesas que incorrer com a cobrança do título). 
c) o nome de quem deve pagar (sacado). 
d) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (beneficiário ou tomador). 
e) a assinatura de quem emite a letra de câmbio (sacador). 
Ao par dos requisitos essenciais acima elencados, a Lei Uniforme concedera como requisitos não-essenciais (artigo 20). 
f) data e lugar de emissão (ou saque) da letra de câmbio (podem ser inseridas pelo beneficiário); 
g) data de vencimento do título (a sua ausência implica no seu vencimento à vista. 
h) lugar de pagamento da letra de câmbio. (Quando o título não especificar o lugar de seu pagamento, deve ser considerado como tal o de domicilio do sacado). 
No Brasil a letra de câmbio é um título de pouquíssimo uso, haja vista que nas operações comerciais e prestação de serviços o título de crédito que pode ser sacado é a duplicata. 
Regulamentando a matéria temos os Decretos n. 2.044 de 31/12/1908, que define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais e o Decreto n. 57.663 de 24/01/1966, que promulga as convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias. 
O aceite genericamente pode ser definido como sendo a declaração unilateral do sacado aposta em determinados títulos de crédito, a exemplo de letra de câmbio e duplicata. É através do aceite que o sacado se torna efetivamente obrigado cambiário, aceitando expressamente a obrigação representada pelo título e crédito.
Em se tratando de letra de câmbio, o aceite não é obrigatório se a letra for à vista, sendo porém obrigatório, nas modalidades de letra de câmbio com vencimento a prazo. Em caso de recusa do aceite por parte do sacado, a letra de câmbio deve ser encaminhada para protesto, tendo o seu vencimento antecipado à data de referido protesto. 
Em caso de necessidade de propositura de ação judicial para cobrança de nota promissória, o credor deverá obedecer os seguintes prazos prescricionais: 
a) em 03 (três) anos a contar do vencimento do título, para a propositura da competente ação executiva contra o devedor principal e seu avalista. 
b) em 01 (um) ano a contar do protesto efetuado dentro dos prazos legais, para o exercício da competente ação executiva contra os endossantes e seus respectivos avalistas, e contra sacador, ou ainda em 01 (um) ano a contar do vencimento no caso de letra de cambio que contenha cláusula “sem despesas” (conforme artigo 46 da Lei Uniforme) 
c) em 06 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante efetuou o pagamento do título ou em que ele próprio foi demandado para o seu pagamento, para a propositura de ações executivas dos endossantes, uns contra os outros, e de endossante contra o sacador. 
A definição para cheque pode ser dada como sendo uma ordem incondicional de pagamento à vista, dada por uma pessoa física ou jurídica, denominada de sacador, contra o banco onde tem fundos, denominado de sacado, para que pague ao credor, tomador ou beneficiário a importância nele escrita. O cheque está disciplinado pela Lei n. 7.357, de 02 setembro de 1985, denominada de Lei do Cheque. 
No CHEQUE 
temos três partes envolvidas: 
a) o emitente, passador ou sacador que é o titular de conta-corrente junto a um banco (instituição financeira). 
b) o sacado que é o banco (instituição financeira) que dispõe dos recursos do sacador e que está obrigado a cumprir a ordem do emitente, dentro dos limites de seus fundos. 
c) o tomador ou beneficiário que é a pessoa em favor de quem o cheque deve ser pago ou creditado em sua conta. 
O cheque, embora seja uma ordem de pagamento à vista, não comporta aceite, haja vista já possuir a assinatura do emitente (aceite implícito), que é a pessoa devedora da operação que está sendo paga pelo cheque. 
Destacamos que no cheque, o sacado não é o devedor, apenas está obrigado a acatar a ordem de pagamento feita pelo emitente, lembrando ainda que nos termos do disposto na legislação (Lei do Cheque, artigo 32 e seu parágrafo), o cheque é pagável à vista, considerando-se como não-escrita qualquer menção em contrário. Assim, o cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
Observemos o que ensina o renomado doutrinador AMADOR PAES DE ALMEIDA: 
“O cheque pós-datado, vulgarmente denominado “cheque pré-datado” é aquele com data posterior à data em que efetivamente foi emitido. 
A sua crescente adoção pelo sistema de crediário em lojas e congêneres ampliou sensivelmente a sua circulação, antes restrita à agiotagem. 
