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TCC O SERVIÇO SOCIAL FRENTE ÀS POLÍTICAS SOCIAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA PÚBLICA E PARTICULAR.

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UNIVERSIDADE 
BACHARELADO EM............................
ALUNO(A)
O SERVIÇO SOCIAL FRENTE ÀS POLÍTICAS SOCIAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA PÚBLICA E PARTICULAR.
	
CIDADE/2018
 ALUNO(A)
O SERVIÇO SOCIAL FRENTE ÀS POLÍTICAS SOCIAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA PÚBLICA E PARTICULAR.
Monografia apresentada a Universidade ..., como requisito para a obtenção do titulo de Graduação em ...
 
CIDADE/2018
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho de conclusão de curso para todas as famílias que tem em seu contexto familiar pessoas com autismo e que de alguma forma possam ser beneficiadas com essa pesquisa, em especial o meu filho Gabriel Carvalho minha fonte de inspiração e superação, a quem amo incondicionalmente. 
AGRADECIMENTO
	
	Agradeço a Deus pois sem a presença Dele em minha vida nada disso seria possível, pois Ele me guiou e me deu forças para superar obstáculos, me ajudou a ir em frente e nunca desistir.
	Aos meus familiares por terem estado ao meu lado, sempre incentivando e me mostrando o quanto sou capaz de atingir meus objetivos.
	Ao meu pai que em memória me faz cada dia tentar ser melhor e continuar sendo seu orgulho.
	A minha mãe por todas as suas orações e interseções, por sempre acreditare estar ao meu lado nos momentos mais difíceis.
	A gratidão é infinita! 
EPÍGRAFE
Os Direitos das Crianças.
Toda criança do mundo deve ser bem protegida contra os rigores do tempo, contra os rigores da vida; Criança tem que ter nome, criança tem que ter lar. Ter saúde e não ter fome, ter segurança e estudar; Não é questão de querer nem questão de concordar, os direitos das crianças todos têm de respeitar!
Direito de perguntar
Ter alguém pra responder
A criança tem direito... De querer tudo saber. A criança tem direito até de ser diferente. E tem que ser bem aceita, seja sadia ou doente. Tem direito a atenção. Direito de não ter medos. Direito a livros e o pão. Direito a ter brinquedos.
(...)
Uma caminha macia, uma canção de ninar, uma história bem bonita... Então, dormir e sonhar... Embora eu não seja rei, decreto nesse país, que toda, toda a criança tem direito de ser feliz!
Poema de Ruth Rocha. (2002) 
RESUMO 
Esta pesquisa tem o objetivo de estudar os artificios que o profissional de Serviço Social poderá utilizar para identificar as demandas das pessoas com autismo na busca das possibilidades de fortalecer os vínculos entre o autista, familia, escola e sociedade. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliografica e teve uma abordagem qualitativa que foi a análise de dados que possam nos indicar as possibilidades, os diferentes caminhos para tomadas de decisões corretas sobre uma questão problema. No embasamento teorico destacam-se autores como Christian Gauderer, Maria Sprovieri, Francisco Assunção, Marilda Iamamoto, utilizou-se tambem a teoria marxista, ressaltando a Lei 12 /764 de 27 de dezembro de 2012 e a Cartilha Transtorno do Espectro do Autismo - TEA que foi elaborada pela Assembléia Legislativa de Pernambuco. Embora exista divulgaçao a respeito do TEA ainda é grande o preconceito, as dificuldades de inclusão e discriminação diante da sociedade, por isso é de grande valia a discussãao sobre a inclusão para que haja respeito a diversidade na busca por transformações da realidade social, percebemos a importância do Serviço Social e da intervenção do Assistente Social enquanto profissional para efetivar e informar os direitos do autista que são muitas vezes desconhecidos pela família. 
Palavras- chave: Serviço Social; Autismo; Direitos; Família; Inclusão.
ABSTRACT
This research aims to study the artifices that the Social Work professional can use to identify the demands of people with autism in the search for possibilities to strengthen the links between the autistic, family, school and society. The methodology used was a bibliographical research and had a qualitative approach that was the analysis of data that could indicate the possibilities, the different ways to make correct decisions on a problem question. On the theoretical basis, authors such as Christian Gauderer, Maria Sprovieri, Francisco Assunção, Marilda Iamamoto, also used the Marxist theory, highlighting Law 12/764 of December 27, 2012 and the Autism Spectrum Disorder Booklet - TEA which was prepared by the Legislative Assembly of Pernambuco. Although there is a great deal of prejudice about TEA, there is still a great deal of prejudice, inclusion and discrimination in the face of society, so it is very important to discuss inclusion so that there is respect for diversity in the search for transformations in social reality. importance of Social Work and the intervention of the Social Worker as a professional to carry out and inform the autistic rights that are often unknown to the family.
Key Words: Social Service; Autism; Rights; Family; Inclusion.
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Comportamento Autista...........................................................................26 
Tabela 2 – Ciclo Do Sofrimento e da Dor-Padrão de Gayhard..................................32
Tabela 3 – Inclusão Social.........................................................................................45
Tabela 4 – Direitos da Pessoa com Deficiência Garantidos na CF 1988..................47
LISTA DE SIGLAS
ABRA – Associação Brasileira de Autismo
AMA – Associação de Amigos do Autista
ASD – Desordens do Espectro Autista
BPC – Benefício de Prestação Continuada
CID – Classificação Internacional de Doenças
CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade
CONADE – Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
DSM – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IPVA – Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social
ONU – Organização das Nações Unidas
PTM – Portador De Transtorno Mental
TEA – Transtorno do Espectro Autista
TIDS – Transtornos Invasivos do Desenvolvimento 
UCLA – Universidade da Califórnia de Los Angeles
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
CAPÍTULO I
VISÃO HISTÓRICA DA DISCUSSÃO DO AUTISMO ..............................................15
1.1incidências e Características do TEA ...................................................................23
1.2 O Autismo Como Fator De Exclusão....................................................................26
1.3 O Preconceito Como Forma de Exclusão............................................................28
CAPÍTULO II
O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO DO AUTISMO NA FAMÍLIA.................................30
2.1 A Intervenção do Serviço Social Junto aos que tem Necessidades Especiais....34
2.2 A Atuação do Assistente Social na Consolidação dos Direitos do Autista ..........38
2.3 Por Que Assistentes Sociais e Psicólogos nas Escolas?	....................................42
CAPÍTULO III
OS DESAFIOS DA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM AUTISMO.................43
3.1 Os Direitos das Pessoas Deficientes com Ênfase no Autismo............................46
3.1.2 Direitos na Assistência Social ..........................................................................48
3.1.3 Direito a Educação ...........................................................................................49
3.1.4 Direito a Saúde .................................................................................................503.1.5 Direito ao Trabalho ...........................................................................................50
3.1.6 Direito ao Transporte ........................................................................................51
3.1.7 Prioridade no Atendimento................................................................................51
3.2 Conselhos da Pessoa com Deficiência................................................................51
3.2.1 Direitos Aplicáveis no Estado de Pernambuco..................................................52
3.3 Educação Inclusiva...............................................................................................53
CONCLUSÃO .....................................................................................................57
 REFERENCIAS...................................................................................................59
INTRODUÇÃO
Incluir uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista na escola é um desafio, pois algumas características dessas crianças são incompatíveis com o padrão clássico formal da maioria das instituições de ensino. Sem uma visão individualizada com profissionais qualificados e métodos alternativos, estaremos negando seu direito à educação, a união entre escola, família e terapeutas é imprescindível. A escola precisa ter um projeto pedagógico que possibilite e oriente os professores e mediadores sobre o processo de inclusão. A educação inclusiva é resultado de muitas discussões, estudos teóricos e práticos que tiveram a participação e o apoio de organização de pessoas com deficiência e educadores do Brasil e do Mundo, visando também o exercício da cidadania e a garantia de direitos.
A escolha do tema para o desenvolvimento deste trabalho ocorreu por eu ser mãe de uma criança com autismo e ter tido dificuldade na época em obter informações sobre tratamentos gratuitos e direitos quando recebi o diagnóstico da condição do meu filho. Durante o curso de Serviço Social surgiu em mim à necessidade de buscar por Políticas Públicas voltadas especificamente para o autista, considerando a carência de informação, as dificuldades que enfrentei de início e que outras famílias também têm, pois os direitos das crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) na maioria são desconhecidos, isso me impulsionou para abordar sobre esse tema. A realização desta abordagem se justifica pela importância de estudar e teorizar a cerca do exercício do Serviço Social junto ao autista e sua família, atualmente no Brasil existe cerca de dois milhões de casos de autismo, é um tema amplo e tem como um dos objetivos a discussão e a função de mostrar a importância da inclusão social dos portadores do referido transtorno. 
