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Biologia Pulpar e Perirradicular

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Stefanny Santana Wolff - cirurgiã dentista - Pós graduanda em endodontia
Complexo dentino-pulpar•
A polpa e a dentina formam a verdadeira unidade 
biológica, conhecida como complexo dentino-pulpar 
por seus aspectos embrionários, estruturais e 
funcionais. Embriologicamente, dentina e polpa se 
originam da papila dental. Estruturalmente os corpos 
dos odontoblastos se localizam no interior dos 
túbulos dentinários, percorrendo a grande extensão 
da dentina; funcionalmente, os odontoblastos são 
responsáveis pela formação e manutenção da 
dentina, que, por sua vez são consideradas uma 
estrutura integrada, denominada complexo dentino-
pulpar
Origem-
Esmalte - órgão do esmalte
Dentina - papila dentária
Polpa dental - papila dentária
Cemento, ligamento periodontal e osso 
alveolar - folículo dentário
A dentina e a polpa são tecidos que estão 
intimamente ligados em relação à anatomia e 
fisiologia, e por isso são considerados um complexo -
complexo dentino-pulpar. O esmalte e o cemento 
agem como camadas protetoras naturais.
A polpa dental pode ser anatomicamente dividida 
como coronária (porção do tecido presente na 
câmara pulpar) e radicular (porção presente no 
canal radicular). A polpa dental conecta-se com o 
ligamento periodontal diretamente através dos 
forames apical (is) e lateral (is). Consequentemente, 
alterações patológicas no tecido pulpar pode afetar, 
por extensão, os tecidos perirradiculares (ligamento 
periodontal, osso alveolar e cemento.)
Características Gerais•
A dentina constitui o tecido mineralizado que forma 
o maior volume do dente. A porção coronária é 
recoberta por uma camada de esmalte, e a região 
radicular é revestida pelo cemento. Interiormente, a 
dentina delimita uma cavidade que contém a polpa 
dental.
A dentina é menos mineralizado do que o esmalte e 
mais mineralizado do que o osso e o cemento. 
A elasticidade da dentina compensa a rigidez do 
esmalte, evitando que ele frature ao amortecer os 
impactos mastigatórios. Sua permeabilidade é outra 
característica, pois a presença dos túbulos 
dentinários permite a penetração relativamente 
fácil de elementos externos tais como 
microorganismos
A cavidade pulpar é dividia em câmara pulpar 
coronária e canais radiculares. A forma da câmara 
corresponde à da coroa do dente, com extensões 
para as extremidades incisais e topos das cúspides. 
Essas extensos contém os cornos pulpares. 
A camada de dentina oclusal forma o teto da 
câmara pulpar. Em dentes multirradiculares, a 
dentina inter-radicular forma o assoalho da câmara 
pulpar. 
A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo de 
consistência gelatinosa que, no forame apical, se 
comunica com os tecidos periodontais. Por estar 
alojada em uma rígida estrutura calcificada, a polpa 
não pode expandir-se, e assim, quando inflamada, 
desencadeia um processo doloroso com 
características que, muitas vezes, podem indicar o 
grau de comprometimento pulpar
Os forames apicais de dentes recém erupcionados 
são amplamente abertos, e tardiamente, com a 
completa formação do ápice, tornam-se mais 
estreitos. 
O tamanho e direção dos canais próximos ao ápice 
são determinados pelo curso e arranjo dos vasos 
sanguíneos que entram e saem da polpa
 Página 1 de Endodontia 
Estrutura do Complexo dentino-pulpar•
A dentina é o tecido responsável pelo maior volume do 
dente
Composição:
70% material inorgânico
10% água
20% matriz orgânica (principalmente colágeno)
A dentina funciona como "amortecedor" do esmalte, 
pois compensa a rigidez desse através da sua 
elasticidade, evitando que ela venha a fraturar
Dentina primária: depositada durante a formação 
fisiológica do dente. A dentina do manto e a 
dentina circumpulpar, que se formam até o 
fechamento do ápice radicular, constituem a 
dentina primária.
