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TCC CORRIGIDO FINAL

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Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) 
 
 
 
 
DANIELLY MARIA LUZ 
LÍVIA RAYANE MOREIRA DE SOUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O AUTISMO E A INCLUSÃO NOS ANOS 
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO: PEDAGOGIA 
POLO: JARAGUÁ 
ANO: 2019 
2 
 
DANIELLY MARIA LUZ 
LIVIA RAYANE MOREIRA DE SOUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Autismo E A Inclusão Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado ao Instituto de Ciências Sociais e 
Comunicação da Universidade Paulista, como 
requisito parcial para a obtenção do grau de 
Licenciatura em Pedagogia. 
 
Orientador: Fernando 
 
 
 
 
 
Polo: Jaraguá 
Ano: 2019 
3 
 
DANIELLY MARIA LUZ 
LIVIA RAYANE MOREIRA DE SOUSA 
 
 
 
 
O AUTISMO E A INCLUSÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso (TCC) de 
graduação apresentado ao Curso de Pedagogia 
a Universidade Paulista, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduação de 
Licenciatura em Pedagogia. 
 
 
 
 
Jaraguá, de de 2019. 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
(Doutor Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira) 
 
 
 
 
(Doutor Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira) 
 
 
 
 
 
(Doutor Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira) 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus 
que é o meu mantenedor em todas as coisas e 
ao meu esposo Josiel Silva que me apoiou em 
todos os momentos tanto financeiramente, para 
a manutenção de todo o meu curso, quanto 
emocionalmente, dando todo o suporte 
necessário para o meu crescimento 
profissional. A eles todo o meu amor e 
gratidão. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A inclusão e o diálogo podem ser aprendidos, 
mas só as escolas que sabem incorporá-los na 
prática são capazes de ensiná-los.” 
(Andrea Ramal) 
 
6 
 
RESUMO 
 
Este trabalho fundamenta-se em pesquisas e informações embasadas e robustas feitas por 
vários pesquisadores especialistas no assunto e objetiva-se em disseminar conhecimentos e 
expor um panorama geral de como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) interfere na vida 
de seus portadores, e qual o papel da educação junto a esse desafio de educar junto às 
diferenças. Para esse oficio foi realizada uma vasta pesquisa bibliográfica passando por 
diversos autores e autoridades no assunto, assim, colocaremos em destaque o que é e quais 
são os sintomas do Transtorno do Espectro Autista, como e de que forma o educador pode ser 
um mediador importante no processo de inclusão escolar principalmente nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental que tem recebido cada vez mais crianças dentro do Espectro Autista. 
Deteremo-nos também, ao importante processo de inclusão escolar que além de ser 
extremamente importante na vida de uma criança com necessidades educacionais especiais, 
inclusive a criança com TEA, também é um direito garantido por lei. A primeira parte da 
pesquisa tratará do que é e quais são os sintomas do transtorno, como interferir nos sintomas 
precocemente e garantir uma melhor qualidade de vida para todos os autistas de uma maneira 
geral. A Segunda parte tratará da importância da inclusão no ambiente escolar e como é 
fulcral ter um profissional da educação preparado e munido de conhecimentos sobre o assunto 
para interferir de maneira eficaz na educação de alunos com TEA e garantir mais 
independência a eles e o direito de exercerem ao máximo sua cidadania junto ao restante da 
sociedade. Entendemos que a escola deve proporcionar um ambiente acolhedor, integrador e 
profissionais qualificados para lidarem com desafios educacionais dos mais diversos e o 
autismo e a inclusão da criança com autismo será o nosso principal foco de estudo e 
conhecimento durante toda pesquisa desse trabalho. Elencaremos também os direitos 
garantidos por lei aos autistas no Brasil e como ter acesso a eles. Por meio de toda essa 
arguição e estudos realizados para esta tarefa esperamos agregar e propagar conhecimentos 
sobre um assunto que ainda gera muitas dúvidas em quem ouve falar e até mesmo pra aqueles 
que lidam com algum familiar autista. No Brasil sabe-se que em muitas escolas públicas e 
privadas muitos professores e atores da educação desconhecem muitas informações 
importantes sobre o autismo, faze-se necessário sair dos conhecimentos básicos e nos 
aprofundarmos cada vez mais em novas informações. Esse é o principal intuito desse trabalho. 
 
Palavras-Chave: autismo/inclusão/escola/TEA/Transtorno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
This paper is based on robust and well-researched research and information by a number of 
specialist researchers and aims to disseminate knowledge and provide an overview of how 
Autistic Spectrum Disorder (ASD) interferes with the lives of its carriers, and what the role of 
education in this challenge of educating in differences. For this workshop, a vast bibliographic 
research was carried out, passing by several authors and authorities on the subject, so we will 
highlight what is and what are the symptoms of Autistic Spectrum Disorder, how and how the 
educator can be an important mediator in the field. school inclusion process mainly in the 
early years of elementary school that has increasingly received children within the Autistic 
Spectrum. Let us also dwell on the important process of school inclusion which, besides being 
extremely important in the life of a child with special educational needs, including the child 
with ASD, is also a right guaranteed by law. The first part of the research will address what 
the symptoms of the disorder are, and how to interfere with symptoms early and ensure a 
better quality of life for all autistic people in general. The second part will address the 
importance of inclusion in the school environment and how crucial it is to have an education 
professional prepared and knowledgeable about the subject to effectively interfere with the 
education of pupils with ASD and ensure more independence and the right to exercise. 
citizenship to the rest of society. We understand that the school should provide a welcoming 
environment, integrating and qualified professionals to deal with the most diverse educational 
challenges and autism and the inclusion of children with autism will be our main focus of 
study and knowledge throughout the research of this work. We will also list the rights 
guaranteed by law to autists in Brazil and how to access them. Through all this argument and 
studies performed for this task we hope to add and propagate knowledge on a subject that still 
generates many doubts in those who hear and even those who deal with an autistic relative. In 
Brazil it is known that in many public and private schools many teachers and education actors 
are unaware of many important information about autism, it is necessary to get out of basic 
knowledge and get deeper into new information. This is the main purpose of this work. 
 
Keywords: autism / inclusion / school / ASD / Disorder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
SUMÁRIO 
 
Conteúdo 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 9 
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................... Erro! Indicador não definido. 
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 12 
1.2.1 Objetivo Geral: .................................................................................................................. 12 
1.2.2 Objetivos Específicos: .......................................................................................................12 
2 REVISÃO DE LEITURA ............................................................................................................... 13 
2.1 Autismo- Definição- Sintomas e Impacto no meio Social da Criança ....................................... 13 
2.2 TRATAMENTOS – ESTIMULAÇÕES E MEDICAMENTOS .............................. 21 
3.1 DIREITO DA PESSOA COM AUTISMO ......................................................................... 36 
4 METODOLOGIA: .......................................................................................................................... 44 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS: ......................................................................................... 46 
6 REFERÊNCIAS: ..................................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Qual a primeira referência que nos vêm à mente quando falamos de crianças com 
autismo? Seria a imagem de uma criança antisocial, com movimentos repetitivos e 
estereotipados? 
Estudos feitos pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção de Saúde 
americano (CDC-Center for Disease Control and Prevention),apontam que o autismo afeta 
hoje, uma a cada 59 crianças. Nem todas as crianças dentro do Espectro Autista apresentarão 
os mesmos sintomas do transtorno, o que pode levar muitos profissionais da área da saúde e 
da educação a não perceberem o autismo logo no inicio. Este trabalho busca apresentar de 
uma forma clara e embasada por vários atores da área médica o que de fato é o autismo e 
como se comporta uma criança com o Transtorno do Espectro Autista (TEA),desde os 
sintomas mais sutis até aos mais evidentes. Veremos também as principais formas de 
tratamentos, e se de fato esses métodos agem de forma positiva na vida da criança com TEA. 
Traremos os estudos de alguns especialistas no assunto e suas posições frente a tais métodos 
terapêuticos disponíveis na atualidade. 
Destacaremos no primeiro tópico dessa pesquisa o que é o autismo e como agem 
as crianças dentro do espectro, de que forma a vida dessas crianças são impactadas e como 
isso afeta a interação social com seus pares e familiares. Assim a leitura intentará esmiuçar os 
sintomas bases que dão formas ao transtorno. No segundo tópico, identificaremos os 
tratamentos disponíveis e se de fato os resultados são satisfatórios, em que se baseiam esses 
tratamentos e terapias, quem pode aplicá-los e quais os modelos terapêuticos comprovados 
cientificamente. Já no terceiro tópico buscaremos entender como se dá e qual a melhor forma 
de inclusão escolar nos anos iniciais, como o educador polivalente, engajado, bem preparado, 
atualizado de todos os meios de informações disponíveis sobre o assunto, pode fazer a 
diferença na vida e principalmente na educação de crianças com essa necessidade educacional 
específica. A importância e a urgência de se ter um profissional bem preparado em sala de 
aula para lidar com crianças com TEA especificamente, será o cerne da pesquisa, como um 
profissional bem orientado pode transformar o futuro de seus alunos com TEA? 
Abordaremos direitos previstos em lei que beneficiam os autistas de uma forma 
geral, quais são, como ter acesso a eles e em quais situações devem-se acioná-los. 
 