A família em sua grande maioria possui grande dificuldade sobre os direitos que essas crianças têm, onde e como recorrer sobre tais direitos. A efetividade das leis inclusivas já existe, no entanto é necessário orientação em base sólida, vislumbrando a qualidade para que todas as crianças possam ter acesso amplo e simplificado. As dificuldades encontradas por essas crianças e suas famílias afetam globalmente o seu desenvolvimento e assim sua vida em sociedade. A falta de informação referente às leis existentes causa uma lacuna, pois poderiam melhorar e facilitar o processo de busca de qualidade de vida, tanto para os portadores quanto para a família e a comunidade que o cerca.
O Serviço Social poderá trabalhar com os autistas na área educacional, seja com educação especial ou em escolas regulares, agindo assim no cumprimento das leis no entendimento das questões sociais e suas peculiaridades e sua demanda para intervenção profissional, buscando qualidade principalmente para aqueles que são público alvo da educação especial. O Serviço Social colabora diretamente para a pessoa com autismo prosseguir em busca de autonomia, possibilitando informações, direitos, serviços e programas que contribuam para a atenuação das barreiras sociais e da exclusão, cabe ao profissional identificar essas demandas existentes e utilizar como meio o processo de mediação e assim seja possível identificar em sua particularidade e dessa forma obter respostas profissionais sustentáveis.
A questão levantada como problema neste trabalho foi como o Assistente Social pode contribuir com a inclusão social das crianças autistas nas escolas. Este trabalho tem como objetivo relatar sobre os artifícios que o profissional de Serviço Social terá para identificar essas demandas na busca das soluções para uma melhor relação entre autista, família, escola e sociedade, analisando o autismo a partir da perspectiva dos direitos e abordando a importância de estudos na área de Serviço Social e da intervenção profissional do Assistente Social neste âmbito. Em busca de uma melhor compreensão a cerca do autismo, das particularidades da síndrome partindo da hipótese de que o Transtorno do Espectro Autista acarreta limitações que prolonga por toda a vida, porém a participação da família é fundamental e indispensável para que a criança e o adolescente com autismo se desenvolvam mesmo em meio a tudo isso. 
Faz-se necessário a discussão do tema a fim de possibilitar a propagação de informações para as famílias, profissionais e toda sociedade contribuindo na melhoria de resposta a esta demanda, pois a inclusão social abrange e necessita de todos para que de fato ocorra e para que este objetivo seja atingido nesta pesquisa terá inicio uma análise histórica do autismo no Brasil, com abordagem a inclusão social da pessoa com deficiência, priorizando o autismo e a importância dos profissionais de apoio, bem como a intervenção do profissional de Serviço Social junto à criança e sua família. O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica a partir de dados secundários como: livros, teses, artigos, estatísticas, revistas, estatutos, leis relacionadas ao tema, onde contém informações acerca do assunto estudado. Verificando a grande importância da atuação do Assistente Social junto a criança autista. Dentro das leis podemos destacar a Lei Nº 12/764 de 27 de dezembro de 2012 que instituiu a política nacional de proteção dos direitos da pessoa com TEA sendo assim com direito as políticas de inclusão do país.
A pesquisa bibliográfica foi utilizada em todo processo de desenvolvimento sobre o que é o autismo, quando surgiu, como se dá a intervenção do profissional do Serviço Social na abordagem da garantia de direitos e inclusão social. Dentre os materiais usados na construção do trabalho foi citada a cartilha dos direitos do TEA que foi elaborado pela Assembléia Legislativa de Pernambuco com o propósito de fornecer orientações sobre o esse transtorno, a cartilha apresenta informações gerais, aponta sinais de alerta, providências que devem ser tomadas de imediato e orienta sobre os direitos garantidos a pessoa com TEA, mostrando que o tratamento deve ser intensivo, estruturado e abrangente incluindo a família e vários profissionais. É uma pesquisa descritiva com dados bibliográficos que indicam o caminho para tomar decisões sobre a questão problema de forma a obter uma compreensão e explicação mais ampla do tema estudado. 
O trabalho parte da perspectiva marxista dialética que consiste em analisar o todo, feito de pedaços cuja autonomia é individualizada e condicionam uma contradição e um conflito que por sua vez está na base da dinâmica da vida material e da evolução da ciência e da história. Segundo (CHAGAS 2011) esse método pressupõe dois momentos inseparáveis: a investigação ou pesquisa e a exposição ou apresentação. Karl Marx redefiniu alguns conceitos da dialética com o objetivo de trazer o pensamento à realidade da sociedade sua teoria marxista, Marx trabalha no contexto das lutas de classes e das contradições impostas pelo materialismo na dialética marxista. Para Marx o mundo só pode ser entendido em um todo, analisando uma idéia e outra contrária até a percepção da verdade. 
No primeiro capítulo iremos abordar umbreve contexto histórico sobre o Transtorno do Espectro Autista compreendendo o que é e o que afeta, será descrito algumas mudanças ocorridas em seu conceito, pois o TEA era identificado como esquizofrenia até o ano de 1943 quando o autor e psiquiatra Kanner conseguiu através de estudos distinguirem o TEA e a esquizofrenia. No segundo capítulo será ressaltado atuação do profissional de Serviço Social e seus meios de intervenção sobre as diversas demandas existentes presente em uma instituição, as formas que o mesmo utiliza como meio do processo de mediação, onde os mesmos conseguem realizar aproximações sucessivas sobre as questões sociais, ressaltando a importância da intervenção do Assistente Social e o impacto do transtorno na família e o ciclo de Sofrimento após a confirmação do diagnóstico. No terceiro capítulo será abordada a importância da inclusão social em nossa sociedade, pois vivemos uma fase em que a aceitação a diversidade e a garantia ao direito a participação social de cada indivíduo, o respeito às suas características, têm surgido como uma questão ética, ocasionando a reivindicação por uma sociedade mais justa e imparcial e para finalizar no terceiro capítulo ainda sobre os direitos do autista demonstrando que os direitos e benefícios conquistados em favor deste público estão assegurados constitucionalmente e possuem aparato do Estatuto da Criança do Adolescente e devem ser garantidos pelo Estado.
 
CAPÍTULO I
VISÃO HISTÓRICA DA DISCUSSÃO DO AUTISMO
Antes de começarmos a compreender sobre o processo histórico do Transtorno do Espectro Autista é importante entender de onde surgiu a palavra autismo, essa palavra é de origem grega onde “autos” possui seus significados “em si mesmo” e “ismo” significa “voltado para”, ficando evidente que se juntarmos estes dois termos podemos compreender as características de uma criança com Transtorno do Espectro Autista – TEA, ou seja, a criança autista possui o seu próprio mundo. (LIRA, 2004; GOMES, 2007).
O Transtorno do Espectro Autista é uma alteração no neurodesenvolvimento que afeta a capacidade da pessoa em comunicar-se, estabelecer relacionamentos e a responder apropriadamente ao ambiente em que vive. Ainda não há uma descoberta científica que mostre o autismo em exames de pré-natal, sendo difícil, portanto o diagnóstico precoce, porém estudos recentes na área da genética têm mostrado uma possível causa. O autismo não é um transtorno fácil de ser explicado, mas os mistérios têm sido aos poucos elucidados, por profissionais através de diversos estudos científicos, até pouco tempo o autismo era visto como uma doença rara, pois a falta de informação fazia com que os pais ficassem sem respostas.
A primeira vez que se utilizou esta terminologia foi em 1911 por Blueler, para indicar perda do contato com a realidade, acarretando uma grande dificuldade ou até mesmo impossibilidade de comunicação, porém o autismo ficou mais conhecido a partir de kanner, em 1943 o psiquiatra infantil Leo kanner, (apud GAUDERER, 1993) e Elis (1996) descreveu sobre um grupo de onze crianças que tinham um padrão de comportamento peculiar, entre eles ocorria a incapacidade de se relacionar com as pessoas, ausência de fala ou formas peculiares de comunicação, fascinação por objetos e destreza em seu manuseio e um desejo ansioso e obsessivo de preservação do ambiente de rotina. Em um período de dois anos após o estudo Kanner criou um substantivo e passou a fala em autismo primário, aquele que ocorre desde o nascimento e o secundário que é aquele que se manifesta após alguns anos, também chegou a chamar de síndrome de kanner em sua homenagem, porém foi apenas durante um curto intervalo de tempo. 
