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BOVINOCULTURA P1

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BOVINOCULTURA E BUBALINOCULTURA – P1
Bovinocultura no Brasil
O rebanho de bovinos brasileiro é o maior do mundo. Entre bovinos de leite e de corte, o número chega a 221 milhões de cabeças. O agronegócio é de extrema importância para a economia no Brasil, em 2017 representou 22% do PIB total do país. E a exportação de carne bovina correspondeu à 3,2% de tudo que o Brasil exportou e 80% de toda a carne produzina no Brasil, é consumida aqui mesmo.
Só a pecuária de corte movimentou R$523,25 bilhões em 2017, e o consumo de carne médio por habitante foi de 37 kg no ano.
O peso ideal para o abate do macho, é de 16-18@, cada @ equivale à 15 kg, portanto o peso ideal do macho para o abate é de 240 à 270 kg com o preço do @ girando em torno de 143 reais. Já o peso ideal da fêmea é de 12-14@ (de 180 a 210 kg) sendo o @ da vaca 134 reais.
A carcaça equivale ao animal inteiro exceto cabeça, cauda, couro, pernas e vísceras (48%). A @ representa o peso da carcaça do animal, e não o peso vive, portanto a carcaça equivale à 52% do animal. Algumas raças podem apresentar um rendimento de carcaça de até 58-60%, principalmente em se tratando de raças europeias.
O valor da @ é influenciado por vários fatores, principalmente pela época do ano. Na época das águas (chuvas) a qualidade e quantidade das pastagens são maiores, portanto a oferta de alimento para os animais é maior o que faz com que eles tenham um melhor ganho de peso, e maior produção, se tem muita produção o preço da @ cai. Na época das secas, os animais possuem baixa oferta de pastagem e ganham menos peso, produzindo menos, se a produção é pequena, o preço da @ sobe.
Outro fator que influencia o valor da @ é o ciclo da pecuária. Quando o valor da @ está muito alto é porque tem menor oferta de animais, então os produtores aumentam o investimento para aumentar a reprodução, com a produção aumentando muito o valor da @ cai. Se o preço da @ está baixo, os produtores diminuem o investimento o que faz com que diminua a produção e a oferta de animais, aumentando novamente o preço da @. Esse ciclo dura de 8 a 10 anos.
Raças Bovinos de Corte
Os bovinos de corte são divididos entre as raças zebuínas (indianas) e as raças europeias. A diferença mais evidente entre os dois é que o animal zebuíno possui cupim, já os europeus não.
A pecuária de corte é dividida em 3 fases: cria, recria e engorda. Nas propriedades com objetivo de cria, é onde se produzem as matrizes e os reprodutores (ou fazem I.A.), sua finalidade é dar origem a bezerros para vender para as recrias. Na propriedade de recria adquirem bezerros dando origem ao boi magro (sem acabamento). Já na engorda, o objetivo é transformar o boi magro no boi gordo, com acabamento. Existem propriedades que produzem as 3 fases.
O animal bom produtor de carne deve ter um corpo comprido, possuir garupa comprida e larga (onde estão as carnes nobres), possuir amplitude peitoral (significa boa capacidade respiratória e circulatória), possuir profundidade, ou seja, maior arqueamento de costelas o que significa maior amplitude do sistema digestório (maior ganho de peso), bom temperamento, bons aprumos, e em reprodutores possuir boas características sexuais e bom exame andrológico.
Dois animais podem possuir o mesmo peso, porém o maior interesso comercial é naquele com maior tronco e não maior altura.
Zebuínos X Europeus
Os animais zebuínos, ou indianos, vem de um país maior, com temperaturas mais altas e baixa oferta de alimentos. Por esse motivo, eles possuem o cupim que é um local de deposição de gordura (reserva energética) e por viverem em locais mais quentes, possuem a pele escura (proteção contra o sol) pelos finos e barbelas compridas com grandes quantidades de glândulas sudoríparas facilitando a troca de calor. Além disso, por serem oriundos de países muito grandes, são mais pernaltas por percorrerem grandes distâncias. Também produzem uma secreção oleosa e amarelada que os protegem de ectoparasitas e possuem garupa mais desenvolvida que o dianteiro.