 
10 
 
Ao final dessa leitura esperamos que o leitor forme uma nova perspectiva sobre o 
autismo, que com todas as informações abstraídas aqui, pais, familiares, amigos e você 
educador, sejam agentes transformadores e inclusivos em seu meio social mediando uma 
inclusão correta, entendendo o que pode e deve ser feito para melhorar a qualidade de vida de 
seus alunados com necessidades educacionais especiais, estudando o assunto, investindo cada 
vez mais na sua formação tornando-se um profissional diferenciado e capaz de inserir o 
autista na sociedade e na interação com os demais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 JUSTIFICATIVA: 
 
 
Tem-se a preocupação em se conscientizar à sociedade ,em especial familiares e 
professores a importância de uma maior compreensão do Transtorno do Espectro Autista e 
formas eficientes de inclusão, tendo como mediador um profissional qualificado e bem 
informado para lidar com esse desafio na escola. Viu-se a necessidade de disseminar mais 
informações sobre o tema, visto que, ainda há grandes dúvidas á respeito de como agir e como 
tratar uma criança com autismo tanto em seu lar e principalmente na escola que é onde se dá à 
educação de forma intencional e formal. Desse modo: 
 
“A criança com autismo tem capacidade de aprender,porém o faz de maneira 
diferente. Entender as dificuldades que cada criança traz consigo e ensiná-la a partir 
disso é o maior desafio de um educador, que pode fazer uma diferença incrível na 
vida de uma criança com autismo” 
(GAIATO, 2018, p 118). 
 
 
 
Isso mostra a importância de se conhecer o assunto e se preparar para receber 
esses alunos de maneira eficaz, fazendo da educação uma arma poderosa de mudança e 
significado na vida dessas crianças que cada vez mais vêm fazendo parte do cotidiano de 
famílias e educadores pelo Brasil e o mundo. 
Por isso, faze-se necessário à informação embasada e comprovada cientificamente 
para incluir os alunados com essa necessidade educacional específica, e o educador como um 
profissional polivalente precisa estar munido de todo esse conhecimento para fazer a 
diferença. Dessa forma, esse material de estudo dará um suporte a mais para todos os 
profissionais da educação lidar com a aprendizagem nos seus mais variados contextos. 
 
 
 
12 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo Geral: 
 
Informar, instruir e compreender o transtorno de uma forma geral para atuar de 
maneira profícua na educação e na convivência de uma porcentagem significativa da nossa 
sociedade, entendendo que é preciso haver uma união de todos os envolvidos no cotidiano 
dessas crianças, para que se supra a necessidade de uma inclusão séria, funcional para de fato 
poder alcançar equidade para aqueles que necessitam de uma abordagem diferente na vida e 
na educação para poder inserirem-se no meio social e exercer sua cidadania. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos: 
 
 
Buscar formas eficientes de inclusão da criança com TEA nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental, conhecendo os tratamentos e métodos de intervenção que ajudará essas 
crianças a se desenvolverem ,conquistar independência e qualidade de vida. Como orienta a 
especialista: 
“Professores e outros profissionais que cuidam de crianças de pouca idade 
precisam de informações para identificar sinais e sintomas precoces , pois quanto mais 
precoce a intervenção, mais efetiva”. (GAIATO, 2018, p 117). 
Dessa forma, quanto mais pessoas informadas participarem no tratamento e na 
educação dessas crianças, mais chances e oportunidades elas terão. 
 
 
 
 
13 
 
2 REVISÃO DE LEITURA 
2.1 Autismo- Definição- Sintomas E Impacto No Meio Social Da Criança 
 
O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento que 
afeta três importantes áreas do desenvolvimento humano: a comunicação verbal e não verbal, 
a interação social e aos interesses restritos mais comportamentos inadequados, repetitivos e 
estereotipados, lembrando que essas áreas citadas podem ser afetadas de diferentes maneiras e 
em diferentes intensidades de individuo para individuo, tudo depende de como o transtorno se 
desenvolve em cada um. São três os níveis que medem a gravidade do Transtorno do Espectro 
Autista e o impacto de seus sintomas. São eles: Nível leve, Nível moderado e Nível severo. 
Entenda: 
Níveis de gravidade para o Transtorno do Espectro Autista: 
 
Nível 1”Exigindo pouco apoio” 
 
-Comunicação social: Na ausência de apoio, déficits na comunicação social 
causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e 
exemplos claros de respostas atípicas ou semsucesso a aberturas sociais dos 
outros. Interesse reduzido por interações sociais. 
 
-Comportamentos restritos e repetitivos: Inflexibilidade de comportamento 
causa interferência significativa no funcionamento em um ou mais 
contextos. Dificuldade em trocar de atividade. Problemas para organização e 
planejamento são obstáculos à independência. 
 
Nível 2 “Exigindo apoio substancial” 
 
-Comunicação social: Déficits graves nas habilidades de comunicação social 
verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; 
limitações em dar início a interações sociais. 
 
-Comportamentos restritos e repetitivos: Inflexibilidade do comportamento, 
dificuldade de lidar com a mudança e sofrimento e/ou dificuldade de mudar 
o foco ou as ações. 
 
Nível 3 “Exigindo apoio muito substancial” 
 
-Comunicação social: Déficits graves nas habilidades de comunicação verbal 
e não verbal. 
 
-Comportamentos restritos e repetitivos: Inflexibilidade de comportamento e 
grande sofrimento/dificuldade para mudar focos ou ações. (Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 2014.DSM 5, p 52). 
14 
 
Diante disso, podemos constatar que o transtorno abrange uma gama de sintomas 
o que faz dele um Espectro e dentro desse espectro cada individuo ou, no caso dessa pesquisa, 
crianças em idade escolar dos anos iniciais com o transtorno, podem não apresentar todos os 
sintomas ou sintomas mais acentuados e mesmo assim estarem dentro do Espectro. Os 
sintomas, quando em seu nível mais leve pode ser facilmente confundido com timidez, 
quando á criança é calada, reservada e não interage, dificultando assim, um diagnóstico 
precoce. 
Por isso é muito importante que pais, familiares, cuidadores e professores fiquem 
atentos a todo e qualquer sinal que possa caracterizar autismo, no caso dos pais, ao notarem 
atrasos específicos, dos professores, ao notarem que á criança tem dificuldade de aprendizado 
ou não participa dos projetos e atividades da escola. A intervenção precoce com estimulações 
e plano de tratamento individualizado para cada necessidade apresentada é o que garante uma 
boa recuperação e uma grande amenização dos sintomas garantindo uma melhor qualidade de 
vida, desenvolvimento e aprendizagem. 
Somente um médico especialista pode dar o diagnóstico oficial de autismo, são 
eles: Neurologista, Neuropediatra e Psiquiatra, cabe aos pais e professores a observação da 
criança para poder identificar sintomas o mais antecipado possível e encaminhá-la para uma 
avaliação médica, mesmo não havendo um diagnóstico formal ainda o conselho dos 
profissionais que formam a base do tratamento multidisciplinar do TEA:fonoaudiólogos, 
pediatras,psicólogos, pedagogos e terapeutas é que se estimule a criança o tempo todo, em 
casa, na escola, dando funções a coisas e objetos, interagindo com essa criança de forma 
lúdica,didática e contextualizada o máximo possível até que obtenha um parecer médico 
formal. 
(GAIATO,2018 apud MOREIRA, 2019 ) “ Diz que pais bem orientados e 
preparados podem fazer uma diferença incrível na vida de seus filhos com TEA e que essa 
diferença também e notada nas pesquisas cientificas que diz que as crianças que têm pais 
engajados e participativos melhoram mais dos que as crianças sem esse apoio”. 
Faze-se necessário o apoio de todos os envolvidos na vida da criança com TEA, 
que tanto pais, professores, médicos, terapeutas estejam em sintonia e comunicação entre si 
para garantirem sucesso no tratamento e dessa forma, garantir aos autistas possibilidades de 
interação e independência para atuarem na sociedade e garantir os seus direitos. 
 
Toda criança ou adulto com TEA, independente do nível em que esteja terá muita 
dificuldade em se adaptar ao ambiente, as novas situações, a mudanças de rotina, algumas 
15 
 
crianças mudam totalmente a rotina da família por se desregularem com facilidade quando 
estão perante situações que para elas são de muito stress e precisará de muita ajuda e apoio 
para poderem ter uma vida ativa em sociedade. 
Muitas crianças com transtorno só conseguem comer alimentos da mesma cor, 
têm aversão ao toque de certas texturas,usam somente um tipo específico de roupa, outras são 
minimamente verbais, outras totalmente não verbais ou seja, não emitem nenhuma palavra e 
possuem uma forma de comunicação alternativa por meio de figuras. Há também aquelas que 
possuem estereotipias tão severas que as colocam em risco como morder os lábios, roer as 
umas até sangrar, bater a cabeça contra a parede, algumas estereotipias são tão repetitivas que 
chegam a lesionar alguma parte do corpo da criança ou do adulto causando um grande 
sofrimento a todos. 
Todas essas características, quando muito acentuadas, tornam a vida dessas 
pessoas com TEA e também dos familiares bastante difíceis. Até mesmos os portadores da 
forma mais leve do transtorno têm suas vidas bem impactadas devido á interação social, 
linguagem verbal ou não verbal também estarem muito comprometidas, ou mesmo aquelas 
que não tiveram a linguagem verbal afetada têm serias dificuldades na mudança de rotina e 
interesses restritos. 
De uma forma geral, quando uma família recebe o diagnóstico de autismo todos 
se abalam, toda a estrutura que se tinha antes passa a se modificar, toda a rotina se transforma, 
há todo um preparo para se adequar e adequar á pessoa a nova rotina. A família necessitará de 
toda ajuda apoio e informação, por isso o governo precisa investir em mais políticas públicas 
voltadas á informação, suporte e tratamento, as escolas precisam estar mais preparadas e 
instrumentalizadas para apoiar esse grupo e fornecer junto ao governo toda assistência 
necessária. 
Se o governo, as escolas e entidades em geral se unirem, todos garantiremos que o 
impacto na vida das pessoas com TEA seja o mínimo possível e todos eles poderão ter uma 
melhor qualidade de vida. A informação, o preparo e o apoio podem fazer da sociedade e das 
instituições públicas e privadas um lugar de inserção e compreensão, aceitando as diferenças e 
vendo nelas uma forma de aplicar uma abordagem diferenciada de incorporar e afincar, 
assumindo uma nova postura e garantindo equidade para todos. 
É dever de todos assumir esse compromisso, é nossa obrigação fazer do nosso 
ambiente um lugar que comporte a todos e que garanta direitos iguais, seja o individuo 
neurotipico ou atípico. 
16 
 