No ano de 1944 o pesquisador austríaco Hans Asperger publicou, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância, um estudo observacional com mais de 400 crianças, avaliando os seus padrões de comportamento e habilidades. Descreveu um transtorno da personalidade que incluía a falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades, monólogo, hiperfoco em assunto de interesse especial e dificuldade de coordenação motora (quadro que depois ficou denominado como sendo como síndrome Asperger) (SILVA, GAIATO & REVELES, 2012, p. 160) 
Donald Triplett nasceu em 1933 nos Estados Unidos, seu pai logo perceberam que seu comportamento fugia dos padrões de uma criança com a mesma idade. Em 1937 Ele foi internado por ordens médicas, com apenas três anos de idade a internação não durou muito tempo, os pais decidiram levá-lo de volta para casa em 1938, foi nesse mesmo ano que Donald foi atendido pelo psiquiatra austríaco Leo kanner vindo a se tornar o caso 1 dentre as 11 crianças estudadas pelo médico e diagnosticadas em uma nova condição ainda não relatada em livros, batizada na época de “autismo infantil”, essas consultas foram o ponto de partida para Kanner publicar um artigo pioneiro, estabelecendo padrões para diagnóstico da sua descoberta. Ao decorrer dos anos foram surgindo vários conceitos a respeito do autismo, onde ainda existiam autores que acreditavam nas possibilidades que a esquizofrenia estava relacionada ao autismo e também autores que relatavam que a causa do autismo em criança era devido ao relacionamento entre pais e filhos. (GAUDERER, 1993).
Breve análise do histórico das pesquisas científicas no que diz respeito ao autismo:
1908 – Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela primeira vez o termo autismo para descrever um grupo de sintomas que relaciona a esquizofrenia;
1943 – Leo Kanner psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos e diretor de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital, publicou a obra Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo, nela descreveu casos de onze crianças que tinham em comum um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice, denominando-as como autistas e usou o termo autismo infantil precoce, pois os sintomas apareciam desde a primeira infância, ele observou que essas crianças respondiam de maneira incomum ao ambiente, incluíam maneirismos motores estereotipados, resistência à mudança ou insistência na monotonia, bem como aspectos não usuais das habilidades de comunicação, tais como a inversão dos pronomes e a tendência ao eco na linguagem – ecolalia. Leo Kanner contextualizou essas observações no desenvolvimento, assim como enfatizou a predominância dos déficits de relacionamento social e dos comportamentos incomuns.
1944 – Hans Asperger psiquiatra e pesquisador austríaco, quase ao mesmo tempo em que Leo Kanner escreveu o artigo A Psicopatia Autista na Infância e publicou um ano depois. Ele observou que o padrão de comportamento e habilidades que descreveu ocorria preferencialmente em meninos, que essas crianças apresentavam deficiências sociais graves, Asperger chamava as crianças de seu estudo de pequenos professores, devido à habilidade de discorrer sobre um tema de maneira detalhada. Em virtude de suas publicações terem sido em alemão e seu principal trabalho na época da guerra, o seu relato recebeu reduzida atenção e só na década de 1980 seu nome foi reconhecido como um dos pioneiros no estudo do autismo, a Síndrome de Asperger com origem em seu nome.
1952 – DSM -I – A Associação Americana de Psiquiatria publicou a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, esse manual forneceu uma nomenclatura e critérios padrão para o diagnóstico de transtorno mental, nesta primeira edição sintomas autísticos semelhantes eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil, o autismo não era considerado como um diagnóstico separado.
1950 /1960 – Durante os anos 50 houve muita confusão sobre a natureza do autismo e sua etimologia. Leo Kanner cunhou o termo, mas foi o psicanalista Bruno bettelheim que o popularizou. Após a 2ª Guerra Mundial havia vários trabalhos psicanalíticos sobre autismo onde pesquisadores analisaram apenas o impacto na vida das pessoas. “Eles não consideraram o papel da biologia ou genética, que agora entendemosser a causa principal.” Fred Volkmar. No início dos anos 60 um crescente corpo de evidências começou a se acumular sugerindo que o autismo é um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos socioeconômicos e étnico-raciais investigados.
1968 – DSM - II - Foi publicada a segunda edição do Manual de Doenças Mentais, que refletia a predominância da psicodinâmica psiquiátrica, sintomas não eram especificados com detalhes em determinadas desordens, eram vistos como reflexos de grandes conflitos subjacentes ou reações de má adaptação aos problemas da vida, enraizados em uma distinção entre neurose e psicose.
1978 – Michael Rutter classifica o autismo e propõe sua definição com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como deficiência intelectual; 2) problemas de comunicação e novamente não só em função de deficiência intelectual associada; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; 4) início antes dos 30 meses de idade. Ao classificar o autismo Michael Rutter cria um Marco divisor na compreensão desse transtorno mental.
1980 – DSM - III - a definição de Rutter e a crescente produção de trabalhos sobre o autismo influenciaram a definição desta condição no DSM – III, quando o autismo pela primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos: os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs), esse termo foi escolhido para refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro eram afetadas no autismo e nas condições a ele relacionadas. CID-10 na época do DSM-III-R, o termo TID foi instaurado e utilizado também na décima revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID10.
1981 – Lorna Wing psiquiatra inglesa desenvolveu o conceito de autismo como um espectro de condições na década de 1970 e posteriormente cunhou o termo síndrome de Asperger numa referência a pesquisa de Hans Asperger, seu trabalho revolucionou a forma como o autismo era considerado e sua influência foi sentida em todo mundo, como pesquisadora e clínica, bem como mãe de uma criança com autismo, ela sempre defendeu uma melhor compreensão e serviços para pessoas com autismo e suas famílias, fundou a National Autistic Society (NAS), juntamente com Judith Gould e o Centro Lorna Wing, foi uma das maiores e mais importantes figuras do mundo do autismo.
1988 – Ivar Lovaas psicólogo da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) publicou um estudo pioneiro no qual demonstrou como a intensidade da terapia comportamental pode ajudar crianças com autismo, dando uma nova esperança para os pais, o DSM substitui autismo infantil com uma definição mais ampla para Transtorno de Autismo.
1994 – DSM-IV - Novos critérios potenciais para o autismo, bem como as várias condições candidatas a serem incluídas na categoria TID, foram avaliadas em um estudo internacional multicêntrico, quem incluiu mais de mil casos avaliados por mais de 100 avaliadores clínicos, os sistemas de avaliação do DSM-IV e da CID-10 tornaram-se equivalentes para evitar uma possível confusão entre pesquisadores e clínicos que trabalhavam em diferentes partes do mundo guiados por um ou por outro sistema nosológico, a definição dos critérios foi decidida com base em dados empíricos revelados em trabalhos de campo, a Síndrome de Asperger é adicionada ao DSM, ampliando o espectro do autismo que passa a incluir casos mais leves em que os indivíduos tendem a ser mais funcional, o DSM-IV-TR foi acompanhado de textos atualizados sobre autismo, Síndrome de Asperger e outros TIDs, os critérios diagnosticados permaneceram os mesmos que os do DSM-IV.
2013 – DSM-V - com o lançamento da 5ª edição do DSM, os subtipos do transtorno do espectro do autismo são eliminados, os indivíduos são agora diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de gravidade. O DSM-V passa a brigar todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico guarda-chuva denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição separada e o diagnóstico para autismo passam a ser definido em duas categorias: alteração da comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados. 
Desse modo, somente na década 60 iniciaram-se novos estudos relacionados ao autismo em si, ou seja, começaram a surgir Organizações e associações para compreensão do autismo, onde posso ir um por finalidade definir e diferenciar o TEA das doenças.
Com base em Gauderer (1993) essas organizações são: Sociedade Nacional para Criança Autista, a Organização Mundial da Saúde e a Associação Americana de Psiquiatria, onde os mesmos possuem a finalidade de compreender realmente o que é o Transtorno do Espectro Autista e quais são os sintomas, partindo desta análise clínica que a Sociedade Nacional para a Criança Autista ressalta que conseguimos diferenciar o transtorno das demais deficiências mentais. Portanto, segundo o mesmo autor baseado no conhecimento da Sociedade Nacional para Criança Autista, relata os sintomas de uma criança com Transtorno do Espectro Autista:
*Distúrbio no ritmo de aparecimento de habilidades físicas, e lingüísticas;
*Reações anormais as Sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneiras de manter o corpo;
*Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem Associação com significado;
*Relacionamento anormal com objetos, eventos e pessoas. Respostas não apropriada a adultos ou crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneiras de vida. (GAUDERER, 1993 página 3, 4).
Com base no que foi abordado acima podemos pactuar os sintomas do TEA e com relação a estes sintomas citados, podemos deixar esclarecido que a criança com TEA terá uma expectativa de vida normal, desde que tenha um acompanhamento médico, pois os mesmos acabam apresentando algumas alterações de sintomas.
A Organização Mundial da Saúde e a Associação Americana de Psiquiatria desenvolveram um manual de diagnóstico que tem por finalidade de fornecer para os médicos todas as orientações gerais sobre o diagnóstico de diferentes doenças, este manual é denominado por DSM, ao decorrer dos anos existiu o DSM I, DSM II, DSM III e atualmente no DSM V, portanto, o DSM V é constituído por código que classificam as doenças, onde o TEA possui o código CID10 e é classificado pelo F.84, portanto podemos deixar pactuado que a partir do DSM V que o autismo passou a ser Transtorno do Espectro Autista e por fim trazendo para a sociedade com a nova respectiva ao que se refere ao autismo.