Já os europeus, vêm de países desenvolvidos, com maior oferta de alimento, temperaturas mais amenas e com área menor. Possuem o traseiro e o dianteiro desenvolvidos por igual, possuem pele mais claras e pelos mais grossos para a proteção contra as baixas temperaturas, por esse motivo também possuem barbelas menores e menos glândulas sudoríparas pois necessitam de uma menor troca de calor.
A classificação das raças é feita pela aptidão, tamanho e musculatura. A última quanto maior melhor, maior rendimento de carcaça.
No Brasil, a raça mais criada é a Nelore ou as “neloradas” que são misturas de Nelore com alguma outra. O nelore possui porte médio e musculatura moderada.
As raças bovinas podem ser divididas em Britânicas, Continentais, raças europeias adaptadas ao cima tropical, Zebuínas e Brasileiras.
Raças Britânicas
As raças europeias no geral possuem maior ganho de peso que as zebuínas, porém precisam de uma alimentação de boa qualidade. Possuem ótima qualidade de carcaças e maior deposição de gordura entre as fibras musculares (marmoreio) o que deixa a carne mais macia e suculenta. Além disso possuem boas características reprodutivas e podem ser cobertas mais precocemente.
No entanto, possuem maior índice de distocias no parto, pior conversão alimentar comparada com as raças zebuínas e continentais. Além disso, possuem menor peso adulto e menor taxa de crescimento pois depositam muita gordura (gordura demora mais para ganhar).
Exemplo: Hereford, Shorthorn, Aberdeen Angus, Red Polled...
São usadas para cruzamentos afim de obter uma maior precocidade para o abate e melhor marmoreio da carne.
Raças Continentais
As raças continentais possuem carcaça de boa qualidade, peso adulto elevado, boa conversão alimentar e boa eficiência reprodutiva. Porém também tem alto índice de partos distócicos e carcaça com pouca gordura em comparação com as britânicas.
Exemplo: Normanda, Simental, Chianina, Charolês...
Blanc Bleu Belge ou BBB é uma raça continental muito musculosa (principalmente garupa) que pode chegar à 70% de rendimento de carcaça.
Raças Zebuínas
Possuem uma menor taxa de crescimento e ganho de peso comparado com os europeus e menor qualidade da carne (não possuem marmoreio). Além de possuírem menores índices reprodutivos (atingem maturidade sexual mais tarde). No entanto, as raças zebuínas possuem maior rusticidade, melhor adaptação ao nosso clima, maior resistência a parasitas e melhor adaptação à pastos de qualidade mais baixa. Possuem boas habilidades maternas e menores índices de partos distócicos.
Exemplo: Gir (muito usada para cruzamento com Holandês = Girolando), Nelore, Sindi, Tabapuã...
Raças europeias adaptadas ao clima tropical
Devido ao processo de seleção que passaram por séculos, se transformaram em animais com características tanto europeias quanto zebuínas e boa adaptabilidade ao clima tropical
Exemplo: Caracu
Raças Brasileiras
Curraleiro pé-duro, Pantaneiro, Crioula Lageana...
Cruzamento Industrial
É o cruzamento dos europeus com os zebuínos com o objetivo de unir vantagens de ambas as espécies. Melhorando a conversão alimentar, adaptação ao clima e ectoparasitas, boa habilidade materna, marmoreio da carne, maior ganho de peso, maior rendimento da carcaça, precocidade reprodutiva, etc...
O principal objetivo é juntar as boas características reprodutivas e produtivas dos europeus, à rusticidade dos zebuínos. Geralmente usa-se fêmeas zebuínas com machos europeus. Geralmente os produtos finais das cruzas são 5/8 europeus e 3/8 zebuínos.
Criação de bovinos de corte
O principal critério para o abate de um animal é o acabamento, que é uma capa de gordura que protege a carne (avaliada entre a 12ª e 13ª costela). Dependendo do sistema de produção em que o animal é criado ele pode ser abatido mais cedo ou mais tarde. 
