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MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
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DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE 
RESUMO DO EXAME OBSTÉTRICO PARA ENCAMINHAMENTOS 
 Nome da gestante e idade. 
 Gestações, partos e abortamentos (G_P_A_) 
e vias de parto. 
 Data da última menstruação (DUM). 
 Idade gestacional (IG) pela DUM e pela 
ultrassonografia: 
 Pré-termo: 20 - 37 semanas 
 A termo: 38 - 42 semanas 
 Pós-termo: ≥ 42 semanas 
 Data estimada do parto (DEP) ou data 
provável do parto (DPP): 
 
 
 
 
 Integridade da bolsa (rota ou íntegra) – se 
bolsa rota, investigar o horário do 
rompimento. 
 Sintomas ao exame. 
 Pressão arterial e temperatura axilar. 
 Doenças prévias e da gestação. 
 Dinâmica uterina (contrações por minuto) e 
manobra de Leopold para determinar: 
 Situação (relação entre o eixo do 
feto e da mãe): longitudinal, 
transversa ou oblíqua. 
 Apresentação (parte fetal que se 
apresenta no estreito superior da 
bacia): cefálica, pélvica ou córmica. 
 Posição (relação do dorso fetal com 
o plano lateral da mãe): direito ou 
esquerdo. 
 Batimentos cardíacos fetais (BCF) por sonar 
ou Pinnard. 
 Toque vaginal: 
 Dilatação do colo (em polpas 
digitais ou centímetros) 
 Perviabilidade (grosso, médio ou 
fino) 
 Descida do polo fetal 
- Alto: -1, -2 e -3 de DeLee; 
- Médio: 0 de De Lee (espinhas 
isquiáticas)  Bebê “insinuado”; 
- Baixo: +1, +2 e +3 de DeLee  
Bebê “coroando”. 
 
DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO 
 Sinais e sintomas de presunção 
 Atraso menstrual (principalmente em 
mulheres com ciclos menstruais 
regulares); 
 Náuseas ou vômitos (supostamente pelo 
aumento do HCG); 
 Manifestações neurovegetativas; 
 Polaciúria (devido à compressão vesical 
pela anteflexão acentuada do útero); 
 Abdome: cólicas em hipogástrio; 
 Alterações mamárias (mastalgia, 
aumento das mamas, aumento da 
circulação venosa). 
 
 Sinais de certeza 
o Aferição dos batimentos cardíacos 
fetais: 
 Ultrassonografia transvaginal: 
embrião com CNN ≥ 5mm (4 a 8 
semanas); 
 Sonar: 12 semanas; Pinard: 18 a 
20 semanas. 
o Movimentação fetal: 16 a 20 semanas 
de gestação. 
 
 Exames complementares 
o Gonadotrofina Coriônica Humana (β-
HCG): produzido pelo 
sinciciotrofoblasto, tendo a função de 
sustentar o corpo lúteo (o qual produz 
progesterona até o início da produção 
placentária, o que ocorre por volta do 
100º dia de gestação). 
 No plasma, o β-HCG pode ser 
detectado em até 10 dias após a 
fecundação, ou seja, precedendo 
em quase 4 dias a amenorreia (que 
é o principal sinal de presunção). 
 De 5 a 50mU/ml: 
Indeterminado ou 
inconclusivo. 
 Acima de 50mU/ml, mulher 
saudável: positivo. 
 Na urina, o β-HCG somente é 
detectado a partir de 12 dias de 
falha menstrual. 
 
o Ultrassonografia no início da gestação: 
cronologicamente, tem-se: 
 Saco gestacional: pode ser 
observado a partir da 4ª semana 
(USG pélvica transvaginal) a 5ª 
semana (USG pélvica 
transabdominal) ou com valores de 
β-HCG entre 1000 – 2000 Ul/ml. 
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 Vesícula vitelínica: quando o 
diâmetro médio do saco 
gestacional for maior que 10mm, 
pode ser observado a partir da 5ª 
ou 6ª semana de gestação. 
 Embrião: quando o saco 
gestacional tiver mais que 17mm 
de diâmetro (maior diâmetro) ou 
diâmetro médio maior que 20mm 
(se o saco gestacional já possuir 
diâmetro compatível para 
aparecimento do embrião mas este 
não for visualizado, deve-se 
suspeitar de gestação 
anembrionária). 
 Batimentos cardíacos fetais (BCF): 
possíveis de serem auscultados (6ª 
e 7ª semanas) quando o 
comprimento cabeça-nádega (CCN) 
≥ 5mm. 
 Sexo do bebê: 14 a 18 semanas. 
 
CONSULTA PRÉ-NATAL 
 Exame obstétrico sistemático: 
 Anotar G_P_A_; 
 Data da última menstruação (DUM); 
 Idade gestacional (IG) e data prevista 
para o parto (DPP); 
 Queixas atuais: perguntar por dor 
abdominal, sangramentos, náuseas, 
vômitos, febre, disúria, edema em 
membros inferiores, etc. 
 Histórico patológico pregresso: 
hipertensão arterial crônica; 
diabetes prévio; história de pré-
eclâmpsia ou eclampsia anterior; 
tabagismo; alcoolismo; etc. 
 Exame físico objetivo: Aferição da 
pressão arterial; Peso da gestante; 
Exame de pele e mucosas; Exame 
das mamas; 
 Exame obstétrico: 
 Palpação obstétrica (manobras 
de Leopold); 
 Medida da altura uterina (AU); 
 Ausculta dos batimentos 
cardíacos fetais (BCF); 
 Pesquisa de edema em membros 
inferiores. 
 Solicitar exames pertinentes 
(laboratoriais, ultrassonografia, 
cardiotocografia, doppler); 
 Anotar resultados dos exames; 
 Anotar dados no prontuário e cartão 
da gestante; 
 Solicitar avaliações de outros 
profissionais, se necessário. 
 
 Exames laboratoriais pré-natais: dados a 
serem solicitados na suspeita e/ou 
confirmação de gestação: 
 β-HCG; 
 Hemograma completo; 
 Tipagem sanguínea e fator RH; 
 Coombs indireto, se a gestante for 
RH negativo; 
 Glicemia de jejum; 
 Teste rápido diagnóstico para HIV; 
 Sorologia para HIV (anti-HIV 1 e 2); 
 Teste rápido para sífilis ou sorologia 
(VDRL/RPR); 
 Sorologia para hepatite B (HBsAg), 
de preferência na primeira consulta 
e outro na 30ª semana de gestação; 
 IgM e IgG para Toxoplasmose; 
 Sumário de urina (Urina tipo I / EAS) 
e urinocultura; 
 Ultrassonografia pélvica transvaginal 
de 1º trimestre; 
 Outros menos importantes 
(desnecessários, segundo o 
Ministério da Saúde, pois não 
alteram a via de parto): 
 Sorologia para hepatite C 
(anti-HCV); 
 IgM e IgG para rubéola; 
 IgM e IgG para 
citomegalovírus (CMV); 
 Colpocitologia oncótica 
(pesquisa de HPV). 
 
OBS: Repetir (no 3º trimestre): 
 Hemograma completo; 
 Coombs indireto com 28, 32, 36 e 40 
semanas, se a gestante for RH negativo; 
 VDRL (na primeira consulta, na 30ª semana e 
na internação); 
 Anti-HIV (se possível); 
 Repetir sorologia para toxoplasmose (IgM e 
IgG) a cada 2-3 meses, se paciente for 
susceptível; 
 Sorologia para hepatite B (HBsAg); 
 Glicemia de jejum; 
 Teste de tolerância oral a glicose (TTOG 75g), 
se a glicemia de jejum estiver acima de 85 
mg/dl ou se houver fator de risco (>25 anos, 
HAS, obesidade, DM em parente de 1º grau, 
diabetes gestacional prévio); 
 Sumário de urina e urinocultura. 
 
