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2021 
 
 
 
SUELLAINE MATIAS DE MIRANDA 
DEGASPERI 
 
 
INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS 
AUTISTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
como exigência parcial para obtenção da colação de grau 
do curso Licenciatura em Letras pelo 
Centro Universitário Internacional (UNINTER). 
 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
SUMÁRIO 
 
1. OBJETIVOS ................................................................................................... 1 
2. PROBLEMÁTICA ........................................................................................... 2 
3. PROFESSOR ................................................................................................. 4 
4. ENTENDENDO O AUTISMO ......................................................................... 5 
4.1. Causas ..................................................................................................... 6 
5.2. Diagnóstico .............................................................................................. 6 
5. INCLUSÃO ESCOLAR ................................................................................... 9 
5.1. Políticas públicas para inclusão social ................................................... 10 
6. CONSIDERAÇOES FINAIS ......................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos pais que buscam uma sociedade 
democrática com relações mais humanas, e de modo 
especial, dedico com carinho, alegria e muito 
respeito, aos estudantes com autismo e aos professores 
que oferecem ensino público com qualidade. Saibam vocês 
que permaneceremos de mãos dadas (e ninguém solta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por todos os momentos da minha vida, pela certeza de que sua proteção 
me trouxe tranquilidade nesta jornada e tudo em volta se manteve em harmonia. 
Assim, pude me distrair em meus pensamentos, compreendi o silêncio, aprendi 
a estar comigo e silenciosamente despertei. 
Aos meus filhos, Annelice, Davi e Stella, por serem pacientes e bondosos, e 
docemente me ensinarem o que é o amor. Sem o Amor deles eu nada seria. 
Gostaria de aproveitar e exibir minha gratidão aos dois primeiros que me fizeram 
ter curiosidade pelo assunto a ponto de querer me aperfeiçoar mais sobre isso. 
Sou eternamente grata a Deus pela oportunidade que Ele me concedeu de 
cuidar de vocês. O que me faz colocar no plural uma frase da escritora Rafaela 
de Carvalho: ‘E de todas as pessoas do mundo que poderiam ser, vocês vieram 
para mim e eu para vocês.” Gostaria de agradecer a compreensão da última por 
inúmeras vezes estar ausente cuidando dos irmãos, espero que você entenda 
que as vezes a necessidade é grande, mas o amor por vocês é maior. 
Ao meu marido Lucas, por acreditar que era possível e se dedicar em oferecer o 
seu melhor ao cuidar de mim, deles e de nós. 
A minha mãe, pela perseverança, pelo apoio e carinho que me possibilitaram um 
olhar mais sensível para tudo que existe. Aprendi que dedicação aos filhos 
permanece por toda a vida. 
A minha irmã e sobrinhos, que sem perceberem me ensinaram o respeito à 
família. 
Aos meus sogros, por compreenderem minha ausência e perdoarem. 
Agradeço porque aprendi que uma única palavra de incentivo pode mover 
montanhas, que o equilíbrio físico e espiritual é prioridade, que o essencial 
realmente é invisível aos olhos. Constatei que, de fato, as sonhadas 
transformações acontecem na coletividade e compreendi, enfim, que o desejo e 
a angústia sempre caminharão lado a lado, mas não há o que temer. 
Ao meu pai, in memorian. 
 
 
 
2021 
 
 
 
 
 
 
- Vou pegar esse cílio que caiu no seu rosto para fazermos uma 
brincadeira. 
- Pronto, agora coloca o seu dedo aqui. 
- Vamos, coloca o dedo em cima do meu. Isso! 
- Agora você faz o seu pedido e depois eu faço o meu. 
- Eu quero ser Blu. 
... (disse ela sorrindo). 
- E eu quero sair voando! (sorrindo). Vamos soltar os dedos, 
 quem ficar com o cílio vai ter o pedido realizado. 
- Espera! E eu desejo que Mariana esteja dentro da bolha. 
- Dentro da bolha? Então vamos lá. Tira o dedo...agora! Olha!!! 
É o meu pedido que vai se realizar. E agora eu vou sair voando? 
- Não vai não. Eu desejei para você. Lembra? Dentro da bolha. 
- Ah não... o que eu vou fazer dentro de uma bolha? (Ela riu). 
- Calma Bolinha de Sabão, vai ficar tudo bem.. 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
 
