Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO Controle de Constitucionalidade Conceito: “controlar a constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo com a Constituição, verificando seus requisitos formais e materiais.” ALEXANDRE DE MORAES Objetivo: Assegurar a supremacia constitucional A diferença entre: controle de legalidade e controle de convencionalidade: Controle de Legalidade Verificação de conformidade dos atos da administração pública de modo estejam de acordo com as normas legais. O ato ilegal e ilegítimo pode ser anulado. Controle de convencionalidade O controle de convencionalidade é a forma de garantir a aplicação interna das convenções internacionais das quais os países são signatários, como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, assinada em 1969 e ratificada pelo Brasil em 1992. HC 87.585-TO e RE 466.343-SP Controle de Convencionalidade A jurisdição constitucional é a atividade jurisdicional de defesa da constituição, por intermédio do controle de constitucionalidade e proteção processual dos direitos fundamentais. A natureza da jurisdição suscita divergências: ( Carls Shimtt e Piero Calamandrei – natureza política X Hans Kelsen e Carnelutti – natureza jurisdicional O Ato Inconstitucional Divergência quanto a natureza do ato: 1 corrente) inspiração norte- americana – é um ato nulo, pois não integrou o ordenamento jurídico, não tendo produção de nenhum efeito. 2 corrente) inspiração austríaca – é um ato anulável com eficácia ex tunc. Tipologia da Inconstitucionalidade 1) Quanto à origem do vício: Inconstitucionalidade material e Inconstitucionalidade formal. 2) Quanto à causa do vício: Inconstitucionalidade por ação e Inconstitucionalidade por omissão. 3) Quanto à ocasião do vício: inconstitucionalidade originária e superveniente. 4) Quanto à extensão do vício: inconstitucionalidade total e parcial. Espécies de controle de Constitucionalidade 1. Quanto a natureza do órgão: controle político e controle judicial. 2. Quanto ao momento do exercício: controle preventivo e controle repressivo. Controle prévio Regra geral: feita por órgão político No Brasil: Poder Legislativo (CCJ) e pelo Presidente da República (veto jurídico) Exceção: pode haver controle prévio feito pelo Poder Judiciário Controle Judicial Prévio Se dá quando o STF julga mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de participar de regular processo legislativo constitucionalmente estabelecido. Controle Repressivo Em regra se dá de forma judicial Exceção: pode haver controle repressivo feito por órgão político CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO Art. 62, § 5º Art. 49, V Art. 62, § 5º “A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais” Art. 49, V Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Modalidades De Controle Quanto ao órgão controlador: CONTROLE POLÍTICO- Realizado por órgão não judicial Poder Legislativo ou Tribunal Constitucional (nos países em que este órgão não integra o Poder Judiciário) No Brasil é realizado pelo Poder Legislativo (CCJ) e pelo Presidente da República (veto jurídico) CONTROLE JUDICIAL Realizado pelo Poder Judiciário Parâmetros técnicos de controle Segurança jurídica Controle Judicial Quanto ao número de órgãos: controle concentrado e controle difuso. Quanto ao modo de exercício: controle incidental e controle principal. O controle no sistema brasileiro É um controle híbrido. É exercido um controle preventivo-político e controle repressivo-judicial. O Controle Judicial O controle judicial de constitucionalidade pode ser: Concentrado, abstrato, ou de via de ação Difuso ou incidental. Controle concentrado de constitucionalidade Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI ou ADIn (art. 102, I, a, CF/88); Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADIn Interventiva (art. 36, III, CF/88); Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADIN por Omissão (art. 103, § 2º); Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADECON ou ADC (art. 102, I, a, in fine, CF/88); Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF (art. 102, § 1º, CF/88). Controle Difuso de Constitucionalidade O controle de constitucionalidade difuso também é chamado de concreto, aberto, incidental, via de defesa e via de exceção O Controle Difuso de Constitucionalidade “ controle incidental de constitucionalidade é um controle exercido de modo difuso, cabendo a todos os órgãos judiciais indistintamente, tanto de primeiro como de segundo grau, bem como aos tribunais superiores. Por tratar-se de atribuição inerente ao desempenho normal da função jurisdicional, qualquer juiz ou tribunal, no ato de realização do Direito nas situações concretas que lhes são submetidas, tem o poder- dever de deixar de aplicar o ato legislativo conflitante com a Constituição. Já não se discute mais, nem em doutrina nem na jurisprudência, acerca da plena legitimidade do reconhecimento da inconstitucionalidade por juiz de primeiro grau, seja estadual ou federal.” Luis Roberto Barroso Controle Incidental Onde pode ser questionado? Em qualquer processo: de conhecimento ou de execução. O que pode ser objeto de controle? Segundo o prof. Barroso “controle incidental de constitucionalidade pode ser exercido em relação a normas emanadas dos três níveis de poder, de qualquer hierarquia, inclusive as anteriores à Constituição. O órgão judicial, seja federal ou estadual, poderá deixar de aplicar, se considerar incompatível com a