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A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA COR, DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO DAS TECNOLOGIAS
Profa. Wanelytcha Simonini
 
Nesta aula estudaremos pontos importantes sobre a evolução da cor, sua utilização como meio de comunicação nas sociedades e o interesse dos estudiosos na descoberta desse fenômeno que tanto desperta o interesse da ciência. 
A história do uso das cores se confunde com a própria história da humanidade ocupando assim um importante capítulo da história das civilizações. Desde o começo de sua história que o homem faz uso das cores, porém, as primeiras civilizações deixaram um legado muito insipiente do que pensavam sobre elas. Com a evolução da humanidade e a necessidade cada vez maior da comunicação visual, o uso da cor vai tornando-se mais e mais necessário. 
Em um percurso pela história e seus movimentos, poderemos entender melhor esse fenômeno de percepção maravilhoso que preenche o nosso dia a dia e nos auxilia enormemente no processo de comunicação com o mundo. 
EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA COR: DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO DAS TECNOLOGIAS 
A pré-história 
Pesquisas antropológicas relatam que o homem pré-histórico só enxergava em preto, branco e modalidades de cinza. A evolução para a percepção de cores foi gradual ao longo do tempo. A justificativa para esta evolução é devida a necessidade que o homem primitivo tinha de viver protegido dos perigos da natureza em locais muito escuros, dificultando assim a formação de pigmentos sensíveis e diferenciados para ter uma visão das cores. Com a evolução da humanidade, vieram as descobertas do fogo e das armas, que ele mesmo criava para defender-se de animais. 
Esses avanços ajudaram os homens daquele período primitivo a sair das cavernas se arriscando por mais tempo a permanecer do lado de fora, onde havia a luz do sol, o que propiciou o aperfeiçoamento dos neurônios cones, que são as células fotorreceptoras responsáveis por essa capacidade. As experiências que o homem primitivo desenvolveu com relação às cores foram bastante intensas e significativas durante o seu processo civilizatório, dando origem a determinados significados psicológicos que perduram até nossos dias. O vermelho, ligado ao sangue, foi associado as lutas que presenciava entre animais os grupos de outras tribos, o que gerava muito sangue, dor e morte. 
O fogo, gerador de calor, que queimava e destruía as matas, com variação de vermelho, amarelo e alaranjado foi associado à ideia de perigo, atenção, cuidado. São cores excitantes e geram fortes sensações e são usadas até hoje para indicar cautela e sinalizar perigo. A escuridão da noite camufla a forma e oculta o desconhecido e o inimigo, provocando o medo, o isolamento e a depressão. Fazendo um paralelo, o preto é para muitas culturas um símbolo de luto e tristeza. 
O verde e o azul representam a presença da natureza e, consequentemente, um tempo mais seguro para nossos ancestrais, oferecendo a estes um céu mais ameno, frutas, campos para descanso e material macio para o abrigo. Assim, essa relação mais amena fez com que essas duas cores funcionem como calmantes e equilibradoras do sistema nervoso humano.
Os estudos de Goldman mostraram que o uso das cores por nossos ancestrais pode ter iniciado há mais de 200 mil anos atrás, quando o homem da era glacial sepultava os seus mortos em ritos onde priorizavam a cor vermelha, pintando os ossos dessa cor. Isso nos mostra que a cor vermelha é a mais antiga das cores e, na maioria das línguas a palavra que a representa foi derivada da palavra sangue, da mesma linguagem.
O homem percebeu que alguns produtos, como o próprio sangue, por exemplo, quando espalhado na pedra da caverna marcava aquela superfície por um tempo por ele indefinido. Assim, esses materiais iniciaram seu uso com a finalidade de deixar registros para a sua sociedade. Quando surge a necessidade de prolongar o tempo de durabilidade desses registros e diversificar as cores para a criação das pinturas rupestres, eles utilizaram os óxidos naturais que podiam ser encontrados com mais facilidade naquela região. Assim, descobriram os ocres. Para facilitar a aplicação nas paredes, isto é, transformar esse material em uma espécie de tinta, eles usaram uma espécie de aglutinante, para fixar a tinta á superfície de pedra. A solução encontrada foi misturar esses pigmentos naturais ao sebo de animais e a seiva de alguns vegetais. 
	 
