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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE CIÊNCIAS DA VIDA E DA NATUREZA (ILACVN) Curso: Biotecnologia Professora: Sanely Lourenco Da Costa Prática 3 “Eletroforese de Gel de Agarose e sua preparação” Sara Cristina Wandrowski Froes Foz do Iguaçu, 04 de setembro de 2018. 2 1. Introdução Eletroforese é o método utilizado para a separação de macromoléculas, como fragmentos de ácidos nucleicos e proteínas, de acordo com suas taxas específicas de migração em um campo elétrico e suas propriedades físicas, como a massa. O processo é realizado em uma matriz porosa (gel de agarose, poliacrilamida) de modo que a migração ocorra de acordo com as suas propriedades físicas (BLOOM, Mark V. et al. 1996). Os fragmentos de DNA migram em direção ao pólo positivo, uma vez que têm carga elétrica negativa, conferida pela ionização dos seus grupos fosfato. Após a migração eletroforética, todas as moléculas de DNA de mesmo tamanho ficam agrupadas em uma determinada região do gel e são visualizadas como uma banda, pois a matriz porosa funciona como um filtro inversamente proporcional ao tamanho da amostra (BLOOM, Mark V. et al. 1996). Podemos dividir o procedimento de eletroforese em quatro etapas: preparação do gel de agarose, aplicação das amostras, eletroforese e análise dos fragmentos separados. A taxa de migração do DNA em um gel de agarose depende de quatro fatores principais: da concentração de agarose no gel, da corrente aplicada, da configuração das moléculas de DNA e do tamanho do DNA fragmentado. As moléculas de DNA migram na matriz de aga-rose com taxas diferentes, que são inversamente proporcionais ao log10 do seu peso molecular. Assim, o peso molecular de um fragmento de interesse pode ser deter-minado comparando-se sua mobilidade com a mobilidade de moléculas padrão, com pesos moleculares conhecidos (BLOOM, Mark V. et al. 1996). A concentração da agarose tem um papel importante nas separações eletroforéticas, uma vez que ela determina o tamanho dos poros da matriz e, consequentemente, a amplitude dos tamanhos de fragmentos que podem ser separados nesse processo (BLOOM, Mark V. et al. 1996). A migração de moléculas de DNA no gel de agarose depende da voltagem aplicada. A voltagem aplicada a um gel gera um campo elétrico com uma força que é definida pelo comprimento do gel e pela diferença de potencial entre as suas extremidades (V/cm). A velocidade de migração do DNA é proporcional à voltagem. Quanto maior a voltagem, maior a velocidade de migração. Porém, em voltagens muito altas as moléculas maiores migram com uma velocidade proporcionalmente maior do que as menores (BLOOM, Mark V. et al. 1996). 3 Moléculas de DNA com mesmo peso molecular, mas com configurações espaciais diferentes, migram com velocidades diferentes em um gel. Assim, moléculas circulares superenroladas, moléculas circulares mas relaxadas por causa de cortes em uma cadeia e moléculas lineares apresentam migração diferencial (BLOOM, Mark V. et al. 1996). 2. Objetivos Realizar a preparação do gel de agarose; Compreender o procedimento de eletroforese e executá-lo. 3. Materiais e métodos Para a preparação do gel de Agarose, pesou-se 0,4 g de agarose (0,8%) em um erlenmeyer, e então, adicionou-se 50 ml da solução tampão TBE 1, homogeneizando a solução, e após a homogeneização, o erlenmeyer foi levado ao microondas, primeiramente duas vezes por 15 segundos, e duas vezes por 5 segundos, estando a solução translúcida, foi vertida na cuba de eletroforese e o pente foi colocado, para formar os poços aonde seria depositada a amostra. O DNA purificado de Escherichia coli foi retirado da geladeira para realizar o processo da eletroforese. Primeiramente com a micropipeta foram colocados 2 μL do corante GelRed em um papel de nitrocelulose, em seguida foram adicionados 6 μL da solução com ácidos nucleicos à alíquota de GelRed no papel de nitrocelulose. Após, sem retirar a micropipeta, fez-se a ressuspenção dos dois compostos com movimento up and down. O resultante de 8 μL da mistura de GelRed e solução com DNA foi cuidadosamente aplicada no poço do gel de agarose, afim de não romper as paredes do gel. Em seguida a aplicação dos materiais preparados por outros grupos e a solução tampão, os eletrodos da cuba de eletroforese foram ligados. A placa de gel foi analisada quarenta minutos depois do início da eletroforese e foi posteriormente levada ao transiluminador para melhor visualização através da incidência de raios UV. Quadro 1. Materiais e Reagentes. Materiais Reagentes Micropipetador (1-10 μL) e ponteiras Agarose 0,8% Eppendorf de 1,5 ml TBE 1x Cuba de eletroforese Corante GelRed® Papel