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Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Nutrição Josué de Castro Patologia da Nutrição e Dietoterapia II Professora: Márcia Soares da Mota e Silva Lopes Estudo Dirigido: Diabetes Alunas: Cristiane, Lívia Gomes, Luana Palmieri, Rebeca Lomiento 1- Cite os tipos de diabetes existentes e dê uma breve definição. Diabetes mellitus tipo 1- É uma doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células β pancreáticas, ocasionando deficiência completa na produção de insulina. E, é subdividida em DM tipo 1A e DM tipo 1B, que depende da presença ou da ausência laboratorial de autoanticorpos circulantes, respectivamente. Diabetes mellitus tipo 2- É uma perda progressiva na função das células beta, diminuindo a secreção e ação insulínica combinada com resistência periférica à insulina. Diabetes mellitus gestacional- Trata-se de uma intolerância a carboidratos de gravidade variável, que se iniciou durante a gestação atual, sem ter previamente preenchido os critérios diagnósticos de DM. 2- Explique o mecanismo que leva a poliúria, desidratação e polidipsia. Como a glicose é uma molécula osmoticamente ativa, a grande concentração de glicose no sangue aumenta a pressão osmótica nos vasos sanguíneos na tentativa de igualar as concentrações de ambos os meios. Então, vai fazer com que o sangue absorva água de outros compartimentos e impeça a reabsorção de água nos rins, resultando em uma desidratação em nível celular e a excreção de água em grandes quantidades, por isso o indivíduo tem o sintoma de poliúria (micção frequente). Logo, como o indivíduo perde água pela urina ele terá a desidratação como consequência. Com a perda de água pela urina e a desidratação, o paciente que apresenta o diabetes e não é tratado, sente uma maior necessidade de beber líquidos na tentativa de repor a substância no organismo (polidipsia- muita sede). 3- Diga quais exames e os valores de referência são realizados para o diagnóstico do diabetes segundo a SBD. ● Glicemia plasmática de jejum (referência=70-99 mg/dL), caso ≥ 126 mg/dL (2 exames ou 1 exame + sintomas clínicos) é considerado diabetes. ● Glicemia plasmática ao acaso, caso ≥ 200 mg/dL + sintomas clínicos é considerado diabetes. ● Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) ou Teste de tolerância à glicose oral (TTGO) (referência= < 140 mg/dL), caso ≥ 200 mg/dL após 2h sobrecarga de 75g glicose é considerado anormal e, na ausência de sintomas de hiperglicemia é necessário confirmar o diagnóstico pela repetição dos testes. ● A1C (Hemoglobina glicada) (referência= <5,7%), caso > 6,5% e na ausência de sintomas de hiperglicemia é necessário confirmar o diagnóstico pela repetição dos testes. 4- Quais exames são importantes para o monitoramento glicêmico em pacientes com DM. Glicemia de Jejum; Glicemia Capilar; Glicemia Pós-Prandial - dosagem 2h após refeição; Curva Glicêmica- Carga de 75 g de GLI - Glicemia a cada 30 minutos por 2-3 h; Hemoglobina Glicada fazendo a Glicemia Média Estimada (GME) e Frutosamina. 5- Quais exames complementares devem fazer parte de rotina de atendimento ambulatorial do paciente com DM. Justifique a importância destes. Os exames complementares são: fundoscopia, aferição de pressão arterial e investigação de pé diabético. É importante que se dispense atenção para esse tipo de exame afim de se identificar possíveis complicações associadas a doença em decorrência de lesões vasculares causadas pela mesma, aumentando assim as chances da eficácia de um tratamento futuro. 