OBS: Realizar a pesquisa do estreptococo do grupo B – 
GBS (Streptococcus agalactiae), comum na fase final 
da gestação: solicitar swab vaginal e retal entre 35 a 
37 semanas (para todas as pacientes). 
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 Não precisa nos seguintes casos, pois a 
infecção já está confirmada: 
 Bacteriúria atual para GBS; 
 Filho anterior com histórico de sepse 
por GBS. 
 Fazer profilaxia intraparto em caso de: 
 Bacteriúria por GBS 
 Filho anterior com sepse por GBS 
 Swab positivo entre 35 a 37 semanas 
 Sem rastreio com fator de risco: 
 Trabalho de parto < 37 
semanas; 
 Temperatura axilar ≥ 38
o
C 
 RPMO > 18 horas. 
 Antibióticos: 
 Ampicilina 2g IV (Ataque) e 1g 4/4 
horas (manutenção) 
 Penicilina cristalina 5x10
6
 IV (ataque) 
e 2,5x10
6
 4/4h (manutenção) 
 Não fazer antibioticoterapia se: 
 Cesária eletiva; 
 Swab negativo < 5 semanas. 
 
OBS: A ultrassonografia é um exame dispensável, pois 
não entra como rotina do Ministério da Saúde, 
sobretudo se os demais parâmetros avaliados 
durante o pré-natal estiverem normais (o fundo 
uterino, por exemplo). Sugere-se, entretanto, a 
realização do exame nos seguintes períodos (para 
gestantes sem patologia de base): 
 6ª – 10ª semana: USG obstétricapélvica 
transvaginal (para medição do comprimento 
cabeça-nádega e datação). 
 11ª – 13ª semana e 6 dias: USG obstétrica 
morfológica de 1º trimestre transabdominal 
(para medição da translucência nucal, 
detecção do osso nasal e demais triagens de 
alterações cromossômicas). 
 18ª – 23 semanas e 6 dias: USG obstétrica 
morfológica de 2º trimestre transabdominal 
(mais importante da gravidez, pois é capaz 
de detectar malformações do feto). 
 Terceiro trimestre (a partir da 27ª semana): 
USG obstétrica de 3º trimestre (para avaliar 
o peso e crescimento do bebê). 
 
SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA 
 Ácido fólico (Hipofol®) 5mg: 1 comprimido 
VO, 1x ao dia (iniciar pelo menos antes de 3 
meses da gestação e manter até a 15ª-18ª 
semana de gestação). 
 Sulfato ferroso 200mg (40mg de ferro): tomar 
1 comprimido VO por dia, após o almoço 
(iniciar a partir da 20ª semana de gestação e 
manter até o final da amamentação; se não 
amamentar, manter até o 1º mês de 
puerpério). 
 hipercolesterolemia: ProepaGesta® 500mg 
(Ômega 3) 1 cápsula via oral, 1x/dia. 
 Polivitamínicos (Maltens®, Materna®): tomar 
1 cápsula via oral, 1x ao dia. 
 
 
VACINAÇÃO 
- Apenas vacinas com vírus inativo. 
 Imunização antitetânica (dT e dTpa): a dT 
está indicada assim que for diagnosticada a 
gestação; a dTpa está indicada para todas as 
gestantes a partir da 27ª a 36ª semana de 
gestação, preferencialmente, podendo ser 
administrada até 20 dias antes da data 
provável do parto. 
Estado vacinal Esquema recomendado 
Gestantes não 
vacinadas com dT 
Administrar as 2 primeiras 
doses de dT (intervalo de 60 
dias) e a última dose de dTpa, 
entre 27 e 36 semanas. 
Vacinada com uma 
dose de dT 
Administrar 1 dose de dT e 
uma dose de dTpa (entre 27 e 
36 semanas), com intervalo de 
60 dias entre as doses, mínimo 
de 30 dias. 
Esquema dT 
completo, 
independente da 
necessidade de 
reforço com dT 
Aplicar 1 dose de dTpa entre 27 
e 36 semanas (esta dose já 
serve como reforço para tétano 
para as pacientes com 
esquema vacinal completo 
contra dT há mais de 5 anos). 
Esquema dT 
completo que 
receberam dTpa na 
gestação anterior 
Aplicar uma dose de dTpa 
entre 27 e 36 semanas. 
 
 Hepatite B: está indicada em toda população 
< 30 anos ou em indivíduos pertencentes a 
situações de risco (independente da faixa 
etária), como as gestantes. Deve ser aplicada 
após o 1º trimestre. 
 Influenza (gripe): deve ser indicada em toda 
mulher grávida em meses de inverno. 
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CURVA: ALTURA UTERINA / IDADE GESTACIONAL 
 
OBS: No início da gestação, o útero ainda é um órgão 
intrapélvico e, com o evoluir da gestação, sua 
palpação se relacionada com a idade gestacional. As 
idades gestacionais e limites uterinos abaixo devem 
ser considerados: 
 10-12 semanas: o útero começa a ser 
palpado acima da sínfise púbica; 
 16 semanas: encontra-se a meio caminho 
entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. 
 20 semanas: no nível da cicatriz umbilical. 
A partir de 20 semanas até 32 semanas, a medida da 
altura do fundo uterino se correlaciona diretamente 
com a idade gestacional. Um centímetro corresponde 
a uma semana. Na 40ª semana, o fundo uterino 
tende a baixar devido à acomodação do feto para no 
canal de parto. 
 
 
 
RESUMO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
- 10 dias: β-HCG é detectado no plasma; Iniciar Ácido 
Fólico (de preferência, 3 meses antes da gestação); 
Solicitar exames complementares pertinentes à 
primeira consulta: Hemograma, hematócrito, 
Glicemia de jejum, Sumário de urina (EAS), 
Urinocultura, VDRL, anti-HIV, HBsAg, IgM e IgG para 
Toxoplasmose. 
- 4 semanas: saco gestacional detectável na USG 
pélvica transvaginal (TV). 
- 6-10 semanas: melhor momento para aferição do 
comprimento cabeça-nádega (CCN) pela USG pélvica 
TV. 
- 12 semanas: bcf detectáveis ao sonar; altura uterina 
aferível. 
- 11-14 semanas: avaliação da translucência nucal e 
osso nasal na USG transabdominal. 
- 18-20 semanas: iniciar ferro 40mg/dia (usar até o 
final da lactação). 
- 18-24 semanas: solicitar USG morfológica 
transabdominal. 
- 27-34 semanas: USG obstétrica de 3º trimestre. 
- 30 semanas: solicitar novos exames de controle (Hb, 
Glicemia de jejum, TOTG 75g, anti-HIV, IgM e IgG 
para Toxoplasmose, EAS, Urinocultura). 
- 34-37 semanas: realizar swab perineal (vaginal e 
anal) + Cultura para S. agalactiae (GBS). 
 
 
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ASSISTÊNCIA AO PARTO 
 
PERÍODO PREMONITÓRIO OU PRÉ-PARTO 
 Início: 30 a 36 semanas; 
 Descida do fundo uterino (redução da AU 
geralmente em até 2 cm); 
 Formação do segmento uterino inferior; 
 Percepção das contrações uterinas 
irregulares e arrítmicas pela gestante (cólicas 
que podem ser confundidas com trabalho de 
parto); 
 Aumento das secreções cervicais, com muco 
e, por vezes, sangue; 
 Amolecimento, apagamento e centralização 
do colo. 
 
