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MANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO E REPREPREPREPREPAROS DEAROS DEAROS DEAROS DEAROS DE SISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMAS ELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DE AAAAAUTUTUTUTUTOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEIS versão preliminar FIRJAN CIRJ SESI SENAI IEL SENAI-RJ • Automotiva MANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO E REPREPREPREPREPAROS DEAROS DEAROS DEAROS DEAROS DE SISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMAS ELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DE AAAAAUTUTUTUTUTOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEIS FIRJAN−Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugenio Gouvêa VieiraEduardo Eugenio Gouvêa VieiraEduardo Eugenio Gouvêa VieiraEduardo Eugenio Gouvêa VieiraEduardo Eugenio Gouvêa Vieira Presidente Diretoria Corporativa Operacional Augusto Cesar Franco de AlencarAugusto Cesar Franco de AlencarAugusto Cesar Franco de AlencarAugusto Cesar Franco de AlencarAugusto Cesar Franco de Alencar Diretor SENAI – Rio de Janeiro Fernando Sampaio Alves GuimarãesFernando Sampaio Alves GuimarãesFernando Sampaio Alves GuimarãesFernando Sampaio Alves GuimarãesFernando Sampaio Alves Guimarães Diretor Regional Diretoria de Educação Andréa Marinho de Souza FrancoAndréa Marinho de Souza FrancoAndréa Marinho de Souza FrancoAndréa Marinho de Souza FrancoAndréa Marinho de Souza Franco Diretora MANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO EMANUTENÇÃO E REPREPREPREPREPAROS DEAROS DEAROS DEAROS DEAROS DE SISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMASSISTEMAS ELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DEELÉTRICOS DE AAAAAUTUTUTUTUTOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEIS SENAI-RJ 2003 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis 2003 SENAI – Rio de Janeiro Diretoria de Educação FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda Gerência de Produto Automotivo Darci Pereira Garios Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu Pesquisa de Conteúdo e Redação Docentes da Agência de Manutenção Automotiva da Unidade Tijuca Revisão Pedagógica Neise Freitas da Silva Revisão Gramatical Mário Élber dos Santos Cunha Revisão Editorial Rita Godoy Revisão Técnica Denver Brasil Pessôa Ramos Sílvio Romero Soares de Souza Projeto Gráfico Artae Design & Criação Diagramação g-dés Edição revista do material Básico de Eletricista de Automóveis publicado pelo SENAI-RJ, 2001. SENAI-RJ GEP – Gerência de Educação Profissional Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca 20270-903 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2587-1116 Fax: (21) 2254-2884 GEP@rj.senai.br http://www.rj.senai.br APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UMA PALAVRA INICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 ELETRICIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 CIRCUITOS ELÉTRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 LEI DE OHM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Potência elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO . . . . . . . . . . . . . . . 49 MULTÍMETRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 BATERIA (ACUMULADOR DE ENERGIA) . . . . . . . . . . . . . . 65 SISTEMA ELÉTRICO DO VEÍCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Sistema de partida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 SISTEMA DE CARGA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 11111 Sumário 22222 33333 44444 55555 66666 77777 88888 SISTEMA DE IGNIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Sistema de ignição convencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Sistema de ignição eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Cabos de ignição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO E SINALIZAÇÃO . . . . . . . . . 125 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Sistema de sinalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 ACESSÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Sistema de indicadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Sistemas especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 1010101010 1111111111 99999 Prezado aluno, Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos. Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados. Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem. Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação flexível e modularizada. Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto. Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos. Seja bem-vindo! Andréa Marinho de Souza Franco Diretora de Educação Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Apresentação SENAI-RJ – 1111111111 Apresentação A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas. Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se nessas novas demandas sociais. É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade,entre outros aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente. Este material trata da eletricidade, que há menos de um século era uma força misteriosa e assustadora, mas que, com o avanço do conhecimento científico, está se convertendo em mais um instrumento de desenvolvimento tecnológico. A eletricidade tornou-se, indubitavelmente, um fator importantíssimo na vida social e econômica do mundo. O uso que dela faz o homem distingue o século atual de todas as épocas anteriores de sua existência na Terra. O avanço da ciência, como tecnologia, está intimamente ligado ao uso da eletricidade nos mais variados ramos dos seus campos. A indústria automobilística, por exemplo, usa nos seus veículos um grande número de componentes elétricos necessários ou acessórios, os quais sofrem continuamente modificações e aperfeiçoamentos. É, portanto, de suma importância para o profissional eletricista estar a par dessas recentes transformações; estar sempre se atualizando e conhecer tais componentes, circuitos e seus princípios de funcionamento. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Uma Palavra Inicial SENAI-RJ – 1313131313 Uma palavra inicial Meio ambiente... Saúde e segurança no trabalho... O que é que nós temos a ver com isso? Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho. As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz. É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao seu redor. Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente. O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Uma Palavra Inicial 14 – 14 – 14 – 14 – 14 – SENAI-RJ Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe. Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição. Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo. É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas. Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios — sejam estes financeiros, para sua reputação ou para sua segurança. A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável. Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos. De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção. A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e gover- no – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos. Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Uma Palavra Inicial SENAI-RJ – 1515151515 sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos. Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando comvocê sobre o meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho. Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte? Eletricidade 11111 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade SENAI-RJ – 1919191919 Introdução A descoberta da eletricidade data aproximadamente de 25 séculos. Devemos esse fato ao filósofo grego Tales de Mileto, que se surpreendeu com os estranhos fenômenos de atração e repulsão que ocorriam entre certos corpos leves, sem que houvesse contatos entre eles. Era pensamento do filósofo que esses fenômenos fossem provocados por “forças ocultas”, o que mais tarde foi chamado de “campo elétrico”. Embora a eletricidade seja conhecida há tanto tempo, só recentemente chegamos a compreender melhor a sua natureza e os modos de utilizá-la. Isso foi fruto de cuidadosos estudos científicos realizados por muitos homens durante um período bastante longo, em países diferentes, alguns dos quais têm seus nomes como símbolo ou unidade do sistema que descobriram. Entre eles, podemos destacar Hertz, Volta, Franklin, Oersted, Faraday, Ampère, Ohm, Newton… Atualmente, os laboratórios de todas as universidades vêm demonstrando, experimentalmente, a validade dos teoremas, princípios e leis, relacionados com a eletricidade, para os quais novas aplicações são descobertas. Para que você possa compreender e aproveitar o conteúdo deste material, é necessário entender e passar a dominar os tópicos seguintes, que tratam das unidades de medida elétrica e seus conceitos. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade 20 – 20 – 20 – 20 – 20 – SENAI-RJ Eletricidade Por se tratar de uma força invisível, o princípio básico de eletricidade é explicado pela teoria atômica. Torna-se difícil, então, visualizar a natureza da força elétrica, mas são facilmente notáveis os seus efeitos. A eletricidade produz resultados e efeitos perfeitamente previsíveis. Para que possamos compreender melhor a eletricidade, observemos as seguintes definições: • matéria – toda substância (sólida, líquida ou gasosa) que ocupa lugar no espaço; • molécula – a menor partícula na qual podemos dividir uma matéria, sem que esta perca suas propriedades básicas. Por exemplo: quando dividimos um pó de giz até o ponto em que ele ainda conserva suas propriedades de pó de giz, tornando-se invisível a olho nu, mas visível ao microscópio, temos, então, uma molécula; • átomo – partículas que constituem a molécula. Podemos, assim, afirmar que um conjunto de átomos constitui uma molécula, a qual determina uma parte da matéria. É no átomo que se encontra o movimento eletrônico (corrente elétrica). O átomo é composto por um núcleo e partículas que giram ao seu redor em órbitas concêntricas, no que é muito parecido com a configuração dos planetas em torno do Sol. átomo H2O – molécula da água H HO elétron núcleo (prótons e nêutrons) Fig. 1 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade SENAI-RJ – 2121212121 O núcleo é constituído de prótons e nêutrons, convencionando-se terem os prótons carga elétrica positiva (+) e os nêutrons, carga elétrica nula (0). As partículas que giram ao redor do núcleo são denominadas elétrons, com carga elétrica negativa (-). Podemos admitir que, num átomo na condição de equilíbrio, o número de prótons é igual ao de elétrons. Se ele perde um elétron, torna-se eletricamente positivo (íon positivo); se ganha um elétron, fica negativo (íon negativo). A este desequilíbrio, chamamos “carga elétrica”. O conjunto dos fenômenos que envolvem tais “cargas elétricas” é definido como eletricidade, a qual se apresenta de dois tipos. Eletricidade estática É a que envolve cargas elétricas paradas, gerada por atrito, pela perda de elétrons durante o friccionamento. Por exemplo, um bastão de vidro e lã de carneiro, choque ao descer de um veículo, etc. Eletricidade dinâmica ou corrente elétrica Fluxo de cargas elétricas que se desloca através de um condutor. Desta forma como a eletricidade se apresenta é que nos interessa estudar. E, para que tal fenômeno ocorra, são necessários, no mínimo, uma fonte de energia, um consumidor e condutores fechando o circuito. fonte de energia consumidor condutores Fig. 2 Fig. 3 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade 22 – 22 – 22 – 22 – 22 – SENAI-RJ Corrente elétrica A corrente elétrica pode-se apresentar de duas maneiras: Alternada Quando o fluxo de elétrons alterna, de tempo em tempo (período), o seu sentido. Em termos práticos, é o tipo de corrente utilizada pelos sistemas elétricos de residências, indústrias, etc. Vamos nos limitar, em nosso caso, a nos aprofundar somente na corrente contínua. Contínua Quando o fluxo de elétrons mantém constante o seu sentido ao longo do tempo. Os sistemas elétricos dos automóveis utilizam corrente contínua para as luzes, acessórios, etc. Por este motivo, voltamos nossa atenção para a corrente contínua. Para que exista este movimento de elétrons, é necessário criar uma diferença de potencial (tensão) entre as pontas do circuito. Vamos, então, visualizar o comportamento da corrente elétrica, comparando com a passagem de água em um tubo. Fig. 4 I(A) T(s) Fig. 5 I(A) período I = corrente em ampère (A) T = unidade de tempo em segundos (s) amplitude T(s) 0 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade SENAI-RJ – 2323232323 Tensão x pressão Uma caixa d’água fornece água sob pressão, e uma bateria estabelece a diferença de potencial elétrico no circuito, “empurrando” eletricidade através dos fios. Corrente elétrica x fluxo de água Após estabelecida a diferença de potencial, podemos, agora, verificar a semelhança entre o fluxo de corrente elétrica e o fluxo de água. Assim, quando um ampère está presente em um fio, isso significa que uma quantidade definida de eletricidade se encontra fluindo através do fio a cada segundo. Então: • tensão (V): diferença de potencial entre dois pontos; • corrente (I): fluxo de cargas elétricas que se desloca em um condutor em um determinado intervalo de tempo. circuito elétrico fluxo de corrente elétrica = ampère circuito hidráulico fluxo de água = litros/minuto Fig. 6 diferença de potencial gravitacional 12V – + Fig. 7 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade 24 – 24 – 24 – 24 – 24 – SENAI-RJ NÃO EXISTE CORRENTE ELÉTRICA SEM TENSÃO. Resistência elétrica x redutor hidráulico Continuando a nossa analogia entre o circuito elétrico e o circuito hidráulico, vamos ver agora o que é resistência elétrica. Resistência elétrica É definida como a oposição oferecida por uma substância (ou material) à passagem de corrente elétrica através de si. Assim como o redutor hidráulico reduz o fluxo de água em uma tubulação, a resistência elétrica limita a corrente elétrica. Da mesma forma, um consumidor de eletricidade, como, por exemplo, um tarol, um rádio, comporta- se como uma resistência elétrica, pois transforma energia elétrica em outro tipo de energia. Exemplo: motor – energia elétrica para mecânica; aquecedor – energia elétrica para calor. Passemos, agora, às unidades de medida elétrica. Corrente Como visto, corrente elétrica é a quantidade de cargas elétricas que flui através de um condutor num determinado intervalo de tempo ou, ainda, a tendência a restaurar o equilíbrio elétrico num circuito onde exista diferença de potencial(ddp). A corrente elétrica num circuito é apresentada pela letra I, e sua unidade de medida é o ampère (A). Por definição, 1 ampère é a corrente que flui através de um condutor com resistência de 1 ohm, quando a diferença de potencial entre seus terminais é igual a 1 volt. resistência Fig. 8 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade SENAI-RJ – 2525252525 SENTIDO DA CORRENTE: O sentido convencional da corrente elétrica, num circuito, é do pólo positivo para o pólo negativo. A Tensão Tensão elétrica é a diferença de potencial existente entre dois pontos distintos no circuito. Pode ser definida, também, como a força impulsora ou pressão que força a passagem da corrente elétrica nos condutores. Quando afirmamos que uma bateria tem 12 volts, estamos dizendo que a diferença de potencial existente entre um pólo e outro é de 12 volts. A tensão pode ser representada pelas letras E, V ou U, e sua unidade de medida é o volt (V). Por definição, 1 volt é a diferença de potencial necessária para impelir 1 ampère através de 1 ohm. A tensão deve ser medida com auxílio de um voltímetro, ligado sempre em PARALELO com o circuito que se deseja medir. Para medir a corrente elétrica, usa-se o amperímetro, ligado sempre em SÉRIE com o circuito correspondente. Fig. 9 O voltímetro indica a queda de tensão ou a diferença de potencial entre os pontos A e B. V Fig. 10 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade 26 – 26 – 26 – 26 – 26 – SENAI-RJ Resistência A oposição que um condutor elétrico oferece à passagem da corrente elétrica é que se denomina resistência elétrica. O valor da resistência elétrica é diretamente ligado à combinação de quatro fatores: 1. o material que constitui o condutor (resistividade); 2. o comprimento do condutor; 3. a área da seção transversal; 4. a temperatura de trabalho do condutor. O que determina a resistividade