6- Que complicações metabólicas o indivíduo com diabetes pode apresentar? Explique as causas e cite os sintomas apresentados. As complicações metabólicas são: Hipoglicemia, aonde as causas mais comuns são erros na medicação, dieta inadequada, excesso de exercícios e ingestão de álcool sem alimentação. Essa complicação pode causar suores, tremores, fome, palpitações, cefaleia, confusão mental, visão turva, taquicardia e coma. Hiperglicemia de recuperação, que ocorre após um quadro de hipoglicemia e está atrelada a secreção de hormônios catabólicos como glucagon, cortisol e GH. Os sintomas mais comuns são aumento da urina e, consequentemente, também da sede. Cetoacidose diabética, comumente ocorre devido um aumento súbito na necessidade de energia e insulina, gerando a produção excessiva de CC e consequente redução do pH sanguíneo. Seus sintomas são: taquipneia, hiperventilação. Náuseas, vômitos, hálito cetônico, poliúria, polidipsia, fadiga e desidratação. Coma hiperosmolar, sendo esse associado com a hiperglicemia quando ocorre desidratação intensa. A causa mais comum é a infecção, mas também podemos citar outas como AVE, infarto do miocárdio e ingestão excessiva de álcool. 7- Explique a associação do diabetes com a hipertensão arterial sistêmica. No diabetes o organismo está em hiperglicemia, o que leva à glicação de proteínas, resultando em alterações e disfunções do endotélio. Isso provoca lesões vasculares por todo organismo, o que pode resultar em alterações de pressão, deixando a mesma alterada. 8- Resolva o que se pede referente aos casos clínicos I e II. Caso I: Paciente de 55 anos, sexo feminino, apresentando diabetes mellitus tipo 2, em tratamento com hipoglicemiante oral (metformina, 500 mg 2x/dia), foi encaminhada para tratamento em ambulatório de Nutrição. Peso: 72 kg; Estatura: 1,65 m2; Perímetro da cintura: 98 cm. a) Considerando estes dados, a prescrição dietética deverá ser: ● VET TMB= 8,126 x Kg + 845,6 TMB= 585,072 + 845,6 =>1.430,67 Kcal VET= TMB x PAL => 1.430,67 x 1,53 = 2.188,93 Kcal IMC = 72 / (1,65) 2 = 26,45 kg/m2 Diagnóstico nutricional = encontra-se classificada como pré-obeso segundo a OMS,1997. PC= 98 cm – encontra-se muito elevado, em relação aos valores de referência estabelecidos pela OMS, 1997 (aumentado = 80 cm / muito aumentado = 88 cm), logo risco muito aumentado para complicações metabólicas. Restrição de 500 Kcal do VET total, resultando em: 2.188,93 – 500 = 1.688,93 Kcal ● Distribuição de macronutrientes Nutriente g/kg Peso corporal/dia g/dia kcal % VET CHO 2,93 211,12 844,47 50 PTN 1,17 84,45 337,79 20 LIP 0,78 56,30 506,68 30 ● Fibras Recomenda-se a ingestão de 40 g/dia. b) Elabore um cardápio para o paciente em questão. Refeição Hora Alimentos Ingeridos Medida Caseira Quantidade (g/ml) PTN (g) CHO(g) LIP(g) Energia (Kcal) Desjejum 07:00 Acerola Café com leite adoçado com adoçante Pão integral Manteiga com sal 10 UND X CHA CH 2 FT 1 COL S R 120g 200ml 50g 19g 0,2 5,22 4,7 0,11 8,8 7,34 28,76 0,08 0,2 4,26 0,76 15,39 38,4 88 141 139,27 Colação 10:00 Banana prata Aveia em flocos UND M COL SOB CH 40g 7g 1,26 0,95 27,09 4,79 0,2 0,34 40 25,97 Almoço 13:00 Chicória Tomate Frando Assado Arroz integral cozido Feijão preto cozido FOLHA G 2 COL S CH CUBOS SOBRECOXA G COL A R CO P CH 17g 30g 95g 43g65g 0,29 0,12 