PERÍODO DE DILATAÇÃO (1º PERÍODO CLÍNICO DO PARTO) 
 Começa no início do trabalho de parto e 
termina no final da dilatação; 
 Diagnóstico: contrações uterinas rítmicas, 
coordenadas e dolorosas, com frequência de 
2 a 5 eventos em 10 minutos e com duração 
de 45 a 60 segundos. 
 Dividido em duas fases: 
o Fase latente: 14 a 20 horas. 
Caracterizada pelo início das 
contrações regulares e pelo começo 
da dilatação. 
o Fase ativa: 6 a 8 horas. Inicia-se com 
o progresso franco da dilatação, com 
dilatação média de 1,2cm 
(primíparas) a 1,5cm (multíparas). 
 Aspectos Maternos que devem ser 
analisados: toque vaginal, altura da 
apresentação; bolsa das águas (íntegra ou 
rota); vitalidade do concepto (BCF). OBS: A 
presença de queixa de perda abundante de 
líquido (que escorre pelas pernas) também 
indica internação. 
o Intensidade da Contração: Fraca / 
moderada / forte 
o Duração da contração: 
 Curta (abaixo de 20 
segundos): nesses casos 
está indicada a 
administração de ocitocina. 
 Apropriada (entre 20 e 60 
segundos) 
 Alongada (acima de 60 
segundos): pode 
determinar sofrimento 
fetal. 
o Frequência da contração; 
 Polissistolia: mais de 05 
contrações em 10 minutos. 
 Adequada: entre 02 e 05 
contrações em 10 minutos 
 Hipossistolia: menos de 02 
contrações em 10 minutos. 
Sendo este o momento 
adequado para a 
administração de ocitocina. 
o Dilatação colo uterino: 00 a 10 cm. 
o Esvaecimento: ocorre após a 
dilatação nas primíparas e 
simultâneo à dilatação nas 
multíparas. 
 Grosso: mais de 03 cm de 
espessura (10 – 30%); 
 Médio: 01 a 03 cm de 
espessura (20 – 70%); 
 Fino: menos de 01 cm de 
espessura (70 – 100%). 
 
 Conduta: 
o Medidas gerais: estimular 
alimentação, deambulação 
(influência gravitacional); 
cateterismo vesical, analgesia do 
parto. 
o Nas pacientes que estão em trabalho 
de parto durante várias horas, em 
jejum, é pertinente a realização de 
uma hidratação venosa (soro 
glicosado), administração de 
adenosina trifosfato, glicose e em 
alguns casos O2 para prevenir fadiga 
importante muscular e diminuir a 
necessidade de ocitocina. 
o Ocitocina x Misoprostol. 
 Misoprostol: utilizada nas 
interrupções terapêuticas 
da gestação, indução 
de parto em 
morte fetal intrauterina, 
tratamento farmacológico 
de aborto espontâneo ou 
indução de parto (na 
presença de indicações 
específicas). É administrado 
na forma de comprimido via 
transvaginal, a ser 
implantado na região do 
fundo de saco vaginal, para 
pacientes que apresentam 
índice de Bishop < 5. 
 Ocitocina: é utilizada para 
induzir o parto nas 
mulheres com mais de 41 
semanas de gestação. Deve 
ser administrada por via 
intravenosa (1 ampola = 5 
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UI), em uma velocidade de 
4 a 8 gotas/min, em 
pacientes com índice de 
Bishop > 5. 
 
Índice de Bishop: Misoprostol x Ocitocina 
Pontuação 0 1 2 3 
Dilatação (cm) 0 1-2 3-4 5 
Apagamento 100% 0-30 40-50 60-70 80 
Altura de 
Apresentação 
-3 -2 -1/0 +1/+2 
Consistência do 
colo 
Endurecido Médico Amolecido 
Posição do colo Posterior Médio Anterior 
 Índice de Bishop < 5: Misoprostol 
 Índice de Bishop > 5: Ocitocina. 
 
Sugestão de prescrição de ocitocina: 
 Ocitocina (Orestina®, Oxilon®, Syntocinon®): 
1 ampola com 1ml = 5UI. Fazer ½ ampola em 
500ml de SG 5% = 5mUI/ml (como 1 ml = 20 
gotas, então 4 gotas = 1 mUI)  iniciar 1-
2mUI/min ou 4-8 gotas/min. 
 Imediatamente após a liberação dos ombos, 
deve-se aplicar 10UI (2 ampolas) de 
Ocitocina IM, com o intuito de diminuir a 
perda sanguínea puperperal e prevenir a 
hemorragia por atonia uterina. 
 No quarto período, pode-se considerar o uso 
de Ocitocina 30 a 60UI com 1000ml de SG 
5%, 40 gotas/min, para evitar a hemorragia 
vaginal após parto e a hipotonia uterina. 
 
 
PERÍODO EXPULSIVO (2º PERÍODO CLÍNICO DO PARTO) 
 Inicia-se com a dilatação total do colo uterino 
(10cm) e termina com a expulsão total do 
concepto; 
 Duração média: 50 minutos (primíparas) a 20 
minutos (multíparas). Esse tempo pode ser 
dobrado em caso de analgesia. É considerado 
prolongado se durar mais de 2 horas. 
 Diagnóstico do período expulsivo: 
o Inspeção genital: apresentação 
comprime o períneo, principalmente 
durante as contrações uterinas. 
o Dilatação cervical total (10cm na 
gestação a termo). 
o Contrações uterinas (dinâmica): 5 
contrações em 10 minutos, durando 
de 60 a 70 segundos. 
o Características gerais: vontade de 
defecar, agitação, esforços 
expulsivos maternos. 
 Tempos e mecanismo do parto nas 
apresentações cefálicas fletidas (que 
corresponde a 95,5% dos casos): 
Insinuação - Consiste na passagem do diâmetro 
biparietal por meio do estreito 
superior da bacia. A sutura sagital é a 
linha de orientação. 
- Apresentação cefálica: diz-se que a 
cabeça está insinuada quando ela 
passa no plano zero de DeLee 
(espinhas isquiáticas). 
Descida - Consiste na passagem do polo 
cefálico ao estreito inferior da pelve 
materna. 
 
OBS: Determinação do grau de 
apresentação (planos de DeLee): 
- Alto: (-5, -4, -3, -2 e -1 de DeLee) 
- Médio: (0 de DeLee – espinhas 
ciáticas)  bebê “insinuado” 
- Baixo: (+1, +2, +3, +4 e +5, que 
corresponde à vulva) 
 
Rotação interna - Tem como finalidade colocar a linha 
de orientação (sutura sagital) no 
diâmetro anteroposterior do estreito 
inferior da bacia materna. 
- Sequência normal: occipitossacro, 
posteriormente occipito-transverso e 
occipito-púbico. 
Desprendimento 
cefálico 
- A cabeça fetal se desprende após a 
rotação interna com o auxílio da 
retropulsão do cóccix. 
Rotação externa - Volta do occipício à orientação 
inicial. 
Desprendimento 
das espáduas 
- Trata-se do desprendimento da 
cintura escapular e do polo pélvico. 
- Manobras: (1) realiza-se uma tração 
inferiormente, com intuito de 
desprender o ombro anterior; (2) 
após o descolamento dele, realiza-se 
o mesmo movimento para cima para 
que ocorra o desprendimento do 
ombro posterior. 
 
 Conduta: 
o Posição de Laborie-Duncan. 
o Anestesia loco regional + 
Episiotomia, se necessário: 
 Feto não-reativo; 
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 Variedades occipito-
posteriores; 
 Fetos grandes; 
 Uso de fórcipe; 
 Insuficiência cardíaca 
materna; 
 Período expulsivo 
prolongado. 
o Manobra de Kristeller: compressão 
bimanual no fundo do útero para 
facilitar o trabalho de parto, 
intensificar e estimular as contrações 
uterinas. 
o Fórcipe de alívio: em caso de 
indicação. 
o Revisão da vagina e colo e 
episiorrafia. 
 
SECUNDAMENTO OU DEQUITAÇÃO (3º PERÍODO) 
 Corresponde ao descolamento e à expulsão 
da placenta e das membranas ovulares. 
 Ocorre entre 5 e 30 minutos após o período 
expulsivo. 
 Mecanismos de descolamento da placenta: 
o Mecanismo de Baudelocque-
Schultze: ocorre em 75% dos casos. 
A placenta se encontra localizada 
posteriormente no fundo do útero e, 
no momento do descolamento, 
ocorre primeiro a exteriorização da 
placenta (face fetal, mais brilhosa) 
para só depois ocorrer a eliminação 
do coágulo. 
o Mecanismo de Baudelocque-Duncan: 
ocorre nos casos em que a placenta 
está lateralizada, de modo que, no 
momento do descolamento, ocorre 
primeiro o sangramento (liberação 
do coágulo) e, logo em seguida, a 
exteriorização da placenta (face 
materna). 
 Conduta: a Manobra de Jacob-Dublin consiste 
na retirada da placenta no sentido horário. 
Dessa forma foi comprovada que tem a 
menor possibilidade de permanecer 
membranas retidas no interior do útero. 
 