Contudo, em casos tais, os cheques assim emitidos têm alterada sensivelmente a sua função, a rigor perdendo sua natureza de cheques, transformando-se em mera promessa de pagamento, conquanto mantenham sua eficácia executiva extrajudicial...” (ALMEIDA, 2002. p. 137) 
A Lei do Cheque em seu artigo 1º estabelece os requisitos essenciais para a validade do cheque. São eles: 
a) a denominação "cheque" inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; 
b) a ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
c) o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar(sacado); 
d) a indicação do lugar de pagamento; 
e) a indicação da data e do lugar de emissão; 
f) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
O cheque tem prazo para sua apresentação junto ao banco sacado, sendo este prazo diferenciado, dependendo da praça de emissão. Assim, pelo artigo 33 da Lei n. 7.357/85, o cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. 
O beneficiário ou credor que não apresentar o cheque ao banco sacado, dentro do tempo hábil, incorre em duas consequências: 
a) perda do direito à propositura de ação executiva contra os endossantes e seus respectivos avalistas no cheque. 
b) perda do direito à propositura de ação executiva contra o eminente do cheque. 
Embora o cheque seja uma ordem de pagamento à vista junto ao banco sacado, o pagamento, entretanto, pode ser sustado, mediante as seguintes circunstâncias: 
a) Revogação ou contra-ordem. Neste caso somente pode ser realizada pelo emitente do cheque, nos termos do artigo 35 da Lei do Cheque, através de contra-ordem dada por aviso espistolar (comunicação escrita dirigida ao banco sacado) ou por via judicial ou extrajudicial, com razões motivadoras do ato, e somente produz efeitos depois de decorrido prazo de apresentação do cheque. 
b) Oposição ou sustação. Nesta hipótese, pode ser realizada pelo emitente ou credor (portador legitimado), nos termos do artigo 36 da Lei do Cheque, mesmo durante o prazo de apresentação, por meio de sustação de pagamento do cheque manifestada por escrito ao banco sacado e fundada em relevante razão de direito. 
Ressaltamos, porém, que por determinação legal, deve-se observar que a revogação ou sustação se excluem reciprocamente, de modo que, adotada uma via, não pode ser posteriormente adotada outra, não cabendo, em nenhuma hipótese ao sacado avaliar a relevância das razões invocadas para a recusa do pagamento. 
Para Fábio Bellote (2003, p. 185), os cheques podem ser protestados por falta de pagamento, observados os seguintes pontos: 
a) Sendo o cheque uma ordem de pagamento à vista, constatada a inexistência de fundos, este passa a ser considerado cheque “sem fundos”, sendo que o prazo para o seu protesto é mesmo fixado pela Lei n. 7.357, de 02.09.1985 (Lei do Cheque) para sua apresentação para pagamento (30 dias na mesma praça e 60 dias em praça diversa). 
b) Para o exercício do direito de crédito contra o emitente e o avalista do cheque, o seu protesto não é necessário. O protesto, no caso de cheque, tem apenas finalidade conservatória do direito de crédito contra os coobrigados no cheque, quando houver. 
Quanto aos Prazos prescricionais do cheque, afirma ainda o referido autor que a ação executiva baseada em cheque deve ser proposta: 
a) em 06 (seis) meses contados do término do prazo de apresentação. O direito de regresso de um coobrigado contra outro, contra o devedor principal ou ser avalista prescreve em 06 (seis) meses contados do pagamento ou da distribuição de ação executiva contra referidas pessoas. (artigo 59, parágrafo único, Lei do Cheque) 
b) no caso de cheques pós-datados, deve ser contada a data da efetiva apresentação do cheque ao banco sacado, se esta for anterior à data constante no cheque como de sua emissão. 
c) na ação executiva de cheque sem fundos, o credor-exeqüente tem direito ao recebimento do valor literalmente expresso no título, acrescido de: juros legais a partir da sua apresentação para pagamento; reembolso de despesas efetuadas com protesto, avisos e outras; e correção monetária. 
A NOTA PROMISSÓRIA 
é um título de crédito emitido pelo devedor, sob a forma de promessa de pagamento, a determinada pessoa, de certa quantia em certa data. A nota promissória, portanto, é uma promessa direta e unilateral de pagamento, à vista ou a prazo, efetuada, em caráter solene, pelo promitente-devedor ao promissário-credor. 
