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1. Márcia está pleiteando uma vaga de trabalho e uma das provas é de design de fármacos, em que é preciso projetar uma droga capaz de mimetizar o efeito dos hormônios tireoidianos. Os testes para avaliar a eficiência da droga serão feitos a partir das concentrações de TSH no plasma do modelo computacional usado. Cite um dos conceitos que Márcia deve ter em mente e como é possível avaliar a eficiência dessa droga pela concentração de TSH? A primeira coisa que Márcia precisa saber é o efeito dos hormônios tireoidianos sobre o metabolismo. (PÁG. 14) A eficiência da droga será avaliada a partir das concentrações de TSH, pois a produção desse hormônio está diretamente relacionada à concentração de T3 e T4, devido aos mecanismos de feedback negativo. Sendo assim, se for constatado que a concentração de TSH é baixa no sangue, pode-se dizer que a droga é eficiente, porque teve efeito semelhante ao do T3 e T4. 2. O controle de glicemia, tanto no jejum, como um estado alimentado, é um aspecto fundamental para o funcionamento adequado do nosso organismo. Vários órgãos e tecidos participam desse controle de distintas formas sobre isso é CORRETO afirmar: a. A captação de glicose pelo músculo esquelético, independente de insulina, é essencial para a queda de glicemia no estado alimentado. Essa afirmação está errada pois o músculo esquelético depende de insulina para captar glicose. b. Neurônios e hemácias são exemplos de células que consomem, exclusivamente, glicose em condições normais de metabolismo e que por isso mesmo, dependem da ação constante da insulina. Essa afirmação está errada, pois os neurônios e hemácias não dependem da ação da insulina para captar glicose, justamente por consumirem exclusivamente glicose. c. Nos tecidos que dependem da insulina, a captação de glicose se dá pela inserção de transportadores GLUT 4 na membrana celular. Essa afirmação está correta pois os transportadores GLUT-4 são os mais eficientes no que se refere a captação de glicose. Não existem apenas transportadores GLUT-4 nos tecidos dependentes de insulina. No estado de jejum, por exemplo, os transportadores atuantes são GLUT-1 (para que a captação de glicose não seja exacerbada). Porém o enunciado fala sobre o controle da glicemia, o qual depende de um transportador mais eficiente, portanto a captação pelo GLUT-1 não colabora para o controle da glicemia, esse controle é feito pelo GLUT-4. d. Fígado e músculo esquelético fornecem a glicose para o sangue a partir da quebra de glicogênio durante uma situação de jejum. Essa afirmação está errada. Apesar do fígado e músculo esquelético armazenarem glicose em forma de glicogênio, o músculo não fornece glicose para o sangue porque as células musculares não possuem enzimas capazes que realizar glicogenólise (conversão de glicogênio em glicose). Já o fígado é capaz de fazer glicogenólise, inclusive é a primeira fonte de produção de glicose no estado de jejum. 3. O sistema endócrino, a exemplo do sistema nervoso, regula a função de outros sistemas através da ação de hormônios, que podem ser moléculas peptídicas, derivadas do colesterol ou de aminoácidos. Essa constituição química é um dos determinantes dos vários aspectos da ação das moléculas sobre as células. A esse respeito é ERRADO dizer que: a. Os hormônios tireoidianos mesmo sendo derivados de um aminoácido são lipossolúveis e, portanto se ligam em receptores nucleares. *Essa afirmação está CORRETA, pois os hormônios tireoidianos realmente são derivados de um aminoácido. Síntese de hormônios tireoidianos: Os hormônios tireoidianos são produzidos pelas células foliculares da glândula tireóide, mais precisamente no interior oco dos folículos constituído de glicoproteínas, denominado de colóide. Entretanto são secretados na corrente sanguínea pelas células foliculares. São derivados de um único aminoácido, a