Os povos do antigo Egito 
Após esse período, milênios se passaram sem alguma evolução expressiva nessa área, e a história volta a registrar novidade, que se tenha conhecimento, com o interesse dos babilônios em relação a origem da luz, e ainda o interesse dos povos do antigo Egito pelas cores que utilizavam para pintar seus murais e afrescos, mas lamentamos por não terem sobrevivido em nenhuma das teorias escritas encontradas nesta época.
A Grécia 
Assim como a maior parte do pensamento ocidental, a origem de uma teoria mais organizada sobre as cores encontra-se também sob o domínio dos gregos, mas, por sua característica filosófica, preferiram reflexões teóricas aos experimentos, não dando, portanto, evidências mais concretas as suas teorias.
O filósofo Empédocles (492 – 334 a.C.) foi o responsável por desenvolver a primeira teoria das cores. Ele acreditava que a natureza era sustentada pelos quatro elementos básicos da natureza: ar, terra, fogo e água. Empédocles afirmava que estes quatro elementos combinados em diferentes proporções geravam tudo o que existe no universo, dentre eles, a cor.
Demócrito, (460 – 360 a.C.) que foi mais conhecido no campo da ciência por ter desenvolvido o conceito do átomo, aprimorou a teoria das cores de Empédocles estabelecendo relações com as suas próprias teorias. Ele sustentava que a cor de um objeto resultava da forma de seus átomos. O branco, por exemplo, era gerado pela proliferação de átomos suaves e redondos. O preto surgia como o resultado de átomos desorganizados. Ele negou as tentativas de Empédocles de fazer da cor uma qualidade dos objetos, declarando então que a cor seria inteiramente o resultado de um julgamento subjetivo dos nossos sentidos. Ele conseguiu que algumas de suas misturas, como a púrpura e o amarelo fossem tão precisas que se torna um mistério para os recursos da época.
O pensamento de Aristóteles
Aristóteles (384 – 322 a.C.) apresenta a sua explicação para a natureza das cores. Em seu tratado intitulado, “Sobre o Senso e o Sensato”, o filósofo rejeitava todas as teorias das cores até então apresentadas por outros estudiosos, assumindo então que as cores primárias seriam o preto e o branco em diversas e variadas proporções. Procurando fazer uma ligação entre a sua harmonia cromática com a harmonia musical ele fala de “cores aprazíveis”, como o resultado da harmonia entre preto e branco. As cores agressivas ao olho humano eram então como notas dissonantes na música. Aristóteles acaba por definir as cores como uma interação entre luz e matéria. “Todos os objetos são potencialmente coloridos e a ação da luz sobre os objetos torna as suas cores aparentes”. Chamando a luz de “cor translúcida”, ele a interpretava como sendo um fenômeno desprovido de cores em si mesmo, mas com capacidade de iluminar outros objetos. Sua teoria passou mais perto da realidade do que a de Empédocles, mas ainda havia um longo caminho a ser percorrido pela ciência. 
Com o declínio da civilização grega o crescimento das ciências da natureza estacionou, por algum tempo. Enquanto a cultura europeia sofria o colapso de Roma (452 D.C.) os povos do oriente médio vivenciavam uma espécie de renascimento administrado pelos árabes, que possuíam grande interesse nos estudos sobre a criação do universo e as ciências naturais de forma geral. No ramo da ótica, o seu principal interesse estava na natureza da visão humana. 
Alguns filósofos defendiam o propósito de que a luz originava-se nos olhos, uma espécie de super-homem dos filmes de ficção. Outro grupo de estudiosos acreditava que a luz originava-se externamentee era apenas recebida passivamente pelo olho. Ambos os pensamentos citavam as teorias dos gregos como fonte de apoio. Essa discussão científica foi resolvida pelo cientista Abu Ali Hasan ibn al-Haithan, conhecido em todo o ocidente pelo nome de Alhazen (965 – 1040 D.C.). Alhazen foi o maior físicos árabe da história. Escreveu mais de 200 livros de matemática, física e medicina, tendo sido o ponto chave para o desenvolvimento de um método científico realmente objetivo, e algumas de suas descobertas sobre a natureza da luz e das cores estavam muito além do seu tempo. Fez significantes pesquisas sobre a natureza das lentes e dos espelhos descrevendo princípios óticos que governaram seu funcionamento.
O Período Gótico e a luz dos vitrais
Enquanto os árabes seguiam com suas pesquisas científicas sobre a natureza da cor e da luz, a Europa voltava-se para a natureza espiritual da cor. O expoente máximo desse período foram os vitrais coloridos das igrejas da época. Nesse período de total domínio da igreja católica, a luz que atravessava os vitrais das igrejas era comparada ao conhecimento divino, afastando as sombras do mundo, tal como o conhecimento afasta as sombras do desconhecido. Embora ainda lhes faltasse uma compressão real da física da luz, os vitralistas medievais sabiam como a luz brilharia através de suas composições. Sabendo que o azul é a cor que impressionaria os olhos mais fortemente quando a luz do dia fosse mais amena, eles abusaram do azul para realçar e enfatizar formas importantes da composição feita no vidro. Mas não somente de vitrais viveu a arte do período medieval. Os mosaicos, as pinturas sobre madeira e as iluminuras, ornando os manuscritos, também ocuparam seu espaço nestes séculos. Embora os objetos fossem coloridos com uma aproximação rude das cores naturais, ainda assim o interesse nas cores foi grande e os artistas góticos procuraram dar ao seu trabalho a mesma abundância da luz dos vitrais. Adotaram o enfoque egípcio de usar materiais reflexivos e nobres como o lápis lazuli (azul) e a folha de ouro (amarelo), que era usada como substituta da luz divina.
A Renascença e o Barroco
No fim do período Gótico tantas mudanças radicais aconteceram, fato que alterou a face da arte para sempre. O deslocamento demográfico para os grandes centros e o aumento da uma classe média forte trouxe o aumento do mercado de trabalho e, consequentemente, maior liberdade para os artistas da época. O renascimento do pensamento grego inundou a Itália revigorando a arte com o renascer do idealismo, do naturalismo e do colorismo gregos. O desenvolvimento mais importante do período renascentista foi o aparecimento dos grandes artistas coloristas. Esses artistas ajudaram a desenvolver as ideias contemporâneas sobre o uso da cor.
Newton e suas descobertas
Em fins do século XVII uma mudança radical no conceito de percepção das cores foi gerada pela atuação de Isac Newton (1642 – 1727), um dos cientistas mais geniais da nossa história. Sepultando todas as teorias medievais, Newton fez uma série de experimentos com prismas e avançou no estudo da ótica mais do que qualquer outro, desde Alhazen. Depois de muitas observações a respeito da refração da luz, Newton conclui que os prismas decompunham a luz em seis cores: Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. Ele mais tarde inclui o índigo, mas não é uma cor dominante no espectro. Ao estudar a intensidade da refração de cada cor, pode provar que cada uma delas possuía índice de refração diferente, o que ele utilizou para descrever o fenômeno do arco-íris. Assim, teorizou que se todas as cores do espectro fossem recombinadas, voltariam novamente à luz branca pura. 
Newton percebia a luz como um raio, e as muitas equações matemáticas que desenvolveu para mostrar o seu movimento linear estavam corretas. Em outra tentativa de descrever as cores dos objetos que não emitiam luz ele sustentava que a composição química dos objetos fazia refletir apenas certas cores da luz, sendo as demais cores absorvidas pelo mesmo. Assim, a luz refletida era combinada no olho para produzir as cores percebidas. Sua maior contribuição para a arte e o design foi a criação do círculo de cores. Para explicar a natureza aditiva da luz, Newton dispôs as cores em um círculo, acrescentando a ele a cor púrpura. Os artistas passaram a usar o círculo cromático para seu próprio interesse e também para ensinar princípios básicos da cor aos seus aprendizes de arte e design.
	
5 – Disco de Newton
A contribuição de Goethe
As teorias newtonianas geraram um verdadeiro frisson no mundo científico daquela época e logo outros cientistas declararam oposição as suas teorias. No final do século XVII, o principal oponente de Newton era Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832) que discordava de Newton em relação à origem da luz. Sua formação artística explica as suas ideias errôneas, mas semelhantes às teorias aristotélicas, com relação a natureza da luz. Em contrapartida, sua contribuição foi muito positiva no que se refere ao estudo das cores psicológicas e das suas sombras coloridas. Ele observou ainda que o olho humano frequentemente produz uma sensação enganosa da cor verdadeira de um objeto, resultando em um conjunto de fenômenos psicológicos. Ele afirma corretamente a causa de tal fenômeno como uma condição do olho, que alterna entre duas polaridades: uma cor, particularmente forte tende a gerar uma imagem retida de seu oposto cromático. Ele também utilizou essas observações para corrigir o disco de cores de Newton, deixando-o de acordo com a realidade. 
Do Impressionismo ao Contemporâneo 
Cientistas da primeira metade do século XIX realizaram avanços consideráveis ao colocar em prática as teorias newtonianas sobre a natureza da luz. Os impressionistas estavam fascinados com os fenômenos óticos e apoderaram-se deles para usá-los em sua arte. As alterações das cores, quando próximas umas das outras, a distorção das cores provocada pela alteração atmosférica. Embora artistas de períodos anteriores refletissem sobre o fenômeno da luz aplicando recursos em suas telas, como Caravagio, Ticiano, Velasquez, dentre outros, mas os impressionistas foram os primeiros artistas a realmente pintá-los no ambiente da natureza. Todas essas mudanças que chegaram com o impressionismo, dentre elas o surgimento da fotografia, acabam por gerar uma ruptura com os postulados da arte seguidos até então. Essa ruptura foi tão significativa que influenciou não somente as artes plásticas como também a música, a literatura, a moral e os costumes. A pintura seguia rapidamente para uma posição científica. 
Edouard Manet (1832 – 1883), que tornou-se uma das principais celebridades desse período, afirmava que “havia de pintar o que via e não o que os outros gostavam de ver.” Rapidamente o artista descobriu que para chegar ao seu objetivo precisava adquirir uma técnica a altura de sua ambição. Pierre Seurat (1859 – 1891), aprofundando as proporções cromáticas do impressionismo cria o pontilhismo, fazendo com que o observador participe da obra, pela observação e integração, obra – espectador, através da mistura ótica das cores. Aí estava, na pintura, a introdução da técnica de impressão gráfica. O emprego altamente individual da cor por W. Turner (1775 – 1851) foi influenciado pelos grandes mestres holandeses do século XVII. Muitas vezes o uso simbólico da cor, usada pelo artista, foi desprezada por ele, durante a sua vida, mas hoje é considerada uma reviravolta na pintura europeia daquela época. 
 
