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CURSO ONLINE - DIREITO COMERCIAL AFRFB/AFT 2012 
PROFESSORES LUCIANO OLIVEIRA E CADU CARRILHO – AULA 00 
www.pontodosconcursos.com.br 1 
Olá, concurseiros! Meu nome é Luciano Oliveira. Sou Consultor 
Legislativo do Senado Federal (área de orçamentos públicos) e professor de 
cursos preparatórios em todo o Brasil. Sou também ex-Presidente da 
Associação Nacional dos Concurseiros (Andacon) (biênio 2010-2011). Já exerci 
os cargos de Auditor Federal do TCU e de Analista do Tesouro Nacional. Antes 
disso, fui Oficial da Marinha por sete anos. Hoje sou Capitão-Tenente da 
reserva. 
Neste curso para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) e 
Auditor Fiscal do Trabalho (AFT), vamos focar os temas que costumam ser 
cobrados nas provas da banca examinadora desses concursos, a Escola de 
Administração Fazendária (Esaf). Tendo em vista a extensão da matéria, a 
proposta é abordar o programa de Direito Comercial da forma mais objetiva 
possível, de modo que você seja capaz de obter os pontos necessários à sua 
aprovação nesta matéria. 
Fique atento(a): O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já 
anunciou, em 11/05/2011, que será realizado novo concurso em 2012 para 
preencher 600 vagas de AFT! E o da Receita Federal também deve vir por 
aí, pois é notória a necessidade de novos servidores na arrecadação e 
fiscalização tributária federal. Segue abaixo o link da notícia: 
http://www.senado.gov.br/noticias/ministerio-do-trabalho-contratara-
auditores-fiscais-aprovados-em-concurso-de-2010-e-realizara-novo-processo-
seletivo.aspx?parametros=minist%c3%a9rio+do+trabalho 
Segue agora um pequeno resumo de meu currículo: 
Atividades Profissionais: 
Consultor Legislativo do Senado Federal; 
Professor de cursos preparatórios em todo o Brasil; 
Ex-Presidente da Associação Nacional dos Concurseiros (Andacon); 
Ex-Auditor Federal de Controle Externo do TCU; 
Ex-Analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional (2005-2006); 
Capitão-Tenente da reserva da Marinha do Brasil (1999-2005). 
Formação Acadêmica: 
Bacharelando em Direito pela UnB (último semestre); 
Pós-graduado em Controle da Regulação pelo TCU (2011); 
Bacharel em Ciências Navais pela Escola Naval (RJ) (1997). 
Aprovações em Concursos Públicos: 
Consultor Legislativo do Senado Federal (4.º lugar, 2008); 
Auditor do TCE-AL (2.º lugar, 2008); 
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PROFESSORES LUCIANO OLIVEIRA E CADU CARRILHO – AULA 00 
www.pontodosconcursos.com.br 2 
Auditor do TCE-MT (1.º lugar, 2008); 
Auditor do TCE-GO (5.º lugar, 2008); 
Auditor do TCU (3.º lugar, 2007); 
Auditor Federal do TCU (3.º lugar, 2006); 
Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (2.º lugar, UC, 2005); 
Auditor Fiscal da Receita Estadual de Minas Gerais (6.º lugar, 2005); 
Analista do Tesouro Nacional (4.º lugar, AC, 2005). 
Livros Publicados: 
A Lei 8.112/1990 para Concursos, Ed. Método, 2011. 
Direito Administrativo: Cespe/UnB, 2.ª ed., Ed. Ferreira, 2011; 
Direito Administrativo: Questões Discursivas Comentadas, Ed. Impetus, 2009. 
Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas, Ed. Ferreira, 2008; 
*********** 
Oi. Eu sou o Cadu Carrilho e é com muito orgulho e satisfação que inicio esse 
novo projeto ao lado do meu amigo Luciano. Tenho certeza de que será uma 
parceira de sucesso. Vou me apresentar. Sou formado em Ciências Navais pela 
Escola Naval, me formei em 2004, quando me tornei oficial da Marinha. Em 
2006, fui aprovado no concurso de Analista Tributário da Receita Federal do 
Brasil e trabalhei na Receita durante um ano. Em 2007, fui aprovado no 
concurso de Auditor Fiscal Tributário Municipal de São Paulo, o famoso ISS-SP, 
até que decidi que queria voltar para minha cidade natal, o Rio de Janeiro. 
Comecei a estudar para o concurso de Auditor Fiscal do Estado do Rio de 
Janeiro (vulgo ICMS-RJ) e, no concurso de 2011, fui aprovado em 1º lugar. 
Sou autor de dois livros pela Editora GEN: 
- Direito Comercial, Teoria e Questões; 
- Direito Comercial, Questões Comentadas. 
Essa pequena apresentação serve para que você nos conheça um pouco 
melhor e também para mostrar um pouco de nossa experiência como 
concurseiros. Nosso objetivo nesse curso é apresentar a matéria de forma que 
você seja capaz de acertar todas as questões de Direito Comercial 
(Empresarial) no concurso. 
Gostaria de lembrar um detalhe importante. Em julho de 2011 foi publicada 
uma lei que afeta diretamente o conteúdo de nossa matéria. É a lei 
12.441/2011 que cria a Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada. Essa lei já está em vigor e é um excelente assunto a ser cobrado 
em prova, você sabe, né? As bancas curtem uma novidade... Abordaremos 
esse assunto e criaremos questões para ajudar no aprendizado (Aula 06). 
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Veja agora como nosso curso está organizado, segundo o programa de Direito 
Comercial dos editais dos dois concursos (é o mesmo programa para ambos): 
Aula 00: Empresa. Empresário. Estabelecimento. Prepostos. Escrituração. 
Aula 01: Conceito de sociedades. Sociedades não personificadas e 
personificadas. Sociedade simples. 
Aula 02: Sociedade limitada. Sociedades por ações. 
Aula 03: Sociedade cooperativa. Operações societárias. Dissolução e 
liquidação de sociedades. 
Aula 04: Nota promissória. Cheque. Duplicata. 
Aula 05: Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. Classificação 
creditória. 
Aula 06: Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar n.º 
123/2006). Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. 
Aula 07: Revisão geral em exercícios, incluindo ainda a resolução das mais 
recentes questões de Direito Comercial da Esaf (AFRFB 2009, AFT 2010 e 
Fiscal de Rendas RJ 2010). 
Eis o nosso calendário: 
Aula 00: 19/03/2012 
Aula 01: 02/04/2012 
Aula 02: 09/04/2012 
Aula 03: 16/04/2012 
Aula 04: 23/04/2012 
Aula 05: 30/04/2012 
Aula 06: 07/05/2012 
Aula 07: 14/05/2012 
Consideramos muito importante que você nos acompanhe nessa jornada, 
pois, em concurso desse nível, os mais bem preparados são aqueles que 
estudam com antecedência. E esse é o momento ideal para isso. Não perca 
essa oportunidade. 
As aulas foram ordenadas de modo a se obter uma sequência mais 
didática no estudo da disciplina. As aulas de 00 a 03 tratarão da parte do 
Direito Comercial chamada de Direito Empresarial ou Direito de Empresa, 
que estuda a atividade empresarial em geral e as pessoas físicas e jurídicas 
que a exercem. A aula 04 versará sobre o chamado Direito Cambial, que 
estuda os títulos de crédito, dos quais a nota promissória, o cheque e a 
duplicata são exemplos. A aula 05 abordará o Direito de Falência ou Direito 
Falimentar. A aula 06, a parte do Direito Comercial que rege as 
microempresas e empresas de pequeno porte e também o novo instituto 
da empresa individual de responsabilidade limitada. A última aula será 
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reservada a uma revisão, por meio de comentários a questões de provas 
anteriores. 
Em cada aula, apresentaremos a teoria da matéria, ilustrada com 
exercícios anteriores da Esaf, para mostrar a forma de pensar da banca e 
permitir que você fique focado nos aspectos mais importantes do programa. A 
ideia aqui não é apresentar um Tratado de Direito Comercial. Temos pouco 
tempo pela frente e uma importante missão: fazer você passar na prova! 
Esse é o nosso objetivo neste curso, de modo que eu e você trabalharemos 
juntos para alcançarmos a vitória. 
Na última aula, faremos uma grande revisão em exercícios, resolvendo, 
inclusive,recentes questões da Esaf sobre Direito Comercial (AFRFB 2009, AFT 
2010 e Fiscal de Rendas Municipal do RJ 2010). 
Bem, iniciemos agora os trabalhos, com a Aula 00. E rumo à Receita 
Federal do Brasil e ao MTE! 
1 – EMPRESA E EMPRESÁRIO
Você sabe o que é uma empresa? E um empresário? Muito cuidado com 
os sentidos cotidianos desses termos, pois nem sempre eles correspondem ao 
significado técnico-jurídico. Considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços (art. 966 do Código Civil de 2002 – 
CC/2002). Dessa afirmação, podemos tirar dois conceitos fundamentais: 
EMPRESA: atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou serviços. (Veja, portanto, que “empresa” é a atividade, 
não a entidade em si, como estamos acostumados a falar no dia a dia!) 
EMPRESÁRIO: pessoa que exerce profissionalmente a atividade de 
empresa. 