4º PERÍODO DE GREENBERG 
 Corresponde ao período que vai do 
secundamento até 1 hora após o parto e 
representa o período que demanda 
expectação atenta, pelo risco de hemorragias. 
 É um período caracterizado pela hemostasia 
natural que ocorre por dois processos: 
miotamponagem (contração uterina, 
conhecida como Fenômeno de Pinard) e 
trombotamponagem (coagulação do sangue). 
 Sangramento genital considerado anormal: > 
500mL/24 horas 
 Em caso de persistência do sangramento e 
ausência dos processos de miotamponagem 
(indiferença uterina), considerar o uso de 
drogas uterotônicas: Ocitocina, 
Metilergometrina ou Misoprostol. 
 
Droga 
uterotônica 
Via/dose Frequência Comentários 
Ocitocina 
(Syntocinon®) 
EV: 10 a 
40UI em 
1.000mL 
de SF ou 
RL. 
Contínua Evitar infusão 
rápida sem 
diluição, pelo 
risco de 
hipotensão. 
Metilergometrina 
(Methergin®) 
IM: 
0,2mg 
A cada 2 a 
4h 
Contraindicada 
para pacientes 
hipertensas. 
Misoprostol 
(Prostokos®) 
Via retal: 
800 a 
1.000µg 
A cada 2h Pode haver 
febre. 
 
Cuidados com o recém-nascido e orientações gerais 
à mãe 
- Na sala de parto, imediatamente ao nascer, o 
Recém nascido passa pelos seguintes cuidados: 
a) Cuidados iniciais: Prover calor  Posicionar 
 Aspirar (se necessário)  Secar. 
b) Pinçamento e secção do Cordão umbilical: O 
RN deve ser mantido ao nível do introito 
vaginal ou abdome da mãe, prevenindo assim 
uma mudança brusca em sua volemia 
sanguínea. O clampeamento pode ser feito 
com 1 – 3 minutos no a termo ou 30 – 60 
segundos no pré-termo. 
c) Coleta de sangue placentário: para exame 
de tipagem sanguínea, Coombs, sorologias, 
etc, por meio de aspiração direta com agulha, 
dos vasos fetais no cordão ou na face fetal da 
placenta. 
d) Recepção propriamente dita do RN: em 
campos estéreis, aquecidos, utilizando luvas. 
e) Aquecimento do RN: secar o bebê 
delicadamente, colocando-o em berço de calor 
radiante para minimizar a perda de calor e em 
decúbito lateral para facilitar a drenagem das 
secreções de vias aéreas superiores. 
f) Avaliação inicial da vitalidade do RN pelo 
Boletim de Apgar: no 1º e 5º minutos de vida 
que avalia o grau de asfixia do RN a partir da 
observação das seguintes características: cor 
da pele, frequência cardíaca, Irritabilidade 
reflexa (espirros, mímica facial), tônus 
muscular, esforço respiratório. 
g) Profilaxia Ocular: para prevenir a oftalmia 
gonocócica, por meio do uso da solução de 
Nitrato de Prata. A Clamídia é o agente ocular 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
8 
 
mais frequentemente adquirido no canal de 
parto. O nitrato de prata deve ser instilado 
cuidadosamente uma gota em cada saco 
conjuntival inferior de cada olho e o excesso 
de medicação deve ser removido com gase. Os 
olhos não devem ser lavados com SF 0,9% 
para não causar queimaduras nos olhos do RN. 
- Medicações e vacinas: Profilaxia da doença hemorrágica do RN  
Vitamina K1 (10mg/ml): 
 A termo: preferencialmente antes 
da primeira hora de vida, 2 mg por 
via oral ou 1 mg (0,1ml da ampola) 
por via IM em vasto lateral da coxa 
(geralmente esquerda). 
 Pré-termo: entre 0,5 e 1mg podem 
ser considerados. 
OBS: Se ocorrer o quadro hemorrágico, a 
medicação é realizada por via endovenosa. 
 Vacina contra Hepatite B: até 12 horas de 
vida, por Via IM, em vasto lateral da coxa 
direita. 
 Vacina BCG: administração subcutânea na 
inserção do músculo deltoide direito (apenas 
para RN com mais de 2000g ao nascimento). 
- Orientações para a mãe: 
 Oferecer leite materno exclusivo até o 6º 
mês de vida (horário livre); 
 Usar álcool a 70%, 4x ao dia, no coto 
umbilical (deixar colo descoberto); 
 Realizar Teste do Pezinho, da Orelhinha e do 
Olhinho no Centro de Triagem Neonatal de 
sua cidade; 
 Banho de Sol: 10 minutos diários a partir do 
7º dia de vida no horáro entre 06:00 – 07:30 
da manhã; 
 Levar RN por volta do 7º dia de vida ao 
Pediatra para início do controle do 
crescimento e desenvolvimento 
(Puericultura). 
 
 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
9 
 
TRATAMENTOS DURANTE A GESTAÇÃO 
 
DIABETES GESTACIONAL 
 Diagnóstico (Ministério da Saúde): na 1ª 
consulta (1º trimestre): 
o Sem fator de risco (>25 anos, HAS, 
obesa, DM parente 1º grau, DMG 
prévio) e Glicemia jejum < 85mg/dl 
 “Rastreio negativo”  Repetir 
glicemia de jejum entre 24 e 28 
semanas. 
o Com fator de risco ou Glicemia jejum 
≥85 e ≤126  “Rastreio positivo”  
solicitar TTOG 75g. Se 2 dos 
seguintes exames estiverem 
alterados, tem-se o diagnóstico de 
diabetes gestacional: 
 Glicemia de jejum ≥ 95 
 TTOG 1 hora ≥ 180 
 TTOG 2 horas ≥ 155 
o Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl  
Diabetes gestacional. 
 
 Tratamento: 
o DM gestacional: Dieta fracionada + 
Atividade física  Reavaliar em 2 
semanas: se não resolver, iniciar 
Insulina. 
o DM prévio: se já utilizava 
antidiabéticos orais, devemos 
suspendê-los e, então, introduzir 
Insulina. 
 1º trimestre / Pós-parto 
(redução da resistência à 
insulina imposta pela 
placenta): Reduzir a dose da 
insulina. 
 2º / 3º trimestre (período 
em que a placenta está 
mais desenvolvida): 
aumentar a dose da 
insulina. 
 
OBS: Insulinoterapia na gestação: 
 A dose inicial de insulina é geralmente 
calculada de acordo com o peso da paciente 
e idade gestacional, sendo propostas as 
seguintes doses: 
 0,4-0,5 U/kg/dia: no primeiro 
trimestre e no pós-parto; 
 0,8 U/Kg/dia entre a 24ª e 32ª 
semanas; 
 0,9 U/Kg/dia entre a 32ª e 36ª 
semanas; e 
 1,0 U/Kg/dia entre a 36ª e 40ª 
semanas de gestação. 
 Nas pacientes extremamente obesas, a dose 
inicial pode variar entre 1,5 e 2 U/Kg/dia 
para contrapor a resistência à insulina 
combinadas pela gravidez e obesidade. 
 Um esquema adotado com frequência 
fraciona a dose total de insulina em três 
aplicações ao dia: na manhã composta por 
insulina NPH (4/9 da dose total) e regular 
(2/9 da dose total); no pré-jantar composta 
por insulina regular (1/6 da dose total); e às 
22 horas composta por insulina NPH (1/6 da 
dose total). 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA [O10.9] 
 Suspender: Diuréticos, IECA e Propranolol. 
 Nos casos de hipertensão arterial crônica 
(PAD>100): Alfametildopa (Aldomet®) 750mg 
a 2g/dia (em 3 a 4 tomadas); Hidralazina VO; 
Pindolol VO; Verapamil VO. 
 Em caso de crise hipertensiva 
(>160x110mmHg): Hidralazina: 20mg/1mL + 
SG 19mL - fazer 5ml da solução EV, a cada 20 
minutos, até seis doses se necessário. 
 