Percebe-se ainda, muitas dúvidas quanto ao diagnóstico de autismo, se há de fato 
um exame laboratorial que possa comprovar o autismo por meio de algum material genético. 
Entretanto, ainda não há biomarcadores para o TEA e o diagnóstico é totalmente clínico, 
baseando-se em comportamentos e sintomas característicos do espectro . 
Há, porém, um manual base que serve de referência e suporte,usado por 
profissionais da área da saúde que é o DSM (Manual de Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais). 
Segundo Gaiato(2018,p 41), “ O material padroniza o conhecimento atualizado 
dos diagnósticos psiquiátricos”. O objetivo é auxiliar a prática desses profissionais, 
facilitando o diagnóstico e tornando-o mais fidedigno.” 
Critérios diagnósticos, DSM-5: 
 
 
A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em 
múltiplos contextos, conforme manifestado, atualmente, ou por história 
prévia; 
 
B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou 
atividades, conforme manifestado atualmente ou por história prévia; 
 
C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do 
desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestado até que 
as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser 
mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida). 
 
D. Os Sintomas causam prejuízo significativo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no 
presente. 
 
(MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DETRANSTORNOS 
MENTAIS 2014, P 53). 
 
 
 
Esse Manual abrange todos os tipos de transtornos e oferece uma base para o 
diagnóstico correto, e nele que estão todas as características que dão forma ao Transtorno do 
Espectro Autista. É uma importante ferramenta de consulta para profissionais de diversas 
áreas, inclusive profissionais da saúde, que norteiam seus diagnósticos de maneira clínica 
tendo como suporte esse material. 
Por essa mesma ferramenta de consulta, baseiam-se também, os diagnósticos das 
comorbidades que podem vir associados ao autismo. 
Segundo Gaiato,(2018, p.44): 
17 
 
 
“Cerca de 70% das pessoas com TEA têm alguma doença coexistente, e 40% 
dos indivíduos podem ter dói ou mais transtornos associados. 
Um conjunto de genes do autismo está associado á esquizofrenia, a epilepsia 
e a deficiência intelectual. Não é coincidência que muitas vezes se 
apresentem junta. 
A deficiência intelectual e a comorbidade mais comum atingindo cerca de 
50% a 70% dos indivíduos com autismo e cerca de 10% apresentam 
epilepsia, que são crises de perda de consciência que podem vir 
acompanhadas de convulsão”. 
 
 
 
 
De acordo com esses dados, nem todas as crianças ou adolescentes com autismo 
são ou serão gênios, superdotados como se vê em produções de cinema que em muitas 
ocasiões retratam o tema de uma forma romantizada e padronizada, quando na verdade, a 
realidade é bem distinta apresentando dados desfavoráveis á essa perspectiva . O Transtorno 
do Espectro Autista como próprio nome diz, é um Espectro, e dentro desse Espectro estão 
sintomas e características que não se apresentam de forma única para todos, daí a razão pela 
qual não pode ser padronizada. 
 Somente uma minoria desse grupo apresentado serão de auto funcionamento na 
sociedade ou terão habilidade especiais análogas ao dos grandes gênios. 
O que temos de fato, são tratamentos, terapias, medicamentos e intervenções 
comprovadas, que se aplicadas precocemente, de maneira constante e correta, garantem uma 
melhor qualidade de vida e uma inserção eficaz na sociedade para que atuem de maneira 
funcional e independente de forma a amenizar os sintomas mais graves que os impedem de 
viver socialmente, reduzindo estereotipias e comportamentos inadequados, adquirindo 
linguagem verbal e não verbal e habilidades sociais . 
Não há um método mágico uma solução definitiva ou mesmo cura para o autismo, 
ainda, por isso cabe a cada um de nós procurarmos por informações científicas, embasadas e 
comprovadas para sermos uma sociedade inclusiva e sem preconceitos, conscientes de que 
um autista não é incapaz de aprender, ele aprende de forma diferente e por outras lógicas 
menos habituais, porém coerentes. 
Para que á criança tenha maiores benefícios e seja mais independente, é preciso 
intervir com estimulações visuais, verbais e não verbais logo que se observe um 
comportamento atípico mesmo que ainda não se tenha um diagnóstico fechado, contar com 
18 
 
apoio de um fonoaudiólogo, um terapeuta pode ser de grande ajuda até que se tenha um 
parecer definitivo. 
 Devido ao grande número de sintomas que o transtorno abrange e de certos 
sintomas dentro do espectro autista serem similares á sintomas de outros transtornos, de 
alguns profissionais da saúde serem de difícil acesso, no caso das famílias de baixa renda, ou 
não serem especializados no assunto, e também o fato de nem todas as crianças com TEA 
apresentarem características iguais , faz com que no Brasil, tenha-se dificuldade para se 
fechar um diagnóstico precocemente, por isso á importância das estimulações em todas as 
áreas afetadas que de inicio podem ser observadas na criança ainda bem pequena. 
Quando se tem o diagnóstico fechado e preciso agir de forma rápida, buscando um 
método adequado com tratamento individualizado de acordo com as necessidades de cada um, 
lembrando que não há uma forma única de tratamento, cada criança apresentara uma 
necessidade diferente da outra, só uma analise profissional de um psiquiatra infantil ou um 
neuropediatra com informações coletadas de todos os envolvidos na vida e na rotina da 
criança, como,pediatras,fonoaudiólogos,pais,familiares e professores e que definira tanto o 
diagnóstico quanto o tratamento adequado, tendo assim, um forma de tratamento 
multidisciplinar. 
 
“A intervenção deve ser feita na clínica, na casa e na escola da criança.Todas 
as pessoas do convívio precisam ser orientadas. São necessárias muitas horas 
de intervenção. A estimulação ideal para o autismo é de 15 a 40 horas 
semanais. Para isso ocorrer, os pais são orientados por profissionais 
especializados e dão continuidade aos estímulos em casa. Para atingir essa 
quantidade de horas a escola precisa usar o tempo que a criança fica lá, que é 
enorme, geralmente de no mínimo 4 horas por dia, para estimular 
adequadamente as crianças com TEA”. (GAIATO, 2018 P. 85) 
 
 
 
 
 
Intervenção é a palavra de ordem no Transtorno do Espectro Autista, crianças que 
recebem estímulos e tratamento precoce têm mais chances de serem funcionais e de 
recuperarem atrasos significativos no desenvolvimento. Toda criança tem essa capacidade, e 
quando ainda são bem pequenas essa capacidade é bem maior. Como embasa a autora de uma 
das obras que sustentam esse trabalho e que também é especialista em Autismo Infantil, 
Mayra Gaiato: 
 
 
19 
 
 
“O crescimento das ligações entre os neurônios ocorre a vida toda, porém 
ocorre de forma intensa, frenética, somente nos primeiros anos de vida. 
A maneira como os caminhos neuronais foram formados nos primeiros anos 
de vida determinará a capacidade que o cérebro terá por toda a vida. 
É importante, nessa fase, fornecer estímulos que gerem o máximo de 
quantidade e qualidade de ligações. Aproveite ao máximo para oferecer 
estímulos ricos em cores, sons e sensações táteis”. (GAIATO, 2018 P.77) 
 
 
Isso porém, não invalida o tratamento para aquelas crianças que não receberam o 
diagnóstico na primeira infância, o autista deve ter acompanhamento e tratamento durante 
toda a vida. O progresso acontece em todas as fases da vida, como afirma a autora: 
“Mesmo quando o cérebro tem alterações importantes é possível a estimulação de 
novos caminhos. A formação de novas redes neuronais poderá acontecer de forma mais lenta, 
mas há capacidade de evolução, desde que com assistência especializada adequada”. 
(GAIATO,2018. p. 77) 
 
Do mesmo modo, uma porcentagem significativa das crianças e adolescentes que 
possuem uma linguagem verbal apresentam ecolalias que é uma estereotipia de forma verbal. 
Quando o autista apresenta esse tipo de linguagem ecolalica significa que a linguagem não 
está sendo usada de maneira funcional. Ecolalias são palavras e frases repetitivas ditas fora 
de um contexto especifico e não há nenhuma função comunicativa. 
 
“Ainda não temos consenso na literatura científica sobre a causa ou por que 
acontecem. O que sabemos é que podem ocorrer em situações de: 
 
 Autorregulação sensorial: a pessoa está eufórica ou frustrada e faz 
movimentos repetitivos que a “acalmam”. 
Alguns adultos com autismo relatam usar esses recursos para se sentirem 
melhor. 
 
 Autoestimulação: em momentos de tédio ou ociosidade. 
O comportamento é emitido e mantido pela sensação que produz no próprio 
corpo da pessoa que o realiza. 
 
 Fuga e esquiva: algumas pessoas podem aprender a usar como recurso 
para se livrar de tarefas que não querem realizar”. 
 