Não custa reforçar: ao contrário do sentido empregado no cotidiano, 
“empresa” não é uma pessoa jurídica, mas uma atividade exercida pelo 
empresário. Essa atividade deve ser econômica (ter fins lucrativos) e 
organizada (não eventual). E o objeto da atividade deve ser a produção ou 
a circulação de bens ou serviços, OK? 
Já o empresário é o sujeito da atividade empresarial, isto é, a 
pessoa física ou jurídica que exerce a atividade de empresa de forma 
profissional (atenção!), isto é, de maneira habitual e organizada. Vou lhe dar 
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o seguinte exemplo: imagine que eu vendo meu automóvel de uso pessoal. 
Nesse caso, eu não sou empresário, pois se trata de um fato eventual, 
praticado sem habitualidade e sem uma organização formal para a atividade 
de compra e venda de veículos, ao contrário do que ocorre com uma 
revendedora de automóveis. Pescou? 
Muito bem! O empresário pode ser uma sociedade empresária (pessoa 
jurídica) ou um empresário individual (pessoa física equiparada a uma 
sociedade empresária). Veremos futuramente que as sociedades empresárias 
podem adotar cinco formas societárias: 
- sociedade em nome coletivo – N/C (arts. 1.039 a 1.044 do 
CC/2002); 
- sociedade em comandita simples – C/S (arts. 1.045 a 1.051 do 
CC/2002); 
- sociedade limitada – Ltda. (arts. 1.052 a 1.087 do CC/2002); 
- sociedade anônima ou companhia – S.A. ou Cia. (arts. 1.088 e 
1.089 do CC/2002 e Lei 6.404/1976); e 
- sociedade em comandita por ações – C/A (arts. 1.090 a 1.092 do 
CC/2002 e arts. 280 a 284 da Lei 6.404/1976). 
As duas últimas formas compõem as chamadas sociedades por ações, 
por terem seu capital social dividido em ações, ao contrário das demais, cujo 
capital é divido em cotas (ou quotas). Agora, fique atento(a): Apenas as 
três últimas espécies societárias acima constam expressamente do programa 
de Direito Comercial para Auditor Fiscal. Obviamente, elas serão devidamente 
estudadas por nós, detalhadamente, em aulas futuras. Só que vamos abordar 
também as sociedades em nome coletivo e as sociedades em comandita 
simples, pois, como diz o ditado, é melhor errar para mais do que errar para 
menos! O seguro morreu de velho, meu amigo, minha amiga! Além disso, a 
matéria referente a esses dois tipos societários é bem curtinha, você vai ver, 
fique tranquilo(a)!. 
Estudam-se também no Direito Comercial as chamadas sociedades 
simples (arts. 997 a 1.038 do CC/2002 – a partir de agora, quando nada for 
dito, estarei me referindo aos artigos do CC/2002, OK?), que, embora não 
exerçam empresa, mas atividade civil, são regidas por regras que são 
aplicáveis subsidiariamente às sociedades empresárias. Isso tudo será visto 
oportunamente, já que esse estudo também faz parte do programa do 
concurso. (Quanta coisa, né?! Mas tudo a seu tempo...). Além das sociedades 
simples em geral, serão estudadas também as sociedades cooperativas 
(arts. 1.093 a 1.096 do CC/2002 e Lei 5.764/1971), que – veja só! – também 
são uma espécie de sociedades simples, com características peculiares. 
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Agora, por favor, você não deve confundir a sociedade empresária com o 
estabelecimento empresarial (que antigamente era chamado de fundo de 
comércio). Aquela (a sociedade) é a pessoa jurídica que exerce a empresa; 
este (o estabelecimento) o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos 
pertencentes à sociedade e utilizados para o exercício da atividade 
empresarial. Falaremos mais sobre o estabelecimento à frente, OK? 
Então é importante você ter em mente que: 
EMPRESA ≠EMPRESÁRIO≠ESTABELECIMENTO 
Veja agora como a Esaf já cobrou esse assunto: 
(ESAF/AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-PI/2001) Do 
ponto de vista do Direito Comercial, o conceito de empresa deve ser 
entendido como equivalente 
a) ao de empresário, ou seja, o sujeito da atividade mercantil, que 
assume os riscos do negócio. 
b) ao de estabelecimento, como tal o conjunto de bens utilizados para o 
exercício da atividade mercantil. 
c) ao de qualquer entidade de fins lucrativos, qualquer que seja a forma 
utilizada. 
d) ao de uma atividade organizada com o objetivo da obtenção de lucros. 
e) ao de empresário, de estabelecimento, ou de uma forma societária 
qualquer, não se tratando de conceito doutrinariamente unívoco. 
Gabarito: D 
Vamos lá: a letra A é errada, pois se refere ao empresário, o sujeito da 
atividade empresarial. A letra B também é incorreta, pois cita o 
estabelecimento comercial, que é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos 
pertencentes ao empresário e utilizado por ele na atividade de empresa. A 
letra C diz que a empresa é uma entidade, quando, na verdade, é uma 
atividade. A letra E é totalmente imprecisa, pois diz que empresa é ora o 
empresário, ora o estabelecimento, ora uma forma societária (ex.: sociedade 
limitada, sociedade anônima, etc. Os tipos de sociedades serão estudados ao 
longo do nosso curso, segure a onda!). Já o conceito de empresa é bem 
definido na doutrina e refere-se à atividade empresarial organizada com o 
intuito de lucro, conforme consta da letra D. 
Tudo beleza? OK, vamos a outra: 
(ESAF/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/MS/2001) Do ponto de vista do 
Direito Comercial, o conceito de empresário deve ser entendido como 
equivalente ao 
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a) do titular da empresa, empresário individual ou alguma espécie de 
sociedade mercantil, que assume o risco do negócio 
b) de estabelecimento, como tal o conjunto de bens utilizados para o 
exercício da atividade mercantil 
c) de qualquer entidade de fins lucrativos, qualquer que seja a forma 
utilizada 
d) de uma atividade organizada com o objetivo da obtenção de lucros 
e) de empresa, ou seja, o sujeito da atividade mercantil, que se apropria 
do lucro 
Gabarito: A 
Certo. Como visto, o empresário é o sujeito que exerce a atividade de 
empresa, podendo ser um empresário individual ou uma sociedade empresária 
(mercantil), conforme bem definido na letra A. Já a letra B cita o conceito de 
estabelecimento, não sendo, portanto, a resposta. A letra C é errada porque as 
sociedades podem ser simples e empresárias, sendo apenas as segundas 
caracterizadas como exemplo de empresário. As sociedades simples, embora 
tenham fins lucrativos, exercem atividade civil (estudaremos melhor as 
sociedades simples e empresárias futuramente). A letra D traz o conceito de 
empresa. E a letra E está equivocada porque apresenta uma definição correta 
de empresário, maso identifica com a empresa, que, como visto, é a atividade 
empresarial, não o sujeito que a exerce. 
Vale destacar que a atividade de empresa pressupõe a utilização de 
capital (montante em dinheiro necessário ao desempenho da atividade), 
insumos (bens produzidos ou revendidos pelo empresário), mão-de-obra
(auxiliares ou prepostos do empresário) e tecnologia (conhecimento e 
técnicas necessárias à exploração da atividade). Desses elementos, destaca-se 
a mão-de-obra. Mas por quê? Ora, é que, se o indivíduo desenvolver sua 
atividade sozinho, sem auxiliares, como um jardineiro que trabalha por conta 
própria, sua atividade será considerada civil, e não empresarial. 
IMPORTANTE, FIQUE ATENTO: não se deve tampouco considerar 
empresário a pessoa que exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (dá uma 
olhada no art. 966, par. único, do CC/2002). 
Professor, mas o que é elemento de empresa? Vamos lá. Imagine um 
artista plástico que trabalhe em seu atelier, por exemplo, elaborando suas 
obras de arte. Ele não pode ser considerado empresário, ainda que possua um 
auxiliar, pois desenvolve sua atividade sem uma estrutura organizada de 
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produção. Imagine agora que ele explore o ramo artístico de forma profissional 
e organizada, constituindo, por exemplo, uma escola de arte. Imaginou? Nesse 
caso, o artista (ou a sociedade por ele constituída) passará a ser um 
empresário, pois a atividade será exercida com todas as características de 
empresa, com a formação de uma estrutura organizada de produção (essa 
estrutura organizada é que caracterizará o elemento de empresa neste caso, 
tudo bem?). 
Agora, pra ser empresário de verdade, não é só montar um negocinho 
qualquer na esquina e sair vendendo o que quer que seja, não! Tem que 
cumprir algumas formalidades, a não ser que você queria ser um simples 
camelô. Pois é, para que o empresário possa exercer regularmente a atividade 
empresarial, é obrigatória a sua inscrição no Registro Público de Empresas 
Mercantis (a cargo das Juntas Comerciais) da respectiva sede (art. 967). 
Para tanto, ele deverá apresentar um requerimento que contenha os seguintes 
dados (art. 968): 
- nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, regime de 
bens; 
- a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
- o capital da empresa; 
- a sede da empresa e o objeto que constitui sua atividade (ex: venda de 
roupas, de móveis, prestação de serviços de informática, de publicidade, 
etc.). 
Somente cumpridas tais formalidades é que ele será registrado como 
empresário na Junta Comercial. Tá vendo só? 
Além disso, se, após a inscrição na Junta, houver modificações 
posteriores nos dados fornecidos, elas deverão ser averbadas à margem da 
inscrição inicial, com as mesmas formalidades desta (art. 968, § 2.º). 