6 – Seurat - “Tarde de domingo”- óleo s/ tela – 1884 - 207.6 cm × 308 cm – Art Institute of Chicago 7– Turner – “Slave Ship” – oleo s/ tela – 1840 – 90,8 cm x 122,6 cm – Boston Museun of Fine Arts
Monet (1840 – 1926), rejeitou o formalismo do real em favor de um resultado subjetivo as cores que via nas paisagens do seu jardim em Giverny (França). Para Monet, assim como para a maioria dos Impressionistas, a pintura se referia a ver primordialmentea cor, e não a forma. Assim como os trabalhos de Auguste Renoir ( 1841 – 1919), que traz para a sua obra uma sensação de temperatura, que brilha com a luz, atravessando a moldura e irradiando calor para o espaço a volta da tela, as pinturas de Vincent Van Gogh (1853 – 1890) projetam as emoções do artista através de estranhas seleções de cores e paletas. O artista desenvolveu uma nova técnica de pintar com cores brilhantes, diretamente do tubo, dando as suas obras uma vibração intensa não diluída pela mistura de cores. Em sua tela “Noite Estrelada”, ele desnuda o invisível movimento do cosmo para o observador, através de gigantes espirais de cores quebradas. Essa obra, uma das mais importantes do artista, deixa uma conexão de Van Gogh com o infinito, e, como tal, celebra o trabalho de artistas impressionistas, religiosos, renascentistas e barrocos.
	 
8 – Monet – “Lírios de água” – óleo s/ tela - 1916 - 89,5 cm x 100,3 cm – Boston Museun of Fine Arts 9 – Vincent Van Gogh – “Noite Estrelada” – 1889 - 73,7 cm × 92,1 cm – MOMA New York.
A árvore de Munsell 
No início do século XX, o primeiro sólido de cores foi criado pelo teórico da cor americano Ambert H. Munsell (1868 – 1918). Seu sólido teve início com uma simples esfera de cores, evoluindo rapidamente. Munsell era perfeccionista e não aceitando a imprecisão gerada por outros sólidos que criavam problemas de definição cromática, reduziu o número de opções do seu sistema para cinco cores definíveis e estabeleceu uma notação decimal que dava a quantidade exata de uma cor primária em qualquer das cores mistas. Ele percebeu ainda que nem todas as cores possuíam o mesmo número de variações. A conclusão de seu estudo resultou num distanciamento entre a simples esfera de cores criada, para o que Munsell chamou de “árvore de cores”. Com “galhos” de diferentes tamanhos e um tronco central com uma escala de valores indo do branco ao preto. 
 
10 - Árvore de Munsell. 11 – Variação cromática do esquema de Munsell
A Bauhaus
O Século XX trouxe tantas mudanças para o mundo que, logo após o declínio do pós-impressionismo, surgiram inúmeros movimentos artísticos que nasciam em concomitância com outros, ou mesmo que apareciam e rapidamente perdiam a sua força. Os Expressionistas experimentavam l aspecto psicológico das cores na pintura, os Cubistas quase eliminaram as cores na sua incansável pesquisa da forma, os Futuristas e os Construtivistas resgataram o interesse pelas cores, simplesmente para serem deslocados pelas estranhas cores do Surrealismo.
O acontecimento mais importante desse século, com relação a design, foi a fundação da Bauhaus, em 1919, na Alemanha. A Bauhaus foi principalmente uma escola de arquitetura que concentrou suas metas em unir arte e funcionalidade em uma estética moderna. Seus professores de cor se tornaram estudiosos importantes no universo da cor, foram eles: Johannes Itten (1888 – 1967) e Joseph Albers.(1888 – 1976). Pintor expressionista e um discípulo de Goethe e Oswald, Itten apresenta uma visão da teoria das cores de forma técnica e didática. 
Ele enfatizava que muitos métodos eram subjetivos e que as regras limitavam o entendimento. Seu livro, “Os elementos da cor” apresenta a suas teorias sobre contraste e harmonia de forma simples e facilmente compreensível. Itten deixou a Bauhaus em 1926, para fundar a sua própria escola, sendo substituído por Albers, que com uma visão mais técnica, preferiu trabalhar com cores planas e formas geométricas fortes, o que o levava a comunicar um sentimento de tridimensionalidade. Esses dois professores e estudiosos da cor se tornaram os autores preferidos dos teóricos americanos de cores pelo resto do século.
AULA 2
A PERCEPÇÃO DA COR E O FENÔMENO LUMINOSO
O estudo da percepção da cor é de suma importância em diversos campos da ciência e da tecnologia. É fundamental, por exemplo, na fabricação de tintas e pigmentos, na indústria fotográfica, nas várias áreas ligadas à iluminação e na técnica de análise química conhecida como calorimetria, assim como no estudo da comunicação visual e design. 
A cor é uma das mais poderosas armas dos designers. Ela direciona o olhar do observador pelo seu poder de atenção. Ao selecionar as cores de um projeto visual você pode guiar o olhar do observador na ordem que desejar. Este é um recurso útil quando precisamos conduzir a atenção do observador para recursos especiais, novidades ou mesmo para áreas pouco percebidas anteriormente.
O olhar é atraído para cores contrastantes ou incomuns, logo, o uso adequado da cor pode não apenas atrair a atenção do observador distraído, como mantê-lo por mais tempo no texto.. Em contra partida, projetos visuais com um design de cores inadequado repelem o observador. 
AFINAL, O QUE É COR?
“A Terra é azul!!!” Com essa frase tão conhecida, Yuri Gagari (astronauta russo e o primeiro homem a ir ao espaço) , descreveu a primeira visão que teve do nosso planeta, quando estava fora dele. Com esta exclamação, podemos perceber que compreendemos a cor como uma propriedade ou como uma qualidade natural dos objetos.
Na primeira aula vimos que Inúmeros teóricos, ao longo do tempo, criaram conceitos e definições
sobre o que entendiam ser a cor. Essa quantidade de teorias, cada uma empregando linhas de pensamento próprias, cria divergências sobre a denominação precisa do que se vê, ou mesmo sobre o seu conteúdo expressivo.
Visto então ser a ideia da cor dependente da definição dada pela área de sua aplicação, podemos esboçar uma definição que compreenda todos os componentes (objeto, luz, órgão da visão e cérebro) do nosso vetor imaginário sobre os conceitos da cor. Assim, podemos concluir que: A COR é uma informação visual, causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos e interpretada pelo cérebro.
Se for mais simples de entender, podemos dizer, com outras palavras, que:
A COR é a sensação provocada pela ação da luz sobre os órgãos da visão e decodificada pelo cérebro.
O olho reage à luz. Só podemos ver o mundo a nossa volta porque há luz, mas o que é essa misteriosa energia luminosa que flui em cores variadas de fontes como o sol, as lâmpadas, o fogo e até mesmo os vagalumes?
Esse questionamento deixou os estudiosos da ciência inquietos por muitos séculos. Os gregos, examinando meticulosamente o fenômeno chegaram a diversas conclusões: 
A escola pitagórica presumia que “todo corpo visível emitia uma torrente constante de partículas”. 
Aristóteles concluiu que “a luz se propaga em forma de ondas”. 
Ainda que cada descoberta fosse, aos poucos, sendo modificada em função da evolução humana e de novos recursos, 20 séculos depois, a essência postulada pelos gregos havia mudado muito pouco.
Uma linha de pesquisa afirmava que a luz é uma ação ondulatória, que é a energia se propagando pelo éter, assim como ondas que se difundem na superfície de um espelho de água, quando jogamos uma pedrinha. 
Outra linha de pesquisa argumentava que a luz deveria ser um voo de partículas, assim como as gotículas de água em um esguicho de chafariz. 
Somente no início do séc. XX chegou-se a uma resposta que parecia mais conclusiva e o mais curioso foi descobrir que as duas linhas de pesquisa estavam corretas. Assim, podemos definir que: 
Luz é uma forma de energia radiante que se propaga em linha reta, por meio de ondas eletromagnéticas, e entende-se por energia radiante aquela que pode ser transmitida, de um ponto ao outro do espaço, sem a presença dos meios materiais, propagando-se como uma onda. 
 Fig. 1 – Luz do Sol. Fonte de luz primária
Podemos dizer ainda que a luz que vemos, sendo uma forma de radiação eletromagnética, atua em uma determinada categoria de frequências que podem ser detectadas pelo olho humano.As diferentes sensações da cor correspondem à luz que vibra com diferentes frequências, indo do violeta ao vermelho. 
Fig. 2 – Representação esquemática do expecto
Em diferentes situações, a luz pode se comportar como partícula ou como onda. 
O advento da mecânica quântica, na década de 1920, permitiu prever quando e em que grau cada um desses comportamentos se manifesta. 
A Luz visível é a radiação eletromagnética, de comprimento de onda compreendida entre 3.900 e 7.600 Angstrons, capaz de estimular a olho e produzir a sensação visual. 
A onda vibra perpendicularmente a direção da propagação, por isso, a luz pode polarizar-se em duas ondas perpendiculares entre si. 
Do ponto de vista geométrico, vimos que a luz se propaga em linha reta e se comporta como se formada por feixes luminosos transmitidos em todas as direções. Essas retas, que indicam a velocidade de propagação, denominadas raios luminosos são uma idealização teórica usada como modelo de estudo para facilitar o entendimento. 
Durante muito tempo pensou-se que a luz se propagava instantaneamente, até que, no século XVI, Galileu Galilei expôs sua convicção de que a velocidade de deslocamento era finita e constante. Modernamente se aceita que essa velocidade ainda não pode ser superada pela de nenhum outro movimento na natureza.
A primeira medição da velocidade da luz foi feita por Ole Römer , em 1676, e as sucessivas e numerosas experiências realizadas desde então lhe atribuíram o valor de 299.792,5 km/s no ar e no vácuo, arredondado para 300.000 km/s. 
Em outros meios, a velocidade de propagação diminui na proporção direta do aumento de densidade da matéria que a luz atravessa, já que os corpos mais compactos dificultam a passagem dos corpúsculos e da energia luminosa.
A luz é formada por campos elétricos e magnéticos que vibram e oscilam perpendicularmente entre si. A distância entre as cristas de onda adjacentes é chamado de COMPRIMENTO DE ONDA. e o nº de vezes que uma onda oscila, por segundo, é chamado FREQUÊNCIA. 
 
