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A BANALIZAÇÃO DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE TRABALHO POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

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LUIZ OTÁVIO ORRO DE CAMPOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BANALIZAÇÃO DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE 
TRABALHO POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO 
CURSO DE DIREITO 
CAMPO GRANDE-MS 
2017
LUIZ OTÁVIO ORRO DE CAMPOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BANALIZAÇÃO DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE 
TRABALHO POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Católica Dom Bosco, Curso de Direito, 
sob a orientação dos professores 
metodológico e temático Dr. José Manfroi 
e Me. Hélio Antônio dos Santos Filho, e 
co-orientação das professoras Me. Maria 
Fernanda Borges Daniel de Alencastro e 
Me. Maria Teresa Mendonça Casadei, 
para efeito de avaliação na disciplina de 
Monografia Jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPO GRANDE-MS 
2017 
 
	
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
Este documento corresponde à versão final da monografia intitulada A BANALIZA-
ÇÃO DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE TRABALHO POR EXCEPCIONAL INTE-
RESSE PÚBLICO, apresentada por LUIZ OTÁVIO ORRO DE CAMPOS à Banca 
Examinadora do curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco, tendo sido 
considerado aprovado. 
 
 
 
 
_________________________________ 
Prof. Me. Hélio Antônio dos Santos Filho 
Orientador 
 
 
_________________________________ 
Profa. Me. Maria Teresa Mendonça Casadei 
Co-orientadora 
 
 
___________________________________ 
Prof.(a) ......................................................... 
Examinador(a) 
 
 
____________________________________ 
Prof.(a) ......................................................... 
Examinador(a) 
 
 
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não diga tudo o que sabes 
Não faças tudo o que podes 
Não acredite em tudo que ouves 
Não gaste tudo o que tens 
Porque: 
Quem diz tudo o que sabe, 
Quem faz tudo o que pode, 
Quem acredita em tudo o que ouve, 
Quem gasta tudo o que tem 
Muitas vezes diz o que não convém, 
Faz o que não deve, 
Julga o que não vê, 
Gasta o que não pode.” 
(Provérbio Árabe a.d.) 
 
 
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à 
minha família. 
 
	
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço antes de tudo a Deus por me dar inspiração e forças para lutar 
pelos meus objetivos, pois sem ele nunca alcançaria o que sempre almejei. 
Agradeço aos meus pais, José Luiz Orro de Campos e Edmilza Carneiro da 
Silva Orro, pelas orientações e incentivos que sempre viabilizaram a conquista dos 
meus objetivos, assim como pelo ombro amigo, uma vez que sempre estiveram 
presentes para comemorar ou consolar. 
Agradeço ao meu irmão, Gattass Carneiro Orro de Campos, que me mostrou 
que a chave para o sucesso está na determinação e persistência, já que nesse meio 
tempo lutava por uma vaga no curso de medicina e, porquanto alcançou o que 
almejava. 
Agradeço à minha namorada, Luna Ferreira de Lima Batista, que me 
acompanhou em toda minha trajetória acadêmica, passando pelos mesmos 
obstáculos, mostrando-me que o companheirismo e a cumplicidade são a chave 
para uma vida feliz e harmoniosa. 
Agradeço à minha avó materna, Josefa Barreiros da Silva, pelas suas 
orações matinais que sempre me protegeram dos perigos, e me deu forças para 
continuar minha caminhada, me mostrando que a fé tem a força de mover 
montanhas. 
Agradeço aos meus avôs paterno, Benedita Gattass Orro de Campos e Luiz 
Orro de Campos (in memoriam), por me mostrarem que o trabalho e os estudos 
dignificam o homem, ao ponto de ter o nome eternizado, devidos aos seus feitos, 
motivando assim outras gerações a dignificar-se através dos estudos. 
Agradeço à todos os meus amigos, tanto os que conquistei ao longo do 
curso, assim como os que conquistei ao longo da vida, pelo compartilhamento de 
ideias e por estarem juntos nessa caminhada. 
Agradeço em nome do Dr. José Antônio de Oliveira Lima à Advocacia 
Oliveira Lima, pelos ensinamentos na área trabalhista e por terem me proporcionado 
uma excelente experiência no campo jurídico. 
 
	
Agradeço a Desª. Tânia Garcia de Freitas Borges, assim como os Drs. 
Carlos Augusto Vieira do Carmo, Vivian Medina Piotto, Larissa Antunes Abud 
Fornari, Eda Rejane de Souza, Kellen Josiane Lara de Rezende, Camila Aparecida 
Ponce e Anny Santana Dantas que integram o Gabinete de Assessores, bem como 
aos demais servidores, pelos os ensinamentos e aprendizado que me 
proporcionaram o meu crescimento intelectual e profissional. 
Agradeço aos meus orientadores metodológicos, Prof. José Manfroi e Profa. 
Maria Fernanda, por me ajudarem a alcançar a perfeição do trabalho. 
Agradeço aos orientadores temáticos, Prof. Hélio Antônio dos Santos Filho e 
Profa. Maria Teresa Casadei, que sempre estarem dispostos a ajudar, dando-me 
base através do compartilhamento do seus vastos conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
 
ABREVIATURAS 
 
 
ADin. – Ação Direita de Inconstitucionalidade 
Art. 
CC/02 
CLT 
CPC/15 
CF/69 
– Artigo 
– Código Civil de 2002 
– Consolidação das Leis do Trabalho 
– Código de Processo Civil de 2015 
– Constituição Federal de 1969 
CF/88 
EC 
– Constituição Federal de 1988 
– Emenda Constitucional 
FGTS 
IBGE 
– Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 
MPT 
MS 
nº. 
OJ 
RE 
– Ministério Público do Trabalho 
– Mato Grosso do Sul 
– Número 
– Orientação Jurisprudencial 
– Recurso Extraordinário 
STF – Supremo Tribunal Federal 
STJ 
TCE 
TJMS 
– Superior Tribunal de Justiça 
– Tribunal de Contas Estadual 
– Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul 
TST – Tribunal Superior do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
 
 
 
 
 
CAMPOS, Luiz Otávio Orro de. A Banalização do Contrato Temporário de 
Trabalho por Excepcional Interesse Público. 68 f. 2017. Monografia (Curso de 
Direito) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, MS. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
A pesquisa apresentada destina-se a questionar o uso inadequado do contrato temporário 
de trabalho para o atendimento do excepcional interesse público para fins não transitórios 
ou extraordinários, com fim único de conter gastos e burlar a exigência do concurso público 
para a investidura de agentes públicos a carreira pública. Assim, revela-se imprescindível 
compreender as espécies de Agentes Públicos, a qual regime jurídicos que estão 
submetidos, quais requisitos legais para a investidura na carreira pública e suas exceções, 
sendo que o ponto central é a exceção da obrigatoriedade do concurso público para a 
contratação de servidores temporários quando da necessidade transitória de excepcional 
interesse público. Falar de Contratação Temporária para Atendimento de Necessidades 
Públicas Excepcionais envolvem requisitos legais indispensáveis, como a necessidade 
excepcional, transitoriedade do fato, regulamentação da contratação temporária, tudo 
conforme lei própria que compete a cada ente público editar. No entanto, mesmo com todas 
as obrigatoriedades, os entes públicos desobedecem o Princípio da Legalidade e usufruem 
da contratação temporária para o atendimento de fins não excepcionais e permanentes, o 
que, atenta contra a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho, vez que 
não obstam de adimplir com os mínimos direitos
contidos no artigo 7º, da CF/88. Com a 
ilegalidade praticada por alguns entes públicos, os cidadãos estão indo ao Judiciário buscar 
a reparação do direito lesado, mas não obtém frutos, visto que o conflito de competência 
entre a Justiça Comum e a do Trabalho se mostra um empecilho para tal fim, assim como o 
entendimento jurisprudencial dominante que tutela pela supremacia do interesse público 
face a dignidade da pessoa humana. 
 