O autismo é um transtorno até então desconhecido no Brasil, segundo informações disponibilizadas no site institucional, da Associação de Amigos do Autista (AMA) que foi fundada em 1983 pelos pais de crianças autistas. O papel da AMA foi de suma importância no atendimento dessas crianças e na divulgação de informações foi, portanto, bastante relevante. A definição de autismo adotada pela instituição foi a da Austin Socyete of America:
O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre 10 mil nascidos é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença. (ASA 1978 apud GAUDERER, 1997). 
A Associação teve e tem a missão de “proporcionar a pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e integração a sociedade” (AMA 1983). Oferece a família da pessoa com autismo instrumentos para convivência no lar e em sociedade e tende a promover e incentivar a pesquisa sobre o tema. O site relataainda que no ano de 1983 o Dr Raymond Rosenberg tinha alguns clientes com filhos de três anos em média, diagnosticados com autismo há pouco tempo. A única informação sobre o diagnóstico que esses pais tinham era o nome da síndrome. Não havia maiores informações, tratamento e nenhum tipo de recurso nessa área da cidade, no Estado ou no País que pudesse ajudar as crianças e tão poucos familiares. 
Nessa época os atendimentos para as crianças excepcionais não eram adequadas e também não aceitavam criança com autismo. Com isso os pais se reuniram e fundou a AMA, primeira associação para autismo no país. Antes de completar um ano a Associação já tinha uma escola que funcionava no quintal de uma igreja. Por sua natureza de pesquisa na área do autismo e haver uma população carente para ser atendida, a instituição beneficente e sem fins lucrativos enfrenta grande dificuldade em manter-se financeiramente até os dias atuais, desde a época da fundação da AMA, sendo o autismo ainda pouco conhecido, tornava-se muito difícil conseguir ajudas e arrecadar Fundos. Fez-se necessário uma campanha na televisão com o conhecido ator Antônio Fagundes para que as pessoas em geral pudessem familiarizar-se com a palavra autismo e não continuar sem confundindo a AMA com a Associação de Amigos do Artista, ou o alpinista como freqüentemente acontecia. Hoje esse quadro está muito mudado.
De acordo com o site da AMA (2015), ele pode oferecer atendimento 100% gratuito graças a dois importantes convênios com a Secretaria de Educação e Saúde do Estado de São Paulo, que são uma fonte fixa de parte dos recursos necessários à manutenção da instituição. A instituição relata que é sempre necessário levantar recursos para compra de alimentos, materiais pedagógicos, manutenção dos equipamentos e programas de capacitação e motivação dos Funcionários. Atualmente, o desconhecimento em relação ao autismo diminuiu, muitas pessoas se envolveram com a causa e fundaram associações semelhantes, para a educação de pessoas com autismo no Brasil. Outros países se envolveram com o trabalho da AMA, como a Suécia, que durante mais de 10 anos contribuíram financeiramente e tecnicamente. Já foram realizados encontros regionais e nacionais, cursos e congressos, continua-se trazendo profissionais estrangeiros altamente qualificados que dão apoio técnico a todo o trabalho realizado pela AMA.
Com sua longa jornada de trabalho, a AMA conquistou o reconhecimento como instituição de utilidade pública (utilidade pública: municipal-decreto n° 23.103 - 20/11/1986, estadual decreto nº 26.189 - 06/11/1986 e Federal - D.O.U.24/06/1991). Receberam da sociedade, prêmios pelo trabalho realizado, como o "Prêmio Bem Eficiente", da kanitz e Associados (1997 e 2005) e o "Prêmio Direitos Humanos", da UNESCO e do Poder Executivo Federal (1998), entregue a AMA pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Atualmente todas as instituições (AMA) no Brasil estão reunidas através de uma entidade nacional, a Associação Brasileira de Autismo (ABRA), seu lema é: a união faz a força, e tem como missão representar aqueles que lutam pelos direitos das pessoas com autismo em âmbito nacional.
No âmbito Mundial pedindo mais atenção para o Transtorno do Espectro Autista o dia 2 de Abril foi instituído pela ONU em 2008, como Dia Mundial da Conscientização do Autismo ou simplesmente Dia Mundial do Autismo. O autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. Essa data serve para ajudar a conscientizar a população mundial sobre o tema e o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre esta doença, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos. No Brasil o dia mundial do autismo é celebrado com palestras e eventos públicos que acontecem várias cidades brasileiras, o objetivo é o mesmo em todo lugar, buscar conscientizar e informar as pessoas sobre o que é o autismo e como lidar com a doença, nesta data, vários pontos turísticos do país é iluminado de azul, cor que simboliza o autismo.
Segundo Silva, Gaiato & Reveles, os dados do Center of Deseases Controland Prevention, órgão ligado ao Governo dos Estados Unidos existe hoje um caso de autista a cada 110 pessoas, dessa forma, estima-se de que o Brasil com seus 200 milhões de habitantes possua cerca de dois milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo, contudo apesar de números, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.
Incidências e Características do TEA
Desde 2013 o autismo passou a ser chamado de TEA, quando falamos a palavra espectro englobamos pessoas muito diferentes com sintomas que variam em níveis de comportamento, entretanto, há duas áreas que estão sempre prejudicadas: comunicação social e comportamentos, que são repetitivos e com foco em interesses restritos. Essa denominação veio para colocar fim a muitas discussões e para ajudar várias pessoas com síndrome de Asperger que não estavam encontrando os mesmos direitos que os autistas clássicos. Cada tipo de autismo possui certas características específicas, deste modo a Organização Mundial de Saúde, relata que o autismo nada mais é que:
 Uma síndrome presente desde o nascimento ou que começa quase sempre durante os trinta primeiros meses. Caracterizando-se por respostas anormais a estímulos auditivos ou visuais, e por problemas graves quanto à compreensão da linguagem falada. A fala custa aparecer e, quando isto acontece, nota-se ecolalia, uso inadequado dos pronomes, estrutura gramatical, uma incapacidade na utilização social, tanto da linguagem verbal quanto corpórea (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1998) 
Esses comportamentos muitas vezes se manifestam pelo interesse intenso e focalizado em um assunto em particular; com movimentos corporais estereotipados como ajeitar as mãos e uma sensibilidade aumentada a sons ou texturas. O conceito de espectro reflete a ampla gama de desafios e até que ponto que as pessoas com autismo podem ser afetadas. A ocorrência é de cerca de uma em cada cem pessoas tem TEA. Sabe-se de que é qu vezes mais comum em meninos do que meninas. Umas em cada 68 crianças nascidas têm autismo.
Segundo a classificação internacional de doenças (CID - 10), publicada pela Organização Mundial de Saúde, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades acentuadas no comportamento, interação social, comunicação e sensibilidade sensoriais, algumas dessas características são comuns entre pessoas com Transtorno do Espectro Autista, outros são típicos da doença, mas não necessariamente exibido por todas as pessoas do espectro do autismo. Podemos citar: comportamental, a interação social e a comunicação.[2: Fonte: Organização Mundial de Saúde – Classificação dos transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnosticadas. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993(Anexo II do livro Guia Prático do Autismo de Ana Maria S. Ros de Mello]
No comportamental as pessoas com Transtorno do Espectro Autista devido às dificuldades que tem de responder ao ambiente podem apresentar um comportamento incomum. O seu comportamento é geralmente uma tentativa de comunicar os seus sentimentos ou para lidar com uma situação. Problemas de comportamento podem ocorrer como resultado de sua maior sensibilidade a um som ou algo que pode ter visto ou sentido. As pessoas com TEA aderem rigidamente à rotina e podem passar seu tempo com comportamentos repetitivos a fim de tentarem reduzir as incertezas e manter a previsibilidade do ambiente.
Podemos destacar outros comportamentos como: Interesses intensos ou hiperfoco; movimentos corporais estereotipados e repetitivos, tais como ajeitar as mãos; manipulação repetitiva de objetos, tais como ligar e desligar ou alinhar brinquedos; insistência em aderir rotinas, tais como passar sempre pelo mesmo lugar e fazer as coisas sempre na mesma ordem a cada vez; interesses sensoriais incomuns, como cheirar objetos ou olhar atentamente paraobjetos em movimento; sensibilidades sensoriais incluindo evitar sons do cotidiano como secador de cabelo, aspiradores de pó e texturas como areias; eficiência intelectual ou dificuldades de aprendizagem.
A interação social dessas pessoas encontra dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos, eles têm dificuldades para entender algumas formas de comportamentos não-verbais típicos como expressões faciais, gestos físicos e contato visual. Eles são muitas vezes incapazes de compreender e expressar as suas necessidades, assim como podem ter dificuldades de interpretar e compreender as necessidades dos outros, isso prejudica a sua capacidade de partilhar interesses e atividades com outras pessoas, por esta razão, podem parecer distantes e indiferentes. A dificuldade da comunicação verbal em geral acarreta problemas de interação social podendo abandonar brincadeiras de jogos, com comportamentos repetitivos para evitar a interação. Algumas formas de dificuldade de interação social são: 
 Utilização limitada e compreensão da comunicação não-verbal, como o olhar, a expressão facial e o gesto; 
Dificuldade de iniciar e manter amizades; 
Falta de compartilhamento de prazeres, interesses e atividades com outras pessoas; 
Dificuldades com a capacidade de resposta social e emocional. 