 Fig. 3 – Representação das ondas elétricas e magnéticas
A luz visível corresponde apenas a uma faixa estreita do espectro eletromagnético que inclui muitos tipos de onda, como: raios gama, raios x, ultravioleta, o espectro visível, infravermelho e ondas de rádio, micro-ondas e televisão 
Os raios gama têm uma frequência bastante elevada e um comprimento de onda pequeno. As ondas de rádio tem uma frequência bem menor e um grande comprimento de onda. Cada cor da luz visível corresponde a uma frequência específica do espectro, que se apresenta essencialmente nas cores violeta, azul, verde, amarelo e vermelho. A luz violeta possui o menor comprimento de onda possível de ser detectado pelo olho humano, e o vermelho, o maior.
	
A luz pode se comportar mais como uma partícula do que como uma onda, especialmente quando interage com os átomos. Os átomos absorvem a luz em uma quantidade específica, denominadas quantum de energia.
Como essa interação envolve uma quantidade de energia discreta, deduzimos que a luz se comporta como uma partícula chamada fóton. Ao medirem a frequência dos fótons, os cientistas podem determinar que tipos de átomos eles emitem, sejam eles originados da Terra, do Sol ou de outras galáxias distantes. 
O espectro solar é de tipo contínuo, com cores, interrompido por linhas escuras, devido à absorção da luz pela atmosfera terrestre. 
A luz visível representa uma pequena parte do espectro total de radiações eletromagnéticas, já que se estende apenas no intervalo compreendido entre 3.900 e 7.600 angstrons. Os comprimentos de onda inferiores a 3.900 angstrons correspondem ao violeta, e os superiores a 7.600 angstrons, correspondem ao vermelho.
Todo corpo capaz de emitir luz é chamado de FONTE DE LUZ. Os raios solares, por exemplo, transmitem energia radiante que, ao ser absorvida por um corpo, transforma-se em energia térmica, provocando o seu aquecimento. 
De acordo com a origem da energia emitida pela fonte luminosa, podemos classificá-las em: FONTE PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
As FONTES PRIMÁRIAS são aquelas que emitem luz própria, isto é, quando a energia emitida é proveniente de outras modalidades de energia, transformando-se em energia radiante luminosa.
As FONTES SECUNDÁRIAS são aquelas que não possuem luz próprias, tornando-se visíveis quando refletem a luz que recebem das fontes primárias. 
As FONTES PRIMÁRIAS também se dividem em: FONTE INCANDESCENTE E LUMINESCENTE 
FONTES INCANDESCENTES são aquelas que emitem luz, por alta temperatura, em geral, acima de 500º C. A emissão da luz corresponde à transformação da energia térmica em energia radiante luminosa.
Ex: Sol (6.000º C), as lâmpadas incandescentes (filamento – 2.000ºC)
FONTES LUMINESCENTES são aquelas que emitem luz, com baixa temperatura, assim como: as lâmpadas fluorescentes e outras substância com propriedades fosforescentes.
As lâmpadas fluorescentes somente continuam emitindo luz se o agente estimulador continuar, já as lâmpadas fosforescentes emitem luz mesmo depois de suspender a ação do agente excitador.
MEIOS DE PROPAGAÇÃO DA LUZ
Os diferentes meios materiais comportam-se de diferentes maneiras ao serem atravessados pela luz e podem ser classificados em: TRANSPARENTE, TRANSLÚCIDO E OPACO.
TRANSPARENTES – Quando permite a propagação regular da luz em distancia relativamente grande, possibilitando visão nítida dos objetos.
 Fig. 5 – Experiência com superfície transparente, permitindo atravessar a luz 
 totalmente.
TRANSLÚCIDOS – Quando permite a propagação irregular da luz, de modo que não se obtém uma visão nítida dos objetos, mas somente uma sombra ou contorno. Estes corpos deixam passar parte da luz, refletindo a outra parte.
 Fig. 6 – Experiência com superfície translúcida com passagem parcial da luz
OPACOS – Quando não permitem qualquer propagação da luz, não sendo possível ver o objeto.
 Fig. 7 – Experiência com superfície opaca, não permitindo a passagem da luz
PROPRIEDADES DO FENÔMENO LUMINOSO
A mudança de direção que um raio luminoso experimenta ao se chocar com um objeto opaco, recebe o nome de REFLEXÃO.
Esta luz refletida por superfícies planas e polidas desvia-se de tal forma que o seu ângulo de reflexão coincide com o de incidência. 
	 