O ganho de peso (GP) de um animal, é o aumento de peso conseguido num determinado espaço de tempo. 
O ganho médio diário (GMD) é o ganho de peso por dia do animal e é obtido pela seguintefórmula:
O GMD é um critério de seleção para animais de corte, o animal ideal é aquele que tem maior capacidade de aumentar o peso em menos tempo durante o crescimento e a engorda.
Exemplo: um animal em pasto de braquiária (média qualidade) ganha em média 300 g/dia, já no pasto de Tanzânia (alta qualidade) 500 g/dia. Em confinamento um animal pode ganhar 1,200 kg/dia.
O ganho de peso de um bezerro está relacionado à dois fatores. O primeiro é o no período de aleitamento, o GMD até a desmama, é um ganho de peso que possui pouca herdabilidade (h²), ou seja, depende muito de fatores externos como a boa habilidade materna da mãe, boa produção de leite. O GMD após a desmama é de h² alta, depende do potencial do próprio animal.
O ganho de peso de um animal irá depender muito da fase da vida desse animal. Até a puberdade o animal tem um alto GP progressivo e alta conversão alimentar, isso se dá pelo fato de que até a puberdade (1,5 à 2 anos) todo o tecido ósseo desse animal e 80-90% do tecido muscular será formado, após a puberdade por fatores hormonais, o tecido a ser formado em sua maioria será o adiposo. O tecido adiposo demora mais a ser formado (C.A. de 10:1), 1 g de proteína forma 5g de tecido muscular (4g é água) enquanto que 1g de proteína forma 1,2g de tecido adiposo (0,2 é água). A necessidade de energia para ganho de 1 kg de gordura é 25 vezes maior que a necessidade de energia para formar 1 kg de músculo e 5 vezes mais caro. O ideal é um animal que atinge o acabamento mais jovem.
Os fatores que afetam o GP de um animal são idade, sexo, raça e alimentação. Idade pois até a puberdade ganham mais peso. 
Fêmeas por fatores hormonais, ganham menos peso que machos pois depositam mais gordura, por isso atingem o acabamento mais rápido e são abatidas mais leves. Machos castrados, tem diminuição de testosterona e por isso ganham menos peso porém a castração torna os animais mais dóceis e induz a deposição de gordura. O ideal é que até a puberdade o animal esteja inteiro para ter maior GP e CA e castra-lo na puberdade para induzir a formação de gordura e evitar brigas em confinamento. 
As raças de grande porte possuem maior GP que as de médio que possuem maior GP que as de pequeno porte. No entanto as raças grandes depositam gordura mais tarde e em menor quantidade, já as de pequeno porte depositam bem mais gordura, ou seja, animais de pequeno porte atingem o acabamento mais cedo e mais leves que os de grande porte.
A alimentação com altas concentrações de carboidratos faz com que os animais aumentem a deposição de gordura.
O ideal é abater um animal com 2 anos, que é o chamado novilho precoce, que é abatido com NO MÁXIMO 30 meses.
Novilho precoce
É avaliado pela dentição.
Machos castrados e fêmeas: possuem no máximo 4 dentes incisivos permanentes (2,5 anos)
Machos inteiros devem ter somente dentes de leite (máximo 2 anos)
Para o abate do novilho precoce a gordura deve ter espessura maior ou igual à 3mm e na altura da 12ª costela ter 10mm ou mais.	Comment by Gabrielle: 
Para se avaliar o acabamento de um animal pode ser através de ultrassonografia. O culote desse animal deve estar todo coberto, pode ser avaliado pela cauda que deve conter um acúmulo de gordura em sua cauda e a asa do íleo não deve estar evidente. Outra forma de se avaliar é pela teoria do vinco, que consiste em olhar o animal de costas no pasto e avaliar a divisão dos músculos do glúteo (que formam um vinco), quando o animal tiver atingido o acabamento, não será possível avaliar esse vinco, o que normalmente ocorre quando a espessura da gordura esta ente 6 e 9 mm.