Regulam o tema, o Decreto n. 2.044 de 31/12/1908, que define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais, e o Decreto n. 57.663 de 24/01/1966, que promulga as convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias e o Decreto 
Figuram como partes na nota promissória: o SUBSCRITOR OU PROMITENTE-DEVEDOR e o BENEFICIÁRIO OU PROMISSÁRIO-CREDOR. 
Observemos que na letra de câmbio temos uma ordem de pagamento (ver artigo anterior), enquanto que na nota promissória o que existe é uma promessa de pagamento. Sendo esta promessa uma declaração unilateral do promitende-devedor, não há, portanto, necessidade de aceite, cuja manifestação e ciência da dívida já é feita implicitamente no ato da promessa unilateral. 
A nota promissória constitui um título abstrato, haja vista que a sua emissão não exige causa legal específica, não necessitando, portanto, a indicação expressa do motivo que lhe deu origem. 
Na nota promissória, diferente do que ocorre com a letra de câmbio, não há o que se falar em saque, mas em emissão do título. O emitente do título se obriga, originária e diretamente, para com o tomador ou beneficiário. Assim, o promitente-devedor assume na nota promissória uma incondicional promessa de pagamento. 
A Lei Uniforme apresenta, em seu artigo 75, os requisitos essenciais necessários à plena validade de uma nota promissória. São eles: 
a) a denominação “nota promissória”. 
b) promessa solene e direta de pagamento. 
c) nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (promissório-credor). 
d) indicação da data de emissão da nota promissória. 
e) assinatura do emitente (subscritor ou promitente-devedor). 
Além dos requisitos essenciais acima elencados, a Lei Uniforme considera como requisitos não-essenciais: (antigo 76) 
f) data de vencimento do título (na sua ausência o título é pagável à vista). 
g) lugar de pagamento da nota promissória (quando o título não especificar o lugar de seu pagamento, deve ser considerado como tal o lugar de sua emissão). 
h) lugar de emissão. 
Na falta de pagamento da nota promissória o credor poderá promover o protesto do título. Observe que na nota promissória não há protesto por falta de aceite, somente por falta de pagamento, até porque não há o aceite neste tipo de título de crédito. 
Quanto aos prazos para a propositura de ação executiva baseada na nota promissória, o credor terá que observar os seguintes prazos prescricionais: 
a) em 03 (três) anos a contar do vencimento do título, para o exercício do direito de crédito contra o promitente-devedor e seu avalista. 
b) em 01 (um) ano a contar do protesto efetuado dentro dos prazos legais, para o exercício da competente ação executiva contra os endossantes e seus respectivos avalistas. 
c) em 06 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante efetuou o pagamento do título ou em que ele próprio foi demandado para o seu pagamento, para a propositura de ações executivas dos endossantes, uns contra os outros, e de endossante contra o promitente-devedor. 
A DUPLICATA 
É um título de crédito em que sua emissão depende de uma causa anterior. Determina a Lei 5.474 de 18/07/1968 em seu artigo 1º que em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador. 
A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará somente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias. A fatura é dispensável quando a nota fiscal é do tipo “nota fiscal-fatura”, na qual já constam os elementos da fatura, necessários à emissão da duplicata. 
A duplicata somente pode ser emitida após a emissão da fatura.Assim estabelece o artigo 2º. da Lei das Duplicatas que no ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. 
Assim, a duplicata é um título de crédito causal vinculado a operações de compra e venda de mercadorias (envolvendo um empresário como sacador) ou de prestação de serviços (envolvendo um prestador de serviços — empresário ou não — como sacador) com pagamento à vista ou a prazo, e representativo do crédito originado a partir de referidas operações. 
No que se refere à duplicata de prestação de serviços, a Lei das Duplicatas em seu artigo 20 estabelece que as empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta Lei, emitir fatura e duplicata. 
Assim, a fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados; a soma a pagar em dinheiro corresponderá ao preço dos serviços prestados, sendo aplicado à fatura e a duplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições relativas à fatura e duplicada de venda mercantil. 
Nas operações envolvendo a emissão de duplicatas temos as seguintes partes: 
a) o SACADOR OU EMITENTE que é o titular (empresário, sociedade empresária ou não) do crédito originado contra o adquirente de produtos ou contratante de serviços. 
b) O SACADO que é a pessoa contra quem a ordem é emitida, seja um adquirente de produtos, seja um contratante de serviços quaisquer, consumidor ou não. 