do material a ser utilizado em condutores é a sua quantidade de elétrons livres. Os metais são os melhores condutores de corrente elétrica, destacando-se o cobre, o alumínio e a prata. O comprimento de um condutor também interfere diretamente no valor da resistência. Quanto maior o comprimento do condutor, maior a oposição à passagem de corrente elétrica. A área da seção transversal ou o diâmetro do condutor também alteram o valor da resistência do condutor. Quanto maior o diâmetro, menor oposição à passagem de corrente elétrica. menor resistência maior resistência menor resistência maior resistência Fig. 11 Fig. 12 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade SENAI-RJ – 2727272727 Tabela de Características de Fios Elétricos O aumento da temperatura causa um aumento da resistência do condutor. Um exemplo prático pode ser o cabo que alimenta o motor de partida do veículo. Ele oferece menor resistência à circulação de alta corrente consumida pelo motor na partida, por possuir pequeno comprimento e maior bitola (diâmetro). Seção nominal (mm2) Resistência por metro corrido a 20ºC 103ΩΩΩΩΩ/m Diâmetro do condutor/ medida máxima (mm) Diâmetro do fio/medida máxima (mm) Corrente permanente admissível (valor aproximado) 20ºC (A) 50ºC (A) 0,5 37,1 1,0 2,3 12 8,0 0,75 24,7 1,2 2,5 16 10,6 1 18,5 1,4 2,7 20 13,3 1,5 12,7 1,6 3,0 25 16,6 2,5 7,6 2,1 3,7 34 22,6 4 4,71 2,7 4,5 45 30 6 3,14 3,4 5,2 57 38 10 1,82 4,3 6,6 78 52 16 1,16 6,0 8,1 104 69 25 0,743 7,5 10,2 137 91 35 0,527 8,8 11,5 168 112 50 0,368 10,3 13,2 210 140 70 0,259 12,0 15,5 260 173 95 0,196 14,7 18,0 310 206 120 0,153 16,5 19,8 340 226 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Eletricidade 28 – 28 – 28 – 28 – 28 – SENAI-RJ A resistência elétrica é representada pela letra R, e sua unidade de medida é o ohm (Ω). Um (1) ohm é a resistência que permite a passagem de uma corrente de 1 ampère sob tensão de 1 volt. O que distingue um bom condutor de um mau é a resistência. Às vezes, torna-se necessário usar maus condutores ou isolantes para a proteção de circuitos e usuários. Os isolantes mais utilizados são a borracha, o vidro, a porcelana, etc. ATENÇÃO: É importante tomar cuidado para nunca ligar um ohmímetro num circuito com corrente elétrica. Para medir a resistência elétrica, usa-se o ohmímetro, ligado ao componente que se deseja medir, desde que este se encontre desenergizado. Fig. 13 Circuitos elétricos 22222 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos SENAI-RJ – 3131313131 Circuitos elétricos Podemos considerar o circuito elétrico como o caminho para a passagem de eletricidade. Para obtermos um circuito elétrico completo, devemos ter, no mínimo, uma fonte de energia (bateria), um consumidor (lâmpada) e condutores fechando o circuito. Neste tipo de circuito simples, o fluxo de eletricidade (corrente) sai do pólo positivo da bateria, passa pela lâmpada e retorna ao pólo negativo através de cabos. No caso dos circuitos de automóveis, a corrente sai do pólo positivo da bateria, passa pelo consumidor e retorna para o pólo negativo da bateria através do chassi e da carroçaria, que servem como massa (terra) do circuito. fonte de energia circuito elétrico consumidor ligação à massa metal da carroçaria, do motor, etc. símbolo de massa – + Fig. 1 Fig. 2 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos 32 – 32 – 32 – 32 – 32 – SENAI-RJ Neste caso em particular, só existe um consumidor (lâmpada), porém na maioria dos circuitos elétricos encontramos mais consumidores, que podem estar combinados de três maneiras: - circuito-série; - circuito paralelo; - circuito misto (série/paralelo). Circuito-série Em um circuito-série, temos os componentes ligados de maneira a só existir um único caminho contínuo para a passagem da corrente elétrica. Corrente em um circuito-série É a mesma em todos os pontos do circuito, independente do valor de resistência dos componentes do circuito. Por isso, se interrompemos o circuito em qualquer parte, toda a circulação de corrente no circuito é interrompida. Um exemplo prático é a instalação de fusível de proteção no circuito. O fusível é sempre inserido em série no circuito a ser protegido, pois um aumento no valor da corrente superior à sua capacidade nominal faz com que ele interrompa toda a circulação da corrente, desligando o circuito. 2A 2A 2A 2A 2A circuito interrompido Fig. 3 Fig. 4 – + Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos SENAI-RJ – 3333333333 Tensão em um circuito-série É a soma das quedas de tensão em cada componente do circuito e igual à tensão da fonte (bateria). Se fizermos uma ligação em série de duas lâmpadas de 12 volts em uma bateria de 12 volts, as lâmpadas acenderão fracamente. Sendo as lâmpadas idênticas, cada uma receberá 6 volts, não atingindo, então, a intensidade luminosa nominal. Resistência equivalente em um circuito-série Para calcular o valor da corrente total consumida em um circuito, é necessário conhecer o valor da resistência total ou equivalente do circuito. No caso do circuito-série, a resistência equivalente do circuito é a soma das resistências de cada componente. Req* = 3� +4� +2� +4� Req = 13� *Req = Resistência equivalente. 4V+5V+3V=12V 3Ω 4Ω 4Ω 2Ω Fig. 5 Fig. 6 12V 5V 4V 3V – + Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos 34 – 34 – 34 – 34 – 34 – SENAI-RJ Para efeito de cálculo, podemos representar o circuito como: Circuito paralelo O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de tal forma que exista mais de um caminhopara a passagem de corrente. Corrente em um circuito paralelo A corrente total fornecida pela fonte (bateria) é igual à soma das correntes em cada ramo do circuito. Podemos explicar como: mais vias de passagem possibilitam mais passagem da corrente. Tensão em um circuito paralelo A diferença de potencial em cada componente do circuito paralelo é a mesma da fonte (bateria), o que quer dizer que, se ligarmos duas lâmpadas de 12 volts em paralelo, a tensão aplicada em cada 13Ω - It +It It I1 I2 I3 I4 It=I1+I2+I3+I4 It=2A+5A+2A It=9A – + Fig. 7 Fig. 8 It = ? Fig. 9 – + – + 2A 5A 2A Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos SENAI-RJ – 3535353535 equivalente de duas lâmpada será idêntica à da bateria: 12 volts. Normalmente, as lâmpadas são ligadas em paralelo, a fim de que cada uma produza sua luminosidade nominal, e, mesmo que uma delas queime, as outras continuam acesas. Resistência equivalente em um circuito paralelo Para calcular a resistência equivalente que pode causar o mesmo efeito de um conjunto de resistências ligadas em paralelo, devemos proceder da seguinte forma: 6Ω 6Ω 15Ω 6Ω 6Ω Req1 = 6Ω Fig. 10 12V 12V 12V 12V – + Fig. 11 Fig. 12 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos 36 – 36 – 36 – 36 – 36 – SENAI-RJ – + Fig. 13 Então, o circuito resumido para cálculo torna-se: Isto quer dizer que o efeito provocado por uma lâmpada de 2 ohms, em termos de consumo de corrente, é o mesmo que o circuito de quatro lâmpadas (6Ω//6Ω//10Ω//15Ω) em paralelo. O cálculo direto da resistência equivalente em um circuito paralelo é: No circuito paralelo, o valor da resistência equivalente é: Req = 2Ω R1 R2 R3 R4 RN Fig. 14 Fig. 15 6Ω Req2=3Ω Ω – + Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Circuitos Elétricos SENAI-RJ – 3737373737 Circuito misto Chama-se circuito misto o circuito formado pela combinação de componentes em série e paralelo. O comportamento da corrente e tensão em circuito misto obedece às regras do circuito-série e do circuito paralelo, quando analisado por partes. Por exemplo: Para efetuar os cálculos de corrente e tensão em cada ponto do circuito, entramos no item a seguir. Vt It It V1 V3 V2 I1 I2 I3 It I4 I5 V4 Fig. 16 – + Lei de Ohm 33333 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm SENAI-RJ – 4141414141 Lei de Ohm A lei fundamental da eletricidade dinâmica é a lei de Ohm, a qual relaciona tensão (V), corrente (I) e resistência (R) de maneira bastante simples. Várias de suas aplicações são por nós executadas diariamente, até mesmo sem conhecê-la. Observemos o seguinte circuito: Se mantivermos constante o valor da resistência e aumentarmos o valor da tensão, observaremos um aumento do valor da corrente e vice-versa. No entanto, vimos que a corrente é também determinada pela resistência, sendo uma oposição ao fluxo de corrente. Imaginando que a tensão permanece constante, verificamos que um aumento no valor da resistência causa diminuição no valor da corrente. Então, resumindo, podemos observar: ou ou Se conhecemos os valores, no mínimo, de duas grandezas, chegamos ao resultado da terceira. Lei de Ohm: corrente elétrica diretamente proporcional à tensão e inversamente proporcional à resistência. Fig. 1 tensão V resistência R corrente I I Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm 42 – 42 – 42 – 42 – 42 – SENAI-RJ Para exemplificar, qual é a corrente consumida pela lâmpada no circuito a seguir? Qual é o valor da resistência equivalente do circuito a seguir? Qual é o valor da tensão da bateria no circuito a seguir? Qual é o valor da corrente que circula no circuito a seguir? E a queda de tensão em cada lâmpada? Fig. 2 12V I = 2A R = ? 