Ganho Compensatório: o ganho compensatório, é um ganho acima do esperado que ocorre quando se oferece uma alimentação de boa qualidade após longos períodos de restrição na alimentação e perda de peso. Pode ser uma manobra para diminuir o custo da produção, oferecendo uma alimentação de qualidade inferior e quando o animai está mais velho, oferecer alimento melhor para aumentar o ganho de peso.
Sistemas de Produção
O ano é dividido em dois períodos: período das águas e período das secas. No período das águas, tem boa oferta e qualidade de alimentos, aumentando o GP e a produção. No período das secas a oferta de alimento é baixa, diminuído o GP e a produção, o ideal é que nesse período os animais sejam suplementados com sal proteínado para manter a microbiologia rumenal e evitar o emagrecimento desse animal gerando o chamado boi sanfona, que é o animal que ganha peso na época das águas e perde na época das secas. O boi sanfona será abatido mais velho, portanto a qualidade da carne será pior e o produtor terá mais gasto para manter esse animal até chegar ao acabamento.
Sistema Extensivo
É o sistema mais utilizado no Brasil, os animais são criados exclusivamente a pasto e sal mineral. É o sistema que necessita de menos tecnologia, portanto possui o menor custo.
Para que os animais tenham um bom GP nesse sistema, é necessário que seja usado pastagem de alta qualidade e forrageiras bem produtivas, além disso os animais devem consumir 50 g de sal/animal/dia.
Sistema semi-intensivo
Nesse sistema haverá maior emprego de mão-de-obra, capital e se utiliza animais com maior capacidade produtiva. Nesse sistemas os animais devem obrigatoriamente ser suplementados nas épocas de seca para evitar o efeito boi sanfona. A suplementação pode ser de manutenção, pequenos ganhos e grandes ganhos, a escolha dessa suplementação irá depender da raça do animal e do ganho de peso esperado.
Suplementação de manutenção de peso: é somente para que o animal não perca peso, para isso o sal mineral é enriquecido com uréia (proteína, mantem microbiologia do rúmen), enxofre (aminoácidos: para os microorganismos sintetizem proteínas de boa qualidade) e 10% de palatabilizante. Essa suplementação pode ser usada para animais em todas as fases, menos para bezerros muito jovens pois eles não possuem microorganismos suficientes para sintetizar a amônia. 
A quantidade de suplementação é de 100g/cabeça/dia
Suplementação de pequenos ganhos: na suplementação de pequenos ganhos, os animais ganham de 250 a 300 g por dia, e consiste em enriquecer o sal mineral com uma fonte energética e uma proteica (além da uréia). O ideal é que sejam suplementados matrizes e animais de recria pois são animais que irão voltar em breve para o pasto.
Quantidade: 0,1 a 0,2% do peso vivo
Suplementação de grandes ganhos: nessa suplementação os animais ganham de 600 a 900 g por dia. A mistura é a mesma usada na suplementação de pequenos ganhos, porém em maior quantidade. Se a propriedade houver grande área de pastagem é mais viável e mais barato que o confinamento, e o GP é semelhante. O ideal é suplementar animais em recria e acabamento.
Quantidade: 0,6 a 1,0% do peso vivo.
A suplementação alimentar dos bovinos deve fornecer apenas uma parte das exigências nutricionais, sendo que a maior parte deve ser suprida pela forragem, uma vez que a suplementação objetiva maximizar a utilização dessa pastagem.
Sistema intensivo
O sistema intensivo é o que mais faz uso da tecnologia e o de maior custo. No entanto, é o sistema onde os animais possuem maior GP e onde tem maior produção em menor área. Nesse sistema os animais também são abatidos mais jovens. Nesse sistema os animais são criados em confinamento.
Pelo alto custo de manter esse sistema, deve-se usar pastagens de ótima qualidade e animais com alto mérito genético para GP, ele é aplicado principalmente em animais em fase de recria e engorda.