PRÉ-ECLÂMPSIA (DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA 
GESTAÇÃO) E ECLÂMPSIA 
 Pré-eclâmpsia [O14.9]: a pré-eclâmpsia 
corresponde ao desenvolvimento de 
hipertensão e proteinúria após a 20ª semana 
de gravidez ou anteriormente a este período, 
em caso de doença trofoblástica gestacional. 
o Diagnóstico: Hipertensão arterial: PA 
≥140 x 90 mmHg + Proteinúria 
patológica ≥ 300mg/dia OU ≥1+ na 
fita; após a 20ª semana de gestação. 
 
o Conduta na pré-eclâmpsia leve: PA ≥ 
140x90, mas < 160x110 e sem sinais 
de gravidade. 
 Dieta normosódica e 
hiperprotéica. 
 Repouso em decúbito lateral 
esquerdo (pelo menos 2h/dia). 
 Consulta semanal em 
ambulatório especializado. 
 Sedação com Levomepromazina 
3mg VO 3x/dia (3 gotas). 
 Aferição diária da PA na USF mais 
próxima. 
 Avaliar idade gestacional. 
 Retorno imediato ao hospital se: 
 PA ≥ 150/100mmHg; 
 Proteinúria de fita 2+ ou 
mais; 
 Aumento exagerado de 
peso; 
 Sangramento vaginal; 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
10 
 
 Contrações uterinas 
regulares; 
 Sinais de eclampsia. 
 
o Conduta na pré-eclâmpsia grave: 
Hipertensão grave (PAS ≥ 160 ou 
PAD ≥ 110); ou Proteinúria ≥ 5g/24h 
ou EAS > +2 na fita; ou Edema agudo 
de pulmão; ou Oligúria (diurese < 
400 a 500ml/24h); ou Creatinina ≥ 
1,3 mg/dl (VR na gestante: 0,6 a 0,7); 
ou Síndrome HELLP (Hemólise, 
Aumento de enzimas hepáticas e 
Redução de plaquetas); ou Iminência 
de eclampsia (cefaleia fronto-
occipital refratária a analgésicos, 
escotomas, epigastralgia, dor 
epigástrica em barra, hiperreflexia). 
 Internação, observação clínica da 
PA, pulso, diurese e avaliação 
laboratorial. 
 Dieta hipossódica e 
hiperprotéica. 
 Repouso no leito em decúbito 
lateral esquerdo. 
 Sedação com Levo-promazina: 
3mg VO 3x/dia. 
 Para controle da pressão na 
urgência ou no pico durante a 
internação, optar por Hidralazina 
ou Nifedipina (não fazer 
metildopa na urgência). Não fazer 
caso PA < 160x110mmHg. 
Objetivo: manter PAS 140-155 e 
PAD 90-100. 
 1ª escolha: Hidralazina: 
20mg/1mL + SG 19mL - fazer 
5ml da solução EV, a cada 
20 minutos, até seis doses 
se necessário. 
 2ª escolha: Nifedipina 
(Adalat®) 10mg VO a cada 
30min. 
 Controle da pressão arterial de 
horário (Manutenção): 
Alfametildopa 500mg VO 12/12h 
ou 250mg de 8/8h (até a dose 
máxima: 2g/dia, para só depois 
passar para Hidralazina); 
Hidralazina VO; Pindolol VO. 
 Eclâmpsia iminente (cefaleia 
fronto-occipital; escotomas; 
epigastralgia; hiperreflexia) ou 
eclampsia: Sulfato de Magnésio a 
50% (1 ampola = 10ml = 5g) ou a 
10% (1 ampola = 10ml = 1g), 
segundo esquema de Pritchard 
(para locais sem bomba infusora) 
ou Zuspan (para locais com 
bomba infusora). 
 
Esquema de Pritchard 
Dose de ataque: 4g EV + 10g IM 
- MgSO4.7H2O a 50% (5g/10ml): 
fazer 8 ml EV lento + 20ml IM 
profundo (1 ampola em cada 
glúteo). 
Dose de manutenção: 5g IM 4/4h 
- MgSO4.7H2O a 50% (5g/10ml): 1 
ampola IM profundo de 4/4h. 
- Manter até 24 horas após o 
parto. 
 
Esquema de Zuspan 
Dose de ataque: 4g EV em bolus 
- MgSO4.7H2O a 50% 8ml (4g) + 
Água destilada 12 ml. Fazer EV 
durante 10 a 20 minutos; ou 
- MgSO4.7H2O a 10% 40ml (4g) EV 
durante 10 a 20 minutos. 
Dose de manutenção: 2g/hora 
- MgSO4.7H2O a 50%: 5 ampolas 
(5g/10ml) + SG 5% 450ml – EV em 
bomba de infusão (40ml/hora); 
ou 
- MgSO4.7H2O a 10%: 10 ampolas 
(1g/10ml) + SG 5% 400ml – EV 
em bomba de infusão 
(50ml/hora). 
 
Controle: suspender a droga a 
administrar Gluconato de Cálcio a 
10% (10ml EV, lentamente), 
como antídoto, se: 
 FR < 16 irpm; ou 
 Reflexo patelar ausente; 
ou 
 Diurese < 25ml/hora 
(este critério não indica 
o uso do antídoto, 
apenas a redução da 
infusão de magnésio). 
 
 Cuidados gerais: 
 Passar sonda vesical de 
demora e anotar diurese 
(avisar de < 25ml/hora). 
 Anotar curva de 
frequência respiratória 
(se FR < 12 irpm, 
interromper o sulfato de 
magnésio e administrar 
antídoto). 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
11 
 
 Curva de PA horária 
(avisar de ≥ 160x110 
mmHg). 
 Avaliar reflexo patelar 
de 4/4h. 
 Manter repouso em 
decúbito lateral 
esquerdo. 
 Deve ser usada corticoterapia na 
idade gestacional de 26 a 34 
semanas: Dexametasona 6mg, IM 
de 12/12h, também durante 2 
dias. 
 Considerar interrupção da 
gestação depois de 35 semanas 
se a vitalidade fetal estiver 
normal ou imediatamente, se 
estiver comprometida ou a 
paciente estiver instável. A via de 
parto deve ser definida pelo 
médico obstetra. A resolução da 
gravidez é a forma mais efetiva 
de tratamento da pré-eclâmpsia 
e da eclampsia. 
 
Prescrição sugerida: 
1. Sulfato de Mg 50%: 8 ml (4 g) + 12 ml de 
água destilada, EV, em 20 minutos (ataque). 
2. Sulfato de Mg 50%: 40 ml + 460 ml de SG 
5%, EV, em BIC: 50 ml/hora (manutenção). 
3. Dexametasona (4mg/ml): 1,5ml IM de 
12/12h. 
4. Gluconato de cálcio 10%: 10 ml EV a 
critério médico (ACM). 
5. Cateterismo vesical + Anotar diurese 
horária: avisar caso < 25 ml/hora. 
6. Curva de frequência respiratória: avisar de 
FR < 12 irpm. 
7. Avaliar reflexo patelar. 
8. Curva pressórica: manter PAS 140-155 e 
PAD 90-100. Avisar se PA ≥160 x 110 mmHg. 
9. Hidralazina 1ml (20 mg) + Água destilada 
19 ml  Fazer 5 ml (5 mg) EV (repetir de 
30/30 minutos, em até 3 a 4 vezes no 
máximo) se PA ≥160 x 110 mmHg. 
10. Repouso em decúbito lateral esquerdo 
(DLE). 
11. Sinais vitais de 4/4 horas. 
 
 Eclâmpsia 
o Quadro clínico: Presença de convulsões 
tônico-clônicas generalizadas ou coma 
em mulher com qualquer quadro 
hipertensivo; Iminência de eclampsia 
(deve ser tratado como a eclampsia): 
Cefaleia, epigastralgia e alterações 
visuais; Reflexos patelares exaltados, com 
aumento da área reflexógera; Confusão 
mental. 
o Conduta: Deve ser realizado o mesmo 
tratamento da DHEG grave, inclusive o 
Sulfato de Magnésio, acrescido de: 
Cânula de Guedel; Aspiração orotraqueal; 
Contenção no leito; Vigilância constante. 
OBS: Na ausência do Sulfato de 
Magnésio, pode-se utilizar outros 
anticonvulsivantes, tais como: Fenitoína; 
Diazepam. 
 