12V Fig. 3 Fig. 4 4Ω 6A 12V I = ? 4Ω ? Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm SENAI-RJ – 4343434343 6Ω I = 2A 12V Fig. 6 Encontre o valor da resistência equivalente (Req). Como se trata de um circuito-série, a resistência equivalente é igual à soma das resistências. Req = 2Ω + 4Ω � Req = 6Ω O circuito resumido para cálculos é: A queda de tensão na lâmpada LI é: V= R1 � I V1 = 2Ω � 2A V1 = 4V A queda de tensão na lâmpada L2 é: V2 = VT -V1 = 12V - 4V = 8V ou V2 = R2 � I V2 = 4Ω � 2A V2 = 8V 12V V1 = ? 2Ω L1 I = ? 4Ω L2 V2 = ? Fig. 5 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm 44 – 44 – 44 – 44 – 44 – SENAI-RJ No circuito a seguir, calcule a corrente que circula em cada lâmpada. – + Como V1 = V2 = V3 = Vt = 12V 10Ω 15Ω 3Ω It I1 = ? I2 = ? I3 = ? 12V Fig. 7 A resistência equivalente é: It=I1+I2+I3=1,2A+0,8A+4,0A=It=6,0A It , , , I I I I I I I I I Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm SENAI-RJ – 4545454545 Se inserirmos no circuito anterior uma resistência em série no valor de 2Ω, qual deve ser o comportamento da corrente em cada componente do circuito? 12V Como já calculamos, a resistência equivalente das três lâmpadas é Req = 2Ω. Então, a resistência equivalente do circuito vale: Req = 2Ω + 2Ω = 4Ω. O circuito pode ser representado por: V1 = ? 2Ω It = 3A 12V 2Ω V2 = ? Fig. 8 Fig. 9 Vt=12V V1=? 2Ω It V2=? I1=? I2=? I3=? 10Ω 15Ω 3 Ω I I I I I I I Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm 46 – 46 – 46 – 46 – 46 – SENAI-RJ O conhecimento sobre o comportamento da corrente e tensão em partes do circuito auxilia bastante num diagnóstico preciso. Quando se torna difícil o acesso a pontos para medição com instrumentos, a maneira mais fácil de obtê-lo é utilizar os cálculos matemáticos. Potência elétrica Outra grandeza elétrica que podemos extrair da lei de Ohm é a potência elétrica. O conceito de potência elétrica é definido como a quantidade de trabalho elétrico realizado num segundo. É a maneira pela qual medimos o consumo de energia elétrica em um intervalo de tempo. Sua unidade de medida é o watt, cujo símbolo é W, definido como o produto da tensão (V) pela corrente (I). P = V × I Um exemplo da utilização da potência elétrica para cálculos é a determinação da resistência de um componente especificado em watt. Por exemplo: Qual a resistência (W) de uma lâmpada de 6W com potência de 12V? P = V × I 6W = 12V × I = 0,5A Agora que já conhecemos a corrente (0,5A) e a tensão (12V), podemos determinar o valor da resistência (Ω): V = R× I 12V = R × 0,5A R = R = 24Ω Então, uma lâmpada de 6W/12V tem resistência de 24Ω. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Lei de Ohm SENAI-RJ – 4747474747 Resumo da lei de Ohm As relações entre potência, tensão, corrente e resistência são descritas no diagrama a seguir. Guardando em mente apenas as duas principais, V = R × I e P = V × I, chegamos facilmente a qualquer das suas derivações, indicadas adiante. Fig. 1 Magnetismo e eletromagnetismo 44444 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Magnetismo e Eletromagnetismo SENAI-RJ – 5151515151 campo magnético campo magnético Chamamos de magnetismo a propriedade que certas substâncias possuem de atrair corpos de ferro, níquel ou cobalto. A estas substâncias denominamos ímãs. Os ímãs podem ser encontrados de forma permanente, retendo a propriedade magnética por tempo indeterminado, bem como na forma temporária, com duração limitada. Possuem os ímãs sempre dois pólos magnéticos, ondeestão concentradas as forças de atuação. Por convenção, as linhas de força partem do pólo norte, por fora do ímã, e penetram no pólo sul, mantendo um campo de atração chamado campo magnético. Então, campo magnético é a região do espaço onde se manifesta a força magnética. Como as linhas de força partem sempre do pólo norte para o pólo sul, os pólos do mesmo nome se repelem e os de nomes diferentes se atraem. Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 pólo sul pólo norte Magnetismo S N Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Magnetismo e Eletromagnetismo 52 – 52 – 52 – 52 – 52 – SENAI-RJ Eletromagnetismo É possível criar um campo magnético através da circulação de corrente elétrica, bem como gerar energia elétrica através de um campo magnético. Assim, se o condutor for enrolado na forma de uma bobina e receber uma pequena corrente elétrica, obter-se-á um forte campo magnético devido à interação (soma) das linhas de força. Para conseguir maior intensidade do campo magnético, deve-se: a) aumentar o número de voltas do condutor (espirais); b) aumentar a corrente elétrica que circula; c) introduzir, no interior da bobina, um núcleo de ferro que diminua a dispersão do campo magnético. Fig. 1 corrente elétrica campo magnético Fig. 2 Quando uma corrente elétrica percorre um condutor, gera em torno dele um campo magnético. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Magnetismo e Eletromagnetismo SENAI-RJ – 5353535353 Assim, sempre que circular uma corrente elétrica por uma bobina, será gerado um campo magnético, artifício utilizado na construção de relés, interruptores magnéticos, etc. A outra propriedade é a seguinte: Quando um campo magnético corta ou é cortado por um condutor, é induzida uma corrente elétrica neste condutor. A intensidade da corrente induzida é diretamente proporcional: a) ao comprimento do condutor (número de espirais da bobina); b) à intensidade do campo magnético; c) à velocidade do movimento condutor ou do campo magnético. Este é o princípio básico de geração de energia elétrica através do movimento (queda d’água, geradores a óleo combustível, alternadores, etc.). Tal propriedade é utilizada também na construção de motores elétricos. Fig. 3 Fig. 4 + Multímetro 55555 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro SENAI-RJ – 5757575757 Multímetro Agora que conhecemos os conceitos básicos de corrente (A), tensão (V) e resistência (W), vejamos como operar o multímetro, de forma a obter as medidas desejadas. O multímetro é uma ferramenta indispensável ao eletricista, que o permite diagnosticar defeitos de maneira direta. Ele reúne, basicamente, um voltímetro, um amperímetro e um ohmímetro. Medida de resistência Medida de tensão Medida de corrente Ohmímetro (ΩΩΩΩΩ) Voltímetro (V) Amperímetro (A) Multímetro Até algum tempo atrás, os mostradores dos multímetros eram somente analógicos (ponteiro); com a evolução eletrônica, foram incorporados mostradores digitais (displays). As vantagens dos aparelhos digitais sobre os analógicos são a precisão, a facilidade de leitura e a proteção de seu circuito interno. Ao efetuarmos uma leitura em um aparelho analógico (ponteiro), devemos nos posicionar de maneira que coincida o ponteiro com sua imagem refletida no espelho do mostrador, evitando, assim, um erro de leitura (erro de paralaxe). Fig. 1 erro leitura correta Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro 58 – 58 – 58 – 58 – 58 – SENAI-RJ Caso o ponteiro do instrumento esteja deslocado do zero (0), existe um parafuso que possibilita a aferição. Antes de iniciarmos qualquer medição, devemos conhecer O QUE vamos medir e qual a GRANDEZA da medida. Para medir resistência (ΩΩΩΩΩ) Quando desejamos conhecer o valor da resistência ôhmica de um componente qualquer (por exemplo, bobina, rotor, fusível, etc.), devemos: • introduzir os terminais de prova preto na posição (-) e vermelho na posição (Ω), bem como posicionar o seletor na função (Ω); • selecionar a escala conveniente de acordo com a grandeza a ser medida. Por exemplo: se a resistência ôhmica do primário da bobina de ignição é inferior a 5Ω, devemos selecionar uma escala mais próxima ao valor da medida (10Ω). Fig. 2 Fig. 3 vermelho preto preto vermelho Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro SENAI-RJ – 5959595959 botão de ajuste do zero Fig. 4 No caso de o secundário da bobina ser inferior a 10.000 (10KΩ), então a escala mais conveniente é 10KΩ (10.000Ω). Após selecionarmos a escala, no caso do multímetro analógico, é necessário ajustar o ponteiro antes de ler a medida. O ajuste é feito por meio de um botão de ajuste de zero com os terminais de prova curto-circuitados. Agora, podemos efetuar a leitura, observando que a medida deve ser tomada com o circuito desligado (aberto). O multímetro, na condição de ohmímetro, é também utilizado para testar a continuidade de chicotes, fusíveis, enrolamento e possíveis curtos. 