	 
Quando esta luz é refletida de maneira irregular, e em todas as direções, o fenômeno que acontece é chamado de DIFUSÃO. Nesta propriedade não há coincidência angular. 
Quando há uma mudança de velocidade na propagação da luz, ao passar de um meio a outro de densidade diferente, chamamos este fenômeno de REFRAÇÃO. Em consequência dessa alteração na velocidade, produz-se uma mudança de direção do raio refratado. O índice de refringência de um meio mostra sua capacidade de frear a passagem da radiação luminosa.
ABSORÇÂO é a atração exercida por uma substância sobre outra substância ou energia, seguida de retenção.
Uma esponja imersa em água aumenta de peso, um objeto exposto à luz solar registra elevação de temperatura e uma quantidade de sal diluída em água confere sabor aos alimentos cozidos na mistura. Essas alterações se devem ao fenômeno da absorção, que se verifica em processos físicos e biológicos.
Quando a luz solar (que possui todas as cores) incide sobre um objeto, ocorre que alguns de seus comprimentos de onda são absorvidos e outros são refletidos. 
Percebemos um objeto da cor verde, por ex. porque aquela superfície absorveu a luz branca (RGB ) e refletiu para os nossos olhos apenas os comprimentos de onda de verde.
O objeto que absorve toda a radiação que incide sobre ele, é percebido como PRETO, (ausência total de luz, portanto, de cor). 
Em um objeto que reflete toda a radiação que incide sobre ele, reconhecemos a cor BRANCA.
Fig. 11 – Absorção e reflexãoda luz 
ABSORÇÃO DE ENERGIA
O conceito teórico de CORPO NEGRO refere-se ao material capaz de absorver toda a radiação luminosa que sobre ele incide e não refletir nenhuma delas.
As substâncias absorvem, seletivamente, apenas radiações de determinados comprimentos de onda. Assim, o vidro verde é transparente à luz verde e o opaco à luz azul ou vermelha. Nesse princípio é que se baseiam os filtros ópticos.
COMBINAÇÃO ADITIVA DE CORES - Trata da mistura de luzes.
As cores são percebidas porque o olho humano tem receptores para três cores distintas:
VERMELHO, VERDE e AZUL. (R G B). Quando essas três cores são misturadas, formam a luz branca pura. 
	
	
Fig. 12 – Cor Luz
	
	
CLASSIFICAÇÃO DAS CORES
GERATRIZ ou PRIMÁRIA é cada uma das três cores indecomponíveis que, misturadas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro. 
Elas não são as mesmas para a física e para a pintura. As cores primárias (matizes) em física são o vermelho, o verde e o azul, que, quando misturadas duas a duas, produzem suas complementares: ciano (azul-esverdeado), magenta (violeta-púrpura) e amarelo. 
Em pintura, as CORES PRIMÁRIAS OU CORES PIGMENTO são o magenta, o amarelo e o ciano, que, quando misturadas em pares geram as complementares verde (amarelo + ciano), azul (magenta + ciano) e vermelho (magenta + amarelo).
A cor complementar de uma cor primária é a cor secundária resultante da mistura, em proporção óptica equilibrada, das duas outras cores primárias.
A mistura de cores envolve dois fenômenos radicalmente diferentes:
A mistura da luz projetada ou SÍNTESE ADITIVA e a mistura de pigmentos (TINTA) ou SÍNTESE SUBTRATIVA.
 