-
Dentina do manto: é a primeira dentina a ser 
formada pelos odontoblastos recém 
diferenciados e está localizada imediatamente 
abaixo do esmalte e cemento. Espessas fibras de 
colágeno dispostas de forma ordenada e regular 
formam a matriz orgânica. A dentina do manto, 
menos calcificada que a circumpulpar, contém as 
ramificações terminais dos túbulos dentinários e, 
por isso, eles são numerosos nessas localizações
-
Dentina circumpulpar: A mineralização da dentina 
começa na dentina do manto a partir de 
vesículas de matriz. Em seguida, a mineralização 
progride para as fibras colágenas e forma-se 
glóbulos de calcificação, que coalescem deixando 
pequenas regiões de dentina interglobular com 
áreas hipomineralizadas. Após a mineralização da 
dentina do manto, os odontoblastos começam a 
se deslocar centripetamente e a depositar a 
dentina circumpulpar, que constituem o maior 
volume do dente e se estende ate a pré-dentina. 
O processo de mineralização torna-se mais 
regular, e as regiões interglobulares, menos 
evidente
-
Existe vários tipos de dentina:
Embriologia do complexo dentino pulpar•
O dente deriva de dois tipos de tecido embrionários 
básicos: ectoderma e ectomesêquima
Ectoderma: origina o esmalte
Ectomesênquima: origina a dentina, a polpa e os 
tecidos periodontais
Durante o processo de formação do dente, haverá 
a diferenciação desses tecidos, que inclui o 
espessamento do ectoderma oral, formação da 
lâmina dentária, e então o desenvolvimento 
dentário, que é divido em 3 estágios, denominados 
de acordo com o desenvolvimento do germe 
dentário: fase de botão, capuz e campânula
Na fase de campânula, o tecido localizado dentro 
da invaginação é conhecido por papila dentária e 
será responsável por originar dentina e polpa
Os tecidos periodontais são originários do 
ectomesênquima que envolve o órgão do esmalte e 
a papila dentária e forma o folículo (ou saco) 
dentário
Resumindo:
1. o esmalte dentário é originado pelo órgão do 
esmalte, que por sua vez, tem sua origem de um 
tecido ectodérmico.
2. a dentina e polpa dental são formadas pela 
papila dentária, na fase de campânula, que tem 
origem de um tecido ectomesenquimal 
(ectomesênquima).
3. O cemento, ligamento periodontal e osso 
alveolar, são formadas pelo folículo dentário, que 
também tem origem do ectomesênquima
 Página 2 de Endodontia 
Dentina intratubular (peritubular): reveste o interior 
dos túbulos dentinários
-
Os túbulos dentinários estão limitados por uma 
parede denominada dentina intratubular altamente 
mineralizada e nitidamente demarcada pela dentina 
intertubular. As regiões dentinárias submetidas a 
estímulos persistentes e não muito graves como as 
cáries de evolução lenta, podem aumentara 
quantidade de dentina intratubular, chegando a 
obliterar totalmente os túbulos. Essa dentina de 
aparência cristalina é chamada de esclerosada ou 
translúcida.
Pessoas com mais idade desenvolvem a denominada 
dentina esclerosada fisiológica. Que se forma pela 
obliteração e mineralização dos túbulos da dentina 
radicular, especialmente na região apical. A dentina 
fisiológica não está relacionada com um estimulo 
externo que possa ser identificado.
Quando a dentina é afetada por uma lesão 
relativamente intensa, os odontoblastos se defendem 
retraindo seus prolongamentos e deixando os túbulos 
vazios. Essa dentina é chamada de opaca e contém 
tratos mortos ou desvitalizados
Dentina esclerosada: caracterizada pela obliteração 
total ou parcial dos túbulos dentinários
Linhas incrementais de crescimento
A dentina cresce continuamente por aposição. Esse 
tipo de crescimento determina as linhas 
incrementais. As linhas maiores são as linhas de 
contorno de Owen e as menores são as linhas de 
Von Abner
Dentina secundária: também é depositada 
fisiologicamente, após a raiz estar formada e o ápice 
ter alcançado estágio final de desenvolvimento
-
A dentina secundária se deposita mais lentamente do 
que a dentina primária e sua produção continua 
durante toda a vida do dente. 