1KΩ > 1.000Ω 10KΩ > 10.000Ω 100KΩ > 100.000Ω 1.000KΩ > 1.000.000Ω Fig. 5 (–) 1.000ΩΩΩΩΩ ΩΩΩΩΩ 10kΩΩΩΩΩ COM V ΩΩΩΩΩ Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro 60 – 60 – 60 – 60 – 60 – SENAI-RJ Para medir tensão Como já dito, antes de iniciarmos qualquer medição, devemos conhecer O QUE vamos medir e QUANTO, aproximadamente, valerá esta medida. No caso da utilização do multímetro na condição de voltímetro (para a medição de tensão), devemos saber se se trata de tensão alternada (AC) ou tensão contínua (DC). Em alguns multímetros, existe somente uma posição para se conectar o terminal de prova vermelho (independente de se tratar de alternada ou contínua). O terminal de prova preto deve ser inserido na indicação (-). O próximo passo é posicionar o seletor na posição correta. Por exemplo: A) Para medir a tensão da rede pública. V = 220V (alternada) B) Para medir a tensão de uma bateria V= 13,8V (contínua) Fig. 6 Fig. 7 (–) Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro SENAI-RJ – 6161616161 Como se pode observar, as medidas são efetuadas em paralelo com o componente em relação ao qual se deseja conhecer sua DDP (diferença de potencial) ou tensão. Uma outra utilização do voltímetro é a verificação da qualidade do circuito de massa, observando que a queda de tensão entre o pólo negativo da bateria e os diversos pontos de massa deve ser a mais baixa possível (0,5V). Em circuitos de corrente contínua (DC)*, devemos nos preocupar com a polaridade: pólo negativo (massa), preto (-); pólo positivo, vermelho (+). Não se deve utilizar o voltímetro no circuito de alta tensão da ignição. 1mV > 0,001V 10mV > 0,010V 100mV > 0,100V 1kV > 1.000V Para medir corrente (A) Quando desejamos conhecer o consumo de corrente no circuito, inserimos em série o multímetro na condição de amperímetro. As mesmas precauções, adotadas nas medidas anteriores, devem ser tomadas na medição de corrente. Devemos saber se a corrente que circula é contínua (DC) ou alternada (AC)**. Precisamos, então, selecionar os terminais de prova (preto e vermelho) e o seletor de escala nas posições devidas, de forma que o valor a ser medido não ultrapasse o maior valor da escala selecionada. Os multímetros analógicos geralmente só oferecem condições de medir corrente DC (contínua) e possuem um borne extra para medir correntes maiores (6A, 10A, etc.). A ligação do Fig. 8 *DC (do inglês: direct current) = corrente contínua. **AC (do inglês: alternate current) = corrente alternada. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro 62 – 62 – 62 – 62 – 62 – SENAI-RJ amperímetro deve ser feita em série no circuito.Por exemplo: para medirmos o consumo de corrente de uma lâmpada de 60 watts em 12 volts (DC). Uma utilização eficaz do amperímetro é o diagnóstico da fuga de corrente (dispersão), que ocorre quando, estando todo o circuito desligado (chave de ignição fora do contato), a bateria descarrega-se rapidamente. A causa desta anormalidade é algum contato anormal que faz circular uma corrente. Para verificar a intensidade da dispersão (fuga), devemos inserir o multímetro na condição de amperímetro, em série com o circuito, com o terminal positivo (vermelho) no pólo positivo da bateria e o terminal negativo (preto) no cabo destacado do pólo positivo da bateria. Devemos selecionar o amperímetro para corrente máxima (DC) e adaptar a escala, depois de conhecer, aproximadamente, o valor da corrente de dispersão. Fig. 10 Fig. 9 (–) + –+ Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Multímetro SENAI-RJ – 6363636363 Se percebermos um grau de dispersão anormal, devemos localizar o consumidor, retirando os fusíveis um a um, até que o consumo caia a níveis aceitáveis. Observação 1µA > 0,000001A 10µA > 0,000010A 100µA > 0,000100A 1mA > 0,001A 10mA > 0,010A 100mA > 0,100A Bateria (acumulador de energia) 66666 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) SENAI-RJ – 6767676767 Bateria (acumulador de energia) A bateria é um dispositivo de armazenamento de energia química que tem a capacidade de se transformar em energia elétrica, quando solicitada. Logo, diferentemente do que em geral se acredita, as baterias não são depósitos de energia elétrica, mas sim de energia química, até que um circuito seja conectado em seus pólos, dando origem a uma reação química que ocorre em seu interior, convertendo essa energia química em elétrica, que é, então, fornecida ao circuito. Principais funções 1. Fornecer energia para fazer funcionar o motor de partida. 2. Prover de corrente elétrica o sistema de ignição durante a partida. 3. Suprir de energia as lâmpadas das lanternas de estacionamento e outros equipamentos que poderão ser usados, enquanto o motor estiver inoperante. 4. Agir como estabilizador de tensão para o sistema de carga e outros circuitos elétricos. 5. Providenciar corrente, quando a demanda de energia do automóvel exceder a capacidade do sistema de carga. Principais partes 1. Caixa à prova de ácido (feito de borracha rígida ou plástico). 2. Placas positivas. 3. Placas negativas. 4. Separadores. 5. Solução ou eletrólito (mistura composta de ácido sulfúrico e água). Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) 68 – 68 – 68 – 68 – 68 – SENAI-RJ Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento da bateria consiste em placas positivas e placas negativas, compostas de metais quimicamente ativos, moldados sobre uma chapa de liga de chumbo e antimônio. Construção As placas positivas e negativas são chapas semelhantes a uma peneira grossa coberta de material ativo. O material ativo, usado nas placas positivas, é o peróxido de chumbo (PbO2), que lhe dá uma coloração marrom-escura; nas placas negativas, é o chumbo esponjoso (Pb), de cor cinza. Essas placas são agrupadas e ligadas em paralelo, formando uma parte do elemento (conjunto positivo e conjunto negativo). Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 material ativo placa conector das placas jogo de placas Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) SENAI-RJ – 6969696969 Para a montagem do elemento, entrelaçam-se as placas positivas e negativas, introduzindo entre elas separadores isolantes, o que impede que ocorra curto entre as placas. Esses jogos de placas montadas são chamados elementos da bateria, apoiando-se sobre pontes, sem tocar no fundo da caixa. Deve-se deixar um espaço para a sedimentação dos resíduos que se fragmentam das placas, o que evita um curto-circuito entre elas. Esses conjuntos são ligados entre si, em série, por uma tira metálica, projetando-se os últimos pólos dos conjuntos externos para fora da caixa, indo constituir os pólos positivo e negativo da bateria. Distingue-se o pólo negativo do positivo: • pelo tamanho: o pólo positivo é maior que o negativo; • pelas marcas + (positivo) e - (negativo), estampadas na tampa superior ou nos próprios pólos; • pela coloração dos pólos: escura (+), clara (-). Tal conjunto de placas (elementos) é imerso em solução de ácido sulfúrico e água (eletrólito), que provoca a reação entre os metais ativos das placas. Quando a bateria está totalmente carregada, a solução fica aproximadamente com 36% de ácido e 64% de água (por peso), sendo dito que sua densidade é de 1,260 à temperatura de 26,5ºC. Densidade é o peso de um dado volume dividido pelo peso de um volume igual de água pura. O peso específico da água pura é 1,000, o que quer dizer que o eletrólito da bateria é 1,260 vez mais