Vamos agora falar um pouco sobre os produtores rurais. Eles, em 
princípio, desenvolvem atividade civil. Todavia (atenção!), podem requerer 
sua inscrição na Junta Comercial da respectiva sede, ficando equiparados, 
para todos os efeitos, aos empresários sujeitos a registro (art. 971). Isso 
costuma ocorrer com os grandes empreendimentos do agronegócio. 
E qualquer um pode ser empresário? Não é bem assim. Podem ser 
empresários as pessoas em pleno gozo de sua capacidade civil, regra que 
tem por finalidade facilitar o cumprimento das obrigações decorrentes da 
atividade de empresa pelo empresário. Além disso, mesmo que possua 
capacidade civil, a pessoa pode ser impedida por lei de exercer a empresa, 
como é o caso do servidor público, salvo na qualidade de sócio não-gerente 
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(art. 117, X, da Lei 8.112/1990) – atenção a isso, futuro(a) Auditor(a) Fiscal! –
, o falido não-reabilitado (art. 102 da Lei de Falências – Lei 11.101/2005) e o 
militar (art. 29 da Lei 6.880/1980). 
Ocorre, porém, que, ainda que seja impedido, se o indivíduo exercer a 
atividade, ele responderá pelas obrigações contraídas (art. 973). (Ah, 
senão era moleza, não?...) Por exemplo, se você, na qualidade de servidor(a) 
público(a), futuramente exercer atividade empresarial, seus atos serão 
considerados válidos, sem prejuízo de eventuais sanções disciplinares a que 
você ficará sujeito(a) no âmbito da Administração Pública. 
Esse assunto também já foi explorado pela Esaf. Dá só uma olhada: 
(ESAF/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/FORTALEZA/2003) Em vista 
de uma denúncia anônima, foi descoberto que um funcionário público era 
titular de um estabelecimento comercial. Como conseqüência desse fato, 
a) os negócios por ele feitos eram nulos de pleno direito. 
b) não haveria qualquer penalidade, desde que ele não tivesse se valido 
do cargo para conseguir algum favor. 
c) independentemente de efeitos na esfera administrativa, suas 
obrigações manter-se-iam válidas. 
d) ele não poderia ter a falência decretada. 
e) sua falência seria decretada de pleno direito. 
Gabarito: C 
O gabarito é a letra C, pois, se o indivíduo “impedido” exercer a atividade 
empresarial, suas obrigações decorrentes da empresa manter-se-ão válidas e 
ele responderá por elas, independentemente de eventual punição na esfera 
administrativa, conforme a gente falou acima. Já a letra A é errada, porque os 
negócios realizados pelo funcionário público empresário não serão 
considerados nulos, tanto que ele deverá responder pelas obrigações 
contraídas. A letra B é incorreta, porque o servidor que exerce o comércio fica 
sujeito à penalidade de demissão, conforme o art. 132, XIII, combinado com o 
art. 117, X, ambos da Lei 8.112/1990 (vixe, tem que lembrar isso lá do Direito 
Administativo!). Quanto às letras D e E, veremos em aula posterior que 
mesmo as sociedades que contenham irregularidades ou que não estejam 
constituídas formalmente podem ter sua falência decretada, o que, no entanto, 
depende de requerimento em juízo dos legitimados para tanto (ex: credores da 
sociedade), não ocorrendo de pleno direito (automaticamente). Fica 
tranquilo(a): a matéria de falência a gente vai ver lá pra frente. 
Quanto à finalidade da exigência dos requisitos legais para ser 
empresário, eis o entendimento da Esaf na questão abaixo: 
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(ESAF/AFTE/RN/2004-2005) Os requisitos previstos em lei para que as 
pessoas naturais sejam qualificadas como empresários destinam-se a 
a) garantir o cumprimento de obrigações contraídas no exercício de 
atividade profissional. 
b) impedir, em face do registro obrigatório, que incapazes venham a ser 
considerados empresários. 
c) facilitar a aplicação da teoria da aparência. 
d) por conta da inscrição no Registro de Empresas, servirem para dar 
conhecimento a terceiros sobre os exercentes da profissão. 
e) facilitar o controle dos exercentes de atividades empresariais. 
Gabarito: A 
Note que o cumprimento das obrigações contraídas no exercício da 
empresa só poderão ser cumpridas se o empresário tiver capacidade civil para 
responder por seus atos, além de cumprir outros requisitos legais, daí a 
correção da letra A. Na letra B, o registro impede que incapazes exerçam a 
empresa, mas isso é apenas um instrumento para alcançar a finalidade de que 
só empresários plenamente capazes exerçam a atividade, garantindo-se, com 
isso, o cumprimento das obrigações decorrentes da empresa. Dequalquer 
modo, hoje essa alternativa estaria realmente errada, ante a recente inserção 
do § 3.º ao art. 974 do CC/2002, que permite o registro de sociedade que 
envolva sócio incapaz (comentaremos isso à frente). 
A teoria da aparência (Letra C) preza a defesa do terceiro de boa-fé que 
negocia com um empresário em situação irregular (ex.: empresário civilmente 
incapaz exercendo a administração da sociedade), mas que aparentava ser 
juridicamente legítima. Sendo o empresário civilmente capaz, não haverá 
necessidade de aplicação dessa teoria, pois a situação será regular, captou? A 
Letra D até que não está errada, mas não responde adequadamente à questão 
do enunciado. Por fim, a letra E é errada porque os requisitos empresariais não 
servem para facilitar o controle dos empresários, mas para dar segurança 
jurídicas às relações de empresa, principalmente quanto ao cumprimento das 
obrigações decorrentes da atividade. 
Agora, fique bem atento(a): se o empresário, por algum motivo, se 
tornar incapaz (incapacidade superveniente), ele poderá continuar a 
exercer a empresa, desde que por meio de seu representante (absolutamente 
incapaz) ou assistente (relativamente incapaz), com a devida autorização do 
juiz, que examinará as circunstâncias e os riscos da empresa, bem como a 
conveniência de sua continuação. O mesmo se aplica ao incapaz que recebe a 
sociedade por herança de seus pais ou de terceiros (art. 974). Esse artigo é 
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meio complicadinho, mas se você ler com calma essa explicação dá pra 
entender direitinho e acertar na prova!!! 
Essa autorização judicial deve ser averbada no Registro Público de 
Empresas Mercantis, bem como sua eventual revogação (art. 976). Se, 
posteriormente, houver emancipação do incapaz, esta também deverá ser 
averbada na Junta Comercial, não sendo suficiente, para o regular exercício da 
empresa pelo emancipado, a inscrição no Registro das Pessoas Civis. 
Agora, uma inovação: até recentemente, a lei não autorizava que o 
incapaz iniciasse originalmente uma atividade empresarial, uma vez que ele 
não detém ainda plena capacidade civil. Admitia-se, apenas, que ele, 
excepcionalmente, desse prosseguimento à empresa, nos casos acima 
citados. Tudo conforme a gente estudou acima. 
Todavia, com a promulgação da Lei 12.399/2011, a Junta Comercial 
deve registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva 
sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes 
pressupostos: 
- o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
- o capital social deve ser totalmente integralizado; e 
- o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente 
incapaz deve ser representado por seus representantes legais. 
Veja o seguinte: a sociedade agora pode ter sócio incapaz, nas condições 
acima, mas não se admite que todos os sócios sejam incapazes, pois deve 
haver um sócio capaz para exercer a administração da entidade. 
Agora, uma perguntinha: e se o representante ou assistente do incapaz 
for pessoa legalmente impedida de exercer atividade de empresa? E aí, como é 
que fica? Muito bem, neste caso, ele deverá nomear, com a aprovação do 
juiz, um ou mais gerentes para desempenhá-la (art. 975). Só que o 
representante ou assistente responderá pelos atos dos gerentes nomeados 
que eventualmente causem danos à sociedade ou ao incapaz. E o juiz também 
pode determinar a nomeação de gerentes para outras situações em que ele 
entender conveniente a adoção de tal medida para a realização da atividade, 
certinho? 
Em todos esses casos, os bens do incapaz não ficarão sujeitos ao 
resultado da empresa, desde que não empregados na sua exploração (art. 
974, § 2.º). Tal regra vale, principalmente, para os casos de sociedades cujos 
sócios respondem ilimitadamente com seu patrimônio pelos prejuízos da 
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entidade (os conceitos de responsabilidade subsidiária, solidária, limitada e 
ilimitada serão vistos ao longo do curso). 
Vale lembrar também que o menor com dezesseis anos completos é 
considerado emancipado (plenamente capaz) pelo próprio exercício da 
atividade empresarial, desde que ela lhe assegure economia própria (dá uma 
checada no art. 5.º, par. único, V, do CC/2002). 
Vem cá: os cônjuges podem ser sócios entre si? Podem! Os cônjuges
podem ser sócios entre si ou com terceiros em uma sociedade, desde que não 
tenham se casado no regime da comunhão universal de bens ou no da 
separação obrigatória (art. 977). Ou seja, a sociedade será possível se o 
regime de bens for o de comunhão parcial de bens ou o de separação de bens 
convencional (por acordo entre os cônjuges). Porém, o empresário casado não
necessita de outorga (autorização) conjugal, qualquer que seja o regime de 
bens, para alienar ou gravar de ônus reais (ex.: hipoteca) os imóveis que 
integrem o patrimônio da sociedade (art. 978). 