“Para tratar esses comportamentos será necessária a intervenção da equipe 
multidisciplinar. 
A terapia de integração sensorial pode ensinar atividades sensoriais 
compensatórias para ativar áreas que a criança estimula com as ações 
repetitivas e tentar integrar o sistema sensorial.” (GAIATO,2018. 
p.179,180). 
20 
 
 
Cada característica do autismo exige um profissional especializado que trabalhará 
em conjunto com os outros especialistas paragarantirem o sucesso do tratamento. 
A vantagem do tratamento e das estimulações precoce e a de se aproveitar ao 
máximo a neuroplasticidade,o cérebro humano tem uma grande capacidade de se regenerar e 
abrir caminho para um nova forma de aprendizagem fazendo novas sinapses. 
Como diz a especialista: 
 
 
“ O cérebro é parte do nosso sistema nervoso central. Ele é formado por 
bilhões de células nervosas – os neurônios. Essas células se conectam umas 
ás outras e são responsáveis por todas as funções mentais. Elas controlam os 
movimentos, o sono, a fome, as emoções, os sentidos... 
Nosso cérebro possui uma incrível capacidade de criar e remodelar suas 
redes neurais de acordo com os estímulos que recebem. Essa fantástica 
capacidade é possível graças á plasticidade cerebral! E essa é a chave para o 
tratamento do autismo”. 
 
“...Quando feitos da maneira correta, direcionados a comportamentos e 
aprendizagens funcionais, fortalecidos de maneira adequada, tal mecanismo 
é capaz de “revolucionar nossas vidas” graças á neuroplasticidade”.( 
GAIATO,2018.p.74) 
 
 
Essa contribuição da neurociência mostra o quanto tempo no autismo é precioso, 
quanto mais pesquisas e estudos forem feitos nesse campo, quanto mais recursos acessíveis, 
políticas públicas, formação e capacitação adequada para os professores e atores da educação, 
quanto mais se souber a respeito do tema, quanto mais a sociedade em geral se conscientizar, 
mais chances terão as nossas crianças e adolescentes autistas de terem educação de qualidade 
e inclusiva, tratamento robusto especializado e eficaz, garantindo assim, qualidade de vida, 
autonomia e independência . 
 
 
 
21 
 
2.2 TRATAMENTOS – ESTIMULAÇÕES E MEDICAMENTOS 
 
 
O tratamento para o Transtorno do Espectro Autista baseia-se em 
terapias,estimulações e medicamentos químicos, grande parte dos autistas fazem uso de 
algum tipo de medicamento controlado para atenuar sintomas, ou melhorar sua capacidade 
concentração nas terapias. 
Cada individuo terá uma necessidade diferente de tratamento e medicação, tudo 
dependera da avaliação dos profissionais envolvidos, sendo que, somente um médico 
neurologista infantil ou um neuropediatra pode prescrever o tratamento medicamentoso para 
o autista. Todos os profissionais que fazem parte do tratamento multidisciplinar, pediatra 
neuropediatra ou psiquiatra infantil, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e o 
pedagogo, precisam estar em total sintonia e comunicação entre si para que o plano 
terapêutico seja profícuo. 
“Qualquer plano de intervenção deve conter objetivos, ou seja, metas que a 
criança precisa alcançar. Deve ser baseado em déficits avaliados para desenvolver habilidades 
funcionais para a vida da criança”. (GAIATO, 2018 p. 84). 
É importante que uma boa analise seja feita para traçar um plano ideal para cada 
criança, também é de vital importância a colaboração dos familiares do autista, visto que eles 
são orientados pela equipe multidisciplinar para reforçarem as estimulações em casa. 
Vários estudiosos e pesquisadores descobriram métodos de tratamento 
comprovados que podem fazer uma grande diferença para todos que sofrem com o transtorno. 
 
“Sabemos que terapias funcionam efetivamente para a melhora do autismo. 
Elas são baseadas em tratamentos comportamentais, que têm como objetivos 
a eliminação de comportamentos considerados inadequados e a 
potencialização de comportamentos funcionais, independência e autonomia”. 
(GAIATO, 2018 p. 87). 
 
 
Baseado nos conhecimentos da autora Mayra Gaiato que é especialista em 
Autismo Infantil, neurocientista e autora do livro S.O.S Autismo: Guia Completo para 
Entender o Transtorno do Espectro Autista,estudaremos as técnicas mais usadas tanto nos 
Estados Unidos como aqui no Brasil e em diversos países pelo mundo. Todas essas técnicas 
são aplicadas por profissionais especializados que atuam nas terapias, porém, podem ser 
22 
 
aplicadas por pais e professores como uma extensão do tratamento, se forem devidamente 
orientados. 
São eles: 
 
“ABA 
ABA é a sigla de Applied Behavior Analysis, termo em inglês que pode ser 
traduzido como Análise Aplicada do Comportamento. 
As intervenções em ABA foram e são realizadas em contexto de pesquisa e 
ciência. Diversos são os estudos que dão suporte a essa prática. A 
Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo nos Estados Unidos 
afirma que ABA é um tratamento que possui evidência científica suficiente 
para ser considerada eficaz, por isso vem sendo amplamente utilizada, 
especialmente no tratamento de pessoas com autismo... 
São diversas habilidades trabalhadas durante todo o processo terapêutico. 
Elas incluem os comportamentos sociais, como comunicação funcional e 
contato visual; comportamentos acadêmicos que são requisitos para a escrita, 
leitura, interpretação e matemática; além de toda preocupação em 
desenvolver e treinar habilidades diárias. A redução de comportamentos 
como estereotipias, autolesões,, agressões também faz parte do tratamento... 
Durante todo o tratamento, o ensino é individualizado e intensivo de todas as 
habilidades necessárias é prioridade. Cada criança precisa ter seu programa 
personalizado, com suas necessidades particulares, priorizando a 
independência e a autonomia do indivíduo”.( GAIATO, 2018, p. 87,88) 
 
 
 
Esse método é especialmente usado para o tratamento de autismo em qualquer 
idade, porém pode ser usada em muitos outros segmentos da sociedade que visam resolver 
problemas socialmente relevantes, na gestão de empresas, pessoas ou instituições públicas. 
 
 
“Modelo Denver de Intervenção Precoce 
 
O Modelo Denver de Intervenção Precoce (ESDM) é baseado integralmente 
na Análise Aplicada do Comportamento (ABA). Foi considerado pela revista 
Times, em 2012, uma das dez maiores descobertas da área médica. Trata-se 
de uma abordagem de intervenção com comprovação científica que otimiza 
o desenvolvimento de crianças com autismo na faixa entre um a cinco anos 
de idade. Prioriza a construção das interações sociais da criança, a 
espontaneidade e habilidade de engajamento com o outro, o que leva á 
construção de vínculos de afeto de forma positiva e natural. 
Tendo em vista a dinâmica do desenvolvimento típico, o Modelo Denver 
tem como objetivo ajudar a criança a aprender em todos os momentos do 
dia, porque explora de forma ativa as oportunidades de aprendizagens. As 
atividades sociais são motivadoras e ajudam na construção da cognição 
social”. (GAIATO, 2018 p. 88,89). 
 
 
 
23 
 
Trata-se de um método mais naturalista e que pode ser usado no dia a dia da 
criança, em todos os lugares e com o reforço dos pais, familiares e professores, usando 
situações diárias para promover o desenvolvimento. As situações rotineiras do dia são uma 
ótima forma de estimular crianças com o Transtorno do Espectro Autista, por serem 
repetitivas e constantes podem ajudar na memorização e prática dos hábitos. 
 
 
“TEACCH 
 
É a sigla de Treatment and Education of Autistic and Communication 
Handicapped Children (Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com 
Desvantagens na Comunicação). 
O TEACCH baseia sua metodologia no principio de que todas as crianças 
com autismo podem aprender, mesmo que de forma diferente. Utiliza apoios 
principalmente visuais para ensinar comportamentos. Pode ser usado junto 
com outros métodos de modificação de comportamentos”.(GAIATO,2018, 
p.89). 
 
 
Trabalha-se simultaneamente com linguagem expressiva e receptiva e 
fundamenta-se em pressupostos da psicologia lingüística,da teoria comportamental e da 
psicopedagogia. 
 
 
“PECS 
O Picture Exchange Communication System (PECS), ou Sistema de 
Comunicação por Troca de Figuras, é um método para ensinar pessoas com 
distúrbios de comunicação e/ou com autismo a comunicarem-se de forma 
funcional por intermédio de trocas de figuras. 
Estudos sobre a metodologiaPECS mostram que esse método aumenta a 
intenção comunicativa das pessoas com autismo”. (GAIATO,2018 p.89). 
 