PALAVRAS-CHAVE: 1 Servidor. 2 Temporário. 3 Interesse Público. 4 Precarização. 
5 Contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
	
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09 
2 DO ACESSO A FUNÇÕES, CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS ...................... 11 
2.1 Agente público e seus aspectos basilares ................................................ 13 
2.2 Regime jurídico dos servidores estatais ................................................... 14 
2.2.1 Regime Estatutário ................................................................................... 15 
2.2.2 Regime Celetista ...................................................................................... 18 
2.2.3 Regime Temporário .................................................................................. 20 
2.3 Da exceção quanto à prévia aprovação em concurso público de provas 
ou provas e títulos ............................................................................................... 21 
2.4 O Contrato Temporário de Trabalho por Excepcional Interesse Público 23 
3 A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA POR EXCEPCIONAL INTERESSE 
PÚBLICO E SEUS ASPECTOS BASILARES .......................................................... 26 
3.1 A Finalidade da Contratação Temporária Administrativa ........................ 27 
3.2 Conceito de Necessidade Temporária e sua Abrangência ...................... 28 
3.3 Prazo Determinado para a Contratação Temporária Administrativa ....... 31 
3.3.1 Prorrogação do prazo determinado .......................................................... 33 
3.4 O Excepcional Interesse Público ................................................................ 36 
3.5 Evolução da Contratação Temporária por Excepcional Interesse Público 
no Brasil ................................................................................................................ 37 
4 A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO POR MEIO DO USO 
BANALIZADO DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE TRABALHO POR 
EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO .................................................................. 44 
4.1 A Competência Jurisdicional e seus Conflitos. ........................................ 49 
4.1.1 O Conflito de Competência entre a Justiça Federal e a Trabalhista 
remediada pela ADin. nº 3.395/DF ..................................................................... 52 
4.1.2 Da Inconsistência do Regime Jurídico Prúrimo para os Servidores 
Públicos levantada pela ADin. nº 2.135/DF ........................................................ 53 
4.1.3 O Regime Jurídico a ser adotado ao Contrato Temporário Administrativo 
de Natureza Nula conforme a Ótica do RE. nº 573.202/AM................................54 
4.1.4 O Regime Jurídico a ser adotado ao Contrato Temporário Administrativo 
diante da inexistência de lei que estabeleça as hipoteses de 
contratação..........................................................................................................55 
 
	
4.2 Da Supressão de Direitos Constitucionais sob Respaldo da Súmula 363, 
do TST e do RE. nº 596.478/RR . ......................................................................... 57 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 64 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
	
	
 
	
1 INTRODUÇÃO 
A contratação temporária de pessoal não integrante ao quadro efetivo da 
Administração Pública sempre foi uma realidade nebulosa no Direito brasileiro desde 
os tempos do Império, o que, por decorrência, influenciou na recepção da 
excepcionalidade, sendo inserida no inciso IX do artigo 37 da Constituição Federal 
de 1988, in verbis “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público”. 
No entanto, a excepcionalidade descrita no artigo acima, vem sendo 
indiscriminadamente usada pela Administração Pública, com ênfase pelo ente 
municipal, em situações não propícias, motivado pelo baixo desprendimento de 
verbas públicas e simplórios requisitos legais para a contratação ao ser comparado 
com a investidura de pessoal através de cargos ou concurso público. 
Nesse diapasão, verifica-se que a irregular contratação com os fins de burlar 
a obrigatoriedade do concurso público, assim como conter gasto de verbas públicas, 
incide na precarização do contrato de trabalho, refletindo assim na violação dos 
preceitos constitucionais. 
Para tanto, dividiu-se este trabalho em três capítulos para melhor 
compreensão do tema e aproximar esse estudo à realidade que envolve a 
Contratação Temporária por Excepcional Interesse Público. 
No primeiro capítulo, tratar-se-á sobre a conceituação e classificação do que 
se entende por servidores públicos, sobre a obrigatoriedade do concurso público 
para o ingresso no quadro efetivo de servidores da Administração Pública, assim 
como sua exceção, além do regime jurídico que cada espécie de servidor encontra-
se subordinado. Por fim, será introduzido sobre o que seria contrato de trabalho por 
excepcional interesse público para no capítulo seguinte destrincharmos o tema. 
O segundo capítulo versará sobre a finalidade da contrato temporário 
administrativo, conceito de necessidade temporária e suas abrangências, prazo 
determinado do contrato administrativo incomum, e o que se entende por 
excepcional interesse público. É mister, ainda, abordar todo o contexto histórico e 
sua cronologia para ser explanado sobre os objetivos vislumbrados pelo legislador 
em criar e recepcionar o contrato temporário por excepcional interesse público na 
 
	
Constituição de 1988. 
O terceiro e último capítulo tratará sobre a Precarização do Trabalho Humano 
por meio do uso banalizado do Contrato Temporário de Trabalho por excepcional 
Interesse Público, elencando os seus efeitos na sociedade, e abordando a 
competência jurisdicional e seus conflitos, além de demonstrar e questionar a 
supressão de direitos constitucionais sob o respaldo do entendimento jurisprudencial 
assentados nas Cortes Superiores que se encontram em desacordo com os 
preceitos constitucionais, vez que tutelam pela supremacia do interesse público face 
a Dignidade da Pessoa Humana. 
 
	
2 DO ACESSO À FUNÇÕES, CARGOS E EMPREGO PÚBLICO 
A Constituição Federal de 1988 trouxe nos cinco primeiros incisos do artigo 37 
as formas de acesso a funções, cargos e empregos públicos, sendo disciplinado no 
mesmo artigo os requisitos básicos para a ocupação destes, assim como elencou 
quais os instrumentos legais aptos a regulamentar os requisitos específicos, senão 
vejamos: 
Art. 37 A administração pública direita e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I – os cargos, empregos e funções são acessíveis aos brasileiros que 
preenchem os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei; 
II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, 
prorrogável uma vez, por igual período; 
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos 
será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
 
Preliminarmente, ao ler os incisos supracitados, verifica-se que a ocupação 
de funções, cargos ou emprego público são destinadas exclusivamente à pessoas 
físicas, as quais denominam-se Agentes Públicos, não importando sua 
nacionalidade, visto que são acessíveis aos brasileiros natos, naturalizados ou 
mesmo aos estrangeiros. 
Contudo, o revestimento de pessoalidade física não é requisito único capaz 
de ensejar a investidura à função, cargo ou emprego público, uma vez que o 
ingresso pode ser condicionado à eleição, como é o caso das funções públicas ou, 
prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, no caso de 
12 
	
cargos ou empregos públicos. 
Salienta-se que a elaboração do concurso público é baseado na natureza e 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, excetuando-se da 
obrigatoriedade do concurso nos casos de nomeações para cargo em comissão, que 
são de livre nomeação e exoneração, assim como a contratação temporária por 
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público, na forma dos incisos II e IX do artigo retromencionado. 
Ao analisar o conjunto de incisos de maneira não exauriente, explana-se que 
as funções públicas são aquelas destinadas as classes políticas, cujos sujeitos são 
denominados pelas doutrinas de agentes políticos ou públicos, os quais exercem 
atividades típicas de governo, através de mandato eletivo, sendo este o único meio 
de investir-se em tais funções, conforme se verifica na lição de Mazza (2014, p. 
1147) que se expõem abaixo: 
Os agentes políticos exercem uma função pública (múnus publico) de 
alta direção do Estado. Ingressam, em regra, por meio de eleições, 
desempenhando mandados fixos ao término dos quais sua relação 
com o Estado desaparece automaticamente. A vinculação dos agentes 
políticos com o aparelho governamental não é profissional, mas 
institucional e estatutária. 
São os membros de Poder que ocupam a cúpula diretiva do Estado. 
É o caso dos parlamentares, Presidente da República, governadores, 
prefeitos, e seus respetivos vices, ministros de Estado e secretários. 
 
Não obstante, conceitua-se cargo público, aquele ocupado por agente 
público, subordinado ao regime estatutário, ao passo que emprego público é aquele 
subordinado ao regime celetista, conforme se verifica no ensinamento de Di Pietro 
(2014, p. 599) a seguir: 
1. os servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e 
ocupantes de cargos públicos; 
2. os empregados públicos, contratados sob o regime da legislação 
trabalhista e ocupante de emprego públicos agentes políticos exercem 
uma função pública (múnus publico) de alta direção do Estado. 
Ingressam, em regra, por meio de eleições, desempenhando 
mandados fixos ao término dos quais sua relação com o Estado 
desaparece automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com 
o aparelho governamental não é profissional, mas institucional e 
estatutária; 
 
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Com isso, nota-se que os sujeitos ocupantes de funções, cargos ou empregos 
públicos são englobados no gênero denominado Agente Público, sendo importante 
esclarecer quem são os Agentes Públicos ocupantes de cargos públicos, para o 
melhor entendimento do tema abordado neste respectivo trabalho. 
 
2.1 Agente público e seus aspectos basilares 
 
Denominam-se agentes públicos as pessoas que prestam serviços ao ente 
público diretamente ou indiretamente. 
Consoante a lição de Mazza (2014, p. 1148) sobre agentes púbicos: “todos 
aqueles que têm uma vinculação profissional com o Estado, mesmo que em caráter 
temporário ou sem remuneração.” 
Com isso tem-se que o termo agente administrativo é gênero, e pode ser 
dividido em três espécies, conforme nos traz Carvalho (2015, p. 749) em sua obra, 
vejamos: 
a. Agentes políticos 
b. Particulares em colaboração com o poder públicos 
c. Servidores Estatais, sendo estes últimos divididos em servidores 
temporários (contratado nos moldes do art. 37, IX da Constituição 
Federal) estatutários e empregados – regido pela CLT. 
 