A lei diz ainda que devem ser averbados (registrados) no Registro 
Público de Empresas Mercantis (e não apenas no Registro Civil) os pactos e 
declarações antenupciais do empresário, bem como os seus títulos de 
doação, herança ou legado e os bens que recebam cláusulas de 
incomunicabilidade ou inalienabilidade (art. 979). 
Veja agora como esses assuntos já foram cobrados pela Esaf (tente fazer 
antes de olhar a resposta!): 
(ESAF/PFN/2005-2006) Com base no que dispõe o Código Civil Brasileiro, 
julgue os itens a seguir, assinalando, ao final, a opção com a resposta 
correta. 
( ) As obrigações contraídas pela pessoa impedida legalmente de exercer 
atividade própria de empresário são nulas. 
( ) Poderá o representante ou assistente legal do incapaz continuar a 
empresa antes exercida por ele, enquanto capaz, mediante autorização 
judicial. 
( ) Ocorrendo emancipação do menor, a inscrição no Registro Civil é 
suficiente para dar publicidade a esta condição para o exercício da 
atividade de empresário até então exercida pelo assistente legal. 
( ) O empresário casado pode alienar os imóveis que integrem o 
patrimônio da empresa sem necessidade de outorga conjugal, qualquer 
que seja o regime de bens. 
( ) Não podem contratar sociedade, entre si ou com terceiros, os 
cônjuges casados no regime de separação de bens convencional ou 
comunhão universal de bens. 
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a) V, F, V, F, V 
b) F, V, V, V, F 
c) F, V, F, V, F 
d) F, F, F, V, V 
e) V, V, V, F, F 
Gabarito: C 
E aí, acertou? Vamos aos comentários. A primeira afirmativa é errada 
porque as obrigações contraídas pela pessoa impedida de exercer empresa não 
são nulas, tanto que ela responde pelas obrigações empresariais. O segundo 
item é correto, pois vimos que a empresa pode ser continuada pelo 
representante ou assistente do empresário que se torna incapaz, por meio de 
autorização judicial. A terceira afirmativa é errada, pois é necessária a 
averbação da emancipação do incapaz não só no Registro Civil, mas também 
na Junta Comercial para o regular exercício da empresa pelo empresário 
emancipado. 
O quarto item é certo, pois o empresário casado pode alienar os imóveis 
da sociedade sem outorga conjugal, independentemente do regime de bens do 
casamento. Finalmente, o quinto item é errado porque os cônjuges podem 
contratar sociedade se o regime de bens do casamento for o de separação de 
bens convencional ou o de comunhão parcial. 
Nome Empresarial 
Ao se registrar, o empresário deve adotar um nomeempresarial (arts. 
1.155 a 1.168), que é o nome que identificará a sua pessoa, seja um 
empresário individual ou uma sociedade empresária. O nome empresarial pode 
ser de três formas: 
- firma individual; 
- firma ou razão social; e
- denominação. 
A primeira forma é adotada pelo empresário individual e as duas 
últimas são utilizadas para nominar as sociedades empresárias. Vamos ver 
cada uma delas! 
A firma individual é composta pelo nome civil do empresário, 
completo ou abreviado, podendo haver, a seguir, uma designação mais 
precisa da sua pessoa ou do gênero de sua atividade (art. 1.156). Exemplos: 
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- José Ramos da Silva; 
- José Ramos da Silva Transportes; 
- J. R. Silva Oficina. 
Já a firma ou razão social é composta pelos nomes civis de alguns ou 
de todos os sócios pessoas físicas (art. 1.158, § 1.º). Podem usar a razão 
social a sociedade em nome coletivo (N/C), a sociedade em comandita 
simples (C/S), a sociedade limitada (Ltda.) e a sociedade em comandita 
por ações (C/A). Agora, se forem muitos os sócios, costuma-se utilizar a 
expressão “e companhia” ou “& Cia.” (se não, já viu, né? Já pensou uns dez 
sócios aparecendo no nome empresarial?). Exemplos (entre parênteses, 
coloquei a espécie societária referente ao nome empresarial): 
- José Ramos Silva, João Torres e Paulo Soares (N/C ou C/S); 
- José Ramos Silva & Cia. (N/C ou C/S); 
- José Ramos Silva, João Torres e Paulo Soares limitada (Ltda.); 
- José Ramos Silva & Cia. Ltda. (Ltda.); 
- José Ramos Silva & Cia. Comandita por Ações (C/A); 
- José Ramos Silva & Cia. C/A (C/A). 
Por isso que às vezes ouvimos pessoas dizendo, “vamos lá na firma...”, 
daí que vem essa expressão coloquial. Tudo beleza? OK. 
E a denominação? Essa é constituída por uma expressão de fantasia, 
seguida do objeto social da sociedade. Admite-se, contudo, que o nome de 
um ou mais sócios figure na denominação, a título de homenagem (art. 
1.158, § 2.º, do CC/2002 e art. 3.º, § 1.º, da Lei 6.404/1976) (nesse caso, o 
nome do sócio funcionará como expressão de fantasia, tá certo?). 
Podem adotar a denominação a sociedade limitada, a sociedade 
anônima (S/A) e a sociedade em comandita por ações. Exemplos: 
- Lojas Mineiras Tecidos limitada (Ltda.); 
- José Ramos Silva Tecidos Ltda. (Ltda.); 
- Frigorífico Brasil Sociedade Anônima (S.A.); 
- S.A. Frigorífico Brasil (S.A.); 
- Companhia Frigorífico Brasil (S.A.); 
- Cia. Frigorífico Brasil (S.A.); 
- Oficina Carro Novo C/A (C/A). 
No caso de a sociedade anônima adotar a expressão “Companhia” ou 
“Cia.”, esta não pode vir ao final do nome empresarial (art. 3.º da Lei 
6.404/1976). 
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DICA: Note que a sociedade em nome coletivo e a sociedade em 
comandita simples só podem adotar a firma como nome empresarial. A 
sociedade anônima (companhia) deve obrigatoriamente se valer da 
denominação. Já a sociedade limitada e a sociedade em comandita por ações 
podem adotar tanto a firma como a denominação. 
NOVIDADE FRESQUINHA : nova regra sobre esse assunto (será visto 
novamente na Aula 06) é sobre a empresa individual de responsabilidade 
limitada, pois, segundo o parágrafo 1º do artigo 980-A, o nome empresarial 
deve vir com a expressão “EIRELI” no final, podendo ser usada FIRMA ou 
DENOMINAÇÃO. 
O nome empresarial deve obedecer aos princípios da veracidade e da 
novidade (art. 34 da Lei 8.934/1994). Pelo princípio da veracidade, o nome 
empresarial deve indicar o verdadeiro objeto da sociedade e os nomes de seus 
reais sócios (no caso de firma). Não se admite, por exemplo, uma confecção 
que tenha no nome empresarial a palavra “padaria”. Em atenção a esse 
princípio, o nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar da 
sociedade não pode ser conservado na firma social (art. 1.165). 
Pelo princípio da novidade, o nome de empresário deve distinguir-se de 
qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Se o empresário tiver nome 
idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o 
diferencie dos demais (art. 1.163). 
Aplica-se também ao nome empresarial o princípio da exclusividade, 
segundo o qual a inscrição do empresário no registro próprio, assegura o uso 
exclusivo do nome empresarial nos limites do respectivo Estado, podendo 
esse uso estender-se a todo o território nacional, se registrado na forma da lei 
especial (art. 1.166). 
As sociedades em que haja sócios de responsabilidade ilimitada (que 
respondem com seu patrimônio integralmente pelas eventuais dívidas da 
sociedade) devem operar sob firma, na qual somente os nomes desses sócios 
poderão figurar (art. 1.157). Nessas sociedades, quaisquer sócios cujos nomes 
apareçam na firma ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas 
obrigações contraídas pela pessoa jurídica. Mas que sociedades são essas? 
Vamos lá: as sociedades que possuem sócios com responsabilidade ilimitada 
são: N/C, C/S e C/A. 
OUTRA DICA MANEIRA: a sociedade limitada pode usar FIRMA ou 
DENOMINAÇÃO, depende de como será disposto no contrato, mas no final do 
nome tem quer ter a expressão “limitada” ou “LTDA”. Se não tiver essa 
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expressão no final os administradores que usarem o nome erradamente serão 
responsáveis solidária e ILIMITADAMENTE. ( art. 1.158 e parágrafo 3º) 
Veja só esta questão de concurso sobre o nome empresarial: 
(CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-AL/2002) O nome 
empresarial contém elementos importantes, que podem passar 
despercebidos por muitos. A partir do nome, pode-se, em regra, 
identificar o tipo societário sob o qual a empresa se constituiu, os sócios 
e a responsabilidade deles pelas obrigações sociais e, também, o objeto 
social. A leitura do nome social por olhos treinados revela informações 
invisíveis aos leigos. A respeito desse assunto, julgue os itens que se 
seguem. 
1 O nome empresarial é aquele sob o qual a empresa mercantil exerce 
sua atividade e se obriga nos atos a ela pertinentes. Compreende três 
espécies: a firma individual, a firma ou razão social e a denominação. 
2 As sociedades anônimas, as comanditas por ações e as sociedades por 
quotas de responsabilidade limitada podem adotar tanto a razão social 
quanto a denominação como nome empresarial. 