Fig. 13 – Sínteses Aditiva e Subtrativa
COMBINAÇÃO SUBTRATIVA DE CORES
Quando se mistura pigmentos, eles combinam a quantidade de cores que absorvem, DIMINUINDO o comprimento de onda que refletem. 
As cores primárias da combinação subtrativa são: MAGENTA, AMARELO e CIANO
Quando essas três cores são combinadas, resultam em um PRETO intenso. 
Assim, podemos concluir que chamamos a Síntese de COR LUZ por SÍNTESE ADITIVA DE CORES porque ela SOMA as luzes até a sua totalidade que é o BRANCO, e chamamos a Síntese de COR PIGMENTO por SÍNTESE SUBTRATIVA DE CORES porque, contrariamente a primeira, ela SUBTRAI a luz, até a sua totalidade, que é o PRETO, sendo uma o oposto da outra.
AULA 3
A VISÃO E A SENSIBILIDADE DO OLHAR
Nesta aula estudaremos o mecanismo básico de funcionamento do olho humano para a percepção da luz e, consequentemente, das cores. Como age a natureza, em relação à fisiologia dos olhos de alguns animais e os efeitos perceptivos resultantes da relação entre luz, cor e objeto. 
A evolução das pesquisas sobre a maneira de como as cores são percebidas sempre esteve acompanhada das teorias físicas da luz. A história da Cor nos mostra que tanto os estudiosos da teoria ondulatória quanto os defensores da teoria corpuscular da luz viam-na como um espectro contínuo. No entanto, esse fato não era conciliado com a observação de que para o olho humano todas as cores poderiam ser igualizadas por uma mistura das três cores primárias vermelho, verde e azul. Na próxima aula estudaremos as cores primárias e secundárias. Assim, o estudo da ciência da cor, tem a finalidade de melhorar o entendimento acerca das teorias da visão de cores.
O MECANISMO DA VISÃO
O sistema sensorial mais bem desenvolvido nos seres mamíferos classificados por primatas é o sistema visual. Uma das características desse sistema é a sua capacidade de discriminar comprimentos de onda de uma parte específica do espectro eletromagnético (aproximadamente entre 400 a 700 nm)*, resultando na visão das cores. Já estudamos que a cor não é uma propriedade inerente aos objetos. O físico contemporâneo Brindley, endossa essa afirmativa dizendo que “a cor é um atributo perceptual que nos permite identificar e localizar padrões ambientais de mesmo brilho sendo, portanto, uma dimensão adicional na identificação de objetos”. A discriminação das cores ocupa um papel de grande importância para a própria sobrevivência, auxiliando na procura de alimentos e na sinalização de perigo na busca por território e até mesmo de parceiros. 
A visão das cores corresponde a uma sensação produzida pelo cérebro sendo iniciada logo após a captação de luz do ambiente pelos olhos. Em outras palavras, podemos dizer que a visão é o processo fisiológico por meio do qual se distinguem todas as formas e as cores dos objetos. 
A absorção de luz pelas células fotorreceptoras da retina é o primeiro passo que leva à percepção visual. 
Existem dois tipos de fotorreceptores: os bastonetes, que são os responsáveis pela visão noturna, com pouca participação na visão das cores, e os cones, que são ativados pela luz com faixa mais elevada do que a faixa que ativa os bastonetes. Os cones respondem pela visão diurna, sendo de fundamental importância para visão das cores. 
O que diferencia as respostas visuais entre eles é a molécula pigmentada que cada um compõe, denominada rodopsina – para os bastonetes, e opsina - para os cones. 
Em linhas gerais, o olho funciona como uma câmara fotográfica que projeta uma imagem invertida do mundo exterior em sua porção interna posterior, onde existe um revestimento fotossensível - a retina, que envia informações codificadas ao sistema nervoso central, dando ao indivíduo a sensação da visão. 
A visão se produz em nível molecular graças a substâncias fotossensíveis, os foto -pigmentos, que sofrem transformações químicas sob a ação da luz. Essas transformações produzem estímulos em células e fibras sensoriais, que são transmitidos aos centros nervosos correspondentes. 
Entre os vertebrados, o olho mais perfeito e desenvolvido é o dos mamíferos, que corresponde,
à configuração do olho humano. Algumas espécies animais têm olhos atrofiados ou pouco desenvolvidos, enquanto outras, como certas aves e mamíferos, dispõem de visão binocular, na qual os campos visuais de cada olho se superpõem, em parte, como resultado da posição frontal dos órgãos oculares. O animal percebe os objetos de forma tridimensional, o que aumenta sua eficiência. Nas aves de rapina, nos primatas e no homem, a visão binocular é bem mais desenvolvida. 
* nm significa nanômetro e é equivalente a grandeza de 10−9 do metro. 
O OLHO HUMANO
No homem, os dois globos oculares situam-se no interior das cavidades orbitárias e se unem às paredes ósseas graças aos músculos extrínsecos, de contração voluntária. Esses músculos são os responsáveis pela movimentação dos olhos. Os músculos retos-superior, inferior, externo e interno possibilitam a movimentação dos olhos para cima, para baixo, para a direita e para a esquerda. Os outros dois: o oblíquo maior e o menor são os que possibilitam o deslocamento do olho em todas as demais direções.
O olho humano é formado por três camadas: a mais externa, fibrosa, que tem função protetora e é chamada esclerótica. Em sua porção anterior, a esclerótica é transparente e recebe o nome de córnea. 
A parte posterior e lateral, é opaca e a camada intermediária, abundante em vasos sanguíneos, é formada pela coróide, pelo corpo ciliar e pela íris, que chama-se trato uvial. 
A camada interna é a retina, onde se localizam as células fotorreceptoras. 
A córnea é recoberta pela conjuntiva, uma espécie de membrana muito fina que se estende também pela face interna das pálpebras.
No trato uvial estão localizadas também as células pigmentares, cuja função é absorver a luz como a pintura preta do interior das câmaras fotográficas, evitando assim que os reflexos prejudiquem a qualidade da imagem projetada na retina.
Os processos ciliares são ligamentos que unem o cristalino ao músculo ciliar. É uma estrutura transparente, com forma de lente biconvexa, que permite focalizar os objetos situados a diversas distâncias. A parte colorida do olho, chamada íris, é um tecido que contém diversos pigmentos (principalmentemelanina), que em maior ou menor quantidade definirão a cor do olho.
Na verdade, a íris é um músculo que se contrai de acordo com a luminosidade do ambiente. Quando há luz forte a íris se contrai e a pupila diminui (miose). Quando há pouca luz a íris se expande aumentando o tamanho da pupila (midríase). Podemos comparar a íris ao diafragma de uma máquina fotográfica, que controla a quantidade de luz que atinge a retina. 
As cores básicas do olho são castanho, verde e azul. De acordo com a quantidade de pigmentos pode ser um castanho claro, um castanho bem escuro ou variações do tom de azul ou verde. As outras cores como mel ou cinza são uma combinação dessas cores de uma forma não bem entendida ainda pela ciência. Na verdade existem varias tonalidades para cada uma dessas cores e por isso cada pessoa tem uma cor diferente da outra. A musculatura lisa, radial e circular da íris, abre e fecha seu orifício central, chamado pupila para dar passagem a luz.
O espaço entre a córnea e o cristalino, dito câmara anterior, é preenchido pelo humor aquoso, que mantém constante a pressão interna do globo ocular, sendo que a cavidade entre o cristalino e a retina, chamada de câmara posterior, contém uma substância gelatinosa chamada humor vítreo.
Na retina é que estão situadas as células encarregadas de registrar as impressões luminosas e transmiti-las ao cérebro por intermédio do nervo óptico, que sai da parte posterior do globo ocular.
As células fotorreceptoras são chamadas de cones e bastonetes, em virtude da forma de seus prolongamentos. Os cones dispõem-se na região central da retina e são responsáveis pela visão colorida, enquanto os bastonetes, mais abundantes, ficam nas regiões periféricas, processam uma visão de contornos, de contraste claro- escuro, em condições de baixa luminosidade. A região de onde parte o nervo óptico é chamada ponto cego, por ser insensível à luz. A região chamada fóvea, composta apenas de cones e situada acima do ponto cego, é a área da retina onde a visão é mais nítida.
 A VISÃO DOS ANIMAIS 
Toda forma de vida animal, desde uma simples ameba até uma gigante águia americana, reage de algum modo à percepção da luz. Os animais mais simples, tais como as amebas, reagem apenas à mudança de claro e escuro. A minhoca, por exemplo, não possui olhos, mas toda a sua pele é coberta por células sensíveis à luz. A luz solar, ou mesmo o feixe de uma lanterna são suficientes para que ela se entoque no solo.
Animais mais evoluídos, como as aves e os mamíferos, desenvolveram estruturas oculares mais complexas, criando a capacidade de registrar detalhes do mundo que os cerca. Os falcões e as águias, animais que possuem a visão mais aguda dentre todos, podem localizar, a 300 metros de altura, um coelho entre os arbustos. Os enormes olhos dessas aves de rapina geralmente pesam mais do que seus cérebros. Os animais nocivos tem, geralmente, pipilas grandes e redondas, porque devem captar o menor vislumbre de luz. A cobra possui uma pupila esquisita, em forma de buraco de fechadura, que lhe permite visão dianteira de grande alcance e visão lateral mais estreita. O coelho tem os olhos situados de cada lado da cabeça, de tal forma que possa ver por traz, se há um animal caçador pronto para o bote. A coruja possui grandes olhos em forma de pires, para ajuda-la a enxergar no escuro da noite. Já a estrutura ocular de uma libélula, que é exageradamente grande para a sua anatomia corporal, o que lhe dá uma capacidade aguçada para avaliar cada movimento. Em cada caso, o modo de um animal perceber a luz é determinado por suas necessidades individuais. A forma como se alimenta, como vence a caça, se voa, se nada ou rasteja, se o seu dia começa ao amanhecer ou ao anoitecer.
A TRICROMACIA DAS CORES
Como já vimos anteriormente, nossos olhos possuem dois tipos de células sensíveis à luz, que são os bastonetes e os cones. Os bastonetes são responsáveis por formar a imagem com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as células cromáticas, que possuem sensibilidades diferentes para diversos comprimentos de onda da luz. São eles, portanto, que nos permitem distinguir as cores.
Thomas Young propôs uma teoria simples pautada nos três tipos de cores primárias. Maxwell e Herman Von Helmholtz estudaram detalhadamente esta questão da visão em cores. Maxwell realizou importantes experimentos relativamente à sensibilidade das células cromáticas. Esta teoria é até hoje um suporte para compreendermos a percepção da visão colorida, embora não seja levado em conta certos aspectos sutis da visão, tanto no que diz respeito ao funcionamento das células cromáticas quanto ao processamento da informação sobre as cores no nosso cérebro.
Assim, a maioria dos fenômenos cromáticos pode ser entendida adequadamente, com a teoria simples de Maxwell. Podemos entender que, de acordo com esta teoria, os três cones existentes na retina são sensíveis respectivamente ao vermelho (Red), ao verde (Green) e ao azul (Blue), que chamamos pelas iniciais R, G e B. Estas são as chamadas cores primárias de luz.
Todas as cores que podemos ver são uma combinação de R, G e B em diferentes proporções. Quantificando estas proporções em uma escala de 0 a 100% de acordo com a intensidade de cada uma das três cores primárias, podemos dizer que o valor 100% corresponde à máxima intensidade luminosa daquela cor numa dada circunstância.
PERSISTÊNCIA DA VISÃO
Em suas muitas pesquisas, Goethe, teórico da cor, percebeu que após ficar olhando fixamente um objeto excepcionalmente brilhante, por um longo período de tempo, ele podia ver uma leve sombra em sua mente por um breve período que se seguia. A conclusão de sua experiência é que os cones do globo ocular, responsáveis pela percepção da cor, ficam cansados pela observação exaustiva de uma determinada cor. O próprio organismo determina um tempo para descanso. Durante este período de fadiga visual, os cones tendem a produzir sensações de cores que são exatamente o oposto do que produziam antes destas imagens residuais.
Experiência:
Maximize a figura abaixo de forma a ver somente ela no monitor. Tente olhar para a figura por um minuto, sem piscar. Após esse período transfira o olhar diretamente para uma folha em branco e observe as cores que se formarão na sua retina. 
De que cor você vê a bandeira?
EFEITO DE BESOLD 
Este efeito, descoberto por Willian Von Besold, fabricante de tecidos no séc. XIX, é bastante simples, por tratar-se do fenômeno da mistura óptica. Quando áreas de cores diferentes estão próximas, os olhos tendem a mistura-las e a percebê-las como uma única cor. Muito empregado pelos pintores pontilistas, este efeito é também empregado nas TVs e nos monitores para misturar cores Embora possamos percebê-los como tal, um pixel não é um único ponto de uma cor modificada, mas sim, um conjunto de três pontos: um vermelho, um verde e um azul, (RGB). Como os pontos são incrivelmente pequenos, são combinados continuamente pelo olho. Sob certas circunstâncias, a ilusão realmente se desfaz, mas na maioria das vezes, somos enganados por efeitos visuais. Este recurso é também muito usado para causar diferentes sensações tonais na utilização da mesma cor, dependendo da cor que a ela se combina.
 