pesado do que a água. A medida da densidade da solução de uma bateria é um teste básico do seu estado e carga, pois a densidade do eletrólito diminui, quando a bateria está descarregada. elemento da bateria separadores isolantes Fig. 4 – + Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) 70 – 70 – 70 – 70 – 70 – SENAI-RJ Funcionamento Entre o peróxido de chumbo das placas positivas, o chumbo das placas negativas e o eletrólito, ocorre uma reação química que provoca um desequilíbrio de cargas entre as placas, tornando-se carregadas, uma positivamente e outra negativamente, e assim permanecendo, até que possa ocorrer o equilíbrio através de um circuito externo. Quando um circuito externo é conectado, entre os pólos da bateria inicia-se um fluxo de corrente que desloca os elétrons das placas negativas até as positivas, até que ocorra o equilíbrio elétrico. Enquanto isso está se processando, verifica-se uma reação química de descarga: Os sulfatos (SO4) vão para as placas, e os óxidos, para o ácido. < >PbO2 + 2H2SO4 + Pb- PbSO4 + 2H2O + PbSO4 Diz-se, então, que a bateria está descarregando. Enquanto isso ocorre, uma parte do eletrólito rompe as ligações, desprende-se e deposita-se sobre as placas, formando uma cobertura de sulfato de chumbo, tanto maior quanto maior a corrente que flui através da bateria. A esse fenômeno dá-se o nome de sulfatação da bateria. negativo positivo Pb Pb O 2 H2SO4 eletrólito – + Fig. 5 Fig. 6 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) SENAI-RJ – 7171717171 Sulfatação é a formação de cristais rígidos de sulfato de chumbo sobre as placas, quando as baterias são descarregadas. Eventualmente, essa situação pode inibir as reações químicas, quando, então, a bateria é dita descarregada. A característica mais importante da bateria é, sem dúvida, a capacidade de reversão das reações químicas. Desde que haja um gerador de corrente elétrica, um dínamo ou alterador ligados em paralelo com a bateria que provoquem o fluxo de corrente no sentido contrário, acontecerá a reação química reversa, que irá provocar uma diferença de potencial entre as placas, quando estiverem devidamente carregadas. Cada elemento acumula aproximadamente 2,1 volts. Se conectarmos em série seis elementos, teremos uma bateria de 12,6 volts, quando estiver totalmente carregada, e, nesse caso, a densidade do eletrólito será 1,260. Fig. 7 Fig. 8 ação química bateria descarregada mínimo de placas de chumbo máximo de sulfato de chumbo mínimo de peróxido de chumbo máximo de sulfato de chumbo mínimo de ácido sulfúrico máximo de água aumentando a placa (esponja) de chumbo diminuindo o sulfato de chumbo eletrólito aumentando o ácido sulfúrico diminuindo aágua aumentando o peróxido de chumbo diminuindo o sulfato de chumbo Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) 72 – 72 – 72 – 72 – 72 – SENAI-RJ Perda de carga As baterias armazenadas sofrem perda constante de carga, mesmo que não sejam solicitadas para uso. Essa autodescarga, como é chamada, varia em função da temperatura. Por exemplo, uma bateria à temperatura de 35ºC pode perder totalmente sua carga em pouco mais de um mês, e uma armazenada à temperatura de 10ºC pouco perde em um ano. Tanto a umidade como a sujeira sobre a bateria podem provocar uma fuga de corrente entre os terminais da bateria e o chassi do automóvel, que provocam sua descarga. O ácido que se desprende da bateria pode, além de causar sua descarga, atacar as chapas do automóvel. Por isso, é bastante importante manter os pólos e a bateria limpos e secos. Nível do eletrólito Uma pequena diminuição no nível do eletrólito da bateria temporariamente pode ser considerada normal, se a evaporação e a ação química no processo de carga libertam átomos da água. Por exemplo, no processo de carga, ocorre a eletrólise da água, a qual libera átomos de hidrogênio e de oxigênio que escapam pelos furos dos respiros das tampas. Classificação As baterias são classificadas segundo vários critérios de desempenho: 1. ampére � hora (A.h): o critério mais usado, baseado na corrente que a bateria pode fornecer constantemente, durante 20 horas de descarga, à temperatura de 26,5ºC, sem que sua tensão “caia” abaixo de 10,5 volts. Por exemplo: uma bateria que consegue fornecer 3A continuamente, durante 20 horas, é classificada como bateria 60 A.h (3A � 20 horas = 60A.h); 2. watt: baseia-se na potência máxima que pode ser consumida a 18ºC pelo motor de partida; 3. desempenho a frio: com base na corrente máxima que a bateria pode fornecer durante 30 segundos de partida, mantendo tensão maior que 7,2 volts; O nível do eletrólito da bateria deve ser verificado periodicamente (a cada 15 dias) e, se necessário, corrigido. Para isso, deve-se adicionar SOMENTE água pura, até completar 1,5cm acima das placas (não confundir com a altura dos separadores). Muitas baterias trazem na tampa uma marca do nível correto do eletrólito. Fig. 9 nível de referência nível do eletrólito acima das placas Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) SENAI-RJ – 7373737373 4. reserva de capacidade: baseada no tempo máximo em que uma bateria pode manter um fornecimento de 25A a 26,5ºC, sem ultrapassar, abaixo de 10,2 volts (é dado em minutos). Testes Os testes mais comuns, realizados em baterias, são: – os de densidade, executados com o auxílio de um densímetro; – os de descarga, executados com o auxílio de um voltímetro e amperímetro com reostato (carga). O teste de densidade deve ser efetuado à temperatura de 26,5ºC, observando os seguintes cuidados: 1. não adicionar água à bateria quando em teste. Se o nível do eletrólito necessitar de correção, a bateria deverá permanecer na carga por mais dez minutos, após adicionar água; em seguida, proceder ao teste; 2. não permitir que a bóia do indicador toque no topo ou nas paredes do densímetro, o que pode causar falsa leitura de densidade. Especificações para testes Densidade a 26,5ºC Estado de carga 1.260-1.280 100% 1.230-1.250 75% 1.200-1.220 50% 1.170-1.190 25% 1.140-1.160 Baixa capacidade 1.110-1.130 Descarregada As leituras das densidades de cada vaso não devem variar de 50 entre elas. Se isso acontecer, a bateria deverá ser substituída. Testes de capacidade Consiste em determinar a corrente que a bateria consegue fornecer a um sistema, mantendo uma tensão eficiente que permita manter em operação os demais sistemas elétricos. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) 74 – 74 – 74 – 74 – 74 – SENAI-RJ Para esse teste, devemos tomar as seguintes precauções: • atentar para que os contatos entre os pólos da bateria e a garra dos cabos do aparelho estejam bem conectados e não produzam faísca; • antes de ligar os cabos, certificar-se de que o botão do reostato está na posição “desligada” (off); • não aplicar carga de valor superior a três vezes sua capacidade nominal em A.h; • não exceder a 15 segundos os testes; • observar a temperatura, pois, se esta estiver muito baixa, a bateria apresentará uma capacidade de descarga muito baixa. Especificações para testes: Corrente = três vezes a capacidade da bateria em A.h; Tensão Ω = 9,6 volts; tempo = 15 segundos. • após efetuados os testes, a bateria deve receber, no mínimo, três minutos de carga de um aparelho externo; • se a bateria estiver no veículo, dever-se-á desligar os cabos, antes de conectar o carregador, a fim de evitar danos ao sistema de carga; • antes de conectar os cabos do carregador, observar cuidadosamente as polaridades; • não deixar a carga ultrapassar 40 ampères durante três minutos; • se a temperatura do eletrólito ultrapassar 50ºC, desligar imediatamente o carregador; • a tensão sobre a bateria não deve ultrapassar 15,5 volts; uma tensão superior indica defeito interno na bateria; • sempre que houver tempo, é aconselhável usar somente carga lenta, aplicada entre 5 a 15 ampères durante até 24 horas (10% da sua capacidade nominal). Cuidados com a bateria durante a carga • Retirar todas as tampas dos vasos (elementos). • Limpar os pólos da bateria para evitar mau contato. • Corrigir constantemente o nível do eletrólito, se necessário. • Verificar, periodicamente (a cada hora), a densidade do eletrólito, para evitar sobrecarga na bateria. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Bateria (Acumulador de Energia) SENAI-RJ – 7575757575 • Quando for conectar ou desconectar as garras nos pólos da bateria, manter o carregador desligado, para evitar faiscamento. • Não fechar curto-circuito na bateria, para evitar faiscamento. Essas faíscas podem causar uma forte explosão na bateria, provocada pelos gases que o eletrólito libera durante o processo de carga. • Observar as temperaturas, que não devem ser inferiores a 10ºC nem superiores a 50ºC. • Se a bateria receber carga externa no próprio veículo, desconectar os cabos, para evitar danos ao sistema de carga e outros acessórios. • Nunca adicionar solução na bateria que está em uso normal. Se for necessário, corrigir o nível do eletrólito. Usar somente água pura ou destilada. • Não deixar que uma bateria se descarregue completamente. • Não armazenar bateria sobre chão ou solo de cimento por tempo prolongado. • Conservar os pólos da bateria limpos e secos, para evitar a autodescarga e a formação de zinabre sobre os terminais e quadro-suporte. • Quando colocar as tampas nos elementos (vasos), observar se não foi esquecido plástico sobre os respiros. Veja na Figura 10 a representação de baterias nos esquemas elétricos: Fig. 10 12V Sistema elétrico do veículo 77777 Nesta Seção... Sistema de partida Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 7979797979 Sistema elétrico do veículo O sistema elétrico do veículo pode ser dividido em cinco partes distintas: 1. sistema de partida; 2. sistema de carga; 3. sistema de ignição; 4. sistema de iluminação e sinalização; 5. acessório (sistemas indicadores; sistemas especiais). Nesta seção trataremos apenas do sistema de carga. Os demais sistemas que constituem a parte elétrica do veículo serão abordados nas seções seguintes. Não será vista ainda, neste material, a parte referente ao dínamo, quando tratarmos sobre sistema de carga, visto que os veículos modernos são equipados com alternadores. A parte referente à diagnose do sistema de ignição também não éenfocada, pois este manual se dirige aos técnicos eletricistas. Sistema de partida Finalidade Vencer a inércia e compressão do motor de combustão, fazendo-o atingir uma rotação para entrar em funcionamento autônomo. Partes principais As partes principais do sistema de partida são: 1. fonte de energia elétrica (bateria); 2. motor de partida (motor elétrico de corrente contínua); 3. chave de ignição e partida ou botão de partida; 4. chave de comando eletromagnético (automático). Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 80 – 80 – 80 – 80 – 80 – SENAI-RJ O motor de partida é um motor de corrente contínua, capaz de desenvolver grande potência em relação ao seu tamanho, por curto espaço de tempo. Funcionamento O motor elétrico transforma energia elétrica em energia mecânica por meio de efeitos eletromagnéticos. Princípios teóricos Sempre que um condutor elétrico exposto a um campo magnético for percorrido por uma corrente elétrica, atuará sobre ele uma força magnética com sentido determinado, proporcional à intensidade do campo magnético, bem como à corrente que está fluindo através da espira. As partes principais de um motor de partida são: • carcaça, com sapatas polares; • bobinas de campo; • induzido com coletor; • pinhão com roda livre e fuso de avanço; • escovas e molas. 1 3 4 2 sistema de ignição Fig. 1 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 8181818181 O valor máximo da força magnética será atingido quando as linhas de ação da corrente elétrica e do campo magnético estiverem em posição perpendicular, sendo nulo, quando estiverem em paralelo. No motor, o campo magnético é produzido nas bobinas de campo e flui através da carcaça, das sapatas polares que as prendem e do induzido. O campo magnético produzido numa bobina é proporcional ao número de espiras e à corrente elétrica que flui sobre ela. A Figura 3 mostra as linhas de campo magnético produzidas pelas bobinas de campo, fluindo através das sapatas polares, induzido e carcaça, “saltando” pelo ar nos entreferros. As linhas de campo magnético formam um circuito fechado e se conduzem muito bem através do ferro. No induzido sobre as espiras, enroladas de forma que possam ser representadas por uma espira rotativa, atua a força magnética, transmitida através de eixo do induzido, haja vista que as espiras se encontram entre as ranhuras dele. Fig. 2 Fig. 3 – Eletromotor de quatro pólos e doze pares de espiras B I F entreferro enrolamento induzido sapata polar B = campo magnético I = corrente elétrica F = força magnética Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 82 – 82 – 82 – 82 – 82 – SENAI-RJ lâmina pacote de lâminas eixo enrolamento coletor pacote de lâminas O campo magnético, representado por um ímã permanente, “corta” a espira, percorrida por corrente elétrica, provocando um movimento de rotação nela. O sentido de rotação depende, como já vimos, do sentido do campo magnético e da corrente elétrica. O campo magnético é fixo, mas a corrente elétrica deve ser invertida a cada meia volta da espira. Para isso, foi introduzido um comutador (composto pelo coletor e escovas), que energiza somente as espiras que estão passando pelo ponto de maior aproveitamento (máximo fluxo do campo magnético). Também para maior aproveitamento, ou menor perda, o induzido é constituído por pacotes de lâminas que minimizam a formação de correntes parasitas. As correntes parasitas são conhecidas como correntes de Foucault, sendo formadas no ferro, que produz um campo magnético oposto ao campo principal, provocando aquecimento do conjunto. O motor de partida é constituído de espiras de fios relativamente grossos e com ligação em série entre as bobinas de campo e o induzido. Assim, permite maior passagem da corrente elétrica e, ao mesmo tempo, uma corrente uniforme em qualquer ponto do circuito, o que contribui, também, para um bom aproveitamento da energia elétrica. Fig. 4 – Representação esquemática do motor elétrico de uma espira Fig. 5 comutador ímã espira escovas induzido Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 8383838383 O circuito completo do motor de partida (circuito elétrico principal) é o seguinte: bateria → chave magnética → bobinas de campo → induzido → bateria (passando, em geral, pelo coletor e escovas). A chave de ignição e partida, ou botão de partida, fecha o circuito de excitação da chave magnética. A chave de ignição liga, ainda, o circuito de ignição à bateria. A chave magnética (automático da partida) tem como finalidade comutar altas correntes por meio de correntes relativamente baixas e, com o desenvolvimento da tecnologia, também auxilia no engrenamento do pinhão. Fig. 6 Fig. 7 Fig. 8 mola dos contatos núcleo fixo bobina núcleo móvel eixo dividido pontes de contato bornes mola de retrocesso bobinas de campo contatos Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 84 – 84 – 84 – 84 – 84 – SENAI-RJ A chave magnética é constituída por: • um núcleo fixo, onde está o solenóide; • um núcleo móvel (pistão), ponte de contatos, contatos, eixos e molas. O solenóide é formado por duas bobinas, uma de chamada ou atração e outra de retenção. Durante a atração, desenvolve-se uma força magnética mais elevada, responsável por parte do engrenamento do pinhão através da alavanca de comando (haste ou garfo) e pelo fornecimento do circuito principal da partida. Uma vez fechada a ponte de contatos, o enrolamento da bobina de retenção produz força suficiente para manter o conjunto em funcionamento até a abertura do circuito através da chave de partida. Os circuitos de comando são os seguintes: • durante a atração: bateria → chave de partida → bobina de chamada; bobina de retenção → massa; motor de partida; • depois de fechada a ponte de contatos: bateria → chave de partida → bobina de retenção → massa. Fig. 9 Fig. 10 bobina de chamada chave magnética bobina de retenção motor de partidaM 30 50 30 50 50 30 M Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 8585858585 Observe as Figuras 9 e 10. A bobina de retenção está ligada entre o borne 50 e a massa, e a bobina de chamada, entre o borne 50 e os contatos da chave magnética, polarizando a massa através do motor de partida. O circuito de partida é desligado por ação da mola de retrocesso, quando se abre o circuito de excitação através da chave de partida. O curso do núcleo móvel é utilizado, também, para deslocar o pinhão no sentido axial do induzido, que promove o engrenamento