SANGRAMENTO GESTACIONAL NA 1ª METADE (< 20 SEMANAS) 
 Hipóteses diagnósticas: abortamento, 
ameaça de abortamento, doença 
trofoblástica gestacional (“mola”), gestação 
ectópica, insuficiência de corpo lúteo. 
 
 Medidas gerais: 
 Visualização direta com espéculo; 
 USG pélvico/obstétrico. 
 
 Na suspeita de abortamento (sangramento 
com dor abdominal): realizar exame 
especular para avaliar abertura do colo e 
presença de restos embrionários no canal. 
Colo aberto 
(pérvio) 
Clínica Conduta 
Incompleto Útero menor 
com restos 
Esvaziamento 
Inevitável Útero 
compatível e 
com embrião 
presente 
Esvaziamento 
(mesmo o embrião 
estando vivo) ou 
conduta expectante 
Infectado Febre, odor 
fétido, 
leucocitose 
Antibiótico + 
Esvaziamento 
 
 
Colo fechado Clínica Conduta 
Completo Útero vazio 
Beta-HCG > 1000 
Útero pequeno 
para IG 
Orientação 
Ameaça Embrião vivo 
Útero compatível 
com IG 
Repouso relativo 
(a internação não 
é via de regra) 
Analgésicos 
Retido Embrião morto e 
útero reduzido 
Esvaziamento ou 
conduta 
expectante (a 
critério da 
paciente) 
 
 Em caso de abortamento séptico (infectado 
ou febril): 
o Internação e observar sinais vitais; 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
12 
 
o Metronidazol 500mg/100ml EV, 6/6h 
a 8/8h + Gentamicina (Garamicina®) 
1,5mg/kg EV 8/8h; 
o Se não houver resposta ao esquema 
anterior por 48 a 72h, acrescentar 
Ampicilina (2g EV a cada 4 a 6 horas). 
 
 Se dor: 
 Buscopan® composto (Escopolamina 
+ Dipirona): 1 ampola EV, 8/8h se 
necessário; 
 Buscopan® DUO® (Escopolamina + 
Paracetamol): 1 comprimido VO, 
6/6h, se necessário 
 
 Na suspeita de insuficiência de corpo lúteo: 
 Ultrogestan® 200mg: 1 comprimido 
VO, 12/12h, por 15-30 dias; 
 Buscopan DUO®: 1 comprimido VO, 
6/6h, se dor abdominal; 
 Repouso absoluto; 
 Abstinência sexual; 
 Reavaliação em 15 dias. 
 
SANGRAMENTO GESTACIONAL NA 2ª METADE (> 20 SEMANAS) 
 Hipóteses diagnósticas: descolamento 
prematuro de placenta (DPP), placenta prévia 
(PP), roturas. 
 
 Medidas gerais: 
 Visualização direta com espéculo; 
 USG pélvico/obstétrico. 
 
 Descolamento prematuro de placenta: 
o Se feto vivo: optar pela via de parto 
mais rápida (geralmente, cesariana 
com amniotomia). 
o Se feto morto: optar pela via vaginal, 
para evitar a cirurgia. 
 
 Placenta prévia: 
o Gestação a termo (> 37 semanas): 
interromper gestação. 
o Prematuro (< 37 semanas): a 
conduta depende da intensidade do 
sangramento. Se interno, deve-se 
internar a paciente, estabilizar e 
observa a mãe; se não resolver, 
devemos interromper a gestação. Se 
sangramento discreto, deve-se 
internar, estabilizar e observar a 
mãe; se necessário, realizar 
corticoterapia se IG entre 24 e 34 
semanas. 
 
TRABALHO DE PARTO PREMATURO 
 Diagnóstico: 2 contrações/10 minutos, 
dilatação ≥2cm e idade gestacional inferior a 
37 semanas. 
 
 Estágio I – Presença de fatores de risco 
o Orientação nutricional, psicológica; 
o Interromper uso de drogas ilícitas e 
fumo; 
o Diagnóstico e tratamento das 
intercorrências clínicas; 
o Avaliação ultrassonográfica 
endovaginal; 
o Progesterona Natural, VO, 100 a 
200mg 3x/dia. 
 
 Estágio II – contrações uterinas sem 
repercussão cervical é denominada útero 
irritável. 
o Diazepam, 5mg/dia, VO, 12/12 horas 
ou 10mg à noite. 
o Progesterona Natural 200mg, 
intravaginal, 3x/dia. 
 
 Estágio III – Contração rítmica e eficaz, com 
modificação do colo uterino, trabalho de 
parto reversível. 
o Vitalidade fetal, USG, Exame 
bacterioscópico e culturas do 
conteúdo vaginal. 
o Acesso venoso e exames 
laboratoriais: hemograma, urina tipo 
I e cultura de urina. 
o Tocólise: as principais indicações da 
tocólise são: período de latência 
longo do trabalho de parto 
(dilatação cervical < 3cm); 
esvaecimento não pronunciado; IG 
entre 22 e 34 semanas e 6 dias; 
ausência de contraindicações. 
 Beta-adrenérgicos: Terbutalina 
(Bricanyl®): diluir 5 ampolas 
(1amp = 0,5 mg) em SG 5% 
(500mL), fazer 2,5μg/min (10 
gotas/min). Aumentar 2,5μg/min 
(10 gotas/min) a cada 20 minutos 
se a contração não parar até um 
máximo de 20μg/min (80 
gotas/min). Quando cessar as 
contrações, manter o 
gotejamento em 24h. A partir de 
então, diminuir 10 gotas a cada 
20 minutos, até suspensão da 
droga. 
 Antagonista da ocitocina: 
Atosiban: dose de ataque de 
0,9mL (6,75mg) injetada 
diretamente na veia durante um 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
13 
 
minuto (bolus). Manutenção: 
infundem-se duas ampolas de 
5mL em 90mL de SG 5% (solução 
de 100mL), EV, durante três 
horas, na velocidade de 
24mL/hora (300mg/min) em 
bomba de infusão; 
posteriormente, infundem-se os 
28mL restantes da solução 
anterior em 3 horas e meia, na 
velocidade de 8mL/hora, 
totalizando 6 horas e meia; antes 
de continuar com a 
administração do fármaco, deve-
se monitorar as contrações 
uterinas. 
 Bloqueadores dos canais de 
cálcio: Nifedipino: 10mg via 
oral/20 minutos/4 doses. 
Manutenção: 20mg via oral/4 
doses/24 horas (4 cápsulas) 
 Sulfato de Magnésio: o sulfato de 
magnésio compete com o cálcio, 
impedindo a sua entrada pela 
membrana da célula miometrial. 
Ataque: 4 doses de 10 mg via oral 
(40mg). Manutenção: 1º Dia: 4 
doses de 20 mg via oral 6/6 horas 
(80 mg); 2º Dia: 3 doses de 20 mg 
via oral 8/8 horas (60 mg); 3º Dia 
(alta): 3 doses 10 mg via oral 8/8 
horas (30 mg). 
o Corticoterapia entre 28 a 34 semanas 
com Betametasona 12mg/dia, IM, 
dose única diária, por dois dias 
(realizar o parto no dia seguinte após 
a última dose), no intuito de 
promoveruma boa maturação 
pulmonar. Como alternativa, pode-
se usar Dexametasona 6mg, IM de 
12/12h, também durante 2 dias 
(total de 4 aplicações). 
 