17,29 2,09 2,86 0,70 0,69 0,0 19,76 7,93 0,02 0,05 5,13 2,56 0,2 4,08 7,2 115,33 110,51 44,85 Lanche 16:00 Iogurte UND P 140ml 4,9 27,70 0,14 107,8 Jantar 19:00 Berinjela Ensopada Carne Moída Arroz integral cozido Feijão branco cozido COL A R 2 COL A R COL A R CO M R 60g 80g 43g 80g 0,46 17,44 2,09 6,26 2,87 1,48 19,76 16,8 3,14 8,94 2,56 0,49 41,4 156 110,51 96,8 Ceia 22:00 Abacate Granola Pão integral Queijo-de-mi nas fresco 1 COL S CH PICADO COL SOB CH 2 FT FT M 45g 7g 50g 30g 0,81 0,56 4,7 5,4 2,88 5,25 28,76 0,0 7,20 0,35 0,76 5,7 79.56 26,6 141 72,9 Total: 67,61 216,88 69,56 1748,86 Caso II: Paciente M.P.S., sexo masculino, 28 anos foi admitido na clínica médica do HUCFFo com queixa de tonturas, desmaios, sudorese fria, aumento da diurese noturna e perda de peso. Diagnóstico clínico: Diabetes mellitus tipo 1 descompensado. Ao exame físico apresenta depleção da musculatura temporal, fossas supra e infraclaviculares proeminentes e abdome escavado. Atualmente sendo medicado com insulina regular de ação curta. Antropometria: Peso atual: 60 kg Peso usual: 72 kg Estatura – 1,82 m CB: P15 DCT: ↓ P5 CMB: ↓ P5 Exames laboratoriais: (valores de referência) Hemácias: 4,8 milhões/mm3 (4,0-5,5) Hemoglobina: 15,0g/dL (11,5-16,4) Leucócitos: 7,5 mil/mm3 (5-9) Linfócitos: 1100 cels/mm3 (1300-3400) Glicose: 290 mg/dL (70-99) Colesterol: 175 mg/dL (desejável <200) Albumina: 4,8 g/mL (4,5-5,5) Ptns totais: 6,0 g/mL (6-8) Creatinina: 2,0 mg/mL (1-2) Ureia: 33 mg/mL (20-40) IMC= 60/(1,82)2 IMC=18,11 kg/m2, classificação de magreza grau I segundo a OMS, 1997. Perda de peso= [(peso usual-peso atual) /peso usual] x 100 Perda de peso= [72-60) /72] x 100 Perda de peso = 16,7%, logo perda de peso grave a) Discuta os dados pertinentes à avaliação do estado nutricional. Paciente apresenta depleção da musculatura temporal, fossas supra e infraclaviculares proeminentes, abdome escavado e CMB abaixo do P5, indicando depleção do compartimento proteico somático, além de apresentar DCT abaixo do P5, o que sugere depleção do compartimento adiposo. Exames laboratoriais mostram hiperglicemia e linfopenia, sugerindo possível comprometimento imunológico. Albumina se encontra dentro dos valores recomendados, indicando preservação do compartimento proteico visceral. Paciente em risco nutricional com magreza grau I segundo OMS, depleção dos compartimentos proteico-energético e perda de peso significativa. b) Dê o parecer nutricional a ser registrado em prontuário hospitalar. Paciente M.P.S., sexo masculino, 28 anos, com diagnóstico clínico de DM tipo1 descompensado. Apresenta depleção da musculatura temporal, fossas supra e infraclaviculares proeminentes, abdome escavado e CMB abaixo do P5, indicando depleção do compartimento protéico somático, além de apresentar DCT abaixo do P5, o que sugere depleção do compartimento adiposo. Exames laboratoriais mostram hiperglicemia e linfopenia, sugerindo possível comprometimento imunológico. Albumina se encontra dentro dos valores recomendados, indicando preservação do compartimento protéico visceral. Paciente em risco nutricional, com magreza grau I segundo OMS, depleção dos compartimentos protéico-energético e perda de peso significativa. Prescrevo dieta hiperenergética, hiperproteica, normoglicídica, priorizando CHO complexos e normolipídica. Oferta adequada de fibras e micronutrientes de acordo com a RDIs.
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