Os particulares em colaboração com o poder público são agentes que não 
possuem vínculo jurídico com a Administração mas prestam serviços para o ente 
público ocasionalmente, podendo este ser onerado ou não. Classificam-se em: 
designados; voluntários e credenciados. 
Os Servidores Estatais, também denominados de servidores públicos lato 
sensu, são aqueles que após a aprovação em concurso público ou não, conforme as 
ressalvas legais, prestam serviços para o Ente Público ou para suas entidades da 
Administração Indireta sob os efeitos da pessoalidade, subordinação, habitualidade 
e onerosidade. 
Nesse mesmo contexto, Figueiredo (2014, p. 405) conclui que Servidores 
14 
	
Públicos em sentido amplo são “todos os indivíduos que estão em serviço civil 
remunerado das pessoas jurídicas de direito público: União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, Territórios (quando existentes) e das respectivas autarquias, 
incluída as fundações públicas com natureza autárquica.” 
Sendo assim, tem-se que Servidor Público Estatal é toda pessoa física que 
presta serviço de natureza não eventual ao Ente Público, sob a dependência deste e 
mediante remuneração e/ou subsídio, não se enquadrando ao conceito de 
empregado, ao passo que o mesmo é toda pessoa física que presta serviço de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário, 
conforme vislumbra o artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho. 
No entanto, nota-se que ambos assemelham-se quanto aos efeitos da 
pessoalidade, subordinação, habitualidade e onerosidade. 
 
2.2 Regime jurídico dos servidores públicos estatais 
 
Os servidores públicos estatais podem ser regidos pelas normas de direito 
público, assim como normas de direito privado, sendo as últimas circunscritas na 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Para Nascimento (2011, p. 942) o regime de trabalho dos servidores estatais 
são divididos em três seguintes regimes: 
O regime de cargos, o regime de empregos e o regime temporário, o 
primeiro também denominado estatutário, abrangendo funcionários 
públicos regidos pelas leis do direito administrativo, inclusive 
integrantes de cargos de confiança (...), o segundo aplicáveis ao 
pessoal de direito privado contratado pela Administração Pública direta 
e indireta pelo sistema da CLT (CF, art. 37, II), e o terceiro para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público 
(CF, art. 37, IX). 
 
Nota-se que Nascimento em sua obra, optou por relacionar o regime de 
trabalho ao regime jurídico, entendendo que ocupantes de cargos públicos, isto é, 
funcionários públicos (servidores públicos stricto sensu) são regidos pelas normas 
de direito administrativo, empregados públicos
pelas normas de direito privado, 
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deixando de delimitar o regime jurídico dos servidores temporários, visto que para 
tais o regime pode variar conforme o caso concreto. 
Já Di Pietro (2014, p. 598), na mesma linha de raciocínio, nos traz as 
seguintes espécies com seus respectivos regimes: 
1. os servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e 
ocupantes de cargos públicos; 2. os empregados públicos, contratados 
sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego 
público; 3. os servidores temporários, contratados por tempo 
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional 
interesse público (art. 37, IX, da Constituição); eles exercem função, 
sem estarem vinculados a cargo ou emprego público. 
 
Visto isso, é de se concluir que servidor estatal é uma espécie do gênero 
agente público, sendo que o mesmo, classifica-se em: estatutário, regido pelo direito 
administrativo, subdividindo-o em efetivo ou ocupante de cargo em comissão; 
empregado público, contratado sob o regime privado celetista; e, por fim, servidor 
temporário, qual pode ser regido ou pelo direito administrativo ou direito privado 
celetista, conforme regulamentação específica ou na ausência desta, dos 
precedentes do Supremo e Superiores Tribunais. 
 
2.2.1 Regime Estatutário 
 
O regime estatutário, também denominado regime administrativo ou de 
cargos, é aquele que visa disciplinar a categoria dos servidores efetivos e dos 
ocupantes de cargo em comissão. 
Os servidores estatutários, são aqueles selecionados por concurso público ou 
não, sendo os primeiros denominados servidores efetivos, ao passo que os 
segundos ocupantes de cargo em comissão. Ambos são submetidos as normas de 
natureza pública, as quais encontra seus limites estabelecidos em estatuto. 
Mesmo esses serem submetidos ao mesmo regimento, consta explanar o 
ponto de divergência entre eles, uma vez que os servidores concursados gozam da 
estabilidades após a submissão ao estágio probatórios, aos pés que os 
comissionados são de livre nomeação e exoneração, conforme o exposto na parte 
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final do inciso II do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, in verbis: “(...) 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração.” 
O estatuto dos servidores públicos é o meio pelo qual o ente político 
uniformiza os direitos e deveres dos agentes públicos, tendo como base os preceitos 
constitucionais acostados no artigo 37 da Carta Magna, assim como os contidos no 
artigo 39, parágrafo 3º da Constituição Federal, o qual explana sobre direitos de 
natureza privada conferidos aos servidores submetidos às normas de natureza 
pública. 
Usufruem os servidores públicos dos seguintes direitos de natureza privada: 
salário nunca inferior ao mínimo legal; décimo terceiro salario; horas noturnas 
superiores as diurnas; salário-família; limitação da jornada de trabalho; descanso 
semanal remunerado; remuneração da hora extra superior à da hora comum; férias 
acrescidas do terço constitucional; licença-maternidade; licença-paternidade; 
proteção da mulher no mercado de trabalho; redução dos riscos inerentes ao 
trabalho e; proibição de diferença salarial por motivo de sexo, idade, cor ou estado 
civil. 
No que tange aos direitos de natureza pública universal auferidos à todos os 
estatutários, consta a estabilidade após a subordinação à um estágio probatório de 
três anos, conforme elencado no caput do artigo 41 da Lei Maior. 
O regime estatutário é o mais benéfico entre os demais regimes jurídicos, 
devido ter uma vinculação de natureza estatutária não contratual, a qual garante aos 
submetidos o direito à estabilidade após obtemperação do estágio probatório, 
proporcionando assim maior estabilidade financeira, visto que não são impactados 
pela influência social, econômica e política provocadas pela gestão diretiva dos 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
Ao encontro do alegado no parágrafo acima, Mazza (2014, p. 1156), em sua 
obra, afirma que os direitos constritos no regime estatutário não são diretamente 
impactados pela instabilidades políticas e econômicas, diferentemente do direito 
privado que sofre com tais influências, o que, por consequência, mostra-se mais 
benéfico entre os regimes. 
Comungando com o mesmo entendimento, Figueiredo (2014, p. 410) explana 
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em seu livro a segurança jurídica contida em um estatuto ao afirmar que: 
O regime estatutário contém toda a disciplina especial 
necessária para caracterizar o servidor público, regendo suas 
relações com as pessoas de direito público, desde seu ingresso 
na função pública, definindo seu lugar, sua remuneração, as 
condições de prestação de serviço, suas responsabilidades e o 
sistema disciplinar a que está sujeito, até o seu egresso. 
 
Não obstante, é válido salientar que o benefício à estabilidade explanados 
nos parágrafos acima, apenas recai sobre os servidores públicos estatutários 
comum, não se aplicando à exceção, eis que os servidores comissionados são de 
livre nomeação e exoneração, conforme a parte final do inciso II do artigo 37 da 
Constituição Federal de 1988 já trazido à baila. 
Posto isso, tem-se que a estabilidade trouxe segurança ao funcionário público 
efetivo quanto ao exercício da sua profissão, devido condicionar a perda do cargo as 
hipóteses elencadas no artigo 41, parágrafo primeiro, da Constituição Federal de 
1988, in verbis: 
Artigo 41. São estáveis pós três anos de efetivo exercício os 
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de 
concurso público: 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, 
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
 
 Os estatutos dos servidores públicos são criados através de lei 
complementar pelos entes públicos, com exceção ao ente federal, vez que seus 
servidores têm regime disciplinado por lei ordinária e são submetidos ao Regime 
Único dos Servidores Públicos Civil, disciplinado na Lei nº. 8.112 de 1990 que dispõe 
sobre o regime dos servidores da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais. 
Magalhães (2012, p. 36) ao elucidar sobre a competência legislativa para o 
estabelecimento do estatuto dos servidores públicos afirma em sua obra que: “(...) o 
estabelecimento do estatuto dos servidores públicos é de competência das 
18 
	
respectivas pessoas políticas, ou seja, cada ente federativo tem a competência para 
legislar sobre os direitos e obrigações de seus respectivos agentes públicos.” 
Observa-se que o autor acima, deixou claro quanto à competência legislativa 
de cada ente público em dispor sobre o estatuto de seus servidores, como se pode 
notar na Lei nº. 8.112 de 1990 que disciplinou sobre o regime dos servidores da 
União, o que, nos deixa claro sobre o âmbito/ abrangência das leis de cada ente da 
Administração, ao passo que os Municípios regulamentam o estatuto de seus 
servidores através de leis municipais, os Estados de leis estaduais e a União de leis 
federais. 
Nesse diapasão, Nascimento (2011, p. 943) explica que: 
A natureza do vínculo de trabalho entre o servidor público e o Estado 
é de direito público, de acordo com a legislação federal, estadual e 
municipal, que fixa os seus direitos de modo que a fonte normativa 
dos seus direitos não é o contrato, mas o estatuto dos funcionários 
públicos, daí falar em regime estatutário. 
 