 Estágio IV – trabalho de parto irreversível. 
Realizar profilaxia para estreptococos do 
Grupo B (Streptococcus agalactiae), que 
coloniza a vagina e o reto de 10 a 40% de 
todas as mulheres grávidas. Essa colonização 
pode ser transitória, crônica ou intermitente. 
A transmissão vertical (TV) ocorre, na maioria 
das vezes, no canal de parto, constituindo-se 
no principal agente responsável pela 
septicemia neonatal precoce (infecção 
neonatal), principalmente no prematuro. 
o Penicilina G cristalina: ataque com 5 
milhões EV e manutenção de 2,5 
milhões IV, 4/4h; ou Ampicilina: 
ataque com 2g EV e manutenção 1g, 
IV, 4/4h. 
o Em caso de alergia a penicilina 
 Cefazolina 1 milhão IV; 
manutenção 1 milhão IV 8/8h. 
 Clindamicina 900mg IV; 
manutenção 900mg IV 8/8h. 
 Vancomicina 1 milhão IV; 
manutenção 1 milhão IV, 
12/12h. 
 
SÍFILIS NA GESTAÇÃO 
Estadiamento Penicilina G 
Benzatina 
Intervalo 
entre as 
doses 
Controle da 
cura 
(sorologia) 
Síflis primária 
1 série 
(dose total: 
2400000 UI) 
 
 
Dose única 
 
 
VDRL 
mensal 
 
Síflis 
secundária ou 
latente com 
menos de 1 
ano de 
evoulição 
Sífilis terciária 
ou com mais 
de um ano de 
evolução ou 
com duração 
ignorada 
3 séries 
(dose total: 
7200000 UI) 
1 semana VDRL 
mensal 
1 série = 1 ampola de 1200000 UI aplicada em cada glúteo. 
 
OUTRAS INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO 
 Infecções / Antibióticos utilizáveis na 
gestação: 
o Pencilinas e derivados: Amoxicilina 
(500mg, 8/8h por 7 a 10 dias); 
Ampicilina (500mg, 6/6 horas, por 7 
a 10 dias); Azitromicina (500mg VO, 
1x ao dia); Ampicilina-sulbactam; 
Amoxicilina-clavulanato; Oxacilina. 
o Cefalosporinas de 1ª geração: 
Cefalotina; Cefadroxila; Cefalexina 
(500 mg, 6/6h por 7 a 10 dias). 
o Cefalosporinas de 2ª geração: 
Cefuroxima (250-500 mg, 12/12h). 
o Cefalosporinas de 3ª geração: 
Ceftriaxona. 
o Outros: Nitrofurantoína (100mg, 6/6 
horas por 10 dias); Sulfametoxazol-
Trimetroprim (800+160 mg VO, 
12/12h por 7 dias; evitar no 3º 
trimestre pelo risco de kernicterus); 
Metronidazol (exceto no 1º 
trimestre); Secnidazol. 
o Antibióticos que devem ser evitados: 
Aminoglicosídeos (D); 
Fluorquinolonas (C); Sulfametoxazol 
no 3º trimestre (D); Metronidazol no 
1º trimestre (D). 
 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
14 
 
 Anemia (Hb < 11g/dl): 
o Dieta rica em ferro como fígado, rins e 
vegetais verdes (espinafre e brócolis). 
o Solicitar parasitológico de fezes e 
acompanhar a anemia a cada 30 a 60 
dias. 
o Sulfato ferroso em dose de tratamento 
de anemia ferropriva (120 a 240mg de 
ferro elementar/dia): Sulfato ferroso 
200mg (40mg de Ferro elementar), via 
oral, 2 comprimidos de manhã, 2 
comprimidos a tarde e 1 comprimido a 
noite (uma hora antes das principais 
refeições). 
o Pré-natal de alto risco e transfusões de 
sangue estão indicadas após perdas 
sanguíneas agudas ou em casos de 
anemia grave (< 8 g/dL). 
 
 Cólica na gestação 
o Na urgência: Buscopan® simples ou 
Buscopan® composto: 1 ampola + A.D. 
EV, de 8/8h. 
o Ambulatorial: Buscopan® Duo 
(Escopolamina + Paracetamol): tomar 1 
comprimido VO, de 8/8h se dor. 
 
 Doença hemorroidária: 
o Orientar dieta rica em fibras, ameixa, 
mamão, etc. 
o Adotar medidas gerais, como banho de 
assento (sentar em uma bacia de água 
morna com sal). 
o Medicações tópicas: Proctyl® pomada (1 
a 2x ao dia). 
o Medicações orais: Diosmina (Venovaz®, 
Venalot®): tomar 1 a 2 comprimidos VO, 
de 12/12h. 
o Fibras solúveis 
 Tamarin®: 10ml VO, à noite. 
 Lactulose líquida (Lacmax®) 
667mg/ml: 1 colher de sopa (15ml), 
1 a 2x ao dia. 
 Metamucil®: 1 colher com água, 2 a 
3x/dia, a critério. 
 
 Dor lombar: 
o Cetoprofeno (Profenid®) 50 e 150mg: 
25-50mg VO, 3-4x ao dia (dose 
máxima: 300mg/dia). Evitar próximo 
ao parto (fator de risco D). 
o Indometacina 25, 50 e 100mg: 25-
50mg VO, 2-4x ao dia. Evitar após 34 
semanas. 
 
 Êmese gravídica: 
o Meclizina (B) (Meclin®) 25 e 50mg: 25-
100mg VO, em doses divididas (2 a 3x ao 
dia). 
o Metoclopramida (B) (Plasil®, Pramil®) 10 
mg: 1 comprimido VO, 8/8h. 
o Dimenidrato (B) (Dramin®) 50 e 100mg: 
1 comprimido VO, 8/8h. 
o Ondansetrona (B) (Nausedron®) 4 e 
8mg: 1 comprido VO ou 1 ampola EV, 
8/8 horas. 
 
 Febre: 
o Paracetamol (B) 500mg: 1 
comprimido VO, de 8/8h. 
o Dipirona (B/C) 500mg: 1 comprimido 
VO, de 6/6h. Evitar no 1º e 3º 
trimestre de gestação. 
 
 Fissura mamária 
o Orientações gerais: descansar a mama 
por 2 mamadas, mas ordenhar isso e 
oferecer o leito ao bebê; aplicar o 
próprio leite materno (medida 
recomendada pelo SUS). 
o Bepantol® pomada: aplicar na região do 
mamilo e sempre lavá-lo antes de 
amamentar. 
 
 Gastrite: 
o Ranitidina 150mg: 1 comprimido VO, 
12/12h. 
o Evitar inibidores de bomba de 
prótons (Omeprazol) (fator de risco 
C). 
 
 Hipertensão da gestação 
o Controle ambulatorial: Alfametildopa 
500mg VO 12/12h ou 250mg de 8/8h. 
o Para controle da pressão na urgência ou 
no pico durante a internação: 
- Hidralazina: 20mg (1mL) + AD 9mL, fazer 
2,5ml da solução EV, a cada 20 minutos, 
até seis doses se necessário. 
- Nifedipina (Adalat®): 5mg VI a cada 
30min ou diluir 1 cápsula em 10ml de 
água e dar 5 gotas sublingual a cada 5 
minutos. 
o Eclâmpsia iminente ou eclampsia: Sulfato 
de Magnésio (pelo esquema de Zuspan) a 
50% (1 ampola = 10mL = 5g) ou a 10% (1 
ampola = 10 mL = 1g). 
Dose de ataque: 
- MgSO4.7H2O a 50% 8mL (4g) + SF 0,9% 
12mL – EV durante 10 a 20 minutos (30 
gotas/min); ou 
- MgSO4.7H2O a 10% 40mL (4g) EV durante 
10 a 20 minutos (40 a 50 gotas/min). 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
15 
 
Dose manutenção: 
- MgSO4.7H2O a 50% 10mL (5g) + SF 0,9% 
490mL – EV em bomba de infusão 
(100mL/hora – 1g/hora) ou 40 a 50 
gotas/min; ou 
- MgSO4.7H2O a 10% 50ml (5g) + SF 0,9% 
450mL – EV em bomba de infusão 
(100mL/hora – 1g/hora) ou 40 a 50 
gotas/min. 
Controle: se FR < 16 irpm ou reflexo 
suspender a droga a administrar 
Gluconato de Cálcio 10% (10ml EV 
lentamente), como antídoto. 
 