3 Em obediência ao princípio da novidade, o nome empresarial não 
poderá conter palavras ou expressões que denotem atividade não-
prevista no objeto da empresa mercantil. 
4 O nome João Batista e Companhia Limitada indica que a empresa é 
uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada ou uma 
sociedade anônima. 
5 O nome empresarial Manoel Dias e Filhos indica que a responsabilidade 
dos sócios pelas obrigações contraídas pela sociedade é solidária e 
ilimitada. 
Gabarito: C-E-E-E-C 
O item 1 é correto porque apresenta a correta definição do nome 
empresarial e as três formas que ele pode assumir. O item 2 é errado, pois as 
sociedades anônimas só podem adotar a denominação como nome 
empresarial. O item 3 é incorreto, pois a regra se refere ao princípio da 
veracidade. O item 4 é errado porque o nome empresarial se refere a uma 
sociedade limitada, não a uma sociedade anônima. Por fim, o item 5 é correto, 
pois o nome empresarial apresentado indica uma sociedade em nome coletivo, 
em que todos os sócios têm responsabilidade ilimitada, ou uma sociedade em 
comandita simples, cujos sócios que têm seus nomes figurando na razão 
social respondem ilimitadamentepelas obrigações da sociedade. OK?
Everybody happy? Let’s go on. 
2 – ESTABELECIMENTO
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O estabelecimento empresarial (arts. 1.142 a 1.149), conforme você 
viu acima, é o conjunto ou complexo organizado de bens materiais e 
imateriais utilizados pelo empresário na atividade empresarial (art. 1.142). Os 
bens materiais (corpóreos) englobam os imóveis da sociedade, as máquinas, 
os veículos, as mercadorias, etc. Já os bens incorpóreos abrangem o ponto 
comercial, o título do estabelecimento (nome fantasia), a marca, as patentes 
de invenção etc. Todos esses itens são considerados bens e direitos e devem 
ser contabilizados... Lembram da Contabilidade?... Bens intangíveis?... então 
eles também compõem o estabelecimento. 
Embora seja uma universalidade de bens (universalidade de fato), o 
estabelecimento pode ser objeto de negociação como se fosse uma unidade 
(art. 1.143), podendo, por exemplo, ser alienado, arrendado (alugado) ou 
dado em usufruto em seu conjunto, devendo tais negócios jurídicos, para 
produzir efeitos junto a terceiros, ser devidamente averbados na Junta 
Comercial e publicados na imprensa oficial (art. 1.144). Afinal, se o negócio 
não for registrado, como o resto do povo vai ficar sabendo do acordo celebrado 
entre as partes, não é? Com o registro, qualquer um pode ir lá na Junta e 
verificar o que foi feito. 
Em geral, a reunião dos bens que compõem o estabelecimento acarreta 
um valor agregado maior do que a simples soma desses bens (o todo é maior 
que a simples soma das partes!). A diferença entre o valor do estabelecimento 
e o somatório dos valores dos bens que o integram leva o nome de 
aviamento. Grave esse nome, hem? 
Agora, havendo alienação (trespasse) do estabelecimento, a pessoa que 
o adquire passa a exercer a atividade empresarial, arcando ainda, salvo 
estipulação em contrário, com os contratos até então celebrados. É a chamada 
sub-rogação do adquirente nesses contratos. Não obstante, os terceiros 
contratantes têm a opção de rescindir o contrato em noventa dias, a contar 
da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, sem prejuízo da 
responsabilidade do alienante em razão do fato (art. 1.148) (ex.: o adquirente 
passa a descumprir cláusulas contratuais anteriormente ajustadas). 
 Entenda: o trespasse significa que uma nova sociedade empresária 
adquire o estabelecimento (inclusive o seu título), passando a exercer a 
atividade e assumindo todas as obrigações até então decorrentes da empresa. 
Exemplo: a sociedade Bolsas e Sapatos Ltda. adquire da sociedade Calças e 
Saias S.A. o estabelecimento empresarial composto por duas lojas da rede 
“Vestuário do Povo” (título do estabelecimento ou nome fantasia), e 
todos os bens móveis que se encontram nessas lojas, inclusive as mercadorias, 
continuando a explorar a atividade. Para o público em geral, aparentemente 
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nada terá mudado, pois continuarão a comprar suas roupas e calçados nas 
lojas “Vestuário do Povo”. Mas a titular do estabelecimento empresarial será 
agora outra pessoa jurídica. As denominações “Bolsas e Sapatos Ltda.” e 
“Calças e Saias S.A.” são os nomes empresariais das respectivas entidades 
empresárias que negociaram entre si o estabelecimento, o que engloba o 
título desse estabelecimento e os pontos comerciais das duas lojas. Re 
pararam que isso é bem diferente do caso em que uma sociedade empresarial 
tenha dois sócios e um deles vende sua parte na sociedade, passado um 
tempo o outro sócio faz a mesma coisa... e aí?, a sociedade agora é composta 
por pessoas diferentes, mas continua sendo a mesma sociedade...nesse caso 
não houve alienação do estabelecimento ou trespasse... acho que exemplos 
práticos assim ajudam a esclarecer a situação, né não? 
 Não confunda, portanto, o título do estabelecimento (ex.: “Açougue do 
Seu João”) com o nome empresarial (ex.: “João da Silva e Cia. Ltda.” ou “Casa 
de Carnes Brasil S.A.”), OK? Fique atento(a), pois muito concurseiro bom já se 
enrolou com esses conceitos! 
Na verdade, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação 
(art. 1.164), pois é próprio da pessoa do empresário ou da sociedade 
empresária. Não obstante, o adquirente de estabelecimento por ato entre 
vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do 
seu próprio, com a qualificação de sucessor (art. 1.164, par. único). Ex.: 
“José Tavares Oliveira, sucessor de Paulo Soares”. 
QUESTÃO QUE GOSTA DE CAIR EM PROVA: O adquirente do 
estabelecimento passa a responder pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferência (desde que regularmente contabilizados). Todavia, o devedor 
primitivo continuará solidariamente obrigado pelas dívidas existentes pelo 
prazo de um ano, contado a partir da publicação da alienação na imprensa 
oficial, quanto aos créditos já vencidos, ou da data do vencimento, quanto aos 
demais (art. 1.146). 
Veja como essa questão já foi cobrada pela Esaf: 
(ESAF/PFN/2005-2006) Em regra, o trespasse importa em sub-rogação 
do adquirente nos contratos estipulados para exploração do 
estabelecimento, respondendo o adquirente também pelo pagamento dos 
débitos contabilizados anteriores à transferência. 
Gabarito: Certo 
Note que a regra acima é verdadeira somente se não houver estipulação 
em contrário (daí o emprego da expressão “em regra” no começo do item). E 
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lembre que a responsabilização do adquirente do estabelecimento pelos 
débitos anteriores depende de eles estarem regularmente contabilizados no 
momento do trespasse. 
O alienante deve ainda reservar bens suficientes para quitar suas 
próprias dívidas, ou a alienação do estabelecimento será considerada ineficaz, 
salvo se seus credores consentirem na alienação, o que pode se dar de forma 
expressa ou tácita. Para isso, os credores devem ser notificados do trespasse, 
tendo o prazo de trinta dias para se manifestarem. Se eles permanecerem 
em silêncio após esse período, considerar-se-á que consentiram tacitamente 
no negócio (art. 1.145). 
Tem mais: a menos que haja autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não poderá fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos 
subsequentes à transferência (art. 1.147) (pô, senão seria sacanagem, né?). 
E, em caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, essa proibição 
durará enquanto vigorar o respectivo contrato. Isso é até meio óbvio, e o 
legislador foi muito feliz nesse aspecto, pena que mesmo assim existem brigas 
judiciais de pessoas que vendem um estabelecimento e logo depois abrem 
uma atividade igual na mesma rua... esse dispositivo legal serve para proteger 
o comprador desse tipo de abuso. 
Veja como a Esaf já abordou esse assunto: 
(ESAF/PFN/2005-2006) Com o trespasse, o alienante não pode fazer 
concorrência ao adquirente pelo prazo de três anos subseqüentes à 
transferência. 
Gabarito: Errado 
O item está errado porque a regra é que o prazo de vedação à 
concorrência do alienante ao adquirente seja de cinco anos, e não de três. 
Além disso, é possível haver autorização expressa do adquirente para que o 
alienante possa exercer a concorrência. 
Analise agora outra questão da Esaf sobre o estabelecimento 
empresarial: 
(ESAF/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/FORTALEZA/2003) Considera-
se estabelecimento: 
a) o estúdio de um artista plástico desde que em local diferente do da 
residência. 
b) o consultório dentário em quesão prestados serviços e oferecidos aos 
clientes, para venda, produtos para a higiene bucal. 
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c) o escritório de advocacia de que são locatários, em conjunto, vários 
profissionais do direito que dividem tarefas conforme as diferentes 
especializações. 
d) os locais mantidos por fotógrafos amadores no qual são revelados os 
filmes. 
e) somente são estabelecimentos, sujeitos à disciplina do Código Civil, 
aqueles locais nos quais o titular for empresário. 