A dentina secundária se forma por dentro da 
dentina circumpulpar em toda a periferia da câmara 
pulpar. Sua deposição diminui progressivamente o 
tamanho da câmara pulpar e , consequentemente,diminui número de odontoblastos por mecanismos de 
apoptose
Túbulos dentinários: Estão presentes em toda a 
extensão da dentina, tendo seu diâmetro maior 
voltado para a polpa, e a menor para periferia. São 
estruturas cilíndricas delgadas que se estendem 
por toda a espessura da dentina desde a polpa até 
a união amelodentinária ou cementodentinária. Os 
túbulos são formados por uma parede de dentina e 
dentro deles se encontram líquido tecidual (fluído 
dentinário) e o prolongamento principal dos 
odontoblastos (processo odontoblástico).
-
Os túbulos dentinários ramificam-se em um sistema 
canalicular com diferentes diâmetros e numerosas 
anastomoses As ramificações de maior diâmetro 
são as ramificações terminais dos túbulos e 
ocorrem com maior frequência na dentina radicular 
do que na dentina coronária.
A natureza tubular da dentina torna esse tecido 
permeável, favorecendo o desenvolvimento de 
processos cariosos e acentuando a resposta da 
polpa aos procedimentos restauradores. 
Principal função e importância
Permeabilidade e sensibilidade
A permeabilidade permite que qualquer material 
aplicado à dentina possa atingir a polpa.
Quanto a sensibilidade dentinária, a teoria mais 
aceita é a hidrodinâmica, que considera que os 
estímulos possam induzir a movimentação do fluído 
dentinário no interior dos túbulos, seja em direção a 
polpa ou em direção a periferia.. Esses estímulos 
causam dor, seja qual for sua origem (calor, frio, 
mastigação, doces, jatos de ar, etc).
Conteúdo dos túbulos
O revestimento dos túbulos dentinários é 
constituído por um material orgânico e 
hipomineralizado, denominado lamina limitante. Os 
processos odontoblásticos no interior dos túbulos 
dentinários são circundados por um espaço 
preenchido pelo fluído dentinário e alguns 
constituintes orgânicos como fibras colágenas 
Dentina intertubular: circunda a dentina intratubular 
(constitui grande parte da massa dentinária)
-
A dentina intertubular se distribui entre os túbulos 
dentinários e, fundamentalmente, é formada por 
fibras de colágeno que constituem um amalha 
fibrilar na qual se depositam os cristais de 
hidroxiapatita. Essa matriz constitui a matéria 
orgânica da dentina
 Página 3 de Endodontia 
Dentina interglobular: Os espaços 
interglobulares, de tamanhos variavéis, são 
áreas que se formam por defeito da 
mineralização da dentina devido a falta de 
fusão dos calcosferitos ou glóbulos de 
mineralização. 
-
Dentina terciária: A dentina terciária é a que se 
forma mais internamente, alterando a 
morfologia da câmara pulpar nas regiões onde 
existe um estímulo localizado (formada em 
resposta a estímulos externos). Esse tipo de 
dentina é produzida pelas células diretamente 
relacionadas com o estímulo nocivo, formando 
uma barreira entre a polpa e o local afetado.
-
Pode ser caracterizada em reacional ou 
reparadora.
> Dentina reacional formada por odontoblastos 
que sobreviveram à injuria e exibem túbulos 
contínuos com a dentina secundária
> Dentina reparadora: formada por células 
recém-diferenciadas, semelhante aos 
odontoblastos, que substituem os odontoblastos 
originais que foram destruídos pelo estímulo. 
Nessa dentina, os túbulos não são contínuos 
com os da dentina secundária
A quantidade e a qualidade de dentina terciária que se 
produz dependem da duração e da intensidade do 
estímulo; quanto mais acentuados esses fatores, mais 
rápida e irregular será a aposição de dentina. Por 
exemplo, as cáries extensas que se desenvolvem 
rapidamente podem induzir a formação de dentina 
terciária com padrão tubular irregular e, com 
frequência, odontoblastos ficam incluídos no material 
mineralizado caracterizando a chamada osteodentina.