 
Esse método é comumente usado com autistas não verbais, é uma forma 
alternativa de comunicação, por meio dessas figuras o autista expressa suas necessidades 
apontando para a figura que corresponde á necessidade específica. Para o autista que não 
possui a linguagem verbal esse método se torna essencial para sua socialização. 
Todos os métodos aqui apresentados, são aplicados nas terapias de acordo a 
gravidade e necessidade de cada criança com autismo, e podem ser aplicados por 
psicólogos,fonoaudiólogos, terapeutas, professores e pelos pais que são devidamente 
orientados para darem continuidade ao tratamento em casa . 
 Trata-se de recursos comprovados cientificamente e que devem fazer parte da 
rotina de todo autista. Tudo isso associado ao apoio dos pais, familiares, uma rotina de 
24 
 
esportes, afeto e boa alimentação é sucesso garantido no desenvolvimento da criança com o 
Transtorno do Espectro Autista. 
Sabemos que a realidade no Brasil, no que tange a saúde pública, é bem precária e 
muitas famílias não têm acesso a esses métodos e tratamentos pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS) e chegam a esperar meses por uma consulta com um especialista, o que atrasa o 
diagnóstico e consome um tempo precioso para a criança com autismo, (Falaremos mais á 
diante sobre os direitos da pessoa com autismo na saúde). 
Sendo assim, ao menor sintoma característico de autismo, ou qualquer atraso no 
desenvolvimento da criança que seja notado por pais ou cuidadores à intervenção é 
necessária. O conselho dos especialistas é que se estimule a criança todo o tempo, sentar com 
ela, brincar , mesmo que ela não queira se socializar, tentar sempre trazer a criança para os 
comportamentos funcionais dando sentido a tudo que a cerca, procure por todos os meios 
disponíveis ao seu redor, até que se consiga um tratamento adequado. A estimulação precoce 
é muito importante para evitar mais comprometimentos causados pelo transtorno 
Quanto à medicação para autistas, a autora esclarece: 
 
“Não existem ainda medicações especificamente para autismo. Algumas, 
com aprovação para crianças pequenas inclusive, podem ser usadas para 
tratarem sintomas que estejam prejudicando o funcionamento da criança e 
ajudá-la a usufruir melhor das intervenções terapêuticas. 
O uso de alguns medicamentos pode ajudar em sintomas específicos de 
dificuldade de atenção, hiperatividade, melhora do sono, estereotipias e 
ansiedade. Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente, e somente o 
médico pode decidir sobre essa indicação”. (GAIATO, 2018 p.90). 
 
Muitos pais de crianças com autismo, principalmente as recém diagnosticadas, na 
ânsia de um melhora rápida, ou até mesmo de uma possibilidade de cura, recorrem a 
medicamentos revolucionários que prometem resultados em tempo record e até mesmo a cura 
do autismo. É preciso muita cautela quanto a esse tipo de informação, pois há muitas 
promessas falsas de melhora rápida e cura que levam os pais e cuidadores a perderem um 
tempo precioso que poderia ser aproveitado com métodos e tratamentos que realmente 
funcionam. 
 
 
 
 
25 
 
3 INCLUSÃO NO AMBIENTE ESCOLAR NOS ANOS INICIAIS 
 
No Brasil a inclusão de crianças com alguma deficiência ou transtorno do 
neurodesenvolvimento é garantida por lei. Na Constituição de 1988, no artigo 206, inciso I, 
ela estabelece a igualdade de condições de acesso e permanência na escola como um dos 
princípios para o ensino, sendo esse direito, um dever do Estado, que deve oferecer ensino 
gratuito e atendimento educacional especializado, de preferência na rede regular de ensino. 
Outra base que sustenta esse direito é o ECA( Estatuto da Criança e do 
Adolescente), lei n° 8.069/1990, de 13 de Julho, no capítulo IV, artigo 54, que expõe 
novamente a obrigatoriedade da inclusão e o dever do Estado em assegurar esse direito, o 
direito a educação inclusiva e de qualidade. 
Diante do exposto, entende-se que a inclusão e algo a ser pensado e repensado no 
cotidiano escolar, e deve ser uma realidade na vida dos milhões de brasileiros que possuem 
alguma necessidade educacional especial. Nesse trabalho voltaremos à atenção para a 
condição e necessidade da criança com o Transtorno do Espectro Autista, entendendo por 
quais métodos e técnicas essas crianças podem adquirir conhecimentos. 
Compreende-se que uma inclusão profícua exige escolas preparadas e adaptadas 
com uma equipe de profissionais treinados e especializados para que se possa garantir e fazer 
valer o que determina o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a nossa Carta Magna. 
Dito posto, vejamos o que diz alguns especialistas no que tange a educação 
inclusiva para crianças autistas : 
 
“Há necessidade ensinar-lhe habilidades básicas e corriqueiras. Tornar-se á, 
então, prioritário que a escola propicie o suporte para suplantar os 
empecilhos que a fazem dependente. 
Um currículo funcional para a vida prática compreende tarefas que podem 
ser executadas em perfeita sintonia entre a escola e a família, alcançando 
etapas previamente estabelecidas. Cada etapa superada demanda uma nova. 
Lista-se uma série de afazeres diários que precisam ser realizados, como 
dobrara roupas de cama, escovar os dentes etc. O que é mais importante 
aprender naquele momento deverá ser privilegiado. Primeiro, trabalham-se 
alguns de maior facilidade de execução até o pleno domínio. Posteriormente, 
acrescenta-se um novo afazer. Se a criança ou adolescente não conseguir 
realizá-lo, o professor ou os pais devem colaborar par que não sentimento de 
fracasso e frustração, 
Ainda que o aluno não aprenda perfeitamente o que se busca ensinar, ele 
estará trabalhando sempre a interação, a comunicação, a cognição e os 
movimentos. Haverá conquistas e erros, muitas vezes mais erros do que 
conquistas, mas o trabalho jamais será em vão. O afeto é de primordial valor 
na dinâmica e na superação das dificuldades.” (CUNHA,2019, p.59). 
26 
 
Na visão de Cunha a inclusão deve trabalhar a superação dos desafios diários, 
tornando a criança autônoma e independente, diante disso faze-se necessária a capacitação e 
orientação de profissionais para que esses estejam aptos a lidarem com os desafios que se 
encontram na educação e aprendizagem da pessoa com autismo. De igual modo, também e 
necessário que a escola tenha um currículo flexível e adaptado para que a inclusão seja, de 
fato, uma inclusão séria, real e eficiente para que essas crianças com a síndrome, possa se 
desenvolver e ter garantidos os seus direitos. 
No âmbito escolar e em outros âmbitos, mas principalmente no âmbito escolar 
onde a educação se dá de maneira intencional e preciso criar possibilidades de inserção e de 
comunicação entre os pares e atores da educação, os professores precisam fazer um mediação 
contextualizada para que essa inclusão tenha resultados positivos. 
Cunha orienta: 
 
“Entretanto, a rotina pode ser transformada em uma ferramenta, criando 
possibilidade de aprendizagem. Este princípio pode nortear, também, a 
prática educativa do professor. O estímulo para uma saudável vida diária traz 
confiança e pode abrir oportunidades para o ensino de novas habilidades. 
Em todo o processo de aprendizagem, há interpretações diferentes, feitas por 
indivíduos diferentes, ainda que sejam em resposta a um mesmo estímulo. 
“O comportamento do ser humano depende de como ele percebe o exterior”. 
(CUNHA,2019, p.35). 
 
 
Todos os métodos e técnicas, recursos pedagógicos disponíveis, podem e devem 
ser incluídos na educação de crianças autistas, usando como referencial comportamental os 
alunos da rede regular de ensino para que os mesmos se tornem fonte de imitação, 
comunicação e de comportamentos adequados, o que não seria possível em salas especiais de 
aprendizagem. A inclusão deve ser feita, preferencialmente na rederegular de ensino como 
sustenta as bases da lei. 
Tendo como base a orientação da especialista: 
 
“A interação social com os outros alunos, sem a síndrome, permite ao aluno 
com autismo a possibilidade de aprender e se transformar, diminuindo, ou 
até mesmo eliminando, certos comportamentos por meio da ação mediadora 
do professor e dos colegas com os quais convive, e pela construção de um 
novo repertório de ações mais significativas. Atentarmos para um ensino 
personalizado que potencialize habilidades individuais do aluno autista não é 
equivalente a isolá-lo do convívio com outras pessoas. Reconhecer que 
apresentam problemas de comunicação e de interação social é diferente de 
conformidade e passividade diante das suas ações”.( ORRÙ,2012. p.130). 
 
27 
 
Estudos e pesquisas de campo comprovam que o método CSA (Comunicação 
Alternativa Suplementar) tem transformado o comportamento de crianças autistas e ajudado 
na aprendizagem, tanto no âmbito escolar como fora dele. 
A CSA é uma forma de comunicação alternativa que se apresenta como pranchas 
de alfabeto e símbolos pictográficos que é comumente usado em pessoas que possuem algum 
déficit ou transtorno de linguagem. Entende-se por comunicação alternativa toda comunicação 
que suplementa a fala (gestos, expressões faciais, linguagem corporal, comunicação gráfica, 
etc.) 
Esse método, (CSA) se mostrou muito eficiente com alunos autistas dos anos 
iniciais do Ensino Fundamental, no auxílio á comunicação e aprendizagem em sala de aula 
com autistas minimamente verbais e não verbais. Pesquisas mostram que a CSA usada no 
âmbito escolar com crianças autistas, dentro de uma abordagem de ensino contextualizada, 
pode trazer resultados muito positivos para a integração e interação social do aluno autista, na 
melhora de comportamentos inadequados e no cognitivo. 
 
“O professor ou profissional, procurará encontrar atrativos aceitos pelo 
aluno. Uma vez encontrados, o profissional apresenta ao aluno um símbolo 
pictórico que representa aquele objeto. Por exemplo, o aluno gosta de 
biscoito. Enquanto o aluno tenta pegar os biscoitos, o profissional o orienta a 
apontar para pedir primeiro a figura que representa este objeto e a entrega 
em sua mão. No momento em que o aluno faz o solicitado, o profissional lhe 
diz: “Você quer biscoitos!”, entregando-os nas mãos do aluno. Então, 
percebe-se aqui que o profissional não pergunta ao aluno o que ele deseja, 
mas espera-se que todas as ações aconteçam a partir das indicações por meio 
das figuras que representam algum objeto ou ação a ser realizada”.( 
ORRÚ,2012 p.73). 
 
