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MÓDULO 5: Deformação dos metais. Deformação elástica. Deformação plástica. Propriedades dos materiais deformados plasticamente. Recuperação, Recristalização e crescimento de grão. Deformação Elástica O grau até onde uma estrutura se deforma depende da magnitude de uma tensão imposta. Para muitos metais que são tracionados em relativamente baixos níveis de tensão, a tensão e a deformação são proporcionais entre si através de uma correlação: = E. Esta correlação é conhecida como a lei de Hooke onde e a tensão que a peça e submetida, é a deformação associada a tensão e a constante de proporcionalidade E é o modulo de elasticidade. O módulo de elasticidade pode ser inicialmente associado à facilidade um material ser deformado, ou seja, quanto maior for o valor do módulo de elasticidade menos deformável será o material. O processo de deformação na qual tensão e deformação são proporcionais é chamado deformação elástica; um gráfico de tensão (ordenada) versus deformação (abscissa) resulta em uma correlação linear. Deformação Plástica Quando um material é submetido a uma tensão o mesmo responderá com uma deformação, inicialmente o material responde com deformações elásticas (deformações temporárias), mas conforme a tensão é aumentada o material passa por um ponto onde não responde mais com deformações elásticas. Na medida em que o material é deformado além deste ponto, a tensão não é mais proporcional a deformação (a lei de Hooke deixa de ser válida) e ocorre deformação permanente, não recuperável, ou deformação plástica. De um ponto de vista atômico, deformação plástica corresponde ao rompimento das ligações com os átomos vizinhos e a seguir a formação de novas ligações com os novos vizinhos, uma vez que grande numero de átomos ou moléculas movem-se uma em relação umas a outras; após a remoção da tensão eles não retornam mais às suas posições originais, esse fenômeno e conhecido como escoamento. Os materiais podem ser solicitados por tensões de compressão, tração ou de cisalhamento. Como a maioria dos metais são menos resistentes ao cisalhamento que à tração e compressão e como estes últimos podem ser decompostos em componentes de cisalhamento, pode-se dizer que os metais se deformam pelo cisalhamento plástico ou pelo escorregamento de um plano cristalino em relação ao outro. O escorregamento de planos atômicos envolve o movimento de discordâncias Em uma escala microscópica a deformação plástica é o resultado do movimento dos átomos devido à tensão aplicada. Durante este processo ligações são quebradas e outras refeitas. Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente envolve o escorregamento de planos atômicos, o movimento de discordâncias e a formação de maclas. Então, a formação e movimento das discordâncias têm papel fundamental para o aumento da resistência mecânica em muitos materiais. A resistência mecânica pode ser aumentada restringindo-se o movimento das discordâncias Mecanismos de aumento de resistência mecânica: Aumento da resistência por adição de elemento de liga (formação de solução sólida ou precipitação de fases). Quando um átomo de uma impureza esta presente, o movimento da discordância fica restringido, ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que continue havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas de metais são sempre mais resistentes que seus metais puros constituintes. Aumento da resistência por redução do tamanho de grão O contorno de grão funciona como uma barreira para a continuação do movimento das discordâncias devido às diferentes orientações presentes e também devido às inúmeras descontinuidades presentes no contorno de grão. Dependência da tensão de escoamento com o tamanho de grão: 1. σesc = σo + Ke.(d)-1/2 2. Equação de Hall-Petch 3. σo e Ke são constantes 4. d= tamanho de grão Essa equação não é válida para grãos muito grosseiros ou muito pequenos. Aumento da resistência por encruamento. 1. É o fenômeno no qual um material endurece devido à deformação plástica (realizado pelo trabalho a frio) 2. Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de discordâncias e imperfeições promovidas pela deformação, que impedem o escorregamento dos planos atômicos. 3. À medida que se aumenta o encruamento maior é a força necessária para produzir uma maior deformação 4. O encruamento pode ser removido por tratamento térmico (recristalização). Temperatura de recristalização 1. A temperatura de recristalização é dependente do tempo. 2. A temperatura de recristalização está entre 1/3 e ½ da temperatura de fusão. Temperaturas de recristalização 1. Chumbo - 4°C 2. Estanho - 4°C 3. Zinco 10°C 4. Alumínio de alta pureza 80°C 5. Cobre de alta pureza 120°C 6. Latão 60-40 475°C 7. Níquel 370°C 8. Ferro 450°C 9. Tungstênio 1200°C Exercícios 1. Qual a influência das discordâncias no aumento da resistência mecânica em metais? Resp.: Como nos sólidos cristalinos a deformação plástica envolve a movimentação de discordâncias e escorregamento de planos atômicos, ao se restringir a movimentação das discordâncias provoca-se um aumento na resistência mecânica
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