Pré-dentina: é uma camada de dentina não 
mineralizada, localizada entre a camada 
odontoblástica e a dentina mineralizada 
(circumpulpar). É constituída pelos 
prolongamentos citoplasmáticos, acompanhados 
pelas fibras nervosas amielínicas e matriz 
orgânica dentinária. A função da pré-dentina é 
evitar que ocorra reabsorção pelo contato 
entre a polpa a dentina mineralizada
-
Polpa Dental•
A polpa é um tecido conjuntivo frouxo, ricamente 
vascularizado e inervado. As principais células da 
polpa são odontoblastos, fibroblastos, 
ectomesenquimais indiferenciadas e macrófagos
Suas principais funções são:
Formativa (odontoblastos)
Sensitiva (inervação sensorial)
Nutritiva (vascularização pulpar)
Defensiva (produção de dentina terciária e/ou 
esclerosada; dentes com polpas sadias são 
bastante resistentes à infecção bacteriana)
Odontoblastos são células especializadas do tecido 
pulpar localizadas na periferia desse tecido e 
adjacente à pré-dentina 
(mais características do complexo dentinopulpar) Na 
região coronária as células são maiores e mais 
numerosas do que na região radicular. 
-
O odontoblasto maduro é uma célula altamente 
diferenciada que perde a capacidade de se dividir. 
Os novos odontoblastos que se formam nos 
processos reparadores da dentina se originam de 
células ectomesenquimais.
Os fibroblastos são as células mais numerosas do 
tecido conjuntivo pulpar, especialmente na região 
coronária onde formam uma camada altamente 
celularizada. É responsável pela produção e a 
manutenção do colágeno. Estas células podem se 
diferenciar em células semelhantes a odontoblastos 
em resposta a injuria e a estimulação
-
Células ectomesenquimais (células ectomesenquimais 
indiferenciadas) derivam-se do ectoderma e da 
crista neural. Constituem as células de reserva da 
polpa pela sua capacidade de se diferenciar em 
novos odontoblastos ou fibroblastos, de acordo com 
o estímulo atuante. 
-
O número de células ectomesenquimais diminui com 
a idade
Macrofágos: são células que participam do 
mecanismo de defesa e pertencem ao sistema 
fagócito mononuclear e, como tal, originam-se dos 
monócitos
-
 Página 4 de Endodontia 
Outras células do tecido pulpar•
Ao serem examinados os componentes da polpa 
humana, outros tipos celulares podem ser 
identificados, como células dendríticas, linfócitos, 
plasmócitos e, ocasionalmente, eosinófilos e 
mastócitos. Essas células são bem observadas nos 
processos inflamatórios. 
Células dendríticas são células apresentadores de 
antígenos que estão posicionadas estrategicamente 
na região odontoblástica e próximas aos vasos 
sanguíneos como parte do mecanismos de vigilância 
imunológica.
-
A polpa possui linfócitos T que participam da 
resposta imunológica inicial, ativados pela presença 
de antígenos provenientes da cárie, e liberam 
citocinas, provocando a vasodilatação pulpar. 
Provavelmente, esse mecanismo permite a 
migração de linfócitos B da corrente sanguínea até 
o tecido pulpar. Os linfócitos B se diferenciam em 
plasmócitos e elaboram anticorpos específicos para 
os antígenos que desencadearam a resposta 
inflamatória
-
Os mastócitos atuam nos processos inflamatórios 
que acometam a polpa liberando histamina, 
aumentando a permeabilidade dos vasos e 
produzindo edema
-
Fibras Colágenas: Colágenos tipo I e III 
correspondem à maioria total de colágeno do 
tecido pulpar. (colágeno tipo I constitui 60%do 
colágeno encontrado na polpa)
A.
Fibras reticularesB.
Fibras elásticasC.
Fibras-
Substância fundamental•
A substância fundamental constitui um meio de 
transporte pelo qual as células recebemos 
nutrientes do sangue arterial, e os produtos que 
devem ser eliminados são transportados até a 
circulação aferente. Na substância fundamental do 
tecido pulpar de dentes recém erupcionados o 
componente predominante é o sulfato de dermatan. 
No tecido pulpar de dentes maduros, o ácido 
hialurônico é o componente essencial.