tirosina. Esses hormônios possuem duas tirosinas + 4 átomos de iodo. A síntese de T3 (tri-iodotironina) e T4 (tetra-iodotironina), possui participação de proteínas secretadas na própria glândula: TGO (tireoglobulina) e TPO (tireoperoxidase). A TGO é a cadeia de aminoácidos na qual as moléculas de iodo e tirosina irão se ligar e serão organizadas pela TPO. Nesse processo de organização podem se formar moléculas com 1 iodo + tirosina ( mono-iodotirosina: MIT) e 2 iodos + tirosina (di-iodotirosina: DIT). Essas moléculas não são funcionais e portanto serão exocitadas das células foliculares e recicladas no colóide. Os hormônios tireoidianos são lipossolúveis, ou seja, possuem afinidade pela membrana lipídica, conseguindo assim atravessá-la. Ademais seus receptores estão no núcleo celular. As moléculas de T3 e T4 são transportadas para o sangue, com o auxílio de proteínas transportadoras até as células-alvo. Todas as células possuem uma enzima (deiodinase) que retira um iodo do T4, transformando-o em T3 (isso nem sempre acontece). A molécula de T3 é encaminhada ao núcleo celular e modifica a síntese proteica de acordo com o gene. b. Hormônios peptídicos, como o glucagon, só podem desencadear seus efeitos após a ligação em seus receptores de membrana e a migração do complexo hormônio receptor para o núcleo. Essa afirmação está errada, pois hormônios peptídicos realmente possuem receptores de membrana, contudo sua constituição química é hidrossolúvel, portanto não são capazes de atravessar a membrana lipídica e migrarem ao núcleo. c. A captação de glicose pelo adipócito depende da ação de um segundo mensageiro na cascata de sinalização da insulina. Essa afirmação está correta, pois os adipócitos são células do tecido adiposo, o qual é insulino-dependente. A insulina é um hormônio peptídico, portanto é hidrossolúvel e incapaz de atravessar a membrana celular, sendo assim seus receptores são proteínas transmembrânicas e a ligação insulina-receptor causa a ativação do sistema de segundo mensageiro. d. Os peptídeos hipotalâmicos liberadores de hormônios tróficos ligam-se a seus respectivos receptores, todos na membrana de células da adenohipófise. Essa afirmação está correta pois hormônios peptídicos hipotalâmicos possuem receptores de membrana nas células da adenohipófise. Os hormônios hipotalâmicos que são depositados na neurohipófise, são produzidos por neurônios que se prolongam até a neurohipófise, portanto não se ligam em células neurohipofisárias, já que são depositados diretamente. 4. Dona Joaninha era muito magra e hipocondríaca. Tomava remédio para tudo. Joaninha ouviu dizer que tomar glicocorticóides fazia engordar e passou a tomar 30 mg de dexametasona. Depois de 15 dias, ela engordou e teve um pico de pressão. Aí se assustou e parou. 3 dias depois, passou a sentir fraqueza muscular, ter pressão baixa constante, desânimo e perda de peso. A-) Desenhe um esquema do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal de Joaninha, no décimo quinto dia da automedicação. B-) Inclua todas as informações necessárias paraa compreensão do caso. C-) Discuta o que aconteceu com Dona Joaninha e o porquê do aparecimento desses sintomas. a. b. No 15º dia de automedicação D. Joaninha teve sintomas relacionados ao excesso de glicocorticóides no organismo. O aumento da pressão e o fato de ter engordado são consequências desse excesso, sintomas parecidos com o da síndrome de Cushing. Contudo a síndrome se desenvolveria com um tempo maior de uso. c. O pico de pressão alta e ter engordado são efeitos do excesso de glicocorticóides no organismo, esses são os efeitos de primeiro momento. Os demais sintomas apresentados por D. Joaninha se referem a interrupção brusca do uso desse medicamento. Os glicocorticóides são semelhantes ao cortisol, porém com mais potência. O excesso dessa substância gerou um mecanismo de feedback negativo intenso, o qual diminuiu a concentração de CRH e ACTH e consequentemente de cortisol. Depois da interrupção o organismo ficou com as concentrações de ACTH, CRH e cortisol baixas, pois o ciclo normal demora a voltar. Isso foi o motivo dos demais sintomas como pressão baixa constante e perda de peso. 5. O eixo hipotálamo hipófise glândula alvo esteve presente em muitas de nossas aulas até aqui. Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas e nas linhas a seguir enuncie corretamente as sentenças incorretas. (V) A secreção de cortisol depende do efeito do ACTH, hormônio liberado pela adenohipófise, em resposta ao CRH hipotalâmico. (F) A circulação porta hipotálamo hipófise é o único meio de comunicação entre o hipotálamo e a hipófise. Essa afirmação está errada pois existe outro meio de comunicação entre o hipotálamo e a hipófise. Existe uma comunicação direta em que neurônios hipotalâmicos prolongam seus axônios até a hipófise e secretam hormônios diretamente. (F) Todos os peptídeos hipotalâmicos se ligam a receptores presentes no interior das células hipofisárias. Essa afirmação está errada pois, hormônios peptídicos não são lipossolúveis e portanto seus receptores são de membrana e não estão no interior da célula. Dependem do sistema de ativação do segundo mensageiro. (V) As diferentes populações de células da adenohipófise produzem diferentes tipos de hormônios tróficos. Essa afirmação está correta, pois as células da adenohipófise secretam 6 hormônios tróficos: prolactina, TSH, ACTH, hormônio do crescimento (GH), hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). (V) O feedback é um efeito do T3 sobre o hipotálamo que inibe a secreção de TRH, mas não de TSH. Essa afirmação está correta. Contudo é importante saber que o T3 e T4 possuem efeito de feedback negativo tanto no hipotálamo quanto na adenohipófise. No caso do feedback no hipotálamo, a ação se dá sobre os neurônios hipotalâmicos, assim há uma inibição da liberação de TRH. Na adenohipófise, o T3 e T4 ligam-se a receptores no interior de tireotrofos (células produtoras de TSH) e inibem a produção de TSH. 6. Considerando o que aprendemos sobre mecanismo de ação de hormônios, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas e nas linhas a seguir enuncie corretamente as sentenças incorretas. (V) A ligação da insulina faz com que a subunidade intracelular passe a ter atividade enzimática e se autofosforile. Essa afirmação está correta pois a insulina possui efeito de ativação do segundo mensageiro. O receptor da insulina é uma proteína transmembrânica, por se tratar de um hormônio hidrossolúvel. O segundo mensageiro é denominado IRS (substrato do receptor de insulina). Quando o hormônio se liga nas subunidades externas do receptor, as subunidades internas se autofosforilam e passam a fosforilar outras proteínas. Para captar mais glicose em tecidos insulino-dependentes é necessário a mobilização de outros transportadores mais potentes que o GLUT-1. Assim o 2º mensageiro favorece a migração de transportadores GLUT-4 já presente no citoplasma (em vesículas) para a membrana. Esses captam muito mais glicose. Quando a glicemia diminuir, as células beta param de produzir insulina, sem a presença desse hormônio não terão transportadores GLUT-4, essas vesículas voltam para o citoplasma e o GLUT-1 volta a captar glicose em pequenas quantidades. (F) O mecanismo de ação dos peptídeos hipotalâmicos depende da ligação desses hormônios em seus receptores presentes ora no citoplasma, ora no núcleo da célula. Hormônios peptídicos não possuem receptores no núcleo celular. (V) A importância da proteína HSP70 está no fato dessa proteína impedir que o receptor de cortisol migre do citoplasma para o núcleo. A HSP 70 e HSP 90 são proteínas intracelulares cuja função é impedir que o receptor de cortisol migre sozinho para o núcleo e inicie fatores de transcrição. (F) A ligação do T3 ao seu receptor de membrana, desencadeia a migração do complexo hormônio/receptor para núcleo. O receptor do T3 está no núcleo celular e não na membrana. A molécula de T3 entra na membrana sozinha. (V) O feedback exercido pelo T3 é um efeito desse hormônio sobre os tireotrofos inibindo a secreção de TSH, por essas células. 