Porquanto, não podem o entes federativos se desincumbirem do dever de 
regulamentar o estatuto dos seu servidores,
ao passo que obrigatoriamente deve-se 
respaldar nos direitos inerentes a esse regime, os quais encontra-se na Constituição 
Federal, não podendo o ente suprimi-los, vez que a supressão incorrerá na violação 
dos direitos fundamentais constitucionais de qualquer trabalhador. 
 
2.2.2 Regime Celetista 
	
O regime celetista, também denominado regime trabalhista, de emprego 
público ou emprego, é aquele que visa disciplinar a categoria dos empregados 
públicos. 
Empregados Públicos, são aqueles sujeitos, selecionados por meio de 
concurso público para ocupar empregos públicos, tendo uma vinculação contratual 
de natureza privada com o Estado, cujos limites encontra-se constritos na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), motivo este que são denominados 
servidores estatais celetistas. 
19 
	
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é o meio pelo qual a União 
Federal, através da sua competência privativa disposta no artigo 22, inciso I, da 
Carta Maior, uniformizou todos os direitos e deveres dos trabalhadores, tendo como 
base os direitos e garantias essenciais trabalhista, estabelecidos no artigo 7º da 
Constituição Federal de 1988. 
Sendo assim, deve os Estados, Municípios e o Distrito Federal curvar-se às 
normas trabalhistas editadas pela União, uma vez que compete a ela privativamente 
editar sobre, fato este que impede aos demais entes legislar sobre tal matéria, o 
que, por consequência, impõem à todos os entes, públicos ou privados, subordinar-
se à Consolidação das Leis do Trabalho, devido ser o instrumento jurídico 
regulamentador dos direitos trabalhistas. 
Observa-se que as características desse regime, contradita-se com as do 
regime estatutário, uma vez que é menos protetivo aos agentes públicos, visto que 
não gozam da estabilidade. 
No entanto, após a investidura, pode o ente público sujeita-los ao período de 
experiência de até noventa dias, nos termos do artigo 445, parágrafo único, da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Mazza (2014, p. 1162) ao falar da sujeição do empregado público ao período 
de experiência, afirma que o fato de não gozar da estabilidade não quer dizer que o 
empregado público possa ser demitido livremente, como se fosse um empregado 
comum. Fato este que condiciona a demissão do empregado público a formalidades, 
sendo elas: a motivação da demissão após o regular processo administrativo, 
observando-se as garantias do contraditório e da ampla defesa. 
Vale registrar que tal entendimento é uníssono nas doutrinas, entretanto, 
divergente do posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho, uma vez que este 
Sodalício defende a possibilidade da dispensa imotivado do empregado público. 
Portanto, para que se possa rescindir o contrato de trabalho do empregado 
público, deve-se observar as formalidades lecionada por Mazza (2014, p. 1162) 
trazidas acima, comungadas com as hipóteses de dispensa explanada por Filho 
(2015, p. 625), sendo elas: prática de falta grave nos moldes do artigo 482 da CLT; 
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; necessidade de 
redução de quadro, no caso de excesso de despesa conforme artigo 169 da CF/88 
20 
	
e; insuficiência de desempenho apurada em processo administrativo. 
 
2.2.3 Regime Temporário 
	
O regime temporário, também denominado especial ou terceiro regime 
jurídico, é aquele que visa disciplinar a categoria dos servidores estatais 
temporários. 
Carvalho (2015, p. 753) ao conceitual servidores temporário nos traz que: 
“Consideram-se servidores temporários todos aqueles contratados, com base no art. 
37, incido IX, da Constituição Federal, para atendimento, em caráter excepcional, de 
necessidade não permanentes dos órgãos públicos.” 
Neste sentido, o inciso IX da Carta Maior expõem que a lei estabelecerá os 
casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público. 
Conceitua-se Servidores Temporários, os sujeitos selecionados por meio de 
processo seletivo simplificado para ocupar função pública temporária, podendo ter 
uma vinculação contratual de natureza privada ou pública com o ente, cujo os limites 
encontra-se constritos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), quando a 
natureza contratual for privada e, na legislação específica elaborada pelo ente 
contratante, quando a natureza contratual for pública. 
A subordinação dos servidores temporários às normas de direito público 
(estatuto) ou privado (CLT) se dá pelo arbítrio do ente público, vez que é de sua 
competência regulamentar através de lei específica a contratação temporária de 
seus respectivos agentes públicos, assim como estabelecer um regime jurídicos 
para tais. 
Porquanto, conclui-se que inexiste uma unicidade quanto a adoção de um 
regime jurídico aos servidores temporários, podendo os mesmos serem regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho, assim como pelo Estatuto dos Servidores 
Públicos do respectivo ente público, situação que coaduna para a subjetividade dos 
direitos auferidos a tais, uma vez que a jurisprudência é incapaz de pacificar seu 
entendimento, acarretando, desta forma, em uma incerteza jurídica, as quais obstam 
21 
	
ao gozo de direitos trabalhistas constitucionais. 
 
2.3 Da exceção quanto à prévia aprovação em concurso público de provas ou 
provas e títulos 
 
A investidura em funções, cargos ou empregos públicos através da prévia 
aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos têm como objetivo o 
enaltecimento e valoração dos princípios do Direito Administrativo, sendo eles: 
legalidade; impessoalidade; moralidade; publicidade e eficiência; sendo que sua 
inobservância acarreta a invalidade do ingresso. 
Carvalho (2016, pp. 758 e 759), ao professorar sobre o tema, explica que: 
O ingresso aos cargos públicos não deve ser restringido 
indevidamente pela Administração Pública, contudo, é possível que a 
lei estabeleça pressupostos necessários à assunção destes cargos, 
como forma de se evitarem abusos por parte dos administradores 
públicos e para que o acesso seja feito em observância aos princípios 
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, 
além dos demais aplicáveis à atuação estatal. 
(...) 
O ingresso na carreira pública deve-se pautar pelos princípios 
constitucionais que norteiam a atuação estatal e não pode decorrer de 
interesses particulares, visando a beneficiar pessoas específicas, em 
detrimento do restante da sociedade. 
(...) 
O requisito básico para garantia de impessoalidade, moralidade e 
isonomia no acesso a cargos públicos é a realização de concurso 
público, de provas ou de provas e títulos, uma vez que os critérios de 
seleção são objetivos, não se admitindo quaisquer espécies de 
favoritismo ou discriminação indevidas. 
 
Indo ao encontro do exposto acima, verifica-se que os princípios da 
moralidade e impessoalidade proporcionam o amplo acesso ao serviço público, 
desde de que supridos os requisitos legais trazidos em lei específica, a qual deve 
obrigatoriamente estar acometida pela publicidade. 
Observa-se que a obrigatoriedade do concurso público tem por fim de tutelar 
pelos princípios administrativos, visto que a seleção é efetuada de forma objetiva, o 
22 
	
que, por consequência, extirpa do rol de possibilidades qualquer incidência de 
preferência ou discriminação entre os candidatos. 
Em razão disso, o artigo 37, inciso II da Constituição Federal de 1988 nos traz 
que: 
A investidura em cargos ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
 
De acordo com a lição de Carvalho (2015, p. 774): 
A lei definirá as exigências a serem determinadas para o ingresso em 
cada carreira pública, sendo que o mérito do sujeito será o único 
critério a ser avaliado na escolha dos servidores, devendo-se estipular 
os requisitos de ingresso sempre em respeito ao princípios da 
razoabilidade. De fato, a complexidade da prova e o nível de exigência 
deve ser compatível com a carreira a ser preenchida mediante o 
processo seletivo. 
Desse modo, a Constituição exige a realização de prova, 
obrigatoriamente, para que a seleção seja realizada de forma 
isonômica. Não se admite no Brasil a escolha de candidatos baseada 
somente em concurso de títulos. Definir a titulação do candidato como 
único critério de ingresso viola diretamente impessoalidade do acesso. 
 
No entanto, a Constituição Federal de 1988 trouxe em seu bojo duas 
exceções legais para a investidura à cargo ou emprego público, sem a prévia 
aprovação em concurso público, sendo elas: o cargo em comissão, submetido as 
normas de direito público e; contratação temporária por excepcional interesse 
público, submetida as normas de direito público ou privado, conforme explicado 
acima. 
No que tange aos Cargos em comissão, verifica-se no artigo 37, inciso II, da 
Carta Magna que tais cargos são concedidos para funções de direção, chefia e 
assessoramento, à medida que necessário se faz a confiança pessoal para o 
executamento destas atividades, sendo que são cargos de livre nomeação e 
exoneração. 
No que se refere aos Servidores Temporários, o texto constitucional não 
exigiu a prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos para o 
ingresso, visto se tratar de situação extraordinária e temporária, a qual necessita de 
23 
	
atendimento urgente, uma vez que em tal ocasião, presente se faz o periculum in 
mora. 
 