Criação de Bezerros
Antes de realizar a cobertura, devemos nos certificar de que as vacas possuam boa condição corporal para parirem bezerros saudáveis e com peso adequado. O ideal é que as coberturas ocorram de novembro a janeiro, assim as parições irão ocorrer entre agosto e outubro e deve haver um padrão para todas as vacas serem cobertas e parirem na mesma época, para que todos os bezerros desmamem também na mesma época.
O parto deve ocorrer em local seguro, seco e limpo, por isso cerca de um mês antes deparir as vacas prenhes são levadas para o pasto maternidade. O pasto maternidade deve ser um lugar seguro de predadores, não conter outros animais (cachorro, galinha) pois pode deixar a vaca estressada, não deve conter mato muito alto ou buracos onde os animais possam se esconder e não dê para ver o parto.
Nesse ultimo mês de gestação deve-se avaliar a condição corporal da vaca e se necessário suplementá-las com suplementação de mantença ou de pequenos ganhos. Quando as vacas entram em trabalho de parto elas ficam inquietas e o úbere fica bem cheio de leite.
Após o nascimento do bezerro, ele deve efetuar a primeira mamada (colostro) em até 3h de vida, pois é quando o animal irá possuir uma melhor absorção intestinal para os anticorpos do colostro. Após o nascimento também deve ser realizada a cura do umbigo para evitar a entrada de microorganismos, pois esse animal pode desenvolver Onfaloflebite e até miíases. Essa cura geralmente é realizada com Iodo. 
Cada bezerro deve ser pesado e identificado, o ideal é que essa identificação seja feita com brinco. Caso não haja balança na propriedade, os bezerros devem ser classificados em pequeno, médio ou grande. Normalmente o peso ao nascer de um bezerro saudável é de 35 a 40 kg, e esse peso é um critério de seleção para a mãe.
O responsável deve ficar atento para os bezerros com diarreia, pode ser sinal de alguma enterite ou esse bezerro pode estar mamando demais (leite tem alto teor de gordura podendo causar diarreia).
A expulsão da placenta normalmente é feita de 4 a 5 horas após o parto, caso essa expulsão não ocorra, devem ser aplicados hormônios para auxiliar pois se não essa vaca poderá ter retenção de placenta e uma infecção uterina. Na maioria dos casos a vaca ingere a própria placenta.
Sempre deve ser observada a condição corporal dos bezerros, se estão ativos, se estão prostrados, se possuem vazio fundo (indicativo de que não mamaram). E se for necessário deve-se auxiliar esse bezerro a mamar. O manejo desses animais deve ser feito da forma mais calma e passiva possível, do contrário esses animais podem ficar muito estressados, se machucarem e até vir a óbito.
Desmama
Após o nascimento, mães e bezerros são levados para um outro pasto até que seja feita a desmama. De modo geral, a desmama ocorre entre 6 e 8 meses com o bezerro pesando de 150 a 180 kg. No primeiro mês de vida os bezerros só mama, após isso a produção de leite da vaca cai e os filhotes começam a ingerir capim também e isso irá estimular o desenvolvimento do rúmen. Após a desmama os bezerros são vendidos ou vão para a fase de recria.
A desmama pode ser feita de 3 formas diferentes: desmama tradicional, desmama creep-feeding e desmama precoce.
Na desmama tradicional os bezerros mamam até 7 ou 8 meses de vida pesando de 150 a 180 kg. É o tipo de desmama mais comum e tem como objetivo a produção e venda de bezerros comuns. Para ser feita a desmama, as vacas e os bezerros vão para o curral e é feita a apartação, onde vai mãe para um lado e bezerro para o outro. Os bezerros ficam muito estressados após essa separação, para minimizar esse estresse pode ser colocado uma “vaca madrinha” junto a esses bezerros, que é uma vaca adulta, fazendo com que esses bezerros se sintam mais “protegidos”. O pasto para onde esses bezerros vão após a desmama deve ter boa qualidade de pastagem pois estão em fase de crescimento e podem comer de 20 a 30 kg de capim por dia.