7. O que eu quero dizer, quando falo que “tão importante quanto ter a atividade de um hormônio, é poder prescindir dela?” Dê um exemplo da sua explicação. A liberação do hormônio atende a uma necessidade orgânica e a ausência do mesmo hormônio também tem um efeito significativo para o organismo. Exemplo disso é o hormônio cortisol, necessário para determinados fins como aumento da glicemia, porém sua ausência é importante para evitar danos na saúde como, inibição do sistema imunológico, visto que o mesmo possui ação imunossupressora com a diminuição da produção de anticorpos (pelo aprisionamento de linfócitos) e citocinas inflamatórias. 8. Sistematize, numa tabela, informações como: meia-vida, transporte no plasma, mecanismo de ação e síntese dos hormônios, relacionando- as à composição química de cada molécula. Hormônios peptídicos Hormônios esteróides Hormônios derivados de aminoácidos (tireoidianos) Meia-vida Curta Longa Longa Transporte no plasma Dissolvidos no plasma Ligados a proteínas carreadoras Ligados a proteínas carreadoras Mecanismo de ação Modificação de proteínas existentes e síntese de novas. Indução da síntese de novas proteínas. Ativação de genes para a transcrição e tradução. Síntese dos hormônios Síntese prévia; armazenamento em vesículas secretórias Sintetizados a partir de precursores de acordo com a demanda. Síntese prévia; precursor armazenado em vesículas secretórias Localização do receptor Membrana celular Citoplasma ou núcleo, alguns possuem receptores na membrana Núcleo Exemplos Insulina Cortisol, estrógeno T4 e T3 9. Descreva o mecanismo de ação dos hormônios cortisol, T3 e insulina e compare esses mecanismos entre si, destacando em que eles se assemelham e em que elesdivergem, e a que se devem as divergências e semelhanças. Mecanismo de ação do cortisol:O Cortisol é transportado por proteínas carreadoras até a célula alvo. Quando chegam em seu lugar de destino as proteínas se desligam da molécula de cortisol, e a molécula livre se liga aos receptores citoplasmáticos. A conjunção receptor-cortisol adentra no núcleo e altera os fatores de transcrição. O cortisol tem facilidade de atravessar a membrana pois possuem a mesma constituição lipídica. Mecanismo de ação do T3: O T3 é transportado por proteínas carreadoras na circulação em direção às células alvo. Todas as células possuem uma enzima (deiodinase), a qual retira 1 iodo do T4, transformando-o em T3. A molécula de T3 é encaminhada ao núcleo celular e modifica a síntese proteica de acordo com o gene. Isso se dá pelo receptor tireoidiano presente no núcleo. Os genes alterados podem ser relacionados a diferenciação celular, ou a síntese proteica envolvida no crescimento da árvore dendrítica, por exemplo Mecanismo de ação da insulina: A insulina é produzida no pâncreas pelas células Beta e depositados na corrente sanguínea, onde vão em direção ao tecidos insulino-dependentes. O receptor da insulina está na membrana por ela não ter afinidade com a constituição lipídica da membrana celular. A insulina necessita de um segundo mensageiro IRS (substrato do receptor de insulina)- proteínas citoplasmáticas. Assim pelo mecanismo de fosforilação, proteínas citoplasmáticas se ativam e estimulam a migração de um transportador de glicose mais potente, para a membrana plasmática. COMPARAÇÃO: O T3 e cortisol são lipossolúveis portanto entram nas células para se ligar aos seus respectivos receptores. Enquanto a insulina é hidrossolúvel e seus receptores estão na membrana. Isso se deve a constituição química das moléculas. Todos esses hormônios alteram fatores de transcrição da célula de acordo com a demanda. No caso do T3 e cortisol, tem-se a síntese e degradação de proteínas. Já a insulina não induz a degradação de proteínas. 