Constituição, lei federal, estadual ou municipal, bem como quaisquer atos normativos, ainda que secundários, como o regulamento, a resolução ou a portaria”. Efeitos do Controle Incidental Inter Partes, ou seja o controle difuso só produz efeito entre as partes do processo (autor e réu). O STF pode ampliar o efeito inter partes para erga omnes (válido para todos em todo Brasil), sendo que para isto é necessário que a decisão seja enviada ao Senado, que irá, através de ato discricionário, suspender a execução da lei (CF 52, X). O STF pode utilizar súmula vinculante. ANÁLISE DE CASOS CONCRETOS O Estado do Rio de Janeiro, diante das crescentes taxas de violência, decide elaborar uma lei ordinária estadual que prevê a majoração das penas de diversos crimes e a redução da maioridade penal para 16 anos. Robson Braga, deputado estadual de oposição, decide consultá-lo(a) na condição de advogado(a), acerca da constitucionalidade da referida lei. Formule a resposta a ser dada a Robson destacando se há vício de inconstitucionalidade e, em caso afirmativo, como ele pode ser classificado. ANÁLISE DE CASOS CONCRETOS Sebastião contratou um plano de minutos com a operadora de telefonia fixa da região em que mora, no Distrito Federal. Ocorre que ao pedir o detalhamento das contas, ficou surpreso com o valor, já que a empresa alegava o consumo de pulsos além da franquia contratada, sem esclarecer o tempo gasto nas ligações excedentes. Sentindo-se lesado, procurou seuadvogado para propor uma ação visando anular aquela cobrança, além de exigir o detalhamento do consumo, sob pena de multa. Fundamentou seu pedido na lei distrital 3426/2004, que obriga as concessionárias prestadoras de telefonia o detalhamento sob pena de multa. Pergunta-se: a) Poderia a empresa ré argüir na contestação, a inconstitucionalidade do referido diploma? b) Qual a espécie de controle referido no caso? c) c) Poderá o juiz decidir acerca da inconstitucionalidade da lei? ADPF Arguição Descumprimento Preceito Fundamental Conceito prevista no artigo 102, parágrafo 1 da CRFB, assim como na lei 9882/99, é dirigida a evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do poder público, bem como solucionar controvérsia constitucional a respeito de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”. Guilherme Peña Natureza jurídica dúplice, pois comporta arguição direta ou autônoma ( art.1, caput ), ou incidental / indireta ( artigo 1, parágrafo único, inciso I da lei 9882/99). Cabimento é cabível para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Pode Público, como também soluciona controvérsia constitucional a respeito de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores `a CRFB, desde que não exista outro meio capaz de sanar a lesividade. O QUE É PRECEITO FUNDAMENTAL ? Posição doutrinária. Ministro Gilmar Mendes, em seu voto na ADPF nº 33, " é muito difícil indicar, a priori, os preceitos fundamentais da Constituição passíveis de lesão tão grave que justifique o processo e o julgamento da argüição de descumprimento”. Ministro Carlos Ayres: "Eu restrinjo o âmbito material da ADPF à defesa de preceitos que a Constituição designa por fundamentais, não princípios". (-Acórdão ADPF 33) Ministro Néri da Silveira: “Cabe exclusiva e soberanamente ao STF conceituar o que é descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituição, porque promulgado o texto constitucional é ele o único, soberano e definitivo intérprete, fixando quais são os preceitos fundamentais, obediente a um único parâmetro – a ordem jurídica nacional, no sentido mais amplo. Está na sua discrição indicá-los”. Legitimados ativos artigo 2 da lei 9868/99 c/c artigo 2, I da lei 9882/99. PROCEDIMENTO Artigos: 3 a 11 da lei 9882/99 e Regimento Interno do STF artigos 169 a 175 . Observações gerais Cabe medida liminar? Neste caso é revestida de natureza cautelar. Efeitos da decisão definitiva de mérito: opera efeitos retroativos até a produção do ato questionado, porém podem ser modulados de acordo com o método da ponderação. Petição inicial Despacho liminar Informações Manifestação do PGR e do AGU Dilação probatória Acórdão ADIN POR OMISSÃO E MANDADO DE INJUNÇÃO AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO Conceito é um instrumento de provocação da jurisdição constitucional concentrado e é dirigida à adoção de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional federal. 103, parágrafo 2 e 12- A a 12-H da lei 9868/99 Natureza jurídica processo objetivo ( pois é determinada à proteção do direito objetivo, ou seja, do ordenamento normativo violado pela omissão inconstitucional ). Cabimento destina-se à implementação de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional federal. Legitimados ativos artigo 103, I a IX da CRFB e 12- A da lei 9868/99. Procedimento Inicial ( que deve indicar o dispositivo que vincula a norma constitucional de eficácia limitada ) Despacho liminar Informações ( que também pode m ser prestada pelo amicus curiae ) Diferenças Ação de inconstitucionalidade por omissão Mandado de injunção Instrumento de provocação da jurisdição constitucional concentrada Remédio constitucional Tutela do direito objetivo Tutela do direito subjetivo Competência do STF Competência do Juízo ou Tribunal Legitimidade : artigo 103 CF Quaisquer titulares dos direitos subjetivos constitucionais Erga omnes Inter partes Decisão de conteúdo mandamental Decisão de conteúdo mandamental, condenatório ou constitutivo.
Compartilhar