Observemos que a duplicata diferente dos demais títulos examinados carece de uma causa de natureza prévia para sua emissão, qual seja, a venda de mercadoria ou a prestação de serviços, não existindo uma destas causas, sua emissão é proibida. Portanto, tem por finalidade primordial assegurar a eficaz satisfação do direito de crédito detido pelo emitente contra o devedor nestas operações. Havendo perda ou extravio da duplicata, poderá ser emitida uma triplicata, que na verdade representa a segunda via da duplicata. 
Os requisitos essenciais para a emissão da duplicata estão relacionados no artigo da Lei de Duplicatas (2º., § 1º.) São eles: 
a) a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; 
b) o número da fatura; 
c) a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; 
d) o nome e domicílio do vendedor e do comprador; 
e) a importância a pagar, em algarismos e por extenso; 
f) a praça de pagamento; 
g) a cláusula à ordem; 
h) a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial; 
i) a assinatura do emitente. 
A duplicata deve conter o aceite, haja vista ser ordem de pagamento emitida contra o devedor. Sobre este ato, determina o artigo 6º. da Lei das Duplicatas que a remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo. 
O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão. Se a remessa for feita por intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão apresentar o título ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento. 
Ainda sobre a questão do aceite, a duplicata, QUANDO NÃO FOR À VISTA, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contados da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite. 
Quanto ao protesto da duplicata, conforme o disposto nos artigos 13 e 14 da Lei de Duplicatas, deve ser efetuado na praça de seu pagamento, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados de ser vencimento, podendo o título ser protestado pelas seguintes razões: 
a) por falta de aceite. 
b) por falta de devolução. 
c) por falta de pagamento. 
Caso o protesto não seja efetuado dentro desse prazo, o sacador ou credor perderá o direito de crédito contra os endossantes e seus respectivos avalistas. 
Também na duplicata temos que observar os prazos prescricionais para propositura de ação executiva, cujo foro competente para a cobrança judicial da duplicata ou da triplicata é o da praça de pagamento constante do título, ou outra de domicílio do comprador e, no caso de ação regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e respectivos avalistas. 
Para a propositura da ação executiva judicial devem ser observados os seguintes prazos prescricionais: 
a) contra o sacado e respectivos avalistas, 03 (três) anos, contados da data do vencimento do título. 
b) contra o(s) endossante(s) e ser(s) avalista(s), 01 (um) ano, contado da data do protesto. 
c) de qualquer dos coobrigados contra os demais, 01 (um) ano, contado da data em que tenha -sido efetuado o pagamento do título. 
Observe-se que de acordo com os parágrafos do artigo 18 da Lei das Duplicatas, a cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados, sem observância da ordem em que figurem no título. E mais, os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. 
OS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS 
sejam no campo da prestação de serviços, comércio ou indústria, se desenvolvem de forma extremamente dinâmica, em que os envolvidos nestes empreendimentos não participam de forma direta em todas as transações, haja vista a impossibilidade em decorrência do volume ou mesmo de sua ausência. Para que haja harmonia entre os parceiros e os demais envolvidos, se faz necessário um elemento que promova a segurança jurídica destas relações coletivas. O contrato surge como a solução, trazendo em seu corpo, os direitos e as obrigações que vinculam as partes. 
No campo empresarial, com o crescimento e exigência do mercado os empreendedores passaram a sair da condição de empresários individuais para empreendedores coletivos, dividindo as responsabilidades e concentrando energias de modo a facilitar o desenvolvimento das empresas. 
Visando atender à nova realidade, ampliaram os laços societários além dos vínculos familiares, nascendo desta maneira as sociedades de forma mais profissional. Neste contexto, a segurança jurídica dos negócios se deu com a constituição formal das sociedades por meio da celebração dos contratos sociais, os quais passaram a desempenhar papel fundamental, sobretudo no formado da estratégia de gestão e continuidade da empresa, considerando que nos atos constitutivos estão inseridas as condições de existência do negócio e a forma de conduzi-lo. 
Além da importância dos contratos na formalização dos vínculos societários, as pessoas e empresas concretizam seus negócios quase sempre de forma bilateral, qual seja, de um lado alguém ofertando produtos ou serviços e antagonicamente do outro, alguém buscando estas ofertas. 
