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Complexo dentinopulpar

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Desenvolvimento do complexo dentinopulpar 
A dentina é um tecido conjuntivo mineralizado avascular singular que forma o corpo do dente. Está recoberta pelo esmalte na coroa, e pelo cemento na raiz, fornecendo o suporte estrutural para esses tecidos e dando resiliência ao dente. A dentina envolve um tecido conjuntivo frouxo ricamente inervado e vascularizado a polpa dentária. 
A polpa e a dentina são derivadas da papila dentária, cujas células migram para o 1º arco faríngeo do interior do ectomensênquima da crista neural. Estes tecidos permanecem intimamente associados biologicamente, o que confere a resposta do complexo dentinopulpar aos estímulos fisiopatológicos.
 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO 
*Estágio de lâmina 
A lâmina dentário é o 1º sinal morfológico do desenvolvimento dentário e está visível aproximadamente na 5ª semana de desenvolvimento humano. O espessamento do epitélio bucal que reveste o processo frontonasal, o processo maxilar e o arco mandibular ocorre somente nos locais aonde os germes dentários irão se desenvolver. Nessa fase, as células do epitélio dentário e do mesênquima subjacente estão se dividindo em taxas distintas, as ultimas mais rapidamente. A lâmina dentária tem potencial para induzir a formação do dente, conduzindo o futuro do mesênquima subjacente. 
*Estágio de botão (forma de botão)
As células do ectomesênquima proliferam e se condensam para formar a papila dentária. Aqui, o potencial formador do dente é transferido do epitélio dentário para a papila dentária. 
*Estágio de capuz (início da formação da coroa)
 Aqui o botão dentário que passa a forma de capuz, está envolto pela papila dentária. O compartimento ectodérmico do germe dentário é denominado órgão do esmalte. O órgão do esmalte e a papila são envoltos pelo folículo dentário (células mesenquimáticas), o que separa a papila do germe dentário dos outros tecidos conjuntivos maxilares. 
*Estágio de campânula inicial (forma de sino)
Camada única de células cuboides, chamada de epitélio dentário externo, reveste a periferia do órgão dentário; as células colunares na margem da papila formam o epitélio dentário interno.
O epitélio interno dará origem aos ameloblastos, que são responsáveis pela formação do esmalte.
Células que estão no centro do órgão dentário produzem glicosaminoglicanos, capazes de aprisionar fluidos e também fatores que determinam sua expansão. Esta rede de células é denominada reticulo estrelado.
Entre o reticulo estrelado e o epitélio interno tem-se o estrato intermediário, que influencia na biomineralização do esmalte.
Na região apical do germe dentário, as camadas internas e externas encontram-se na alça cervical.
*Estágio de campânula tardia/avançada 
A lâmina dentária, que conecta o germe dentário ao epitélio bucal, gradualmente se desintegra.
As células do epitélio interno continuam se dividindo para determinar a forma da coroa. 
As células mais periféricas da papila são denominadas odontoblastos, que são responsáveis pela síntese e secreção da matriz dentinária. Nesse momento, a papila é chamada de polpa dentária.
Após os odontoblastos depositarem a primeira camada de matriz de pré-dentina, as células do epitélio interno recebem seu sinal para se diferenciarem em ameloblastos ou células produtoras de esmalte. 
 O complexo dentinopulpar 
 
 Estrutura do complexo dentinopulpar
A dentina e a polpa estão unidas funcionalmente e permanecem integradas como um tecido. Por exemplo, quando os dentes normais são estimulados termicamente, o fluido dentinário se expande ou se contrai mais rápido que o volume dos túbulos dentinários que contem o fluido, causando a sensação de pulsação no dente. Se os tecidos externos que selam a dentina (cemento e esmalte) são perdidos a compartimentalização normal destes dois tecidos é perdida e eles tornam funcionalmente contínuos. Nessas condições patológicas, a superfície da dentina até a polpa se torna um fluido continuo. Neste meio fluido as substancias bacterianas podem se difundir por meio da dentina e produzir respostas pulpares (dor de dente).