 
Diante disso, é importante mais uma vez enfatizar a importância do professor bem 
preparado e orientado para atuar com esse método como um forte recurso pedagógico, visto 
que a boa parte dos profissionais da educação não possui habilidades e conhecimentos para 
aplicarem o método de maneira correta e funcional. Alguns especialistas discordam do 
método CSA para autistas na aquisição da linguagem, alguns deles entendem que o uso 
comumente de figuras e imagens possa, de alguma forma, suprimir a fala, fazendo com que o 
autista se comunique apenas por símbolos. Porém, o resultado de uma pesquisa de campo 
feita pela especialista e doutora em educação especial; Sílvia Ester Orrú, e de outros vários 
autores com autoridade no assunto como, Ferrari, Cunha e tantos outros, nos mostram que o 
28 
 
método e ativo e eficaz para a aquisição da linguagem verbal e mudança de comportamentos 
inadequados que impedem a interação social e conseqüentemente a aprendizagem. 
Nas palavras da autora e especialista: 
 
 
 “Não há dúvidas de que a utilização da CSA, somada ás experiências 
vivenciadas em contextos sociais de aprendizagem, amplia a construção e o 
entendimento de conceitos trabalhados, contribuindo para o aluno com 
autismo a partir de representações visuais, como mais uma forma receptiva 
de comunicação, além do modo auditivo de recepção. Assim, na 
apresentação de conteúdos (conhecimento do mundo científico e escolar) a 
serem aprendidos, a CSA foi um instrumento usado para a mediação desses 
conhecimentos e a construção de sentidos e significados que passaram a 
existir na vida dos alunos e que lhes proporcionaram mais facilidade no 
processo de ensino e aprendizagem”. (ORRÚ. 2012, p. 151.). 
 
 
 
 
 
Portanto, fica evidente que o método CSA contribui de forma significativa e 
positiva para o desenvolvimento cognitivo e social da criança com autismo em fase escolar 
dos anos iniciais, e que o método usado de maneira contextualizada com o aluno autista 
inserido em salas regulares de ensino, pode trazer grandes benefícios. 
Todo esse acompanhamento pedagógico baseado em práticas e métodos de ensino 
e aprendizagem deve acontecer em sala de aula regular de ensino, a criança autista precisa ter 
referenciais adequados para que a aprendizagem seja significativa. Durante a aplicação da 
PCS, a criança precisa estar contextualizada com padrões adequados de comportamentos e é 
na sala de aula, junto com os pares nerotípicos que elas encontram tal referencial, o que não 
aconteceria em salas especiais de ensino. 
Toda a didática da CSA consiste em se contextualizar as ações e práticas diárias, 
de outro modo o trabalho com a CSA será só um método vazio e sem significado, o professor 
será o mediador de novas descobertas não perdendo nenhuma chance de apresentar situações 
e acontecimentos diários como uma grande oportunidade para inserir a criança em atividades 
comuns do dia a dia, porém com significado para a vida. 
Como base: 
 
“O professor cumpre o papel de agente nas mediações desse processo com o 
proporcionamento e o favorecimento da inter-relação ( encontro/confronto) 
entre o sujeito , o aluno e o objeto de seu conhecimento, que é o conteúdo 
29 
 
escolar. Nesse processo de mediação, o saber do aluno, enquanto sujeito 
ativo, é muito importante na formação de seu conhecimento. O ensino é 
compreendido como uma intervenção repleta de intencionalidade, inferindo 
nos processos intelectuais, sociais e afetivos do aluno, visando à construção 
de conhecimento por parte do mesmo, sendo ele centro do ensino, o sujeito 
do processo”. (ORRÚ, 2012,p.101). 
 
 
 
 
 
A mediação é fundamental nesse método, mostrando a importância de um 
profissional preparado e qualificado para guiar e proporcionar um caminho repleto de 
possibilidades de ensino. Toda criança autista é capaz de aprender, porém seu aprendizado se 
dá de modo diferente do convencional. É preciso traçar estratégias pedagógicas, seguir por 
caminhos alternativos e facilitadores, e o pedagogo em sua essência profissional pode traçar 
o melhor caminho para vencer desafios, desde que, o mesmo, se mantenha atualizado e em 
transformação, sempre buscando o conhecimento, o novo, o ideal para a sua prática 
educacional. 
Saber olhar e compreender as dificuldades da criança com autismo por um prisma 
diferenciado, buscando soluções e adequações dentro da prática pedagógica, fará com que o 
professor encontre formas e caminhos nunca antes percorridos e encontrará para cada aluno 
com o transtorno, pontos específicos de aprendizagem de acordo com a maneira e a forma 
como cada um deles pode aprender. 
Sabe-se pela vasta literatura, que o autista não é incapaz de aprender, ele apenas 
aprende por vias diferentes das vias típicas de aprendizagem, por isso, cabe ao educador 
observador, pesquisador e polivalente, buscar caminhos, traçar estratégias e cruzar fronteiras 
na busca do melhor caminho para incluir e educar a sua criança autista. 
Portanto, a melhor maneira de se fazer inclusão nas escolas e manter o professor 
atualizado com os métodos cientificamente comprovados, materiais pedagógicos adequados 
para adaptar os conteúdos escolares de acordo com as necessidades educacionais de cada 
aluno com espectro do autismo, participação dos pais e familiares nabusca de conhecimento 
para melhor atender as necessidades desse integrante familiar. Isso é o começo, a base para se 
fazer inclusão eficiente e real na vida dessas crianças. 
Métodos como o ABA que foi desenvolvido na década de sessenta no 
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da Carolina do 
Norte, nos Estados Unidos, tem feito a diferença em muitos tratamentos voltados para o 
30 
 
autismo com crianças de todos os níveis do espectro e tem melhorado e mudado 
comportamentos inadequados e ajudado na aquisição de linguagem funcional. 
Proveniente do campo do behaviorismo, o método ABA busca expor e explicar a 
associação entre o ambiente, o comportamento humano e sua aprendizagem. Baseado na 
repetição, o método busca extrair da criança, respostas adequadas para a funcionalidade das 
ações. 
O professor que domina tal prática pode fazer a diferença em sala de aula, 
ajudando seu aluno nas atividades e praticas do dia a dia escolar, como um treino de práticas 
adequadas no ambiente. Além de ser um reforço a mais no tratamento da criança, isso também 
tornará a escola um ambiente agradável e familiar para o aluno, que assim estará confortável 
para adquirir os conhecimentos didáticos. 
Cunha: 
 
“O método ABA visa ensinar ao autista habilidades que ele ainda não possui, 
por meio de etapas cuidadosamente registradas. Cada habilidade é 
apresentada associando-a a uma indicação ou instrução. Quando necessário, 
dar-se –á apoio para a das respostas, porém deverá ser retirado, tão logo 
possível, para possibilitar a autonomia. 
Dentro dos padrões da intervenção comportamental, a repetição é importante 
na abordagem ABA, bem como o registro exaustivo de todas as tentativas e 
dos resultados alcançados. A resposta adequada do aprendente tem como 
conseqüência a ocorrência de algo agradável para ele e, por meio de reforço 
e repetição, inibe-se o comportamento incorreto, recompensando sempre de 
forma consistente as atitudes desejadas”. (CUNHA, 2019, p.74). 
 
 
A inclusão precisa contextualizar o aluno autista, mostrar como e onde se aplica 
os conhecimentos a ele apresentado, os métodos precisam ser consistentes e direcionados para 
cada dificuldade fazendo com que essa criança atípica , e que aprende de maneira atípica, 
encontre significados nas ações a sua volta e que absorva e abstraia o máximo de 
conhecimento e função para sua vida e use essas habilidades adquiridas por meio da educação 
inclusiva de forma adequada, contextualizada e funcional. 
Retomado a importância do método TEACCH, o educador polivalente que 
conhece e aplica essa técnica no ambiente escolar com seus alunos autistas, trabalha a 
organização dos conhecimentos, organiza o ambiente físico para adaptá-lo para que seu pupilo 
compreenda o que se espera dele, evitando assim que ele se desregule e com isso repita 
estereotipias para se autorregular, perdendo assim o foco no aprendizado funcional. Organizar 
quadros com as atividades que serão feitas com esse aluno autista, torna a mudança de rotina 
menos agressiva para ele, tendo em vista que alunos com o Transtorno do Espectro Autista 
31 
 
apresentam muita dificuldade para mudar de rotina, de atividade, o que faz do ambiente 
escolar um ambiente de grande stress para eles. 
Partindo para o campo das atividades escolares e provas escolares propriamente 
ditas, métodos simples podem ser aplicados nas atividades diárias e em provas de 
conhecimentos. São adaptações dessas atividades de acordo com as necessidades de cada 
aluno e de acordo com o que se sabe sobre a forma como o aluno autista aprende. 
 “Os PCNs relembram que a avaliação democrática e responsável poderá ocorrer 
com os seguintes códigos: oral, escrito, gráfico, numérico, e pictórico.” (BRSIL, 2010, P. 57). 
Assim podemos alcançar a todos. 
Usar o lúdico, e materiais de apoio concretos são técnicas que podem ser 
comumente usadas na prática pedagógica e que pode facilitar a vida do aluno autista, e o seu 
aprendizado se tornará mais profícuo, tais adaptações em atividades, provas, e atividades 
lúdicas podem ser realizadas pelo professor preparado para lidar com a forma diferente de 
aprendizagem de seu aluno. Tais adaptações podem ser feitas em todas as atividades 
propostas, são adaptações de cores, estilos, formas, tamanhos, gostos pessoais , são estratégias 
que farão com que a criança com autismo tenha mais afinidade com os conteúdos escolares e 
conseqüentemente fará com que ela seja mais contextualizada com as atividades aplicadas. 
Romero: 
 
“Para alunos com autismo-foco de nosso estudo- imagens coloridas, de 
forma geral, atraem muito sua atenção. Devemos ilustrar as questões de 
prova para estimulá-los. Essas mesmas questões podem ser estampadas e 
elaboradas com desenhos do interesse (gosto) do aluno. Em uma questão 
matemática ,por exemplo, contar quantos cachorros (ou outro 
bicho,conforme o gosto do aluno) existem dentro de um canil. Dessa forma, 
saímos do somar por somar, sem função e “seduzimos” a criança a fazer o 
que é preciso”.(ROMERO,2018, p.59). 
 