Para Magalhães (2012, p. 58) 
A contratação temporária é prevista na atual Constituição como forma 
de recrutamento excepcional de pessoal pela Administração, nos 
casos em que a realização do concurso puder comprometer os bens 
jurídicos tutelados pelo Estado. 
 
Neste norte, verifica-se que a contratação temporária por mais que seja de 
caráter excepcional, não deixa de atender os princípios administrativos, visto que a 
necessidade do ente público em efetuar contratação temporária dever coadunar com 
os princípios da legalidade e publicidade, tendo em vista que deve haver previsão 
legal permissiva de tal contratação anômala, assim como a divulgação da 
necessidade excepcional, além de que deve a seleção compadecer com os 
princípios da impessoalidade, eficiência e moralidade, visto que o candidato é 
selecionado através de seu mérito, selecionando-se assim o candidato que possuiu 
o melhor desempenho. 
 
2.4 O Contrato Temporário de Trabalho por Excepcional Interesse Público 
 
O contrato de trabalho por tempo determinado para atendimento de 
necessidades excepcionais de interesse público possibilitou aos entes federativos, 
em caráter extraordinário, admitirem agentes públicos sem a prévia realização de 
concurso público de provas ou provas e títulos, visto que certas situações ensejam 
uma ágil contratação, face o periculum in mora. 
No entanto, mesmo inexistindo a obrigatoriedade do concurso público, fica o 
ente político incumbido de realizar processo seletivo simplificado, com fim de prezar 
pelos princípios administrativos, tendo sua maior ênfase no princípio da efetividade, 
visto que a seleção têm como fim a escolha do candidato que mais se adequa à 
função temporária emergencial. 
Devido a este breve exposto, a Constituição Federal de 1988 recepcionou em 
24 
	
seu corpo esta espécie anômala de contrato de trabalho, conforme se verifica em 
seu inciso IX do artigo 37, in verbis “a lei estabelecerá os casos de contratação por 
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público”. 
Ao ensinar sobre o tema, Magalhães (2012, p. 74) nos traz o seguinte: 
(...) há situações em que o administrador não têm tempo para 
instaurar processo administrativo para selecionar o melhor 
candidato, pois eventual demora acarretaria risco para a 
coletividade, previu o Constituinte a possibilidade de contratação 
temporária em virtude de excepcional interesse público (art. 37, 
inciso IX). Nestas situações, a Administração Pública poderá 
contratar pessoal para atender à situação emergencial sem que 
seja necessário concurso público. É o que acontece em 
situações de calamidade pública, por exemplo, nas quais é 
impensável a perda de tempo com processo de seleção de 
pessoal. 
 
Analisando o inciso IX, do artigo 37 da Constituição, verifica-se que o mesmo 
trouxe-nos três requisitos cumulativos indispensáveis para que se possa contratar 
servidores por tempo determinado, sendo eles: Contratação regulamentada por lei 
específica; Interesse Público justificado conforme as hipóteses permitidas em lei e; 
Caráter excepcional da contratação. 
O primeiro requisito se faz necessário para que tal modalidade de contrato 
possa surtir efeito no campo jurídico, visto que a regulamentação têm como fim 
delimitar o serviço temporário, especificando assim seus contornos e características, 
a duração máxima do contrato, assim como o regime jurídico adotado pelo ente 
público. 
O legislador, através do artigo 39, da Carta Maior, atribuiu à todos os entes 
federados a competência de regulamentar o regime jurídico do seus servidores, à 
proporção que o artigo 37, inciso IX da mesma, incumbiu aos mesmos o dever de 
regulamentar a contratação dos seus servidores excepcionais por meio de leis 
especiais infraconstitucionais. 
25 
	
Visto isso, a União através da Lei nº. 8.745 de 1993 regulamentou a 
contratação de seus servidores temporários contratados diretamente pela 
Administração Federal, as autarquias e as fundações públicas, trazendo-nos a 
primeira definição de necessidade temporária de excepcional interesse público. 
O segundo requisito, deve ser necessariamente justificado pela autoridade 
responsável pela contratação, dentro das hipóteses trazidas em leis, visto que tal 
tipo de contratação não é regra no âmbito administrativos, e devido o seu caráter 
extraordinário, necessário se faz a motivação e justificação, uma vez que a 
banalização do contrato temporário administrativo incorre na precarização dos 
direitos essenciais trabalhistas. 
O terceiro requisito, se mostra legítimo, uma vez que tal contratação não é a 
regra, visto que apenas recai sobre situação extraordinária, importando-se 
esclarecer que a contratação de temporários em situações não excepcionais ou 
mesmo urgentes, as quais detém tempo hábil para a realização de concurso público 
incorre na violação dos princípios que regem o Direito Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
	
3 A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO 
E SEUS ASPECTOS BASILARES 
A contratação temporária de agentes públicos para o fim de atender 
necessidades excepcionais de interesse público tem como base os seguintes 
aspectos, dentro os quais dependem uns dos outros para que assim possa existir 
essa espécie de contratação, sendo os mesmo cumulativos e indispensáveis. São 
eles: Necessidade, Excepcionalidade, Transitoriedade, Celeridade e Interesse 
Público Social. 
No que tange ao primeiro pilar, tem-se que presente se faz a necessidade do 
ente público em contratar servidores por prazo determinado, uma vez a mesma se 
mostra como um dos meios, as quais possam vir à solucionar certos problemas que 
impactam negativamente o poder
público, à medida que se inexistir necessidade, 
descabido é a contratação temporária, tendo em vista que a regra para a investidura 
em cargos, funções ou empregos públicos ocorre através do concurso público de 
provas ou provas e títulos, ficando o ente federativo compelido à proporcionar os 
meios para a seleção de servidores, devido não haver necessidade de uma seleção 
célere. 
Quanto ao segundo pilar, verifica-se que a excepcionalidade se faz presente, 
devido a contratação por tempo determinado não ser a regra para a investidura no 
serviço público, mas sim uma exceção à regra do concurso público, vez que pode o 
ente político contratar servidores temporários em situações excepcionais, desde que 
haja necessidade, devendo-se ressaltar que as situações excepcionais que ensejam 
esta modalidade de contratação, deve estar prevista em lei especial, a qual deve 
regulamentar quais são as ocasiões consideras excepcionais, passíveis de 
contratação temporária, devido haver a necessidade de uma contratação rápida para 
a resolução de situações urgentes. 
O terceiro pilar se mostra autêntico, vez que a transitoriedade da ocasião 
excecional é aspecto que se impõe, um vez que a contratação se mostra cabível 
apenas em situação excepcionais, ou seja, de natureza eventual ou não 
permanente, visto que a regra para este tipo de contratação é o prazo determinado 
para o fim da prestação de serviço, devendo-se salientar que pode o ente público 
renovar o contrato quando findar o prazo estipulado nele, desde que respeite os 
27 
	
parâmetros legais para a renovação, sem desvirtuar o caráter temporário do contrato 
face a situações excepcional. 
O quarto pilar está constrito na celeridade na contratação de servidores 
temporários ante a situações emergentes, as quais necessitam de urgentes 
soluções, uma vez que a demora poderá impactar severamente a sociedade, 
podendo chegar ao ponto do dano social ser de difícil reparação. 
Por fim, o quinto e último pilar, o qual está sedimentado no interesse público 
ante as necessidades sociais, mesmo que tal contratação seja menos favorável ao 
contratado, mas ante à situações extraordinárias, pode o ente público admitir 
agentes públicos de maneira célere para o fim de solucionar problemas que podem 
vir a impactar a sociedade de forma irreparável ou de difícil reparação, mostra-se 
conveniente o contrato temporário, uma vez que o interesse público social tem seu 
gênese na supremacia do interesse público sobre o privado. 
Posto isso, ao analisar os aspectos basilares do contrato temporário de 
trabalho para atendimento de necessidades excepcionais de interesse público, 
verifica-se que o legislador criou uma espécie de contratação “coringa”, a qual visa 
solucionar problemas excepcionais previsíveis, com fulcro no Princípio da 
Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, visto que apenas pode-se 
contratar servidores temporários em situações onde o poder público necessita 
temporariamente de servidores públicos para atenderem a situações excepcionais, 
cuja a celeridade na contratação é o meio mais astucioso para a resolução de 
anomalias sociais, as quais acometem o ente público. 
 