Gabarito: B 
Vamos lá: as letras A, C e D estão erradas porque as atividades citadas 
nessas alternativas não são empresariais. O escritório de advocacia, por 
exemplo (letra C), compõe sempre uma sociedade simples, e apenas 
sociedades empresárias podem ser titulares de estabelecimento empresarial 
(veremos à frente esses dois tipos de sociedades). Já nas letras A e D falta o 
elemento de empresa nas atividades citadas. E a letra E é incorreta porque o 
estabelecimento não é somente o local onde se desenvolve a atividade, mas 
todo o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, utilizados 
na empresa. 
3 – PREPOSTOS
Conforme você viu acima, o empresário não exerce sua atividade 
sozinho. Ele se utiliza de auxiliares, os chamados prepostos (arts. 1.169 a 
1.178), que podem ser tanto empregados do empresário (vínculo de 
subordinação), como profissionais autônomos que lhes prestam serviços. 
Havendo relação de emprego, o empresário será chamado de preponente dos 
seus prepostos. 
Como regra, o preposto deve exercer ele próprio suas atribuições. Se o 
preposto escolher substituto para o desempenho da preposição que lhe foi 
atribuída, ele responderá pessoalmente pelos atos do substituto e pelas 
obrigações por ele contraídas, salvo se a substituição tiver ocorrido por 
autorização escrita do preponente (empresário) (art. 1.169). 
Do mesmo modo, não pode o preposto negociar por conta própria ou de 
terceiro, nem participar, ainda que indiretamente, de operação da mesma 
natureza da que lhe foi cometida pelo empresário, exceto, em ambos os casos, 
se houver autorização expressa deste (art. 1.170). Em outras palavras, se o 
preposto não estiver autorizado pelo empresário, não pode oferecer 
concorrência ao seu preponente. 
Além disso, os papéis, bens ou valores que tenham sido recebidos de 
terceiros pelo preposto reputam-se perfeitamente entregues ao empresário, 
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caso não tenha havido protesto no recebimento, exceto se existir prazo para 
que o preponente apresente reclamação quanto ao que foi recebido (art. 
1.171). 
Os empresários são responsáveis pelos atos de seus prepostos 
praticados dentro do estabelecimento empresarial e relativos à atividade da 
empresa, independentemente de haver autorização escrita. Já os atos 
praticados pelos auxiliares fora do estabelecimento só obrigarão o empresário 
se praticados nos limites dos poderes conferidos expressamente por escrito, 
servindo como prova desses limites o respectivo instrumento escrito ou a 
certidão ou cópia autêntica do seu teor (art. 1.178), tudo bem? 
Quanto ao preposto, saiba que ele terá responsabilidade pessoal junto 
ao preponente, se exercer com culpa (negligência, imprudência ou 
imperícia) suas funções. Por outro lado, se ele agir com dolo (má-fé), ficará 
solidariamente responsável com o preponente perante terceiros (art. 
1.177, par. único). Essas regras de responsabilidade do preposto têm por 
finalidade fazer com que ele exerça com dedicação e zelo suas atribuições, de 
modo a bem desempenhar seu ofício. Pois nem sempre o “dono” está lá para 
ver o que seus funcionários estão fazendo... 
Nesse sentido, veja esta questão cobrada pela Esaf: 
(ESAF/AFT/MTE/2006) A responsabilidade dos administradores em 
qualquer tipo de sociedade empresária tem como pressuposto: 
a) inibir comportamentos ilegais. 
b) garantir credores da sociedade. 
c) incentivar a diligência na tomada de decisões que afetem a sociedade. 
d) fomentar decisões compatíveis com a função social da empresa. 
e) gerar valor para os sócios ou acionistas. 
Gabarito: C 
As letras A, B e D não estão erradas, mas a letra C responde melhor à 
questão, pois a principal finalidade das regras de responsabilidade dos 
prepostos (no caso, os administradores) é fazer com que eles desempenhem 
suas funções na sociedade com diligência (zelo, cuidado). A letra E é incorreta, 
porque a geração de valor (lucro) para os sócios se dará pela adoção de 
técnicas eficientes no exercício da empresa, não pelas regras de 
responsabilidade dos prepostos. 
O Código Civil elencou expressamente dois prepostos do empresário: o 
gerente (arts. 1.172 a 1.176) e o contabilista (art. 1.177). Isso, é claro, não 
exclui outros que o auxiliem no desenvolvimento da atividade empresarial, 
como motoristas, atendentes, técnicos, assessores etc. 
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OK. Vamos dar uma olhadinha nas regras legais previstas para o gerente 
e para o contabilista: 
Gerente 
O gerente é o responsável permanente pela administração da 
empresa, seja na sede ou em uma das filiais da sociedade (art. 1.172). Se a 
lei não exigir poderes especiais, considera-se que o gerente está autorizado a 
praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram 
outorgados (art. 1.173). O gerente pode, inclusive, comparecer em juízo em 
nome do preponente, por obrigações resultantes do exercício da sua função 
(art. 1.176). 
Algumas vezes, pode haver mais de um gerente, caso em que deve 
haver disposição a respeito dos poderes que cada um está autorizado a 
exercer. Na falta dessa previsão, entende-se que os poderes foram conferidos 
a todos de forma solidária (ambos podem exercer todos os poderes 
conferidos pelo empresário) (art. 1.173, par. único). 
De uma forma geral, o preponente responde juntamente com o gerente 
pelos atos que este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele (art. 
1.175). Agora, caso o empresário queira limitar os poderes do gerente a 
certos atos, essas limitações só valerão contra terceiros que negociem com a 
sociedade se estiverem devidamente averbadas na Junta Comercial (art. 
1.174) (se não, como eles vão saber, não é?). Faculta-se ao preponente, 
todavia, provar por outros meios que a pessoa que tratou com o gerente 
conhecia as limitações, caso em que ele se eximirá de responder pelos atos do 
preposto que eventualmente excederem os limites da preposição. 
Contabilista 
O contabilista é o profissional de Ciências Contábeis responsável 
pela escrituração dos livros empresariais. O empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado 
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência 
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o balanço de resultado econômico (demonstração do resultado 
do exercício) (art. 1.179), salvo o pequeno empresário, nos termos da lei. A 
escrituração deve ficar a cargo de contabilista legalmente habilitado, 
exceto se não houver nenhum na localidade da empresa (art. 1.182). Os 
assentos (assentamentos) lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem os 
mesmos efeitos como se tivessem sido feitos pelo próprio empresário, 
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ressalvados os casos em que os prepostos tenham agido de má-fé (art. 
1.177). 
4 – ESCRITURAÇÃO
Já deu pra você notar que é dever do empresário promover a regular 
escrituração dos livros empresariais, não é mesmo? A principal finalidade da 
escrituração (arts. 1.179 a 1.195) é provar a realização das atividades do 
empresário, principalmente em favor de terceiros que com ele tenham 
negociado e necessitem defender seus direitos em juízo. Além disso, os dados 
da escrituração também permitem que os sócios avaliem a ação administrativa 
da sociedade e que os agentes do Fisco verifiquem o correto recolhimento de 
tributos. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em 
boa guarda toda a escrituração, correspondências e demais papéis 
concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer a prescrição ou 
decadência quanto aos atos neles consignados (art. 1.194). 
Além de outros livros exigidos por lei, é indispensável ao exercício da 
empresa o livro Diário, que pode ser substituído por fichas, no caso de 
escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180). A adoção das fichas, 
contudo, não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento das 
demonstrações contábeis ao final do exercício. Para as sociedades que apuram 
seu resultado com base no lucro real, é obrigatória ainda a adoção do livro 
Razão (art. 259 do Decreto 3.000/1999) (você já deve ter estudado esses 
livros na disciplina Contabilidade Geral, caso esteja buscando o concurso da 
Receita Federal!). 
Salvo previsão legal, os livros empresariais devem ser autenticados no 
Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), devendo o 
empresário, para efetuar a autenticação, já estar devidamente inscrito na 
Junta. Poderão ser autenticados também livros não obrigatórios (art. 1.181). 
Os livros possuem requisitos ou formalidades intrínsecas e 
extrínsecas. As primeiras têm a ver com a escrituração propriamente 
dita dos livros. A escrituração deve ser feita em idioma e moeda corrente 
nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem 
intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou 
transportes para as margens. É permitido o uso de código de números ou de 
abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado (art. 
1.183). Já os requisitos extrínsecos referem-se às formalidades exteriores
dos livros, como a citada autenticação na Junta Comercial, a fim de assegurar 
sua segurança jurídica e sua força probante. 
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No Diário serão lançadas diariamente (perdoe o trocadilho!) todas as 
operações relativas ao exercício da empresa, com individuação e clareza dos 
registros e caracterização dos documentos que comprovem os fatos contábeis 
(art. 1.184). A escrituração desse livro pode ser resumida, com totais que 
não excedam o período de trinta dias, em relação a contas cujas operações 
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento. Nesse caso, 
devem ser utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para 
registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua 
perfeita verificação. No Diário serão lançados também o balanço patrimonial
e o balanço de resultado econômico, ambos assinados por técnico em 
Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade 
empresária. 