de nitrocelulose Gel de Agarose Erlenmeyer DNA purificado de e. coli 4 Proveta Microondas 4. Resultados e discussão A matriz usada comumente na separação de moléculas de DNA com tamanhos variando entre 100 e 30.000 pares de bases é o gel de agarose, uma forma de ágar altamente purificada. A matriz porosa do gel de agarose serve como uma peneira molecular através da qual as moléculas movem-se com velocidades diferentes, inversamente proporcionais ao seu tamanho. Assim, quanto menor for a molécula, maior será a distância que ela percorre em um determinado período de tempo (BLOOM, Mark V. et al. 1996). O gel de poliacrilamida apresenta algumas desvantagens. Entre elas, destaca-se o fato da poliacrilamida em solução, isto é, quando não polimerizada, ser neurotóxica. Assim, a preparação do gel exige certa cautela. Além disso, a preparação é mais laboriosa, requerendo a mistura de componentes adicionais à poliacrilamida para ajudar na polimerização e mais tempo para que a polimerização ocorra propriamente (CORRÊA, E. M. & POSSIK, P. A.) Como a eletroforese tem como fundamento o movimento das partículas de acordo com o seu potencial elétrico, é necessário que o meio seja mantido tamponado para que haja eficiência do método. Assim, é utilizada a solução tampão TBE 1x, sendo uma solução de Tris-Ácido Bórico-EDTA, em que o Tris e o ác. Bórico tamponam a solução, evitando assim a protonação dos ácidos nucleicos mantendo seu potencial elétrico. Além disso, o EDTA EDTA se a liga a íons que atuam como co-fatores para enzimas que degradam o DNA, desse modo protegendo-o (BLOOM, Mark V. et al. 1996). Geralmente para esta técnica, utiliza-se o brometo de etídio como corante, mas, pelo seu caráter mutagênico, outras alternativas ao seu uso surgiram, como o GelRed, que tem se destacado por não ter ação mutagênica. Sua estrutura ainda não é de conhecimento público por estar sob processo de patente, porém sabe-se que sua massa molar é pelo menos 3 vezes maior do que a do primeiro. Comumente, o brometo de etídeo, e mais recentemente o GelRed são utilizados segundo diferentes protocolos, utilizados no gel de agarose antes da polimerização do mesmo, em banho, após a eletroforese ou diretamente na amostra. Apesar de ser considerado mais seguro para o método, estudos apontam que pela sua maior massa, sua aplicação direta na amostra pode retardar a corrida do DNA na eletroforese (BRESSANI, 2010). 5 Após o término da corrida, não foi possível visualizar as bandas de DNA (alelos), no transiluminador, assim como com a irradiação de luz UV também não foi possível visualizar a presença de ácidos nucleicos, o que significa que o processo de extração não resultou no produto esperado. Durante o processo de extração, o excesso de resfriamento,o pouco tempo de centrifugação que gerou uma precipitação incompleta do pellet, ou a demora na execução de algumas etapas são algumas das causas de erro. Outra cauda de erro importante é o rompimento da integridade dos poços de gel de agarose, no momento da aplicação da amostra para a corrida. Quaisquer defeitos causados na forma dos poços de aplicação dos géis de agarose, durante a modelagem do gel ou durante a aplicação das amostras, podem ser causa importante de problemas na eletroforese. Para que haja a formação de bandas de DNA bem definidas após a migração é necessário que as moléculas de DNA de mesmo tamanho entrem no gel exatamente ao mesmo tempo. Qualquer fator que deforme a face interna anterior do poço e que tire esta face da posição de perpendicularidade em relação ao campo elétrico vai alterar o aspecto das bandas de DNA formadas (BLOOM, Mark V. et al. 1996). 5. Bibliografia BLOOM, Mark V. et al. Laboratory DNA science: an introduction to recombinant DNA techniques and methods of genome analysis. Benjamin/Cummings Publishing Company, Inc., 1996. CORRÊA, E. M. e POSSIK, P. A. (“Biologia Molecular – Técnicas Moleculares | AC&T”, [s.d.]). Disponível em: < http://www.ciencianews.com.br/index.php/ciencia/biologia-molecular/biologia- molecular-tecnicas-moleculares/ > Acesso em: 02/09/2018. COX, M. M.; DOUDNA, J. A.; O’DONNELL, M. Biologia Molecular: Princípios e Técnicas. Tradução de Gaby Renard et al.. Porto Alegre: Armtmed, 2012. 216 p. BRESSANI, F. A. et al. Comparação de diferentes protocolos para visualização de DNA separado por eletroforese em gel de agarose utilizando-se os corantes fluorescentes brometo de etídeo e GelRed. ENCONTRO NACIONAL SOBRE MÉTODOS DOS LABORATÓRIOS DA EMBRAPA, 15., 2010, Pelotas, RS. Novas perspectivas para os laboratórios da Embrapa. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010. 6
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