RESUMO 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso objetivou conhecer as conquistas 
e os impasses dos docentes durante a inclusão dos alunos com Transtorno do 
Espectro Autista (TEA) dentro da sala de aula do ensino regular, analisando suas 
noções sobre o processo escolar e as adaptações curriculares. Para tanto, 
adotamos a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. Esta última ocorreu 
dentro de casa, tendo por sujeitos: filhos estudantes com Transtorno do espectro 
Autista, professores e cuidadores responsáveis pelos alunos com TEA. Durante 
a pesquisa de campo foram utilizados o instrumento de observação com registro 
em diário de campo e o questionário aplicado junto aos professores dos alunos 
com TEA, cujo foco foi conhecer seus conhecimentos acerca do TEA e das 
metodologias que podem favorecer a inclusão desses alunos no ambiente 
escolar. Os resultados da pesquisa nos revelaram que existe um 
enfraquecimento visível referente à formação e capacitação dos docentes e que 
essa se reflete na inclusão dos alunos com TEA, se tornando um impasse 
significativo para inclusão desses alunos na rede regular de ensino. Além disso, 
outro aspecto a ser considerado diz respeito à presença dos acompanhantes 
especializados, cujas formações precisam ser compatíveis com a 
responsabilidade que assumem. Tais resultados nos levam a repensar sobre os 
reais significados da inclusão e da necessidade urgente que as políticas públicas 
assumam a responsabilidade sobre a formação docente, como instrumento 
principal em favor dos alunos que necessitam de olhar diferenciado e da 
regulamentação da profissão de acompanhante especializado. Sem isto, 
consideramos que não será possível falar sobre inclusão, mas, somente de 
inserção e matrícula de estudantes com deficiência ou transtornos na escola, 
sem que se atendam suas necessidades e se garanta seus direitos, conforme 
prevê a legislação brasileira. 
 
Palavras-chave: TEA. Inclusão. Formação Docente. Diagnostico. 
1 
2021 
1. OBJETIVOS 
Mostrar a importância de os profissionais da educação terem pleno 
conhecimento para um início de diagnóstico da doença e intervenção em sala de 
aula. 
A informação traz o diagnóstico precoce e isso é fundamental para a vida. A 
educação especial no Brasil possui uma trajetória consideravelmente 
significativa em termos de surgimento, porém ainda na atualidade percebe-se 
que existem muitas resistências e despreparo de profissionais em relação ao 
ensino de crianças autistas. 
 
2 
2021 
 
2. PROBLEMÁTICA 
A dificuldade de acesso aos serviços de saúde da criança com transtorno do 
espectro autista no sistema de saúde ainda é muito deficiente, embora a Lei 
8.080 estabeleça que a saúde é um direito de todos e um dever do estado, 
(Constituição Federal 1988, art. 196), a realidade é bem diferente para quem vive 
o dia-a-dia com pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). 
Ainda existe um agravante, a procura das famílias pelo tratamento é maior que 
as ofertas oferecidas nesses locais (MELLO, HO, DIAS, ANDRADE, 2013). 
Pensando nisso, podemos comparar a falta de profissionais de educação 
capacitados para lidar com os casos de autismo. Se faltam vagas e profissionais 
de saúde, a situação se agrava quando comparada com a educação. 
Sabe-se que a criança com o TEA necessitará de uma diversidade de atenção e 
como o número de vagas é insuficiente, algumas criançasficam sem tratamento, 
ocasionando com isso nessas crianças incapacidades cognitivas além da perda 
da autonomia para promoverem seu autocuidado gerando o sofrimento familiar, 
existindo ainda a preocupação sobre o futuro destas, já que serão dependentes. 
Só recentemente o Autismo passou a aparecer oficialmente na agenda política 
de saúde, com a aprovação da Lei N. 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que 
estabeleceu diretrizes para sua execução. 
A referida lei considera toda pessoa com transtorno do espectro autista (TEA) 
como deficiente, apesar das políticas de saúde existirem e estarem disponíveis 
a sociedade, ainda percebemos o grande déficit de atenção voltada para a área 
em estudo, principalmente no que tange o conhecimento do profissional do 
professor, outro agravante é o diagnostico tardio que pode gerar sérios prejuízos 
sem reversão, pois o tempo que se perde é significativo para criança que 
necessita de intervenções imediatas para sua possível melhora em sua 
qualidade de vida (BRASIL, 2013). 
3 
2021 
Estima-se que 90% dos brasileiros com autismo não foram diagnosticados, obter 
o diagnostico diferencial no Brasil é uma problemática e uma das causas desse 
atraso é a falta de conhecimento dos sinais e sintomas do autismo e se 
conhecem desvalorizam e menosprezam, os sinais muitas vezes evidentes. Já 
nos estados unidos os pediatras são ensinados para identificar e diagnosticar 
precocemente o autismo pelo menos até os 03 anos, no Brasil o diagnostico em 
média é feito dos 05 aos 07 anos (SILVEIRA, 2013). 
Diante do exposto elaboramos a seguinte pergunta: O profissional de saúde 
encontra-se capacitado para detectar casos suspeitos de autismo no programa 
de crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos na Atenção Básica 
ou a melhor escolha seria a escola fazer esse rastreio e encaminhar para o 
profissional de saúde? 
 