A desmama precoce é feita com os bezerros com 90 a 120 dias de idade pesando no mínimo 90 kg. Essa desmama tem como objetivo manter a taxa de prenhez da mãe e é indicado para bezerros filhos de novilhas, pois elas ainda não finalizaram o seu período de crescimento. Os animais desmamados nesse sistema devem ser suplementados até os 5-6 meses de idade. Os animais desmamados precocemente irão ser mais pesados, poderão ser abatidos mais precocemente e terão uma carcaça de melhor qualidade. Se possível utilizar as “vacas madrinhas”.
Na desmama com creep-feeding o bezerro é suplementado na fase de cria a partir do segundo mês de vida (que é quando a mãe diminui a produção de leite). Nesse tipo de desmama, os bezerros são desmamados pesando de 230 a 250 kg e é indicado para a produção de novilhos precoces, além disso os animais atingem peso para abate aos 2 anos. Nesse sistema, a vaca também é poupada pois o bezerro mama bem menos. É uma técnica vantajosa para quando o preço do bezerro está alto, não é viável para venda do bezerro a preço convencional. Cada bezerro consome cerca de 300 – 400 g de concentrado por dia com 18% de PB e 76,5% de NDT.
Mochação: os chifres são inúteis e os animais descornados são mais mansos e torna o manejo mais fácil e menos perigoso, produzem couro de melhor qualidade (pois os animais não se machucam), além disso no transporte os animais mochados ocupam 20% a menos de espaço o que torna o frete mais barato.
Recria
Os bezerros desmamados são separados por sexo para a formação dos lotes de recria. Eles entram com aproximadamente 1 ano e saem com 2,5 a 3 anos para a engorda, saindo com cerca de 10 a 12 @.
Confinamento de Bovinos de Corte
É uma técnica utilizada no sistema de produção intensivo de bovinos, onde grupos de animais com determinadas características são mantidos em currais com área restrita, e nesse local lhes é fornecida toda alimentação e água necessárias (Cardoso, 1996).
O confinamento é o sistema onde tem o maior aproveitamento por animal por área, libera as áreas de pastagens nas secas, reduz a idade ao abate, produz carne com qualidade superior e melhor rendimento de carcaça e reduz a taxa de mortalidade. Além disso, possibilita o uso da forragem excedente do verão.
Toda a alimentação do animal (tanto volumoso quanto concentrado) será feita no cocho, o volumoso pode ser cana, silagem e o concentrado deve ter uma fonte energética (milho em grão, sorgo, farelo de trigo) e uma proteica (semente de soja, farelo de gluten de milho, farelo de algodão). O animal irá ingerir cerca de 10% do peso em água por dia. Deve-se usar cercas de arame liso pois se for elétrica ou de arama farpado pode lesionar o couro dos animais.
Podem ser confinados bezerros desmamados (recria-engorda), novilhos e novilhas em recria, bois magros, garrotes e vacas de descarte. E é mais indicado para animais para fase de terminação. 
O local do confinamento não deve ser próximo a rodovias ou grande movimentação (barulho, stress), deve estar próximo a fonte de água farta, possuir energia elétrica, possuir declividade mínima de 3% e máxima de 8%.
Os animais a serem confinados devem possuir vacinação contra febre aftosa e controle para endo e ecto parasitas. A ração deve ser servida de duas a três vezes por dia (quanto mais o alimento é oferecido, mais os animais comem) . 
NUTRIÇÃO DE RUMINANTES
A produção salivar de um bovino pode ser de até 200 litros por dia, na saliva contem muito bicarbonato, e serve para alcalinizar o pH do rúmen. Já a produção de gases é de 400 a 600 litros por dia sendo os principais o gás metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e o hidrogênio, que serão eructados (ou poderão causar timpanismo dependendo da quantidade)
O pH do rúmen fica entre 5,5 e 7,0 sendo a média 6,8 (levemente alcalino), esse é o pH ideal para manter os microorganismos ali presentes. Essa microbiota é composta por bactérias, fungis e protozoários e são os responsáveis pela fermentação da ingesta.
A digestão dos carboidratos do rúmen terá como produto os ácidos graxos voláteis, massa microbiana, gases (que serão eructados), calor e by pass (carboidratos não degradados). Esses carboidratos irão servir também como fonte de energia para os microorganismos continuarem se reproduzindo. Os ácidos produzidos serão o acético, propiônico (pela síntese da glicose) e o butírico.