Neste artigo, analisamos os aspectos básicos na formação dos contratos, trazendo alguns conceitos sobre a manifestação da vontade através da proposta e da aceitação. Inserimos também algumas considerações sobre as interpretações dos contratos, o momento em que se tem concluído o contrato, bem como o tempo e lugar do contrato 
1. Manifestação da vontade: a proposta e aceitação 
O contrato como sabemos resulta de duas manifestações de vontade: de um lado a proposta e do outro a aceitação. Estes dois elementos são indispensáveis à formação do contrato. 
A proposta é também conhecida como policitação ou oblação, é a oferta de negócio feita a alguém, pendentede aceitação, mas que, salvo poucas exceções, obriga desde logo o proponente. É a partir da proposta que tem início a formação do contrato. 
Características da proposta: 
a) Declaração unilateral de vontade feita pelo proponente 
b) Tem força vinculante em relação do proponente 
O código Civil em seu artigo 427 expressa que a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
Por outro lado, deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente (artigo 428). 
Destacamos ainda sobre a proposta que pelo artigo 429, a oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
c) Deve conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico proposto e ser séria, completa, precisa e inequívoca. 
Nesta questão o código de defesa do consumidor trata a oferta em seus artigos 30 a 35 da seguinte forma: 
- A vinculação da proposta e a obrigação do fornecedor 
Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
- As condições para a oferta de produtos e serviços 
A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. 
- A obrigação dos fabricantes e os importadores 
Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. 
- Exigências nas vendas à distância 
Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. 
- A solidariedade diante dos atos dos prepostos 
O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. 
- Os direitos do consumidor diante do não cumprimento da oferta 
Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e perdas e danos. 
A aceitação é a concordância com os termos da proposta, podendo ser de forma expressa ou tácita. Trata-se de manifestação de vontade imprescindível para que o contrato seja concluído. A aceitação possui os seguintes requisitos: 
Código Civil: 
a) Não exige obediência a determinadas formas, exceto nos contratos solenes. 
Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa (artigo 432). 
b) Deve ser oportuna 
Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos (artigo 430). 
A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta (artigo 431). 
c) Deve corresponder a uma adesão integral à oferta. 
Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante (artigo 433). 
Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto (artigo 434): 
I - no caso do artigo antecedente; 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
III - se ela não chegar no prazo convencionado. 
Para as exceções da não vinculação da aceitação, veja os artigos 430 e 433 do código civil, citados. 
2. Interpretações dos contratos 
O verbo interpretar, em termos amplos, significa identificar o significado de um ato ou de um fato. No meio jurídico, a questão está vinculada à interpretação da lei e do negócio jurídico, por via de conseqüências, o contrato. 
Quando se interpreta um contrato, o intérprete está simultaneamente, o faz de forma objetiva e subjetiva, buscando examinar o ato negocial expresso e a intenção dos contratantes. 
No campo legal, vejamos o que determina o código civil: 
2.1 A teoria da vontade prevalece sobre a teoria da declaração. 
Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem (artigo 112). 
Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (artigo 113). 
Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente (artigo Art. 114). 
2.2 Princípio da boa fé e os usos do lugar de sua celebração (a boa fé é presumida e a má fé deve ser provada) 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé (artigo 422). 
Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (artigo 423). 
2.3 Princípio da conservação do contrato (Se uma cláusula permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenham celebrado um contrato sem nenhuma utilidade). 
A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva (artigo Art. 819). 
A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos (artigo 843). 
Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador (artigo 1.899). 
O código de defesa do consumidor em seu artigo determina que as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
2.4 Alguns critérios técnicos que ajudam na interpretação dos contratos: 
a) a melhor maneira de se apurar a intenção dos contratantes é verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo; 
b) deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor; 
c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais; 
d) nos contratos de adesão, a interpretação das cláusulas duvidosas deve ser feita sempre em favor dos aderentes. 
3. O tempo e o lugar do contrato 
Momento em que se tem concluído o contrato ocorre na aceitação da proposta e reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto, determinando por fim a Lei de Introdução ao Código Civil que para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que constituírem. A obrigaçãoresultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (artigo 9º), aplicável este mandamento aos casos em que os contratantes residirem em países diferentes. 
Finalizamos estas breves considerações concluindo que a elaboração de um contrato, seja de que natureza for, devem ser observadas as regras básicas para sua formação.

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