11. Elabore um texto sucinto, objetivo, utilizando os termos: insulina, ATP, cálcio, GLUT4, aumento da glicemia, ilhota, fosforilação e glucagom ● Hormônios Adrenais ● Eixo Hipotálamo-Hipófise-Glândula ● Estresse como resposta ● Composição química dos hormônios ● Efeitos do cortisol ● Conceito de feedback ● Condições patológicas relacionadas ao mau funcionamento das adrenais HORMÔNIOS ADRENAIS As glândulas adrenais ou suprarrenais são localizadas acima de cada rim. Possui uma parte mais externa denominada de córtex (derivado do mesoderma na fase embrionária, por isso possuem função endócrina) e uma parte mais interna chamada de medula (derivada do tubo neural, por isso há produção de neurotransmissores). Na medula da adrenal produz dois principais hormônios adrenalina e noradrenalina, ambos neurotransmissores. O tempo de exposição a um evento estressor é diretamente proporcional a concentração de adrenalina e noradrenalina no sangue. No córtex são produzidos hormônios esteróides, derivados do colesterol. São eles: Glicocorticóides- ex: CORTISOL. Os glicocorticóides atuam na produção de glicose a partir de proteínas e gorduras. Esse processo aumenta a quantidade de glicose disponível para ser usada como combustível em casos de resposta a um evento estressante. Mineralocorticóide- ex: ALDOSTERONA. Regulam a concentração de água e sais minerais no organismo. Hormônios sexuais-ex: progesterona, testosterona EIXO HIPOTÁLAMO- HIPÓFISE-GLÂNDULA Circulação porta: A circulação porta é um meio de comunicação endócrina, é organizada em capilares sequenciais. Os capilares se ramificam no hipotálamo, posteriormente se reajam no istmo, e se ramificam novamente na hipófise distribuindo hormônios que serão distribuídos pelo corpo. Comunicação direta: Existe uma comunicação direta em que neurônios hipotalâmicos prolongam seus axônios até a hipófise e secretam hormônios diretamente. ESTRESSE COMO RESPOSTA- Eixo HPA (hipotalâmico-hipofisário-adrenal) Evento estressor---- como resposta ao evento os neurônios do hipotálamo secretam CRH----O CRH é encaminhado pela circulação porta hipotálamo- hipófise para a adenohipófise----Células que possuírem receptores de CRH, ou seja, células corticotróficas, serão estimuladas a produzirem ACTH----O hormônio ACTH será liberado na corrente sanguínea e chegará a glândula adrenal---Em resposta a presença de ACTH o hormônio cortisol é produzido no córtex da adrenal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS HORMÔNIOS Todos os hormônios esteróides são sintetizados a partir do colesterol. Cada fase da produção desses hormônios é catalisado por enzimas. Uma das enzimas responsáveis pela produção de cortisol é a 21-hidroxilase. EFEITOS DO CORTISOL O cortisol é um hormônio fundamental que agirá em outros órgãos e será responsável pelas manifestações em resposta a um evento estressor, mobilizando-os a aumentar seus ritmos de funcionamento. ● Aumento da glicemia- o cortisol aumenta a glicogênese no fígado, assim mais glicose é liberada no sangue e armazenada como glicogênio em alguns tecidos. Como resultado disso, tem-se o aumento da glicemia no sangue. ● Degradação de proteínas- um dos efeitos do cortisol é a proteólise, ou seja, degradação de proteínas do músculo. Isso ocorre para fornecer substrato para a glicogênese. ● Lipólise- o cortisol causa lipólise no tecido adiposo, liberando ácidos graxos para os tecidos periféricos e o glicerol é utilizado na glicogênese. ● Imunossupressor- supressão de linfócitos nos tecidos linfóides, o que afeta a produção de anticorpos e citocinas inflamatórias. ● Diminuição da densidade óssea- Isso ocorre pois o cortisol causa um balanço negativo do cálcio, ou seja, diminui a absorção