Agora, atenção: no caso das sociedades anônimas (companhias), as 
demonstrações contábeis (ou financeiras) a serem obrigatoriamente 
elaboradas e publicadas ao final do exercício, com base na escrituração, são o 
balanço patrimonial, a demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados (DLPA), a demonstração do resultado do exercício (DRE), 
a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e a demonstração do valor 
adicionado (DVA), esta obrigatória apenas para as companhias abertas, 
tudo nos termos do art. 176 da Lei 6.404/1976. Além disso, segundo a Lei, a 
companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a 
dois milhões de reais não será obrigada à elaboração e à publicação da DFC 
(art. 176, § 6.º). As demonstrações financeiras das companhias serão 
assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados 
(art. 177, § 4.º, da Lei 6.404/1976). 
Tá,mas o que é companhia aberta e fechada? Claro, vamos lá: a 
companhia é aberta ou fechada conforme, respectivamente, os valores 
mobiliários de sua emissão (ações, debêntures, etc.) estejam ou não admitidos 
à negociação no mercado de valores mobiliários (ex.: bolsa de valores) (art. 
4.º da Lei 6.404/1976). 
O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a 
situação real da empresa e indicar o ativo e o passivo da sociedade (art. 1.188 
do CC/2002). A demonstração do resultado do exercício (DRE), que o Código 
Civil chama de balanço de resultado econômico ou demonstração de lucros 
e perdas (esta a antiga denominação da DRE, antes da Lei 6.404/1976), 
acompanhará o balanço patrimonial e dela constarão todas as receitas e 
despesas (créditos e débitos, segundo o Código Civil), na forma da lei (art. 
1.189). 
Os livros empresariais são documentos privativos da atividade 
empresarial e, como regra, nenhuma autoridade judiciária pode ordenar 
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diligências para verificar se o empresário está cumprindo as formalidades 
legais da escrituração, salvo nos casos previstos em lei (art. 1.190). No 
entanto, o próprio Código Civil reza que o juiz de ação em curso pode, a 
requerimento ou de ofício, ordenar que os livros sejam examinados 
parcialmente na presença do empresário ou de pessoa por este nomeada, 
para deles se extrair o que interessar à questão em litígio na Justiça (art. 
1.191, § 1.º). Quanto à exibição integral dos livros, só será autorizada pelo 
juiz quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão 
ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de 
falência (art. 1.191, caput). 
Agora, se houver recusa à apresentação, os livros serão apreendidos 
judicialmente e, nos casos de exibição parcial, as alegações da parte 
contrária na ação judicial serão consideradas verdadeiras, salvo apresentação 
de prova documental em contrário (art. 1.192). 
É bom saber também que as restrições ao exame da escrituração não se 
aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do 
pagamento de impostos e outros tributos, nos termos das leis fiscais (art. 
1.193). 
A força probante dos livros empresariais decorre do atendimento às 
suas formalidades intrínsecas e extrínsecas. Os livros regularmente 
escriturados fazem prova a favor ou contra o empresário e também contra as 
pessoas com quem ele contratou, se houver, neste caso, outro documento 
referente à transação. A prova feita pelos livros, no entanto, é relativa, 
podendo ser afastada por outra prova que demonstre sua inexatidão. 
Veja como a Esaf tem cobrado questões sobre escrituração: 
(ESAF/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2003) A escrituração 
mercantil, por permitir a verificação das mutações patrimoniais e, dado 
seu valor probatório, deve: 
a) facilitar a análise dos agentes da fiscalização. 
b) permitir avaliar a eficácia da ação administrativa. 
c) garantir a apuração dos tributos devidos pelo empresário. 
d) dar aos credores informações sobre as operações contratadas. 
e) estar escoimada de imperfeições. 
Gabarito: E 
Embora as letras de A a D não estejam erradas, nessa questão o 
examinador pergunta sobre o requisito específico para que a escrituração 
permita a correta verificação das mutações patrimoniais daentidade, com 
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valor probatório. Não há dúvidas de que, para ter valor de prova, a 
escrituração deve estar escoimada (limpa, isenta) de imperfeições, daí o 
gabarito ter sido a letra E. 
Veja outra: 
(ESAF/AFTE/RN/2004-2005) A obrigação de manter a escrituração das 
operações comerciais seja em livros seja de forma mecanizada, em 
fichas ou arquivos eletrônicos, 
a) serve para que, periodicamente, se apure a variação patrimonial. 
b) permite que se apure o cumprimento das obrigações e sua 
regularidade. 
c) serve para preservar informações de interesse dos sócios das 
sociedades empresárias. 
d) constitui prova do exercício regular de atividade empresária. 
e) facilita a organização de balancetes mensais para prestação de contas 
aos sócios. 
Gabarito: D 
Novamente a Esaf explorou, nessa questão, o tema referente ao valor 
probante dos livros empresariais. As alternativas A, B, C e E não estão 
erradas, mas a banca entendeu que a letra D responde melhor à questão. 
Nota-se assim, que, para a Esaf, a principal função dos livros empresariais é 
servir de meio de prova do exercício da empresa. Fique atento(a)! 
Para as companhias, as regras de escrituração estão no art. 177 da Lei 
6.404/1976. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e da 
citada Lei, bem como aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (que 
o texto da Lei ainda chama de Princípios de Contabilidade Geralmente 
Aceitos). A escrituração deve observar métodos ou critérios contábeis 
uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime 
de competência. 
Se, em determinado exercício social da companhia, houver modificação 
de métodos ou critérios contábeis de efeitos relevantes, as demonstrações 
financeiras desse exercício deverão indicá-la em nota explicativa e ressaltar 
esses efeitos. 
A companhia observará exclusivamente em livros ou registros 
auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil (empresarial) 
e de suas demonstrações contábeis, as disposições, sejam da lei tributária ou 
da legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que 
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prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios 
contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou, 
ainda, a elaboração de outras demonstrações financeiras, além das previstas 
na Lei 6.404/1976. 
As demonstrações das companhias abertas deverão observar, ainda, as 
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia 
federal cujo objetivo, entre outros, é regular o mercado de valores mobiliários. 
As demonstrações devem ser também submetidas a auditoria por auditores 
independentes registrados na CVM e elaboradas em consonância com os 
padrões internacionais de Contabilidade adotados nos principais mercados de 
valores mobiliários. 
As companhias fechadas, se quiserem, poderão optar por observar as 
normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela CVM para as 
companhias abertas. 
Bem, prezado(a) concurseiro(a), por hoje ficamos por aqui. Ufa! Quanta 
coisa, não é? Bem, espero que você tenha gostado dessa primeira aula. Nos 
próximos encontros, continuarei a trazer os principais pontos do Direito 
Comercial para os concursos de AFRFB e AFT, a fim de fazer você gabaritar as 
questões que serão cobradas nessas provas! 
Um grande abraço e até nossa próxima aula! 
Luciano Oliveira e Cadu Carrilho. 
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5 – RESUMO DESTA AULA
EMPRESA Atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou serviços. 
EMPRESÁRIO Pessoa física ou jurídica que exerce 
profissionalmente a empresa. 
ESTABELECIMENTO conjunto de bens (universalidade de fato) 
corpóreos e incorpóreos utilizados pelo 
empresário para o exercício da empresa. 
TIPO SOCIETÁRIO REGRAMENTO LEGAL 
1 – Simples (S/S) arts. 997 a 1.038 do CC/2002 
2 – Em Nome Coletivo (N/C) arts. 1.039 a 1.044 do CC/2002 
3 – Em Comandita Simples (C/S) arts. 1.045 a 1.051 do CC/2002 
4 – Limitada (Ltda.) arts. 1.052 a 1.087 do CC/2002 
5 – Anônima (Companhia) (S.A. ou Cia.) arts. 1.088 e 1.089 do CC/2002 
e Lei 6.404/1976 
6 – Em Comandita por Ações (C/A) arts. 1.090 a 1.092 do CC/2002 
e arts. 280 a 284 da Lei 6.404/1976 
7 – Cooperativa arts. 1.093 a 1.096 do CC/2002 
e Lei 5.764/1971 
TIPO SOCIETÁRIO NATUREZA NOME EMPRESARIAL
1 – Simples (S/S) Simples Denominação 
2 – Em Nome Coletivo (N/C) Empresária Firma 
3 – Em Comandita Simples (C/S) Empresária Firma 
4 – Limitada (Ltda.) Empresária Firma ou Denominação 
5 – Anônima (Companhia) (S.A. ou Cia.) Empresária Denominação 
6 – Em Comandita por Ações (C/A) Empresária Firma ou Denominação 
7 – Cooperativa Simples Denominação 
Obs.: Os tipos societários 5 e 6 compõem as chamadas Sociedades por Ações. 
DADOS PARA INSCRIÇÃO 
COMO EMPRESÁRIO 
Nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, 
se casado, regime de bens. 
Firma, com a respectiva assinatura autógrafa.
Capital da empresa. 
Sede da empresa e objeto que constitui sua 
atividade. 
REQUISITOS PARA Estar em pleno gozo da capacidade civil. 
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 SER EMPRESÁRIO Não ser impedido por lei de exercer empresa 
(servidor público, falido, militar, etc.). 
EXERCÍCIO DE EMPRESA 
POR INCAPAZ 
Hipóteses: 
1) Empresário capaz se torna incapaz; 
2) Pessoa incapaz recebe a empresa por 
herança. 
Presença de representante (incapacidade 
absoluta) ou assistente (incapacidade 
relativa); ou 
3) Empresa que envolva sócio incapaz, desde 
que: 
- O sócio incapaz não administre a 
sociedade; 
- O capital social esteja totalmente 
integralizado; 
- O incapaz seja assistido ou representado, 
conforme o caso. 