 
 
4 
2021 
3. PROFESSOR 
O interesse pelo Autismo Infantil tem sido crescente no Brasil, uma prova disso 
é o grande número de congressos, encontros e grupos de estudos que têm se 
dedicado a este assunto. Apesar de todas as dúvidas que cercam esta síndrome, 
cabe, neste momento, abordarmos conhecimentos fundamentais sobre suas 
características e procedimentos metodológicos utilizados em sala de aula. 
Os profissionais de saúde da atenção básica familiar muito pouco acompanha a 
criança. Já o professor tem contato diário com todos os sintomas da criança sem 
qualquer interferência que um setting terapêutico poderia camuflar o transtorno. 
Não é tirando a responsabilidade do medico ou psicólogo, mas evidencia-se que 
a escola é quem mais acompanha a criança e merece ser ouvida independente 
de qualquer outra coisa. 
A colaboração também dos pais no histórico escolar do aluno deve ser 
reconhecida pela escola e a mesma deve auxiliar a família a desempenhar o seu 
papel na educação e evolução de seus filhos. Escola e família são duas 
instituições fundamentais para a evolução física, intelectual e social da pessoa. 
 
 
5 
2021 
4. ENTENDENDO O AUTISMO 
O termo AUTISMO tem origem da palavra grega (autos) que quer dizer por si 
mesmo e foi criado pelo psiquiatra Eugen Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir 
o termo para caracterizar a pessoa com grande dificuldade ou impossibilidade 
de comunicação, que não tinha distinção da realidade e apresentava dificuldade 
em se relacionar com os demais, o que definiu o autismo como uns dos sintomas 
da esquizofrenia (GADIA; TUCHMAN; ROTTA, 2004, p.83) e (MENALI, 2015, 
p.14). 
Os primeiros estudos sobre o Autismo que se tem registro, foram publicados pelo 
médico psiquiatra austríaco Leo Kanner (1943), e o austríaco Hans Asperger 
(1944), observando o comportamento de crianças que atendiam, uma inabilidade 
interpessoal e incapacidade de estabelecer relações de maneira normal com as 
pessoas e na fase inicial de suas vidas. 
Para Baptista e Bosa (2002) tanto Kanner quanto Asperger empregaram o termo 
para chamar a atenção sobre a qualidade do comportamento social que 
perpassa a simples questão de isolamento físico, timidez ou rejeição do contato 
humano, mas se caracteriza, sobretudo, pela dificuldade em manter contato 
afetivo e recíproco. 
As síndromes autísticas e a de Asperger são síndromes originadas de alterações 
precoces e fundamentais no processo de socialização, levando a uma cascata 
de impactos no desenvolvimento da atividade e adaptação, da comunicação e 
imaginação sociais, entre outros comprometimentos. Muitas áreas do 
funcionamento cognitivo estão frequentemente preservadas e, às vezes, os 
indivíduos com essas condições exibem habilidades surpreendentes e até 
prodigiosas. (KLIN, 2006, p.10). 
O Autismo é definido por Mello (2007), como um desenvolvimento anormal 
caracterizado por alterações presentes desde idade muito precoce, geralmente 
antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres 
do desenvolvimento humano afetando a comunicação, interação social, 
aprendizado e capacidade de adaptação. 
6 
2021 
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5): O 
transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na 
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo 
déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de 
comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, 
manter e compreender relacionamentos. 
Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro 
autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, 
interesses ou atividades. 
Considerando que os sintomas mudam com o desenvolvimento, podendo ser 
mascarados por mecanismos compensatórios, os critérios diagnósticos podem 
ser preenchidos com base em informações retrospectivas, embora a 
apresentação atual deva causar prejuízo significativo” (AMERICAN 
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014 p.75). O autismo é um transtorno que afeta 
toda a família, pois a criança autista, dependo do grau do acometimento, 
