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TÉCNICAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA Vanessa Isaias Macedo Cinesioterapia Respiratória ►Bons resultados exigem: o conhecimento da fisiologia normal e anormal; a avaliação e seleção cuidadosa do paciente; definição clara dos objetivos terapêuticos; Aplicação rigorosa dos métodos adequados; e, Avaliação contínua do seguimento. Cinesioterapia Respiratória ► BENEFÍCIOS: Melhoram a aeração global e a coordenação V/Q; Aumentam a liberação do escarro e melhoram a função pulmonar; Podem melhorar o condicionamento geral, a auto- estima, e a qualidade de vida do paciente; Cinesioterapia Respiratória ►Cuidados e precauções: Os exercícios podem ser cansativos e podem acarretar dessaturação de oxigênio entre os pacientes com comprometimento pulmonar importante; Crianças pequenas e pacientes com limitações neuromusculares apresentam restrições quanto a THB com exercícios. Técnicas de Higiene Brônquica • Tapotagem ou percussões • Vibração e Vibrocompressão • Drenagem Postural • Drenagem autogênica • Técnica expiratória forçada ou Huff • Tosse Aceleração do fluxo expiratório Shaking EDIC Desobstrução Rinofaríngea retrógrada Glossopulsão Retrógrada CAR ETGOL Drenagem postural • Envolve o uso da gravidade e da energia mecânica para auxiliar a mobilizar as secreções do trato respiratório dos lobos ou dos segmentos pulmonares distais para as vias aéreas centrais, onde elas possam ser removidas através da tosse ou da aspiração. Drenagem postural • Técnica • Identificação dos lobos e segmentos acometidos (ausculta); • Posicionamento dessa região; • Alinhamento dos brônquios segmentares a favor da ação da gravidade; Em geral, o tempo total de tratamento não deve ser superior a 40 min. Outros autores referem que o tempo em cada posição pode variar de 15 a 60 minutos (YOKOTA et al., 2006) Drenagem postural • Precauções: • O paciente deverá ser informado da posição que irá assumir; • Usar roupas confortáveis, apoiar-se sobre travesseiros e estar sobre uma maca que também ofereça conforto; • Uma escarradeira e/ou toalhas de papel devem estar próximos ao paciente/ • Verificar se a última refeição ocorreu há mais de 2 horas; • No caso de pacientes hospitalizados, cuidados com as sondas, cateteres, cabos, drenos, etc, e recomedam-se inclinações menos acentuadas. Drenagem postural • Há uma tendência de acúmulo de secreções nas regiões pulmonares basais (vias aéreas mais inferiores) • Por esta razão, a posição mais utilizada na técnica é a de Trendelemburg (tronco com toráx em posição mais inferior que o quadril) CONTRA-INDICAÇÕES (para a postura de Trendelemburg): • IR; • IAM; • Fraqueza do diafragma; • Hipertensão craniana; • Instabilidade hemodinâmica; • Pós-operatório de cirurgia de crânio; • Abdome aberto; • Diálise peritonial; • Traumatismos torácicos; • Edema agudo de pulmão; • Intolerância ao posicionamento. • Tuberculose ativa; • Pneumotoráx ou derrame pleural não drenado; • Lesão medular instável; • Paciente sob VM; • Uso de sonda nasogástrica; • Hemoptise; • RGE CONTRA-INDICAÇÕES (para a postura de Trendelemburg) Drenagem postural • Complicações • Hipoxemia; • Aumento da PIC; • Hipotensão aguda durante o procedimento; • Hemorragia pulmonar; • Dor ou lesão nos músculos, costelas ou coluna; • Vômitos e aspiração; • Broncoespasmo e • Disritimias. Percussão e Vibração • Envolvem a aplicação de energia mecânica sobre a parede torácica utilizando as mãos. • PERCUSSÃO: Ajuda a deslocar as secreções retidas. • VIBRAÇÃO: Auxilia na movimentação das secreções em direção as vias aéreas centrais durante a expiração. Percussão e Vibração • A percussão é realizada sobre o lobo o segmento que esta sendo drenado. • Idealmente deve percutir num padrão circular sobre a área localizada por 3 ou 5 minutos. Percussão Percussão Tosse Dirigida • É uma manobra intencional que é ensinada, supervisionada e monitorizada. • Objetivo: Visa mimetizar as características da tosse espontânea eficaz, para auxiliar no controle voluntário sobre o refluxo e para compensar as limitações físicas que podem comprometer esse reflexo. Tosse Dirigida • TÉCNICA • Instrução do posicionamento adequado • Instrução do controle da respiração • Exercícios para fortalecer os mm da respiração Tosse Dirigida • Indicações • Auxílio na remoção de secreções retidas nas VA centrais • Presença de atelectasia; • Profilaxia contra complicações pulmonares pós operatórias; • Parte rotineira da THB de pacientes com: Fibrose cística, bronquiectasia, bronquite crônica, infecção pulmonar necrosante e lesão medular; • Parte integrante de outras THB, como na drenagem postural, terapia com PEP e a espirometria de incentivo; • Obtenção de amostras de escarro para análise diagnóstica. Tosse Dirigida • Contra indicações • São relativas: • Incapacidade de controlar a possível transmissão de infecção de pacientes suspeitos ou confirmados como possuidores de patógenos transmissíveis; • Hipertensão intracraniana ou aneurisma intracraniano; • Redução da perfusão arterial coronariana; • A tosse com pressão sobre o epigástrio pode estar contra indicada em casos de maior probabilidade de regurgitação/aspiração, patologia abdominal aguda, aneurisma da aorta abdominal, hérnia