Autorização do juiz averbada na Junta 
Comercial. 
Representante ou assistente impedido de 
exercer empresa: nomeação de gerente(s), 
com aprovação do juiz. 
Bens do incapaz não ficam sujeitos ao 
resultado da empresa, se não empregados na 
exploração. 
SOCIEDADE DE CÔNJUGES ENTRE 
SI OU COM TERCEIROS 
1) Permitida: 
 - comunhão parcial; e 
 - separação convencional 
2) Vedada: 
 - comunhão universal; e 
 - separação obrigatória. 
Empresário casado (qualquer regime) 
não precisa de outorga conjugal para 
alienar ou gravar de ônus reais os 
imóveis da sociedade. 
Pactos e declarações antenupciais, 
títulos de doação, herança ou legado e 
bens com cláusulas de 
incomunicabilidade ou inalienabilidade 
devem ser averbados na Junta 
Comercial. 
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NOME EMPRESARIAL 
NOME EMPRESARIAL 
Não pode ser objeto de 
alienação, mas o 
adquirente pode utilizá-lo 
com a qualificação de 
sucessor. 
Firma Individual: 
- empresário individual; 
- nome civil completo ou abreviado; 
- designação facultativa da pessoa ou atividade; 
- Exemplos: 
 • José Ramos da Silva; 
 • José Ramos da Silva Transportes; 
 • J. R. Silva Oficina. 
Firma ou Razão Social: 
- N/C, C/S, Ltda. e C/A; 
- nomes civis dos sócios (& Cia.); 
- Exemplos: 
 • José Ramos Silva, João Torres e PauloSoares 
(N/C ou C/S); 
 • José Ramos Silva & Cia. (N/C ou C/S); 
 • José Ramos Silva, João Torres e Paulo Soares 
limitada (Ltda.); 
 • José Ramos Silva & Cia. Ltda. (Ltda.); 
 • José Ramos Silva & Cia. Comandita por Ações 
(C/A); 
 • José Ramos Silva & Cia. C/A (C/A). 
Denominação: 
- S/S, Ltda., S.A., C/A e cooperativa; 
- expressão de fantasia seguida do objeto social; 
- nome de sócio pode figurar como homenagem; 
- Exemplos: 
 • Lojas Mineiras Tecidos limitada (Ltda.); 
 • José Ramos Silva Tecidos Ltda. (Ltda.); 
 • Frigorífico Brasil Sociedade Anônima (S.A.); 
 • S.A. Frigorífico Brasil (S.A.); 
 • Companhia Frigorífico Brasil (S.A.); 
 • Cia. Frigorífico Brasil (S.A.); 
 • Oficina Carro Novo C/A (C/A). 
Complexo organizado de bens 
materiais e imateriais para o exercício 
da empresa por empresário ou por 
sociedade empresária. 
Pode ser objeto de negociação unitária.
Adquirente do estabelecimento passa a 
exercer a empresa, arcando, em regra, 
com os contratos celebrados. 
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ESTABELECIMENTO 
EMPRESARIAL 
Adquirente do estabelecimento passa a 
responder pelo pagamento por débitos 
anteriores, se contabilizados. Alienante 
continua solidariamente obrigado por 
um ano. 
Alienante do estabelecimento deve 
reservar bens para quitar suas dívidas 
ou a alienação será considerada 
ineficaz, salvo se os credores nela 
consentirem. 
Salvo autorização, alienante do 
estabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente por cinco 
anos. 
PREPOSTOS 
Gerente: 
- preposto permanente no exercício da 
empresa, na sede desta, ou em 
sucursal, filial ou agência. 
- Em regra, é autorizado a praticar 
todos os atos necessários ao exercício 
dos seus poderes. 
- Havendo mais de um gerente, são 
solidários seus poderes, salvo 
estipulação diversa. 
- O empresário (preponente) responde 
com o gerente pelos atos que este 
pratique em seu nome à conta 
daquele. 
Contabilista: 
- profissional de Ciências Contábeis 
responsável pela escrituração dos 
livros empresariais. 
- Os assentos da escrituração lançados 
por qualquer prepostos produzem os 
mesmos efeitos como se o fossem pelo 
preponente, salvo má-fé. 
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Regras comuns aos prepostos: 
- São pessoalmente responsáveis, 
perante o preponente pelos atos 
culposos; 
- São responsáveis solidariamente com 
o preponente perante terceiros pelos 
atos dolosos; 
- Preponente é responsável pelos atos 
dos prepostos dentro do 
estabelecimento; 
- Preponente é responsável pelos atos 
dos prepostos fora do estabelecimento, 
se praticados nos limites conferidos por 
escrito. 
ESCRITURAÇÃO 
ESCRITURAÇÃO 
O empresário deve seguir um sistema 
de contabilidade com base na 
escrituração de seus livros e levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o 
de resultado econômico. 
O balanço patrimonial e o de resultado 
econômico devem ser assinados por 
técnico em Ciências Contábeis e pelo 
empresário. 
O empresário deve conservar em boa 
guarda toda a escrituração, enquanto 
não ocorrer prescrição ou decadência 
quanto aos atos nela consignados. 
É obrigatória a escrituração do livro 
Diário ou de correspondentes fichas 
mecanizadas ou eletrônicas. Para as 
sociedades que apuram o lucro real, é 
obrigatório o livro Razão. 
Os livros empresariais possuem 
formalidades intrínsecas e extrínsecas 
e devem ser autenticados na Junta 
Comercial. 
O juiz pode determinar a exibição dos 
livros empresariais em caso de ações 
judiciais. 
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6 – EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA
1) (ESAF/AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-PI/2001) Do 
ponto de vista do Direito Comercial, o conceito de empresa deve ser entendido 
como equivalente 
a) ao de empresário, ou seja, o sujeito da atividade mercantil, que assume os 
riscos do negócio. 
b) ao de estabelecimento, como tal o conjunto de bens utilizados para o 
exercício da atividade mercantil. 
c) ao de qualquer entidade de fins lucrativos, qualquer que seja a forma 
utilizada. 
d) ao de uma atividade organizada com o objetivo da obtenção de lucros. 
e) ao de empresário, de estabelecimento, ou de uma forma societária 
qualquer, não se tratando de conceito doutrinariamente unívoco. 
2) (ESAF/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/MS/2001) Do ponto de vista do 
Direito Comercial, o conceito de empresário deve ser entendido como 
equivalente ao 
a) do titular da empresa, empresário individual ou alguma espécie de 
sociedade mercantil, que assume o risco do negócio 
b) de estabelecimento, como tal o conjunto de bens utilizados para o exercício 
da atividade mercantil 
c) de qualquer entidade de fins lucrativos, qualquer que seja a forma utilizada 
d) de uma atividade organizada com o objetivo da obtenção de lucros 
e) de empresa, ou seja, o sujeito da atividade mercantil, que se apropria do 
lucro 
3) (ESAF/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/FORTALEZA/2003) Em vista de 
uma denúncia anônima, foi descoberto que um funcionário público era titular 
de um estabelecimento comercial. Como conseqüência desse fato, 
a) os negócios por ele feitos eram nulos de pleno direito. 
b) não haveria qualquer penalidade, desde que ele não tivesse se valido do 
cargo para conseguir algum favor. 
c) independentemente de efeitos na esfera administrativa, suas obrigações 
manter-se-iam válidas. 
d) ele não poderia ter a falência decretada. 
e) sua falência seria decretada de pleno direito. 
4) (ESAF/AFTE/RN/2004-2005) Os requisitos previstos em lei para que as 
pessoas naturais sejam qualificadas como empresários destinam-se a 
a) garantir o cumprimento de obrigações contraídas no exercício de atividade 
profissional. 
b) impedir, em face do registro obrigatório, que incapazes venham a ser 
considerados empresários. 
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c) facilitar a aplicação da teoria da aparência. 
d) por conta da inscrição no Registro de Empresas, servirem para dar 
conhecimento a terceiros sobre os exercentes da profissão. 
e) facilitar o controle dos exercentes de atividades empresariais. 
5) (ESAF/PFN/2005-2006) Com base no que dispõe o Código Civil Brasileiro, 
julgue os itens a seguir, assinalando, ao final, a opção com a resposta correta. 
( ) As obrigações contraídas pela pessoa impedida legalmente de exercer 
atividade própria de empresário são nulas. 
( ) Poderá o representante ou assistente legal do incapaz continuar a empresa 
antes exercida por ele, enquanto capaz, mediante autorização judicial. 
( ) Ocorrendo emancipação do menor, a inscrição no Registro Civil é suficiente 
para dar publicidade a esta condição para o exercício da atividade de 
empresário até então exercida pelo assistente legal. 
( ) O empresário casado pode alienar os imóveis que integrem o patrimônio da 
empresa sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de 
bens. 
( ) Não podem contratar sociedade, entre si ou com terceiros, os cônjuges 
casados no regime de separação de bens convencional ou comunhão universal 
de bens. 
a) V, F, V, F, V 
b) F, V, V, V, F 
c) F, V, F, V, F 
d) F, F, F, V, V 
e) V, V, V, F, F 
6) (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-AL/2002) O nome 
empresarial contém elementos importantes, que podem passar despercebidos 
por muitos. A partir do nome, pode-se, em regra,

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