demanda muitas vezes dedicação exclusiva de seu cuidador ou educador. 
 4.1. Causas 
As causas do autismo são desconhecidas, para Mello (2007), podem estar 
relacionadas a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. 
Acredita-se que esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não 
definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Martins 
(2010), também afirma que tanto os genes como fatores ambientais estiveram 
correlacionados com muitos casos diagnosticados. 
 5.2. Diagnóstico 
O transtorno do espectro autista somente é diagnosticado quando os déficits 
característicos de comunicação social são acompanhados por comportamentos 
excessivamente repetitivos, interesses restritos insistência nas mesmas coisas 
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Mello (2007) complementa 
que o diagnóstico de autismo é feito basicamente através da avaliação do quadro 
clínico e que não existem testes laboratoriais específicos para a detecção do 
7 
2021 
autismo. Por ser um diagnóstico difícil e complexo de se concluir, as crianças 
com sinais sugestivos de TEA, devem ser encaminhadas a uma equipe de 
profissionais da saúde para avaliar criteriosamente as habilidades da criança 
incluindo os perfis de desenvolvimento, cognição, comunicação, sensorialidade, 
motricidade e comportamento. De um modo geral, as manifestações 
comportamentais de uma criança autista, são: 
 Isolamento social; 
 Hiperatividade; 
 Não possui o contato visual; 
 Possui movimentos estereotipados e repetitivos; 
 Usa objetos de forma incomum; 
 Usa as pessoas como ferramenta; 
 Distúrbios sensoriais, e entre outros. 
 O TEA é uma subclassificação do transtorno do neurodesenvolvimento onde 
engloba outros transtornos como: o transtorno de Asperger, o transtorno 
desintegrativo da infância, otranstorno de Rett e o transtorno global do 
desenvolvimento sem outra especificação da American Psychiatric Association, 
(2014, p.853). Ele é caracterizado em 3 níveis centrais (descritos no quadro 1), 
por déficits em dois domínios centrais: 
1) déficits na comunicação social e interação social e; 
2) padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses e atividades. 
Os níveis de gravidade do transtorno são avaliados de acordo com a 
comunicação social e o comportamento restritivo e repetitivo que o indivíduo 
apresenta, veja no quadro 01: 
Quadro 01 - Níveis de gravidade para transtorno do espectro autista 
Nível de gravidade Comunicação social 
Comportamento restrito e 
repetitivo 
Nível 3 “Exigindo apoio muito 
substancial” 
Déficits graves nas 
habilidades de comunicação 
social verbal e não verbal 
causam prejuízos graves de 
funcionamento, grande 
limitação em dar início a 
interações sociais e resposta 
mínima a aberturas sociais 
que partem de outros. 
Inflexibilidade de 
comportamento, extrema 
dificuldade em lidar com a 
mudança ou outros 
comportamentos 
restritos/repetitivos 
interferem acentuadamente 
no funcionamento em todas 
as esferas. Grande 
8 
2021 
sofrimento/dificuldade para 
mudar o foco ou as ações. 
Nível 2 “Exigindo apoio 
substancial” 
Déficits graves nas 
habilidades de comunicação 
social verbal e não verbal; 
prejuízos sociais aparentes 
mesmo na presença de 
apoio; limitação em dar início 
a interações sociais e 
resposta reduzida ou anormal 
a aberturas sociais que 
partem de outros. 
Inflexibilidade do 
comportamento, dificuldade 
de lidar com a mudança ou 
outros comportamentos 
restritos/repetitivos aparecem 
com frequência. Sofrimento 
e/ou dificuldade de mudar o 
foco ou as ações. 
Nível 1 “Exigindo apoio Na ausência de apoio, déficits 
na comunicação social 
causam prejuízos notáveis. 
Dificuldade para iniciar 
interações sociais e 
exemplos claros de respostas 
atípicas ou sem sucesso a 
aberturas sociais dos outros. 
Pode parecer apresentar 
interesse reduzido por 
interações sociais. 
Inflexibilidade de 
comportamento causa 
interferência significativa no 
funcionamento em um ou 
mais contextos. Dificuldade 
em trocar de atividade. 
Problemas para organização 
e planejamento são 
obstáculos à independência. 
 