do pinhão. O engrenamento do pinhão é efetuado em duas etapas: • primeira: por ação da alavanca de comando (garfo) e chave magnética; • segunda: por ação do fuso de avanço. Ao acionarmos a partida, a chave magnética desloca a alavanca de comando contra a ação de uma mola, sem que o circuito de partida esteja fechado. O induzido permanece imóvel. A alavanca empurra o pinhão contra a cremalheira, através do anel de acoplamento. O fuso de avanço provoca um efeito rotativo nas peças. Se o pinhão e a crena da cremalheira coincidirem, a primeira etapa do engrenamento será imediata. Fig. 11 bobina de chamada bobina de retenção induzido bateria sapata polar fuso anel de guiamola cremalheira arraste alavanca de comando mola de retrocesso bobina de campo coletor roda livre pinhão Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 86 – 86 – 86 – 86 – 86 – SENAI-RJCaso contrário, isto é, se houver coincidência de dentes, a alavanca de comando comprime a mola de engrenamento do pinhão, até que a ponte de contatos da chave magnética se ligue. O pinhão é forçado a girar, e o engrenamento é feito por ação da mola. Uma vez ligados os contatos da chave magnética, o induzido adquire um movimento rotativo, e o fuso de avanço completa o engrenamento do pinhão, até que ele se apóie em seu batente, no eixo do induzido, completando-se com a segunda fase do engrenamento. Fig. 12 – Arraste movimentado por alavanca Fig. 13 Fig. 14 As bobinas de chamada e de retenção energizadas/pinhão engrenam imediatamente. Situação pouco anterior à circulação da corrente principal. dente coincidindo com dente motor de combustão sendo impulsionado pelo motor de partida arraste avançado pela rotação do induzido (avanço por ação do fuso) Alavanca de comando na posição de avanço máximo/ bobina de chamada desenergizada/corrente principal circula, pinhão totalmente engrenado/a cremalheira é impulsionada. Alavanca de comando na posição de avanço máximo/ mola de engrenamento comprimida/bobina de chamada desenergizada/corrente principal circula, induzido gira/ pinhão procura vão na cremalheira e engrena totalmente, impulsionando o volante. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 8787878787 Estando o pinhão totalmente acoplado à cremalheira, o volante do motor de combustão é impelido através da roda livre e do arraste, que transmitem o torque do motor de partida à cremalheira. Quando o motor de combustão entra em funcionamento, atinge imediatamente rotações muito elevadas, o que poderia causar dano ao motor de partida, se não fosse imediatamente desfeito o acoplamento. Isto é função da roda livre, que tem por finalidade transmitir o torque somente no sentido do induzido para a cremalheira, e nunca no sentido contrário, protegendo, assim, o induzido contra rotações excessivas, enquanto o botão de partida estiver comprimido. Durante esse tempo todo, o pinhão e a cremalheira continuam acoplados. A roda livre acopla o pinhão ao dispositivo de arraste. Somente após desligada a chave de partida é que ocorre o desengrenamento do pinhão por ação da mola de retrocesso, que o mantém retraído em trepidações. Fig. 15 sentido de acoplamento curva de deslizamento dos roletes mola rolete anel de acoplamento haste do pinhão pinhão mola de retrocesso bobina de campo chave magnética chave de partida bateria induzidosapata polar anel de guia cremalheira pinhão roda livre alavanca de comando Fig. 16 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 88 – 88 – 88 – 88 – 88 – SENAI-RJ Precauções • Antes de ligar o motor de partida, levar a alavanca do câmbio para ponto morto. Nunca fazer o motor de partida funcionar com marcha engrenada. • Não deixar o motor de partida funcionando por mais de 10 segundos ininterruptamente. • Antes de acionar a partida novamente, esperar pelo menos meio minuto para permitir o resfriamento das peças e a recuperação da bateria. • Não ligar a partida, enquanto as peças ainda estiverem em movimento, para evitar dano à cremalheira e ao pinhão. • Se o motor de combustão não pegar após algumas tentativas, não insistir; procurar as causas e eliminar os inconvenientes. Manutenção Antes de efetuar qualquer serviço no motor de partida, desligue o condutor-massa da bateria e não coloque ferramentas sobre ela, para evitar curto-circuitos. O coletor deve-se apresentar sempre limpo, liso e uniforme, com isolamento (mica) entre as lâminas e rebaixado, a fim de evitar mau contato entre as escovas e as lâminas. Se o coletor for trabalhado (torneado ou com as micas rebaixadas), torneá-lo finalmente com um passe-fino. Nunca usar lima ou lixa. Cuidados • Observar que não haja curto-circuito no induzido (entre as espiras ou à massa). • Observar que não haja curto-circuito nas bobinas de campo (entre as espiras ou à massa). Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 8989898989 Diagnóstico elétrico Antes de proceder a qualquer teste, verifique todas as ligações elétricas e as condições da bateria. O teste no veículo deve ser feito mediante o uso do aparelho A95859, voltímetro e amperímetro ligados de tal forma que o amperímetro fique em série e o voltímetro em paralelo com o motor de partida. O voltímetro deve indicar a tensão sobre o motor de partida, e o amperímetro, a corrente consumida por ele. Com o cabo da bobina desconectado, dê partida durante 10 segundos, efetue as leituras no aparelho e compare com os valores da tabela anterior. Se os valores não coincidirem, poderá estar ocorrendo o indicado no quadro a seguir. Resultado da comparação Causa do inconveniente Tensão normal - Mau contato nas escovas e no coletor. Corrente baixa - Bobina ou induzido com circuito interrompido. - Contatos com chave magnética deficiente. Tensão baixa - Bobinas de campo em curto (à massa ou entre espirais). Corrente alta - Induzido em curto (à massa ou entre espiras). - Escovas ou suporte das escovas em curto-circuito. - Eixo do induzido emperrado. - Buchas presas. - Motor de combustão preso. Tensão baixa - Terminais, pólos ou cabos da bateria com mau contato. Corrente Baixa -Bateria fraca ou danificada. Fig. 17 Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 90 – 90 – 90 – 90 – 90 – SENAI-RJ Se o problema não se revelar com diagnósticos elétricos, poderão estar ocorrendo inconvenientes mecânicos, como: Inconvenientes Causas Chave magnética não liga. - Chave de partida danificada. - Conexões entre a chave de partida e solenóide interrompidas. - Chave magnética danificada. O induzido gira, mas o pinhão não engrena. - Eixo do pinhão empastado. - Pinhão ou cremalheira com dentes danificados ou com rebarbas. - Chave magnética danificada. O pinhão engrena, o induzido gira, - Embreagem (roda livre) do pinhão patina. mas o volante, não. Motor de partida continua girando - Chave de partida não desliga. após desligar a chave de partida. - Chave magnética danificada. Pinhão não desengrena após a partida. - Mola de retrocesso fraca ou quebrada. - Pinhão empastado. Motor de partida funciona normalmente, - Roda livre do pinhão emperrada. mas faz barulho, ao desengrenar. Com a chave magnética na posição atraída, deve existir uma folga entre o pinhão e seu batente no eixo do induzido de 0,7 a 1,5mm aproximadamente. Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo SENAI-RJ – 9191919191 O conjunto do pinhão e roda livre (Bendix) nunca deve ser lavado com solventes (gasolina, querosene, etc.). As buchas do motor de partida são grossas e devem ficar em banho de óleo (Sae 10W) lubrificante, no mínimo, durante uma hora e não necessitam de graxa. Os canais helicoidais e dentes do pinhão são lubrificados com graxa à base de lítio. O motor de partida deve ser montado limpo e livre de umidade, para evitar a formação de ferrugem. O coletor e as escovas devem ficar secos e limpos, isentos de óleo ou graxa, para não ocasionar mau contato depois de quentes. O produto recomendado pela Bosch para a limpeza das peças elétricas é o Clorothene. Observação Manutenção e Reparos de Sistemas Elétricos de Automóveis – Sistema Elétrico do Veículo 92 – 92 – 92 – 92 – 92 – SENAI-RJ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 2122 23 24 Fig. 18 – Motor de partida tipo EF com roda livre de ação externa 1. Pinhão 13. Mancal do lado do coletor 2. Arraste 14. Porta-escova 3. Mancal dianteiro
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