hiatal, gravidez, pneumotórax não tratado. • Osteoporose Tosse Dirigida Riscos e complicações Redução da perfusão arterial coronariana Disturbios visuais(hemorragia retineana) Pneumotórax espontâneo Redução da perfusão cerebral Broncoespasmo Acessos de tosse Incontinência Lesão muscular Dor torácica Fadiga Dor incisional Deslocamento de linha central Fratura de costela Anorexia, vômitos Parestesia Cefaléia RGE Tosse Dirigida • Monitorização • Resposta do paciente escarro expectorado após a tosse Ruídos respiratórios observar sinais ou sintomas neurológicos após a tosse Observar presença de disritimia ou alterações hemodinâmicas Huffing • É uma modificação da tosse dirigida, na qual o paciente é instruído a emitir o som ‘’ huff, huff, huff’’, rapidamente com a boca aberta, sendo que o som audível é originado na garganta Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada com instilação de soro ou solução medicamentosa (DRR+I) • Manobra de inspiração forçada para desobstruir a rinofaringe; • Criança com menos de 24 meses; • Introduz o soro nas narinas da criança, mantendo a sua cabeça em ligeira extensão. Aguarda-se pelo final da sua expiração para lhe fechar a boca com a mão, induzindo uma inspiração forçada ou fungar; • Reduz a tosse e febre, restabelecendo a ventilação nasal, bem-estar geral do bebé e retorno à alimentação normal. (POSTIAUX,2004) Ciclo Ativo da Respiração(CAR) –Usado para mobilizar e eliminar secreções brônquicas; –Melhora a função pulmonar; –Método flexível de tratamento que pode ser adaptado para uso em quaisquer pacientes (jovem ou velho; clínico ou cirúrgico) em que haja excesso de secreções brônquicas; Ciclo Ativo da Respiração(CAR) • Consiste em: • CONTROLE DA RESPIRAÇÃO • EXERCÍCIOS DE EXPANSÃO TORÁCICA • TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO FORÇADA Sequência do CAR 1. Relaxamento e controle respiratório 2. Três a quatro exercícios de expansão torácica 3. Relaxamento e controle respiratório 4. Repetirexercícios de expansão torácica 5. Repetir o controle do relaxamento e da respiração 6. Realizar uma ou duas técnicas de expiração forçada 7. Repetir o relaxamento e o controle respiratório. Drenagem Autógena (DA) • Técnica que utiliza inspirações e expirações lentas controladas pelo paciente em posição sentada, começando em VRE para a mobilização de secreções situadas nos brônquios médios, depois evoluindo progressivamente até o VRI para a eliminação das secreções da árvore aérea proximal. (POSTIAUX,2004) • INDICAÇÕES: Bastante usada em pacientes com fibrose cística e doenças respiratórias crônicas. • Aplicada a partir dos 5 ou 6 anos de idade e uma única sessão de DA dura em torno de 45 minutos. ELTGOL • Quando o decúbito lateral não pode ser colocado em prática (presença de drenos, período pós-operatório imediato, etc.), ele passa a ter o nome de ELTG. Isto é pode ser realizada em decúbito dorsal, conservando o princípio de expiração lenta. (POSTIAUX,2004) Recursos Mecânicos • FLUTTER E SHAKER Associação de PEEP com oscilação oral de alta frequência, gerando vibrações endobrônquicas. Forma de cachimbo com uma esfera de aço sustentada sobre um suporte que, durante a expiração, gera oscilações com frequências que variam dependendo da angulação do equipamento, em relação à boca, enquanto seu peso serve de resistência expiratória que varia de 10 a 25 cmH2O. ASPIRAÇÃO Utilização de uma sonda conectada a um gerador de pressão negativa, (aspirador) devendo ser aplicada em pacientes com tosse ineficaz ou em ventilação mecânica. Formas de aplicação: sistema aberto e sistema fechado No sistema aberto, é necessária a retirada do paciente do respirador e introdução da sonda, interrompendo a ventilação. No sistema fechado, o paciente não é desconectado; a sonda é protegida por um envolvente plástico, podendo ser trocada a cada 24 hs. BAG SQUEENZING Ventilação associada a vibrocompressão com o objetivo de mobilização e deslocamento da secreção. Feita em paciente sob ventilação mecânica. Deve ser realizada preferencialmente por dois fisioterapeutas, onde um instila soro no tubo orotraqueal e com o uso do ambu ventila de forma rápida em três ciclos seguidos e ao final deles o segundo fisioterapeuta faz a vibrocompressão. Esta técnica antecede a aspiração e é eficaz para o deslocamento de rolhas. vídeo Referências PRYOR, Jennifer A.; WEBBER, Bárbara A. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SCALAN, Craig; WILKINS, Robert; STOLLER, James K. Fundamentos da Terapia Respiratória de EGAN. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000. SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia Respiratória no paciente crítico. 2. Ed. São Paulo: Manole, 2007. • COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu. 1999. • IRWIN, Scot. TECKILIN, J. Fisioterapia Cardiopulmonar. São Paulo: Manole. 2003. • AZEREDO Carlos. Fisioterapia Respiratória hospital geral. São Paulo: Manole.2000 POSTIAUX,GUY. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por ausculta pulomonar. – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. WILKINS, ROBERT L./ STOLLER, JAMES K./ KACMAREK, ROBERT M. Egan - Fundamentos de Terapia Respiratória . 7. ed. Elsevier. 2009
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