Na comunicação eles invariavelmente têm de uma forma ou de outra dificuldade de se comunicar. Há algumas pessoas com ASD que falam fluentemente outros podem ter alteração da fala em diferentes graus, alguns poucos podem ainda serem incapazes de falar normalmente, dentre os que conseguem falar, sua linguagem pode ser limitada ou incomum. O seu discurso pode incluir a repetição de frases ou palavras de forma a fazer as mesmas perguntas várias vezes. As pessoas com ASD geralmente só falam de temas que são de interesse para eles, o que torna difícil a troca de experiência na comunicação. Eles têm dificuldade em interpretar as formas não verbais de comunicação, como expressões faciais, gestos e outras linguagens corporais. A comunicação prejudicada é caracterizada por: 
Desenvolvimento atrasado da linguagem; 
Dificuldades de iniciar e manter conversas; 
Uso estereotipado e repetitivo da linguagem como repetir sempre as mesmas frases.
Tabela 1 – COMPORTAMENTO AUTISTA
 
 Fonte: Mello,2007.
O Autismo Como Fator de Exclusão
Segundo Santomé (2003) na antiguidade os deficientes já sofriam exclusão, sendo mortos por ser considerada inválida e incapaz, com o passar do tempo, a religião os viu como pessoas que precisavam de cuidados e quem cuidavam visava o meio de alcançar o clamor divino.
Grandin e Scariano (1999) Informaram que o autista não é considerado uma pessoa com deficiência, mas um indivíduo com transtornos globais do desenvolvimento, ou seja, com distúrbios nas interações sociais recíprocas que costuma manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida.
Baseado nos aspectos sintomáticos da síndrome, Johnson (1998) diz que a pessoa autista é excluída do direito à vida junto com outras pessoas que não têm autismo, uma das tendências características do autismo é o isolamento.
Orrú (2003) destaca que para transformar a condição do autista de excluído em seu mundo para incluído no mundo social, é necessário perceber que esta relação é uma via de mão dupla, na qual dentre as muitas coisas precisam ter significado para o autista, muitas outras precisam ser apropriadas e compreendidas por nós, abrindo espaço para uma nova concepção.
A exclusão social de indivíduos com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem, sempre quando tratamos do tema integração ou inclusão social nos remetemos às pessoas com deficiência. As crianças com autismo enfrentam perante a sociedade uma série de preconceitos e a ausência de traços físicos que caracterizem a síndrome contribuem para que isso ocorra, mesmo tendo em vista que todos são iguais perante a Lei, sem diferença alguma e usufruindo da liberdade, igualdade e segurança que garantam os seus direitos. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), apresenta em seu artigo 4 que:
Art.4. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao esporte, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
É fundamental que a sociedade esteja preparada para lidar com a diversidade humana, nenhuma criança ou adolescente com autismo pode ser condenada a segregação, simplesmente pelo fato do preconceito ou da ausência de informação acerca da síndrome. A sociedade deve compreender suas dificuldades e permitir que a criança e o adolescente com autismo sejam inclusos de fato, contribuindo para que sua participação social ocorra no âmbito familiar, escolar, entre outros, para exercerem seu papel que é fundamental no âmbito social, porém, mas do que permitir este acesso é importante que a sociedade dê apoio a família destes sujeitos de modo a contribuir com este processo de inclusão social, que por si só, representa um grande desafio. 
Além das transformações que ocorrem no seio da família e a necessidade de desenvolver formas de enfrentamento, bem como a inclusão social,o que muitas vezes demanda da família uma mudança em seu cotidiano. A sociedade capitalista não apresenta condições básicas para que as famílias protejam seus filhos da exclusão social, já que é uma sociedade totalmente excludente e com serviço social público despreparado e não adaptados para atender à criança e ao adolescente com autismo. Considerando ainda que isto venha de encontro com a necessidade deste sujeito ser respeitado e ser atendido em suas necessidades específicas, de modo que não fique de fora do acesso aos direitos básicos para uma vida digna. 
1.3 O Preconceito Como Forma De Exclusão
Segundo Goffman (2008), é possível afirmar que na sociedade é comum atribuir às pessoas que se comportam de maneira diferente das ditas como “normais” um estigma. O autor afirma que o termo estigma é uma categoria que faz referência a um atributo depreciativo, são empregado as pessoas que são consideradas desacreditadas, aquela apresenta imperfeições, ou seja, de uma espécie indesejável, um estranho. Ainda de acordo com o autor, o estigmatizado carrega consigo o peso de não possuir uma identidade social em que a sociedade confere as pessoas “perfeitas” o estigma como um conceito atribuído a quem apresenta algo diferente ou desvio de comportamento pode ser visto como aquele que não é aceito pela sociedade.
Nesse sentido Goffman (op.cit.) chama atenção para a forma como os indivíduos constroem a identidade social a partir do que vemos e dos preconceitos que existem em cada um de nós, ele conceitua também os diferentes tipos de estigma, as imperfeições do corpo, as de caráter individual como a desonestidade, os distúrbios mentais e as de raça, nação e religião que são transmitidos pela família. 
Com isso Goffman (op.cit.) destaca a forma como algumas vezes contribuímos como uma teoria do estigma ou uma ideologia para explicar a sua inferioridade e dar conta do perigo que ela represente ao mesmo tempo o estigmatizado tenta corrigir sua situação para ser aceito ou passa a usar esse estigma como forma de defesa. No entanto o que a sociedade precisa fazer é superar o preconceito e as barreiras impostas pelos indivíduos, para que todos possam viver e desenvolver cada um dentro das suas potencialidades. 
Vale acrescentar que segundo Goffman (op. cit.) o encobrimento do estigma é um fator que deve ser considerado, já que em muitas famílias quando tem um indivíduo que apresenta o estigma, sobretudo uma criança, os pais tendem a encapsular a mesma na aceitação doméstica e na ignorância daquilo que ele irá se transformar, no intuito de proteger seus filhos acaba provocando maiores preconceitos, por não permitirem um convívio com a sociedade, não percebemque não estarão ali para sempre para defender os filhos das dificuldades que irão surgir ao longo dos anos. 
É importante considerar que Goffman (op.cit.) traz como interpretação que a sociedade faz a respeito da identidade social de alguém que se estabelece como um estigma desaparece quando ele mesmo diz:
É provável que o mais afortunado dos normais tem o seu defeito semi- escondido, e para cada pequeno defeito há sempre uma ocasião social em que ele aparecerá com toda a força, criando uma brecha vergonhosa entre a identidade social virtual e a identidade social real. (GOFFMAN, 2008, p.138) 
Pode-se afirmar que nenhum ser humano está livre de defeitos ou pode ser considerado perfeito, todos são diferentes, portanto não há um padrão de identidade, muito menos de comportamento. Rotular uma pessoa com a síndrome nada mais é do que marcar para sempre sua vida e de sua família que já vive em uma sociedade preconceituosa, que não lhe oferece espaço digno para se desenvolver e são obrigadas a comportar-se de maneira que agrade aos olhos dessa mesma sociedade, entretanto para além de modelos de comportamento impostos pela sociedade os autistas e seus familiares ainda vivem no dia a dia o descaso do Estado que dificulta a implantação de políticas específicas, bem como a efetivação dos seus direitos já existentes.
CAPÍTULO II
O IMPACTO DO DIAGNÓSTICO DO AUTISMO NA FAMÍLIA
Uma família que recebe um diagnóstico médico de autismo passa a entender que aquele quadro ambíguo, aquele “algo errado” que percebia em seu filho ou filha eram sério comprometimento individual. É muito árduo para os pais enfrentarem essa situação, especialmente ao receberem o diagnóstico, é nesse momento que é de grande importância a orientação de um profissional capacitado, pois cada família reage de uma forma diferente, algumas recorrem à fé outras a ciência, outras vão mais além e tentam fugir da realidade e a maioria passa por todas essas formas de enfrentamento da situação. Existem várias formas de ajudar os pais a compreender o que estão passando e sentindo, o acompanhamento terapêutico, ou seja, a psicoterapia é uma delas, pois os pais quando estão bem podem ajudar ainda mais os filhos. 
A experiência da AMA que é de pais e de educadores de pessoas com autismo, constatou a importância de três caminhos a serem conscientemente buscados pelas famílias que se deparam com a questão do autismo e suas vidas, são eles:
CONHECER a questão do autismo;
ADMITIR o autismo;
BUSCAR apoio de um grupo de pessoas que também estejam envolvidas com a mesma questão e que procuram conviver com ela da melhor maneira possível.