 
São atitudes simples e pedagógicas que tornarão o aprendizado desse aluno algo 
funcional e contextual e que pode ser usada em todas as séries inicias do Ensino Fundamental, 
inclusive na aquisição da escrita. 
Romero: 
 
“Quando nos apropriamos da escrita para avaliar os mesmos educandos, 
devemos fazê-los de modo simples, com textos curtos, breves. Devemos ser 
objetivos, até mesmo, nos enunciados das questões. E por que não diagramar 
as perguntas sobre o texto, entre os parágrafos relativos às questões? O 
32 
 
pupilo com Autismo lê um pedaço do texto e, logo em seguida, responde ao 
que lhe foi perguntado- uma forma mais dinâmica de cobrar a compreensão 
do que foi lido. Mais uma vez, lê outro pedaço do texto e responde 
relativamente ao que está inserido naquela parte textual. 
Exercícios de múltipla escolha, relacionar colunas, dizer se falso ou 
verdadeiro, certo ou errado são mais práticos, facilitando o raciocínio do 
mesmo alunado do que questões discursivas”.(ROMERO, 2018 p.59,60). 
 
 
Pode-se trabalhar com uma infinidade de recursos pedagógicos, pode-se explorar 
ao máximo os gostos e as preferências de alunos autistas, daí a importância de se conhecer 
bem o aluno, e adaptar as questões das atividades das mais variadas formas, isso é inclusão, e 
inserção, é equidade, é ensino democrático. 
Há também a possibilidade de avaliações alternativas dependendo do grau 
comprometimento de cada autista. 
Romero: 
 
“Avaliações orais podem ser boa opção, quando os alunos não conseguem 
verbalizar oralmente. As tecnologias estão tão acessíveis, que pelo próprio 
aparelho celular, podemos gravar ou filmar a realização da avaliação com 
este aluno a fim de obtermos uma prova de sua tentativa (conquista), visto 
que o sistema assim exige 
A presença de um professor ou mediador exercendo a função de ledor 
durante as avaliações para o aluno com Autismo em um outro ambiente será, 
também, uma possibilidade”. (ROMERO, 2018, p.60). 
 
 
 
A inclusão conta com um grande leque de opções e estratégias pedagógicas, basta 
o professor ser um mediador preparado e capacitado. O educador tem o poder de transformar 
histórias, de refazer caminhos, e de incluir pessoas. 
Romero destaca também, o uso do material concreto na avaliação como forma de 
ensino democrático: 
 
“O uso do material concreto como apoio durante a avaliação poderá trazer-
lhe segurança. Dessa forma, seu rendimento será melhor. A permissão da 
calculadora é também uma boa opção, uma vez que devemos nos preocupar 
com o entendimento da criança sobre a questão e a forma de resolução 
alcançada por ela, ou seja, devemos nos preocupar com seu processo de 
raciocínio lógico. E não somente com resultado. 
A formatação da prova também deve ser salientada por nós, nesta obra. 
Devemos evitar que uma mesma questão se quebre entre folhasdistintas, ou 
seja, o texto e os enunciados se partam em uma ou mais folhas. O simples 
mudar de páginas pode atrapalhar o alunado com necessidades educacionais 
33 
 
especiais, acabando com sua atenção e orientação espacial”. (ROMERO, 
2018, p.60). 
 
O educador precisa se reinventar todos os dias está sempre renovando seu 
conhecimento, preparar-se para a nova demanda educacional que já é realidade em nosso país, 
trazer esse alunado para ser o mais funcional possível em seu meio social, essa é a função do 
educador inclusivo. 
A autora ainda salienta: 
 
 
“Quanto ao tempo disponível para avaliar, é importante que seja respeitado o 
limite do aluno. Muitas vezes, em determinada hora, não temos condições de 
resolver algo, mas, após algum descanso, concluímos nossas ações de forma 
eficiente. 
Por que não deixar que o aluno realize a avaliação em outra hora ou em 
outro dia? 
O documento do MEC,Currículo Mínimo, deverá ser consultado e utilizado. 
O mesmo apresenta os conteúdos básicos a serem vistos em sala de aula com 
tais crianças e adolescentes, estipulando quais competências e habilidades 
deverão ser trabalhadas para que, progressivamente, conquistem novos 
conhecimentos e se desenvolvam cognitivamente”.(ROMERO,2018, 
p.60,61). 
 
 
As técnicas aqui apresentadas são cientificamente comprovadas e aceitas para o 
tratamento e estimulação de crianças autistas e têm mostrado resultados satisfatórios em todos 
os campos onde as técnicas são aplicadas, e por que não levar essas técnicas tão eficientes 
para as salas de aula de uma maneira adaptada para cada aluno em diferentes situações do 
quotidiano escolar? A inclusão escolar como qualquer outra forma de inclusão precisa ser 
embasada, sólida, com métodos realmente eficazes e com profissionais cientes de como 
precisa ser a sua atuação e a aplicação desses métodos com seus alunos. 
 Com tanta informação disponível nos dias de hoje, cursos e especializações em 
diversas áreas da educação inclusiva, leis de inclusão e inserção da pessoa com alguma 
necessidade física ou intelectual, com todo esse avanço, não é aceitável que crianças autistas 
ou com qualquer outro distúrbio do neurodesenvolvimento se depare com uma escola 
obsoleta, despreparada, com profissionais cansados, desmotivados ou simplesmente 
desatualizados. 
Não se pode mais aceitar que as escolas acolham essas crianças e as deixem de 
lado no canto da sala sem estímulo, sem educação adequada, sem perspectiva de uma 
evolução cognitiva e com o desenvolvimento prejudicado. 
34 
 
Entende-se que todos devem cumprir a parte que lhes competem dentro desse 
processo de inclusão, o governo, as instituições públicas e privadas, a sociedade de uma 
maneira geral, os familiares das crianças com autismo, e o professor que é uma peça crucial 
nesse processo, o professor é aquele que guia os passos, abre novos caminhos de 
possibilidades e orienta esse processo de forma profissional e intencional. 
 O pedagogo é aquele que entende a criança, entende como ela se desenvolve e 
como aprende. O professor é a ponte que liga o ensino e a educação ao cognitivo dessas 
crianças, ninguém melhor que o educador comprometido com a educação para nortear esse 
processo inclusivo. 
Um educador engajado, e atualizado é o motor propulsor que gera e faz a inclusão 
acontecer, ele entende que cada criança tem seu tempo, seu limite e sua forma de aprender, 
que nenhum caso é caso perdido, que todos têm o seu espaço e podem aprender cada vez 
mais. 
 Romero esclarece: 
 
“E, por fim, devemos salientar que nunca podemos comparar nossos alunos 
uns com os outros. Devemos nos lembrar dos ensinamentos de Vygotsky 
sobre a Zona de Desenvolvimento Proximal, quando tal teórico compara o 
aluno por si próprio ao que era capaz e ao que está apto a realizar sozinho”. 
(ROMERO, 2018, p.61). 
 
Pequenas conquistas são grandes avanços! 
Para finalizar esse tópico,apresentarei um texto fantástico de Cunha de sua obra: 
Autismo e Inclusão- psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família- Que fará 
com que reflitamos e entendamos um pouco sobre o importante papel do educador e o seu 
lugar como mediador do conhecimento e de seu alunado: 
 
“Imaginemos uma orquestra na execução de uma obra musical. Quando a 
ouvimos de longe, sentimos sua sincronia, mas alguns sons não são 
perceptíveis. Aos poucos, quando nos aproximamos, conseguimos ouvir com 
maior precisão e clareza a harmonia dos acordes. Todavia, se detalharmos 
nosso olhar e nossos ouvidos em cada movimento particular dos 
instrumentos, percebemos que cada um parece seguir caminhos dissimilares, 
compondo uma música própria, mas estritamente dentro do tom, do 
compasso, da métrica, da essência afetiva da partitura. Os precursores 
melódicos e fugídios do violino seguem os recursos de sua peculiaridade, 
distanciando-se e opondo-se ao som circunspecto, suplicante, quase oracular, 
do violoncelo. Os metais-trompetes, trombone, trompa e tuba- parecem 
querer dominar com alarido e clangor os espaços, mas são contidos pela 
manifestação pontual e criativa do tímpano, da caixa, do bumbo e dos pratos 
que enriquecem e dinamizam o compasso da música, que expressa a 
35 
 
condição de que ninguém detém em si mesmo o domínio desse saber, mas 
todos o compartilham, fazendo parte do processo criativo da execução 
interagindo-se e comunicando-se. 
Se, por analogia, podemos compreender como ocorrem os processos sociais 
e afetivos da aprendizagem, onde estaria, em uma orquestra, a figura do 
professor? A julgar pelos ensinos de Montessori, que outorgam ao aluno a 
condição de autor do seu aprendizado, e pelas palavras de Freire- nas quais o 
professor não ocupa isoladamente o centro da educação, pois educar não é 
um ato solitário- a figura docente jamais estaria na pessoa do maestro. E 
onde estaria? 
Creio que na pulsação da música...Talvez no bumbo, que faz pungir o tema, 
que permite a dinâmica , que mantém o ritmo, o tempo, no qual cada um 
expressa com segurança e independência sua individualidade e percepção. 
Mas que figura representaria, então, o maestro? Decerto, o sonho e o desejo 
de cada um. É para eles que todos olham. ”(CUNHA, 2019, p.119,120). 
 