Em curto prazo a polpa responde aos estímulos químicos, por meio de inflamação aguda. A longo prazo, os tecidos pulpares produzem a dentina terciaria, na tentativa de reduzir a permeabilidade do complexo.
Os odontoblastos são células altamente diferenciadas que formam a matriz tubular da dentina.
 Morfologia da dentina 
A dentina é um composto biológico poroso, formado por partículas preenchidas por cristais de apatita em uma matriz de colágeno. Essa matriz mineralizada foi formada durante o desenvolvimento pelos odontoblastos, os quais começaram a secretar colágeno na junção amelodentinária (JAD)
Dentina primária é a dentina tubular original, formada principalmente antes da erupção dentária. A camada externa da dentina primária, chamada de dentina do manto, é menos mineralizada.
Dentina secundaria é a mesma dentina circumpulpar que a primária, mas é formada após a completa rizogênese. A principal diferença entre a d.primária e a d.secundária é que a secundária é secretada mais lentamente. 
Dentina terciária ou dentina irritativa é encontrada apenas na dentina que foi submetida a um traumatismo ou irritação. 
Dentina intertubular é a dentina situada entre os canalículos da dentina. A dentina intertubular é a massa principal da dentina. É altamente mineralizada, porém mais da metade do seu volume está formado por matriz orgânica com grande quantidade de colágeno.
*Dentinogênese 
A formação e calcificação da dentina começa na ponta das cúspides ou bordas incisais, e avança para dentro por uma aposição rítmica de camadas cônicas uma dentro da outra. Com a conclusão da dentina radicular, a formação da dentina primária chega ao seu final. No início do desenvolvimento da matriz aparecem feixes de fibrilas entre os odontoblastos, que divergem num arranjo em forma de leque. São as fibras de Korff e sua origem e função na dentinogênese tem sido objeto de discussão. São constituintes importantes na matriz formada inicialmente, devido ao arranjo em leque de suas fibras, mas que mais tarde tornam-se compactos feixes de fibrilas paralelas. Os odontoblastos formam fibras colágenas e substância amorfa, e estas fibras se dispõem em espirais ao redor das fibrilas de Tomes e entre as mesmas, que foram deixadas pelos odontoblastos que se afastaram para o interior da papila. As fibras são unidas entre si pela matriz amorfa.Depois que várias camadas de pré-dentina foram depositadas, começa a mineralização das camadas mais próximas a junção dentina-esmalte. Forma-se então uma faixa de matriz dentinária e os odontoblastos elaboram fosfatase alcalina, dando ao meio condições ótimas de pH para que se processe a mineralização da matriz.
Nesse ínterim, íons minerais transportados pelos capilares sangüíneos da papila depositam-se na matriz orgânica como sais, sob a forma de cristais de hidroxiapatita, sobre as superfícies das fibrilas colágenas e na substância fundamental. Posteriormente os cristais são depositados dentro das próprias fibrilas.
O processo geral de calcificação e gradual, mas a região peritubular torna-se muito mineralizada em pouco tempo. Embora haja crescimento dos cristais enquanto a dentina amadurece, o tamanho final dos cristais permanece muito pequeno (até 0,1).O crescimento aposicional da dentina é uma deposição de matriz em forma de camadas. O crescimento aposicional é caracterizado pela deposição regular e rítmica de material extracelular, incapaz de crescer mais por si próprio. Períodos de atividade e repouso se alternam em intervalos definidos. A matriz é depositada pelas células ao longo do local delineado pelas células formadoras.
As junções dentina-esmalte e dentina-cemento são diferentes entre si e em cada tipo de dente.
As linhas incrementares de Owen são linhas de implicação que refletem variações na estrutura e mineralização durante a formação de dentina. Correspondem as
linhas incrementais de Von Ebner que estão acentuadas devido a distúrbios no processo de mineralização. As linhas de contorno de Owen representam, radiograficamente, faixas hipocalcificadas.