AULA 4
MISTURANDO CORES
 “Todas as cores são amigas de suas vizinhas e amantes de suas opostas”.Marc Chagall
Desde a infância aprendemos que se pode produzir qualquer cor misturando as três cores primárias: vermelho, amarelo e azul resultando nas três cores secundárias:: laranja, verde e roxo. 
As seis cores (mistura das primárias e secundárias) são denominadas cores terciárias. Embora as cores terciárias sejam predominantes na natureza, elas são difíceis para se trabalhar por serem de difícil equilíbrio.
Esta Combinação, criada no passado por Leonardo da Vinci apesar de utilizada popularmente, não representa, com precisão, o processo de mistura de cores, provocando fenômenos visuais estranhos. A evolução nas pesquisas criaram o modo de cor CMYK, cientificamente adequados ao uso das cores em pigmentos, para aplicação em todos os ramos da indústria da cor, como Design Gráfico e suas vertentes.
Os problemas para criação de cores desaparecem quando usamos os modelos corretos de mistura de cores.
ADIÇÃO DE CORES 
Uma aparente contradição existe quando se misturam tintas: se o amarelo e o azul, por exemplo, são cores complementares e produzem o branco por adição. Por que a mistura de pigmentos amarelos e azuis aparece verde? Isso se explica porque a cor do pigmento decorre do fato de que estes absorvem ou subtraem a cor complementar da luz incidente. 
A tinta amarela reflete o vermelho, o amarelo e o verde e absorve a luz azul e violeta; a tinta azul reflete o violeta, o azul e o verde e absorve o amarelo e o vermelho.
 Ao se misturarem os pigmentos amarelo e azul, só o verde é refletido pelos dois componentes. O que é aditivo ou subtrativo não é a cor, mas sim, o método de produção da distribuição espectral de energia da luz que atinge os olhos do observador.
CLASSIFICAÇÃO DAS CORES	
Cor geratriz ou primária é o nome que recebe cada uma das três cores indecomponíveis do círculo cromático, que misturadas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro. 
Elas não são as mesmas para a física e para a pintura. 
As cores primárias (matizes) em física são o vermelho, o verde e o azul (Red, Green e Blue = RGB) que, quando misturadas duas a duas, produzem suas complementares: ciano (azul esverdeado), magenta (violeta-púrpura) e amarelo (Cyan, Magenta, Yellow e BlacK = CMYK)
Em pintura, as cores primárias (pigmentos) são o Magenta, o Amarelo e o Ciano, que quando misturadas duas a duas produzem o Verde (amarelo + ciano), o Azul (magenta + ciano) e o Vermelho (magenta + amarelo). 
	 
	
Fig. 1 Síntese das cores Aditivas ou Cor Luz (RGB) Fig 2 – Síntese de cores Subtrativa ou Cor Pigmento (CMTK)
SÍNTESE ADITIVA DE CORES – RGB
Sua combinação é de mais difícil de compreender porque parece violar tudo o que aprendemos sobre cores. Este modelo trata da mistura de luzes, em lugar da mistura de pigmentos sobre o papel. A luz pura é composta de diversos comprimentos de onda de cores, que são o vermelho, o verde e o azul violetado.. Estes comprimentos de onda se sobrepõem, somando e combinando seus efeitos - daí o nome “Cores Aditivas”.
Quando essas três cores (vermelho, verde e azul) são misturadas, formam novamente a luz branca pura.
A Combinação Aditiva de cores é fundamental para a aplicação da Teoria das Cores em design de projetos para serem vistos na tela do computador.
	