.
O ácido hialurônico confere viscosidade e coesão à 
polpa, tornando-a um tecido conjuntivo gelatinoso que 
estão em maior quantidade na região apical, 
permitindo extirpar a polpa sem rompimento durante 
procedimento endodônticos. Além disso o ácido 
hialurônico é encarregado de manter a fluidez e a 
permeabilidade da substância fundamental, regular o 
transportede metabolitos e impedir ou pelo menos 
retardara difusão de micro-organismos
Camadas topográficas da polpa•
Camada odontoblástica: é constituída apenas 
pelo corpo dos odontoblastos, já seus 
prolongamentos permanecem dentro dos 
túbulos dentinários
-
Camada subodontoblástica ou pobre em células: 
também denominada camada de Weil, 
geralmente é bem definida na região coronária 
dos dentes recém erupcionados. Porém pode 
estar ausente na região radicular. Essa camada 
é atravessada por numerosos prolongamentos 
das células adjacentes, que se ramificam e 
estabelecem contatos com os odontoblastos. 
Nela se encontram o plexo capilar 
subodontoblástico e o plexo nervoso de 
Raschkow
-
Camada rica em células: caracteriza-se pela 
alta densidade celular, destaca-se as células 
ectomesenquimais indiferenciadas. Fibroblastos 
também estão presentes, quase todas em 
estado de repouso. As células emitem 
prolongamentos para a camada acelular e para 
a região central da polpa
-
Região central da polpa: é formada por tecido 
conjuntivo frouxo, diferentes tipos celulares, 
escassas fibras em uma matriz amorfa e 
abundantes vasos e nervos As células 
principais são os fibroblastos, que podem estar 
ativos ou em repouso. Células 
ectomesenquimais indiferenciadas e 
macrófagos perivascualres.
-
Estruturalmente, a polpa se divide em quatro regiões 
distintas
 Página 5 de Endodontia 
Vasos sanguíneos-
Vascularização 
Devido ao seu reduzido tamanho, a polpa possui vasos 
sanguíneos de pequeno calibre. Os vasos sanguíneos 
entram e deixam a polpa pelo forame apical e 
forames acessórios acompanhados de fibras 
nervosas sensitivas e simpáticas. Na região coronária, 
os vasos se ramificam, diminuem o calibre e formam 
o plexo capilar subodontoblástico. Essa extensa rede 
de capilar localiza-se na camada pobre em células 
com a função de nutrir os odontoblastos. As artérias 
estão localizadas mais perificamente, enquanto as 
vênulas se localizam mais centralmente
Vasos linfáticos-
Os estudos da polpa indicam que a vitalidade do dente 
depende de sua microcirculação em maior grau do 
que seu mecanismo sensitivo.
As investigações mais recentes indicam que existem 
numerosos vasos linfáticosna região central da polpa 
e, em menor quantidade, na sua periferia, próximo a 
camada odontoblástica
Os vasos linfáticos deixam a polpa deixam a polpa 
radicular acompanhados de nervos e vasos 
sanguíneos pelo forame apical para drenar os vasos 
linfáticos maiores do ligamento periodontal. Nos 
dentes anteriores, os vasos linfáticos drenam até os 
gânglios linfáticos submentonianos e, nos dentes 
posteriores, drenam até os gânglios linfáticos 
submandibulares e cervicais profundos.
Inervação
O tecido pulpar se caracteriza por ter uma inervação 
sensitiva e autônoma. As fibras nervosas chegam na 
polpa acompanhando os vasos sanguíneos aferentes 
através do forame apical e são constituídas por 
fibras nervosas sensitivas mielínicas (tipo A) e 
amielínicas (tipo C), além de fibras simpáticas. 
As fibras nervosas simpáticas são fibras de 
condução lenta, provenientes do gânglio cervical 
superior, que controlam o calibre arteriolar (função 
vasomotora). 
As fibras nervosas sensitivas constituídas pelos 
aferentes sensoriais do trigêmeo (V par do nervo 
craniano) são responsáveis pela transmissão da dor. 
As fibras mielínicas sensitiva são tipo A, localizadas na 
periferia da polpa, são responsáveis pela dor aguda 
pulsátil, típica da estimulação dentinária.