 A polpa como um tecido conjuntivo 
 Propriedades gerais do tecido conjuntivo 
 O tecido conjuntivo é um tecido de suporte. Seu principal constituinte é a matriz celular, composta sobretudo por proteínas fibrilares e substância fundamental. As células do tecido conjuntivo estão dispersas dentro da matriz extracelular. 
As proteínas fibrilares são: Colágeno e elastina.
O colágeno é o tipo mais abundante e o principal componente das fibras colágenas, que confere resistência ao tecido. A elastina é o principal componente das fibras elásticas, conferindo elasticidade. Na polpa, as fibras elásticas estão distribuídas apenas nos vasos sanguíneos maiores. 
A substancia fundamental é responsável principalmente pela viscoelasticidade e pela função de filtração do tecido conjuntivo.
Os fibroblastos são as principais células do tecido conjuntivo, sendo responsáveis pela degradação dos elementos extracelulares, sendo essenciais na remodelação do tecido. Outros elementos são as células de defesa do sangue, tais como macrófagos, que tem a função de lidar com as infecções. 
Tecido conjuntivo frouxo: é rico em substancia fundamental e contem menos fibras.
Tecido conjuntivo denso: poucas células e predominância de fibras colágenas. 
A polpa dentaria é um tecido conjuntivo frouxo
 Organização estrutural da polpa 
Uma camada de odontoblastos circunscrevem a maior parte da superfície externa da polpa. Eles formam uma camada única, que reveste a porção periférica da polpa com os corpos celulares na polpa e os longos processos citoplasmáticos, o processo odontoblastico se estendendo dentro dos túbulos dentinários. Na camada odontoblastica existe uma rede capilar, chamada de rede capilar terminal. Também há fibras nervosas, oriundas do plexo de Raschkow. Nesta camada há células dendríticas que podem ser responsáveis pela detecção de estímulos. As fibras de Korff são estruturas fibrosas interodontoblasticas também presentes nessa camada. 
Abaixo da camada odontoblastica está a zona de Weil, ou zona livre de células. Nesta zona encontram-se uma rede de fibras nervosas amielínicas, vasos sanguíneos e fibroblastos. 
Abaixo da zona de Weil encontra-se a zona rica em células, que é constituída basicamente por fibroblastos, células mesenquimaticas indiferenciadas, células de defesa (macrófagos e linfócitos), capilares sanguíneos e nervos. 
 A seguir encontra-se a massa de tecido conjuntivo central, conhecida como polpa central ou núcleo pulpar. Esta zona contém fibroblastos, vasos sanguíneos maiores e nervos. Células mesenquimais indiferenciadas, macrófagos. 
 A polpa como componente de tecido frouxo do complexo dentinopulpar
Funções integradas entre polpa e dentina:
1) A polpa é capaz de elaborar as dentinas fisiológicas e de resposta a um estimulo externo;
2) A polpa transporta nervos que conferem sensibilidade à dentina;
3) O tecido conjuntivo pulpar é capaz de responder às agressões dentinárias;
4) Seu confinamento na dentina cria um ambiente de baixa tolerância, o qual influencia no potencial de defesa da polpa. 
 Funções da polpa dentária 
As principais funções da polpa são: formadora, nutritiva, defesa e indutora.
- A função formadora corresponde ao desenvolvimento dental, no qual os odontoblastos formam a dentina;
- A função nutritiva são as células da polpa que nutrem o tecido (nutrem a dentina pois se trata de um tecido avascular);
- A função defensora ocorre frente a eventos como cáries, abrasões e traumas. Em algumas circunstâncias a polpa irá reagir produzindo traumas, dentina terciária e a inflamação;
- A função indutora ocorre através dos odontoblastos, induzindo os ameloblastos a formarem esmalte;

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