3.1 A Finalidade da Contratação Temporária Administrativa 
	
O contrato temporário administrativo de trabalho tem como escopo atender as 
necessidades do ente público em certas ocasiões excepcionais, as quais são 
transitórias, sendo esta, uma espécie de ingresso na carreira pública, a qual 
excetua-se da regra do concurso público, visto que os serviços prestados pelos 
agentes temporários visam o restabelecimento da normalidade, a qual foi quebrada 
pelo evento excepcional, ao passo que sessando a excepcionalidade e havendo 
estabilização da situação, desnecessário se faz a continuidade dos serviços 
28 
	
prestados pelos agentes, ocasião esta incorre na resolução do contrato quando este 
tiver seu prazo exaurido. 
Para Magalhães (2012, p. 106) o contrato de trabalho temporário pode ser 
classificado como contrato de execução sucessiva e, assim, coadunando com tal 
raciocínio, Pereira (2006, p. 41) afirma que os contratos de trato sucessivo 
caracterizam-se por sobreviver com a persistência da obrigação até que, pelo 
implemento de uma condição ou decurso de um prazo, cessa o próprio contrato. 
Nesta linha de raciocínio, um paralelo pode ser feito com a contratação 
temporária celetista, regulada pela Lei nº 6.019 de 1974, onde nesta também se 
pode contratar pessoais físicas temporariamente, para o atendimento de 
necessidades transitórias de substituição de empregados regulares e permanente ou 
até mesmo no acréscimo extraordinário de serviços, conforme se verifica no artigo 2º 
desta lei. 
Mesmo não havendo qualquer semelhança entre o contrato temporário 
celetista e o administrativo, salienta-se que ambos possuem um cognitivo comum, o 
qual foi fomentou a criação destas modalidades contratuais. Em ambos contratos, o 
objetivo central é possibilitar ao contratante à contratar pessoas físicas por um 
determinado lapso de tempo para o fim de suprir certas necessidades transitórias, 
cujas são impassíveis de serem remediadas pelo pessoal efetivo, necessitando 
assim de numerário extraordinário, sem que estes sejam efetivados. 
Tem-se que a finalidade do contrato temporário administrativo é fornecer ao 
ente público, meios para reparar ou prevenir situações que afligem ou passam afligir 
o equilíbrio social, o qual é incapaz de restabelecer o equilíbrio social apenas com 
os serviços prestados servidores efetivos, necessitando assim de servidores 
temporários, até que seja retomado o equilíbrio novamente. 
 
3.2 Conceito de Necessidade Temporária e sua Abrangência 
	
O conceito stricto sensu de necessidade temporária, encontra-se disciplinada 
na extensa gama do artigo 2º da Lei nº 8.745 de 1993, onde o legislador nos trouxe 
29 
	
a possibilidade de contratar agentes por tempo determinado para o fim de atender 
as necessidades temporárias de excepcional interesse público, cujas as hipóteses, 
em apertada síntese, consiste em: situações de calamidade pública; emergência em 
saúde pública; realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza 
estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 
IBGE; admissão de professor substituto e professor visitante; admissão de professor 
e pesquisador visitante estrangeiro e; entre outros exposto nos incisos e parágrafos 
do mesmo artigo. 
Magalhães (2012, p. 124) em sua obra, nos traz um conceito lato sensu da 
necessidade temporária, assim como a abrangência do termo, senão vejamos: 
 A contratação de agentes para resguardar o interesse público em 
casos excepcionais, nos termos do art. 37,IX, da Constituição, pode 
ocorrer somente “por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária”. Assim, quanto ao aspecto temporal, deve-se investigar a 
abrangência das expressões “contrato por tempo determinado” e 
“necessidade transitória”. 
Primeiramente, cumpre salientar que não se confunde as duas 
expressões. Contrato por tempo determinado refere-se à duração do 
vínculo entre o Estado e o servidor temporário, contrapondo-se ao 
vínculo de natureza permanente. Por outro lado, necessidade 
transitória nada tem a ver com a relação Estado-servidor, mas diz 
respeito às situações de fato que demandam a ação da Administração 
Pública e, para isso, autorizam a contratação de agentes até mesmo 
sem a prévia aprovação em concurso público 
Necessidade transitória, assim, refere-se à exigência de providências 
com duração predeterminada, abrangendo situações de urgência que 
demandam providências imediatas, ou ainda atividade de natureza 
transitória que são incompatíveis
com o provimento em caráter efetivo 
nos quadros da Administração Pública. 
 
Com efeito, sabe-se que a definição de necessidade temporária lato e stricto 
sensu não são de caráter vinculante a todos os entes públicos, uma vez que cabe a 
cada um definir o conceito de necessidade temporária através de lei específica. 
Portanto, mesmo havendo uma extensa e completa definição de necessidade 
excepcional de interesse público constrita no artigo acima mencionado, a 
Constituição Federal incumbiu aos demais entes a responsabilidade de 
regulamentar as suas contratações temporárias sem vinculá-los a lei supra , o que, 
por consequência, obsta uma conceituação unívoca basilar do que seriam as 
necessidades excepcionais, vez que a definição trazida, apenas vincula as 
30 
	
contratações temporárias realizadas pela Administração Federal direta, as 
autarquias e fundações públicas, tendo em vista a inexistência de hierarquia ou 
subordinação entre leis dos entes federados. 
Desse modo, segundo Di Pietro (2014, p. 599) ao explanar sobre o tema, 
afirma que “São contratados para exercer funções em caráter temporário, mediante 
regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da federação.” 
Nesse mesmo sentido, Lenza (2014, p. 512) leciona sobre o modelo 
horizontal de repartição de competência, oportunidade a qual nos traz o seguinte: 
“No modelo horizontal não se verifica concorrência entre os entes federativos. Cada 
qual exerce a sua atribuição nos limites fixados pela Constituição e sem relação de 
subordinação, nem mesmo hierarquia.” 
O legislador ao trazer à contratação temporária administrativa na Constituição 
Federal de 1988, deixou propositalmente de definir com rigor o que seria a 
necessidade temporária, uma vez que acreditou na moralidade dos gestores 
públicos em utilizar a excepcional contratação apenas em situação cuja a 
contratação temporária se torna uma medida impositiva, devido ao periculum in 
mora. 
Magalhães (2012, pp. 125 e 126) nos traz o seguinte posicionamento sobre 
esse ponto controvertido: 
O legislador não têm condição de antever quais atividades poderão 
requerer a admissão urgente de pessoal, visto que somente diante do 
caso concreto é possível aferir se há tempo para nomeação de 
agentes em caráter efetivo. 
 
No entanto, o objetivo do legislador em não estabelecer uma conceituação do 
que se entenderia por necessidade temporária, permitiu aos Estados, Municípios e o 
Distrito Federal à definir a excepcionalidade, conforme os seus interesses 
particulares, fato este que acarreta na banalização e precarização do contrato de 
trabalho, o qual será devidamente abordado na presente monografia jurídica. 
 
 
 
31 
	
3.3 Prazo Determinado para a Contratação Temporária Administrativa 
	
A contração temporária administrativa tem como requisito obrigatório a 
estipulação de prazo máximo para o fim da prestação de serviços pelo agente 
temporário, sendo que tal prazo deve estar previsto em lei especial, assim como de 
maneira expressa no contrato, uma vez que a ausência de ambos pode acarretar na 
nulidade no contratação, uma vez que carente esta de atender os princípios 
norteadores do direito administrativos, dando-se ênfase no da legalidade e 
moralidade. 
Coadunando com o disposto no parágrafo acima, Carvalho (2016, p. 877) traz 
em sua obra, o seguinte: “O prazo de duração do vínculo especial é determinado 
pela lei específica que regulamenta as contradições na esfera de cada ente 
federativo e deve ser definido no contrato celebrado com o ente estatal.” 
Resigna-se que no âmbito federal, os prazos e suas prorrogações encontra-
se contidos de maneira expressa e taxativa na Lei nº 8.745/93, em seu artigo 4º, o 
qual nos traz o prazo de contratação para cada classe profissional, assim como as 
suas respectivas prorrogações, as quais são delimitadas através de ato permissivo. 
É importante salientar que no direito civil e penal, pode-se praticar qualquer 
ato cuja lei não preveja como ilícito, diferentemente do direito administrativo que só 
se pode praticar atos que a lei preveja expressamente como lícitos. 
Portanto, não pode o órgão da Administração Federal direta, assim como as 
autarquias e as fundações públicas desobedecer os prazos e as prorrogações 
previstas em lei, visto que estão diretamente vinculados ao estabelecido no artigo 1º 
da Lei supracitada, in verbis: 
Artigo 1º Para atender a necessidades temporária de excepcional 
interesse público, os órgãos da Administração Federal direta, as 
autarquias e as fundações públicas poderão efetuar contratação de 
pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previsto 
nesta Lei. 
 