As fibras amielínicas sensitivas do tipo C, localizadas 
profundamente na polpa, são responsáveis pela dor 
excruciante e difusa da polpa, típica de pulpite 
irreversível sintomática
Permeabilidade e sensibilidade•
A estrutura tubular garante à dentina duas 
propriedades importantes: permeabilidade e 
sensibilidade
Por causa da permeabilidade, qualquer substância 
aplicada à dentina tem o potencial de atingir e afetar a 
polpa
Reação do complexo dentino-pulpar á cárie•
A sensibilidade dentinária também está relacionada 
com a presença de túbulos. A teoria mais aceita é a 
hidrodinâmica. Essa teoria considera que estímulos 
externos atuam na dentina, induzindo o movimento 
abrupto do fluído dentinário no interior dos túbulos, 
seja em direção à polpa ou e direção à periferia, 
dependendo do estímulo. O rápido deslocamento do 
estímulo, que provoca dor, como os estímulos teóricos 
(calor e frio), mecânicos (mastigação e sondagem), 
osmóticos (doces) e evaporativos (jato de ar) 
provocam o deslocamento de odontoblastos e a 
deformação mecânica direta das terminações 
nervosas sensoriais de baixo limiar, que se encontram 
próximos aos odontoblastos nos túbulos ou na camada 
odontoblástica adjacente. Em decorrência da 
deformação, essas fibras são ativadas, provocando 
dor.
Redução da permeabilidade dentináriaI.
Formação de dentina terciáriaII.
Resposta imuneIII.
Quando sofre agressão, a polpa responde. A cárie é a 
causa mais comum de agressão ao complexo dentino-
pulpar, e através dos túbulos dentinários, os produtos 
e as toxinas bacterianas podem alcançar a polpa 
dental. Os principais mecanismos de resposta pulpar à 
agressão são:
As duas primeiras reações envolvem a dentina e são 
realizadas para reforçar as barreiras contra a invasão 
bacteriana, proporcionado proteção adicional a polpa. 
Todas as três reações podem se desenvolver 
simultaneamente e apresentam intensidade 
diretamente proporcional a intensidade da agressão 
causada pelo avanço do processo carioso. Como a cárie 
pode progredir rápida e lentamente, ou ainda pode se 
tornar inativa, a reação do complexo dentino-pulpar irá 
variar de acordo com cada situação.
 Página 6 de Endodontia 
redução da permeabilidade dentinária-
Formação de dentina terciaria -
Em dentes com a polpa vital, o movimento do fluido 
dentinário em direção externa e a presença de 
conteúdo tubular vital influenciam a permeabilidade 
dentinária e podem retardar a invasão bacteriana 
intratubular. Além disso a polpa pode fazer com que a 
dentina exposta se torne anda menos permeável 
através do aumento ao fluxo de fluidos para o 
exterior, da indução do revestimento dos túbulos com 
proteínas plásmaticas e produção de dentina 
esclerosada.. A produção de dentina esclerosada pode 
estar presente em até 95% dos dentes em processo 
carioso
Outro importante mecanismo de proteção pulpar 
contra a invasão bacteriana é a formação de dentina 
terciária. Este mecanismo pode ser encarado como 
uma forma da polpa recuar em resposta ao avanço 
da lesão cariosa da dentina, retardando a exposição. A 
dentina terciária pode ser reacional ou reparadora. 
Em casos de estímulos suaves/moderados, não há 
morte dos odontoblastos, e estes conseguem produzir 
dentina reacional, porém, quando o estímulo é 
agressivo, pode haver morte dos odontoblastos, e a 
partir das células recém-formadas e originadas de 
células tronco-mesenquimais indiferenciadas. Será 
formada a dentina reparadora
Uma lesão de cárie superficial e/ou progressão lenta 
resulta em estímulo irritante leve que estimula a 
produção de dentina reacional. 
Uma lesão de cárie profunda e/ou progressão rápida 
resulta em estímulo irritante tenso que pode causar a 
morte dos odontoblastos primários e a produção de 
dentina reparadora. 