A digestão das proteínas pelos microorganismos irá produzir aminiácidos e amônia que serve de alimentação para os microorganismos.
A digestão dos lipídios (gordura) irá dar origem à glicerol e ag de cadeia longa, que resultará em mais ag voláteisAs vitaminas B e K serão sintetizadas também pelos microorganismos do rúmen.
No omaso haverá absorção de agua, AGV e minerais, e o abomaso é o estomago glandular, responsável pela produção do suco gástrico e possui pH ácido (1,5 – 3,0).
Para aumentar o ganho de peso, os animais podem ser alimentados com proteína verdadeira e uréia (barateia o custo da produção). A uréia é usada na suplementação de pequenos ganhos e sua síntese terá como produro a amônia principalmente e gás metano. 
A uréia é absorvida pela parede do rúmen, cai na corrente sanguínea chegando até o fígado onde será convertida em uréia e será eliminada na urina principalmente e na saliva. O excesso de uréia na alimentação irá aumentar os índices de amônia no sangue, o que pode levar até a morte dos animais. O máximo de ureia permitido na dieta é de 0,3 g/kg de peso vivo por dia.
Uma alternativa é fracionar o oferecimento de ureia em várias vezes ao dia, pois além de manter os níveis de amônia mais estáveis, irá diminuir o risco de intoxicação por amônia.
Exemplo de suplementação com uréia com cana mais ureia 1%: 100 kg de cana + 900 g de uréia + 100 g de sulfato de amônia diluir em 5-6 litros de água e regar a cana OU pode ser usado silagem com uréia 0,5% onde usa-se 100 kg de silagem + 400 g de ureia + 100 g de sulfato de amônia.
Quando um animal estiver intoxicado por amônia irá apresentar apatia, dor abdominal intensa, tremores musculares, incoordenação ao andar, salivação excessiva e espessa, micção e defecação frequente, convulsão, respiração ofegante, fraqueza, timpanismo, mugidos altos e enrijecimento dos membros. Esses sinais podem aparecer de 20 minutos a 1 hora após a ingestão da uréia. O tratamento é feito com ácido acético (vinagre), injeta-se pela sonda de 3 a 6 litros para diminuir o pH do rúmen, essa acidez irá transformar a amônia em amônio (NH4) que não será absorvido e será eliminado, normalmente necessita-se fazer esse procedimento mais de uma vez. Como suporte administrar diurético e fluidoterapia para auxiliar na eliminação da amônia já absorvida.
Proteínas: O aproveitamento enérgico do amido e protéico das proteínas que não foram degradados pelos microorganismos do rúmen e passaram intactos para o abomaso é maior pois serão absorvidos no ID, fornecendo mais energia e proteína de melhor qualidade para os animais. A fermentação ruminal diminui a eficiência em aproveitar a energia total contida e disponível no alimento. A amônia é a matriz para a síntese de proteína microbiana que habita o rúmen. Com energia, as bactérias captam a amônia e sintetizam novos aminoácidos e novas proteínas, que quando morrem serão digeridas no abomaso gerando proteína para o animal. A proteína by-pass ´importante para os animais com alta produção, onde a demanda energética e proteica é maior do que os microorganismos conseguem sintetizar. Assim, tanto a fração protéica quanto a energética devem ser suplementadas na dieta dos animais.
Acidose: a acidose rumenal é causada por um consumo exacerbado de carboidratos ou na fase de adaptação rumenal ao consumo de carboidratos. As animais com acidose irão apresentar uma repiração rápida e superficial, terão apetite diminuído, desidratação, diarreia, depressão, incoordenação ao andar. O tratamento é feito com bicarbonato (de 200 a 450 g por animal), esvaziamento rumenal, óleo para auxiliar a evacuação e diminuir a absorção de ácidos. Além disso, deve-se retirar o concentrado da dieta. A acidose pode levar o animal a um quadro de timpanismo e morte.

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