No que se refere aos demais entes público, tais como os Estados, Municípios 
e o Distrito Federal, têm-se que os mesmo não estão vinculados a obediência dessa 
Lei, uma vez que compete aos mesmo estabelecerem os parâmetros das suas 
32 
	
necessidade temporárias, assim como os prazos e suas prorrogações. 
Moreira Neto (2014, p. 463) explica que essa contratação tem natureza 
administrativa e, por isso, a lei que a instituir é de competência de cada entidade 
política, com fulcro no artigo 18, caput da Constituição Federal, in verbis: 
Artigo 18 A organização política-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. 
 
 Carvalho (2016, p. 739) comungando com esse raciocínio, afirma que a 
contratação de servidores temporários deve observar o cumprimento de três 
requisitos, sendo eles: Serviço temporário, foco deste subcapítulo; Interesse público, 
e o caráter de excepcionalidade. 
No que tange ao Serviço temporário, Carvalho (2016, p. 739) expõe que o 
serviço temporário é aquele definido por lei específica que deve especificar seus 
contornos e características, os limites máximos de duração, além de regulamentar o 
regime aplicado a estes servidores, ao passo que se trata de norma de eficácia 
limitada, vez que somente produzirá efeitos se houver regulamentação 
infraconstitucional para estabelecer limites. 
Assim sendo, vislumbra-se que a autonomia dada pelo poder constituinte aos 
entes políticos citados no parágrafo anterior, muitas vezes são não estabelecidos ou 
quando são, mas de forma imoral, com o intuito único de favorecimento pessoal e 
não de proporcionar a resolução da situação excepcional, ocasião que na grande 
maioria da vezes, acarreta na precarização e banalização do contrato temporário de 
trabalho, uma vez que obsta o agente temporário de perceber seus direitos 
trabalhistas mínimos estabelecidos na Constituição Federal. 
No entanto, sabemos que o real objetivo do legislador em não estipular 
prazos unívocos para todos os entes públicos é de inobstruir a remediação das 
situações excepcionais, dando-lhes autonomia para estabelecer prazo razoável 
consoante a necessidade excepcional exige, uma vez que que impossível é a 
previsão da cessação do evento extraordinário. 
Sobre esse ponto controvertido, Magalhães (2012, p. 130) nos traz o seguinte 
posicionamento: 
33 
	
O simples fato de ser estabelecido previamente prazo limite para a 
permanência do vínculo já se apresenta bastante delicado, visto que o 
excepcional interesse público, normalmente, tem duração imprevisível. 
Observa-se, como exemplo, a celebração de contrato por tempo 
determinado em virtude de epidemia que apresente risco à saúde de 
toda a população. Não há como antecipar qual deve ser o prazo de 
contratação, pois é desconhecida a duração do ataque 
epidemiológico. 
Seria também extremamente difícil para o legislador uniformizar, para 
todas as hipóteses de contratação
em caráter excepcional, o limite 
máximo de duração do vínculo entre a Administração e o servidor 
temporário. Por exemplo: no caso de contratação de professor 
substituto em decorrência de férias do professor titular, não se justifica 
a admissão de servidor temporário pelo prazo de dois anos. Por outro 
lado, servidores temporários admitidos com o objetivo de realizar 
recenseamento necessitam de tempo maior para a conclusão do 
trabalho, não sendo razoável limitação de um ou dois meses. A 
duração do vínculo deve ter relação direta com a transitoriedade das 
atividades a serem exercidas. Assim, deve o legislador estabelecer 
prazos-limite para a contratação de acordo com cada hipótese de 
contratação temporária, considerando que a duração do vínculo pode 
variar de acordo com a necessidade excepcional. 
 
Ante o exposto, percebe-se que o intuito do legislador em não prever um 
prazo monocrático para todos os entes públicos tem em sua essência o fim de não 
obstruir o ente público de remediar suas situações excepcionais. Entretanto, 
possibilitou aos mesmos de contratarem servidores temporários habitualmente, sem 
ao menos existir situação excepcional, atitude esta que será discutida no próximo 
capítulo, sendo agora de extrema valia a abordagem sobre a possibilidade da 
prorrogação desse contrato de trabalho anômalo. 
 
3.3.1 Prorrogação do Prazo Determinado 
 
Em consonância com o explanado acima, sabe-se que a contração 
temporária administrativa têm como requisito formal a estipulação de prazo 
determinado. 
No entanto, é de notório saber que a pré-estipulação de prazo, tem por fim de 
preservar a regra do concurso público para a investidura na carreira pública, assim 
como possibilitar ao ente estatal à usar da excepcionalidade legal do artigo 37, 
inciso I, de nossa Carta Magna, para o fim de sanar ocorrerias extraordinárias. 
34 
	
Com isso, possível é a prorrogação do prazo determinado, tendo em vista que 
as necessidades excepcionais de interesse público decorridos de fatos 
extraordinários são imprevisíveis, o que, por consequência, obsta a estipulação de 
tempo determinado para o cessamento do evento extraordinário, incorrendo em 
equívoco qualquer fixação do prazo sem a possibilidade de prorrogação. 
Magalhães (2012, p. 133) fortifica esse entendimento ao afirmar que 
pendurando a necessidade excepcional, não só podem, mas devem, 
obrigatoriamente, ser os contratos prorrogados. 
É por esses fundamentos que o ente público federal, através da Lei 8.745 de 
1993, nos traz no parágrafo único do seu artigo 4º, as hipóteses de prorrogação do 
contrato administrativo temporário, postura esta que também pode ser tomada pelos 
demais entes, devido as suas autonomias legislativas, conforme já explicado. 
Por outro lado, a necessidade de restabelecer a normalidade é o que 
possibilita a prorrogação no contrato temporário celetista da Lei 6.019 de 1974, 
assim como no contrato temporário administrativo da Lei 8.745 de 1993, uma vez 
que a permissibilidade da prorrogação é uma exceção da exceção, ou seja, quando 
impossível for o restabelecimento da normalidade através do prazo da contratação, 
pode-se prorroga-la em prol da normalidade. 
 A prorrogação nos contrato temporários tem como objetivo possibilitar ao 
contratante que solucione suas necessidades transitórias, através da contratação de 
extranumerário por um prazo determinado e, caso, não consiga suprir as suas 
necessidades no prazo delimitado, permitiu o legislador, excepcionalmente a 
prorrogação da contratação por prazo não superior ao previsto em lei, consoante ao 
artigo 10º, da Lei 6.019/74 e parágrafo único, do artigo 4º, da Lei 8.745/93, in verbis: 
Artigo 10º O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a 
empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, 
não poderá exceder de três meses, salvo autorização pelo órgão local 
do Ministério do Trabalho e Previdência Social, segundo instruções a 
serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mão-de-Obra. 
Artigo 4º As contratações serão feitas por tempo determinado, 
observando os seguintes prazos: 
(...) 
Parágrafo único. É admitida a prorrogação dos contratos: 
(...) 
35 
	
 
Repisa-se que a excepcionalidade da prorrogação trata-se de um mecanismo 
legal que somente deve ser recorrido quando houver coerência entre a necessidade 
do contratante e o evento transitório, vedando-lhe a prorrogação, caso o evento for 
de caráter permanente, uma vez que os contratos temporários de trabalho são 
destinados apenas à necessidades transitórias. 
Ao professorar sobre o contrato temporário de trabalho celetista, Godinho 
(2016, p. 516) afirma que: 
A normatividade relativa á figura do trabalho temporário fixa ainda o 
prazo máximo de três meses para a utilização pela empresa tomadora 
dos serviços do trabalhador temporário. Trata-se do mecanismo legal 
acionado para preservação da coerência com a ideia de transitorieda-
de que rege a relação de trabalho formulada pela Lei n. 6.019/74. Ex-
cedido esse prazo trimestral, considerar-se-á desqualificada a relação 
excetiva de trabalho temporário, formando-se o vínculo empregatício 
clássico com o tomador. 
 
Usando-se dessa lição, podemos adaptá-la ao contrato temporário de 
trabalho administrativo, uma vez que em ambos, o prazo máximo deve ser definido 
em lei, devido se tratar de um mecanismo legal acionado para preservação da 
normalidade face à excepcionalidade transitória, ao passo que excedidos os prazos 
previstos, considera-se-á irregular o excetivo contrato temporário, uma vez que 
afronta diretamente a regra do concurso público para a investidura no serviço 
público. 
O contrato temporário administrativo tem por fim a remediação de 
necessidades excepcionais de interesse público e, devido a impossibilidade de se 
prever o tempo que se perdurará o evento extraordinário, trouxe o legislador a 
possibilidade da prorrogação do prazo determinado, devendo esse ser respeitado 
com todo seu rigor, uma vez que a violação incorre diretamente na afronta a regra 
constitucional do concurso público e dos princípios basilares do direito 
administrativo. 
 
