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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA WILLIAN DA MAIA ESTATÍSTICA DE WEIBULL PONTA GROSSA SETEMBRO/2014 AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA WILLIAN DA MAIA ESTATÍSTICA DE WEIBULL Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Prof. Cláudia Francine Machado Canova PONTA GROSSA SETEMBRO/2014 SUMÁRIO 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 3 1.1 ENSAIO DE FLEXÃO ....................................................................................... 3 1.2 ESTATÍSTICA DE WEIBULL ............................................................................ 4 2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 5 3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 6 3.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 6 3.2 PROCEDIMENTO ............................................................................................ 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 6 5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 7 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 8 3 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1 ENSAIO DE FLEXÃO O comportamento tensão-deformação de cerâmicas frágeis não é usualmente determinado por um teste de tração, por três motivos: Primeiramente, é difícil preparar e testar amostras com as geometrias exigidas para a realização do teste; em segundo lugar, é complicado prender na maquina de tração os materiais frágeis sem fraturá-los e finalmente, as cerâmicas falham após uma deformação de aproximadamente 0,1% exigindo assim um alinhamento perfeito do corpo de prova no maquinário para não existir fontes de tensão flexiva na amostra. Portanto, o mais adequado teste de flexão transversal é mais freqüentemente empregado, no qual uma amostra em forma de haste tendo uma seção circular ou retangular é dobrada até à fratura usando uma técnica de carregamento de 3 ou 4 pontos ; o esquema de carregamento de 3 pontos está ilustrado na Figura 3.1. [1] Figura 1: Um esquema de carregamento de 3 pontos para medição do comportamento tensão deformação e módulo de ruptura de cerâmicas frágeis. [1]. No ponto de aplicação de carga, a superfície superior do corpo de prova é colocado em um estado de compressão, enquanto a superfície inferior esta sob tração. A tensão de tração máxima atua na superfície inferior do corpo de prova, diretamente abaixo do ponto de aplicação de carga. Uma vez que os limites de resistência a tração dos materiais cerâmicos vale aproximadamente um décimo de suas resistências à compressão e considerando que a fratura ocorre na face do corpo de prova sob tração, observa-se que o ensaio de flexão é um substituto razoável para o ensaio de tração. 4 A tensão de ruptura da amostra, que é a medida de resistência à flexão, pode ser calculada de acordo com a seguinte fórmula, para um corpo de prova retangular: Equação 1: Tensão de ruptura. Onde: r é a tensão de ruptura, Ff é a carga no momento da fratura; L é a distância entre os apoios; b, a largura do corpo de prova; e d, a espessura. A resistência à fratura (resistência à flexão) depende da probabilidade de existência de uma falha capaz de iniciar a propagação de uma trinca. Esta probabilidade varia de amostra para amostra, mesmo sendo do mesmo material, e depende das técnicas de fabricação e posteriores tratamentos. O tamanho (volume) do corpo de prova também pode influenciar na sua resistência: quanto mais volumoso, maior a probabilidade de existência de falhas. Devido a esta dispersividade de resultados para um mesmo material, foram desenvolvidas ferramentas estatísticas para determinar a probabilidade de falha do material e a confiabilidade dos dados obtidos a partir do ensaio de um determinado lote de amostras [2]. 1.2 ESTATÍSTICA DE WEIBULL A estatística de Weibull descreve a probabilidade acumulada de fratura de uma amostra cerâmica quando sujeitas a tensões de tração. De modo simplificado a estatística de Weibull pode ser utilizada para relacionar a probabilidade acumulada de fratura P e a tensão de tração aplicada a um material cerâmico em sua forma usual de dois parâmetros como na equação. [ ∫ ( ) ] Equação 2: Integral da probabilidade acumulada. Essa equação deve ser utilizada para uma peça de volume V, submetida a um estado de tensão qualquer maior que zero, onde m (módulo de Weibull) e σ0 (constante escalar) são parâmetros característicos do material. 5 Para qualquer distribuição de tensões, a solução da integral resulta na equação [2]: [ ( ) ( )] Equação 3: Resultado da probabilidade acumulada Onde V0 é o volume efetivo, o qual pode ser entendido como o volume fictício de uma amostra que, se submetida à tração uniforme σmax em todo o volume, teria a mesma probabilidade de fratura que uma amostra de volume real V quando submetida a uma outra distribuição de tensões com a mesma σmax. Após um ensaio de um lote de n amostras, a estimativa dos parâmetros de Weibull de um determinado material só pode ser feito através de uma regressão entre a probabilidade acumulada de fratura P e os valores experimentais das tensões de fratura σ. O que pode ser feito dispondo o conjunto de dados experimentais de modo crescente e, de acordo com a posição “i” nesse arranjo, segundo a equação [2]: Equação 4: Posição do elemento na distribuição. Para proceder à regressão entre os valores de P e σ, utiliza-se o método dos mínimos quadrados lineares. Para isso, precisa-se linearizar a equação, reescrevendo-a como a equação [2]: [ ( )] Equação 5: Linearização da distribuição de probabilidade. 2 OBJETIVOS Determinar o coeficiente angular da curva da estatística de Weibull. 6 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Amostras retangulares de argila SV; Paquímetro; Máquina Universal AGI Shimadzu 10KN; 3.2 PROCEDIMENTO As amostras tiveram largura e espessura aferidos, e esses dados foram inseridos na máquina universal de ensaios para realizar-se a flexão. Após o ensaio das 30 amostras, eliminou-se dois resultados de corpos de prova que haviam trincado. Os dados fornecidos pelo aparelho foram dispostos em ordem crescente de módulo de ruptura, e as amostras numeradas de 1 a 28. Calculou-se o valor de P para cada amostra utilizando a Equação 4, sendo plotado um gráfico relacionando os parâmetros conforme a mesma equação. A equação da linha de tendência deste gráfico nos fornece o parâmetro m. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O coeficiente da reta tangente dado pela distribuição de Weibull informa se determinadolote de amostras cerâmicas é confiável quanto a uma propriedade, no caso, a resistência mecânica. A mesma análise pode ser feita para outros materiais, e sabe-se que metais praticamente isentos de fraturas possuem o módulo de Weibull em torno de 20, e a maioria das cerâmicas apresenta valores entre 5 e 10. Módulos abaixo de 5 são considerados impróprios para a maioria das aplicações cerâmicas [2]. Abaixo, pode-se observar o gráfico construído para as amostras de argila SV utilizadas, juntamente com a linha de tendência e sua equação. 7 Gráfico 1: Distribuição de Weibull da argila SV. Da equação apresentada na reta, o valor de m obtido na análise é pouco maior que 4, indicando que o lote de amostras analisado apresenta uma qualidade inferior, apesar de estar muito próximo do valor mínimo tolerado. A maior parte dos defeitos é decorrente do manuseio das amostras após a prensagem e após a queima, pois houve muito cuidado durante a preparação do pó e na prensagem dos corpos de prova. Um cuidado maior no manuseio pode acarretar um desempenho superior. 5 CONCLUSÃO y = 4,3088x - 7,8444 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 ln [l n (1 /1 -P )] ln(σ) 8 REFERÊNCIAS [1] CALLISTER, W. D. Materials science and engineering: an introduction. 5th edition, USA, p. 406-410, 1999. [2] MIGLIORI, Ângelo; ZANOTTO, Edgar. Sobre a determinação dos parâmetros de Weibull. Cerâmica, São Carlos, v. 38, n. 253, p. 7-8, jan/fev. 1992.
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