Para os pais o apoio das pessoas próximas ou que tenham casos semelhantes é importante, desde que acolham da melhor forma possível sem julgamentos ou críticas. A doença leva a vivenciar algumas limitações, no âmbito familiar são verificadas rupturas que modificam o emocional da família e suas atividades sociais. (SPROVIERI e ASSUMPÇÃOJR, 2001).
A família de um autista vivencia várias situações e tensões, passando a influenciar nas relações familiares, o estado de equilíbrio vivenciado por conta das dificuldades enfrentadas pela família tem um efeito no paciente dificultando sua saúde emocional e de seus familiares. (SPROVIERI e ASSUMPÇÃO JR, 2001)
A família, diante de um transtorno que ocasiona mudanças, deve se organizar para cuidar da criança autista. Sprovieri e Assumpção Jr.(2001 p. 236) esclarecem:
A família enfrenta os efeitos de um de seus membros serem permanentemente sintomático, com deficiências que progridem gradativamente. Os períodos de alívio das exigências ligadas a doenças são mínimos, o que contribui para a família se diz funcionar. 
Guzman, Henrique, Gianoto, Bedin e Duart (2002), indicam que são habituais alguns sentimentos como medo e constrangimento em meio a pais de crianças autistas, tendo em vista que as informações ainda são limitadas, também o entendimento e experiências acerca do transtorno, isso pode dentro do contexto familiar causar uma rachadura no vínculo dos membros. Na visão de Sprovieri (1995) os sentimentos das pessoas que estão ao redor da criança autista como os pais e parentes próximos, colaboram para o estresse e esgotamento da família gerando um desgaste. Portanto é possível elaborar um trabalho que tenha como finalidade sondar os sentimentos das famílias em relação à criança, contribuindo com o andamento das adequações das famílias com as crianças autistas. 
Há estudos que apontam a relação entre o autismo infantil e estresse familiar. Segundo Fávero e Santos (2005 p. 367) a literatura aponta que:
[...] As preocupações com a gravidade dos sintomas e com agressividade do filho fazem do estresse da família com criança autista ser maior quando comparado com famílias com crianças portadoras de outras enfermidades, tais como, a Síndrome de Down. 
A situação de uma família que tem criança autista é difícil em diferentes aspectos, seja referente ao bem-estar físico, psíquico e social dos membros ou até mesmo a questão financeira. Deste modo alguns autores argumentam que os pais têm que passar pela dor da perca do filho “perfeito”, que foi idealizado, para que possam visualizar as reais habilidades e potencialidades de sua criança (FÁVERO e SANTOS, 2005). 
Os pais que imaginam os filhos como extensão de si mesmos têm dificuldades em aceitar a sua condição de diferença.
O autismo do filho coloca os pais frente às emoções de luto pela perda da criança saudável que esperavam. Apresenta, por isso, sentimento de desvalia por terem sido escolhidos para viver essa experiência dolorosa. (SPROVIERI & ASSUMPÇÃO, 2001, p.231) 
Para Gayhard (M.Pereira,2005) dá-se na família o “Ciclo do sofrimento e da dor padrão”. As fases do ciclo estão expostas a seguir: 
Tabela 2- Ciclo Do Sofrimento E Da Dor-Padrão De Gayhard 
 
 Fonte: M. Pereira, 2005, p.17
Após a confirmação do diagnóstico, assiste-se ao choque e a depressão, a sensação de perda e diminuição da autoestima, caracteriza por sentimento de profunda tristeza e uma visão negativa está do futuro. Ao receber a notícia do diagnóstico os pais sentem que perderam a criança com que tinham sonhado, os planos que fizeram desaparecem e tem de se adaptar a viver com essa perda. A estabilidade emocional acontece quando os pais conseguem avaliar a criança com realismo, a partir do momento em que aceita a realidade, mais preparados se tornam para as adversidades da condição. 
Durante o período de gravidez os pais idealizam um bebê perfeito e saudável, quando se dão conta de que essa não é a realidade, o choque é doloroso e adaptação difícil. A negação ocorre freqüentemente após o diagnóstico, quando os pais não querem acreditar na realidade, este sentimento é influenciado pela invisibilidade das características físicas da criança, que aparentemente “normais” escondem a perturbação. A negação pode impedir uma boa comunicação entre pais e técnicos, o que se torna um problema no sentido em que nem sempre os pais seguem as suas recomendações. 
A culpabilidade também está presente nestas famílias. Perguntas como: “O que é que eu fiz? De quem é a culpa?” são comuns, assim como a revisão minuciosa acerca do período de gravidez, em busca de possíveis causas. (MARQUES & CASTANHEIRA,2000).
Outros sentimentos presentes neste ciclo são a vergonha, isolamento, pânico e raiva. A vergonha de ter um filho diferente e de ser alvo de observações da sociedade, junto com a vergonha vem o isolamento. É freqüente o desconforto destes pais em contexto social, pois são confrontados com o fato de não conseguirem controlar o comportamento dos filhos. Para evitar olhares discriminatórios da família alargada e da sociedade, estas famílias isolam-se, mas por vezes acontece de a sociedade afastar-se por falta de informação sobre o assunto e por medo do desconhecido. 
O pânico está também presente nestas famílias, que se encontram desorientadas e assustadas com uma perturbação difícil e ainda com questões. Não existem soluções claras e concretaspor parte dos profissionais, mas sim estratégias para ajudar a criança no cotidiano e nos casos de sucesso, conseguir a sua autonomia. O sentimento de raiva está associado a crença de incapacidade de realizar um plano de vida que tinha para o filho que não podem cumprir.
Nas próximas fases do ciclo estão a esperança e a negociação. Com o tempo os pais vão compreendendo melhor as características desta patologia e vão aceitando, tentando interiorizar a situação. É nesta fase que se dá na maior parte das vezes a confrontação e decidem trabalhar da melhor forma para que a criança desenvolva e adquira competências. Geralmente Este é o passo que antecede a aceitação, em que se começa a encarar o mundo com mais coragem para poderem estar prontos para o futuro. Agora os pais adaptam-se a problemática da Criança e as exigências cotidianas.
2.1 A Intervenção do Serviço Social Junto a Portadores de Necessidades Especiais e Suas Famílias
O serviço social surgiu com a necessidade de dar resposta às situações de exclusão, vulnerabilidade e fragilidade social tendo como objetivo garantir o respeito pelos direitos humanos. O seu surgimento também está ligado aos valores humanistas, focando-se no respeito pela humanidade e valores que a defendam, que desenvolvam a participação social e cívica, que promovam a igualdade de direitos sociais e valores educativos promotores do respeito e inclusão social.
O assistente social convive cotidianamente com as mais amplas expressões da questão social, matéria prima de seu trabalho. Confronta-se com as manifestações mais dramáticas dos processos da questão social no nível dos indivíduos sociais, seja em sua vida individual ou coletiva. (ABESS/CEDEPSS, 1996, p.154-5) 
Sendo assim, a questão social é uma série que expõe a contraposição do modo capitalista de produção, esta contraposição está instituída na produção e apropriação da riqueza produzida por uma sociedade, enquanto os trabalhadores operários geram a riqueza, os capitalista ou burgueses se apropriam dela, torna-se primordial a inserção do Serviço Social no campo das desigualdades sociais para que haja intervenção profissional nas expressões da questão social, uma vez que a desigualdade não permite que o trabalhador desfrute das riquezas por ele produzidas.
O respeito pelos direitos sociais e diversidade é um dos pilares da intervenção do Assistente Social no trabalho com crianças autistas e suas famílias. Vale ressaltar que o profissional do Serviço Social para realizar uma intervenção sobre as diversas demandas existentes presente em uma instituição deverá realizar um estudo social do território, este estudo se dá por meio de indicadores sociais, tais como: a faixa etária dos usuários, o sexo, quantos utilizam os benefícios adquiridos pela assistência, a questão da renda familiar, entre outros. 
A partir destes indicadores sociais o profissional utiliza como meio o processo de mediação, onde os mesmos conseguem realizar aproximações sucessivas sobre as expressões das questões sociais, ou seja, desmistificar as demandas da sua imediaticidade, para que possa compreender a sua universalidade e por fim entender as particularidades de cada demanda.
Portanto é de grande relevância que o profissional de serviço social realize este meio de mediação, pois é a partir desta análise do contexto da demanda que o Assistente Social consegue adquirir as respostas profissionais sustentáveis para os usuários, tendo por finalidade proporcionar a transformação social da realidade posta. Procuramos salientar a relevância do serviço social por meio dos programas e projetos socioassistenciais desenvolvidos nas instituições que atendem os portadores de transtorno mental, com a intenção de que consigam resgatar ou encontrar o rumo da autonomia através de intervenções interdisciplinares.