 Hiperêmese gravídica 
o Internação hospitalar obrigatória. 
o Jejum por 24-48 horas. 
o Hidratação associada à reposição de 
vitaminas do complexo B e ácido 
ascórbico. 
o Suspender hidratação quando a 
avaliação clínica mostrar paciente 
normalmente hidratada ou na vigência 
diurese clara. 
o Terapêutica Medicamentosa: 
 Metoclopramida 10 mg (ampola 
de 2mL) IV, de 8/8h. 
 Diazepam 10mg (ampola de 2mL) 
IV, de 8/8h. 
 Casos refratários: 
Metilprednisolona 16 mg (ampola 
de 1 mL) IV 8/8h. 
 
 Infecção urinária 
o Solicitar exames laboratoriais: urina tipo 
1 e urocultura. 
o Antibioticoterapia: 
 Cefalexina: um comprimido (500mg) 
em intervalos de 6 ou 8 horas, 
durante três dias; ou 
 Cefadroxil: um comprimido (500mg) 
em intervalos de 8 ou 12 horas, 
durante três dias; ou 
 Amoxicilina: um comprimido 
(500mg) em intervalos de 8 horas, 
durante três dias. 
 Nitrofurantoína: um comprimido 
(100mg) em intervalos de 6 horas, 
durante sete dias. A ingestão 
acompanhada de leite ou alimentos 
minimiza os efeitos colaterais. 
 Norfloxacina 400mg VO, 12/12h, por 
3 a 5 dias, para gestantes com mais 
de 20 semanas de idade gestacional. 
o Critérios de internação: em casos de 
pielonefrite (dor lombar, febre > 38º, 
calafrios, Sinal de Giordano positivo). 
o Medicações para internação: Cefalotina 
1g/dia, IV, 6/6h até a melhora do quadro 
clínico (ausência febre e negativação da 
cultura), em seguida, utilizar Cefalexina 
VO, 6/6h, até completar 14 dias de 
tratamento. 
 
 Ingurgitamento mamárioo Compressas geladas. 
o Esvaziar a mama através da ordenha. 
o Paracetamol 750mg, 1 comprimido VO, 
8/8h. 
 
 Lactação após aborto: 
o Cabergolina (Dostinex®) 0,5mg: tomar 2 
comprimidos VO, em dose única. 
 
 Mastite Puerperal 
o Quadro clínico: Dificuldade de esvaziar a 
mama, ingurgitamento, hiperemia, calor, 
dor, mal-estar geral e cefaléia. Evoluí com 
febre, intensificação do processo 
inflamatório, invasão bacteriana, podendo 
haver formação de abscesso. 
o Esvaziar a mama através da ordenha, 
compressas geladas e Paracetamol 
750mg, 1 comprimido VO, 8/8h, para 
alívio da dor. 
o Infecção: Cefalexina 500mg, 6/6h, por 7 
dias. 
o Abcesso: Drenagem. 
 
 
ANEXOS 
 
Drogas contraindicadas na gestação 
Ergotamina 
Prostaglandina E1 
Ribavirina 
Drogas que devem ser evitadas ou utilizadas com 
cautela na gestação 
Abacavir 
Aciclovir 
Ácido Aminocaproico 
Ácido Valpróico 
ACTH 
Adenosina 
Adrenalina 
Albumina Humana 
Alopurinol 
Amantadina 
Amicacina 
Aminofilina 
Amiodarona 
Hidrato de Cloral 
Hidroclorotiazida 
Hidrocorisona 
Hidróxido de Alumínio 
Hidróxido de Alumínio 
+ Magnésio 
Hidroxizine 
Escopolamina 
Hormônio Antidiurético 
Ibuprofeno 
Imipenem 
Indinavir 
Indometacina 
MEDRESUMOS • GUIA DO PLANTONISTA 2016 Arlindo Ugulino Netto 
OBSTETRÍCIA 
 
16 
 
Amitriptilina 
Anrinona 
Anlodipina 
Aspirina 
Astemizol 
Atenolol 
Atropina 
Azatioprina 
Azelastina 
Azul de Metileno 
Baclofeno 
Beclometasona 
Benzodiazepínicos (optar 
por Fluoxetina 20mg) 
Bretílio 
Bromofeniramina + 
Fenilpropanolol 
Budesonida 
Cálcio 
Captopril 
Carbamazepina 
Cetoconazol 
Ciscloporina 
Ciprofloxacin 
Cisaprida 
Claritromicina 
Clonazepam 
Clonidina 
Clorafenicol 
Clorpromazina 
Cloroquina 
Codeína 
Dantroleno 
Dapsiona 
Desferoxamina 
Dexametasona 
Diazepam 
Diazóxido 
Digoxina 
Diltiazen 
Dimeticona 
Disopiramina 
Dobutamina 
Dopamina 
Doxicilina 
Droperidona 
Edrofonio 
Efavirenz 
Enalapril 
Eritropoetina 
Esmolol 
Espironolactona 
Estavudina 
Estreptoquinase 
Etosuximida 
Fenobarbital 
Fentanil 
Isoniazida 
Isoproterenol 
Itraconazol 
Kanamicina 
Labetalol 
Lamivudine 
Lamotrigina 
Lidocaína 
Lítio 
Lorazepam 
Manitol 
Mebendazol 
Mefloquina 
Meperidina 
Metaproterenol 
Metadona 
Metimazol 
Metildopa 
Metilfenidato 
Metilprednisolona 
Miconazol 
Midazolam 
Milrinona 
Óleo Mineral 
Minociclína 
Minoxidil 
Morfina 
Naproxeno 
Nevirapina 
Nicardipina 
Nifedipina 
Nitroprussiato 
Norfloxacin 
Nortriptilina 
Ofloxacin 
Omeprazol 
Oximetazolina 
Pancurônio 
Penicilamina 
Pentamidina 
Pralidoxima 
Prazosin 
Primidona 
Procainamida 
Prometazina 
Propanolol 
Propiltiuracil 
Propiltiouracil 
Protamina 
Pirantel 
Pirazinamida 
Primetamina 
Quinidina 
Rifampicina 
Rimantadina 
Sertralina 
Succinilcolina 
Flecainide 
Fluconazol 
Flucitosina 
Fludrocorisona 
Flumazenil 
Flunisolida 
Fluticasona 
Fluvoxamina 
Foscarnet 
Furosemida 
Gabapentin 
Ganciclovir 
Gentamicina 
Griseofulvina 
Haloperidol 
Hidantoína 
Hidralazina 
Sulfasalazina 
Sulfisoxasol 
Sumatriptana 
Tetraciclina 
Teofilina 
Tiabendazol 
Tionembutal 
Tioridazina 
Tobramicina 
Trazodona 
Valaciclovir 
Vancomicina 
Vecurônio 
Verapami 
Zidovudine 
 
 
Drogas contraindicadas na amamentação 
Ergotamina 
Lítio 
Sais de ouro 
Amiodarona 
Imunossupressores e citotóxicos (Ciclosporina) 
Radiofármacos (medicina nuclear) 
Drogas que devem ser evitadas ou utilizadas com 
cautela na amamentação 
Abacavir 
Amitriptilina 
Aspirina 
Atenolol 
Ciprofloxacin 
Claritromicina 
Clesmastina 
Clonazepam 
Cloranfenicol 
Clorpromazina 
Desmopressina 
Diazepam 
Didanosina 
Doxicilina 
Efavirenz 
Estavudina 
Fenobarbital 
Flucitosina 
Fluoxetina 
Fluvoxamina 
Foscarnet 
Haloperidol 
Indinavir 
Itraconazol 
Ketamina 
Lamivudine 
Lorazepam 
Metoclopramida 
Metronidazol 
Midazolam 
Minociclína 
Morfina 
Nelfinavir 
Nevirapina 
Nicardipina 
Norfloxacin 
Nortriptilina 
Ofloxacin 
Omeprazol 
Paroxetina 
Piperazina 
Primidona 
Ritonavir 
Saquinavir 
Sertralina 
Sulfadiazina 
Sulfasalazina 
Sulfixosaxazol 
Tetraciclina 
Trazodona 
Zidovudine

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