de cálcio e aumenta a excreção, promovendo a degradação da matriz óssea. Além de inibir a formação de osteoblastos. ● Função cerebral- excesso ou deficiência de colesterol causam alterações comportamentais, na memória e aprendizagem. ● Produção de surfactante CONCEITO DE FEEDBACK ● Feedback é um efeito do produto final do eixo sobre as estruturas que regulam sua produção. Quando há alta concentração de cortisol circulante no organismo, a circulação sanguínea o leva ao eixo hipotálamo- hipófise, onde se liga a receptores de células produtoras de CRH e ACTH, inibindo a produção desses hormônios que anteriormente estimularam sua produção. ● Ao mesmo passo que há produção de cortisol também há degradação desse hormônio no fígado e rins. Mecanismo de ação: O cortisol é transportado por proteínas carreadoras. Quando chega a célula- alvo as proteínas se desligam da molécula. Em seu estado livre, atravessa a membrana lipídica por ser lipossolúvel e se liga a receptores presentes no citoplasma. O complexo cortisol-receptor migra para o núcleo e altera o fator de transcrição. Um exemplo desse mecanismo de ação é no feedback negativonas células do hipotálamo e adenohipófise. CONDIÇÕES PATOLÓGICAS RELACIONADAS AO MAU FUNCIONAMENTO Síndrome de Cushing- doença provocada pela alta concentração do hormônio cortisol (hipercortisolismo) em situações anormais como tumor na adrenal, ou provocada pelo uso excessivo de medicamentos corticóides. Sintomas: face pletórica arredondada, redistribuição de gordura corporal, debilidade muscular (proteólise- degradação de proteínas), adelgaçamento da pele (fina, frágil, manchas), estrias, cicatrização deficiente, osteoporose, depressão, ansiedade e irritabilidade; pressão arterial elevada. Diagnóstico: verificar o nível de cortisol com exame de urina, saliva ou plasma. Verificar também o nível de ACTH no sangue, o qual deve estar baixo pela alta concentração de cortisol e seu efeito de feedback negativo. Tratamento: se for causada pelo uso de medicamentos corticoides, esse deve ser suspendido, contudo sua interrupção não deve ser feita imediatamente e sim gradativamente. Síndrome de Addison: (hipocortisolismo): Insuficiência adrenal primária- deficiência no córtex da adrenal. Insuficiência adrenal secundária- deficiência na produção de ACTH. Sintomas: fadiga, perda de peso, hiperpigmentação, incapacidade de manter glicemia no jejum, pressão baixa. Diagnóstico: exame de sangue, teste de estimulação do ACTH, que envolve a medição do nível de cortisol no sangue antes e depois de uma injeção de ACTH sintético. Tratamento: corticóide oral ou injetável. HORMÔNIOS TIREOIDIANOS E A TEMPERATURA CORPORAL ● Regulação tônica da temperatura ● Efeitos do hormônios tireoidianos ● Síntese dos hormônios tireoidianos ● Mecanismo de ação REGULAÇÃO TÔNICA DA TEMPERATURA Mecanismos nervosos e hormonais A regulação da temperatura em humanos está associada à produção de calor metabólico (termogênese). Vários Fatores afetam a temperatura do corpo em um determinado indivíduo. A temperatura do corpo aumenta com o exercício ou após uma refeição ( devido a termogênese induzida pela dieta). A temperatura sanguínea é a temperatura informada aos demais tecidos, para que esses possam se modificar de acordo com a necessidade. ● Mudanças na temperatura ambiental ou na temperatura central (interna) do corpo são percebidas por termorreceptores periféricos. ● Esses termorreceptores se comunicam com o centro regulador hipotalâmico. ● O hipotálamo gera uma resposta, exemplo, aumento da temperatura. Assim os neurônios simpáticos enervam glândulas sudoríparas, as quais serão induzidas a produzir sudorese por meio da retenção de água do sangue e posterior evaporação, gerando resfriamento evaporativo= perda de calor. ● Ao mesmo passo os neurônios simpáticos também enervam vasos cutâneos e provocam vasodilatação caso a temperatura corporal