 
Todas as crianças sejam elas típicas ou atípicas têm capacidade de adquirir 
conhecimentos e de serem educadas em ambiente escolar , nenhuma criança é incapaz de 
aprender. Ao professor cabe encontrar esse caminho alternativo e frutificá-lo com saber. 
Todas as técnicas aqui apresentadas comprovam que a criança autista aprende por 
vias e por métodos diferentes, que o ensino comum oferecido ás crianças sem o transtorno 
pode não ser uma opção adequada para garantir a aprendizagem de crianças com autismo. 
Diante disso, entende-se que ainda há muito que se trabalhar para tornar a inclusão algo real 
na vida desses alunos. 
O contato com os pares típicos em sala regular de ensino e de fundamental 
importância para o bom desenvolvimento de habilidades funcionais, mesmo que haja 
momentos em que se necessite de um ensino em salas especiais, e o ensino em sala regular 
precisa ser adaptado para esse alunado. 
Dito posto, concluímos que uma boa inclusão exige interação com os pares, 
profissionais preparados e especializados, ambiente propício para a educação de forma 
contextualizada e a participação de todos os envolvidos no processo inclusivo educacional de 
forma a contribuir positivamente com a escola e com os alunos. 
A inclusão é possível sim. Os caminhos e estratégias são diversos. Os métodos 
são eficientes e comprovados, mas a luta ainda não acabou muito ainda precisa ser melhorado 
e mudado no Brasil e no mundo para que a inclusão aconteça de forma plena. 
 
 
 
 
 
36 
 
3.1 DIREITO DA PESSOA COM AUTISMO 
 
 No Brasil, o fim do ano de 2012 foi um ano muito importante e decisivo com 
relação aos direitos da pessoa com autismo. 
Com a criação da Lei N° 12.764 de27/12/2012 que determinou que pessoas com 
o Transtorno do Espectro Autista são consideradas, para os efeitos da lei; pessoa com 
deficiência, lembrando que essa é uma Lei Federal, portanto é válida em todo Brasil. 
Assim sendo, muda-se muito como as pessoas com TEA são tratadas e os direitos 
que conquistaram ao longo do tempo. 
Inclusive, discriminar uma pessoa com autismo é crime. 
Tais direitos também são válidos para atendimento prioritário em instituições e 
serviços públicos ou privados, a inclusão escolar, a recusa em matricular a pessoa com 
autismo configura-se crime e em caso de necessidade a escola deve oferecer um professor de 
apoio especializado para esse aluno autista. 
Autistas também possuem o direto a educação profissionalizante e a inserção no 
mercado de trabalho : 
“Possibilidade de participar do programa de aprendizagem para a pessoa 
com deficiência, a partir dos 14 anos, não sendo necessário preencher 
requisito relativo a grau de escolaridade. O autista será contratado como 
jovem aprendiz, fazendo jus ao recebimento de salário e outros benefícios 
decorrentes da relação de trabalho. A contratação terá como objetivo a 
inclusão, permanência e não discriminação, e levará em conta as 
habilidades e vocação da pessoa com autismo”. (TEDESCO,2017) 
 
Isenção de Impostos para a aquisição de veículos: 
 
“A pessoa com autismo pode adquirir veículos com isenção de IPI, ICMS e 
IPVA, o que acarreta desconto significativo no valor final do automóvel. 
Não é necessário que seja condutor, desde que haja indicação de três 
condutores habilitados. O benefício pode ser exercido uma vez a cada dois 
anos”. (TEDESCO, 2017) 
Vaga no Estacionamento: 
“Os autistas têm direito à vaga especial no 
estacionamento público, privado e na área 
azul, mesmo que não sejam os condutores do 
veículo. Essas vagas ficam localizadas em 
áreas estratégicas, bem próximas à porta de 
entrada de shoppings e supermercados. Para 
utilizar essas vagas é necessário fazer o 
Cartão DEFIS, emitido pela autoridade de 
trânsito”.(TEDESCO,2017) 
 
 1 (TEDESCO, 2017)Artigo científico disponível em:: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas
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Transporte: 
 
“O programa Passe Livre do Governo Federal garante gratuidade nas 
viagens interestaduais de ônibus, barco ou trem e é direito válido apenas 
para famílias de autistas carentes. Já em relação à passagem aérea, o 
acompanhante da pessoa com autismo paga, no máximo, 20% do valor, ou 
seja, tem um desconto de 80%. É importante informar-se previamente, 
algumas companhias aéreas chegam a fornecer um desconto de 100% para o 
acompanhante”.(TEDESCO,2017). 
Saúde: 
 
“O Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê atenção integral à saúde da 
pessoa com deficiência, por intermédio do SUS, com atendimento universal 
e gratuito. A Lei Berenice Piana, por sua vez, dispõe sobre a 
obrigatoriedade de diagnóstico precoce e tratamento multidisciplinar ao 
autista, em todas as especialidades necessárias ao desenvolvimento do 
paciente, bem como que a pessoa com transtorno do espectro autista não 
poderá ser impedida de participar de planos privados de assistência à saúde 
em razão de sua condição”.(TEDESCO,2017) 
Benefício da Prestação Continuada: 
 
“Conhecido como LOAS (em alusão à Lei Orgânica de Assistência Social 
que o prevê), garante o pagamento de 1 (um) salário mínimo mensal ao 
autista, desde que fique comprovado que ele, ou a família, não tem 
condições financeiras para prover o seu sustento. Não é preciso ter 
contribuído para a previdência para fazer jus ao benefício, que decorre da 
própria deficiência”.(TEDESCO,2017,). 
 
 
Dedução e restituição do imposto de renda: 
 
“Despesas médicas e os pagamentos relativos à instrução da pessoa com 
autismo (desde que destinadas a entidades especiais de ensino, que atendam 
deficientes mentais) podem ser deduzidas do Imposto de Renda, seja pelo 
próprio autista, ou pelo contribuinte que o tenha como seu dependente. 
Além disso, a pessoa com autismo, ou aquele do qual dependa, tem 
preferência no recebimento da restituição do imposto de 
renda”.(TEDESCO,2017,). 
 
 
 
Tomada de Decisão Apoiada e Curatela: 
“A partir da entrada em vigor do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o 
autista será considerado, em regra, plenamente capaz, podendo 
autodeterminar-se segundo as suas convicções e escolhas. Há possibilidade 
de valer-se do processo judicial de tomada de decisão apoiada, quando 
necessitar de auxílio para a prática de alguns atos ou negócios, elegendo 
duas pessoas de sua confiança para tanto. Em casos excepcionais, quando, 
em virtude do autismo, a expressão da vontade da pessoa fique 
 2 (TEDESCO, 2017)Artigo científico disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas
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comprometida, a ação de curatela pode ser utilizada, como medida protetiva 
e extraordinária”. 
(TEDESCO,2017) 
 
Todos esses Direitos configura-se como sendo os principais direitos das pessoas 
com Autismo e devem ser exigidos e respeitados para que eles possam exercer o seu papel na 
sociedade e serem inclusos também fora da escola. 
O lazer é algo de vital importância na vida de qualquer cidadão com ou sem 
algum tipo de transtorno mental ou físico e não seria diferente com a pessoa autista: 
 
“A concepção do lazer como um direito de crianças e adolescentes é bastante 
recente no Brasil. No entanto, poder brincar e se divertir é um direito de 
todas as crianças e adolescentes. Para tanto, Estado, família e sociedade 
desempenham papéis diferenciados, mas estratégicos, no sentido de garantir 
condições e oportunidades para que meninos e meninas exerçam o direito ao 
lazer. Especialistas apontam para a importância das brincadeiras já nos 
primeiros anos de vida, de zero a seis anos de idade, como forma de facilitar 
o desenvolvimento cognitivo, social, físico e emocional” (CARTILHA, 
Direitos da Pessoa com Autismo. P.14). 
 
 
O Dia Mundial do Autismo foi criado em 2007 pela ONU com a intenção de 
conscientizar a população acerca desse transtorno, que atinge cerca de 70 milhões de pessoas. 
O dia 2 de Abril é o dia em que se celebra em todo o mundo o dia da Pessoa com Autismo, 
além de ser mais um direito constituído como sendo dia oficial de conscientização sobre o 
Transtorno, também é um dia para se refletir à respeito da síndrome e de entender melhor 
como vive e age as pessoas portadores do Transtorno do Espectro Autista. 
Conscientizar a sociedade a respeito desse transtorno se torna mais um caminho 
para que se conheça e respeite essas pessoas como sendo parte importante dos cidadãos e 
detentores de direitos que precisam ser preservados e respeitados por todos nós. 
A cartilha dos Direitos do Autista nos mostra mais detalhadamente direitos 
fundamentais da Pessoa com Autismo, nesse caso, falaremos de assistência social e LOAS: 
 
“DIREITOS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL: O que é Assistência Social? A 
Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, prestada 
independente de contribuição, sendo prevista na Constituição Federal de 
1988 e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS – Lei 
8.742/93). Busca garantir o atendimento das necessidades básicas dos 
indivíduos e suas famílias, permitindo que todas as pessoas tenham seus 
direitos assegurados no que diz respeito ao acolhimento, renda, convivência 
familiar e comunitária, desenvolvimento da autonomia individual, familiar e 
social e sobrevivência a riscos circunstanciais. O que é o CRAS? O que é o 
CREAS? órgão municipal órgão municipal ou regional objetivo prevenir 
 3(TEDESCO, 2017)Artigo científico disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/186008129/direito-dos-autistas

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