O serviço social desenvolve e amplia atividades socioeducativas e culturais tendo em vista a inclusão social de pessoas com deficiência e seus familiares, que vão desde orientações a pareceres que sejam capazes de colaborar com a introdução do usuário em projetos e programas sociais voltados para a promoção da cidadania. Nesse segmento, Pereira (2000, p. 254) analisa como o profissional deve atuar diante desta demanda:
É importante que o profissional da área de saúde mental, de modo especial o Assistente Social em sua intervenção junto à família, atentem para esta realidade, para que propiciem àquelas possibilidades de superar as dificuldades vividas no convívio com membro portador de transtorno mental, dividindo com ele o tempo de cuidar, através da oferta de serviços de atenção psicossocial diário, oferecendo-lhe o apoio necessário dos serviços para lidar com o estresse do cuidado e convidando-o a participar da elaboração dos serviços e de sua avaliação (e aqui não só a família, como também os próprios usuários). 
São inúmeras as necessidades dos Portadores de Transtornos Mentais e seus familiares, são variadas e divergem em diversas etapas da doença, o que indica a necessidade de uma série de serviços e atitudes que permitam atendimento sabe que a atuação do Assistente Social visa propagar a garantia dos direitos sociais ao portador de transtorno mental e de sua família. O profissional do Serviço Social está envolvido com a construção dos projetos de inclusão social, isonomia e integralidade, os princípios da cidadania, visando diminuir o estigma e o preconceito sobre o doente mental. 
Os serviços assistenciais visam promover melhoria na qualidade de vida do portador de distúrbio psíquico não só no convívio social e comunitário, mas também no contexto familiar. A partir da década de 40 o Assistente Social passa a compor a equipe de profissionais que trabalhavam na área da saúde mental, visto que no percurso desse andamento o Serviço Social esteve desvalorizado por inúmeras vezes, diminuindo a importância da atuação do profissional. Assim como em qualquer área de trabalho o Assistente Social deve-se haver o entendimento das relações sociais onde a pessoa está inserida, priorizando os espaços familiares a fim de que haja prosseguimento das intervenções praticadas, a atuação do profissional não deve restringir-se a um atendimento isolado, uma determinada parcela, é preciso ter um olhar para o todo. 
Em relação às famílias dos Portadores de Transtorno Mental (PTM) o trabalho do assistente social vai estar diretamente ligado ao fortalecimento de vínculos para com integrante que demanda atenção e cuidados especiais, o que em diversas ocasiões tem como efeito a rejeição e a indiferença, afetando as duas partes. Algo supostamente descomplicado que qualquer pessoa seria capaz de fazer mesmo sem formação acadêmica, é se colocar a disposição das famílias para ouvir, mostrando atenção e interesse as várias questões apresentadas por elas, a escuta é na realidade um passo no caminho a ser trilhado na procura de algo maior, cuja diferença está na intencionalidade do Assistente Social que pode se deixar limitar pelas demarcações institucionais e outros desafios a serem superados ou então indicar e realizar modificações na realidade dessa família vítima de exclusão social.
Bisneto (2007, p. 145) coloca com exatidão o que cabe ao profissional para superar determinadas fragilidades ainda existentes no campo de saúde mental:
É necessário o assistente social reconhecer seu próprio valor, saber o que está fazendo, criar um discurso profissional, publicar idéias, lutar por seus princípios, fazer alianças, se expor profissionalmente em Saúde Mental. É claro que o profissional de campo precisa contar com a colaboração de seus colegas de academia: a universidade também deve desenvolver esse discurso profissional com pesquisas, aulas, extensão, publicações, conferências entre outros recursos. 
Bisneto (2007) aponta que o profissional ao apoderar-se de técnicas da medicina, psicologia ou terapia familiar, acaba confundindo-se como se fossem pertencentes destas profissões, desviando-se dos objetos postos pelo Serviço Social, assim tornando distante a luta pelosdireitos sociais e a transformação da realidade.
Um assunto fundamental, no entanto não detalhado na vigente pesquisa é interdisciplinaridade, ou seja, profissionais das diversas áreas e saberes, suas ações são articuladas com um propósito em comum e não priorizar saberes, visto que cada um tem a sua preciosa contribuição a oferecer ao PTM e suas famílias nos mais variáveis aspectos, salientando que o Assistente Social nunca construirá respostas sustentáveis priorizando interesses isolados. Um conceito que deve ser levado à prática também quando se refere ao PTM e sua família é o emponderamento, quer dizer em palavras compreensíveis disponibilizar as condições para que a família possa proporcionar cuidados ao PTM de modo digno referindo-se a perspectiva dos direitos sociais, trata-se também do interesse no não incentivo de uma relação de inferioridade e dependência, cabendo ao Assistente Social providenciar meios para que essa família tão vitimada pela dominação e exclusão possa de fato se enxergar como provedora, para que isto aconteça é imprescindível que o profissional em seu dia-a-dia concretize os seus princípios éticos que priorizam a autonomia, emancipação, busca ao acesso a programas e serviços de qualidade procedentes das políticas sociais, enfrentamento contra a discriminação e o preconceito, entre outras questões que tanto se conciliam com a realidade do PTM e suas famílias.
Não se encontra um método preciso de atuação, porém as possibilidades de modificações são imensas, mas dependerá em grande parcela do tipo do profissional, todavia ainda que se encontre limitações institucionais, um Estado faltoso diante de seus deveres, famílias derrotadas pelos desapontamentos contínuos se evidenciam nesse contexto a indispensabilidade e a importância do Serviço Social, entretanto é o Assistente Social que irá determinar através de sua visão da realidade e intervenção na mesma se tal importância e necessidade serão fortalecidos ou rapidamente excluídas.
Segundo Nietzsche (2011), a ação profissional dos Assistentes Sociais deve efetivar-se através de programas de intervenção, ao contribuir para a socialização e a consolidação dos direitos do indivíduo e de sua família. Por esse motivo a atuação desses profissionais não pode se resumir aos usuários, devendo estar também vinculada à família dos mesmos. Para a autora é competência do profissional de Serviço Social observar e entender as mudanças societárias e lutar pela conquista de uma sociedade mais democrática, onde haja a consolidação da cidadania e da justiça social. 
Ao lidar com o autismo é indispensável que o Assistente Social procure compreender as especificidades dessa expressão da questão social, bem como as particularidades de cada indivíduo, tornando assim o seu trabalho mais qualificado. São vários os espaços ocupacionais em que este profissional poderá trabalhar com crianças e adolescentes autistas, como por exemplo, na Assistência e Previdência Social, na educação especial, ou mesmo em escolas regulares e nos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil entre outros.
2.2 A Atuação do Assistente Social na Consolidação dos Direitos do Autista
Aquino aponta para a importância da atuação dos Assistentes Sociais com a pessoa autista quando disserta que:
O Serviço Social tem sua atuação voltada para as necessidades emergentes do ser humano, buscando uma análise critica da realidade e a elaboração de propostas de alternativas de atendimento a essas necessidades. Nesse sentido, trata-se de um campo profissional que pode contribuir significativamente na melhoria das condições de vida dessa parcela da população. Aquino, (2007, p.12) 
Isto é, o profissional da Assistência Social atua a partir de programas de intervenção, elaboração e execução dos mesmos. Na efetivação dos direitos dos cidadãos e de suas famílias. Deste modo o trabalho do Serviço Social com o indivíduo conseqüentemente não pode ser desvinculado da família, pois: 
A família configura-se como o espaço primordial e privilegiado para a socialização do ser humano, além de permanecer como instância fundamental na busca de estratégias de sobrevivência, desenvolvimento e proteção integral de seus membros, apesar de vir sendo alvo de uma série de discussões e avaliações acerca de seu possível enfraquecimento e desagregação (KALOUSTIAN,1994 apud AQUINO, 2007, p.6) 
O Assistente Social possui uma área de trabalho cada vez mais amplo e passando por constantes transformações das próprias mudanças da sociedade. A autora Iamamoto (2008, p.2) falando a respeito destas mudanças diz que: 
A radicalização liberal em tempos de mundialização do capital reafirma o mercado como órgão regulador supremo das relações sociais e a prevalência do individuo produtor, impulsionando a competição e o individualismo e desarticulando formas de luta e negociação coletiva. 
Compete ao profissional empenhar-se para compreender estas transformações e procurar estratégias que foquem em um comtemporaneo modelo societário, com uma amplificação e consolidação da cidadania, posicionamento em prol da equidade e justiça social, a busca de uma sociedade mais democrática e entendendo a liberdade como uma amplitude do valor ético central. 