 
 
9 
2021 
5. INCLUSÃO ESCOLAR 
A inclusão escolar, na postura de protótipo educacional objetiva a implantação 
de uma escola acolhedora, livre de critérios ou exigências de qualquer natureza, 
nem formas de seleção ou discriminação para a entrada e a existência de todos 
os alunos (ALVES, BARBOSA, 2006). Segundo Brasil (2005), as escolas 
predispostas a integrar consistem em uma forma mais eficaz de combate às 
atitudes discriminatórias, criando e construindo uma sociedade acolhedora e 
inclusiva fornecendo educação para todos, além de propiciarem uma educação 
satisfatória à maioria das crianças, melhorando a eficácia e a relação custo-
benefício do sistema educacional. 
Para Nassar (2009, p. 113) “Incluir é compreender, inserir, introduzir, fazer parte; 
ao realizarmos a inclusão, estamos todos fazendo parte de um mesmo 
movimento o da igualdade social. ” A desmedida desigualdade social no Brasil 
precisa ser refutada e a igualdade deve guiar toda ação política que possa 
interessar em combatê-la (KUPFER, 2005). 
Legitima-se que a dificuldade encontrada pelos sistemas de ensino pode tornar 
evidente a primordialidade de enfrentar as condutas discriminatórias e gerar 
possibilidades para a superação das mesmas, a educação inclusiva alcança o 
espaço central na discussão da sociedade moderna e do papel da escola no 
domínio da dialética da exclusão (BRASIL, 2008). 
O trabalho desenvolvido pela educação inclusiva reflete na ideia de que esse 
trabalho é a resposta para qualquer escola, porque incita a educação a se 
desenvolver para ser capaz de acolher as diversidades de todas as crianças 
(MONTELLANO et al., 2009). 
Conforme Kupfer (2005) quando se fala de inclusão escolar remete-se 
involuntariamente a igualdade e diferença, em um momento preza-se pela 
igualdade e em outro as suas diferenças, tal conflito chega à sala de aula onde 
a professora não sabe de qual lado se encontra, a situação piora quando esta 
tem diante de si uma criança com um distúrbio e que não se resigna às regras. 
10 
2021 
A inclusão escolar inicia-se na educação infantil, onde a estruturação de 
desenvolvimento e conhecimento são expandidas como base indispensável e 
quando se trata da educação de jovens e adultos essa é mantida como uma 
extensão das chances de escolarização, bem como mercado de trabalho 
(BRASIL, 2008). 
Para Marchesi (2004) a conceituação de escola inclusiva se concebe como uma 
forma extrema de compreender a reposta educativa às diferenças dos alunos e 
no amparo aos seus direitos à integralização e na necessidade da transformação 
das escolas, para que possibilite a qualidade da educação, sem exclusão. 
A escola comum pode ser considerada inclusiva quando ela considera a 
diversidade do aluno diante o método educativo e procura fazer com que todos 
participem e evoluam de acordo com os novos mecanismos pedagógicos. Sabe-
se que tal mudança não acontece instantaneamente, pois tais mudanças 
transcendem às salas de aula e a escola (ROPOLI et al., 2010). 
A inclusão implica dedicação para que se reestruture as condições atuais em 
que a maioria das escolas se encontram, ao reconheceram que as dificuldades 
não giram somente em torno dos alunos, mas também de como o ensino é 
ministrado e de como a aprendizagem é formada e avaliada (MANTOAN, 2003). 
Para que as demandas de integrar o aluno com necessidade especial sejam 
atendidas, faz-se necessário uma reformulação da escola regular, dessa 
maneira o aluno seria transferido da escola especial para a escola regular 
reformulada e capaz de recebe-lo e integrá-lo (MARCHESI, 2004). 
Afim de que a escola comum inclusiva se concretize torna-se necessário o 
desenvolvimento de novas concepções, bem como o redirecionamento das 
práticas pedagógicas que sejam adaptáveis a inclusão (BRASIL, 2010) 
5.1. Políticas públicas para inclusão social 
Quando se fala em inclusão, o sentido é muito intenso, não se limita somente à 
escola, mas refere-se a toda área que uma pessoa ocupa, seja escolar, 
profissional, pessoal ou social. (OLIVEIRA, 2008). O Decreto federal nº 
3.956/2001 (BRASIL, 2001), com base na Convenção Interamericana para a 
11 
2021 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras 
de Deficiência, declara que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos 
humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como 
discriminação com base na deficiência, toda diferenciação ou exclusão que 
possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades 
fundamentais. Esse Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo 
uma reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da 
diferenciação adotada para promover a eliminação das barreiras que impedem 
o acesso à escolarização. 
Quando se pensa em termos de inclusão, é comum a ideia de simplesmente 
colocar uma criança que tem autismo em uma escola regular, esperando assim 
que ela comece a imitar as crianças normais, e não crianças iguais a ela ou 
crianças que apresentam quadros mais graves. Podemos dizer, inicialmente, 
que a criança com autismo, quando pequena, raramente imita outras crianças, 
passando a fazer isto apenas após começar a desenvolver a consciência dela 
mesma, isto é, quando começa a perceber relações de causa e efeito do 
ambiente em relação a suas próprias ações e vice-versa. (MELLO,2007, p.41). 
 A Lei Federal 12.764/2012 (BRASIL, 2012) institui a Política Nacional de 
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista dentre 
outros direitos, dá acesso à educação e ao ensino profissionalizante [...]também 
determina que o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a 
matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de 
deficiência, será punido com multa, e em caso de reincidência deverá haver a 
perda do cargo. 
Apesar da existência da legislação, a falta de profissionais qualificados e 
informados sobre este assunto ainda é um fator que impede que a lei possa ser 
cumprida e impede essa interação social aos portadores do TEA. Para que haja 
a inclusão social para todos, é preciso mudar a forma de pensar e agir, 
respeitando o outro como ele é, observando as diferenças e o tempo de 
aprendizagem de cada ser (OLIVEIRA, 2008, p.43). 
12 
2021 
 Como o ambiente escolar é lugar de formação de indivíduos para a vida, não se 
deve esquecer que crianças especiais e, também, aquelas que possuem certos 
déficits de aprendizagem, como os alunos de salas de recursos, também 
necessitam de uma metodologia que lhe seja capaz de transmitir conhecimentos, 
pois, como estão em um ambiente diverso, cabe ao professor ser o mediador de 
um conteúdo propício a todos. (PELIN, 2013, p.23). 
 A inclusão só é de fato verdadeira quando o indivíduo é tratado como um ser 
único, para que suas necessidades sejam atendidas evitando a generalização 
ou a padronização de métodos de ensino-aprendizagem. 
A escola para ser inclusiva precisa se adaptar a todos os alunos, não só ao 
especial, reestruturando sua organização escolar e pedagógica para que cada 
aluno faça parte da instituição, receba um atendimento especializado e de 
qualidade para que possa estudar e viver socialmente. 
Contudo, quando ocorre apenas o processo de integração ao aluno especial 
possibilita-se a inserção em uma sala de aula onde irá interagir com os demais, 
participando das aulas, cumprindo seu “dever” de aluno, mas a escola não muda 
a sua estrutura para que isso aconteça; simplesmente o aluno com necessidades 
especiais será tratado como igual a todas outras crianças (MARTINS, 2011, 
p.13). 
 