Resposta imune - inflamação inicial -
Como qualquer outro tecido conjuntivo do corpo a 
polpa dental responde à injuria tecidual por meio da 
inflamação. As bactérias do biofilme da cárie 
representam a fonte mais comum de antígenos e 
agressão a polpa. A inflamação pulpar se desenvolve 
como uma resposta de baixa intensidade as bactérias 
e seus produtos em lesões cariosas, muito antes da 
polpa se tornar diretamente exposta e infectada.
Algumas alterações inflamatórias são observadas a 
região pulpar subjacente aos túbulos afetados, tão 
logo o processo carioso destrua o esmalte e alcance a 
dentina. Produtos bacterianos se diluem no fluido 
dentinário e percorrem toda a extensão tubular até 
atingir a polpa e induzir uma respostainflamatório. A 
inflamação pulpar inicial em resposta à cárie envolve o 
acúmulo focal de células inflamatórias crônicas abaixo 
da dentina afetada. 
Os odontoblastos, por serem s células localizadas mais 
na região periférica da polpa, são as primeiras células 
a entram em contato com os produtos bacterianos e, 
devido a isso, acabam liberando moléculas pró-
inflamatórias que recrutam células de defesa para a 
região pulpar subjacente a dentina afetada. À medida 
que a cárie avança em direção a polpa, a densidade de 
infiltrado inflamatório crônico, no tecido pulpar, 
aumenta. 
A extensão da inflamação pulpar em resposta à cárie 
depende da profundidade da invasão bacteriana 
intratubular, da virulência bacteriana, da duração do 
processo de doença e do grau em que a 
permeabilidade dentinária foi reduzida. Em relação a 
profundidade da lesão cariosa, tem sido verificada que, 
quando a distância entre o biofilme da cárie e a polpa 
é maior que 1mm, a intensidade da inflamação pulpar é 
quase insignificante. Conforme o biofilme avança e fica 
a uma distância de 0,5mmda polpa, a inflamação 
aumenta significativamente e se torna ainda mais 
severa quando a dentina terciária formada abaixo da 
cárie é invadida por bactérias. 
A polpa, sob uma lesão cariosa, raramente sofre 
alterações deletérias significativas devido à inflamação, 
enquanto a cárie estiver confinada a dentina. Nesses 
casos, a inflamação pulpar (pulpite) frequentemente é 
considerada reversível, uma vez que a cárie for 
removida ou tornar-se inativa, ocorre o reparo 
tecidual e a polpa volta ao estado normal. 
 Página 7 de Endodontia 
Os tecido perirradiculares normais•
Os tecidos perirradiculares compreendem o cemento, 
o ligamento periodontal e o osso alveolar. A região 
perirradicular que circunda o terço apical da raiz é 
usualmente referida como "periápice" ou "tecido 
periapical"
Ligamento periodontal-
O ligamento periodontal é um tecido conjuntivo tendo 
como sua função principal sustentar o alvéolo, 
tornando possível que ele resista às cargas de 
compressão consideráveis decorrentes da mastigação. 
Também atua como receptor sensorial indispensável 
para o posicionamento adequada da maxila e da 
mandíbular durante a função normal
Cemento-
Tecido conjuntivo duro que recobre a raiz dentária. A 
sua principal função é fornecer uma superfície de 
contato para as fibras do ligamento periodontal. 
Diferentemente do osso, o cemento não tem sua 
própria vascularização e geralmente é mais 
resistente a reabsorção
A deposição de cemento ao redor do forame apical, 
frequentemente, pode ser observada em resposta ao 
tratamento endodôntico.
Osso alveolar-
A porção da maxila e da mandíbula que contém os 
dentes e os álveolos nos quais eles estão inseridos é 
chamado é chamado de processo alveolar. O osso 
alveolar é constituído de uma tábua cortical externa 
de osso compacto (vestibular, lingual e palatina) um 
centro esponjoso (compartimento constituído de osso 
trabecular) e o osso que reveste o alvéolo.
O osso alveolar promove a fixação das fibras do 
ligamento periodontal e é perfuradopor numerosos 
orifícios que dão passagem aos vasos e nervos. Por 
essa razão , são também conhecidos como lâmina 
cribiforme
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