 
36 
	
3.4 O Excepcional Interesse Público 
 
 
Antes de mais nada, mister se faz uma breve conceituação do excepcional 
interesse público para posteriormente introduzir o tema e, assim tratarmos de suas 
abrangências. 
Interpretando a lição de Magalhães (2012, p.134), entende-se que o 
excepcional interesse público é o animus do ente político em satisfazer as 
necessidades coletivas extraordinárias, para o fim de tutelar pelo não perecimento 
do interesse da sociedade. 
Foi essa interpretação que nos permitiu aprofundar o tema de força segura e 
precisa no que tange as abrangências do excepcional interesse público. 
Já é de nosso conhecimento que o excepcional interesse público é um dos 
requisitos legais indispensáveis para que o Poder Público possa contratar agentes 
temporários, conforme já explanado exaustivamente nos itens acima. 
Portanto, sendo este um dos requisitos obrigatórios, sensato foi o legislador 
em não subjetivar o caráter deste requisito, uma vez que tal prática possibilitaria 
ainda mais a banalização e precarização desta modalidade contratual insólita, o que, 
desvirtuaria, totalmente seu intuito de criação. 
Visto isso, são pelos fundamentos do parágrafo acima que o caráter do 
excepcional interesse público é objetivo e, por decorrência deste, compele aos entes 
políticos a taxativar e positivar de maneira exaustiva todas as hipóteses possíveis 
que entenderem ser de caráter provisório e de excepcional interesse público. 
 Destaca-se que a inexistência de previsão legal tem por consequência a 
obstrução da contratação
temporária administrativa, uma vez que a situação 
transitória donde recair o interesse público não se encontraria revestida de 
excepcionalidade, devido a ausência de previsão. 
É partindo desses pressupostos que Carvalho (2016, p. 739) leciona em sua 
obra que o excepcional interesse público deve ser devidamente justificado pela 
autoridade responsável pela contratação, dentro das hipóteses legais. 
Fortificando este pensamento, Magalhães (2012, p.143) afirma que o 
Constituinte não permitiu a contratação de pessoal em razão da simples 
37 
	
necessidade transitória, uma vez que além de transitória, devem as necessidades 
corresponderem ao excepcional interesse público. 
Nesse norte, Mello (2013, p. 290) nos traz o seguinte: 
A Constituição prevê que a lei (entende-se: federal, estadual, distrital 
ou municipal, conforme o caso) estabelecerá os casos de contratação 
para o atendimento de necessidade temporária de excepcional 
interesse público (art. 37, IX). Trata-se, aí, de ensejar suprimento de 
pessoal perante contingências que desgarrem da normalidade das 
situações e presumam admissões apenas provisórias, demandadas 
em circunstâncias incomuns, cujo atendimento reclama satisfação 
imediata e temporária (incompatível, portanto, com o regime normal de 
concurso). A razão do dispositivo constitucional em apreço, 
obviamente, é contemplar situações nas quais ou a própria atividade a 
ser desempenhada, requerida por razões muitíssimo importantes, é 
temporária, eventual (não se justificando a criação de cargo ou 
emprego, pelo quê não haveria cogitar do concurso público), ou a 
atividade não é temporária, mas o excepcional interesse público 
demanda que se faça imediato suprimento temporário de uma 
necessidade (neste sentido, “necessidade temporária”), por não haver 
tempo hábil para realizar concurso, sem que suas delongas deixem 
insuprido o interesse incomum que se tem de acobertar. 
 
É por estes e outros fundamentos que se pode concluir que o interesse 
público tem sua motivação respaldada na tutela do interesse da sociedade e, 
quando impassível é a remediação através dos meio regulares, pode o ente político 
usar dos meio excepcionais. 
 
3.5 Evolução da Contratação Temporária por Excepcional Interesse Público 
no Brasil 
 
O contrato excepcional abordado neste trabalho não é uma inovação trazida 
pela Constituição Federal de 1988 para o ordenamento jurídico brasileiro, visto que 
tem seu espaço na história desde os tempos do Império brasileiro, e que, diga-se de 
passagem, é extensa e conturbada até os dias atuais mesmo que a primeira vista 
nos parece ser uma modalidade contratual breve e sucinta, a qual foi singelamente 
recepcionada pela Constituição acima mencionada. 
Para entendermos mais sobre o objetivo central dessa modalidade contratual 
excepcional, assim como as consequências e os frutos das práticas usadas pelos 
entes federativos para o fim de obstruir o gozo dos agentes temporários de seus 
38 
	
direitos e garantias essências elencadas no artigo 7º da Lei Maior, indispensável é a 
elucidação do contexto histórico, para assim esclarecer por meio deste trabalho qual 
foi o real objetivo vislumbrado pelo legislador ao recepcionar esse contrato incomum 
em nossa Carta Magna, assim como denunciar a utilização do mesmo pelos 
Estados, Municípios e Distrito Federal, para fins não excepcionais, mas os quais 
foram definidos em leis especiais como tais. 
Antes de adentramos no contexto histórico, salienta-se que escassas são as 
doutrinas que trazem à tona de maneira exauriente a evolução histórica do contrato 
temporário de trabalho administrativo. E, por decorrência, baseia-se este item nas 
palavras de Magalhães (2012, pp. 100/104), as quais estão contidas em sua obra 
que trata especificadamente desse tema, ao passo que essa é a única doutrina que 
explana exaustivamente sobre o contexto histórico. E mais, além da escassez de 
doutrinas sobre o tema, constata-se que a obra do autor acima não encontra-se 
acessível para toda a população, uma vez que inexiste exemplares à venda, à 
medida que alguns desses exemplares foram adquiridos ou doados para as 
bibliotecas do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal 
Superior do Trabalho, sendo esses os únicos locais para se ter acesso a obra. 
Pois bem, após esses informativos, passamos a discorrer sobre a evolução 
da contratação temporária no direito brasileiro tudo com fulcro na obra de Magalhães 
supra mencionada. 
Segundo o autor, a admissão de agentes públicos temporários não 
integrantes do quadro efetivo da Administração Pública é uma prática utilizada desde 
o início do Império e teve seu gênesis através do Decreto (sem número) de 18 de 
maio de 1825, uma vez que o mesmo fazia referência aos extranumerários dos 
escriturários da Contadoria da Marinha, sendo a primeira informação sobre agentes 
não integrantes ao quadro efetivo da Administração Pública, ou seja, sem a prévia 
submissão ao concurso público. 
Passado mais de um século o contrato administrativo de trabalho teve seu 
espaço novamente registrado na história através da Lei nº. 5.426, de 7 de janeiro de 
1928, que previa a possiblidade do Ministro competente contratar pessoas, sem a 
prévia submissão ao concurso público, para exercer as funções de diaristas, 
mensalistas e serventes, sendo estes submetidos a um regime jurídico especial, 
diferente dos funcionários efetivos da época. 
39 
	
Adiante, seguindo a cronologia histórica, já na era Vargas, mais precisamente 
no ano de 1936, editada foi a Lei nº. 183, de 13 de janeiro, que vedou a admissão 
direta de pessoal para o serviço público, ressalvado nos casos de cargos técnicos 
que não pudessem ser incluídos no quadro efetivo e dos serviços de natureza 
transitória, os quais eram considerados com duração inferior a um ano, submetendo 
estas contratações a apreciação do Presidente da República, que no caso era 
Getúlio Vargas. 
Naquele mesmo ano foi editada a Lei nº 284, de 28 de outubro, a qual 
dispunha sobre os serviços públicos civis, os quais seriam prestados pelos 
funcionários ocupantes de cargos públicos e pelos extranumerários, sendo estes 
admitidos em funções de mensalistas, diaristas e tarefeiros, ao passo que era 
considerados empregados públicos auxiliares, de caráter provisório e acidental, por 
decorrência de exigências momentâneas do serviço público. 
Em 1938, o governo Vargas com o fim de melhor definir o que seria os 
extranumerários, editou o Decreto-lei nº 240, de 4 de fevereiro, a qual copiou as 
quatro categorias já previstas pela Lei nº 284/1936, mas inovando em apresentar a 
definição e classificação dos extranumerários contratados em mensalistas, diaristas 
e tarefeiros. 
Resina-se que o Decreto-lei nº 240/38 definiu que contratados compreendiam 
as pessoas físicas admitida mediante a assinatura de um contrato bilateral, para o 
desempenho de função especializa, e para a qual, não houvesse nos quadros dos 
efetivos pessoa devidamente qualificada e disponível para a respectiva lotação. A 
contratação era por meio de contrato de locação de serviços, nos termos do Código 
Civil de 1916, que regia as condições do trabalho de natureza especializada, vez 
que ainda não existia a justiça especializada trabalhista, muito menos a 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Os mensalistas foram definidos como agentes admitidos por meio de portaria 
do Ministro de Estado, para suprir temporariamente deficiências dos quadros dos 
servidores efetivo, tendo como prazo o exercício financeiro. A contratação dos 
mensalistas era marcada pela precariedade do contrato de trabalho, uma vez que 
possibilitava ao ente público rescindir unilateralmente o contrato, sem haver o direito

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