esteja aumentada. Essa vasodilatação ocorre em vasos periféricos, consequentemente o maior volume sanguíneo promove condução do calor. ● Quando a temperatura corporal diminui os neurônios simpáticos que inervam os vasos cutâneos causam vasoconstrição, conservando calor. Os neurônios simpáticos também inervam o tecido adiposo marrom em recém-nascidos. A gordura marrom promove termogênese sem tremor (aumentando o metabolismo celular) gerando uma produção metabólica de calor. Em recém-nascidos essa termogênese é muito importante para elevar a temperatura corporal. Em adultos, o tecido adiposo marrom é mínimo, então o controle de calor por essa via não é significativo. ● Os neurônios somáticos motores inervam o músculo esquelético causando termogênese com tremor (contração e relaxamento celular- calafrios), gerando produção de calor metabólica. Respostas homeostáticas para extremos de temperatura ambiental Temperatura ambiental alta: ● O organismo busca formas de maximizar a perda de calor: vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos, sudorese aumentada. E minimizar a produção de calor: diminuir a ingestão de alimentos que gera termogênese. Temperatura ambiental baixa: ● O organismo busca formas de minimizar a perda de calor: vasoconstrição dos vasos sanguíneos cutâneos, diminuição da sudorese. E maximizar a produção de calor: termogênese com tremor (calafrios), termogênese sem tremor (comum em recém-nascidos). ● O excesso de hormônios tireoidianos aumenta o metabolismo da célula (taxa metabólica basal), isso favorece a produção de calor pela célula, por isso a sensibilidade ao calor é um dos sintomas do hipertireoidismo. Enquanto a falta desses hormônios diminui a taxa metabólica basal, ou seja, a célula não produz o metabolismo mínimo para gerar calor. Por isso pessoas com hipotiroidismo tem mais sensibilidade ao frio. EFEITOS DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS SOBRE O METABOLISMO Efeitos dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) sobre o metabolismo: ● Taxa metabólica basal: Regular a taxa metabólica basal, ou seja, o metabolismo mínimo para sobrevivência celular. Sendo assim, alta concentração de hormônios tireoidianos no organismo estimula a degradação de proteínas (catabolismo). Uma concentração em nível normal favorece a síntese de proteínas (anabolismo). *Em situação normal a síntese e degradação de proteínas é denominada de ciclo fútil* ● Controle tônico: é o metabolismo normal da célula que gera calor a partir do ciclo fútil. Esse controle pode variar de acordo com a concentração dos hormônios tireoidianos. ● Síntese e degradação de carboidratos ● Aumento da árvore dendrítica: os hormônios tireoidianos possuem participação no desenvolvimento do sistema nervoso central, por aumentar a árvore dendrítica aumenta a comunicação celular. ● Proliferação e diferenciação celular. ● Crescimento e desenvolvimento: ex: ósseo. ● Feedback negativo: o TRH é produzido no hipotálamo e encaminhado para a adeno hipófise, onde se liga aos receptores dos tireotrofos (células produtoras de TSH). Assim o TSH é produzido e secretado na corrente sanguínea, chegando posteriormente a glândula tireóide, e estimulando a produção dos hormônios tireoidianos T3 e T4. Um dos efeitos de hormônio é sobre o hipotálamo, reduzindo a produção de TRH e posteriormente de TSH. Efeito do TSH sob a tireóide ● Hipertrofia dos folículos tireoidianos (aume SÍNTESE DE HORMÔNIOS TIREOIDIANOS Os hormônios tireoidianos são produzidos pelas células foliculares da glândula tireóide, mais precisamente no interior oco dos folículos constituído por glicoproteínas, denominado de colóide. 1. A célula folicular sintetiza enzimas e tireoglobulina TGO e libera para o colóide. 2. O iodeto (I-) da dieta é transportado para dentro das células foliculares, saindo dos capilares, pelo simporte sódio-iodeto (Na+-I-). O transportador pendrina leva o iodeto para o colóide. 