Fig. 2 – União dos focos de luz RGB 
SÍNTESE SUBTRATIVA DE CORES - CMYK
Esta combinação não trata de luz projetada, ao contrário, considera a absorção e reflexão da luz por vários materiais. 
Quando a luz branca pura (espectro solar) atinge um objeto, este absorve parte dos comprimentos de onda da luz e reflete outros.
As cores primárias da combinação subtrativa são: magenta, amarelo e ciano.
Quando se misturam pigmentos, eles combinam a quantidade de cores que absorvem, diminuindo o comprimento de onda que refletem, daí o nome “Cores Subtrativas”. 
Quando essas três cores (magenta, amarelo e ciano) são combinadas, resultam em um preto intenso.
A Combinação Subtrativa de cores é a utilizada na aplicação da Teoria das cores em todos os processos de produção gráfica, como cartazes e impressos, nas artes plásticas, como a pintura, na indústria têxtil, na composição de interiores e em todas as modalidades de Comunicação Visual onde são empregados os pigmentos.
Fig.3 - Mistura das cores Pigmento (CMYK)
A SÍNTESE SUBTRATIVA DE CORES DE LEONARDO – RYB
RYB (Red, Yellow, Blue = Vermelho, Amarelo, Azul) é um modo histórico de síntese subtrativa, criado por Leonardo da Vinci em sua teoria das cores, mais tarde as pesquisas comprovaram que este modelo é cientificamente inadequado. Mesmo assim ainda é bastante encontrado em bibliografias de decoração de interiores e artes plásticas. 
Neste modelo, as cores primárias são  azul,  amarelo e  vermelho, com as suas respectivas complementares secundárias laranja, púrpura e verde. 
No século XX, o modo de cor CMYK foi considerado como o melhor modelo subtrativo de cores, capaz de representar todas as cores perceptíveis pelo olho humano. Daí a sua total utilização nas Artes Gráficas e no Design. O RYB historicamente era usado no lugar do CMYK porque eram muito raros os pigmentos naturais de cores como ciano e magenta, por isso eram substituídos, respectivamente, pelo azul e pelo vermelho.
A INTERPETRAÇÃO DE PEDROSA
O cientista da Cor professor Israel Pedrosa explica que o modo subtrativo RYB pode também ser entendido por cores-pigmento “opacas”, que são as cores de superfície de determinadas matérias químicas, produzidas pela propriedade dessas matérias em absorver, refletir ou refratar os raios luminosos incidentes. Sua tríade primária é composta pelo vermelho, amarelo e azul, cores que em mistura proporcional produzem um cinza neutro muito escuro, interpretado como preto.
Cores pigmento “transparentes” são as cores de superfície produzidas pela propriedade de alguns corpos químicos de filtrar os raios luminosos incidentes, por efeitos de absorção, reflexão e transparência, tal como nas aquarelas, nas películas fotográficas e nos processos de impressão gráfica onde as imagens são produzidas por retículas e por pontos nos processos computadorizados.
Fig. 4 - Os 3 modos de cor CMYK, RYB (subtrativos) e RGB (aditivo)
CÍRCULO CROMÁTICO
O círculo cromático é um espaço geométrico que descreve a relação entre 12 arranjos de classes de cores, que compõe a famosa escala cromática, e são elas:
Laranja
Verde puro
Verde amarelado
Verde limão
Vermelho violetado
Vermelho puro
Violeta
Amarelo puro
Amarelo limão
Azul violetado
Azul cyan
Azul escuro
CORES COMPLEMENTARES
A partir de Newton, eram consideradas complementares as cores cuja mistura produzia o branco. As complementares podiam ser formadas por cores simples ou compostas. Para Hermann von Helmholtz, autor de Handbuch der physiologischen Optik (1867; Manual de fisiologia óptica), excluindo-se o verde puro, todas as cores simples seriam complementares de uma outra cor simples, formando-se os seguintes pares: vermelho e azul-esverdeado, amarelo e anil, azul e laranja. 
À teoria das três componentes corresponde um sistema prático de obtenção das cores dizendo que podemos sintetizar cores por uma mistura adequada de dois ou mais comprimentos de onda que, chegando à retina ao mesmo tempo, produzem uma só impressão. 
Assim, tem-se a sensação de preto, ou ausência de luz, quando a luz é inteiramente absorvida pela superfície. Cores que, aos pares, produzam a sensação de branco, quando projetadas numa tela branca, são também chamadas, em física, de complementares. 
Assim, o azul e o amarelo são complementares. Pela mistura de três comprimentos de onda, um no centro do espaço do espectro visível e outros dois nas extremidades. Podemos então, produzir, por adição, todas as cores conhecidas e também o branco.
Em pintura, mudamos o modo de cor para a síntese subtrativa e podemos ter a cor complementar deuma cor primária na cor secundária resultante da mistura, em proporção óptica equilibrada, das duas outras cores primárias. A mistura de uma cor primária com sua complementar produz o cinza neutro. 
Assim, podemos observar que no círculo de cores, a cor complementar estará sempre na posição diametralmente oposta.
 
CORES PRIMÁRIAS
São as cores que misturadas, duas a duas, em diferentes proporções, produzem todas as cores do espectro. As cores primárias formam um conjunto de três cores que podem ser combinadas para fazer uma gama total de cores. Para uma combinação aditiva de cores, como na superposição de luzes, as cores primárias são: vermelho, verde e azul. Estas cores são fundamentais na visão humana. Pois a sua mistura resulta na luz branca. A luz é interpretada como branca quando todos os três tipos de células em forma de cone são simultaneamente estimulados por igual quantidade de luz vermelha, verde e azul.
Para uma combinação subtrativa de cores, como na mistura de pigmentos para impressão ou na pintura a óleo, as cores primárias são: magenta, cyan e amarelo. Estas três escolhas de cores primárias não são únicas, as fotografias coloridas antigas tal como auto cromos usavam a tríade laranja, verde e violeta como cores primárias.
CORES SECUNDÁRIAS
Em princípio a teoria para pigmentos deveria ser verdadeira para tintas também. No entanto as primeiras tintas foram misturadas muito antes da moderna ciência de cores, e os pigmentos disponíveis para os primeiros pintores eram limitados. Em particular os pigmentos naturais cyan e magenta eram muito difíceis de serem encontrados e consequentemente os tons de azul e vermelho eram usados respectivamente.
Assim, até os dias de hoje é erroneamente ensinado que vermelho, amarelo e azul são as cores primárias e laranja, azul e roxo são cores secundárias. Na realidade é impossível se obter um verde saturado misturando-se azul e amarelo ou um roxo saturado misturando azul e vermelho. Este problema prático e frequentemente resolvido chamando-se rosa o “vermelho” e azul claro o “azul”. 
 
Fig. 6 (CMYK) - Soma de cores primarias = Secundárias Fig. 7 (RGB) Soma de cores primárias = Secundárias
CORES TERCIÁRIAS
São as intermediárias, entre as cores primárias e as secundárias. 
Estas cores são criadas quando se misturam uma secundária e uma primária. Três ou mais cores separadas são usadas (uma primária e uma secundária – a combinação de duas primárias), e na nossa roda de cores cada cor terciária sendo criada será uma igual combinação de duas cores a esquerda e direita, cercando um seguimento aberto. 
As cores terciárias são:
Laranja amarelado
Laranja avermelhado (pink)
Violeta azulado
Violeta avermelhado 
Verde azulado
Verde amarelado

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