Nos diferentes espaços ocupacionais do Assistente Social, é de suma importância impulsionar pesquisas e projetos que favoreçam o conhecimento de modo de vida e de trabalho – e correspondentes expressões culturais – dos segmentos populacionais atendidos, criando um acervo de dados sobre os sujeitos e as expressões da questão social que as vivenciam. O conhecimento criterioso dos processos sociais e de sua vivencia pelos indivíduos sociais poderá alimentar ações inovadoras, capazes de propiciar o atendimento as efetivas necessidades socais dos segmentos subalternizados, alvos das ações institucionais. (IAMAMOTO, 2008, p25)
O Serviço Social fixado não só m um, mas em vários espaços ocupacionais, ira trabalhar coma pessoa autista em múltiplas áreas, seja na assistência por mio do Beneficio de Prestação Continuada, nas escolas regulares bem como na Educação Especial, as áreas de atuação do Serviço Social vão se expandindo, e a educação faz parte dessa expansão. Assim como a autora destaca acima, é fundamental que o Assistente Social procure compreender as manifestações da questão social, buscando uma intervenção profissional qualificada, é necessário entender cada demanda e particularidade de cada sujeito.
Segundo Aquino apud Rosa (2002), famílias de pessoas com necessidades especiais têm atingido resultados positivos com programas que oferecem apoio social. Em termos tem proporcionado bem-estar pessoal e avanço no desenvolvimento do comportamento da criança. Os pais atuam como agente de mudança de comportamento dos filhos e reivindicando os seus direitos.
Segundo a Lei 8.662 de 07 de junho de 1993, institui entre outras competências do assistente social: “XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.”
É necessário conhecer as demandas com que se vai trabalhar, seja em qual área for o profissional precisa conhecer a instituição, as ferramentas e a rede, para que possa realizar os atendimentos de forma eficiente. No caso de trabalhar com pessoas autistas é imprescindível compreender a realidade com a qual irá tratar, é indispensável entender o autismo, sua definição, incidência, sua etiologia e seus problemas.
O trabalho do Assistente Social objetiva a autonomia da pessoa com deficiência, se não for possível uma autonomia completa que chegue o mais próximo que puder, seja deficiência física, intelectual, cognitiva, sensorial ou múltipla enfrenta diversas barreiras na sociedade. Para tal, os profissionais que trabalham com estas demandas devem estar preparados com opções heterogêneas para o enfrentamento dos obstáculos de cada indivíduo. O profissional de Serviço Social irá trabalhar com o propósito de buscar o cumprimentodos direitos, onde a busca pela autonomia da pessoa com deficiência é imprescindível para a emancipação da mesma. Conforme a Lei 8.662 constitui competências do assistente social: 
[...]
V – orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer o uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais;
O Assistente Social passa a intervir respeitando os princípios da singularidade, liberdade e autodeterminação de cada indivíduo, respeitando sua vida privada e autonomia, reconhecendo suas competências e capacidades, além da interdependência face aos direitos e deveres cabíveis a todo cidadão em sociedade. O acompanhamento do Assistente Social visa direcionar o indivíduo autista aos serviços apropriados para a conquista de autonomia, através da aquisição de competências necessárias para o desempenho de suas atividades, encaminhando e acompanhando o indivíduo e suas famílias aos serviços terapêuticos e pedagógicos aplicados a cada caso.
Quando se fala de autonomia com relação à pessoa autista temos que levar em conta suas particularidades, pois eles não podem ser autônomos por conta própria, entretanto o Serviço Social exerce com grande importância para os autistas seguirem em busca da autonomia, facilitando informações, direitos, programas que venham a auxiliar a diminuição das barreiras sociais, desigualdades com restrições de ações que geram deficiências e ainda presentes na organização social contemporânea.
Segundo Sassaki (2003, p. 36):
O grau de autonomia resulta da relação entre o nível de prontidão físico social da pessoa com deficiência e a realidade de um determinado ambiente físico social. Por exemplo, uma pessoa com deficiência pode ser autônoma para descer de um ônibus, atravessar uma avenida e circular dentro de um edifício para cuidar de seus negócios, sem ajuda de ninguém nesse trajeto. Uma outra pessoa com deficiência pode não ser autônomo e por isso necessitar uma ajuda para transporte algum obstáculo do ambiente físico. Tanto a prontidão físico-social como o ambiente físico-social podem ser modificados e desenvolvidos. 
É importante levar em conta que o acesso aos direitos do autista pode significar a ampliação das possibilidades de autonomia, visando à ampliação da Liberdade do sujeito. Uma questão que destacamos a respeito do tema e que veio à tona diversas vezes durante este estudo é a questão do acesso aos direitos, serviços, programas, assim como a permanência e qualidade dos mesmos e não da mera inclusão.
2.3 Por Que Assistentes Sociais e Psicólogos nas Escolas?	
A escola é uma instituição que tem como público-alvo crianças e adolescentes, pessoas em processo de desenvolvimento biopsicossocial que passam por uma série de transformações e que estão expostas as múltiplas expressões da questão social como pobreza, desemprego, violência entre outras que podem interferir no processo ensino-aprendizagem. A Ementa constitucional N⁰ 83 de 23/05/2014 assegura a atuação de Assistentes Sociais e Psicólogos no processo de ensino-aprendizagem das escolas públicas do Estado do Amazonas. 
A inserção de Assistentes Sociais e Psicólogos nas escolas é essencial, a presença desses profissionais nas escolas poderia contribuir para diminuição dos quadros de adoecimento e negação de direitos atuando junto aos alunos, pais, responsáveis e servidores da Educação fazendo escuta especializada, orientação, encaminhamentos, acompanhamento psicossocial, palestras, oficinas, rodas de conversa nas diversas situações como: Relação família-escola; Transtornos de aprendizagem; Educação inclusiva de pessoas com deficiência; Saúde mental; Mediação de Conflitos; Prevenção as violências; Prevenção ao uso ou abuso de álcool e outras drogas; comunicação não violenta no ambiente escolar. 
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CAPITULO III 
OS DESAFIOS DA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM AUTISMO
Quando falamos sobre a inclusão social, temos que ter em mente que é algo muito complexo, onde envolve desde a qualidade dos serviços prestados, como também a equidade social, o respeito com a diversidade, entre outros, pois quando a criança é inclusa na sociedade ela passa a ser uma cidadã portadora de direitos. Com base na legislação Brasileira sobre pessoas portadoras de deficiência, 6ª edição p. 29 relata que:
Artigo 3 - princípios gerais:
Os princípios da presente convenção são:
a) o respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, Inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
b) a não discriminação;
c) a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade;
e) a igualdade de oportunidades;
f) a acessibilidade;
g) a igualdade entre o homem e a mulher;
h) o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo Direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade. 
O debate sobre inclusão social é de fundamental importância em nossa sociedade, pois vivemos uma fase em que a aceitação a diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada indivíduo, o respeito às suas características, têm surgido como uma questão ética, ocasionando a reivindicação por uma sociedade mais justa e imparcial. Nesse sentido, o contexto da inclusão social traz como propósito, a noção de uma sociedade que considera e abrange a diversidade humana, nos mais diversos tipos de atividades e nas diversas redes de convívios procurando alcançar a todos, “estruturando-se para atender às necessidades de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginalizados” (WERNECK, 1999, p.108)
Não podemos tratar da inclusão de crianças com necessidades especiais sem sermos enviados diretamente para o campo da educação, uma vez que a educação está existente no cotidiano e é resguardada como um direito de todos, sem nenhum tipo de diferenciação, traçando linhas para que o processo da inclusão seja desencadeado. Entretanto, nota-se que dez anos após a elaboração da Declaração de Salamanca que é vista como um dos principais documentos mundiais que visam à inclusão social, este documento foi elaborado em 1994, em Salamanca na Espanha, na Conferência Mundial sobre Educação Especial, aborda sobre princípios, políticas e práticas em educação especial, com intuito de preparar a sociedade para acolher e reconhecer a diversidade biopsicossocial. A caminhada é longa e demorada, uma vez que se faz necessário destruir muitos padrões.
Ao falarmos em inclusão gera uma revolução da qual a definição muitas vezes é distorcidas e assim discutidas pelos mais diversos segmentos educacionais, é uma mobilização mundial de enfrentamento dos indivíduos com deficiências e seus familiares na procura por seus direitos e lugar na sociedade a inclusão está associada a todos os indivíduos que não possuem as mesmas oportunidades no meio da sociedade, porém inserir alunos déficits de ordem inalterável ou momentânea, grave ou não no ensino regular nada mais é que assegura o direito de todos à educação, dessa maneira diz a Constituição Federal.
Para Aranha (2002), inclusão significa afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, continência, circunvizinhança, ou seja, incluir aquele que de alguma forma teve seus direitos perdidos ou por algum motivo não exercem. Esse tema tem como foco questionar e despertar interesses não só de educadores como de outros profissionais que se atraem por essa. É nesse espaço que serão construídos os cidadãos do futuro, este Cidadão em construção demanda uma maior atenção do sentido do respeito para com os que estão ao seu redor, é necessário que haja uma instrução para que estes se habituem com as diferenças e tentem construir uma sociedade distinta igualitária, é necessário o respeito às diferenças e ter conhecimento para lidar com as capacidades e limitações dos indivíduos.
Pode-se concluir

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