3. As enzimas tireoperoxidase TPO adicionam iodo à tirosina para sintetizar T3 e T4. A adição de um iodo à tirosina produz monoiodotirosina (MIT) e a adição de 2 iodos produz a diiodotirosina (DIT). Um MIT e um DIT combinam-se para produzir uma molécula de T3 (triiodotironina). Dois DITs formam o T4 (tetraiodotironina).4. A TGO é capturada de volta para dentro da célula folicular em vesículas. 5. As enzimas intracelulares separam T3 e T4 da proteína TGO. 6. Como ambos os hormônios são lipossolúveis quando se separam da proteína, eles se difundem para fora da célula e entram no plasma. Síndrome de Graves: Hipertireoidismo: A Doença de Graves é uma condição autoimune que leva à hiperatividade (funcionamento excessivo) da tireoide. Causas: produção de anticorpos que se ligam nos receptores dos tireotrofos, onde se ligariam as moléculas de T3 e T4. Assim os hormônios tireoidianos perdem o efeito de feedback negativo e sua produção não é atenuada, formando um bócio rico em T4. Sintoma: Ansiedade e Irritabilidade, tremor nas mãos ou dedos, sensibilidade ao calor, aumento da transpiração e pele quente e úmida, perda de peso anormal, apesar de hábitos alimentares normais Aumento da glândula tireoide (bócio); Alterações no ciclo menstrual. Diagnóstico: exame clínico e história médica, exame de sangue, ultrassom e outras exames de imagem. Tratamento: iodo radioativo, cirurgia, betabloqueadores. Síndrome de Hashimoto: Hipotireoidismo: doença auto-imune, produção de anticorpos que inibem a síntese de proteínas TGO e TPO sintetizadas na tireóide. Sintomas: Aumento fácil de peso; Cansaço excessivo; Pele fria e pálida; Prisão de ventre;Baixa tolerância ao frio; Dores musculares ou articulares; Ligeiro inchaço da parte da frente do pescoço, no local da tireoide. Diagnóstico: Para o seu diagnóstico deve-se realizar o exame de sangue que avalia a quantidade de T3, T4 e TSH, além da pesquisa dos anticorpos antitireoidianos (anti-TPO). A TSH geralmente está normal ou aumentada, nunca estando diminuída. Tratamento: uso de medicamentos corticoides. PÂNCREAS ENDÓCRINO ● Os hormônios pancreáticos envolvidos ● A ilhota: a porção endócrina do pâncreas ● A célula beta e a secreção de insulina ● O modo de ação dos hormônios ● O mecanismo de ação da insulina como exemplo de ação dos hormônios peptídicos O pâncreas endócrino regula a glicemia, sendo assim variações para mais ou para menos, estimulam a produção de determinados hormônios. A insulina é produzida caso a glicemia esteja alta e o glucagon é produzido caso a glicemia esteja baixa. A ILHOTA: A PORÇÃO ENDÓCRINA DO PÂNCREAS As ilhotas são aglomerados de células, espalhadas por todo o corpo do pâncreas. São altamente irrigadas pelos capilares favorecendo a secreção de hormônios na circulação sanguínea. As ilhotas possuem uma população diversificada de células: ● Células beta: mais de 80% da ilhota é composta por células beta, as quais são produtoras de insulina. ● Células alfa: produtoras de glucagon, segunda população mais numerosa da ilhota. ● Células delta: produtora de somatostatina ● Células PP: produtoras do polipeptídeo pancreático. O glucagon e a insulina atuam como antagonista para manter a concentração de glicose. A CÉLULA BETA E A SECREÇÃO DE INSULINA A célula beta é a única que possui fator de transcrição para a produção de insulina, a qual é produzida a partir do estímulo do aumento da glicemia. A glicose entra na célula beta por meio de um transportador denominado GLUT-2. Dentro da célula, a glicose é metabolizada em ATP, ou seja, é fosforilada. Esse é um mecanismo que a célula desenvolveu para manter a glicose no meio intracelular. Com o aumento da glicemia no sangue, as células beta que funcionam como sensores de glicose as transportam para o interior da célula através do GLUT-2.---- A glicose qi
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