 
 
13 
2021 
6. CONSIDERAÇOES FINAIS 
Com base nas informações coletada, fica evidente que a formação de 
professores é essencial para que a educação inclusiva ocorra de modo efetivo e 
adequado. Entender e suprir as necessidades educacionais especiais de 
pessoas com deficiência é garantir um direito legal. 
Há uma diversidade de falas e saberes que precisam ser trabalhados no 
cotidiano escolar para que os profissionais se apropriem do saber e tornem suas 
atividades mais próximas do que se deseja, a inclusão escolar. 
Mediante os resultados observados e analisados, constatou-se que, para haver 
de fato uma aprendizagem significativa, é necessário desenvolver programas de 
formação continuada, que qualifiquem os professores e outros profissionais para 
trabalharem na Educação Inclusiva, contribuindo, assim, para a melhoria da 
qualidade do ensino. 
Trata-se de um processo, o que significa entender, que terá um caminho a ser 
percorrido para que o mesmo esteja em efetivação com segurança. Estamos 
neste momento, e a formação docente, sendo colocada como uma preocupação 
materializada em ações concretas, consequentemente, trará efeitos para uma 
prática educativa que contemple todas as crianças. 
Para que a inclusão aconteça, apenas a criação da lei que dá direitos igualitários 
de benefícios e programas sociais, não será válida, se não capacitarem 
profissionais para atenderem as necessidades desses indivíduos. A inclusão 
educacional não deve ser apenas dada por leis e modismos. A inclusão é direito 
da criança e dever do Estado, visto que a educação é um direito de todos. Todos 
os direitos que o portador de necessidade especial conquistou, e vem 
conquistando, é uma luta árdua que já vem sido trabalhada há muito tempo 
(MENALI, 2015, p.25). 
Assim como o indivíduo autista precisa do convívio social, também necessita de 
atendimento diferenciado, pois possuem limitações acentuadas de acordo com 
sua particularidade.

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